Você está na página 1de 6

Sabe-se que a educação, principalmente a pública no Brasil vive uma crise

sem precedentes. Infelizmente, o acesso ao saber, à educação e à cultura


universal tem sido a cada vez mais difícil para a maioria da população menos
favorecida. Isso porque, em alguns casos, o ensino de qualidade está ligado à
colégios particulares com mensalidades altas nas quais a maior parte da
população brasileira não possui condições de pagar para seus filhos. O texto
analisa as escolas públicas de São Paulo por ter a maior rede de ensino e por
ser o estado mais rico do Brasil.

Historicamente, o projeto iluminista liberal-português vive uma crise, e com isso


a escola pública decai. Sabe-se que a burguesia tentou implantar um projeto
educacional para as amplas massas promovendo um maior contato com a
herança cultural e científica, mas não houve sucesso.

Em junção a pequena burguesia radical , alguns movimentos desempenharam


um papel importante na luta pela educação unificada e pública. Na Inglaterra,
tinham um ideal de combater o trabalho infantil e as péssimas condições de
trabalho e jornadas excessivas, então, defendiam a educação como uma forma
de esquivar-se dessas práticas trabalhistas quase análogas à escravidão. A
burguesia se convence então de que o ensino público seria uma maneira de
qualificar a mão de obra, humanizando o trabalho e evitando que seus
maquinários fossem estragados, visto que o empregado seria qualificado para
entendê-las.

Durante a criação do bloco socialista, o acesso a serviços públicos , como


saúde, educação foi universalizado, em que garantiu-se o pleno emprego.
Encontra-se ai a terceira via entre o capitalismo e o socialismo, na qual é o
Bem Estar Social, que uniu a democracia liberal e o mercado, com o pleno
emprego e a universalização dos serviços públicos, como a educação. Porém,
essa junção não obteve êxito, houve triunfo do lado capitalista, com sucessivos
acontecimentos ruins em todos os campos: ideológico, político e
consequentemente, a educação, na qual passou a ser em grande parte
privatizada.

No Brasil, o crescimento da educação pública surgiu com o avanço do


capitalismo, mas, somente na Primeira República, foi possível evidenciar e
discorrer seriamente sobre o ensino público como um direito, mas as classes
dominantes, infelizmente não colocavam a educação pública como algo
obrigatório, pois a economia era majoritariamente agrária e não dependia de
qualificação de mão de obra, o que somente expandiu o acesso à educação
para as elites e seus herdeiros.

Somente após acontecer as Reformas na década de 1930, com o Governo


Vargas que o Ministério da Educação foi criado e o ciclo I do Ensino
Fundamental tornou-se obrigatório e gratuito. Essa expansão de ensino, faz
emergir o ensino profissionalizante SENAI e SENAC. No período da ditadura, a
escolaridade obrigatória foi estendida para todo o Ensino Fundamental
havendo então, um crescimento destes cursos profissionalizantes, que
ocasionou no fim do ciclo militar mais de 75% dos que estavam matriculados
no ensino superior, estavam na rede privada.

Mas não se pode enganar que essa ampliação ao acesso às escolas era
somente pelo bem da população, tinha também o intuito de atender aos
desejos capitalistas. Os cursos profissionalizantes faziam com que houvesse
uma crescente mão de obra qualificada e semi-qualificada. Esse crescimento
tinha um objetivo de tornar alfabetizado quem somente era capaz de ler e
escrever o próprio nome o que ocasionou péssimos indicadores de qualidade.
Mas, nada que foi dito contradiz com a ideia de que havia uma cumplicidade
para expandir a rede privada de ensino no Brasil.

A hora do mercado: o tsunami termidoriano na educação

Enquanto a burguesia se via sozinha em um reinado, a OMC e o Banco


Mundial começaram a tratar e denominar a educação como mercadoria, na
qual desencadeou um caminho para a privatização, e que durante os mandatos
de FHC o governo estadual e federal foi privatizado quase tudo que havia no
Brasil. Estas privatizações, foram elaboradas e impostas com o argumento de
que haveria uma melhoria na qualidade dos serviços sem que os preços
fossem absurdos.

Na área da educação, ocorrem tentativas de privatização direta na qual a


primeira não obteve sucesso, e, a segunda havia uma competição das
pequenas e poucas verbas, entre as escolas públicas, como também, os pais
recebiam uma espécie de voucher para subsidiar a educação do filho, seja qual
for a escolha de escola, e caso o valor não cobrisse as despesas, caberia aos
pais complementarem o valor faltante. Mas graças aos professores que tem
sido de fundamental importância neste caso, a tentativa foi falha. E a luta dos
docentes continuam, enfrentam a diversos problemas em sala de aula como
falta de estrutura, remuneração não compatível, entre outros problemas, até os
dias atuais.

“A tecnologia do século XXI com as relações laborais do século XIX”: A


reestruturação produtiva na educação.
É de notório saber que os professores detêm de um direito universal que é o
conhecimento e a escola pública, e que juntamente com os alunos são os
principais lutadores pela educação pública de qualidade, mas há evidências
que o governo e seus representantes são adversários a esta causa.

É de suma importância que os professores ensinem cada vez mais e melhor


para que os jovens aprendam e tenham senso crítico para lutar a cada dia para
que essa luta seja transformada através do conhecimento.

Você também pode gostar