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2.

1 Inovação e Inovação Social

O tema da inovação tem sido um tópico recorrente ao longo do tempo e


frequentemente está associado à criação de novas oportunidades. Joseph Schumpter,
um proeminente pensador nesse campo, costumava simplificar a inovação como a
criação de produtos e processos com o objetivo de obter vantagem estratégica. No
entanto, é crucial distinguir inovação de invenção, já que esta última envolve
simplesmente a criação de algo novo, enquanto a inovação abrange a aplicação prática
dessa invenção. (TIDD; BESSANT, 2013).
O conceito de inovação é frequentemente confundido com a ideia de invenção, que se
refere simplesmente à criação de algo novo, à geração de algo que ainda não existe. No
contexto da inovação, a invenção é apenas uma das etapas no desenvolvimento
completo de uma inovação, que exige que essa criação seja colocada em prática de
forma útil. (TIDD; BESSANT, 2013).
Nos dias de hoje, a inovação está intimamente relacionada à capacidade competitiva
das empresas, pois quanto mais uma organização for inovadora, maior será sua
influência e presença em seu mercado de atuação. Isso ocorre porque as ideias são
transformadas em produtos, serviços e processos, permitindo que as empresas
aumentem sua lucratividade. (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011).
De acordo com o que é explicado no Manual de Oslo, a inovação deve ser, no mínimo,
algo novo ou uma alteração significativa em relação ao padrão existente,
proporcionando uma vantagem competitiva em comparação com os demais
concorrentes do mercado em que a organização opera. (CARVALHO; REIS;
CAVALCANTE, 2011).
Dessa forma, a inovação pode se manifestar de várias maneiras, como a criação de um
novo produto (bem ou serviço) ou a introdução de melhorias significativas em
produtos já existentes no mercado. Além disso, a inovação pode ocorrer em processos
de produção ou distribuição, com o objetivo de reduzir custos ou melhorar a qualidade.
Também pode envolver inovações no campo do marketing, implementando novos
métodos de promoção e estratégias de marketing, bem como inovações
organizacionais que afetam as práticas da empresa, a organização do ambiente de
trabalho ou suas relações externas. (MANUAL DE OSLO, 1997).
A inovação é um tópico frequentemente discutido quando se trata de competitividade
e desenvolvimento econômico, sendo amplamente associada à ideia de novidade. Essa
ênfase na inovação é amplamente promovida pelos meios de comunicação em geral.
(BIGNETTI, 2011).
No entanto, paralelamente às conversas sobre inovação no ambiente empresarial,
observamos um aumento constante nas discussões relacionadas à economia solidária.
Isso reflete um redirecionamento de atenção para questões muitas vezes
negligenciadas, uma vez que as estruturas e políticas existentes se mostram
inadequadas para resolver os problemas contemporâneos. (BIGNETTI, 2011).

Como resposta aos impactos da recessão econômica e social que afetam muitos países
ao redor do mundo, a economia solidária desempenha um papel fundamental no
combate à falência dos sistemas sociais e à crescente falta de compromisso dos
mercados com a sociedade.

Embora tenham surgido diversas iniciativas de apoio a comunidades carentes, os


resultados ainda são modestos em comparação com a magnitude dos desafios
enfrentados.

É evidente que as lacunas resultantes da inação do Estado e anos de precarização


geraram problemas de grande complexidade, com múltiplas causas e soluções
limitadas. Nesse contexto desafiador, a inovação social surge como uma alternativa
promissora para moldar o futuro da sociedade humana.
Recentes observações têm afastado o conceito de inovação social do âmbito da
inovação tecnológica, acrescentando à inovação social um caráter não voltado para o
mercado, com uma natureza coletiva, com o objetivo de promover transformações nas
relações sociais.

Sob essa perspectiva, a inovação social geralmente se manifesta como uma iniciativa
que desafia a ordem estabelecida, muitas vezes provocando rupturas nos processos
tradicionais. Ela se apresenta como uma "missão audaciosa e arriscada".

A inovação social resulta do aplicação do conhecimento a necessidades sociais, com a


participação e cooperação de todos os envolvidos, gerando alternativas novas e
sustentáveis para grupos sociais, comunidades ou para a sociedade em geral.

Ao contrário do campo da inovação tecnológica, em que as empresas buscam inovar


para evitar ameaças e aproveitar oportunidades, a inovação social é impulsionada pela
necessidade de superar desafios relacionados às disparidades sociais.

É importante notar que a inovação social difere da abordagem assistencialista, pois


envolve mudanças lideradas pela própria comunidade, tornando os membros dessas
comunidades agentes ativos no processo de superação das dificuldades encontradas.
2.2 A Interação Homem-Animal e um dos Seus Benefícios na Saúde Humana

É amplamente reconhecido que a relação entre os seres humanos e os animais


domésticos remonta a milhares de anos. Registros históricos indicam que essa
interação existe há mais de 100.000 anos, quando os antepassados humanos
abrigavam filhotes de lobos que viviam nas proximidades de seus acampamentos.
Inicialmente, essa relação tinha um propósito utilitário, com cães auxiliando na caça e
proteção em troca de alimento.

Do ponto de vista biológico e científico, compreendemos que os animais que melhor se


adaptaram à convivência com os seres humanos adquiriram uma vantagem adaptativa,
o que aumentava suas chances de sobrevivência e reprodução. Através do processo de
seleção artificial, os seres humanos foram capazes de criar raças de cães cada vez mais
adequadas às suas necessidades.

Devido às semelhanças na estrutura social entre seres humanos e caninos, a


comunicação entre as espécies foi facilitada. Tanto as matilhas de lobos quanto as
sociedades humanas são grupos com hierarquias, e os cães compartilham a
necessidade de formar vínculos e adotar outros indivíduos como referências.

Pesquisas recentes destacam a força dos laços de confiança e companheirismo entre


cães e seres humanos, com os cães frequentemente preferindo a companhia de
humanos em vez de interagir com outros membros de sua própria espécie.
Em testes práticos, os cães demonstram uma inclinação para seguir orientações
humanas em vez de confiar apenas em seus instintos naturais.

Em contraste com os cães, estudos indicam que a intervenção humana na


domesticação dos gatos foi limitada, e esses animais passaram por um processo de
"auto domesticação". A influência humana nesse processo foi mínima, limitando-se à
oportunidade de proximidade, o que permitiu que esses animais sobrevivessem
melhor e tivessem condições de reprodução mais favoráveis.

De acordo com dados recentes, cães e gatos estão cada vez mais presentes nos lares de
todo o mundo. De acordo com o Instituto Pet Brasil, em 2021, havia mais de 149,6
milhões de animais de estimação nos lares brasileiros, dos quais 58,1 milhões eram
cães e 27,1 milhões eram gatos. Esses animais desempenham um papel importante na
manutenção da saúde física e mental dos seres humanos, contribuindo para o
equilíbrio emocional.

Os benefícios da interação entre humanos e animais são variados e se manifestam de


várias maneiras na vida humana. Entre as diversas atividades em que os animais são
envolvidos, a Terapia Assistida por Animais (TAA) é uma prática inovadora que tem
ganhado destaque em seus estudos.

A TAA, com fins terapêuticos, tem como objetivo incorporar o animal no tratamento de
indivíduos ou grupos, tornando-os parte integrante do processo terapêutico. Ela busca
promover a saúde física, social, emocional e até mesmo o desenvolvimento de funções
cognitivas.

A TAA é uma atividade com critérios específicos, em que o animal desempenha um


papel central no tratamento, com base na ideia de que o afeto e a amizade resultantes
da interação entre humanos e animais proporcionam diversos benefícios.

2.3 A Saúde Única

Apesar de ser um conceito relativamente desconhecido, a abordagem da saúde única


tem sido discutida por profissionais de saúde há muitos anos. A saúde única é uma
abordagem integrada que reconhece a interconexão entre a saúde humana, a saúde de
outros seres vivos e o meio ambiente.
Apresentado na década de 90, o conceito de saúde única evoca abordagens
interdisciplinares e integradoras para promover a saúde, reconhecendo a
interdependência entre a saúde humana, animal (incluindo animais selvagens e
domésticos) e ambiental.

Ampliando a perspectiva sobre o papel dos profissionais da medicina veterinária e


fortalecendo o conceito de saúde única, o Conselho Federal de Medicina Veterinária
(2021) enfatiza sua relevância em relação ao solo, água, saúde pública, pandemias e
zoonoses. Assim, a Medicina Veterinária emerge como a principal vertente da saúde
única.

O conceito de saúde única ganhou proeminência nos últimos anos devido ao aumento
de doenças infecciosas emergentes. Estima-se que cerca de dois terços dessas doenças
sejam zoonoses, sendo 70% delas originadas em animais selvagens. Doenças como a
recente Covid-19, bem como a gripe suína e a gripe aviária, são exemplos de zoonoses
que afetaram a humanidade por algum tempo.

As atividades relacionadas à saúde única se baseiam em princípios de integração,


organização, coordenação, comunicação, complementaridade, cooperação e
colaboração entre diversos setores e disciplinas, atuando em níveis local, regional,
nacional e global.

Entre os diversos benefícios derivados da promoção da saúde única, destacam-se a


implementação de políticas, programas, legislações e pesquisas. Essa abordagem
interdisciplinar busca alcançar resultados mais eficazes para a saúde pública,
contribuindo para combater pandemias zoonóticas, garantir segurança alimentar, lidar
com a resistência antimicrobiana, proteger a biodiversidade e os ecossistemas,
compreender e abordar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento
sustentável.

Referencial Teórico

2.1 Inovação e Inovação Social

O conceito de inovação, profundamente relacionado à criação e identificação de novas


oportunidades, tem sido objeto de discussão entre diversos autores ao longo das
décadas. Joseph Schumpeter, um dos pioneiros na discussão sobre inovação,
simplificava o conceito, afirmando que empresários criavam produtos e processos com
o objetivo de obter vantagens estratégicas.

É importante destacar que o conceito de inovação frequentemente é confundido com


o de invenção, que se refere à criação de algo totalmente novo, algo que não existia
anteriormente. Na perspectiva da inovação, a invenção é apenas uma das etapas em
todo o processo de desenvolvimento da inovação, que necessariamente requer uma
aplicação prática.

Atualmente, a inovação está diretamente associada à competitividade das empresas,


uma vez que organizações mais inovadoras tendem a exercer maior influência e obter
maior participação em seus mercados de atuação. A capacidade de transformar ideias
em produtos, serviços e processos é o que permite que as empresas alcancem maiores
lucros.

Conforme delineado no Manual de Oslo, a inovação deve envolver a introdução de algo


novo, ou pelo menos uma alteração significativa em relação ao padrão vigente,
gerando uma vantagem competitiva em relação aos outros participantes do mercado
em que a organização atua.

Nesse sentido, a inovação pode se manifestar de várias maneiras, incluindo a inovação


de produtos (bens ou serviços) que são novos ou que apresentam melhorias
significativas em relação ao que já está disponível no mercado, inovação de processos
de produção ou distribuição, com foco na redução de custos ou no aumento da
qualidade, inovação de marketing, que introduz novos métodos de marketing, e
inovação organizacional, que se concentra nas práticas da empresa, na organização do
local de trabalho e nas relações externas.

O tema da inovação é uma questão constante nas discussões sobre competitividade e


desenvolvimento econômico, muitas vezes sendo associado ao conceito de novidade e
amplamente divulgado na mídia em geral.

No entanto, paralelamente às discussões sobre inovação no cenário empresarial, têm


surgido debates crescentes sobre economia social, direcionando o foco para questões
frequentemente negligenciadas. Isso ocorre porque as estruturas e políticas existentes
muitas vezes se mostram inadequadas para resolver os problemas contemporâneos.

Em resposta aos impactos da recessão econômica e social que afetam diversos países
em todo o mundo, a economia solidária desempenha um papel crucial na abordagem
dos desafios decorrentes da falência dos Estados Sociais e da crescente falta de
compromisso dos mercados com o bem-estar da sociedade (COUTO; SANTOS; GUERRA,
2012).

Embora surjam numerosos exemplos de iniciativas destinadas a apoiar comunidades


em situação de vulnerabilidade, seus resultados ainda são modestos diante da
enormidade dos problemas enfrentados (BIGNETTI, 2011).

É evidente que as lacunas deixadas pela inatividade do Estado e décadas de


precariedade resultaram em desafios de grande complexidade, nos quais se
entrelaçam diversas causas e soluções limitadas. Nesse contexto de dificuldades, a
inovação social emerge como uma alternativa viável para moldar o futuro da sociedade
humana (BIGNETTI, 2011).

Os últimos insights afastam a ideia de inovação social da inovação tecnológica,


atribuindo à inovação social um caráter não mercantil e uma natureza coletiva, com o
objetivo de promover transformações nas relações sociais (ANDRÉ; ABREU, 2006).
Nesse contexto, a inovação social se revela como uma iniciativa que desafia a ordem
estabelecida, muitas vezes rompendo com os métodos tradicionais. A inovação social
é, essencialmente, uma "empreitada audaciosa e arriscada" (ANDRÉ; ABREU, 2006).

Ela surge da aplicação do conhecimento às necessidades sociais, com a participação e


colaboração de todos os envolvidos, resultando na criação de soluções novas e
sustentáveis para grupos sociais, comunidades e a sociedade como um todo (BIGNETTI,
2011).

Ao contrário do campo da inovação tecnológica, onde as empresas buscam inovar para


evitar ameaças e aproveitar oportunidades, a inovação social é motivada pela
necessidade de superar desafios decorrentes das disparidades sociais (ANDRÉ; ABREU,
2006).

É importante ressaltar que a inovação social não se limita a uma abordagem


assistencialista, mas sim representa uma alternativa para o desenvolvimento das
comunidades. Ela se baseia na ideia de que as mudanças devem ser impulsionadas
pela própria comunidade, e não apenas por intervenções externas, tornando assim os
membros dessas comunidades agentes ativos no processo de superação das
dificuldades enfrentadas (AGOSTINI; VIEIRA; TONDOLO; TONDOLO, 2017).
A interação entre seres humanos e animais, e seus benefícios para a saúde humana, é
um fenômeno ancestral e bem documentado. Essa relação remonta a milênios, com
registros históricos que sugerem uma convivência que existe há mais de 100.000 anos,
quando os antigos ancestrais humanos ofereciam abrigo aos filhotes de lobos que
viviam nas proximidades de seus acampamentos. Inicialmente, essa convivência tinha
uma natureza utilitária, com cães auxiliando nas atividades de caça e proteção em
troca de alimento (TABIANA; DA COSTA-VAL, 2009).

A partir de uma perspectiva biológica e científica, podemos compreender que os


animais que melhor se adaptaram à convivência com os seres humanos obtiveram uma
vantagem adaptativa. Isso lhes proporcionou maiores chances de sobrevivência e
reprodução, e os seres humanos, por meio do processo de seleção artificial, foram
capazes de desenvolver raças de cães cada vez mais adequadas às suas necessidades
(TABIANA; DA COSTA-VAL, 2009).

Devido às semelhanças na estrutura social entre os seres humanos e os cães, a


comunicação entre essas duas espécies foi facilitada. Tanto a matilha de cães quanto as
sociedades humanas são organizadas em estruturas hierárquicas. Assim como os seres
humanos, os cães têm a necessidade de formar laços com outros indivíduos e adotar
líderes como referência (TABIANA; DA COSTA-VAL, 2009).

Pesquisas recentes destacam a força da relação de confiança e companheirismo que se


desenvolveu entre cães e seres humanos. Observou-se que esses animais têm uma
preferência pela companhia de seres humanos em detrimento da interação com outros
membros de sua própria espécie. Em testes práticos, os cães demonstram uma
tendência a seguir as orientações humanas em vez de confiar apenas em seus instintos
(TABIANA; DA COSTA-VAL, 2009).

Por outro lado, estudos indicam que a domesticação dos gatos ocorreu de maneira
diferente. Esses animais passaram por um processo de "auto domesticação", com
interferência humana mínima ou quase nula. A influência dos seres humanos nesse
processo se deu principalmente pela oportunidade de aproximação, o que
proporcionou condições melhores para a sobrevivência e reprodução dos gatos
(TABIANA; DA COSTA-VAL, 2009).
De acordo com os dados mais recentes, observamos um aumento significativo na
presença de cães e gatos nos lares de todo o mundo. Conforme relatórios do Instituto
Pet Brasil, em 2021, os lares brasileiros abrigavam mais de 149,6 milhões de animais de
estimação, sendo 58,1 milhões de cães e 27,1 milhões de gatos. Esses animais
desempenham um papel cada vez mais crucial na preservação da saúde física e mental
dos seres humanos, contribuindo para o equilíbrio emocional (TABIANA; DA COSTA-
VAL, 2009).

Os benefícios da interação entre seres humanos e animais são diversos e se


manifestam em várias esferas da vida humana. Entre as diversas áreas nas quais os
animais foram incorporados, a Terapia Assistida por Animais (TAA) emerge como uma
prática inovadora que vem ganhando destaque com o avanço de suas pesquisas
(LAMPERT, 2014).
Com objetivos terapêuticos, a TAA visa integrar o animal ao tratamento de indivíduos
ou grupos, tornando-os parte fundamental do processo terapêutico. O objetivo é
promover não apenas a saúde física, mas também a saúde social, emocional e o
desenvolvimento das funções cognitivas dos participantes (LAMPERT, 2014).

A TAA é uma prática com critérios específicos, na qual o animal desempenha um papel
central no tratamento. Essa abordagem terapêutica se baseia na ideia de que o amor e
a amizade resultantes da interação entre seres humanos e animais geram inúmeros
benefícios (MACHADO, 2008).

2.3 Saúde Única

Embora seja um conceito menos conhecido, a saúde única tem sido objeto de
discussão entre profissionais da área da saúde por muitos anos. A saúde única é uma
abordagem integrada que reconhece a interconexão entre a saúde humana, a saúde de
outras espécies e o meio ambiente (GOIOZO, 2020).

Proposta na década de 90, a concepção de saúde única remete a estratégias


interdisciplinares e integrativas de promoção da saúde, nas quais a saúde humana, a
saúde dos animais (sejam eles selvagens ou domesticados) e a saúde ambiental são
consideradas interdependentes (MENIN, 2015).
Ampliando o escopo da atuação do profissional da medicina veterinária e reforçando
os princípios da saúde única, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (2021)
aborda a importância dessa atuação no que se refere ao solo, à água, à saúde pública,
às pandemias e às zoonoses. Portanto, a Medicina Veterinária emerge como a principal
vertente da saúde única (BRASIL, 2021).

Nos últimos anos, o conceito de saúde única ganhou maior visibilidade devido ao
aumento das ocorrências de doenças infecciosas emergentes. Estudos indicam que
aproximadamente dois terços dessas doenças resultam de zoonoses, sendo que 70%
delas têm origem em animais selvagens. A exemplo da recente Covid-19, outras
doenças, como a gripe suína e a gripe aviária, são ilustrações de zoonoses que afetam a
humanidade há algum tempo (GUIMARÃES; CARVALHO, 2021).

As atividades que envolvem a saúde única têm como princípios fundamentais a


integração, a organização, a coordenação, a comunicação, a complementação, a
cooperação e a colaboração em múltiplos setores e disciplinas, operando em âmbito
local, regional, nacional e global (BRASIL, 2023).

Entre os diversos benefícios decorrentes do fortalecimento da saúde única, é relevante


destacar a implementação de políticas, programas, legislações e pesquisas que buscam
resultados superiores para a saúde pública. Esses resultados são percebidos como uma
resposta eficaz contra pandemias de origem zoonótica, garantem a segurança
alimentar e nutricional, combatem a resistência antimicrobiana, protegem a
biodiversidade e os ecossistemas, promovem uma compreensão mais profunda e ação
efetiva contra as mudanças climáticas e contribuem para o desenvolvimento
sustentável (BRASIL, 2023).

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