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Fonte: Pe. Antonio Royo Marín, OP. Dios y su obra. Madrid: BAC, 1963, pp. 11 a
20 (Imprimatur: + Fr. Francisco, OP, Bispo de Salamanca).
contrário necessitam que alguém os mova. Se ninguém move uma pedra, esta
permanecerá quieta e inerte por toda a eternidade, já que ela não pode mover-se a si
mesma, já que carece de vida e, por isso mesmo, está desprovida de todo o movimento
imanente.
Apliquemos então este princípio tão claro e evidente ao mundo sideral e
perguntemo-nos quem pôs e põe em movimento essa máquina colossal do universo
estelar, que não tem em si mesma a razão do seu próprio movimento, já que se trata de
seres inanimados pertencentes ao reino mineral; e por mais que queiramos multiplicar os
motores intermediários, não teremos remédio senão chegar a um Motor Primeiro imóvel
incomparavelmente mais potente do que o próprio universo, já que o domina com poder
soberano e o governa com infinita sabedoria. Verdadeiramente, para demonstrar a
existência de Deus basta contemplar o espetáculo maravilhoso de uma noite estrelada,
sabendo que esses pontinhos luminosos espalhados pela imensidade dos espaços como pó
de brilhantes são sóis gigantescos que se movem a velocidades fantásticas, apesar da sua
aparente imobilidade. (...)
Hillaire (La Religión demostrada, 100 ed. -Barcelona, 1955, pp. 6-7), diz:
AÉ um princípio admitido pelas ciências físicas e mecâ nicas que a matéria não
pode mover-se por si mesma: uma está tua não pode abandonar o seu pedestal; uma
máquina não pode mover-se sem uma força motriz; um corpo em repouso não pode por si
mesmo colocar-se em movimento. Esse é o chamado princípio da inércia. Logo é
necessário um motor para produzir o movimento.
Pois bem: a terra, o sol, a lua, as estrelas, percorrem órbitas imensas sem jamais se
chocarem umas contra as outras. A terra é um globo colossal de quarenta mil quilômetros
de diâmetro, que realiza, segundo afirmam os astrônomos, uma rotação completa sobre si
mesma no espaço de um dia, movendo- se (os pontos situados sobre o equador) com a
velocidade de vinte e oito quilômetros por minuto. Num ano dá uma volta completa ao
redor do sol, e a velocidade com que anda é de uns trinta quilômetros por segundo. E
sobre a terra, os ventos, os rios, as marés, a germinação das plantas, tudo proclama a
existência do movimento.
Todo o movimento supõe um motor; mas como não se pode supor uma série
infinita de motores que comuniquem o movimento uns aos outros, posto que um número
infinito é tão impossível como um bastão sem extremidades, é preciso chegar
necessariamente a um Ser primeiro que comunique o movimento sem tê-lo recebido; é
preciso chegar a um Motor primeiro imóvel. Ora bem, este primeiro Ser, esta Causa
primeira do movimento, é Deus, quem recebe com razão o nome de MOTOR PRIMEIRO
do Universo.
Admiramos o gênio de Newton, que descobriu as leis do movimento dos astros;
mas que inteligência não foi necessária para estabelecê-las, e que poder para lançar no
espaço e mover com tanta velocidade e regularidade estes inúmeros mundos que
constituem o universo?...@
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Segunda via: a causalidade eficiente
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(IHS) Teologia As cinco vias de São Tomás ─ p. 3 de 6
1(?) Para contrarrestar a força demonstrativa do argumento da aparição da vida sobre a terra, alguns
racionalistas lançaram a hipótese de que tinham caído sobre ela germes vivos procedentes de outros astros. Mas
esta suposição, inteiramente arbitrária e gratuita, não tem valor algum, já que, nesse caso, seria preciso investigar a
origem da vida nesses outros astros C o que nos levaria de todos os modos à necessidade de um Primeiro Vivente
C e seria preciso explicar, além do mais, como conservaram estes germes a vitalidade submetidos à ação dos raios
ultravioletas e atravessando os espaços interplanetários, cuja temperatura é de 273 graus abaixo de zero.(Nota do
autor.)
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(IHS) Teologia As cinco vias de São Tomás ─ p. 4 de 6
bem: depois das experiências concludentes de Pasteur, já não há sábios verdadeiros que se
atrevam a defender a hipótese da geração espontânea; a verdadeira ciência estabelece que
nunca um ser vivo nasce sem um germe vital, semente, ovo ou renovo, proveniente de
outro ser vivo da mesma espécie.
Mas qual é a origem do primeiro ser vivo de cada espécie? Remontai quanto
quiserdes de geração em geração: sempre será preciso chegar a um primeiro criador, que é
Deus, causa primeira de todas as coisas. É o velho argumento do ovo e da galinha; mas
não é por ser velho que deixa de ser incômodo para os ateus@.
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conta algumas das características que a simples razão natural pode descobrir com toda a
certeza nele. Eis aqui as principais, segundo Hillaire (op.cit., pp 14-15):
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calor, é causa do calor de tudo o que é quente. Existe, por conseguinte, algo que é para
todas as coisas existentes causa do seu ser, de sua bondade e de todas as suas demais
perfeições. E a esse Ser perfeitíssimo, causa de todas as perfeições, chamamos Deus@.
Como se vê, a estrutura da argumentação desta quarta via é inteiramente similar às
anteriores. Partindo de um fato experimental completamente certo e evidente C a
existência de diversos graus de perfeição nos seres C a razão natural remonta à
necessidade de um ser perfeitíssimo que tenha a perfeição em grau máximo, ou seja que a
tenha por sua própria essência e natureza, sem a ter recebido de ninguém, e que seja, por
isso mesmo, a causa ou manancial de todas as perfeições que encontramos em graus
muito diversos em todos os demais seres. Ora bem: esse Ser perfeitíssimo, origem e fonte
de toda a perfeição, é precisamente o que chamamos Deus.
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