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O livre-arbítrio é um conceito complexo que tem sido discutido ao longo da história por
várias perspectivas filosóficas e teológicas. A neurociência, por exemplo, explora o
livre-arbítrio sob uma ótica materialista, sugerindo que as decisões humanas são
determinadas por processos cerebrais e fatores biológicos, como neurotransmissores e
genes. Segundo essa visão, embora os indivíduos possam sentir que têm liberdade de
escolha, suas ações são, em última análise, determinadas por processos neurobiológicos.
O molinismo, desenvolvido pelo jesuíta Luis de Molina, propõe que Deus possui um
conhecimento médio, que lhe permite conhecer não apenas o que as pessoas escolherão
fazer em diferentes circunstâncias, mas também o que elas teriam escolhido fazer em
circunstâncias hipotéticas diferentes. Isso permite reconciliar a presciência divina com o
livre-arbítrio humano.
Por outro lado, o calvinismo, baseado nos ensinamentos de João Calvino, defende a
doutrina da predestinação, argumentando que Deus predestinou desde antes da fundação
do mundo quem seria salvo e quem seria condenado. Nessa perspectiva, o livre-arbítrio
humano é visto como limitado pela vontade soberana de Deus.
Por fim, o pelagianismo, originado nas ideias de Pelágio, nega a doutrina do pecado original
e defende a capacidade inata do ser humano de escolher o bem sem a necessidade da
graça divina. Para os pelagianos, o livre-arbítrio humano é absoluto e não está sujeito à
influência da graça divina ou à predestinação.