Você está na página 1de 21

IMAGEM E MARCA

Unidade 3 - O e-commerce

GINEAD
MARKETING DIGITAL
GINEAD

UNIDADE 3

Todos os direitos reservados.

Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, sendo

vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, venda,

compartilhamento e distribuição.

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos que
possa:

Analisar os
aspectos gerais do
e-commerce e do
mercado tradicional;
> Conhecer as
estratégias de
marketing no
e-commerce e
analisar os mercados
B2B e B2C;
> Verificar as
métricas para
avaliar os resultados
e analisar o
planejamento
e a gestão do
e-commerce.

2
MARKETING DIGITAL
GINEAD

3 O E-COMMERCE

INTRODUÇÃO
O comércio eletrônico é uma realidade em nossas vidas e já movimenta bi-
lhões de reais todos os anos. Desde o boom da internet, em 2005, esse setor
não parou de crescer. Até 2023, estima-se que o comércio de bens e serviços
na internet movimente quase R$ 160 bilhões, conforme dados da Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico.
Com tantas informações nos bombardeando todos os dias, tornou-se essen-
cial para o e-commerce adotar estratégias de marketing diferenciadas para
disputar a atenção do público e garantir o sucesso nesse mercado. Nesta uni-
dade, você verá como o comércio eletrônico tem se desenvolvido nos últimos
anos e quais são os principais fatores que influenciam o marketing digital
nesse meio.
Falaremos das diferenças entre o mercado tradicional e o on-line, o comércio
entre empresas e consumidores e as transações em dispositivos móveis pelo
mobile e-commerce. E para que você esteja preparado para esse mercado
que muda constantemente, daremos uma visão geral sobre o planejamento
e indicadores de gestão de um projeto de e-commerce. Aproveite o conteúdo
e bons estudos!

3.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DO


E-COMMERCE
Você já parou para pensar quantas vezes recebeu cupons de desconto para
comprar algo pela internet? Ou então quantos e-mails você recebeu quan-
do parou de utilizar algum aplicativo ou o desinstalou do celular? Pois então,
isso tudo faz parte de estratégias de marketing digital. As definições para o
e-commerce na literatura são muitas, mas resumidamente podemos dizer
que é um modelo de negócio onde são realizadas operações de compra e
venda de produtos ou serviços através da internet.

3
MARKETING DIGITAL
GINEAD

FIGURA 1: COMÉRCIO ELETRÔNICO

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Contudo, engana-se quem pensa que as estratégias de marketing do


e-commerce devem ser focadas apenas no “e” da palavra, que se refere muito
mais à tecnologia, e esquecer do que realmente se trata, de vendas! Sim, é es-
sencial entender de tecnologia, mas com foco no mercado e no comportamen-
to das pessoas. Por isso, é indispensável para um comércio eletrônico de sucesso
manter a atenção no planejamento, na escolha do nicho de mercado, na criação
de campanhas de marketing efetivas e no relacionamento com o cliente.
A história do e-commerce começou em
1994 nos Estados Unidos, com a empresa
Amazon.com, empresa pioneira neste tipo
de comércio e uma das líderes do segmen-
to em todo o mundo. Já no Brasil, a primei-
ra grande varejista a se aventurar na web
foi a Booknet, que anos depois teria sua A história da Amazon –
marca substituída pela Submarino, inau- TecMundo: https://youtu.be/
Kh41pc3fv-Q
gurada em 1995 e hoje parte do conglome-
rado B2W Digital.

4
MARKETING DIGITAL
GINEAD

O acesso de cada vez maior de consumidores à internet, a melhoria da in-


fraestrutura de acesso à banda larga e o crescimento do poder de compras
destas classes, foram fatores determinantes para o crescimento do comércio
digital. O investimento em novas tecnologias também faz com que o consu-
midor tenha mais confiança na hora de realizar pagamentos online. De acor-
do com Turchi (2019, p. 16):

Na América Latina, o Brasil lidera o e-commerce, representando em torno


de 41% das vendas, sendo aproximadamente 85% das compras feitas de
empresas locais [...]. Porém, os sites internacionais vêm conquistando
espaço no e-commerce brasileiro ao oferecer preço mais baixo, produto não
disponível em lojas brasileiras e lançamentos que não chegaram ao País.

O e-commerce se apropriou de datas comemorativas e de grandes eventos,


criando ações promocionais como a Black Friday e a Cyber Monday, que
acontecem no final de novembro, e o Dia do Consumidor, realizado no dia 15
de março, datas em que o faturamento supera as expectativas. A cada ano, os
consumidores adquirem mais confiança nos descontos ofertados pela inter-
net e esperam por esses eventos para efetuar suas compras.

Black Friday - é o dia seguinte


ao Dia de Ação de Graças nos
Estados Unidos. Sempre foi uma
data de alta movimentação do
comércio nos EUA por conta
do feriado prolongado e pelas
promoções que marcam o
início das compras natalinas. No
Brasil, a primeira Black Friday
aconteceu em 2010, apenas nas
lojas virtuais. Com o passar dos
anos e a adesão do consumidor
brasileiro, o evento passou a
integrar o calendário de ações do
comércio físico, é uma das datas
de maior faturamento no ano.

5
MARKETING DIGITAL
GINEAD

Cyber Monday - estreou em


28 de novembro de 2005 em
um comunicado de imprensa
da Shop.org intitulado “Cyber
Monday rapidamente se
tornando um dos maiores
dias de compras em linha do
ano”. O evento acontece após
o feriado do de Ação de Graças
nos Estados Unidos e foi criado
para aproveitar o clima da já
tradicional Black Friday para
compras virtuais. No Brasil, a
primeira edição foi em 2011.

Podemos observar que o e-commerce não é mais considerado como um mo-


dismo pois continua se expandindo e atraindo cada vez mais investidores de
vários países. As empresas de diferentes portes e setores que se adequam a
esta realidade só tendem a crescer, pois o comércio digital é mais uma alter-
nativa para atrair novos consumidores.

3.2 O MERCADO TRADICIONAL E O MERCADO


ELETRÔNICO
O mercado tradicional tem como público-alvo consumidores que se deslo-
cam a uma loja física e utilizam como métodos principais de publicidade a
televisão, revistas, jornais e outdoors. Enquanto isso, o mercado eletrônico uti-
liza plataformas virtuais como uma vitrine e entrega o produto no endere-
ço que o consumidor desejar. Contudo, uma empresa off-line ainda pode se
beneficiar do mercado eletrônico, ambos
podem coexistir.
O mercado eletrônico proporciona que
um mercado físico se torne uma corpo-
ração multinacional virtual, pois além de
possibilitar a venda de produtos de forma Marketing digital X
nacional e internacional, reduz considera- Marketing tradicional
velmente o custo de processamento, dis- - https://
youtu.be/2cGS-tANiwM
tribuição e recuperação de informações.

6
MARKETING DIGITAL
GINEAD

Quando falamos especificamente em marketing, a economia do digital é


substancial. O mercado tradicional tem estratégias focadas em atingir mas-
sas, na quantidade de possíveis consumidores e, geralmente, na mídia im-
pressa, que possui alto custo de produção. Enquanto isso, no meio digital,
apesar da quantidade ser importante, o foco é a segmentação de mercado,
os nichos de clientes que recebem comunicação personalizada e interativa.
Isso torna os investimentos em marketing digital mais baratos e com maior
taxa de retorno.
A ideia de personalização não fica só nos anúncios, a customização dos produtos
também é potencializada, permitindo que os clientes adequem itens e serviços
ao que necessitam. Um exemplo é o serviço de impressão de fotos e montagem
de álbuns. Mesmo sendo um produto físico, os sites oferecem ao consumidor a
possibilidade de definir o formato, quantidades de imagens por página, diagra-
mação, efeitos e um estilo que combine com a temática das fotos. Cada álbum
tem uma combinação única personalizada pelo próprio consumidor.
O e-commerce permite que o cliente realize compras a qualquer hora e em
qualquer lugar, podendo realizar comparação de preços, avaliações de outros
consumidores – incluindo a qualidade da central de atendimento –, o tempo
de entrega e se o produto era exatamente o descrito nas especificações do site.
Embora o mercado digital apresente muitas vantagens, uma das principais
desconfianças do consumidor é a falta de segurança nas transações e coleta
de dados. Não é incomum ouvir que sites de grandes organizações foram in-
vadidos e dados confidenciais de clientes foram expostos.

FIGURA 4: SEGURANÇA DIGITAL

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

7
MARKETING DIGITAL
GINEAD

Outra desvantagem é a constante evolução da tecnologia, muitas vezes levan-


do à incompatibilidade entre os sistemas utilizados e a infraestrutura, fazendo
com que as organizações que decidem trabalhar com este tipo de mercado
tenham que estar sempre atualizadas, tanto nos modelos de negócio quan-
to nas tecnologias utilizadas para o comércio eletrônico, pois a concorrência
é enorme e a pressão para se manter no mercado é grande. Em tempos de
sustentabilidade, o desperdício de recursos ainda é muito grande, pois com
a rapidez das mudanças tecnológicas, os hardwares e periféricos tornam-se
facilmente descartáveis.
Alguns fatores ainda são bastante deter-
minantes para que um consumidor pre-
fira se dirigir até a loja mais próxima do
que comprar on-line no conforto da sua
casa. Nem só de descontos vive um bom
comércio digital. Na forma eletrônica, os
O varejo tradicional está consumidores não podem ver a real di-
mesmo ameaçado? https://
mensão ou tocar um item nem testá-lo
www.ecommercebrasil.com.
br/artigos/varejo-tradicional- antes da aquisição. Dependendo do pro-
esta-mesmo ameacado/ duto e do consumidor, esse pode ser um
fator determinante na escolha entre uma
loja virtual e uma loja física.
Mesmo com tantas facilidades, o mercado eletrônico, como todo negócio,
também possui riscos, por isso é importante ter consciência de que é um tra-
balho difícil e o ideal é que sempre seja realizado um estudo muito criterioso
para entender o nicho, saber quais as vantagens e desvantagens e estar pre-
parado para gerenciar crises.

3.3 ESTRATÉGIAS DE MARKETING NO


E-COMMERCE
Quem nunca pesquisou a página de uma loja no Facebook ou procurou
aquele restaurante para fazer um check-in? Até os comércios físicos tendem
a criar páginas comerciais em redes sociais, pois o próprio consumidor tem
essa necessidade.
O que difere o marketing tradicional do digital é que, enquanto o tradicional
tenta capturar a atenção do consumidor no cotidiano da vida real, o digital

8
MARKETING DIGITAL
GINEAD

usa diferentes processos e canais para chegar ao consumidor em suas ações


virtuais. Além disso, o digital torna o processamento e a análise de dados mais
clara e objetiva, quase em tempo real, utilizando as informações de compor-
tamento do usuário para entregar uma comunicação direcionada. Um bom
exemplo disso é quando realizamos a pesquisa de um determinado produto
ou serviço e os anúncios que aparecem em outra página são relacionados ao
produto pesquisado anteriormente.
As estratégias de marketing no e-commerce buscam gerar valor para o negó-
cio e converter isso em lucro. Steffano e Zattar (2016), utilizam as definições de
Stair e Reynolds (2012), para diferenciar estes dois termos:

Estratégia de negócio:
conjunto de planos para
alcançar retornos superiores, a
longo prazo, no capital investido
em uma empresa. É, portanto,
um plano para a realização
de lucros em um ambiente
competitivo a longo prazo.

Lucro: é a diferença entre


o preço que uma empresa
é capaz de cobrar por seus
produtos e serviços e o custo de
produção e distribuição desses
bens, ou seja, lucro representa o
valor econômico.

Logo, podemos dizer que as estratégias objetivam o lucro, mas, tratando-se


de marketing digital, esse lucro perpassa tanto o valor econômico como o
valor simbólico – o valor agregado à imagem da organização pelos diversos
públicos que atende.

9
MARKETING DIGITAL
GINEAD

FIGURA 5: GERAÇÃO DE VALOR

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Vamos conhecer as principais estratégias de marketing para o e-commerce:


Inbound marketing: também chamado de “marketing de atração”, é um
componente estratégico que tem como objetivo gerar e distribuir temáticas
vinculadas ao produto para atrair o público alvo. Popularizou-se pelos blogs
de conteúdos das lojas virtuais e páginas especiais com e-books ou webinars
gratuito que exigem um cadastro com informações básicas. Posteriormente,
esses dados são usados para buscar converter esses interessados em clientes.
Links patrocinados: são os espaços pagos em páginas eletrônicas, ora com
links em texto, ora com banners. Possui bom direcionamento, pois considera
o comportamento do usuário para exibir O planejamento dessa mídia deve
ser cuidadoso e assertivo para entregar o anúncio a quem de fato tem inte-
resse. Caso contrário, pode-se gerar uma antipatia pela marca por excesso de
propaganda.
Native advertising: resume-se em artigos e postagens patrocinados em
meio ao conteúdo de site, vídeo, blog ou rede social. Conhecido também por
publieditorial, pode ter maior engajamento por estar integrado aos artigos já
buscados pelo consumidor.

10
MARKETING DIGITAL
GINEAD

E-mail marketing: indicado para estreitar a relação com os consumidores.


Exige planejamento específico para garantir a entrega e estimular o consu-
midor a abrir o e-mail. Atualmente, não é a estratégia de maior conversão,
mas ainda é bastante utilizada pela alta penetração de mercado e baixo custo
do investimento.
Search Engine Otimization (SEO): conjunto de estratégias voltadas para au-
mentar a visibilidade em sites de busca de forma orgânica. O SEO envolve
tanto o tratamento do conteúdo como aspectos técnicos de programação. A
adoção dessa estratégia exige, portanto, um trabalho conjunto do profissio-
nal de marketing com o profissional de Tecnologia da Informação.

FIGURA 6: GERAÇÃO DE VALOR

Fonte: Deduca (2020)

Notificações Push: consistem no envio de notificações diretas para o con-


sumidor, seja para navegador web ou para dispositivos móveis. Podemos
classificar como uma evolução do envio de mensagens de texto via SMS. As
principais vantagens são: custo de investimento, alta penetração e entrega
segmentada.
Bots: os bots, ou robôs, são programas que interagem com o consumidor simu-
lando um atendimento personalizado. Geralmente são apresentados na forma
de chats, mas também podem ser integrados às redes sociais ou serviços de
mensagens, como o WhatsApp. Podem servir tanto para atendimento ao clien-
te como para prospecção, auxiliando o consumidor na jornada de compra.

11
MARKETING DIGITAL
GINEAD

Como se pode observar, as estratégias de marketing digital possuem dire-


cionamentos específicos. Elas devem se moldar aos públicos e o consumidor
deve ter a sensação de comunicação personalizada e não de ser apenas mais
um usuário recebendo a mesma abordagem.

3.4 MERCADOS B2B E B2C


Apesar dos públicos e nichos serem diversos no meio eletrônico, é possível
categorizá-los em dois grandes mercados já tradicionais no meio off-line e
em processo de migração para o on-line: o Business to Consumer (B2C), que
se refere a vendas de empresas para o consumidor final, pessoa física; e o
Business to Business (B2B), que compreende o comércio de bens e serviços
entre empresas, de pessoa jurídica para pessoa jurídica.
Engana-se quem pensa que a diferença entre esses mercados é apenas o
tipo de consumidor. As transações B2B possuem uma complexidade maior.
Reade et al. (2015), definem cinco categorias principais de compradores B2B:

1. Produtores:

Adquirem produtos que são utilizados como matéria-prima para


fabricar outros itens. Ex.: uma fábrica de bolos compra farinha de trigo,
essências, corantes e outros ingredientes.

2. Intermediários:

Não produzem, apenas revendem a mercadoria. Ex.: supermercados


atacadistas e varejistas que adquirem produtos em grande volume
para revendê-los.

3. Empresas de serviços e profissionais:

Prestadoras de serviços terceirizados. Ex.: segurança, limpeza,


manutenção, alimentação industrial, dentre outras.

12
MARKETING DIGITAL
GINEAD

4. Órgãos do Governo:

Instâncias do Estado que adquirem produtos em modalidades


próprias de compra como licitação ou concorrência pública.

5. Outras instituições:

Empresas que não se enquadram nas categorias anteriores. Ex.:


organizações não governamentais, instituições de ensino, clubes e
igrejas.

Observe que cada categoria tem demandas específicas e um mesmo com-


prador organizacional pode ser enquadrado em mais de uma categoria. Além
disso, as categorias podem concentrar segmentações que impactam a abor-
dagem de cada comprador.

Um cliente pode valorizar o fator preço, enquanto outro pode estar mais
interessado no recebimento rápido de mercadorias, de acordo com o que
foi programado, e um terceiro pode valorizar, ainda, a qualidade do produto
ou serviço e a assistência técnica proporcionadas pela empresa vendedora, e
assim por diante. (READE et al., 2015, p.82)

Saber diferenciar a categoria e o segmento da empresa compradora permite


conhecer as necessidades de cada uma e construir uma relação que pode e
deve ir além do simples fornecimento de insumos. No mercado B2B, parce-
rias estratégicas entre fornecedores e compradores fazem toda a diferença na
cadeia de suprimentos.

13
MARKETING DIGITAL
GINEAD

FIGURA 7: B2B

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Os fatores usados para segmentar as empresas devem ser definidos de acor-


do com o modelo de negócio. Contudo, podemos citar alguns, como tama-
nho da empresa, processo de compra, importância do item e frequência de
compra.
Tendo essas informações, você conseguirá definir os requisitos da plataforma
de e-commerce adequada. Em cenários mais simples, uma plataforma B2C
também pode ser utilizada para B2B, bastando apenas a adaptação do geren-
ciamento de clientes pessoas físicas para pessoas jurídicas. Contudo, quando
há vários segmentos envolvidos, a plataforma e o marketing devem ser perso-
nalizados para cada um deles, levando em conta os aspectos a seguir:

• Perfil do cliente X Tabelas de preços: os grupos de clientes devem ver


precificações definidas de acordo com o mix de segmentos;

• Catálogos: os produtos apresentados devem ser exatamente os que


interessam ao segmento, prevendo canais e até mesmo exclusividade de
itens de acordo com o grau da parceria;

• Volume: quem compra milhares de itens deve ter uma navegação


diferenciada e a certeza de estoque disponível para as necessidades.
Cabe também conhecer a cadeia de suprimentos do cliente para realizar
campanhas no momento mais oportuno do ciclo de produção;

14
MARKETING DIGITAL
GINEAD

• Pagamento e crédito: condições especiais e formas exclusivas para


B2B (Cartão BNDES, faturamento com pagamento posterior, dentre
outras) precisam ser disponibilizadas de acordo com o perfil, pois o
volume movimentado por determinado cliente pode justificar condições
diferenciadas;

• Tributação: transações B2B possuem impostos diferentes e cálculos que


precisam ser considerados. O tipo de produto, local de origem e destino e
isenções fiscais do cliente, alteram os impostos e podem gerar oportunidades
de negócios personalizados para os quais a plataforma deve estar preparada.

Em suma, podemos dizer que o mix do marketing também se aplica ao e-


-commerce B2B, mas em nível mais complexo.

Os caminhos para a abordagem eficiente de clientes


B2B https://endeavor.org.br/vendas/os-caminhos-
para-a-abordagem-eficiente-de-clientes-b2b/

3.5 MOBILE E-COMMERCE


Já vimos que o comércio eletrônico é um meio consolidado e que tende a
continuar crescendo. Em 2019, o Brasil atingiu 97% de cobertura de rede mó-
vel 4G. O portal de notícias R7 (2020), noticiou que, junto à rede, houve um
aumento de 18% de celulares conectados, totalizando 154 milhões de disposi-
tivos. Isso mostra como a cultura digital está se naturalizando e, logo, as rela-
ções digitais de consumo também.

15
MARKETING DIGITAL
GINEAD

FIGURA 8: M-COMMERCE

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Se outrora comprar pela internet era motivo de medo, hoje já avançamos


para o mobile e-commerce, a compra e venda de bens e serviços por meio
de dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Esse é um canal de alta
distribuição. Nem todos possuem um computador e internet em casa, mas
mais da metade dos brasileiros possui um smartphone conectado.
Turchi (2019, p. 69) revela que o mobile e-commerce, ou simplesmente m-
-commerce,

[...] há muito tempo deixou de ser visto como uma aposta ou mesmo modismo
para ser encarado com total interesse e seriedade pelos diferentes grupos
econômicos, mostrando-se uma excelente alternativa de novo canal e novas
receitas para muitas empresas de diferentes portes e setores, atraindo a
cada dia novos investidores dentro e fora do País.

Mas não basta ofertar um produto ou serviço em formato mobile para obter
sucesso, é preciso, como sempre, entender o comportamento do cliente para
otimizar as estratégias. Hoje, o principal uso dos smartphones é a interação
nas redes sociais. Ao pensar em m-commerce, é preciso pensar na dinâmica
dessas redes, na forma como as pessoas se comunicam em cada uma delas,
estar presente nesses meios e emular a jornada de compra como uma expe-
riência social, é isso que chamamos de social commerce, que tem nos dispo-
sitivos móveis o seu principal canal.

16
MARKETING DIGITAL
GINEAD

Nesse sentindo, o uso de personas é extremamente recomendável, pois cria


um discurso de proximidade com o consumidor. As personas são persona-
gens fictícios que representam um grupo de clientes com determinadas
características. Assim, fica mais fácil construir um discurso compatível com
cada persona.

Maria é uma mulher de 20 a 30 anos, solteira, sem


filhos, vaidosa, gosta de sites de culinária, segue
vários perfis de memes, acompanha tutoriais de
maquiagem e de DIY. Com essa persona/segmento,
é possível ver que campanhas de material escolar
não são eficientes para a “Maria”. Por outro lado, itens
de cozinha e cuidados com a pele vão ao encontro
do que ela gosta. E tudo isso deve ser ofertado
com uma linguagem dinâmica, jovem e repleta de
referências aos memes do momento.

Também é necessário pensar na brand persona, ou seja, a persona da marca


que emite a mensagem, em quem está falando com o cliente. Aqui, há três
opções:
Criar um personagem vinculado à marca: o famoso “mascote”, uma figura
humanizada que representa a marca e conversa com os clientes. Um exem-
plo de sucesso é a assistente virtual Lu, da varejista Magazine Luiza. Com blog,
chatbot, canal no YouTube e presença nas redes sociais, ela dá dicas diversas,
explica as funções dos produtos e presta suporte inicial, sempre com simpa-
tia e informalidade. No app da loja virtual, a Lu avisa das promoções, infor-
ma quando um produto esgotado foi resposto, dentre outras comunicações
segmentadas. Essas ações dão ao consumidor a sensação de proximidade e
potencializa a decisão de compra.

17
MARKETING DIGITAL
GINEAD

FIGURA 9: INTERAÇÕES SOCIAIS

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Personificar a marca: aqui a própria marca é personificada e utiliza todos


os meios de comunicação para reforçar o perfil definido. Essa personalida-
de precisa ser muito bem desenhada, pois carrega diretamente a imagem
da organização. O serviço de streaming Netflix adotou essa postura. Trata-se
de uma empresa, mas é possível atribuir características humanas pela forma
como se comunica com seus clientes: é jovem, engraçada, atualizada, por ve-
zes debochada, apoia a diversidade e é especialista em cultura pop. Não à toa,
é chamada por alguns de “Dona Netflix”.
Humanizar a comunicação: a empresa não se passa por um personagem,
mas consegue ser mais informal e se aproximar do cliente entregando con-
teúdo personalizado para reforçar a identidade corporativa. O NuBank, ban-
co 100% digital, se apresenta como uma prestadora de serviços. Ainda assim,
consegue se diferenciar das demais pela forma humanizada com que trata
seus clientes em todos os canais. O “roxinho”, como é chamado o cartão de
crédito, não representa só um cartão, mas uma comunidade, os “Nus”, que
propaga a empresa positivamente de forma orgânica.
Independentemente da forma escolhida, é obrigatório estabelecer a aproxi-
mação de forma natural e social, para que cada notificação enviada seja lida
como uma mensagem de um amigo e não como mais um anúncio padrão.

18
MARKETING DIGITAL
GINEAD

3.6 E-COMMERCE: PLANEJAMENTO E GESTÃO


Depois de conhecer as características e a dinâmica do e-commerce, chega-
mos ao planejamento em si. Não há uma receita definida, pois cada projeto
pode exigir análises diferentes. Uma loja física que resolve lançar um e-com-
merce, por exemplo, já tem uma trajetória e infraestrutura logística pronta,
precisando apenas adaptá-la. Já um projeto novo, 100% digital, exige maior
investimento e planejamento. Vejamos a seguir os pontos principais que de-
vem ser considerados.

Os fatores listados a seguir concentram-se no


planejamento de marketing, considerando que o
projeto já teve sua viabilidade definida em um plano
de negócio.

Plataforma: liste todos os requisitos da plataforma antes de escolhê-la. Nem


todas as opções disponíveis no mercado são modulares, por isso tenha em
mente onde desejar chegar e que funcionalidades utilizará. Ainda que não
use todas no início, certifique-se de que a plataforma oferece suporte para
evitar dores de cabeça no futuro. Stefano e Zatar (2016), citam como recursos
básicos: usabilidade e navegabilidade, layout atrativo, imagens e informações
completas, acessibilidade, infraestrutura adequada ao volume de pedidos, di-
versidade de opções de pagamento e integração com os demais sistemas da
empresa (estoque, logística, finanças, contabilidade, etc.).
Análise de concorrência: identifique os concorrentes diretos e faça uma pes-
quisa comparativa, estabelecendo critérios e notas para cada um deles. Esse tipo
de comparação é chamado de benchmaking e permite visualizar quais são os
diferenciais de cada concorrente e como o seu projeto está posicionado no mer-
cado. Use as informações dessa análise para garantir a originalidade da marca.

19
MARKETING DIGITAL
GINEAD

FIGURA 10: MÉTRICAS E INDICADORES

Fonte: Plataforma Deduca (2020)

Estratégia de preço: defina as modalidades de pagamento, flexibilidade de


preço e margens de descontos para incentivos promocionais. Considere os
dados do benchmarking para tomar decisões de precificação. Em geral, o
cliente de e-commerce busca o menor preço, mas benefícios agregados po-
dem influenciar a decisão de compra, como programas de fidelização, cash-
back, frete grátis e condições especiais de pagamento.
Estratégia de divulgação: indique todas as ações de divulgação da marca e
atração de clientes, definindo o orçamento disponível para cada uma, inclu-
sive para ações sazonais, como datas comemorativas. Verifique o público alvo
indicado no plano de negócios para decidir os canais de propaganda mais
efetivos. Os canais mais utilizados por lojas virtuais são sites de busca, redes
de anúncios on-line, sites de comparação de preços, redes sociais e digital
influencers.
Jornada de compra: defina o fluxo de compra, desde a captação de um clien-
te até o pós-venda. Exemplo resumido: Captação > Escolha do item > Cesta
de compras > Finalização > Pagamento > Entrega > Pós-venda. Cada projeto
possui uma jornada diferente. Detalhe as etapas e as estratégias aplicáveis
em cada uma delas. Rastrear esse trajeto é importante para configurar os fu-
nis de relacionamento com o cliente e identificar em que momento há maior
conversão ou desistência.

20
MARKETING DIGITAL
GINEAD

Fidelização: não adianta converter um interessado em um comprador e frus-


trá-lo após a entrega. Planeje estratégias de relacionamento para fidelizar o
cliente, fazer com que ele volte a comprar e seja um influenciador espontâneo.
Orçamento: detalhe o investimento necessário para as ações planejadas. Ca-
tegorize também o que é essencial e o que é recomendável. Conforme o de-
sempenho do projeto, o orçamento pode precisar ser ajustado. Ter essa indi-
cação prévia facilita decisões de adequações dos valores destinados para área.
Metas e indicadores: defina quais serão as metas e os indicadores de desempe-
nho monitorados. Esses dados não devem ser apenas números em relatórios, mas
sim ferramentas de avaliação do projetos. É por eles que a eficiência deve ser me-
dida e os ajustes identificados. A metodologia mais utilizada para criação de metas
e indicadores é a SMART, um acrônimo de Specifc (Específico), Measurable (Men-
surável), Attainable (Atingível), Relevant (Relevante) e Time-Bound (Temporizável).

12 métricas para e-commerce que você precisa


mensurar
https://www.traycorp.com.br/conteudo/metricas-
para-ecommerce/

CONCLUSÃO
Nesta unidade, você viu as principais características do mercado eletrônico,
também chamado de e-commerce, e como ele se diferencia do mercado tra-
dicional. Em crescimento constante, esse mercado possui diversas categorias,
tendo como principais divisões o Business to Consumer (B2C) e o Business to
Business (B2B). Seja qual for o público alvo, um fato comum é a demanda por
estratégias de marketing específicas, personalizadas para os segmentos de
mercado e adaptáveis ao comportamento digital dos consumidores.
Nesse sentido, deve-se pensar não apenas na propaganda, mas na experiência
de compra como um todo, desde a captação até o pós-venda, quando se busca
fidelizar o cliente. Com o planejamento realizado, o acompanhamento das métri-
cas e indicadores é vital para poder medir o desempenho e ajustar as estratégias.
O conhecimento dessa área não é fechado, está em construção. Por isso, pesqui-
se e acompanhe o movimento do mercado para tomar as decisões adequadas.

21

Você também pode gostar