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Hepatites Virais
CRITÉRIOS DE ALTA
HAV: uma dosagem normal de ALT (ainda que nã o
isenta da ocorrerência de recrudescência).
HBV: três dosagens normais intercaladas por 15 dias.
HCV: seis dosagens bimensais normais, com RNA/
PCR (reaçã o em cadeia da polimerase) negativo.
HDV: idem para HBV e negativaçã o sustentada do
RNA/HDV por PCR
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Colestase reacional (bacteremias por germes
capsulados, como pneumococo e enterobactérias);
Leptospirose ictérica leve;
Hepatite por drogas (paracetamol, isoniazida +
rifampicina, cetoconazol etc.);
Substâncias tó xicas (á lcool, tetracloreto de carbono
etc.);
HEPATITE
Picornavírus (família Picornaviridae), do gênero O vírus A sobrevive por longos períodos na á gua e em
Hepatovirus ambientes ú midos, e pode dessa maneira contaminar
Pequeno vírus de capsídeo icosaédrico, não alimentos ou mananciais de á gua utilizados por
envelopado, 27 nm, hélice simples de RNA populaçõ es inteiras; é doença de ocorrência
VHA: RNA vírus, picornavírus, nã o envelopado epidêmica ou isolada.
Prevalência e incidência dependem das condiçõ es O contato íntimo e prolongado favorece a transmissã o
socioeconô micas pessoa a pessoa como em escolas, creches, instituiçõ es
Infecçã o ocorre mais em crianças (alta endemicidade) militares, asilos, etc.
Transmissão: fecal-oral. Prá ticas sexuais também representam risco de
Epidemias: á gua e alimentos contaminados. infecçã o.
Período de incubação: 15 a 45 dias.
Infecção: sintomá ticas ou assintomá ticas. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Na infâ ncia geralmente é anictérica e benigna.
Período de incubaçã o: 2-5 semanas (média 30 dias)
Quadro clínico: sintomas prodrô micos - febre,
mialgia, anorexia, prostraçã o, vô mitos. Início sú bito, sintomas mais leves que hepatite B
Sinais: colú ria, icterícia, acolia fecal, hepatomegalia. Período prodrô mico: duraçã o média 7 dias
Elevaçã o de TGO e TGP e Bb. Infecçõ es assintomá ticas comuns, especialmente em
crianças (95% aproximadamente)
Mortalidade: 0,1% em crianças e 1% em adultos.
Forma ictérica em 80-90% nos adultos
Nunca evolui para cronicidade.
Adultos (em particular gestantes): doença severa e
Para quem nã o se vacinou: fica atuante em á gua e
sintomá tica
superfície de alimentos contaminados.
Nã o existem relatos de formas crô nicas
Hepatite fulminante rara (0,2 a 0,4%)
EPIDEMIOLOGIA
Distribuiçã o mundial Assintomática: ausência de sinais e sintomas clínicos,
Endêmica na maioria dos países só demonstrada pela sorologia específica para o vírus
Declinando nos países desenvolvidos A;
Alta incidência em populaçõ es economicamente mais
pobres com exposiçã o em idades mais precoces. Oligossintomática anictérica: manifestaçõ es sã o
Associada a baixas condiçõ es de sanitarismo. efêmeras (média de 1 semana) e, em geral,
representadas pela síndrome infecciosa aguda,
indiferenciada, confundida com virose banal e
frequente em crianças pequenas (0 a 8 anos).
Febre, astenia, inapetência, mialgias e cefaleia;
Sendo suspeitada, principalmente, em crianças com
aumento das transaminases (TGO/TGP);
Diagnó stico etioló gico requer a confirmaçã o
soroló gica;
MarcadorSignificado
Sua presença por mais de 24 semanas
HBsAg
indica hepatite crô nica.
Na infecçã o crô nica está presente
HBeAg enquanto ocorrer replicaçã o viral.
Sua presença sugere reduçã o ou ausência
de replicaçã o viral, exceto nas cepas com
Anti-HBe mutaçã o pré-core (nã o produtoras da
proteína “e”). Neste caso, o Anti-HBe (+) .
nã o significa ausência de atividade viral.
Interpretação dos diferentes marcadores sorológicos presentes na infecção pelo vírus da hepatite B
MarcadoresInterpretação
Primeiro marcador a aparecer no soro precedendo os sintomas clínicos. Nos casos que evoluem para
cura, deixa de ser detectado. Sua persistência por mais de seis meses indica infecçã o crô nica. Em 1%
AgHBs
das vezes pode nã o ser expresso, devendo ser substituído, para efeito diagnó stico, pelo anti-HBc
(fraçã o IgM) ou pesquisa do DNA viral por PCR.
A positividade da fraçã o IgM associada à presença do AgHBs geralmente indica infecçã o aguda
IgM Anti-
recente. Pode persistir por até 12 meses. A presença tardia desse marcador tem valor preditivo de
HBc
evoluçã o grave.
Presente nas fases iniciais da doença, é também o marcador característico da janela imunoló gica.
IgG Anti- Associado ao anti-HBs, indica desenvolvimento de imunidade ao VHB. O encontro isolado desse
HBc marcador pode indicar infeçã o antiga, em que o anti-HBs já nã o é mais detectado, ou reaçã o cruzada
com anticorpos produzidos pela infecçã o da hepatite C.
Importante marcador de replicaçã o viral ativa e de infectividade nas infecçõ es por vírus selvagens.
AgHBe Pode nã o ser expresso nas infecçõ es por vírus mutantes. Está sempre presente no início da infecçã o,
sem valor preditivo nessa etapa da infecçã o.
Indica evolução para cura, com parada da replicaçã o viral nas infecçõ es por vírus selvagens. Pode
Anti-HBe estar presente em infecçõ es por VHB mutantes.
Anticorpo associado à cura e ao desenvolvimento de imunidade. É o marcador cuja presença isolada
Anti- indica desenvolvimento de imunidade vacinal ao VHB.
HEPATITE
Geralmente chega como complicaçõ es de hepatite
C/cirrose, pois é um quadro crô nico que perdura anos.
Grande problema de saú de pú blica.
Antes só se tratavam casos de fibrose avançada, hoje
em dia, se diagnosticado precoce, existem vá rias
medicaçõ es, que podem cursar com cura clínica.
VHC: RNA vírus, família Flaviviridae, gênero
Hepacivirus, envelopado, 55nm de diâ metro.
Transmissão percutânea (transfusã o de sangue e
derivados, uso de drogas, tatuagens, hemodialisados e
transplantados renais, nosocomial e ocupacional).
Mais raramente: sexual, perinatal, pessoal e
esporá dica.
Período de incubação: pode ser muito longo, 15 a
160 dias (a média é 60 dias apó s o contato suspeito)
Antes de 1993, os bancos de sangue nã o tinham tantos
exames preventivos, era possível contrair também TRANSMISSÃO
desta forma. Primariamente/predominante parenteral
A maioria dos casos evolui para formas crô nicas. materiais cortantes de uso coletivo nã o
170 milhõ es de portadores crô nicos. esterilizados convenientemente (manicures,
acupuntura, tatuagem, aplicaçã o de piercing, etc.);
GENÓTIPOS HCV agulhas e seringas compartilhadas em usuá rios de
drogas parenterais; contato com sangue por
Seis principais: 1, 2, 3, 4, 5 e 6
ocasiã o de soluçã o de continuidade da pele de
Numerosos subtipos (1a, 2b, 2a, 2b…)
crianças em folguedos; serviços de hemodiá lise.
Genó tipo 1 é o mais prevalente - 40 a 80% da Em percentual significativo dos casos nã o é possível
populaçã o mundial, principal no Brasil identificar a via de infecçã o
Disposiçã o da prevalência dos vá rios genó tipos Situações de risco: transfusã o de sangue e derivados
apresenta distribuiçã o geográ fica bastante variá vel antes de 1993, usuá rios de drogas intravenosas e
Alguns genó tipos em regiõ es geográ ficas específicos cocaína inalató ria, pessoas com tatuagem ou piercing,
No Brasil, predomina genó tipo 1 (50-60%), tipo 2 em qualquer exposiçã o percutâ nea.
3-5% e tipo 3 em 35% dos casos, 4 e 5 bastante raros
Cada genó tipo responde de uma maneira as CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
medicaçõ es
A forma ictérica é incomum, é mais fá cil ver a
cronicidade.
HEPATITE C - SOROLOGIA
Período de incubação: 20 a 140 dias (média 80 dias)
Anti-VHC: Infecçã o aguda raramente sintomá tica
Indica contato com vírus C. Forma ictérica em 20%
Nã o é um anticorpo protetor,
Forma aguda com icterícia, colú ria, ná useas, vô mitos e
Nã o indica imunidade,
dor abdominal, cuja evoluçã o pode durar 3 a 6
Nã o permite diferenciar uma infecçã o atual e
semanas.
passada pelo VHC.
Em adultos a cronificaçã o ocorre em 80 a 85% dos
casos, destes 20 a 35% evoluirã o a cirrose hepá tica
RNA VHC:
Hepatocarcinoma em 2 a 8%
Permite diagnosticar infecçã o atual pelo VHC.
Regime Terapeutico
GENOTIPO 2 Tempo
HEPATITE
Período de incubação: 21 a 45 dias
Distribuiçã o geográ fica: alta prevalência na regiã o
Amazô nica.
Indivíduo imune ao VHB: nã o vai ter a doença.
Indivíduo suscetível ao VHB: pode desenvolver
hepatite aguda pelo HBV/HDV (co-infecçã o).
Indivíduos portador B: vai desenvolver
SUPERINFECÇÃ O pelo VHD com evoluçã o para
hepatite fulminante ou agravamento da hepatopatia
crô nica.
Penetra dentro do vírus B, precisa desse outro vírus
Família Deltaviridae, Gênero Deltavirus
TRANSMISSÃO
Genoma viral (HDV RNA) e antígeno D (HDAg)
envoltos pelo HBsAg Via parenteral é a mais eficiente. Ex.: alicate de unha.
VHD: deltavírus, RNA, depende do HBsAg para Exposiçã o percutâ nea
replicar, vírus defectivo Mucosas
Doença aguda e crô nica. Altamente patogênico, Devido à íntima reaçã o com HBV, o principal
formas fulminantes e rá pida progressã o para cirrose mecanismo de transmissã o é a via parenteral, assim
Transmissã o: parenteral e sexual. como os grupos de risco sã o os mesmos: toxicô manos,
politransfundidos, hemodialisados, etc.
HEPATITE
VHE: RNA, Calicivirus, nã o envelopado. Transmissã o DIAGNÓSTICO CLÍNICO
fecal-oral.
Surtos relacionados a á gua e alimentos contaminados. A infecçã o pelo vírus E pode ou nã o resultar em doença.
Período de incubação: 40 dias (15-60 dias) As manifestaçõ es, quando presentes, sã o semelhantes
Pode evoluir para formas crô nicas (transplantados/ à quelas relacionadas com a infecçã o pelo vírus A.
imunossuprimidos) A evoluçã o é benigna na maior parte dos casos,
Quadro clinico semelhante as outras hepatites virais. frequentemente anictérica, com mal-estar, anorexia,
Formas ictéricas e anictéricas. astenia, febre baixa, dor abdominal, ná useas e
Acomete mais adultos jovens. vô mitos.
Mortalidade: 1-3%; Grá vidas: 15-25% Menos comumente podem surgir diarreia e dor nas
Atençã o para as grá vidas, a cada 6, 1 desenvolve articulaçõ es.
uma forma potencialmente grave Naqueles pacientes que desenvolvem icterícia, a
Tratamento sintomá tico. doença tem duraçã o de 4 a 6 semanas, e surge quando
Prevenção: saneamento bá sico, á gua tratada, a febre regride; é precedida em 24 a 48 horas por
possibilidade de desenvolvimento de vacina. colú ria e acolia fecal.
Pode estar acompanhada por hepatomegalia ou
DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO hepatoesplenomegalia.
A recuperaçã o é completa e o vírus é totalmente
A transmissã o do vírus ocorre principalmente através
eliminado do organismo.
de á gua contaminada, levando à ocorrência de casos
Não há desenvolvimento de doença hepática crô nica
isolados e epidemias.
ou estado crô nico do vírus.
As gestantes, principalmente, no ú ltimo trimestre, têm
risco maior de evoluçã o para hepatite fulminante, com
alto índice de letalidade.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Inespecífico:
Dosagens de aminotransferases, cujo aumento dos
níveis séricos em 3 vezes acima do limite normal, é
sugestivo de hepatite viral.
As bilirrubinas usualmente se elevam e o tempo de
protrombina, quando diminuído, é indicador de
gravidade ou icterícia colestática.
Específico:
A hepatite E é mais comum em países em A confirmaçã o da etiologia é feita através da
desenvolvimento, onde a infraestrutura de identificaçã o dos marcadores soroló gicos.
saneamento bá sico é inadequada ou inexistente. Os métodos mais utilizados sã o o ELISA ou a
As epidemias estã o relacionadas com a contaminaçã o imunofluorescência para a detecçã o de
da á gua, e ocorrem mais comumente em adolescentes imunoglobulinas (IgM e IgG) contra o vírus.
e adultos jovens (entre 15 e 40 anos) apó s Em torno da 3ª ou da 4ª semana apó s a infecçã o, já
inundaçõ es. é possível detectar a presença de IgM contra o vírus
Endêmica em países da Á sia, Á frica do Norte e no no sangue.
Oriente Médio, ocorre de forma esporá dica em países A PCR (polimerase chain reaction – reaçã o em
desenvolvidos da Europa Ocidental e nos Estados cadeia da polimerase) é utilizada para detectar o
Unidos, geralmente em indivíduos que viajaram RNA do VHE no soro e nas fezes.
recentemente para á reas endêmicas.
Epidemias têm sido reportadas no México.
TRATAMENTO
Nã o há tratamento específico
As medidas terapêuticas visam reduzir a intensidade
dos sintomas.
No período inicial da doença está indicado repouso
relativo, e a volta à s atividades deve ser gradual.
As bebidas alcoó licas devem ser abolidas.
Os alimentos podem ser ingeridos de acordo com o
apetite e a aceitaçã o do paciente, nã o havendo
necessidade de dieta.
PROFILAXIA
Pode ser evitada por meio de medidas de prevençã o
contra doenças transmitidas por á gua e alimentos.
Essas medidas incluem a utilizaçã o de á gua clorada ou
fervida e o consumo de alimentos cozidos, preparados
na hora do consumo.
Devem-se lavar cuidadosamente as mã os com á gua e
sabã o antes das refeiçõ es.
O consumo de bebidas e de qualquer tipo de alimento
adquiridos com vendedores ambulantes deve ser
evitado.
Ainda nã o existem vacinas disponíveis contra a
hepatite E, nem estudos que comprovem a eficá cia do
uso profilá tico de imunoglobulinas.