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Hepatites Virais

12ª CRS 2023


Definição

 As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus


hepatotrópicos que apresentam características epidemiológicas, clínicas
e laboratoriais distintas. Possuem distribuição universal e são observadas
diferenças regionais de acordo com o agente etiológico
Agente Etiológico

 Os mais relevantes são os vírus:


 A (HAV),
 B (HBV),
 C (HCV),
 D (HDV)
 E (HEV).
Diagnóstico Laboratorial

 Exames inespecíficos: Transaminases: ALT TGP) e AST (TGO): sao0


marcadores de agreção hepatocelular.
 Bilirrubinas: BD E BI, elevam-se após a elevação das transaminases.
 Outros exames: : dosagem de proteínas séricas, fosfatase alcalina, gama-
glutamiltransferase, atividade de protrombina, alfafetoproteína e
contagem de leucócitos e plaqueta
Exames específicos - marcadores

 Hepatite A:
Hepatite B- marcadores
 HBsAg (antígeno de superfície do HBV) – pode ser detectado por meio de testes rápidos
ou laboratoriais na grande maioria dos indivíduos com hepatite B crônica ou aguda.
Juntamente com o HBV-DNA, é um dos primeiros marcadores da infecção, detectável
em torno de 30 a 45 dias após a infecção, e pode permanecer detectável por até 120
dias nos casos de hepatite aguda. Ao persistir além de 6 meses, caracteriza a infecção
crônica.
 - Anti-HBc IgM (anticorpos da classe IgM contra o antígeno do capsídeo do HBV) – é
um marcador de infecção recente, que geralmente surge 30 dias após o
aparecimento do HBsAg e é encontrado no soro por até 32 semanas após a infecção.
Hepatite B m- marcadores
 Anti-HBc Total – anticorpos contra o vírus da hepatite B das classes IgM e IgG
simultaneamente. - Anti-HBs (anticorpos contra o antígeno de superfície do HBV) –
quando presente nos títulos adequados (pelo menos 10UI/mL), este marcador confere
imunidade ao HBV. O seu surgimento, normalmente, está associado ao
desaparecimento do HBsAg, funcionando como um indicador de cura e imunidade.
Está presente isoladamente em pessoas que tomaram a vacina contra o HBV.
 - HBV-DNA (DNA do HBV) – é o material genético do vírus. Sua quantificação
corresponde à carga viral circulante no indivíduo. Por ser um indicador direto da
presença do vírus, pode ser usado como teste complementar no diagnóstico da
infecção pelo HBV. Também é usado no monitoramento do paciente e no
acompanhamento da terapia antiviral.
 - HBeAg – antígeno da partícula “e” do vírus da hepatite B, marcador de replicação
viral.
 - Anti-HBe – anticorpo específico contra o antígeno “e” do vírus da hepatite B.
Hepatite B- Marcadores
Hepatite B- marcadores
Hepatite C- marcadores

 - Anti-HCV (anticorpo contra o HCV) – pode ser detectado por meio do


teste rápido ou teste sorológico laboratorial. É o marcador que indica
contato prévio com o vírus. É detectado na infecção aguda ou crônica e
no paciente curado, não diferenciando, portanto, a fase da doença.
Após a infecção, esse marcador demora de 8 a 12 semanas para ser
detectado, mantendo-se reagente indefinidamente.
 - HCV-RNA (RNA do HCV) – é o material genético viral. A presença do
HCV-RNA é uma evidência da presença do vírus, por isso testes para
detecção deste marcador são utilizados para complementar o
diagnóstico da infecção. Pode ser detectado entre uma e duas semanas
após a infecção. Quando não detectado, pode indicar a cura natural,
clareamento viral ou resposta sustentada ao tratamento
Prognóstico
 Hepatite A Geralmente, após 3 meses o paciente está recuperado. Apesar de não
haver forma crônica da doença, há a possibilidade de formas prolongadas e
recorrentes, com manutenção das aminotransferases em níveis elevados, por vários
meses. A forma fulminante, apesar de rara (menos que 0,1 a 0,4% dos casos),
apresenta prognóstico ruim. O quadro clínico é mais intenso à medida que aumenta
a idade do paciente.
 Hepatite B A hepatite B aguda normalmente tem um bom prognóstico, com
resolução da infecção em cerca de 90 a 95% dos casos, a depender da idade da
pessoa. Menos de 1% poderá evoluir para hepatite fulminante. Em cerca de 10% dos
casos, o marcador HBsAg permanece reagente por mais de 6 meses, caracterizando
a hepatite crônica. A cronificação é mais prevalente nos casos de transmissão
vertical ou de infecção durante a infância.
 Hepatite C No curso da infecção, a cura espontânea após a infecção aguda pelo
HCV pode ocorrer em 25 a 50% dos casos. Habitualmente, a hepatite C é
diagnosticada em sua fase crônica. Como os sintomas são, muitas vezes, escassos e
inespecíficos, a doença evolui durante décadas sem diagnóstico
Vigilância epidemiológica

 Objetivo Geral : Monitorar o comportamento das hepatites virais e seus


fatores condicionantes e determinantes, com a finalidade de recomendar,
adotar medidas de prevenção e controle e avaliar o seu impacto
 Investigação Objetivos • Desencadear a investigação das fontes de
infecção e transmissão comuns;
 • Definir e indicar as medidas de controle da transmissão por meio das
ações de prevenção;
 • Prevenir a evolução para a cronicidade da doença
Caso confirmado de hepatite A

 • Indivíduo que apresente anti-HAV IgM reagente.


 • Indivíduo com suspeita clínica que apresente vínculo epidemiológico com
caso confirmado laboratorialmente (anti-HAV IgM reagente) de hepatite A.
 • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite A na declaração de
óbito.
 • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia
especificada na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite
A após investigação
Caso Confirmado de hepatite B

 • Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou


exame de biologia molecular para hepatite B, conforme listado abaixo: -
 HBsAg reagente; (incluído Teste rápido)
 - anti-HBc IgM reagente;
 - HBV-DNA detectável.
 • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite B na
declaração de óbito. • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de
hepatite sem etiologia especificada na declaração de óbito, mas que
tem confirmação para hepatite B após investigação.
Caso confirmado hepatite C

 • Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou


exame de biologia molecular para hepatite C, conforme listado abaixo:
 - anti-HCV reagente; (incluído teste rápido)
 - HCV-RNA detectável.
 • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite C na
declaração de óbito.
 • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia
especificada na declaração de óbito, mas que tem confirmação para
hepatite C após investigação
Notificação e Investigação - SINAN

 Ressalta-se que, na ficha de notificação/investigação de hepatites virais,


para o preenchimento dos campos 45 e 46 devem ser considerados os
resultados de testes laboratoriais ou testes rápidos.
 Em se tratando dos testes rápidos distribuídos pelo Ministério da Saúde, o
teste para hepatite B faz a detecção do marcador HBsAg e o teste para
hepatite C detecta o anti-HCV.
 Para fins de notificação de caso de hepatite B a definição atual de caso
considera também os testes moleculares HBV-DNA (para hepatite B),
detectável como caso confirmado. Considerando que não há campo
específico na ficha de notificação para este teste, provisoriamente, casos
confirmados apenas com teste moleculares (HBV-DNA devem ser inseridos
no campo “Observações”, exatamente como descrito abaixo: HBV-DNA
detectável, descrever: HBV-DNA_SIM
Em caso de menção de hepatite na
DO- NOTA INFORMATIVA Nº 55/2019-CGAE/.DIAHV/SVS/MS

 Colocar no campo observações:

 Óbito relacionado à hepatite A, descrever: OBITO_ A


 Óbito relacionado à hepatite B, descrever: OBITO_B
 Óbito relacionado à hepatite C, descrever: OBITO_C Óbito
Estratégias de vigilância
 Após a notificação de casos de hepatites virais, deve-se iniciar a investigação
epidemiológica com o preenchimento da Ficha de Investigação das Hepatites
Virais do Sinan. Todos os campos devem ser preenchidos, mesmo quando a
informação for negativa
 Na investigação de casos de transmissão pessoa a pessoa ou fecal-oral, deve-
se investigar se os pacientes se expuseram a possíveis fontes de contaminação,
particularmente água de uso comum e refeições coletiva
 Na investigação de casos de hepatites virais de transmissão sanguínea/sexual,
investigar história de compartilhamento de objetos contaminados – como
lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates e acessórios de
manicure e pedicure, materiais para colocação de piercing e para confecção
de tatuagens, materiais para escarificação da pele para rituais, instrumentos
para uso de substâncias injetáveis, inaláveis (cocaína) e pipadas (crack) –,
antecedentes de exposição a material biológico, procedimentos cirúrgicos,
odontológicos, hemodiálise, transfusão (principalmente anterior a 1993),
endoscopia, e outros procedimentos invasivos em que não se aplicaram as
normas adequadas de biossegurança. Identificar a ocorrência da prática de
relações sexuais desprotegidas ou abuso sexual.
 investigar a história de comunicantes e outros casos suspeitos e/ou
confirmados de hepatite, levantando hipóteses sobre a forma de transmissão,
com a finalidade de identificar indivíduos assintomáticos, prevenir a
disseminação da doença e evitar possíveis surtos
Medidas de controle
 • Para as hepatites A e E, após a identificação dos primeiros casos, estabelecer
medidas de cuidado com a água de consumo, a manipulação de alimentos, e as
condições de higiene e saneamento básico junto à comunidade e aos familiares
 Orientação de instituições coletivas, como creches, pré-escolas e outras, sobre as
medidas adequadas de higiene, desinfecção de objetos, bancadas e chão,
utilizando-se hipoclorito de sódio 2,5% ou água sanitária. • Lavagem e desinfecção,
com hipoclorito de sódio, dos alimentos consumidos crus
 Para casos de hepatites B, C e D, nas situações em que se suspeite de infecção
coletiva – em serviços de saúde, fornecedores de sangue ou hemoderivados, em
que não sejam adotadas as medidas de biossegurança –, investigar caso a caso,
buscando a fonte da infecção. Comunicar vigilância sanitária.
 Solicitação de exames no pré-natal (hepatite B)
 Para prevenção de hepatites B, C e D, de transmissão sanguínea e sexual, os
indivíduos devem ser orientados sobre a importância do não compartilhamento de
objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente,
materiais de manicure e pedicure, agulhas, seringas, cachimbos.
 Vacinação para hepatites A e B.
 Imunoglobulinas
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços.
Guia de Vigilância em Saúde : volume único [recurso eletrônico] /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-
Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. ed. – Brasília
: Ministério da Saúde, 2019.
Linhas de cuidado

https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/hepatit
es-virais/definicao-hepatites

Linhas de Cuidado - Hepatites Virais (B e C) no


adulto - APS (saude.gov.br)

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