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MANUAL DE
« EQUIVALENTES »
ALIMENTARES
« FICHA TÉCNICA »
TÍTULO
Manual de Equivalentes Alimentares
AUTORES
Ana Costa Leite, Ana Goios, António Pedro Mendes, Elisabete Pinto, Mariana Barbosa, Raquel Abrantes,
Sílvia Pinhão, Teresa Carvalho
Nota: Todos os elementos colaboraram equitativamente para este trabalho.
REVISORES
Carla Pedrosa, Duarte Torres, Flora Correia, Mónica Sousa, Vitor Hugo Teixeira
Nota: O conteúdo final do trabalho poderá não incluir a totalidade das propostas efetuadas pelos revisores.
CORPO EDITORIAL
Helena Real, Mariana Barbosa, Teresa Carvalho
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Helena Real
PROPRIEDADE
Associação Portuguesa de Nutrição
Rua João das Regras, n.º 278 e 284 – R/C 3 | 4000-291 Porto
Tel.: +351 222 085 981 | Fax: +351 222 085 145 | geral@apn.org.pt
facebook.com/associacaoportuguesanutricionistas
www.apn.org.pt
ISBN 978-989-8631-44-2
DATA DE EDIÇÃO
Setembro, 2023
EDITORES
Associação Portuguesa de Nutrição
CONCEÇÃO GRÁFICA
Cooperativa 31
A atualização da informação que o nutricionista usa no seu dia a dia do exercício profissional é
fundamental. Desta forma, as ferramentas à disposição destes profissionais devem ser revistas
com regularidade e modificadas em conformidade com a evolução do conhecimento, da va-
riedade dos produtos alimentares disponíveis no mercado e de acordo com as recomendações
nacionais e internacionais, tendências de consumo, entre outras.
É neste âmbito que se assume a elaboração do Manual de Equivalentes Alimentares: uma ferra-
menta amplamente utilizada por todos os nutricionistas que trabalham, por exemplo, na área
da Nutrição clínica e que procuram dar a resposta mais harmoniosa com as expectativas de
cada indivíduo.
Em 2017, foi lançado o desafio de desenvolver este manual a vários nutricionistas, que pron-
tamente aceitaram pertencer a este grupo e desenvolver todo o trabalho que permite à
Associação Portuguesa de Nutrição apresentar este material de apoio e desenvolvimento à
componente técnica das Ciências da Nutrição. A todos os colegas o nosso agradecimento
pelo enorme trabalho desenvolvido.
De igual forma, agradecemos o olhar atento dos revisores deste Manual, que analisaram o
desenvolvimento deste trabalho e deram importantes contributos para a prossecução e fina-
lização deste documento.
Com este Manual, inicia-se, no seio da Associação Portuguesa de Nutrição, um novo procedi-
mento na linha orientadora para desenvolvimento deste tipo de materiais de apoio à atividade
dos nutricionistas. Assim, iremos disponibilizar o documento aos Associados e a instituições
de Ensino Superior por um período definido no tempo, de forma a poder recolher as suas
impressões e sugestões, antes de se avançar para o fecho do documento e consequente pro-
dução. É sempre profícuo considerar diferentes visões, atendendo que inúmeros profissionais
podem aqui imprimir na sua análise toda a prática que têm, de modo a se poder melhorar a
informação apresentada.
Esperamos, assim, que este Manual de Equivalentes Alimentares possa trazer um conjunto de
vantagens para todos os nutricionistas que recorram a esta ferramenta.
Célia Craveiro
Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Nutrição
«METODOLOGIA» 8
» Metodologia geral para o cálculo dos equivalentes alimentares
» Cereais, tubérculos e frutos amiláceos
» Hortícolas
» Fruta
» Laticínios e bebida de soja
» Carne, pescado e ovos
» Leguminosas
» Gorduras | Frutos oleaginosos | Sementes oleaginosas | Abacate
» Soja, derivados e outros substitutos da proteína animal
Cogumelos
Frutos oleaginosos
Sementes oleaginosas
Pseudocereais
«RESULTADOS» 20
«CONSIDERAÇÕES FINAIS» 28
«AGRADECIMENTOS» 30
«REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS» 32
Atendendo às alterações da disponibilidade alimentar que ocorrem ao longo dos tempos, este
documento deve ser atualizado com regularidade, no sentido de permitir aos profissionais acon-
selharem maior variabilidade alimentar. Não obstante, esta atualização pode ser realizada a tí-
tulo individual por cada colega, atendendo às especificidades e públicos-alvo da sua atuação
profissional. A disponibilidade de informação acerca do consumo alimentar da população por-
tuguesa constituiu um momento ímpar para a atualização das tabelas de equivalentes que são
utilizadas pela maioria dos nutricionistas do país (1). Deste modo, a Associação Portuguesa de
Nutrição, em conjunto com um grupo de nutricionistas, desenvolveu este documento estrutural.
Com efeito, este Manual permite que o profissional tenha ao seu alcance mais opções de equi-
valentes alimentares para incluir nos seus planos alimentares, podendo conferir-lhes maior
diversidade. Constitui, ainda, o primeiro Manual de Equivalentes Alimentares alicerçado nos
padrões de consumo da população portuguesa, obtidos dos resultados do Inquérito Alimentar
Nacional e de Atividade Física (IAN-AF 2015-2016) (2017), com ajuste da porção de cada alimen-
to com base na respetiva composição nutricional.
O presente Manual utilizou como suporte para o seu desenvolvimento a base de dados de
composição de alimentos desenvolvida e utilizada durante o IAN-AF 2015-2016 (2017) (1). Esta
base de dados foi construída a partir da Tabela da Composição de Alimentos Portuguesa
(TCAP) (2015), à qual se acrescentou outros alimentos, em função do consumo reportado pelos
portugueses nos anos de 2015 e 2016 (1). A TCAP é um documento de referência para a análise
da composição nutricional, disponibilizando informação relativa a 42 nutrientes de 1094 ali-
mentos, em Portugal (2). Na ausência da composição nutricional de determinados alimentos,
na base de dados supracitada, procedeu-se ao levantamento da informação nutricional, atra-
vés da consulta de pelo menos três rótulos de marcas distintas.
A par destes grupos de alimentos, também foi incluído um grupo de alimentos denominado
por: soja, derivados e outros substitutos da proteína animal. Alguns dos alimentos incluídos já
estão presentes nos respetivos grupos previamente descritos (leguminosas, frutos oleagino-
sos, sementes oleaginosas e pseudocereais), enquanto equivalente do macronutriente que
o caracteriza na Nova Roda dos Alimentos. Todavia, considerou-se que seria uma mais-valia
a inclusão da sua equivalência enquanto fornecedores proteicos, dado o interesse crescente
na substituição parcial ou integral de alimentos fornecedores de proteína de origem animal.
1. Para cada um dos alimentos de cada grupo, determinou-se a porção que fornece a quanti-
dade do macronutriente equivalente;
2. Atendendo à semelhança nutricional dos alimentos e à porção encontrada anteriormente,
estes foram alocados em subgrupos;
3. Para cada um dos alimentos, foi calculada a composição nutricional: energia (kcal/kJ);
lípidos (g); lípidos, dos quais saturados (g); hidratos de carbono (g); hidratos de carbono, dos
quais açúcares (g); fibra (g) e proteína (g), de acordo com a porção que fornece a quantidade
do macronutriente equivalente;
4. Foi calculado o valor médio das porções que fornecem a quantidade do macronutriente
equivalente, doravante designada por porção média, assim como o valor médio da energia e
de cada um dos macronutrientes;
5. Nos casos em que a porção média não correspondia a múltiplos de 5, esta foi arredondada para
o múltiplo de 5 mais próximo e, em determinados casos, tendo em conta as quantidades ha-
bitualmente comercializadas. Este arredondamento assegura a equivalência do macronutriente
proposto. Todavia, nos casos em que o arredondamento sub ou sobrestimava o valor do macro-
nutriente equivalente foi mantida a porção média obtida, assinalando-se como exceções;
6. Após o arredondamento da porção média para o múltiplo de 5 mais próximo, foi Nota: Nos casos
calculada a respetiva composição nutricional de cada subgrupo; em que o perfil nu-
7. Os valores da composição nutricional de cada subgrupo de alimentos estão tricional dos subgru-
pos era semelhante, estes
presentes na Tabela 1, enquanto que as porções médias de cada subgrupo
foram agrupados. Seguida-
estão presentes nas Tabelas 1.1 a 1.8.
mente, calculou-se a média da
sua composição nutricional, a
Para a porção média obtida, não foi possível criar paralelo entre as por- qual foi incluída na Tabela 1.
ções equivalentes e as medidas caseiras, de modo a não aumentar a mar- No entanto, a porção média
gem de erro. Contudo, realizou-se esta correspondência para as bolachas. manteve-se diferente para
cada subgrupo, estan-
Seguidamente, exploram-se as especificidades inerentes à metodologia aplicada do presente nas
em cada um dos grupos de alimentos. Tabelas 1.1 a 1.8.
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento deste
grupo fornece 28 g de hidratos de carbono (3).
No caso do amaranto, uma vez que a informação nutricional não se encontrava disponível na
base de dados do IAN-AF 2015-2016 (2017) e na TCAP (2015), procedeu-se ao levantamento
da informação nutricional, através da consulta dos rótulos de alguns produtos disponíveis no
mercado e, seguidamente, determinou-se o valor médio. Para a determinação do valor médio
foram considerados pelo menos três rótulos de marcas distintas.
No grupo dos “Cereais, tubérculos e frutos amiláceos” não foram considerados os alimentos
açucarados, de pastelaria, destinados à preparação de “refeições rápidas”, pré-fritos, com um
valor de hidratos de carbono, dos quais açúcares, superior a 22,5 g/100 g de alimento, com um
valor de lípidos superior a 17,5 g/100 g de alimento e com um valor de ácidos gordos saturados
superior a 5 g/100 g de alimento (5). Excecionalmente, não foram excluídas as bolachas dos
tipos água e sal, cream cracker, Maria e torrada, devido à sua frequência de prescrição e consu-
mo. Estas bolachas foram agrupadas num grupo diferente das restantes bolachas, tendo em
conta o seu conteúdo lipídico.
Note-se que, sempre que foi possível, houve uma tentativa na aproximação às porções reco-
mendadas no Guia Orientativo para o Estabelecimento de Porções para a Rotulagem Nutri-
cional do Programa PortFIR - Plataforma Portuguesa de Informação Alimentar (6). Como o
objetivo dos dois guias é distinto, as porções recomendadas nem sempre são coincidentes.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7).
» Hortícolas
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento deste
grupo fornece 6 g de hidratos de carbono (3).
> Hortaliças A;
> Hortaliças B;
> Legumes A, B, C e D.
Acrescente-se que, na criação destes subgrupos, separaram-se as hortaliças (ramas, folhas e flo-
res) e os legumes crus e/ou cozinhados. Os legumes englobam as raízes (p. ex.: cenoura, beterra-
ba), os bolbos (p. ex.: cebola, alho) e os frutos (p. ex.: abóbora, pepino). Na seleção dos alimentos
deste grupo também se utilizou como critério de exclusão a adição de açúcar, de gordura e de
aditivos aos hortícolas (p. ex.: tomate concentrado, polpa de tomate, cebola frita).
» Fruta
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento deste
grupo fornece 14 g de hidratos de carbono (3).
> Fruta A, B, C, D;
> Fruta desidratada e seca;
> Sumos de fruta 100%.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7).
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento do
grupo dos laticínios fornece 8 g de proteína (3). Manteve-se o mesmo critério para a bebida
de soja.
Desta forma, todos os leites e iogurtes com adição de açúcar, de chocolate, de cereais ou com
a presença do termo “sobremesa” associado foram eliminados. As bebidas de frutos oleagi-
nosos e cereais, os “iogurtes de soja” e os leites fermentados, como não têm equivalência em
quantidade admissível em conteúdo proteico e em valor energético, também não foram con-
sideradas como substitutos do leite. Foram apenas incluídos como equivalentes a bebida de
soja natural (sem aromas) e o kefir.
No que concerne aos iogurtes, todos os iogurtes açucarados, que apresentavam mais de 5 g
de mono e dissacáridos por 100 g, foram eliminados (5). Atendendo ao teor de hidratos de car-
bono, dos quais açúcares, dos iogurtes sem lactose, estes foram retirados (5). O iogurte grego
normal foi excluído porque apresenta mais de 7 g de ácidos gordos saturados, por 100 g (5).
Todavia, o iogurte grego magro foi incluído.
Não obstante, foram excluídos todos os queijos que, apesar de apresentarem um teor de
matéria-gorda total entre 20 e 30%, tinham uma quantidade de ácidos gordos saturados
superior a 5 g por porção média (5). Desta forma, foram excluídos o queijo Edam, Emmental,
Nisa e Racclet.
Uma vez que todos os queijos com matéria gorda superior a 30% apresentavam uma quanti-
dade de ácidos gordos saturados maior do que 5 g por porção, não foram incluídos na tabela
de equivalentes. Assim, o queijo Gouda, queijo-creme e Roquefort foram retirados. Relativa-
mente aos queijos fundidos e/ou para barrar, como tinham uma quantidade de ácidos gordos
saturados superior ao valor estipulado, não foram considerados na tabela de equivalentes ali-
mentares.
No caso do skyr, como não se encontra presente a sua informação nutricional na base de da-
dos do IAN-AF 2015-2016 (2017) e TCAP (2015), procedeu-se ao levantamento da informação
nutricional, através da rotulagem nutricional de alguns produtos disponíveis no mercado e,
seguidamente, determinou-se o valor médio. Para a determinação do valor médio, foram con-
siderados pelo menos três rótulos de marcas distintas.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7). Na etapa 5 deste grupo, o arredon-
damento da porção média foi realizado para o múltiplo de 5 mais próximo e, no caso dos
produtos embalados, em conformidade com as quantidades habitualmente comercializadas.
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento deste
grupo fornece 6 g de proteína (3).
Da base de dados do IAN-AF 2015-2016 (2017) foram incluídos para o estudo das equivalências
alimentares as seguintes variedades de “Carne, pescado e ovos”:
> Borrego/carneiro;
> Cabra;
> Carne de caça;
> Carne de vaca;
> Carnes processadas;
> Cavalo;
> Coelho;
> Crustáceos e moluscos;
> Frango/galinha;
> Órgãos e vísceras;
> Ovo de galinha;
> Pato;
> Peixe e derivados não classificados e peixe e derivados combinados;
> Peixe;
> Peru;
> Porco;
> Vitela.
> Todas as carnes com a designação “gorda” ou que, independentemente desta menção,
apresentavam um teor em gordura superior a 20%. Estes alimentos tinham teores de gor-
dura saturada superiores a 5% da energia total (5);
> Todas as carnes com pele (p. ex.: frango com pele), uma vez que é uma recomendação
alimentar, frequentemente, facultada em contexto clínico;
> Todos os produtos de charcutaria e outras carnes processadas, com exceção do fiambre,
hambúrgueres e almôndegas, atendendo à sua composição nutricional, precisamente em
teor de gordura saturada e teor de sal.
Desta forma, a carne e o pescado, assim como os alimentos crus e cozinhados, foram divididos
para se proceder ao estabelecimento da porção média. Contudo, no final agruparam-se nova-
mente para se proceder ao cálculo dos valores nutricionais de uma porção, servindo a divisão an-
terior apenas para descrever o tamanho da porção, isto porque se verifica que, por exemplo, em
média, 35 g de pescado cru apresenta composição nutricional em macronutrientes semelhante
a 30 g de carne crua. Por outro lado, também foi possível encontrar proximidade na composição
nutricional entre porções cruas e cozinhadas, considerando os diferentes tamanhos de porções
estabelecidos (ou seja, 30 g de carne crua é semelhante na sua composição em macronutrien-
tes a 25 g de carne cozinhada). No caso dos ovos, optou-se por separar dos anteriores, tal como
dividir o ovo inteiro da clara e da gema. Contudo, atendendo à sua composição nutricional, não
Considerando que na carne e no pescado é possível encontrar teores de gordura muito variá-
veis, decidiu-se agrupar estes alimentos em 3 subgrupos, tendo em conta o teor de gordura. Os
teores de gordura estipulados foram: <3%; [3 a 10]% e >10%. Esta divisão correspondeu ao pre-
conizado na Tabela de Equivalentes Alimentares da American Diabetes Association, uma ferra-
menta atualmente utilizada por muitos nutricionistas (8). Aponte-se que, na divisão pelo teor de
gordura mencionado, alguns alimentos na sua versão em cru e cozinhada não correspondiam
ao mesmo grupo de gordura. Aquando estas situações, colocou-se sempre o alimento no grupo
de maior teor de gordura.
Perante estes pressupostos, os seguintes alimentos estão incluídos no grupo de <3% de gordura:
> Carne
Cabra, cavalo, fiambre de frango/peru, galinha brava, lebre, peito de frango/peru, perdiz.
> Peixes
Abrótea, atum em conserva (em água), bacalhau fresco/seco e demolhado, badejo, bodião,
cação, cantarilho, chicharro, choupa, corvina, espadarte, garoupa, goraz, linguado, marmota,
maruca, paloco, panga, pargo, perca, pescada, rodovalho, sargo, solha, tamboril.
> Carne
Codorniz, coelho, frango inteiro ou perna de frango, peru.
Bife de vaca, bochecha, cabrito, costeleta de borrego, febra de porco, fiambre de porco,
fígado ou coração de porco/vaca, hambúrguer de frango/peru/vaca, javali, pato, plumas ou
lombo de porco, secretos de porco, veado, vitela.
> Peixes
Achigã, atum fresco, carapau em conserva, carapau fresco, cavala em conserva, cherne,
dourada, peixe-espada, safio, sardinha meio-gorda, truta.
> Carne
Cachaço de porco, carneiro, chispe, costeleta de porco, entrecosto, língua de vaca/porco,
perna de porco, pernil, pombo, vaca.
> Pescado
Anchova, atum em conserva (óleo ou azeite), cavala, faneca, polvo em conserva, robalo, sal-
mão, sardinha em conserva (óleo ou azeite), sardinha gorda.
» Leguminosas
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento deste
grupo fornece 6 g de proteína (3).
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 6).
Segundo os fundamentos da Nova Roda dos Alimentos, uma porção de cada alimento do
grupo das gorduras e óleos fornece 10 g de lípidos (3). Manteve-se o mesmo critério para os
frutos oleaginosos, sementes oleaginosas e abacate.
> Abacate;
> Azeite, banha de porco e óleos; cremes vegetais para barrar, manteigas e pastas;
> Frutos oleaginosos;
> Sementes oleaginosas.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7).
Cogumelos
Considerou-se como o valor de uma porção média o correspondente a 6 g de proteína, de for-
ma a estimar a quantidade proteica semelhante à apresentada pelo grupo da “Carne, pescado
e ovos”. Foram considerados neste grupo os cogumelos frescos crus, os cogumelos enlatados
escorridos e os cogumelos selvagens. Seguidamente, procedeu-se à realização dos passos des-
critos na metodologia geral.
Frutos oleaginosos
Considerou-se como o valor de uma porção média o correspondente a 6 g de proteína, de
forma a estimar a quantidade proteica semelhante à apresentada pelo grupo da “Carne, pes-
cado e ovos”.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7).
Sementes oleaginosas
Considerou-se como o valor de uma porção média o correspondente a 3 g de proteína. Neste
grupo, não foram considerados os 6 g de proteína, pois assumiu-se que a respetiva porção
média seria consideravelmente superior à porção habitualmente consumida.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7).
Pseudocereais
Considerou-se como o valor de uma porção média o correspondente a 6 g de proteína, de forma
a estimar a quantidade proteica semelhante à apresentada no grupo “Carne, pescado e ovos”.
Uma vez que a ferramenta de base deste Manual não abarcava a informação respeitante ao
amaranto, procedeu-se ao levantamento da informação nutricional, através da recolha da
composição nutricional de pelo menos três rótulos de produtos alimentares distintos.
Para cada subgrupo supracitado, foram executadas as restantes etapas da metodologia geral
para o cálculo dos equivalentes alimentares (etapas 3 a 7).
ENERGIA MACRONUTRIENTES
HIDRATOS DE
GRUPO DE ALIMENTOS LÍPIDOS HIDRATOS DE CARBONO, FIBRA PROTEÍNA
LÍPIDOS
kcal kJ SATURADOS CARBONO DOS QUAIS (g) (g)
(g)
(g) (g) AÇÚCARES
(g)
HIDRATOS DE
GRUPO DE ALIMENTOS LÍPIDOS HIDRATOS DE CARBONO, FIBRA PROTEÍNA
LÍPIDOS
kcal kJ SATURADOS CARBONO DOS QUAIS (g) (g)
(g)
(g) (g) AÇÚCARES
(g)
Cogumelos
Frutos oleaginosos
Sementes oleaginosas
Pseudocereais
NOTAS EXPLICATIVAS:
*1 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.1 *5 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.5
*2 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.2 *6ª, 6b Ver porção e equivalentes na Tabela 1.6
*3 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.3 *7 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.7
*4 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.4 *8 Ver porção e equivalentes na Tabela 1.8
CEREAIS, TUBÉRCULOS E FRUTOS AMILÁCEOS – EQUIVALENTE DE 28 g DE HIDRATOS DE CARBONO PORÇÃO (g) MEDIDAS CASEIRAS
Arroz agulha, arroz carolino branqueado, arroz comum, arroz integral, aveia, bulgur, cevada,
40
cuscus, massa (várias formas), massa esparguete, massa integral, massa sem glúten, painço
Batata assada com pele, batata assada no forno, batata cozida, batata crua, batata-doce,
batata-doce assada, inhame, mandioca
BOLACHAS A 35 5 bolachas
Bolacha cream cracker, bolacha de água e sal, bolacha de espelta, bolacha Maria,
bolacha torrada
CEREAIS DE PEQUENO-ALMOÇO 40
Cereais de arroz integral, cereais de arroz tufado, cereais de farelo de aveia, cereais de flocos de
arroz, cereais de flocos de aveia, cereais de flocos de trigo, cereais de quinoa, cereais de trigo
tufado, cereais tipo “corn flakes”
Farinha de amido de milho, farinha de aveia, farinha de centeio, farinha de cevada, farinha de
espelta, farinha de mandioca, farinha de milho, farinha de pau de mandioca, farinha de trigo
(várias), farinha de trigo integral, fécula de batata, flocos de arroz, flocos de aveia, flocos de
centeio, flocos de cevada, flocos de trigo, gérmen de trigo, sêmola de milho, semolina, tapioca
FRUTOS AMILÁCEOS 80
MILHO 150
PÃO 60
Broa de milho, pão alemão (Pumpernickel), pão cacete, pão chapata, pão de mistura, pão de
água, pão de alfarroba, pão de aveia, pão de centeio, pão de centeio integral, pão de espelta,
pão de milho, pão de mistura de trigo e centeio, pão de trigo (carcaça), pão de trigo integral,
pão de trigo meio sal, pão do coração de trigo, regueifa
PSEUDOCEREAIS 45
TOSTAS 45 5 tostas
Tosta de trigo simples, tosta de trigo sem sal, tosta de trigo integral, tosta de centeio
Agrião, alface, alface frisada, beldroegas, chicória, endívia, espinafres, nabiças, rúcula
HORTALIÇAS B 250
Acelga, alface roxa, canónigos, couve branca, couve galega, couve lombarda, couve portuguesa, couve roxa,
couve-de-Bruxelas, grelos de couve, grelos de nabo
LEGUMES A 70
Alcachofra, rábano
LEGUMES B 160
Beterraba, cebola, cenoura baby, cenoura, couve-flor, ervilhas vagens, feijão-verde fresco, rabanete branco, rebentos de
soja, tomate
LEGUMES C 235
Alho-francês, beringela, cebola cozida, chuchu, couve-flor, espargos, pimento, raiz de nabo, tomate cherry
LEGUMES D 360
NOTA: No subgrupo das “Hortaliças A”, as quantidades obtidas são elevadas para serem incluídas numa refeição, deste modo o seu consumo pode ser considerado livre. Todavia,
em situações clínicas que implicam o controlo mais rigoroso de alguns nutrientes (p. ex.: proteína), as porções devem ser quantificadas. No subgrupo dos “Legumes B, C e D”,
pode-se utilizar um valor médio de 250 g (proveniente de (160+235+360)/3 = ~250 g. Esta sugestão não se aplica ao subgrupo “Legumes A” (alcachofra e rábano).
FRUTA A 80
FRUTA B 140
Alperce, ameixa branca, ameixa encarnada, ameixa rainha Cláudia, ananás, carambola, cereja, clementina, damasco,
feijoa, fisális, framboesa silvestre, ginja, kiwi, laranja, líchia, maçã com casca, maçã sem casca, manga, nectarina, nêspera,
papaia, pera, pêssego, romã, tângera, tangerina
FRUTA C 260
FRUTA D 350
Ameixa seca, cereja desidratada, damasco desidratado, figo seco, maçã seca, morango desidratado, sultanas, tâmara
desidratada, uvas secas passas
Ananás e uva, ananás, laranja, maçã e pera, maçã, papaia, pêssego e uva, pêssego, tutti-frutti
Leite em pó gordo 30
Leite em pó magro 25
Kefir 230
Leite em pó meio-gordo 25
Skyr 65
Queijo amanteigado, Azeitão, brie, camembert, feta, flamengo, ilha, mozzarela, ovelha, parmesão, Serpa, serra, serra fresco 35
TABELA 1.5 – Porção de equivalentes alimentares dos grupos de alimentos | Carne, pescado e ovos
OVO
Clara 50
Gema 40
Inteiro 45
1
30 g carne em cru; 25 g carne cozinhada
2
3
35 g pescado cru; 4 30 g pescado cozinhado
Feijão branco, feijão catarino, feijão frade, feijão manteiga, feijão miúdo, feijão preto, feijão vermelho, grão-de-bico, lentilhas
Feijão branco demolhado, feijão frade, feijão manteiga, feijão miúdo demolhado, grão-de-bico demolhado, lentilhas
Ervilhas grão congeladas cozidas, ervilhas grão congeladas cruas, ervilhas grão frescas cozidas, ervilhas grão frescas cruas,
favas frescas, favas frescas cruas
SOJA
Soja cozida 50
TREMOÇO 40
* Exceção: para ser mantida a equivalência alimentar (6 g de proteína), a porção é de 28 g. Não foi feito o arredondamento para o múltiplo de 5 mais próximo, visto que este
subgrupo apresenta um teor elevado do macronutriente que lhe confere equivalência. Fica ao critério do colega arredondar este valor.
Feijão branco, feijão catarino, feijão frade, feijão manteiga, feijão miúdo, feijão preto, feijão vermelho, grão-de-bico, lentilhas
Feijão branco demolhado, feijão frade, feijão manteiga, feijão miúdo demolhado, grão-de-bico demolhado, lentilhas
Ervilhas grão congeladas cozidas, ervilhas grão congeladas cruas, ervilhas grão frescas cozidas, ervilhas grão frescas cruas,
favas frescas, favas frescas cruas
GORDURAS | FRUTOS OLEAGINOSOS | SEMENTES OLEAGINOSAS | ABACATE – EQUIVALENTE DE 10 g DE LÍPIDOS PORÇÃO (g)
ABACATE 95
Azeite, banha de porco, óleo alimentar, óleo de amendoim, óleo de girassol, óleo de linhaça, óleo de palma, óleo de soja
Creme vegetal para barrar, manteiga com sal, manteiga de amendoim, margarina, pasta de amêndoa
Amêndoa, amendoim miolo, avelã miolo, caju, castanha do Pará, coco desidratado ralado, noz miolo, noz pecan miolo,
pinhão miolo
SEMENTES OLEAGINOSAS 20
Sementes de abóbora, sementes de girassol, sementes de melão, sementes de papoila, sementes de sésamo
* Exceção: para ser mantida a equivalência alimentar (10 g de gordura), a porção é de 17 g. Não foi feito o arredondamento para o múltiplo de 5 mais próximo, visto que este
subgrupo apresenta um teor elevado do macronutriente que lhe confere equivalência. Fica ao critério do colega arredondar este valor.
SOJA, DERIVADOS E OUTROS SUBSTITUTOS DA PROTEÍNA ANIMAL – EQUIVALENTE DE 6 g DE PROTEÍNA PORÇÃO (g)
COGUMELOS 320
FRUTOS OLEAGINOSOS
Pastas/manteigas 28*
Pinhão 18*
SEMENTES OLEAGINOSAS
Cânhamo 10
Chia 20
Seitan 30
Soja cozida 50
Tempeh 35
Tofu 70
PSEUDOCEREAIS
Amaranto, quinoa 40
Trigo sarraceno 70
* Exceção: para ser mantida a equivalência alimentar (6 g de proteína para o subgrupo dos frutos oleaginosos), a porção da “amêndoa, amendoim, caju, pistácio”, “pastas/
manteigas” e “pinhão” é de 27 g, 28 g e 18 g, respetivamente. Não foi feito o arredondamento para o múltiplo de 5 mais próximo, visto que este subgrupo apresenta um teor
elevado do macronutriente que lhe confere equivalência. Fica ao critério do colega arredondar este valor.
NOTA: No subgrupo “Soja, Derivados e Outros”, pode-se utilizar uma média de Soja + Tempeh + Tofu = ~59 kcal, que corresponde a 3 g Lip (0,4 g SFA)// 1,3 g HC // 6 g P
Efetivamente, este exercício de síntese pode gerar imprecisões consideráveis em situações es-
pecíficas, que podem justificar a utilização de tabelas adaptadas por parte dos nutricionistas.
Ainda assim, este Manual constitui um exercício que acrescenta informação útil às ferramentas
existentes neste campo. Será ainda fundamental continuar a fomentar a consulta dos rótulos
alimentares, de forma a proporcionar as escolhas mais sensatas e adequadas a cada indivíduo.
Na verdade, perspetivou-se que este Manual apresentasse na sua génese um grupo de colegas
que atuasse profissionalmente em áreas muito diversas e, por isso, apresentassem capacidade
e idoneidade para avaliar criticamente a utilidade e os riscos que se incorriam nas generaliza-
ções realizadas. Posteriormente, antes da sua publicação, seguiram-se vários passos de apre-
sentação e revisão do documento:
Desta forma, procurou-se reunir o maior consenso possível, para que o resultado final pudesse
ser realmente útil para a atividade profissional de todos os colegas.
Um especial agradecimento ao Professor Doutor Duarte Torres e à Dra. Liliane Lobato por toda
a disponibilidade e cooperação na realização deste Manual.