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Os estudiosos falam nos três ofícios de Cristo em conexão com os três tipos de
mediadores que podiam ser encontrados nos tempos do Antigo Testamento. O
primeiro tipo de mediador era o profeta. Os profetas eram os agentes de revelação
da vontade de Deus a Israel. Em outras palavras, podemos dizer que os profetas
eram literalmente os porta-vozes de Deus ao povo da Aliança. Por isso não
frequentemente eles se dirigiam ao povo dizendo: “Assim diz o Senhor” (cf. Isaías
44:6).
O segundo tipo de mediador era o rei escolhido para governar sobre Israel.
Diferentemente das nações pagãs, Israel devia ter consciência de que seu rei
supremo era o próprio Deus, e o rei terreno era apenas um vice regente que agia
sob a autoridade absoluta do Senhor. Nesse sentido, o rei terreno de Israel era um
tipo de mediador porque através de seu governo, conforme os princípios de Deus,
ele fazia manifestar o governo divino e comunicava o padrão justo e reto do Senhor.
Mas esses três ofícios dos tempos do Antigo Testamento eram apenas sombras de
uma realidade superior; eram ofícios que apontavam para a pessoa e obra do Filho
de Deus, o único, verdadeiro e suficiente mediador entre Deus e os homens.
Mas não eram todos os sacerdotes que podiam entrar na presença de Deus.
Apenas o sumo sacerdote, uma vez por ano, é quem podia entrar no lugar mais
reservado do Santuário –o Santo dos Santos – para oferecer a Deus as ofertas
expiatórias pelos pecados do povo. Mas antes de entrar no Santo dos Santos, o
sumo sacerdote tinha que oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, e isso se
repetia anualmente no que era chamado de “Dia da Expiação”.
O Novo Testamento mostra que essa profecia é cumprida finalmente em Cristo. Ele
é o nosso Sumo Sacerdote, eterno e perfeito. Inclusive, fica claro que Cristo não
exerce um sacerdócio que simplesmente continua o sacerdócio levítico, mas seu
sacerdócio é de uma ordem superior que antecede qualquer sacerdócio humano.
Cristo sempre foi o verdadeiro mediador, e seu sacerdócio era apenas prenunciado
pelo sacerdócio terreno.
Além disso, seu sacrifício foi perfeito e definitivo, ou seja, jamais precisará ser
repetido. Enquanto os sumos sacerdotes de Israel entravam no Santo dos Santos
apenas uma vez por ano, Cristo entrou no Santo dos Santos Celestial uma vez por
todas. Aquele que nos reconciliou com Deus é o mesmo que ainda hoje,
continuamente, intercede na sala do trono em nosso favor.
Então Cristo morreu, foi sepultado, mas ressuscitou. A ressurreição de Jesus deu
início ao seu processo de exaltação, que avançou ainda mais quando Ele ascendeu
ao Céu. A ascensão de Jesus significou sua coroação à direita de Deus como o
governante de todo o universo. Então hoje mesmo Cristo já reina no trono celestial,
não somente sobre a Igreja, mas sobre todo o mundo. Mas seu reinado ainda
alcançará um passo final quando Ele retornar com grande glória e poder e seu reino
será plenamente visível a todos.
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