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CARINA RESENDE
CAROLINA SOUZA RESENDE
ELAINDE MEDEIROS
GISELLE CARNEIRO
KARLA MARIA
MARCUS VINICIUS
CULTURA ORGANIZACIONAL
UBERLÂNDIA
2006
Carina Resende
Carolina Souza Resende
Elaine Medeiros
Giselle Carneiro
Karla Maria
Marcos Vinicius
Cultura Organizacional
Uberlândia
2006
Carina Resende
Carolina Souza Resende
Elaine Aparecida
Giselle Carneiro
Karla Maria
Marcos Vinicius
Cultura Organizacional
Banca Examinadora
________________________________________________
Profa. Elimar Beatriz Borges - UNIMINAS
_______________________________________________
Profa. Lorraine Possamai Salvador Azevedo - UNIMINAS
_______________________________________________
Profa. Lucilene Lamounier Faria - UNIMINAS
Aos meus colegas,
que contribuíram
para realização deste
trabalho.
AGRADECIMENTOS
O objetivo deste trabalho é analisar os resultados de uma pesquisa de campo sobre cultura
organizacional e fazer uma analogia do que os respondentes de tal pesquisa e os teóricos
apresentam sobre o assunto. O instrumento foi composto, inicialmente de 126 itens, mas
somente 94 foram analisados e aplicados em três empresas com dez funcionários, possui uma
escala de opções que varia de “não se aplica de modo algum à minha empresa” (1 a “aplica-se
totalmente a minha empresa” 5 ). As médias concernente aos valores e as práticas
organizacionais revelaram uma certa imparcialidade dos sujeitos referentes ao
profissionalismo cooperativo, a rigidez na estrutura hierárquica de poder; do profissionalismo
competitivo e individualista; a satisfação e bem estar dos empregados; as praticas de
integração externa; as praticas de recompensa e treinamento e as praticas de relacionamento
interpessoal . Logo, os resultados demonstraram que as empresas pesquisadas devem dar
maior ênfase as aspectos relacionados as práticas e valores organizacionais, uma vez que estes
são imprescindíveis a qualquer organização.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações gerais
1.2 Justificativas
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivos Gerais
1.3.2 Objetivos Específicos
1.4 Definição de corpus
1.5 Metodologia
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Introdução
2.2 De administração cientifica à produtividade
3 INTRODUÇÃO
3.1 Metodologia da análise dos dados
3.2 Resultados
3.3 Discussão
3.4 Conclusão
4 Considerações finais
Capítulo I
1 Introdução
O enfoque centra-se na teoria sobre Cultura Organizacional que terá um estudo inicial
em Teoria Geral da Administração e um aprofundamento bibliográfico em Psicologia, que
serão responsáveis pelo conteúdo especifico do tema em estudo. O trabalho conta com a
orientação das professoras MS. Elimar Beatriz Borges, Lucilene Lamounier Faria e Lorraine
Possamai Salvador Azevedo. Para tal, será feito um estudo de textos de autores que abordam
o assunto, os quais fornecerão referencial teórico satisfatório para a análise dos dados,
considerações finais e possíveis sugestões. O corpus do trabalho que será analisado é a
pesquisa de campo, a qual realizar-se-á em três empresas atuantes na cidade de Uberlândia/
MG.
Em um primeiro momento, serão trabalhados os conceitos tratados por Chiavenato
(2003) nos “Antecedentes Históricos da Administração” cujos objetivos são: demonstrar seus
fundamentos, os vínculos dos princípios da Administração e organização racional do trabalho;
evidenciar a importância excessiva dispensada à tarefa e aos meios que modelaram a
Administração nos século XX; apontar as alterações nas organizações e nas pessoas
influenciadas pela nova Filosofia da Administração; explicar a influência da tecnologia na
formação do conceito de ênfase sobre a tarefa, em detrimento do ser humano; conceituar o
homem econômico e identificar as limitações e restrições da Administração. No texto “Teoria
Clássica da Administração”, o autor aborda a importância da estrutura em uma organização,
sendo essa a base para o sucesso, além de definir os elementos e princípios, as limitações e
restrições da Teoria Clássica dentro de uma análise crítica.
Os autores Rago e Moreira (1984) apresentam o taylorismo, que é a racionalização do
processo de trabalho, possibilitando o aumento de produtividade, uma vez que o foco é na
economia de tempo, eliminar comportamentos desnecessários dos operários no processo
produtivo. Tais estudos demonstram o grande impacto das relações humanas no ambiente
organizacional e da responsabilidade da gerência na intermediação entre as pessoas e os
grupos para alcançarem as metas desejadas.
Kwasnicka (2003) apresenta “A abordagem do Processo Administrativo” a qual pode
ser definida como o processo estruturado organizacional, que busca aumentar a eficiência da
empresa por meios de forma e disposição dos órgãos (departamentos) componentes da
organização e suas inter-relações estruturais, ocorre, também, a departamentalização das
funções, estruturação de cargos mais elevados.
Muniz (2001) estuda a “Teoria Burocrática”, que é a forma de organização humana
que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) adequados,
com o intuito de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos,
caracteriza-se pelos meios que são os racionais, legais e escritos, pela grande divisão de
trabalho departamentalizado.
Chiavenato (2003) também retrata sobre a “Abordagem humanística da
Administração”, teoria de relações humanas, (teoria comportamental/ ou Behaviorismo),
origens (Abordagem Humana), desenvolvimento das ciências sociais principalmente a
psicologia industrial (ou do trabalho); necessidade de humanizar a Administração; crise de
1929 (quebra da bolsa de valores de Nova Iorque), disseminação de pressupostos
democráticos nos Estados Unidos; experimento de Hawthone (Estados Unidos).
Os autores Maximiano (2004) e Motta (1997) enfocam, especificamente, o tema
cultura organizacional. O primeiro fala que o estudo de como compreender as relações com
outros grupos e sobreviverem ao mundo exterior, fazendo análise cultural dentro de uma
organização. O segundo enfoca que é uma estratégia educacional adotada para trazer à tona
uma mudança organizacional planejada, exigida pelas demandas que a organização tenta
responder e que enfatiza o comportamento com base na experiência.
Decca (1984) entra com um estudo complementar, no qual ele apresenta o nascimento
das fábricas, introduzindo uma linha de trabalho manifestada para uma melhor eficiência na
execução do trabalho, surgindo o nascimento das máquinas, implicando em todas as áreas
política e econômica, criando leis trabalhistas e beneficiando os funcionários.
A disciplina Psicologia Aplicada à Administração contribui com o estudo do
etnocentrismo a partir de Rocha (1994) (que é um grupo tomado por cultura e valor. Julgando
as pessoas a partir do seu próprio referencial, deixando o referencial do outro de lado).
1.2 Justificativas:
1.3 Objetivos
1.5 Metodologia
O projeto contará com pesquisa bibliográfica e estudo de campo. Segundo Gil (2002),
pesquisa bibliográfica é desenvolvida por meio de um material já elaborado e com base em
jornais, livros, revistas e dicionários, em quase todos os estudos científicos são exigidos
algum tipo de trabalho dessa natureza, porém, existem pesquisas que são desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas, como por exemplo: estudos exploratórios e
pesquisa sobre ideologia, bem como aquelas que se propõem a análise. Por excelência os
livros constituem as principais fontes de referências bibliográficas e podem ser classificados
como livro de leitura corrente ou referência, os primeiros abrangem obras de diversos gêneros
literários e também obra de divulgação. Os segundos são também denominados livros de
consulta e possibilitam rápida obtenção das informações. A principal vantagem deste tipo de
pesquisa é permitir a cobertura de fenômenos de forma muito mais ampla do que pesquisar
diretamente, destacando a vantagem em casos de pesquisa que requer dados muito dispersos
pelo espaço.
Estudo de campo é definido por Gil (2002) em algumas etapas como: a) a elaboração do
projeto inicial: a especificação dos objetivos, a seleção dos informantes e as estratégias para
coleta de dados costumam ser definidas somente após a exploração preliminar da situação; b)
exploração preliminar: período de investigação informal e relativamente livre; c) formulação
do projeto de pesquisa; após exploração preliminar, ou no decorrer dessa etapa, pode-se
elaborar um projeto de pesquisa bem mais específico; d) pré-teste dos instrumentos e
procedimentos de pesquisa: utilização de variados instrumentos de pesquisa, como:
formulários, questionários, entrevistas e escalas de observação; e) coleta de dados: a fase de
coletar dados e para isso é necessário alguns cuidados como: buscar apoio das lideranças
locais, aliar-se a pessoas ou grupos que tenham interesse na pesquisa, fornecer aos membros
da comunidade as informações obtidas, preservar a identidade dos respondentes; f) análise do
material e redação do relatório: análise estatística, são predominantemente qualitativas.
Utilizando essa estrutura de pesquisa se consegue obter resultado preciso sobre o assunto
abordado.
Este trabalho, portanto, foi dividido em quatro capítulos: o capítulo I apresenta as
considerações gerais, as justificativas, os objetivos, a definição do corpus e a metodologia.
O capitulo II traça a trajetória para o surgimento para o surgimento da Administração,
para tal é feito um estudo dos antecedentes histórico da Administração ; do taylorismo; da
abordagem do processo administrativo, da teoria burocrática, das abordagens humanística
e comportamental e de cultura organizacional, este ultimo apartir de Maximiano (2004),
Freitas in: Motta e Caldas (1997) e Rocha (1994).
O capítulo III faz o estudo da analise dos dados, apresenta, para isso, qual a
metodologia utilizada; os resultados obtidos com o estudo de campo e a discussão desses
dados, que tenha a intenção de fazer uma analogia do que os respondentes e a revisão da
literatura apresentam acerca do tema cultura organizacional.
E, por fim, o capitulo IV tenha responder se os objetivos foram alcançados; elenca as
principais dificuldades para execução desse trabalho e apresenta possíveis sugestões para
estudos futuros.
Capítulo II
2 Revisão da literatura
2.1 Introdução
Weber sociólogo alemão, foi o criador da Sociologia da Burocracia, foi professor das
Universidades de Friburgo e de Heidelberg e ficou famoso pela teoria das estruturas de
autoridade. A Teoria da Burocracia se desenvolveu dentro da Administração por volta dos
anos 40, em função, principalmente, da fragilidade e parcialidade, tanto da Teoria Clássica
como da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias entre si, mas sem
possibilitarem uma abordagem global, integrada e envolvente dos problemas organizacionais.
Tornou-se necessário um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as
variáveis envolvidas, bem como, o comportamento dos membros dela participantes, é
aplicável não somente à fábrica, mas a todas as formas de organização humana e,
principalmente, às empresas.
A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto
é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima
eficiência possível no alcance desses objetivos. A legitimidade do poder racional e legal se
baseia em normas legais racionalmente definidas. Na dominação legal, a crença na justiça da
lei é o sustentáculo da legitimação. O povo obedece as leis porque acredita que elas são
decretadas por um procedimento escolhido tanto pelos governados como pelos governantes.
Além disso, o governante é visto como uma pessoa que alcançou tal posição exclusivamente
por procedimentos legais (como nomeação, eleições, concursos etc.) e é em virtude de sua
posição que ele exerce o poder dentro dos limites fixados pelas regras e regulamentos
sancionados legalmente. Weber (? apud UASNICKA, 2003, p.91) identifica três fatores
principais que favorecem o desenvolvimento da moderna burocracia: o desenvolvimento de
uma economia monetária, o crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas
do Estado Moderno e o desenvolvimento tecnológico que fez com que as tarefas da
administração tendessem ao aperfeiçoamento.
Segundo Weber (? apud UASNICKA, 2003, p.95), a burocracia tem as seguintes
características principais: a) caráter legal das normas e regulamentos, onde a burocracia é
uma organização ligada por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito. b)
caráter formal das comunicações, onde a burocracia é uma organização ligada por
comunicações escritas. c) caráter racional e divisão do trabalho, onde a burocracia é uma
organização que se caracteriza por uma sistemática divisão do trabalho. d) impessoalidade nas
relações, temos a distribuição de atividades que é feita impessoalmente, ou seja, é feita em
termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas. e) hierarquia da autoridade, onde a
burocracia é uma organização que estabelece os cargos segundo o princípio da hierarquia. f)
rotinas e procedimentos estandardizados, onde a burocracia é uma organização que fixa as
regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo. g) competência técnica e
meritocracia, onde a burocracia é uma organização na qual a escolha das pessoas é baseada no
mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais. h) especialização da
administração, onde a burocracia é uma organização que se baseia na separação entre a
propriedade e a administração. i) profissionalização dos participantes, a burocracia é uma
organização que se caracteriza pela profissionalização dos seus participantes. j) completa
previsibilidade do funcionamento, onde a conseqüência desejada da burocracia é a
previsibilidade do comportamento dos seus membros.
Para Weber (? apud UASNICKA, 2003, p.94), a burocracia é uma organização cujas
conseqüências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de
obter a maior eficiência da organização. As causas das disfunções da burocracia residem
basicamente no fato de que ela não leva em conta a chamada organização informal, que
existe fatalmente em qualquer tipo de organização, e nem se preocupa com a variabilidade
humana que, necessariamente, introduz variações no desempenho das atividades
organizacionais.
Chiavenato (2003) também contribui neste trabalho com o estudo da Abordagem
Humanística da Administração, com o foco e nas pessoas, diferentemente da Administração
Cientifica que valoriza a tarefa e da Teoria Clássica que se preocupava com as organizações.
Devido ao desenvolvimento das Ciências Sociais, em especial, a Psicologia do trabalho, o
autor cita suas etapas de desenvolvimento, análise do trabalhado, a adaptação trabalhador ao
trabalho e vice-versa.
Tal abordagem teve início no segundo período do taylorismo, na época das teorias
transitivas que realizaram um trabalho de revisão crítica e reformulação da base da teoria
administrativa. Nessa mesma época, foi feita a experiência de Hawthorne por Mayo (? apud
UASNICKA, 2003, p.90), que revelou a importância do grupo sobre a produtividade dos
indivíduos. Esse experimento surgiu para que os administradores observassem seus
funcionários, seus comportamentos e analisassem o que deveria ser mudado em relação a eles.
Em 1993, Mayo (? apud UASNICKA, 2003, p.90), explica que o desempenho das
pessoas depende menos dos métodos de trabalho, pois as fábricas deveriam ser vistas como
sistema social, ou seja, não somente econômico ou industrial, talvez deveriam ter mais
compreensão com seus funcionários, porque são eles que fazem com que as empresas se
desenvolvam. O conceito proposto por Mayo e seus colaboradores não modificou a estrutura
e nem o modelo de Ford e Taylor, mas colaborou para modificar os pensamentos dos
administradores quanto aos seus funcionários, trazendo uma educação formal e informal para
cada indivíduo.
Por isso, segundo Robbins ( ? apud CHIAVENATO, 2003, p.239), deve-se analisar o
estudo do comportamento organizacional, a maneira que cada indivíduo reage em situações
diferentes, estabelecidas dentro das empresas, pois,ao se analisar cada um, fica fácil descobrir
até mesmo a forma de incentivá-los em seus trabalhos, fazendo com que produzam e gerem
mais lucros. É analisado dentro das empresas como cada indivíduo se comportaria dentro de
um grupo e se ele teria facilidade de interagir com outras pessoas, mas ele não se comporta
bem dentro do grupo, isto causa atritos entre eles, passando a prejudicar o rendimento de
todos. Portanto, seria fundamental realizar dinâmicas em grupos, para descobrir quem teria
mais aptidão ou habilidade pessoal, só assim haverá uma divisão de trabalho com cada
indivíduo do grupo. Enfim, o clima organizacional e seus sentimentos tornariam o ambiente
de trabalho melhor, uma vez que o sistema social é um dos fatores mais importantes para que
a Administração moderna facilite a convivência nas organizações.
Kwasnicka (2003), então, apresenta a abordagem comportamental como estudo e
verificações observadas do comportamento humano, baseando-se em processos científicos. É
considerada também uma ciência indutiva, que focaliza o indivíduo, utiliza bases teóricas de
outras ciências, tais como: a Medicina, Psicologia, Sociologia e a Antropologia. Os estudos
que a ciência comportamental abrange são classificados em três níveis: o estudo do indivíduo
e seu comportamento o primeiro, o estudo dos grupos, o segundo e o complexo
organizacional o terceiro. Vários autores contribuíram com a abordagem comportamental.
Argyris (? apud UASNICKA, 2003, p.91) realizou um estudo em dez organizações sobre
processo decisório e verificou que, individualmente, os executivos possuem grande potencial
para tomarem decisões e assumirem riscos, quando é necessário tomá-las em grupo tendem a
criar políticas e regras nas relações interpessoais, o que inibe a oportunidade de assumirem
riscos, provocando ineficiência no processo de decisão. De acordo com Simon ( ? apud
UASNICKA, 2003, p.91.), outro pesquisador, o executivo é limitado nos seus conhecimentos
de alternativas, opta por realizar uma escolha de satisfação mínima e não de otimização. Para
Simon otimizar significa colocar um conjunto de critérios que permita que todas as
alternativas sejam comparadas e a alternativa seja escolhida por esses critérios. Criar
alternativa satisfatória é “quando existe um conjunto de critérios que descreve o mínimo de
satisfação para as alternativas e a alternativa escolhida satisfaz a esses critérios” (SIMON
apud KWASNICKA, 2003, p.140).
Em relação a autoridade, a abordagem comportamental identifica o aspecto do
comportamento do indivíduo baseada no conceito da aceitação do comando ou da persuasão.
Simon diz que a autoridade não está no indivíduo que dá a ordem, e sim, em quem aceita. O
indivíduo pode ou não aceitar a ordem, caso esteja sem convicção para fazê-la, irá negociar
com seu superior e não aceitá-la passivamente. Ou seja, a autoridade e o poder são
ingredientes necessários no processo de decisão. Esses elementos controlam o tipo de ação
que o sujeito tomará e proporciona uma expectativa por ter causado a ação desejada. Por isso,
para Blau (? apud UASNICKA, 2003, p.94), poder e autoridade são “a capacidade de pessoas
ou grupos de impor seus desejos sobre os outros, independentemente da resistência contra a
intimidação, tanto pelas formas de suspensão de recompensas regularmente oferecidas, como
pela forma de punição, pois ambas constituem-se em sanções negativas”. O indivíduo que não
tem suas opiniões aprovadas pelo grupo tem uma perda informal da autoridade, por outro
lado, o que usa o poder de forma moderada pode aumentar a autoridade. Todas essas análises
mostram que ele fica limitado no poder e na autoridade ao tomar alguma decisão, e esta pode
ser baseada no poder, na autoridade ou na influência que o tomador de decisão exerce.
Vários estudos foram realizados para identificarem o que motiva as pessoas, Simon e
Bernard (? apud UASNICKA, 2003, p.95), falam sobre o equilíbrio organizacional,
estabelecem algumas condições que uma organização pode induzir seus membros a
continuarem a sua participação e garantirem a sobrevivência dessa organização. Este princípio
baseia-se na contribuição versus incentivo, ou seja, o sujeito colabora para o desenvolvimento
e sobrevivência da organização e essa o retribui com pagamento e participação, sendo
necessário avaliar qual o grau de satisfação do indivíduo. Douglas McGregor ( ? apud
UASNICKA, 2003, p.95) elabora então a teoria X e Y que associam a motivação à atividade
de liderança, tal motivação está centralizada na auto-realização e na satisfação das suas
necessidades. A Teoria Y reconhece as dificuldades existentes nas relações interpessoais no
ambiente de trabalho que interferem nas variáveis comportamentais e na satisfação de suas
necessidades sociais. Já a teoria X já focaliza – se no isolamento, uma vez que as interações
sociais podem prejudicar a produtividade, propõe, também, pouca participação e que o estilo
de liderança é mais diretivo, pois o sujeito não gosta do trabalho e para realizá-lo é necessário
que seja dirigido.
Essa teoria apresenta que nem mesmo com recompensa o ser tem motivação para
trabalhar, e o processo de recompensa tende a ter que crescer para se conseguir bons
resultados. Maslow e Herzberg (? apud UASNICKA, 2003, p.96), contribuíram também para
os estudos nesse campo, Maslow com a teoria da necessidade humana apresentada em 1954,
que estabelece uma hierarquia das necessidades que comandam os motivos que levam o
indivíduo a produzir, a essa hierarquia se inicia com a necessidade fisiológica, passa para a
segurança, sociais, do ego, e de auto-realização. Sendo que essas necessidades, quando
satisfeita, aumentam a motivação e, conseqüentemente, a produtividade. Herzberg com a
teoria dos dois fatores apresentada em 1959, é estabelecida que a motivação origina dos
fatores do trabalho, como o reconhecimento, responsabilidade, oportunidade de progresso,
obtenção de resultados e do próprio cargo. Segundo Herzberg (? apud UASNICKA, 2003,
p.97), “a satisfação aumenta a motivação, porém a insatisfação não a diminui”, e estabelece
um conjunto de fatores que afetem a satisfação e a insatisfação. Os fatores ambientais afetam
a insatisfação, é esse fator que influência a segurança do trabalho, supervisão, condições
físicas de trabalho, pagamento e relações interpessoais. Já os fatores motivadores afetam a
satisfação, por serem os fatores que circundam o próprio trabalho na oportunidade de
reconhecimento, realização e no crescimento pessoal. O individuo desenvolverá atitudes
favoráveis ao trabalho quando a organização proporciona essas oportunidades.
Lewim (? apud UASNICKA, 2003, p.98), foi o fundador da dinâmica em grupo como
movimento. Seus experimentos mostraram que m,oral e produtividade estão ligadas
diretamente a atitudes de liderança. Já Mayo (? apud UASNICKA, 2003, p.98, demonstra
com seus estudos a importância dos grupos no resultado financeiro da organização.
(? apud UASNICKA, 2003, p.98), realizou várias pesquisas nessa área e analisou o
comportamento do grupo relacionado a sua estrutura interna e ao ambiente externo, dando
atenção ao equilíbrio social que o grupo exerce e concluiu que a função das normas é dar
segurança ao grupo pois controla o ambiente externo afirma que a solidariedade que existe
entre os membros é a coesão grupal.
(? apud UASNICKA, 2003, p.99), realizou o mesmo estudo, mas focado no trabalho e
na produtividade, concluiu que o grupo define seu próprio padrão e procura evitar conflitos
em função da competição entre seus membros, afirmando que trabalho em grupo não
influência no aumento da produtividade, se o grupo não o tiver como objetivo. E resolvendo
os problemas relacionados ao grupo com sinergia.
Sobre liderança os teóricos (? apud UASNICKA, 2003, p.100), expressam que o
processo de liderança pode ser atribuído a traços físicos, mentais ou de personalidade
possuídos por aqueles que exercem, em contrapartida, os teóricos do comportamento
afirmam que o sucesso do líder está em suas atitudes e na forma que ele reage e não no que
ele é.
(? apud UASNICKA, 2003, p.101), aborda a diferença liderança de comando, em que
liderança é uma função criativa que envolve avaliação constante do ambiente externo e
interno da organização e, comando é quando somente é passado ao indivíduo a ação a ser
executada.
Dentre as missões de um líder, pode-se destacar a definição do objetivo da
organização, moldar o caráter da organização, mantendo os valores e a identidade, administrar
os conflitos internos, buscando um equilíbrio para as divergências. Estudos apontaram quatro
tipos de liderança: os líderes autocráticos, que se baseiam em sanções para que suas ordens
sejam seguidas; os líderes participativos, que são opostos aos anteriores; os instrumentais que
têm habilidade de controlar os recursos para se atingir a eficiência e, por último, a liderança
personalística, que se interage, representa e difunde os valores morais e sociais que ele
difunde.
Maximiano (2004) é um dos autores que retrata o lema deste trabalho de forma
explicita, ele define cultura organizacional como a compreensão de diversos elementos que
foram desenvolvidos pelos antepassados e repassadas aos veteranos. Os novos integrantes da
organização devem entender e aprender a se comportar de acordo com a cultura da
organização para ser aceito e sobreviverem. Todas as organizações desenvolvem uma cultura,
e essa é desenvolvida no aprendizado, no processo de resolver problemas de adaptação ao
meio ambiente e de convivência interna. A linguagem é o elemento mais simples da cultura,
termos escritos ou falados, quando reconhecidos pelo indivíduo, mostram que este se encontra
aculturado, ou seja, já é familiar a ele a respectiva cultura. O sujeito está introduzido dentro
do contexto cultural próprio daquela linguagem.
Com o crescimento da organização, a cultura também divide-se em subculturas, ou
seja cada departamento vai criando uma cultura ocupacional própria. Os componentes da
cultura organizacional são definidos em níveis, e os principais componentes desses níveis são
os artefatos, tecnologia, costumes, linguagem e valores que estão estreitamente relacionados.
É perceptível essa relação quando se compara o comportamento dos integrantes de
departamentos diferentes de uma organização. Cada um mantém a postura, costumes e
comportamento que lhe foi passado pelos veteranos do setor.
Maximiano (2004) faz o estudo de cada fator da cultura organizacional, iniciando com
os artefatos, que são os produtos, as roupas, os veículos, utensílios que as pessoas utilizam,
com esses dados o novo integrante da organização ou um visitante já saberá como se
comportar naquele ambiente. A tecnologia é vista por Maximiano (2004) como o repertório
de conhecimento das organizações para a resolução de problemas. A palavra tecnologia não
está atribuída somente ao artefato, mas sim a todos os recursos utilizados na resolução de
problemas de interação com o ambiente e de convivência interna, que geralmente os grupos
enfrentam. A tecnologia permite classificar as organizações atrasadas e as avançadas, fazendo
o comparativo com o mais avançado da cultura tecnológica, o chamado estado-da-arte.
O grau de sofisticação tecnológica altera outros componentes da cultura
organizacional, como: hábitos, atitudes e valores em relação ao próprio conhecimento. Os
símbolos compreendem comportamentos e objetos que transmitem mensagens e têm
significados dentro da organização. Esses símbolos procuram criar impressões dramáticas,
tanto nos seus integrantes como no público externo. Os símbolos que se destacam são as
arquiteturas, os vestuários, a linguagem, que assumem o papel de diferenciarem e destacarem
em culturas, utilizando também, as histórias, que são os fatos reais e alguns mitos, que não
passam de invenções e, os heróis que se compreendem em pessoas que fizeram parte daquela
cultura e se destacaram, como se fossem deuses. Os rituais e as cerimônias carregam grande
significado e para manter viva a lembrança das tradições.
Os valores compreendem crenças, preconceitos, ideologias e todos os tipos de atitudes,
julgamentos compartilhados pelos integrantes da organização e, esses valores estão no íntimo
da cultura organizacional. As crenças, os valores e o preconceito estão na base das normas de
conduta e influência no aspecto comportamental das pessoas na organização. A maneira
como os integrantes da organização devem interagir entre si e com o mundo externo é
definida pela cultura organizacional. Essa maneira de agir colabora para a resolução dos
problemas de convivência interna e de relações com o mundo exterior. Na convivência
interna, a cultura estabelecida pela organização regula a relação entre seus membros e define
que tratamento deve-se dar á resolução de conflitos. Ou seja, a cultura define uma faixa de
limites entre seus integrantes diante dos problemas, os erros, recompensas e punições que
ocorrem no dia-a-dia.
A segunda função importante da cultura é regular a relação com outros grupos e o
ambiente externo, mostrando a forma que devem ser encarados e tratados. A cultura define a
missão da organização e seu papel em relação ao meio ambiente, sua imagem diante os
fornecedores e clientes, definindo fronteiras, posicionando –se diante de outros grupos.
Outro fator que se deve levar em consideração é o das disfunções, essa disfunção é o
desvio no comportamento coletivo. Um exemplo desse desvio é a resistência generalizada às
mudanças interna. O papel desenvolvido pela socialização organizacional é de aculturar os
recém-chegados, ensinado-lhes a forma de se comportar, relacionar e conviver diante do
grupo, e a forma que o grupo se comporta diante dos outros grupos. Esse processo de
socialização pode ter efeito contrário, pois o recém-chegado passa aos veteranos os costumes
e valores que possui. A socialização ocorre por um processo de aquisição de comportamento,
associado ao papel que a pessoa exerce na organização. O mecanismo de socialização ocorre
de diferentes maneiras, como exemplo orientações passadas pelos veteranos ao novo
integrante da organização.
Existem portanto, três estágios no processo de socialização organizacional: o primeiro deles
diz respeito a expectativa e a preparação, o indivíduo cria uma expectativa em torno da
organização que pretende entrar e a preparação já começa no processo seletivo, muitas
organizações deixam explícito quais as regras que os candidatos devem aceitar; o segundo
estágio é o ingresso do indivíduo na organização, nesse estágio, começa a preparação de
aprendizado por meio de treinamentos, linguagem, regras, manual de código de conduta,
dentre outros. E, o último estágio é o ajustamento e a integração do sujeito junto à
organização e aos seus membros. Caso não ocorra a adaptação deste poderá ser excluído da
organização.
Existe uma variedade muito grande de culturas, cada região, lugar, grupo, comportam
– se de uma forma e têm valores diferenciados, o que, dá a esses grupos singularidade
cultural, provocando uma integração ou conflitos entre si. Entendendo como pensam os
diferentes grupos, será possível analisar seu próprio comportamento e conviver mais
produtivamente com os outros.
Existem indicadores que mostram as diferenças entre as culturas, dentre elas têm-se o
indicador de distância do poder. Há organizações que em sua cultura pregam elevada
distância de poder, e, por isso, há grande respeito pelos superiores e, em outras, existem
pequena distância de poder, ocorrendo o inverso. Ou seja, em determinadas organizações, o
que foi dito já basta, em outras, é necessário que se formalize por escrito. Por isso, atitudes
proativas que visam feedback positivamente, alterando a dinâmica do sistema interno e sua
relação com o ambiente externo e não muito importantes e, em contrapartida, há as atitudes
reativas que têm efeitos contrários a proativa. O universalismo e o particularismo.
De acordo com o Maximiano (2004) existem dois tipos de culturas, as adaptativas, que se
preocupam com os clientes, acionistas, empregados e fornecedores e não adaptativas, que se
preocupam, principalmente, consigo mesmo, são orientadas para dentro.
A cultura mecanicista é adequada a ambientes estáveis, como exemplo as repartições
públicas. Essa cultura valoriza a lealdade e obediência aos superiores, a coordenação fica
exclusivamente a cargo da alta administração. A cultura orgânica é adaptada às condições
instáveis, com problemas complexos e com a necessidade que todos sejam especialista em
tudo. Preferem a natureza informativa ao invés de ordens, o que cria um alto nível de
comprometimento com as metas da organização. Esses são alguns indicadores que medem a
cultura organizacional.
Freitas In: Motta e Caldas (1997) também procura discutir com profundidade o real
significado do que seja cultura organizacional, as suas implicações, os seus pressupostos e
suas eventuais interferências no mundo. Ao discutir temas controversos, rompe com
concepções para não dizer mitos, arraigadas na memória do homem . Por exemplo, quando
discute sobre o fato da não necessidade de um tema de pesquisa ser inédito, exemplo um
“braço”, pode ser uma nova vertente de uma pesquisa existente. Ou mesmo, uma reflexão
atualizada sobre pesquisas já existente, que podem ser redimensionadas a luz de novas teorias
atualizadas.
Um paradigma que foi desenvolvido para um determinado conjunto de problemas é
ambíguo na sua aplicação a outros fenômenos estreitamente relacionados. Nesse caso,
experiências são necessárias para permitir uma escolha entre modos alternativos de aplicação
do paradigma à nova área de interesse. Freitas expõe a temática de forma ideológica, onde os
estudos organizacionais privilegiam um tema, levando-o a marcar-se como referencial
obrigatório para as análises subseqüentes ao seu surgimento.
A cultura organizacional no século XXI encontra-se incorporado à Teoria das
Organizações, chegando a ser entendida por meio dos aspectos culturais como
imprescindíveis em qualquer tipo de análise e prática organizacional, despertando, assim,
grande interesse. Mas, o corpo teórico da cultura organizacional permanece fragmentado, o
que tem-se tornado em objeto de várias críticas segundo Aktouf (1994 apud FREITAS In:
MOTTA e CALDAS, 1997).
Já de acordo com Castoriadis e Goff (1990, 1995 apud FREITAS In: MOTTA e
CALDAS, 1997) “a tendência de autonimizar a cultura organizacional” sem observar
atentamente os fenômenos sociais mais globais tende a colocar os valores transpostos em um
respaldo político administrativo, uma sustentação mais ampla, dificultando sua análise.
A partir das observações no presente capítulo, percebe-se que há o objetivo de discutir
a cultura organizacional dentro da ótica de poder político, que permeia todas as relações
presentes na organização.
Castoriadis (1995 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997) defende o
paradigma de que a cultura organizacional tem sido entendida como um conjunto de
representações imaginárias sociais, expressadas por meio da ética, das interpretações,
particularizando a identidade e o reconhecimento de seus membros na organização. Para
Enriquez (1974 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997) esse papel da Cultura
Organizacional é algo influente, voltado para o psiquismo; envolvente, promovendo uma
relação de cumplicidade;
Diante das recentes descobertas na área antropológica, destacando-se a área
psicanalítica, segundo alguns dos seus defensores, o homem nada mais é do que uma das
espécies que se desenvolveu, ajustando-se ao meio ambiente, um ser ciente da sua história,
das suas necessidades, que percebe a ausência existencial, num conflito interior, um narcista
que, diante da necessidade de viver uma ilusão, buscam assim no transcendente um ponto de
referência para alimentar seu objeto de desejo. Assim, o imaginário torna-se por excelência o
espaço da representação, ainda que simbólico. Freitas In: Motta e Caldas (1997) procura
explorar o aspecto psicanalítico do ser humano, de forma que possa traçar um paralelo entre o
equilíbrio psico-emocional e a prática da cultura organizacional; revelando assim a ferida
psicanalítica humana presente no ideal Ego, por meio das exigências do Id e do Superego.
Segundo a autora, as mudanças aceleradas trazem uma série de conseqüências para o
indivíduo, a família, a organização e a sociedade em geral, pois onde a quebra de padrões
culturais tradicionais há posteriormente uma alteração na importância dos papéis sociológicos,
sejam eles, religiosos, políticos, morais, culminando em uma crise de identidade no mundo
ocidental. Por meio dessa fragilização, o ser humano, torna-se a cada dia, um dependente
virtual, um ícone da pós-modernidade, um ser nuclear e ao mesmo tempo “tribal”.
Para Sainsaulieu (1992 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997) tudo isto leva
a uma primazia do econômico, sustentando uma crescente legitimação da ideologia
neoliberal; um movimento de revalorização das empresas privadas que passam a orientar-se
cada vez mais pela lógica de mercado e pela racionalidade instrumental, uma espécie de
iconização, onde a semelhança é algo comum e o indivíduo nada mais do que o mero
consumidor, Beauvois (1994 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997).
Enriquez (1992 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997) expõe que as
empresas nesse momento passam então a se investir como o pólo da legitimação social,
verdadeiras regeneradoras do tecido social no seu conjunto, vivenciando uma pretensão das
organizações modernas no que é certo que elas assumem um lugar cada vez mais central na
vida social e política, um referencial de identificação para os indivíduos. Segundo o mesmo, a
fragilidade sócio-cultural e religiosa provoca insegurança psicológica elevada nos indivíduos,
o que os força a ancorar em mensagens e líderes que tenham uma palavra de segurança total,
um positivismo psicológico, acarretando no surgimento de movimentos carismáticos, ou seja,
de “narcisismo das pequenas diferenças”.
Diante da matéria exposta, a questão da identidade é de suma importância na
sobrevivência do homem. Conforme Moréas (1994 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS,
1997) a realização de qualquer coisa é precedida pela capacidade de imaginar essa coisa e dar
a ela um significado; o que podemos observar através dos sonhos, das visões, perspectivas do
futuro que cada indivíduo carrega dentro de si. No universo particular de cada um, há sempre
uma forma particular de dar significação a esses termos. O universo simbólico é investido de
afetividade, de coração, uma linguagem que pode expressar-se de uma forma que escapa à
expressão de um racional puro, um dualismo de dependência mútua.
A cultura organizacional é a forma expressiva, que comunica, cria, sustenta a idéia de
comunidade, de orgulho de pertencimento ao grupo exclusivo ou de “clube dos raros”, o que
segundo Buber, (? apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997) trata – se do
relacionamento entre o Eu e o Tu. A medida que ela sugere um mundo e uma missão
grandiosa, ela faz a passagem entre o modelo anterior de gestão e um modelo fundado na
adesão e na conquista do amor.A partir dela o superego é massageado, como fruto do
complexo de castração, havendo um ideal que vem do Ideal do Ego, herdeiro do Narcisismo,
de forma que vem assumindo e identificando-se com seu ideal, momento este em que o
indivíduo cria a ilusão de tudo poder, o que leva-o a cumplicidade e co-produção
inconscientemente, que é absorvida a cada dia, por meio de palavras da organização sobre si
mesma e seu relacionamento com o indivíduo; podendo tornar-se em auto-referente.
Conforme Enriquez (1992 apud FREITAS In: MOTTA e CALDAS, 1997), as
organizações têm a escolha de dois tipos de imaginário, o leurrent e o moteur, dependendo de
qual via escolher a mesma poderá ser deliberadamente perversa e mortífera, o que
infelizmente a grande maioria das organizações modernas tem optado. Logo cultura
organizacional é na verdade uma faca de dois gumes, um instrumento de controle não só para
os indivíduos, mas para a própria organização. Devendo haver uma flexibilidade moderada,
ou seja, condicionada, nunca esquecendo que o indivíduo sempre será ser e a máquina, por
mais inovada que parece, sempre será uma máquina. Mesmo na luta pela identificação e
aprimoramento, a crise ou mal-estar no processo identificatório dos sujeitos da sociedade
moderna, tende a se agravar se as organizações pautarem suas ideologias no paradigma
exclusivo de fornecedor de identidade. Rocha (1994), autor estudado em psicologia, apresenta
o tema , a partir do etnocentrismo, que é quando nosso próprio grupo é tomado como centro
de tudo, influenciado por elementos intelectuais e racionais e também por elementos
emocionais e afetivos. De um lado tem- se o grupo do “eu”, o nosso grupo que gosta de
coisas parecidas, tem as mesmas crenças e o do outro lado tem - se o grupo do “outro”,
diferente do nosso, que pensa e age diferente . E, apesar dessa diferença, continua existindo e
sobrevivendo no mesmo mundo que o nosso.
A diferença é ameaçadora e prejudica nossa identidade cultural. A sociedade do eu é melhor e
superior ás outras. E a sociedade do outro é atrasada e inferior. O que é importante e de algum
valor para um grupo pode não significar nada para outro grupo, a forma de pensar varia de
acordo com a cultura de cada um. Ás vezes o que é um absurdo para um grupo pode ser parte
da cultura de outro grupo, tornando – se absolutamente normal. Nossas atitudes frente a
outros grupos sociais com que convivemos são muitas vezes repletos de atitudes
etnocêntricas. Mas algumas idéias se contrapõem ao etnocentrismo, por exemplo, a
relativização , que é quando tentamos entender e compreender o ato do outro, colocando- nos
em seu lugar sem julgar.
De acordo com Rocha (1994), a Antropologia Social ou Cultural tenta entender e
compreender a diferença de pensamentos a partir da comparação entre as sociedades. Um dos
pensamentos que tentava explicar a diferença é o Evolucionismo , que está ligada ao
desenvolvimento. Para o Evolucionismo Antropológico, o progresso é fundamental, pois
significa, também, avanço no tempo. O estado de avanço de cada sociedade era medido, e,
esse medidor de progresso foi definido pela cultura do homem branco. Os evolucionistas
consideravam suas idéias absolutas, universais e as melhores, achavam que o que fosse
importante para sua sociedade seria para todas as outras e o outro era completamente
indiferente como elemento de transformação da teoria. No etnocentrismo, ainda prega a visão
etnocêntrica, como por exemplo, quando se diferencia grupos civilizados de grupos
primitivos.
Rocha (1994) ainda afirma que a Antropologia atual consegue observar que
sociedades diferentes podem ter idéias e concepções diferentes que sejam boas para todos,
Podendo, desta forma, conciliar o etnocentrismo com o relativismo. O difusionismo também
estava relacionado ao desenvolvimento de cultura e tecnologias, tentava entender o porquê
das diferenças e dizia que o padrão cultural era relativo. Logo, pode-se concluir que a cultura
determina características nos indivíduos sendo elas positivas ou negativas, e pode ser
incentivada ou reprimida.A linguagem falada por um determinado grupo por exemplo,
determina e organiza a visão de mundo desse grupo.
Capítulo III
3. Introdução
3.2 Resultados
Análise dos componentes principais dos noventa e quatro itens correspondentes aos
valores extraiu sete fatores com médias de 2,61 a 4,15. O fator 1 obteve média de 4,15, o
conteúdo de seus vinte e três itens associa-se a valores com eficácia e competência,
demonstrando espírito de colaboração, habilidade, dedicação, profissionalismo e
capacidade de iniciativa, contribuindo, desse modo, para o alcance das metas comuns das
organizações. Nesse sentido tal fator foi denominado de “profissionalismo cooperativo”
(Tabela 2).
O quarto e ultimo fator retirado do conjunto de itens concernentes aos valores foi
intitulado de “satisfação e bem estar dos empregados”, por apresentar valores
característicos de empresas que investem no bem estar, satisfação e motivação dos
empregados, procurando, assim, humanizar o local de trabalho e torna-lo agradável e
prazeroso. Tal fator foi composto por 11 itens e obteve média de 3,76 (Tabela 5).
3.3 Discussão
3.4 Conclusão
4 Considerações Finais
Os pesquisadores acreditam que objetivo geral deste trabalho foi cumprido, uma vez
que foi feita a analogia do que os respondentes da pesquisa de campo e os estudiosos do
capitulo II apresentaram sobre cultura organizacional. Quanto aos objetivos específicos,
também foram cumpridos, porque transformaram-se nos fatores do trabalho.
A definição do corpus foi baseada no tema em questão, mas extraído de um trabalho
já publicado, ou seja, um instrumento foi proposto pela professora Lorraine... , a partir do
trabalho do Ferreira et al (2002).
O estudo das teorias dispostas no capitulo II foi útil para os pesquisadores
entenderem a importância do estudo de temas como cultura organizacional, além de ter
proporcionado bagagem teórica para a discussão dos dados, que foi feita no capitulo III. Tal
discussão demonstrou a necessidade, por parte das empresas pesquisadas, de uma melhor
ênfase nas culturas adotadas por estas.
Vale ressaltar ainda, que, segundo Ferreira et al (2002), os itens que compõe os 4
fatores concernentes aos valores foram desenvolvidos exclusivamente a partir de critérios
empíricos isto é, tomando-se por base as vivencias e percepções dos indivíduos. Ainda sim, de
acordo com a autora, seus conteúdos apresentaram varias semelhanças com os fatores obtidos
no estudo de Tamaio e Gondim (1996), também desenvolvidos com amostras brasileiras,
assim é os fatores de eficácia e eficiência, interação no trabalho, gestão e respeito aos
servidores, observados por aqueles autores, mostraram-se conceitualmente similares
respectivamente, aos fatores de profissionalismo competitivo, rígidos na estrutura hierárquica
de poder e bem estar dos funcionários presentemente obtidos.
Logo, as médias em questão, ao possibilitarem à avaliação do modo pelo qual as
empresas imprimem suas culturas, isto é, do grau em que certos traços ou elementos culturais
as simbolizam e representam, constituem um instrumento para investigações voltadas para
análise e compreensão da intrigada e complexa rede de fenômenos relacionais e estruturais,
voltados as praticas e valores, responsáveis pelo o adequado funcionamento das organizações.
Os pesquisadores não podem deixar de comentar sobre as competências que o trabalho
pretendeu abranger, por isso, segue agora a visão destes sobre: estudo em grupo; comunicação
e expressão; criatividade; liderança; pro atividade e relacionamento interpessoal.
O trabalho demonstrou que o estudo em grupo precisa de muita dedicação por
parte de todos os membros, principalmente através do comprometimento e interesse em
chegar a um resultado satisfatório. Mas ao mesmo tempo é necessário saber conviver com a
divergência de idéias e focar no relacionamento interpessoal tentando lidar da melhor forma
com cada tipo de pessoa e também com cada situação. A criatividade e pro atividade de
alguns membros do grupo foram pontos positivos, já outros membros pouco se empenharam
na realização das tarefas dando prioridade a outros afazeres. Mais de um membro se destacou
no processo de liderança, expressão de idéias e comunicação tentando desta forma atingir um
melhor resultado em consenso com os outros membros que marcaram presença em todas as
reuniões demonstrando interesse em concluir um bom trabalho.
5. Referências Bibliográficas
DECCA, E. S. O nascimento das fábricas. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984, p.6-13.
FREITAS, M. E. de. Cultura organizacional: o doce controle no clube dos raros. In: MOTTA,
F.C. P; CALDAS, M. P. (Orgs). Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo:
Atlas, 1997, p. 293-315.
GIL. A. G. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo; Atlas, 2002.176 p.
MUNIZ, A.J. DE O; FARIA H.A. Teoria burocrática. In: ______. Teoria geral da
Administração: noções básicas. 4. ed.rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2001, p. 42-50.
SPINK, P.K. Discurso e ideologia gerencial: reflexões a partir da experiência brasileira. In:
MAXIMIANO, A.C.A. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução
digital. 4. ed.: São Paulo: Atlas, 2004, p. 305-315.
APENDICE – A – Tabelas e fatores
ANEXO – A – Questionário de pesquisa.
ESQUISA DE CULTURA ORGANIZACIONAL
13. Os empregados têm uma noção clara dos principais objetivos da empresa
16. O bem-estar dos funcionários é visto como uma forma de garantir maior
Produção
37. Investe-se na satisfação dos funcionários para que eles prestem um bom
atendimento aos clientes
56. As decisões mais importantes são tomadas por uma única pessoa
70. Ser cordial com os colegas é uma das atitudes mais estimuladas
100. As idéias criativas dos empregados são postas em prática como forma
de torná-los mais motivados
111. As pessoas preferem receber ordens para não terem que assumir
responsabilidades
Profissão: _____________________