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Simulado

Criado em: 12/07/2023 às 07:14:58

Leia o texto, para responder às questões de números 01 a 07.

O senso comum propala que há poucos ingênuos na sociedade contemporânea. Acresce de forma
provocadora que as honrosas exceções, tão merecedoras de admiração, confirmam a regra de que
“todo mundo tem um preço”. A generalização, porém, é abusiva. Por quê? Porque supõe que
corromper-se seja um traço congênito dos homens. Ora, se muitos prevaricam, o mesmo não pode
ser dito de todos. Afinal, as condições históricas não propiciam iguais tentações a cada um de nós.
De um lado, nem todas as sociedades humanas instigam seus agentes a transgredir os padrões
morais com a mesma intensidade; de outro, nem todas as pessoas estão à mercê das mesmas
tentações para se corromper. Nesse sentido, ao incitar ambições e ao aguçar apetites, as sociedades
em que prevalecem relações mercantis abrigam mais seduções do que as sociedades não mercantis.
Resumidamente: expõem mais as consciências à prova e, em consequência, contabilizam mais
violações dos códigos morais.

Ademais, ainda que se aceite que todo mundo tenha um “preço”, a pressuposição só faz sentido
em termos virtuais. Afinal, nem todos estão ao alcance do canto das sereias. Dizendo sem rodeio:
muitos não são corrompidos porque não vale a pena suborná-los!

E isso coloca em xeque a anedota desesperançada do filósofo Diógenes, que se achava exilado em
Atenas: munido de uma lanterna em plena luz do dia, procurou em vão um homem honesto. Ora,
convenhamos: será que ninguém naquela cidade-estado, absolutamente ninguém, merecia crédito?
Não parece lógico; é uma fábula que não deve ser levada ao pé da letra. Qual então o seu mérito?
Denunciar a depravação moral que então grassava. De qualquer modo, ponderemos: nem todos os
atenienses possuíam cacife o bastante para vender a alma ao diabo.

(Robert H. Srour. Ética empresarial. Adaptado)

1. [Q2761171]

Para responder a esta questão, considere o texto de Robert H. Srour e a charge de Lor.
(Lor. Os desmandamentos.)

É correto afirmar que o cotejo desses textos aponta haver entre eles relações de

a ) interdependência, pois ambos expõem objetivamente suas teses.

b ) analogia, replicando ideias implícitas e corrigindo desvios de conteúdo.

c ) descontinuidade, centradas na questão do poder ilimitado das corporações.

d ) intertextualidade, abordando o aspecto temático de diferentes pontos de vista.

e ) coesão e coerência baseadas no emprego de expressões típicas da lógica textual.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Inferência Textual.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2023 / Tribunal de Contas do Município de São Paulo
TCM SP - SP / Auxiliar Técnico de Controle Externo - Área Administrativa / Questão: 7

Considere os enunciados para responder às questões de números 34 e 35.

• Martins (2012, p. 107) explica que “São também carregadas de afetividade as palavras que
exprimem um pensamento pessoal.”

• Ao analisar o uso do discurso indireto livre, Martins (2012, p. 251) explica que Flaubert encontrou
nesse recurso a possibilidade de atingir o seu ideal artístico: “O autor, em sua obra, deve ser como
Deus no Universo: presente em toda parte e visível em nenhuma.” (apud Ullmann, Style in French
Prose, p.181)

2. [Q2768934]
Os enunciados exemplificam, correta e respectivamente, uma citação

a ) direta curta e uma citação direta longa.

b ) indireta e uma citação direta.

c ) de citação e uma citação de citação.

d ) direta longa e citação direta.

e ) direta curta e uma citação de citação.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Citação.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2023 / Tribunal de Contas do Município de São Paulo
TCM SP - SP / Auditor de Controle Externo - Área: Letras - Língua Portuguesa / Questão: 34

Leia o texto, para responder às questões de números 38 a 44.

Páginas da vida

A primeira palavra de que se tem conhecimento na literatura ocidental é “cólera”–


originalmente escrita em grego como ménin. O termo abre a Ilíada, de Homero, autor que se
acredita ter vivido na região da Jônia, atual Turquia, no século VIII a.C. Transmitido a princípio de
maneira oral, o poema épico que fala da ira do guerreiro Aquiles na Guerra de Troia foi o pontapé
inicial para uma história que é mãe de todas as outras: a origem do livro, recontada em detalhes no
instigante O Infinito em um Junco, da filósofa e historiadora espanhola Irene Vallejo. “Os livros
sobreviveram por milhares de anos porque foram capazes de se adaptar. Tivemos livros de papiro,
pergaminho, papel, e agora temos também digitais”, explicou a autora em entrevista a VEJA.

Lançada no Brasil pela editora Intrínseca, a obra viaja à Antiguidade clássica para relatar como
a invenção da escrita e o uso dessa tecnologia para registro histórico e literário moldaram o
desenvolvimento da civilização tal e qual a conhecemos hoje. Inventada pelos sumérios há 6 000
anos, a escrita nasceu de símbolos complexos desenhados em placas de argila moldadas nas
margens dos rios. Batizadas de tabuletas, essas peças foram o embrião do que seriam,
posteriormente, os livros. Ironicamente, boa parte dos registros daquela época que restaram vem de
peças submetidas ao fogo durante incêndios, já que o calor cozia a argila e tornava a escrita mais
resistente aos efeitos do tempo.

Foi no Egito, porém, mais precisamente em Alexandria, que a história do livro se desenvolveu de
maneira voraz, ganhando contornos quase lendários. Sob o comando do rei Ptolomeu, no século III
a.C., o país se estabeleceu como o grande centro cultural do mundo antigo. Grande parte de tal fama
se deveu a um plano mirabolante de seu governante: “Ele queria concentrar em um edifício todos os
livros do mundo e disponibilizar essa sabedoria a qualquer mente curiosa”, explica Irene. A
Biblioteca de Alexandria se tornaria a primeira a romper as barreiras das coleções particulares e
ganhar status de pública; floresceu, tornando-se um símbolo do helenismo imaginado por Alexandre,
o Grande, ao reunir obras das mais diversas culturas.

Ao longo da história, como se sabe, os livros não foram objeto só de amor, mas de ódio. Por
diversas razões, autores e obras sofreram perseguições na Antiguidade e Idade Média. Livros foram
vítimas de fogueiras, e a própria Biblioteca de Alexandria foi destruída três vezes, a última delas em
642. “A destruição atinge também as letras, porque nelas sobrevivem uma cultura e uma memória”,
afirma Irene.

Com o advento do mundo digital, publica-se um novo título a cada meio minuto. É um volume
impressionante: um leitor comum não consegue ler em toda a sua vida o que o mercado editorial
produz em um único dia de trabalho. Nunca foi tão fácil e tão difícil acompanhar o avanço da
civilização.

(Amanda Capuano. Veja, 08-06-2022. Adaptado)

3. [Q2788743]

Na atividade em sala de aula, o processamento textual permite abordar com os estudantes a


intertextualidade

a ) implícita no relato das tragédias e arbitrariedades que dizimaram as bibliotecas antigas.

b ) explícita no diálogo do texto com outros, no caso, com a Ilíada e com a obra de Irene Vallejo.

c ) implícita na divulgação da obra da historiadora espanhola como referência de veracidade dos


fatos históricos.

d ) explicita nas entrelinhas, tendo em vista que se omitem referências bibliográficas


contemporâneas.

e ) implícita na comparação dos livros de papel com os digitais, cuja produção é sensivelmente
mais acelerada.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Ensino de língua portuguesa e novas tecnologias em sala de aula.,
Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Prefeitura de Guaratinguetá - SP / Professor de
Educação Básica - Área: Português / Questão: 39

4. [Q2788740]

Uma das características da intertextualidade temática, que se pode identificar no texto, é

a ) a referência a fatos pretéritos já conhecidos pelo leitor, o que o leva a ter identidade com as
ideias do autor.

b ) o reconhecimento do contexto histórico, graças ao qual o texto possibilita que não haja
contestação por meio de novas informações.

c ) a sugestão de que o leitor faça leituras complementares, como forma de permitir que ele
possa questionar e contestar os fatos relatados.

d ) a função argumentativa da citação da fonte, recorrendo a obras de autores de renome ou de


especialistas, o que confere credibilidade ao discurso.

e ) a aproximação do estilo do texto ao estilo dos textos nele citados, como forma de manter a
necessária conexão entre eles.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade, Pressupostos e subentendidos,
Sentidos do texto.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Prefeitura de Guaratinguetá - SP / Professor de
Educação Básica - Área: Português / Questão: 38

Leia o texto e a charge para responder às questões de números 37 a 40.

Texto

Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama
metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas asas duras como couraça e, ao
levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no
topo do qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas numerosas pernas,
lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas
diante dos seus olhos.

(Franz Kafka, A metamorfose, 1977)

Charge

(André Dahmer, “Não há nada acontecendo”. Folha de S.Paulo, 13.07.2022)

5. [Q2786473]

Com base em Koch (1997), identifica-se entre o texto e a charge

a ) a intertextualidade explícita, e o sentido da charge decorre da alusão ao texto de Franz


Kafka.

b ) a intertextualidade de conteúdo, e o sentido da charge se mantém fiel ao do texto original.

c ) a intertextualidade implícita, e o sentido na charge se estabelece a partir de uma paródia.

d ) a intertextualidade de forma, e o sentido da charge amplia e atualiza as referências textuais.

e ) a intertextualidade de semelhanças, e o sentido da charge explora a ironia do texto original.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade, Paródia.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Prefeitura de Jundiaí - SP / Professor II - Área
Português / Questão: 37

Para responder às questões de números 29 a 31, leia os textos a seguir:

Livro

Livro, livro Santo livro

Livrai-me de todo mal: Do medo de não ser livre,

De não ser livre para ler meus livros,

Dos que querem que o mundo se livre dos livros,

Livrai-me do mal que a falta de livros faz.

(Jairo Oliveira https://arandu.iffarroupilha.edu.br/bitstream/itemid/


159/1/Poetizar%20poemas%20de%20uma%20pandemia.pdf. Acessado em 12.06.2022)

Pai nosso

Pai nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita
a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as
nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém

(https://www.catolicoorante.com.br/oracao.php?. Acessado em 12.06.2022)

6. [Q2567489]
É correto afirmar que

a ) o texto de Jairo de Oliveira trata de modo irônico um tema bíblico, utilizando o “Pai Nosso”
para expressar os sentimentos do eu poético sobre os livros.

b ) “Livro” é um poema inspirado no “Pai nosso”, texto que, mesmo de gênero diverso, mantém
com o segundo uma relação de intertextualidade.

c ) “Livro” é um poema que lembra o “Pai nosso”, mas são textos diversos, que estabelecem
entre si relações de intertextualidade e de multimodalidades.

d ) o texto de Jairo Oliveira, que pertence ao gênero poema, mantém com o “Pai nosso”, que é
uma prece, uma relação intertextual, respeitosa, mas de ironia.

e ) “Pai nosso” é um texto em prosa, oriundo de um contexto religioso, existindo entre ele e
“Livro”, que pertence ao gênero poético, relações multimodais.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Sentidos do texto, Inferência Textual.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Prefeitura de Campinas - SP / Professor de
Educação Básica 3 - Área Língua Portuguesa / Questão: 29

Leia o texto para responder às questões de números 03 a 10.

Mais inflação, juros e dúvidas

O Brasil pode chegar ao fim do ano com inflação de 7%, o dobro da meta oficial, e juros
básicos avançando para 14%, segundo projeções do mercado financeiro, turbinadas pela recente alta
do petróleo e dos alimentos no mercado internacional. A insegurança econômica gerada pela guerra
na Ucrânia e pelas sanções impostas à Rússia torna mais escuro um horizonte já nublado. Apesar do
cenário mais preocupante, a maioria dos especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast continua
prevendo uma alta de juros de 10,75% para 11,75% na próxima semana, quando será realizada a
reunião periódica do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC).

O aperto mais forte da política monetária virá em seguida, e poderá prolongar-se mais do que
se estimava antes da guerra. As possibilidades de recuperação econômica a partir de 2023, já muito
limitadas, tornam-se mais problemáticas com as pressões inflacionárias e com as novas incertezas.
Pelas projeções do mercado conhecidas na última segunda-feira, o Produto Interno Bruto (PIB)
deverá crescer 0,42% neste ano e 1,5% no próximo. Se as condições de crédito ficarem piores do
que se esperava, as famílias serão mais pressionadas, a retomada do emprego será mais complicada
e a atividade econômica terá menos impulso para avançar.

O cenário já tenebroso inclui uma inflação já muito alta, uma produção industrial com 9
quedas em 12 meses e vendas do varejo 1% abaixo do patamar pré-pandemia. A recuperação mensal
de 0,8% em janeiro ficou longe de compensar a queda de 1,5% em dezembro e de recriar o
dinamismo perdido a partir de 2020. Além do desemprego, também a alta de preços continua
limitando severamente os gastos familiares.

Alguma segurança econômica ainda é garantida pelo agronegócio, com produção suficiente de
alimentos para suprimento interno e para exportação. Problemas de abastecimento de fertilizantes,
em consequência da guerra, geram alguma preocupação. Mas há estoques e, além disso, o plantio da
próxima safra de verão só deverá começar no segundo semestre. Até lá, as condições internacionais
poderão melhorar. Além disso, haverá tempo para a procura de novos fornecedores de adubos para
substituir a Rússia, se for o caso. De toda forma, o espaço de tolerância para erros será quase nulo,
neste ano.

(https://opiniao.estadao.com.br. 11.03.2022. Adaptado)

7. [Q2454474]

Leia a charge.

(Chargista Lute. Em: www.hojeemdia.com.br. 13.11.2021)

Analisando as informações da charge e comparando-as com a do texto Mais inflação, juros e


dúvidas, é correto afirmar que há

a ) aproximação entre a argumentação estabelecida em ambos, no que diz respeito às limitações


dos gastos familiares.

b ) pouca relação de sentido entre ambos, uma vez que a charge não explicita a que tempos
atuais está se referindo.

c ) uma relação de oposição de informações, pois na charge a situação da família é preocupante,


ao contrário do texto.
d ) um argumento comum entre ambos, referente à possibilidade da recuperação da economia
mesmo com altos juros.

e ) diálogo entre ambos, uma vez que mostram a limitação econômica devido às altas taxas de
desemprego na indústria.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Assembléia Legislativa de São Paulo ALE SP - SP
/ Analista Legislativo - Área Biblioteconomia / Questão: 10

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 6, baseie-se no texto abaixo.

Vinte livros na ilha

Aqui e ali, continua a formular-se a velha pergunta: se fosse obrigado a passar seis meses
numa ilha deserta, com direito a levar vinte livros, que obras escolheria?

A indagação é capciosa e convida à cisma, quando a resposta exige cálculo e meditação. Entre
o sonho da aventura e o exame das preferências que podem ou devem ser confessadas, há espaço,
não para vinte livros, mas para toda uma cultura de homem, com as suas inclinações, as suas
idiossincrasias e principalmente as suas deficiências. Como o problema da cultura é também um
problema de ordem pessoal, que não se resolve senão no sentido da nossa formação humana, fazer
tal pergunta a uma pessoa é quase indagar da qualidade de sua inteligência e da profundidade de
sua alma. Os seus vinte livros preferidos serão outros tantos retratos ou feições do seu espírito.

No fundo da pergunta, porém, é fácil descobrir logo outra preocupação, além dessa declarada
sobre os tais vinte livros. E vem a ser o gosto romântico que todos nós guardamos pela viagem, cada
vez menos possível, às terras misteriosas que a civilização não desencantou. No mundo moderno,
esse nomadismo elementar do homem encontra satisfação nas inúmeras possibilidades que lhe
oferecem trens, aviões e navios em contínuo movimento a serviço do comércio e do tédio capitalista.
Resta, portanto, um recurso: viajar só, para uma ilha deserta. Ou naufragar, como Robinson Crusoé,
e ir anotar sensações novas de viagem numa ilha distante, onde houvesse coqueiros, macacos,
passos na areia...

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Confissões de Minas. São Paulo: Cosac Naify, 2011, p.
203-204)

8. [Q2648584]

A frase A indagação é capciosa e convida à cisma encontra redação de sentido equivalente em

a ) o inquérito é indiscreto e leva à desconfiança.

b ) a questão é dúbia e incita ao descrédito.

c ) a interrogação é complexa e supõe análise.


d ) a dúvida é matreira e impõe um pressuposto.

e ) a pergunta é ardilosa e chama ao devaneio.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Paráfrase.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2022 / Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região TRT 17 - BR / Analista Judiciário - Área Apoio
Especializado - Especialidade: Tecnologia da Informação / Questão: 1

Leia o texto para responder às questões de números 03 a 10.

Mais inflação, juros e dúvidas

O Brasil pode chegar ao fim do ano com inflação de 7%, o dobro da meta oficial, e juros
básicos avançando para 14%, segundo projeções do mercado financeiro, turbinadas pela recente alta
do petróleo e dos alimentos no mercado internacional. A insegurança econômica gerada pela guerra
na Ucrânia e pelas sanções impostas à Rússia torna mais escuro um horizonte já nublado. Apesar do
cenário mais preocupante, a maioria dos especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast continua
prevendo uma alta de juros de 10,75% para 11,75% na próxima semana, quando será realizada a
reunião periódica do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC).

O aperto mais forte da política monetária virá em seguida, e poderá prolongar-se mais do que
se estimava antes da guerra. As possibilidades de recuperação econômica a partir de 2023, já muito
limitadas, tornam-se mais problemáticas com as pressões inflacionárias e com as novas incertezas.
Pelas projeções do mercado conhecidas na última segunda-feira, o Produto Interno Bruto (PIB)
deverá crescer 0,42% neste ano e 1,5% no próximo. Se as condições de crédito ficarem piores do
que se esperava, as famílias serão mais pressionadas, a retomada do emprego será mais complicada
e a atividade econômica terá menos impulso para avançar.

O cenário já tenebroso inclui uma inflação já muito alta, uma produção industrial com 9
quedas em 12 meses e vendas do varejo 1% abaixo do patamar pré-pandemia. A recuperação mensal
de 0,8% em janeiro ficou longe de compensar a queda de 1,5% em dezembro e de recriar o
dinamismo perdido a partir de 2020. Além do desemprego, também a alta de preços continua
limitando severamente os gastos familiares.

Alguma segurança econômica ainda é garantida pelo agronegócio, com produção suficiente de
alimentos para suprimento interno e para exportação. Problemas de abastecimento de fertilizantes,
em consequência da guerra, geram alguma preocupação. Mas há estoques e, além disso, o plantio da
próxima safra de verão só deverá começar no segundo semestre. Até lá, as condições internacionais
poderão melhorar. Além disso, haverá tempo para a procura de novos fornecedores de adubos para
substituir a Rússia, se for o caso. De toda forma, o espaço de tolerância para erros será quase nulo,
neste ano.

(https://opiniao.estadao.com.br. 11.03.2022. Adaptado)


9. [Q2453201]

Leia a charge.

(Chargista Lute. Em: www.hojeemdia.com.br. 13.11.2021)

Analisando as informações da charge e comparando-as com a do texto Mais inflação, juros e


dúvidas, é correto afirmar que há

a ) uma relação de oposição de informações, pois na charge a situação da família é preocupante,


ao contrário do texto.

b ) diálogo entre ambos, uma vez que mostram a limitação econômica devido às altas taxas de
desemprego na indústria.

c ) aproximação entre a argumentação estabelecida em ambos, no que diz respeito às limitações


dos gastos familiares.

d ) um argumento comum entre ambos, referente à possibilidade da recuperação da economia


mesmo com altos juros.

e ) pouca relação de sentido entre ambos, uma vez que a charge não explicita a que tempos
atuais está se referindo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Assembléia Legislativa de São Paulo ALE SP - SP
/ Analista Legislativo - Área: Arquitetura e Urbanismo / Questão: 10

Leia o texto para responder às questões de números 03 a 10.

Mais inflação, juros e dúvidas

O Brasil pode chegar ao fim do ano com inflação de 7%, o dobro da meta oficial, e juros básicos
avançando para 14%, segundo projeções do mercado financeiro, turbinadas pela recente alta do
petróleo e dos alimentos no mercado internacional. A insegurança econômica gerada pela guerra na
Ucrânia e pelas sanções impostas à Rússia torna mais escuro um horizonte já nublado. Apesar do
cenário mais preocupante, a maioria dos especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast continua
prevendo uma alta de juros de 10,75% para 11,75% na próxima semana, quando será realizada a
reunião periódica do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC).

O aperto mais forte da política monetária virá em seguida, e poderá prolongar-se mais do que se
estimava antes da guerra. As possibilidades de recuperação econômica a partir de 2023, já muito
limitadas, tornam-se mais problemáticas com as pressões inflacionárias e com as novas incertezas.
Pelas projeções do mercado conhecidas na última segunda- -feira, o Produto Interno Bruto (PIB)
deverá crescer 0,42% neste ano e 1,5% no próximo. Se as condições de crédito ficarem piores do
que se esperava, as famílias serão mais pressionadas, a retomada do emprego será mais complicada
e a atividade econômica terá menos impulso para avançar.

O cenário já tenebroso inclui uma inflação já muito alta, uma produção industrial com 9 quedas
em 12 meses e vendas do varejo 1% abaixo do patamar pré-pandemia. A recuperação mensal de
0,8% em janeiro ficou longe de compensar a queda de 1,5% em dezembro e de recriar o dinamismo
perdido a partir de 2020. Além do desemprego, também a alta de preços continua limitando
severamente os gastos familiares.

Alguma segurança econômica ainda é garantida pelo agronegócio, com produção suficiente de
alimentos para suprimento interno e para exportação. Problemas de abastecimento de fertilizantes,
em consequência da guerra, geram alguma preocupação. Mas há estoques e, além disso, o plantio da
próxima safra de verão só deverá começar no segundo semestre. Até lá, as condições internacionais
poderão melhorar. Além disso, haverá tempo para a procura de novos fornecedores de adubos para
substituir a Rússia, se for o caso. De toda forma, o espaço de tolerância para erros será quase nulo,
neste ano.

(https://opiniao.estadao.com.br. 11.03.2022. Adaptado)

10. [Q2452499]

Leia a charge.
(Chargista Lute. Em: www.hojeemdia.com.br. 13.11.2021)

Analisando as informações da charge e comparando-as com a do texto Mais inflação, juros e


dúvidas, é correto afirmar que há

a) aproximação entre a argumentação estabelecida em ambos, no que diz respeito às limitações


dos gastos familiares.

b) uma relação de oposição de informações, pois na charge a situação da família é preocupante,


ao contrário do texto.

c) um argumento comum entre ambos, referente à possibilidade da recuperação da economia


mesmo com altos juros.

d) pouca relação de sentido entre ambos, uma vez que a charge não explicita a que tempos
atuais está se referindo.

e) diálogo entre ambos, uma vez que mostram a limitação econômica devido às altas taxas de
desemprego na indústria.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Assembléia Legislativa de São Paulo ALE SP - SP
/ Analista Legislativo - Área: Finanças Públicas / Questão: 10

Leia o texto para responder às questões de números 03 a 10.

Mais inflação, juros e dúvidas

O Brasil pode chegar ao fim do ano com inflação de 7%, o dobro da meta oficial, e juros básicos
avançando para 14%, segundo projeções do mercado financeiro, turbinadas pela recente alta do
petróleo e dos alimentos no mercado internacional. A insegurança econômica gerada pela guerra na
Ucrânia e pelas sanções impostas à Rússia torna mais escuro um horizonte já nublado. Apesar do
cenário mais preocupante, a maioria dos especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast continua
prevendo uma alta de juros de 10,75% para 11,75% na próxima semana, quando será realizada a
reunião periódica do Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC).

O aperto mais forte da política monetária virá em seguida, e poderá prolongar-se mais do que se
estimava antes da guerra. As possibilidades de recuperação econômica a partir de 2023, já muito
limitadas, tornam-se mais problemáticas com as pressões inflacionárias e com as novas incertezas.
Pelas projeções do mercado conhecidas na última segunda-feira, o Produto Interno Bruto (PIB)
deverá crescer 0,42% neste ano e 1,5% no próximo. Se as condições de crédito ficarem piores do
que se esperava, as famílias serão mais pressionadas, a retomada do emprego será mais complicada
e a atividade econômica terá menos impulso para avançar.

O cenário já tenebroso inclui uma inflação já muito alta, uma produção industrial com 9 quedas
em 12 meses e vendas do varejo 1% abaixo do patamar pré-pandemia. A recuperação mensal de
0,8% em janeiro ficou longe de compensar a queda de 1,5% em dezembro e de recriar o dinamismo
perdido a partir de 2020. Além do desemprego, também a alta de preços continua limitando
severamente os gastos familiares.

Alguma segurança econômica ainda é garantida pelo agronegócio, com produção suficiente de
alimentos para suprimento interno e para exportação. Problemas de abastecimento de fertilizantes,
em consequência da guerra, geram alguma preocupação. Mas há estoques e, além disso, o plantio da
próxima safra de verão só deverá começar no segundo semestre. Até lá, as condições internacionais
poderão melhorar. Além disso, haverá tempo para a procura de novos fornecedores de adubos para
substituir a Rússia, se for o caso. De toda forma, o espaço de tolerância para erros será quase nulo,
neste ano.

(https://opiniao.estadao.com.br. 11.03.2022. Adaptado)

11. [Q2452596]

Leia a charge.
(Chargista Lute. Em: www.hojeemdia.com.br. 13.11.2021)

Analisando as informações da charge e comparando-as com a do texto Mais inflação, juros e


dúvidas, é correto afirmar que há

a) diálogo entre ambos, uma vez que mostram a limitação econômica devido às altas taxas de
desemprego na indústria.

b) aproximação entre a argumentação estabelecida em ambos, no que diz respeito às limitações


dos gastos familiares.

c) uma relação de oposição de informações, pois na charge a situação da família é preocupante,


ao contrário do texto.

d) um argumento comum entre ambos, referente à possibilidade da recuperação da economia


mesmo com altos juros.

e) pouca relação de sentido entre ambos, uma vez que a charge não explicita a que tempos
atuais está se referindo.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2022 / Assembléia Legislativa de São Paulo ALE SP - SP
/ Analista Legislativo - Área: Serviço Social / Questão: 10

12. [Q2226644]

Leia a tira.
(Adão Iturrusgarai, “A vida como ela yeah”. Folha de S.Paulo, 02.05.2020)

Em conformidade com a norma-padrão, a frase “Você só tem seis vidas!” está corretamente
parafraseada em:

a ) Informo você que lhe restou só seis vidas.

b ) Informo-lhe de que seis vidas foram o que restou-lhe.

c ) Informo-o que foi só seis vidas que restaram à você.

d ) Informo-o de que lhe restaram só seis vidas.

e ) Informo a você de que restaram-lhe só seis vidas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Paráfrase.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2020 / Prefeitura de Sorocaba - SP / Diretor de Escola /
Questão: 1

Atenção: Considere o poema abaixo para responder às questões de números 9 a 12.

A tarde cai, por demais

Erma, úmida e silente…

A chuva, em gotas glaciais,

Chora monotonamente.

....

E enquanto anoitece, vou

Lendo, sossegado e só,

As cartas que meu avô

Escrevia a minha avó.

...
Enternecido sorrio

Do fervor desses carinhos:

É que os conheci velhinhos,

Quando o fogo era já frio.

...

Cartas de antes do noivado…

Cartas de amor que começa,

Inquieto, maravilhado,

E sem saber o que peça.

....

Temendo a cada momento

Ofendê-la, desgostá-la,

Quer ler em seu pensamento

E balbucia, não fala…

...

A mão pálida tremia

Contando o seu grande bem.

Mas, como o dele, batia

Dela o coração também

...

(BANDEIRA, Manuel. Cartas de Meu Avô)

13. [Q2395195]

Está correta a redação da seguinte frase adaptada do poema:

a ) Sorria, enternecido, enquanto lera as cartas que o avô escrevera à avó antes do noivado.

b ) As cartas que o avô escrevia à avó antes do noivado fez-lhe sorrir.

c ) Sorriu enternecido ao ler as cartas que, antes do noivado, o avô escrevera à avó.

d ) Antes do noivado, o avô escrevera cartas à avó, onde a relendo, sorri enternecido.

e ) Ao ler as cartas que, o avô escrevera à avó antes do noivado, sorrira, enternecido.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Paráfrase, Sentidos do texto.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2020 / Prefeitura de Recife - PE / Analista em Acessibilidade na função de Braillista / Questão: 12

Para responder às questões de números 49 e 50, leia os dois fragmentos:

I – Fragmento do poema “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias:

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

(…)

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que disfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

II – Fragmento do poema “Canto de Regresso à Pátria”, de Oswald de Andrade:


Minha terra tem palmares

onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

(…)

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que veja a Rua 15

E o progresso de São Paulo

14. [Q1556844]

Koch (2018, p. 46), em “a construção dos sentidos no texto: intertextualidade e polifonia”, cita
Barthes (1974): “O texto redistribui a língua. Uma das vias dessa construção é a de permutar
textos, fragmentos de textos, que existiram ou existem ao redor do texto considerado, e, por fim,
dentro dele mesmo: todo o texto é um intertexto; outros textos estão presentes nele, em níveis
variáveis, sob formas mais ou menos reconhecíveis”.

Conforme as palavras de Barthes, citadas por Koch, a relação entre os textos é de

a ) intratextualidade.

b ) polifonia.

c ) intertextualidade.

d ) polissemia.

e ) heterogeneidade.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Interpretação de Texto.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2020 / Escola de Formação Complementar do Exército -
EsFCEx EsFCEx - BR / Oficial - Área Magistério de Português / Questão: 50

Leia o texto para responder às questões de números 04 a 11.


Considerando-se que a vida social é fundamental à existência dos seres humanos, é na família que se
dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. Os grupos familiares
caracterizam-se por vínculos biológicos, mas sua constituição não se limita apenas ao aspecto da
procriação e da preservação da espécie, pois é um fenômeno social.

As famílias são grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são baseadas na força
dos sentimentos entre as pessoas, o que justifica, muitas vezes, o amor existente entre pais e filhos
adotivos, logo sem relação consanguínea.

Assim, laços que unem os indivíduos em família não são sustentados pela lógica da troca, a partir de
um cálculo racional. Ao contrário, a família é um grupo informal, ao qual as pessoas estão ligadas
por afeto e afinidade e, por conta desses sentimentos, criam vínculos que garantem a convivência,
além da cooperação econômica. Mesmo que por motivos quaisquer os indivíduos venham a se
separar não mais residindo no mesmo local, obviamente continuam a constituir uma família,
principalmente no aspecto legal.

Embora seja um fenômeno social presente em todas as culturas, os grupos familiares e as relações
de parentesco manifestam-se de formas peculiares, dependendo dos costumes de um determinado
povo ou sociedade, podendo sofrer alterações como consequência direta das transformações sociais,
econômicas e políticas, dentro de uma mesma cultura.

(brasilescola.uol.com.br/sociologia/família-não-apenas-um-grupo-masum- fenomeno-social.htm.
Acesso em 21.10.2019. Adaptado)

15. [Q1296339]

Uma frase que condiz com a informação do 4o parágrafo é:

a ) Principalmente do ponto de vista legal, se as pessoas de uma família forem morar em lugares
diferentes, continuarão a fazer parte daquela família.

b ) Os motivos pelos quais os indivíduos se separam dentro de uma mesma família não podem
ser motivos quaisquer e dependem do processo de socialização. quaisquer e dependem do
processo de socialização.

c ) Mesmo que o aspecto legal separe os membros de uma família, eles podem se encontrar e
residir no mesmo local.

d ) A separação dos membros de uma família, obviamente, acarreta, por qualquer motivo,
desarticulação do núcleo familiar.

e ) A residência no mesmo local garante a estabilidade da constituição das pessoas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Paráfrase.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2020 / Prefeitura de Cananéia - SP / Agente de Controle
de Vetores / Questão: 6

O texto abaixo servirá de base para as questões desta prova.

Futuro exige homem multidisciplinar para driblar automatismo do algoritmo

Jacqueline Lafloufa
É muito raro que algoritmos, sequências de códigos que executam uma função automaticamente,
saibam lidar com o que foge ao padrão ou é inesperado. "Existe a chance de que o viés dos
algoritmos nos leve a tratar as pessoas de forma injusta", destaca o relatório de tendências 2019 da
Fjord, braço da consultoria Accenture. O alerta já tinha sido dado por Cathy O'Neil em 2016, quando
ela defendeu, em seu livro "Armas de Destruição Matemática", que opiniões e estereótipos
costumam estar embutidos nos algoritmos. Um caso famoso de algoritmo estereotipado foi o
reconhecimento facial errôneo do Google Photos, descoberto por Jacky Alciné em 2015, que reparou
que seus amigos negros estavam sendo identificados como "gorilas" em suas fotos. O Google se
desculpou alegando que a tecnologia de etiquetamento de imagens ainda não era perfeita, mas até o
ano passado o problema continuava não resolvido, e muitas faces negras ainda não são identificadas
na plataforma.

Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como
esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e
diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times.
"Não tem como pedir a um homem branco e hétero ser menos enviesado. Precisamos pensar, ao
recrutar ou formar uma equipe, qual é o problema e quem vamos colocar para resolvê-lo", analisa.
Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou
classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e
experiencial (experiências anteriores).

Diante da pressão pública por mais diversidade nas corporações, grandes empresas como Amazon,
Google e Facebook apostaram na indicação de executivos ou equipes dedicadas a garantir a inclusão
e a diversidade. "É lidando com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz
colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que não
são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas", opina Carlota Boto, professora de Filosofia
da Educação na USP (Universidade de São Paulo), que vê o surgimento de um movimento contrário
à divisão disciplinar do século 18. "Para ser capaz de responder problemas contemporâneos,
vivemos um movimento de entrelaçamento das diferentes áreas", explica, apontando que a
capacidade interdisciplinar passará a ser cada vez mais desejada pelo mercado de trabalho.

Mais do que colocar um app na rua, desenvolvedores estão sendo pressionados a pensar nos
impactos que suas inovações vão trazer. Em apresentação no festival SXSW, Jesus Ramos,
especialista em aprendizado de máquina, comentou sobre o dilema que enfrentou ao publicar o app
Revisa Mi Grieta, capaz de identificar se uma trinca em um edifício apontava danos na estrutura.
"Um falso positivo levaria uma família a buscar assistência sem necessidade, enquanto um falso
negativo poderia manter pessoas em um edifício condenado", resumiu. A experiência fez com que ele
detectasse a necessidade de incluir, nos processos, profissionais de outras áreas ou disciplinas.
"Nosso time hoje conta não apenas com matemáticos e programadores mas também engenheiros e
filósofos", ressaltou.

As inovações futuras também precisarão de perfis diversos trabalhando juntos em prol de uma
solução, como é o caso da impressão 4D, que cria materiais capazes de se transformar em outros
formatos. Os grupos de estudo da área costumam reunir profissionais de diversas áreas, conforme o
material que tentam transformar. "Mesclamos engenharia de materiais, ciência da computação,
design e práticas artísticas. Os profissionais que atuam conosco são multifacetados, com
conhecimento da sua área de especialidade, mas também sabem se comunicar no 'idioma' de outros
campos", detalhou Lining Yao, da Universidade Carnegie Mellon, uma das pioneiras da impressão
4D no mundo.

No fim das contas, não é como se todos os profissionais fossem precisar se tornar programadores ou
engenheiros de materiais, mas será preciso estar aberto a interagir e compreender as
recomendações dos profissionais de diferentes especialidades, como a moda e a gastronomia. "A
parte mais difícil é conseguir um bom equilíbrio entre a profundidade e a amplitude desse
conhecimento", complementa Yao. Reunir gente tão diferente em uma mesma sala em busca de
soluções é uma tarefa que precisa de habilidade na gestão das diversidades. "Haverá cada vez
menos espaço para individualismos, porque as competências técnicas deixam de ser predominantes,
dando lugar à sabedoria dos grupos multidisciplinares com colaboração e apoio mútuo", analisa
Glaucy Bocci, diretora de talentos da consultoria Willis Towers Watson.

Disponível em:
https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/08/20/futuro-multidisciplinar-exige-tolerancia-no-merca
do-de-trabalho.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]

Para responder às questões 08, 09 e 10, considere o excerto transcrito abaixo.

Será que se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como
esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e
diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times.
"Não tem como pedir a um homem, branco e hétero[1] ser menos enviesado[2]. Precisamos
pensar, ao recrutar ou formar uma equipe, qual é o problema e quem vamos colocar para resolvê-lo",
analisa. Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa
etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e
experiencial (experiências anteriores).

16. [Q1204423]

No excerto, estão demarcadas, respectivamente,

a ) uma citação indireta, uma citação direta e uma modalização em discurso segundo.

b ) uma citação direta, uma modalização em discurso segundo e uma citação indireta.

c ) uma modalização em discurso segundo e uma ilha textual.

d ) uma ilha textual e uma modalização em discurso segundo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Citação, Modalização.

Fonte: Comissão Permanente do Vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - COMPERVE-UFRN 2020 / Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Norte TJ RN - RN / Administrador de Sites (Web Master) / Questão: 8

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 5, baseie-se no texto abaixo.


Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e
da lisura do processo do qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a
desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores diferenciados dos
indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma
profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da
discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa? A condição da família em que uma criança tiver
a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo
na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A
falta de um mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem
de escolha, vicia o jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de
oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a
oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na
vida prática e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p.
106)

17. [Q1308278]

Em síntese, depreende-se da leitura do segundo parágrafo que

a ) a condição familiar de origem não tem peso determinante no desenvolvimento das qualidades
pessoais de uma criança.

b ) as aspirações e os sonhos das crianças e dos jovens só se formularão quando tiverem


alcançado alguma possibilidade de realização.

c ) a dotação injusta de talentos individuais faz com que não haja equidade ao final do processo
de distribuição das riquezas.

d ) a capacitação natural para a vida leva a tornar vicioso o jogo distributivo das riquezas
disponíveis em cada ocasião.

e ) as escolhas nas quais se faz justiça aos talentos das crianças e dos jovens tornam-se possíveis
com a equidade das condições iniciais.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Síntese e Resumo, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2020 / Assembléia Legislativa do Amapá ALE AP - AP / Analista - Área: Assistente Social /
Questão: 2

Leia o texto para responder às questões de números 04 a 11.

Considerando-se que a vida social é fundamental à existência dos seres humanos, é na família que se
dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. Os grupos familiares
caracterizam-se por vínculos biológicos, mas sua constituição não se limita apenas ao aspecto da
procriação e da preservação da espécie, pois é um fenômeno social.

As famílias são grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são baseadas na força
dos sentimentos entre as pessoas, o que justifica, muitas vezes, o amor existente entre pais e filhos
adotivos, logo sem relação consanguínea.

Assim, laços que unem os indivíduos em família não são sustentados pela lógica da troca, a partir de
um cálculo racional. Ao contrário, a família é um grupo informal, ao qual as pessoas estão ligadas
por afeto e afinidade e, por conta desses sentimentos, criam vínculos que garantem a convivência,
além da cooperação econômica.

Mesmo que por motivos quaisquer os indivíduos venham a se separar não mais residindo no mesmo
local, obviamente continuam a constituir uma família, principalmente no aspecto legal.

Embora seja um fenômeno social presente em todas as culturas, os grupos familiares e as relações
de parentesco manifestam-se de formas peculiares, dependendo dos costumes de um determinado
povo ou sociedade, podendo sofrer alterações como consequência direta das transformações sociais,
econômicas e políticas, dentro de uma mesma cultura.

(brasilescola.uol.com.br/sociologia/família-não-apenas-um-grupo-masum- fenomeno-social.htm.
Acesso em 21.10.2019. Adaptado)

18. [Q1295646]

Uma frase que condiz com a informação do 4o parágrafo é:

a) Principalmente do ponto de vista legal, se as pessoas de uma família forem morar em lugares
diferentes, continuarão a fazer parte daquela família.

b) Os motivos pelos quais os indivíduos se separam dentro de uma mesma família não podem ser
motivos quaisquer e dependem do processo de socialização.

c) Mesmo que o aspecto legal separe os membros de uma família, eles podem se encontrar e
residir no mesmo local.

d) A separação dos membros de uma família, obviamente, acarreta, por qualquer motivo,
desarticulação do núcleo familiar.

e) A residência no mesmo local garante a estabilidade da constituição das pessoas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Paráfrase.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2020 / Prefeitura de Cananéia - SP / Motorista /
Questão: 6

TEXTO 2

19. [Q1219211]

Na abordagem do tema, o Texto 2 dialoga com o movimento estudantil de 1992, em prol do


impeachment do presidente Collor. Esse diálogo se evidencia principalmente pela referência a:

a ) 'democracia'.

b ) 'estar à frente'.

c ) 'desmandos'.

d ) 'sociedade capitalista'.

e ) 'caras pintadas'.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Interpretação de Texto.

Fonte: Superintendência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas da UFRPE - SUGEP/UFRPE 2019 / Universidade Federal Rural de
Pernambuco UFRPE - BR / Técnico de Laboratório - Área Eletrônica / Questão: 10

20. [Q1242821]

Considere o excerto abaixo.

Uma das substâncias do tomate que traz benefícios ao organismo é o licopeno, um carotenoide que
lhe dá a coloração vermelha. "Esse antioxidante combate os radicais livres, prevenindo o
envelhecimento precoce e protegendo o sistema cardiovascular", pontua Amanda. O carotenoide
também tem sido associado aos fatores de prevenção do câncer de próstata. Além disso, de acordo
com a dermatologista Patrícia Mafra (SP), esse antioxidante ajuda no combate aos radicais livres e
evita o envelhecimento precoce da pele causado pelos raios ultravioleta.

No excerto, há presença de

a ) uma citação direta e uma indireta, utilizadas para explicitar ideia expressa no primeiro
período.

b ) duas citações diretas, utilizadas para comparar ideias de duas especialistas.

c ) apenas uma citação direta, utilizada para contrapor ideia expressa no primeiro período.

d ) apenas uma citação indireta, utilizada para confrontar visões diferentes de duas
especialistas.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Citação.

Fonte: Comissão Permanente do Vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - COMPERVE-UFRN 2019 / Escola de
Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN UFRN - BR / Técnico em Agente Comunitário de Saúde / Questão: 19
21. [Q1242758]

Os textos in box (à margem direita) relacionam-se com o texto principal por

a) possuírem a mesma temática.

b) terem os mesmos objetivos.

c) promoverem a mesma reflexão.

d) apresentarem o mesmo tipo textual.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Comissão Permanente do Vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - COMPERVE-UFRN 2019 / Escola de
Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN UFRN - BR / Técnico em Agente Comunitário de Saúde / Questão: 8

Leia os quadrinhos para responder às questões de números 13 a 15.

(Alexandre Beck. Armandinho. https://tirasarmandinho.tumblr.com. Adaptado)

22. [Q1274061]

Uma frase condizente com o conteúdo da fala da garota nos dois primeiros quadrinhos é:

a) Embora pareça pouco, de tijolinho em tijolinho podemos construir os maiores muros.

b) De tanto que parecia pouco, de tijolinho em tijolinho podíamos construir os maiores muros.

c) Ao parecer pouco, de tijolinho em tijolinho pudemos construir os maiores muros.

d) Como parece pouco, de tijolinho em tijolinho poderemos construir os maiores muros.

e) Parecendo pouco, portanto, de tijolinho em tijolinho poderíamos construir os maiores muros.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Paráfrase.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2019 / Câmara de Mauá Camara de Maua - SP /
Assistente Legislativo - Área: Redação / Questão: 15

Leia o texto para responder às questões de números 45 a 48.

Os antigos

Os antigos invocavam as Musas.


Nós invocamo-nos a nós mesmos.
Não sei se as Musas apareciam –
Seria sem dúvida conforme o invocado e a invocação. –
Mas sei que nós não aparecemos.
Quantas vezes me tenho debruçado
Sobre o poço que me suponho
E balido “Ah!” para ouvir um eco,
E não tenho ouvido mais que o visto –
O vago alvor escuro com que a água resplandece
Lá na inutilidade do fundo…
Nenhum eco para mim…
Só vagamente uma cara,
Que deve ser a minha, por não poder ser de outro.
E uma coisa quase invisível,
Exceto como luminosamente vejo
Lá no fundo…
No silêncio e na luz falsa do fundo…

(Fernando Pessoa. Poemas de Álvaro de Campos. São Paulo, Saraiva, 2013, p. 156)

23. [Q1140590]

É correto afirmar que, com a menção às Musas, o poema

a) adota uma perspectiva crítica, pois emprega a referência para negar a originalidade dos
poetas tradicionais.

b) traduz um sentimento saudosista, anunciando o desejo do eu lírico de voltar à época em que a


poesia era valorizada.

c) revela um tom melancólico, na medida em que as musas são figuras míticas associadas ao
fracasso.

d) dialoga com textos da tradição literária, em que as musas eram fonte de inspiração para os
poetas.

e) assume um viés cômico, ridicularizando a representação das musas em composições poéticas


antigas.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2019 / Polícia Militar de São Paulo PM SP - SP / Aluno
Oficial - PM / Questão: 46

Leia o texto para responder às questões de números 09 a 18.

Ai, Gramática. Ai, vida.

O que a gente deve aos professores!


Este pouco de gramática que eu sei, por exemplo, foram Dona Maria de Lourdes e Dona Nair
Freitas que me ensinaram. E vocês querem coisa mais importante do que gramática? La grammaire
qui sait régenter jusqu’aux rois – dizia Molière: a gramática que sabe reger até os reis, e Montaigne:
La plus part des ocasions des troubles du monde sont grammairiens – a maior parte de confusão no
mundo vem da gramática.

Há quem discorde. Oscar Wilde, por exemplo, dizia de George Moore: escreveu excelente inglês,
até que descobriu a gramática. (A propósito, de onde é que eu tirei tantas citações? Simples: tenho
em minha biblioteca três livros contendo exclusivamente citações. Para enfeitar uma crônica, não
tem coisa melhor. Pena que os livros são em inglês. Aliás, inglês eu não aprendi na escola. Foi lendo
as revistas MAD e outras que vocês podem imaginar).

Discordâncias à parte, gramática é um negócio importante e gramática se ensina na escola – mas


quem, professoras, nos ensina a viver? Porque, como dizia o Irmão Lourenço, no schola sed vita – é
preciso aprender não para a escola, mas para a vida.

Ora, dirão os professores, vida é gramática. De acordo. Vou até mais longe: vida é pontuação. A
vida de uma pessoa é balizada por sinais ortográficos. Podemos acompanhar a vida de uma criatura,
do nascimento ao túmulo, marcando as diferentes etapas por sinais de pontuação.

Infância: a permanente exclamação:

Nasceu! É um menino! Que grande! E como chora! Claro, quem não chora não mama!

Me dá! É meu!

Ovo! Uva! Ivo viu o ovo! Ivo viu a uva! O ovo viu a uva!

Olha como o vovô está quietinho, mamãe!

Ele não se mexe, mamãe! Ele nem fala, mamãe!

Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança – não verás nenhum país como este!

Dá agora! Dá agora, se tu és homem! Dá agora, quero ver!

(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

24. [Q963519]

O que Oscar Wilde afirma acerca de George Moore – escreveu excelente inglês, até que descobriu
a gramática – significa que

a ) George Moore passou a escrever em inglês popular somente depois que descobriu a riqueza
da gramática.

b ) a descoberta da gramática por George Moore surpreendeu a todos, pelo padrão de


excelência de sua obra.

c ) o fato de escrever com excelência em inglês não impediu George Moore de buscar linguagem
mais contemporânea.
d ) a gramática agiu, na obra de George Moore, para acentuar sua tendência a uma escrita de
alta qualidade técnica.

e ) o contato com a gramática ocasionou, na obra de George Moore, o comprometimento da


qualidade de sua escrita.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Métodos de raciocínio ou métodos argumentativos.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Tribunal de Justiça de São Paulo TJ SP - SP /
Escrevente Técnico Judiciário / Questão: 12

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 3 a 10.

___Antes de ser o pintor de algumas das obras mais famosas do mundo, como a “Mona Lisa” e “A
Última Ceia”, Leonardo da Vinci também era engenheiro, arquiteto e inventor; e, em 1482, o gênio
renascentista estava em busca de um emprego.

___A carta de Da Vinci enviada ao Duque de Milão, Ludovico Sforza, é considerada o primeiro
registro de um currículo da história. Na carta, o inventor não conta sobre sua proficiência em
línguas estrangeiras ou qual foi a universidade em que se formou. No lugar de uma narrativa
cronológica de suas conquistas, Da Vinci faz uma lista dos serviços que podia oferecer ao duque.

___Da Vinci fez o que muitos profissionais hoje têm vergonha de fazer: vender seu produto. Segundo
José Augusto Minarelli, CEO da Lens & Minarelli e autor do livro “Venda seu peixe!”, a carta do
renascentista mostra a lógica de mercado que todos que procuram emprego deveriam entender. “É o
princípio da oferta e da procura”, diz ele. Quem busca um emprego oferece sua capacidade de
resolver um problema, e quem contrata está atrás dessa solução.

___Se a procura é por soluções, Leonardo da Vinci oferecia todas para o duque. Sabendo que o
aristocrata precisava defender seu território e posses, o artista lista suas invenções, armas,
carruagens. Em caso de uma batalha no mar, ele poderia construir embarcações. Para os tempos de
paz, ele oferece pinturas, estátuas, prédios e dutos de água.

___Seguir o modelo do currículo de Da Vinci pode ser uma maneira de se diferenciar. No entanto,
para ser bem-sucedido, Minarelli alerta que é preciso que o candidato seja consistente no conteúdo.
O especialista estimula seus clientes a fazer um inventário de suas carreiras, pensando em
realizações significativas, não apenas nos lugares onde trabalhou. Assim, os recrutadores sabem
suas habilidades e podem escolher o que define seu perfil profissional.

___Após sua carta, Leonardo da Vinci se mudou de Florença para Milão a serviço do duque como
engenheiro, arquiteto, escultor e pintor.

___(Adaptado de: GRANATO, Luísa. Você deveria fazer o currículo do jeito que Leonardo da Vinci fez
em 1482. Disponível em: https://exame.abril.com.br)

25. [Q2275419]

O conteúdo do texto está resumido em:


a ) Leonardo da Vinci também era engenheiro, arquiteto e inventor... (1o parágrafo)

b ) o inventor não conta sobre sua proficiência em línguas estrangeiras ou qual foi a
universidade em que se formou. (2o parágrafo)

c ) Após sua carta, Leonardo da Vinci se mudou de Florença para Milão... (6o parágrafo)

d ) Quem busca um emprego oferece sua capacidade de resolver um problema, e quem contrata
está atrás dessa solução. (3o parágrafo)

e ) O especialista estimula seus clientes a fazer um inventário de suas carreiras... (5o parágrafo)
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Defensoria Pública do Estado de Amazonas DPE AM - AM / Assistente Técnico de
Defensoria - Área Técnico Administrativo / Questão: 3

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 09.

Escolas fazem diferença?

As matérias são ministradas em inglês, e a mensalidade pode chegar a R$ 10 mil. Estamos


falando de uma das novas escolas internacionais que se instalaram em São Paulo. Ela se soma a
vários colégios bilíngues e a outros mais tradicionais na cada dia mais acirrada disputa pelo público
endinheirado.

Vale a pena gastar tanto com educação? O que a escola agrega ao conhecimento do aluno?
Essas são questões que vêm despertando o interesse de pesquisadores desde os anos 60, quando
James Coleman mostrou que a extração familiar e a condição socioeconômica do estudante eram
fatores mais importantes para explicar seu desempenho acadêmico do que variáveis mais específicas
como a qualidade dos professores, investimento por aluno etc.

Isso já explica parte do segredo do sucesso das escolas de elite: elas são boas porque recrutam
alunos mais ricos, que tendem a sair-se melhor do que a média dos estudantes. E o que acontece
quando você põe um desses alunos de elite numa escola normal? Seu desempenho piora?

Essa é uma pergunta mais traiçoeira, já que depende muito do tipo de estudante de que estamos
falando e da escola.

De todo modo, um belo trabalho de 2011 de Atila Abdulkadiroglu mostrou que, ao menos no
caso de bons alunos, a escola não faz diferença. Ele comparou o desempenho de alunos que
conseguiram entrar nas concorridíssimas “exam schools” de Nova York e Boston com o daqueles que
por muito pouco não passaram e tiveram de contentar-se em estudar em colégios normais. No final,
os dois grupos se saíram igualmente bem no SAT, o Enem dos EUA.

Escolas, vale lembrar, atuam numa via de mão dupla. Elas dão conhecimento aos alunos, mas
também extraem algo deles: a sua excelência.

(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 14.04.2018. Adaptado)


26. [Q2231326]

O autor do texto cita a obra de Atila Abdulkadiroglu

a ) para criticar o despreparo das escolas particulares tradicionais, que têm sistematicamente
perdido espaço para as recém-chegadas instituições internacionais de ensino.

b ) como estratégia para defender o ponto de vista sustentado ao longo do texto, segundo o qual
o que determina o nível da aprendizagem é a qualidade dos professores.

c ) como argumento para defender que o aproveitamento acadêmico estaria menos relacionado à
instituição de ensino do que às condições que favorecem a aprendizagem.

d ) para argumentar que mesmo alunos que hipoteticamente tiveram excelente aprendizado, em
instituições de ensino renomadas, podem falhar em testes padronizados.

e ) para refutar a ideia corrente de que bons alunos, ainda que alocados em ambientes
insalubres de ensino, conseguiriam ter bom rendimento acadêmico.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos - SP /
Professor de Educação Básica - Área Artes / Questão: 2

27. [Q961579] Deve-se entender, no contexto, que a frase definitiva de Rubem Braga, transcrita
no primeiro parágrafo do texto, mostra que o grande cronista

a) não conheceria muito bem a si mesmo, razão pela qual não acreditava na possibilidade de
reconhecer quem se parecesse com ele.

b) não manifestaria apreço por quem se parecesse com ele porque, nesse caso, ele próprio
deixaria de ser uma pessoa inteiramente original.

c) não teria interesse em se relacionar com alguém tão familiar, cujas qualidades lembrassem de
perto as que ele próprio já detinha.

d) preferiria manter suas qualidades em segredo, razão pela qual se escandalizaria com
qualquer pessoa que propagasse as próprias.

e) admitiria alguma identificação com um desconhecido no caso de perceber que entre ambos as
diferenças pesariam tanto quanto as semelhanças.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Pressupostos e subentendidos.
Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão DETRAN MA - MA / Analista de Trânsito
/ Questão: 9

28. [Q973029] Nesse texto de apresentação de seu livro, José Castello caracteriza o cronista
Rubem Braga como um escritor para quem

a) a fidedignidade aos fatos vividos deve ser a preocupação maior de quem escreve sobre as
próprias experiências.

b) a capacidade de sonhar deve restringir-se ao mundo da imaginação, sem contato com as


vivências da realidade.

c) os acontecimentos ganham sentido e interesse na medida em que sejam trabalhados pela


força da imaginação.

d) os fatos dignos de representação literária são aqueles que marcam nossa vida por sua
excepcionalidade.

e) as crônicas devem burilar a imaginação de modo a fazer o leitor se dar conta de que tudo é
mero produto da fantasia.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região TRT 6 - BR / Analista Judiciário - Área
Judiciária / Questão: 7
29. [Q972779] Considerando que certas afirmações de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy suscitam
dúvida, Vargas Llosa

a) estabelece uma distinção entre produtos culturais bem e malsucedidos, sendo que estes são
provenientes da produção industrial em massa.

b) critica o apagamento das fronteiras culturais, uma vez que não leva em conta as diferenças
simbólicas entre as culturas de sociedades diversas.

c) atualiza o conceito de “cultura-mundo”, argumentando que a cultura do passado perdurou,


chegando até o presente por meio de museus que a consagram.

d) questiona a ideia de que as visitas de turistas a museus e monumentos históricos resultem em


conhecimento aprofundado e interesse verdadeiro por eles.

e) enaltece o caráter efêmero dos produtos culturais de hoje, mas ressalta que, apesar disso, a
cultura é disseminada de forma mais democrática na atualidade.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Operadores argumentativos.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região TRT 6 - BR / Analista Judiciário - Área Apoio
Especializado - Especialidade: Medicina (Clínica Médica) / Questão: 7
30. [Q970573] Ao introduzir um livro no qual estudará o efeito das publicações de massa sobre a
cultura das classes populares, o autor preocupa-se, inicialmente, com

a) a complexidade do tema, cuja importância pode até mesmo ser menosprezada por algum
leitor preconceituoso, algum “leigo inteligente”.

b) a complexidade da linguagem a utilizar, uma vez que buscará evitar tanto uma terminologia
técnica como expressões excessivamente simplificadoras.

c) as controvérsias envolvidas na discussão do tema, divididas entre referendar ou negar o


fenômeno de uma cultura de massa que seja autêntica.

d) as controvérsias decorrentes de uma posição política extremada, pela qual se nega qualquer
influência entre diferentes áreas da cultura.

e) as polêmicas que levantará, entre leitores leigos, uma linguagem fatalmente limitada pelo
apuro de uma terminologia técnica.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Estratégias argumentativas.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Assembléia Legislativa de Sergipe ALE SE - SE / Analista Legislativo - Área Apoio
Administrativo - Especialidade: Arquivologia / Questão: 1
31. [Q972929] Confrontando-se as informações dos dois textos, conclui- se corretamente que

a) o papel dos afrodescendentes na política nacional revela uma forma justa de legislação a favor
de suas causas históricas.

b) os afrodescendentes, como são maioria demográfica no Brasil, decidem as questões de maior


relevância para o país.
c) o fato de os afrodescendentes serem minoria na política faz com que suas causas sejam
tratadas com mais rigor legal.

d) os afrodescendentes são uma maioria demográfica, social e cultural, mas são uma minoria na
política.

e) a política tem sido receptiva com os afrodescendentes, o que é coerente com o papel destes
no cenário demográfico nacional.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ RS -
RS / Juiz de Direito Substituto / Questão: 7

32. [Q961642] O autor do texto parece referendar a afirmação atribuída ao poeta espanhol
António Machado, pois ambos

a) repudiam os caminhos que configuram autoritariamente o espaço de nossa circulação pelo


mundo.

b) desconsideram a alternativa imaginária de um caminho mais prazeroso do que o traçado de


uma linha reta.

c) se deixam atrair pela possibilidade de atravessar os espaços e o tempo de modo a configurar


uma rotina.

d) consideram que é possível conciliar a rota dos caminhos impostos com aquela que anima o
nosso espírito.

e) acreditam que os congestionamentos induzem-nos a esquecer a ditadura dos relógios e dos


compromissos.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão DETRAN MA - MA / Assistente de
Trânsito / Questão: 2
33. [Q949933]

Leia a tira.

A leitura comparativa entre a tira e a canção de Gilberto Gil permite concluir que os dois textos

a) apresentam o mesmo sentido em relação à fé: embora pareça que seja infalível, na verdade,
ela não livra ninguém dos problemas.

b) mostram a fé como forma infalível de superar situações adversas e difíceis da vida, até mesmo
para quem não a tem.

c) convergem quanto à fé no sentido de que ela seguramente resolve os problemas da vida de


quem crê ou não.

d) mostram diferentes percepções quanto à fé: a canção diz que ela ajuda até quem não a tem,
ao contrário da tira, que a questiona.
e) trazem percepções antagônicas da fé, ficando claro, na tira, que a crença destrói as situações
de má sorte.

Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Tribunal de Contas de São Paulo TCE SP - SP /
Agente da Fiscalização - Área Administração / Questão: 3

34. [Q975149] É correto afirmar que, do ponto de vista da filósofa Simone de Beauvoir,

a) embora vivendo como escravas, as mulheres se sentem libertas de obrigações familiares e


sociais.

b) as mulheres priorizam a liberdade, que lhes garante viver em zona de conforto provida pelo
trabalho.
c) a tendência feminina é buscar a saída de sua condição de escravidão num impossível sonho de
liberdade.

d) a liberdade atemoriza, o que explica que muitas mulheres escolham viver subjugadas.

e) a definição de liberdade feminina está atrelada ao grau de conformismo que o trabalho impõe.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Câmara de São José dos Campos Camara de Sao
Jose dos Campos - SP / Técnico Legislativo / Questão: 11

Para responder às questões 06, 07 e 08, considere o parágrafo transcrito a seguir.

A dermatologista Flávia Addor, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria


e Cosméticos (ABIHPEC), entidade que[1] reúne os fabricantes, explica que[2], atualmente, os
cremes capazes de barrar a luz visível miram apenas o rosto e foram desenvolvidos para[3] prevenir
manchas e marcas do envelhecimento, duas consequências já conhecidas dessa espécie de radiação.
“Quem usa é aquela pessoa que precisa tratar esse problema em particular”, nota.

35. [Q1815423]

No parágrafo, há

a) uma única citação de discurso alheio, apresentada sob forma indireta, atribuída a uma voz de
autoridade.

b) duas citações do discurso alheio, sendo a primeira apresentada sob forma direta e a segunda
sob forma indireta, cada uma atribuída a um enunciador diferente.

c) uma única citação de discurso alheio, apresentada sob forma direta, atribuída a uma voz de
autoridade.

d) duas citações do discurso alheio, sendo a primeira apresentada sob forma indireta e a
segunda sob forma direta, ambas atribuídas a um mesmo enunciador.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade, Citação.

Fonte: Comissão Permanente do Vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - COMPERVE-UFRN 2018 / Secretaria
Municipal de Saúde de Natal SMS Natal - RN / Auxiliar de Farmácia / Questão: 8

36. [Q1139693]

Segue um fragmento do primeiro texto do livro Sobre pessoas, de Antônio Torres.

Para começar
Quereria um começo com a delicadeza de Fernando Sabino, em A última crônica, que cada vez que
releio mais me encanta. E agora a ela retorno, em busca de ensinamentos. (...)

Foi em tais circunstâncias, a confabular consigo mesmo pelas ruas do Rio, que Fernando Sabino
acabou por nos legar uma pequena obra-prima. (...)

Este aqui de vez em quando batia perna ao lado do mestre, nos calçadões à beira-mar,
Copacabana-Ipanema-Leblon. Numa dessas vezes, ele perguntou:

- Você já leu o meu livro sobre a Zélia?

Por essa eu não esperava. Uma pedra no meio do caminho. Sinuca de bico. Cul-de-sac.

Persignando-me mentalmente diante da imagem de Nossa Senhora do Amparo, a padroeira do


Junco, onde nasci, e dizendo-me “Nas horas de Deus e da Virgem Maria, amém”, criei coragem e
respondi que Zélia, uma paixão era o único livro dele que eu jamais leria. (...)

Como bom mineiro, ficou em silêncio, remoendo a sua falha trágica ao declarar: “Zélia sou eu”. No
calor da hora, a sua brincadeira não teve graça.

Levaram-na a sério demais. Como se ele acreditasse, verdadeiramente, que a personagem que
causara um terremoto na economia dos cidadãos, na era Collor, tivesse o mesmo status literário da
heroína de Gustave Flaubert, Madame Bovary. (...)

Mas por que, e para que o chatear ainda mais, quando privava de sua camaradagem, durante uma
caminhada para desenferrujar as pernas, desanuviar a mente, e suar todas as tristezas? – eu me
perguntava. Ora, ora, quem mandou Fernando Sabino tocar no assunto? Pensei que ele ia ficar
zangado, a ponto de cortar a nossa relação, para sempre.

Numa manhã de domingo o telefone tocou e era o próprio, de viva voz.

Disse:

– Acordei hoje com vontade de ligar para o Mário de Andrade, o Rubem Braga, o Paulo Mendes
Campos, o Otto Lara Resende e o Hélio Pellegrino. Como nenhum deles pode atender...

Foi um começo de conversa e tanto. Ao final, convidou-me para um drinque em sua casa.

– Que tal amanhã? – perguntei-lhe.

– Ih! Amanhã não dá. Ao descobrirem que fiz oitenta anos, me empurraram para os exames
médicos. Assim que me livrar dessas chateações, telefono para combinar.

Não telefonou mais. Só iria voltar a vê-lo já embalado para a última viagem, no cemitério São João
Batista.

Ah, Fernando. Para começar, que falta que você faz.

(TORRES, Antônio. Para começar. In: Sobre pessoas. Disponível em: www.antoniotorres.com.br.
Acesso: 20 dez. 2017. Fragmento)
Em relação à construção e à linguagem do texto, aplica-se a seguinte análise:

a) As duas primeiras frases do texto “escondem” o foco narrativo em primeira pessoa. Essas
frases, em princípio não trazem marcas do narrador-personagem, como acontece na última frase
do texto, onde figura implicitamente o dêitico “eu”.

b) A recriação da língua oral (em discurso direto) aparece no texto em diferentes momentos.
Primeiro num diálogo face a face entre as personagens; e depois na conversa telefônica; em
ambos os casos há a reprodução em discurso direto das vozes dos dois interlocutores, em
situação de relativa serenidade.

c) No texto, registram-se situações linguísticas de menor ou maior formalidade. Observam-se


marcas coloquiais como os usos de termos obscenos e vulgares (Cul-de-sac) e expressões típicas
populares (batia perna, sinuca de bico, desenferrujar as pernas, desanuviar a mente e suar todas
as tristezas).

d) Quando menciona a declaração histórica de Sabino, “Zélia sou eu”, associando-a à famosa
frase de Gustave Flaubert, "Madame Bovary sou eu", o narrador tem a intenção de demonstrar o
quanto Sabino, assim como Flaubert, identificava-se com a sua personagem e partilhava dos seus
sentimentos.

e) Assim como costuma ocorrer em sua ficção, nesse texto, Torres faz largo uso das
intertextualidades. Em “Nas horas de Deus e da Virgem Maria, amém”, fundem-se à narrativa
fragmentos híbridos da liturgia católica. No segmento “a padroeira do Junco, onde nasci”, há
indícios da biografia do próprio autor.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2018 / Secretaria da Administração do Estado da Bahia SAEB - BA / Professor - Área: Linguagens
com Ênfase em Língua Portuguesa / Questão: 50
37. [Q972930] A leitura dos dois textos permite identificar, além da voz do narradores, uma
outra, cujo discurso sugere que se faça justiça à participação de povos escravizados na formação
do país. Essa voz está expressa em:

a) O Brasil é uma obra de imigrantes, homens e mulheres de todos os continentes…

b) No século XX, imigrantes de outras paragens aumentaram a categoria dos brancos e, mais
geralmente, dos habitantes não negros.

c) O Brasil é obra de milhões de deportados africanos, índios e outros milhões de imigrantes


pobres, que criaram uma nação, um Estado independente e multicultural.

d) Em cada 100 indivíduos desembarcados entre 1550 e 1850 no Brasil, 86 eram africanos
escravizados e só catorze eram cidadãos portugueses.

e) Os pretos e pardos representam metade da população brasileira, mas apenas 9,8% dos
deputados e senadores, segundo levantamento da Transparência Brasil.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Estratégias argumentativas.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ RS -
RS / Juiz de Direito Substituto / Questão: 8
38. [Q971278] Ao aproximar os pontos de vista de Virginia Eubanks e de Cathy O’Neill, o autor
defende a tese de que os algoritmos preditivos

a) necessitam manter-se restritos à economia e a áreas afins.

b) devem ser abandonados pois ainda não beneficiaram os cidadãos.


c) podem levar à tomada de decisões equivocadas e injustas.

d) são bem-sucedidos no setor privado, mas não no setor público.

e) precisam ser confiáveis ao ponto de substituir as escolhas humanas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Pressupostos e subentendidos.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2018 / Polícia Civil da Bahia PC BA - BA / Investigador
de Polícia / Questão: 1

39. [Q944839]

Leia a tira.

A leitura comparativa entre a tira e a canção de Gilberto Gil permite concluir que os dois textos

a) mostram diferentes percepções quanto à fé: a canção diz que ela ajuda até quem não a tem,
ao contrário da tira, que a questiona.
b) trazem percepções antagônicas da fé, ficando claro, na tira, que a crença destrói as situações
de má sorte.

c) mostram a fé como forma infalível de superar situações adversas e difíceis da vida, até mesmo
para quem não a tem.

d) apresentam o mesmo sentido em relação à fé: embora pareça que seja infalível, na verdade,
ela não livra ninguém dos problemas.

e) convergem quanto à fé no sentido de que ela seguramente resolve os problemas da vida de


quem crê ou não.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2017 / Tribunal de Contas de São Paulo TCE SP - SP /
Agente de Fiscalização - Área Administração / Questão: 3

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 8, considere o texto abaixo.

COP-21 já foi. E agora, o que virá?

O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema do


aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que
os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam alcançados.

Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça,
e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas voluntariamente pelos
países passam a ser consideradas “metas” que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma
dessas propostas não elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a
iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC.

Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença para a
humanidade? A 21a Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para segui-lo, é preciso
realizar muito mais − e melhor − do que tem sido feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2
na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria − segundo o
Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU − a progressão rápida da
temperatura acima dos 2 °C.

A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em
subsídios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual
dependência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se modifique no curto
prazo?

Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora em
fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo andar da
carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-
presidente do IPCC, a climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue
em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo.

Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir gases
estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa entender o gigantesco
desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento global.

O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da diplomacia


mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada
pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta
como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada.

(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustentavel/2.html)

40. [Q871789]

A citação de Thelma Krug, no 5º parágrafo,

a ) refuta o argumento de que um novo projeto educacional possa contribuir para alterar a
gravidade do quadro de emissão de poluentes.

b ) ratifica a opinião de que os investimentos em fontes limpas e renováveis de energia


estagnaram após um período de crescimento.

c ) reforça a ideia de que os contínuos esforços para conter a extração ilegal de petróleo, carvão
e gás ainda são insuficientes.

d ) corrobora a afirmação acerca da urgência de se eliminarem gradualmente os subsídios


anuais para os combustíveis fósseis.

e ) contesta o ponto de vista de quem considera a geração de energia por meio de fontes
renováveis uma alternativa para os combustíveis fósseis.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Citação.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2016 / Secretaria de Estado da Gestão e Previdência do Maranhão SEGEP - MA / Analista
Ambiental - Área Biologia / Questão: 2
41. [Q1067391] É possível estabelecer uma relação intertextual entre esse poema e as cantigas
de amor trovadorescas, porque nesses textos se constata

a) a representação personificada de elementos da natureza.

b) um eu lírico que diz morrer pela mulher amada.

c) um eu lírico feminino que chora por ter sido abandonado.

d) um pastor que se identifica com a vida simples do campo.

e) a crítica social por meio do uso do discurso irônico.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2016 / Polícia Militar de São Paulo PM SP - SP / Oficial /
Questão: 20

TEXTO 1
A Linguagem verbal e os textos

As diferenças que podem ser observadas entre os textos dizem respeito à sua situação de produção e
de circulação, inclusive a finalidade a que se destinam. São os chamados gêneros de texto. Por
exemplo: se o locutor quer instruir seu interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito
para a obtenção de um bom resultado, como ocorre numa receita de bolo. Se quer persuadir alguém
a consumir um produto, ele argumenta, como faz em um anúncio de chocolate. Se quer contar fatos
reais, ele pode escrever uma notícia. Se quer contar uma história ficcional, ele pode produzir um
conto. Se quer transmitir conhecimentos, ele deve construir um texto em que exponha com clareza
os saberes relacionados ao objeto em foco.

Ou seja, quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja ela oral ou escrita,
produzimos certos textos que, com poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no tipo de
linguagem e de estrutura. Esses textos constituem os chamados ‘gêneros textuais’ e foram
historicamente criados pelas pessoas a fim de atender a determinadas necessidades de interação
social. De acordo com o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem desaparecer
gêneros de pouco uso ou, ainda, um gênero pode sofrer mudanças.

Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes
elementos que fazem o contexto, tais como: quem está falando ou escrevendo; para quem; com que
finalidade; em que momento histórico etc. Os gêneros estão ligados a esferas de circulação da
linguagem. Assim, por exemplo, na esfera jornalística, são comuns gêneros como notícias,
reportagens, editoriais, entrevistas; na esfera da divulgação científica, são comuns gêneros como
verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência etc.

Desse modo, os gêneros de texto que circulam na sociedade têm uma grande vinculação com o
momento histórico-cultural de cada contexto.

(William Cereja; Thereza Cochar; Ciley Cleto. Interpretação de textos. São Paulo: Editora Atual,
2009, p. 29. Adaptado).

42. [Q1099719]

Assinale a alternativa que apresenta a síntese do tema em torno do qual se desenvolve o Texto 1.

a) A finalidade a que se destinam os textos escritos é decisiva para fixar o seu conteúdo e a sua
estrutura.

b) As áreas sociais em que os textos circulam muito pouco se alteram, daí resultando regulares
tipos de texto.

c) Os textos, apesar de regulares, apresentam variações em decorrência das condições em que


eles são produzidos e recebidos.

d) Os momentos históricos e culturais em que ocorrem as atividades de linguagem são


absolutamente autônomos.

e) Aos usuários da comunicação verbal é negada a possibilidade de alterar os modelos dos


textos, orais e escritos, em que se expressam.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Síntese e Resumo.

Fonte: Superintendência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas da UFRPE - SUGEP/UFRPE 2016 / Universidade Federal Rural de
Pernambuco UFRPE - BR / Assistente em Administração / Questão: 1

Leia o texto para responder às questões de números 02 a 08.

O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito aos refugiados.
Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido pela TV no conforto de nossas
casas.

Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos chegando à Europa em
busca de um lugar supostamente mais seguro para viver. Embora os refugiados da Síria tenham
ganhado maior destaque, existem ainda os refugiados africanos e os latino-americanos.

Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o
refúgio, mas que terminam em uma espécie de exílio.

O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes culturas, apresenta
uma das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar nossa capacidade de lidar com o
multiculturalismo com bastante naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de
maneira superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e
passou a se manifestar de forma aberta e hostil.

Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de refugiados, e a maioria
da sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante
do momento crítico da economia e da política.

Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma objetiva e praticada


por jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça aberta e o respeito ao diferente,
muitos deles manifestam uma visão de mundo que permite acreditar em transformações sociais de
base.

(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade.

Em: cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado)

43. [Q1816911]

De acordo com o texto, a situação vivenciada pelos refugiados, no Brasil, é


a) conturbada com frequência, pois aqui, cada vez mais, cresce o preconceito velado em relação
às pessoas que buscam uma vida melhor.

b) normal para a maior parte das pessoas que, saindo de sua zona de conforto, dedicam-se a
acolher, sem restrições, aqueles que buscam uma vida melhor.

c) encarada, muitas vezes, sem levar em consideração a profundidade que o problema implica, e
contaminada de certas atitudes de preconceito.

d) menos traumática, porque aqui as pessoas entendem as dificuldades a que estão expostos e é
notória a inexistência de preconceito.

e) amenizada pelo acolhimento que recebem da maior parte da sociedade, ainda que eles se
mostrem hostis com aqueles que querem ajudá-los.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2016 / Prefeitura de São Paulo Prefeitura de Sao Paulo -
SP / Analista de Informações, Cultura e Desporto / Questão: 2

44. [Q1816907]

Leia a charge.

(Gazeta do Povo, 03.02.2016)

O pensamento da personagem sugere que ela

a) é avessa à humildade.

b) vangloria-se perante o mundo.

c) despreza qualquer forma de lixo.

d) exige o melhor para si.

e) apresenta autoestima baixa.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2016 / Prefeitura de São Paulo Prefeitura de Sao Paulo -
SP / Analista de Informações, Cultura e Desporto / Questão: 1
A seca

De repente, uma variante trágica.

Aproxima-se a seca.

O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.

Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo candente
que irradia do Ceará.

Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às


calamidades naturais que o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e
no Peru as crianças ao nascerem têm o berço embalado pelas vibrações da terra.

Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua vida
tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a, estoico. Apesar das dolorosas
tradições que conhece através de um sem-número de terríveis episódios, alimenta a todo o transe
esperanças de uma resistência impossível.

Com os escassos recursos das próprias observações e das dos seus maiores, em que
ensinamentos práticos se misturam a extravagantes crendices, tem procurado estudar o mal, para o
conhecer, suportar e suplantar. Aparelha-se com singular serenidade para a luta. Dois ou três meses
antes do solstício de verão, especa e fortalece os muros dos açudes, ou limpa as cacimbas. Faz os
roçados e arregoa as estreitas faixas de solo arável à orla dos ribeirões. Está preparado para as
plantações ligeiras à vinda das primeiras chuvas.

Procura em seguida desvendar o futuro. Volve o olhar para as alturas; atenta longamente nos
quadrantes; e perquire os traços mais fugitivos das paisagens...

Os sintomas do flagelo despontam-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-se inflexíveis,


como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão assombradora da Terra. Passam as
“chuvas do caju” em outubro, rápidas, em chuvisqueiros prestes delidos nos ares ardentes, sem
deixarem traços; e pintam as caatingas, aqui, ali, por toda a parte, mosqueadas de tufos pardos de
árvores marcescentes, cada vez mais numerosos e maiores, lembrando cinzeiros de uma combustão
abafada, sem chamas; e greta-se o chão; e abaixa-se vagarosamente o nível das cacimbas... Do
mesmo passo nota que os dias, estuando logo ao alvorecer, transcorrem abrasantes, à medida que as
noites se vão tornando cada vez mais frias. A atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor
na fronte, enquanto a armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva, se lhe endurece aos
ombros, esturrada, rígida, feito uma couraça de bronze. E ao descer das tardes, dia a dia menores e
sem crepúsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes,
transvoando a outros climas...

É o prelúdio da sua desgraça.

(Euclides da Cunha, Os Sertões. Em: Massaud Moisés, A literatura brasileira através dos tempos,
2004.)
Leia a letra da canção do cantor cearense Falcão para responder às questões de números 54 a 58.

Guerra de Facão

A dor do cocho é não ter ração pro gado

A dor do gado é não achar capim no pasto

A dor do pasto é não ver chuva há tanto tempo

A dor do tempo é correr junto da morte

A dor da morte é não acabar com os nordestinos

A dor dos nordestinos é ter as penas exageradas

E a viola por desculpa pra quem lhe pisou no lombo

e lhe lascou no cucurute vinte quilos de lajedo.

Em vez de achatar pra caixa-prego o vagabundo,

que se deitou no trono e acordou num pau-de-sebo.

Eh eh eh boi, eh boiada, eh eh boi

A dor do jegue, tadin, nasceu sem chifre

A dor do chifre é não nascer em certa gente

A dor de gente é confiar demais nos outros

A dor dos outros é que nem todo mundo é besta

A dor da besta é não parir pra ter seu filho

A dor pior de um filho é chorar e mãe não ver.

Tá chegando o fim das épocas, vai pegar fogo no mundo,

e o pior, que os vagabundos toca música estrangeira

em vez de aproveitar o que é da gente do Nordeste.

Vou chamar de mentiroso quem dizer que é cabra da peste.

(Falcão, Guerra de Facão. Em: http://letras.mus.br. Adaptado)

45. [Q1068405]

Na canção, o verso – A dor da morte é não acabar com os nordestinos – tem sentido bastante
próximo da seguinte passagem do texto de Euclides da Cunha:
a) O sertanejo adivinha-a e prefixa-a...

b) ... se não afeiçoar nunca, o homem, às calamidades naturais que o rodeiam.

c) Enfrenta-a, estoico.

d) Procura em seguida desvendar o futuro.

e) ... considera, entristecido, nos ares, em bandos, as primeiras aves emigrantes...


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2013 / Polícia Militar de São Paulo PM SP - SP / Aluno
Oficial - PM Espanhol / Questão: 55

Leia os textos I e II para responder às questões de números 58 a 60.

Texto I

Mais de 8 mil quilômetros de costa. Quatro milhões e meio de quilômetros quadrados de


território marinho. Enormes reservatórios naturais de carbono. Um leito oceânico recheado de
petróleo, gás e outras riquezas minerais. A maior biodiversidade de espécies marinhas do Atlântico
Sul.

A aquisição do Alpha Crucis – um navio oceanográfico de 64 metros e 972 toneladas, comprado


pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela USP – simboliza uma
mudança de paradigma não só para a oceanografia brasileira, mas na maneira como o país olha para
o mar de uma maneira geral. Um fenômeno motivado em grande parte nos últimos anos pela
descoberta das reservas de petróleo e gás do pré-sal, em águas extremamente profundas e distantes
da costa.

Segundo o diretor do Instituto Oceanográfico da USP, Michel Mahiques, a mudança começou


ainda antes, com a propagação do conceito da Amazônia Azul – um slogan criado pela Marinha para
valorizar as riquezas biológicas e minerais do mar brasileiro. “Temos de pensar nas questões
geopolíticas também. Quem tem mais conhecimento leva vantagem.”

(Novo navio de pesquisa da USP chega para revolucionar as ciências no mar. O Estado de S.Paulo,
27.05.2012. Adaptado)

Texto II
(Don Kindler, Human nature. Picture Prompts, 1981)

46. [Q1068499] O 4.º quadro do texto II confirma uma ideia contida no texto I. Essa ideia está
presente em

a ) A pesquisa colaborativa trará melhores resultados à humanidade.

b ) O paradigma de exploração natural precisa ser alterado democraticamente.

c ) Há questões geopolíticas envolvidas nas pesquisas da natureza.

d ) A conquista de reservas petrolíferas acirra as disputas entre as nações.

e ) Há espaço para todos no campo das pesquisas, sejam marítimas ou de outra ordem.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2012 / Polícia Militar de São Paulo PM SP - SP / Aluno
Oficial - PM / Questão: 59

Atenção: As questões de números 1 a 5 referem-se ao texto abaixo.

A relação do baiano Dorival Caymmi com a música teve Inicio quando, ainda menino, cantava no
coro da Igreja com voz de baixo-cantante. Esse pontapé inicial foi o estimulo necessário para a
construção, já em terras cariocas, entre reis e rainhas do rádio, de um estilo inconfundível quase
sem seguidores na música popular brasileira.

No Rio, em 1938, depois de pegar um lta (navios que faziam transporte de passageiros do norte
do pais em direção ao sul) em busca de melhores oportunidades de emprego, Dorival Caymml
chegou a pensar em ser Jornalista e ilustrador. No entanto, para felicidade de seu amigo Jorge
Amado, acabou sendo cooptado pelo mar de melodias e poesias que circulava em seu rico processo
de criação.

A obra de Caymmi é equilibrada pela qualidade: melodia e letra apresentam um grande poder
de sintetizar o simples, eternizar o regional, declarar em música as tradições de sua amada Bahia. O
mar, ltapoã, as festas do Bonfim e da Conceição da Praia, os fortes em ruínas, tudo sobrevive em
Caymmi, que cresceu ouvindo histórias nas praias da Bahia, junto aos pescadores. convivendo com o
drama das mulheres que esperam seus maridos voltarem (ou não) em saveiros e jangadas.

(André Diniz. Almanaque do samba. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed , 2006. p.78)

47. [Q1706236]

... tudo sobrevive em Caymmi ... (3º parágrafo)

O pronome grifado acima

a ) indica a presença de alguns temas, sobretudo ligados às festividades da Bahia, que


despertavam a curiosidade de alguns cantores nessa época.

b ) acentua a Importância de Caymml como um famoso compositor do rádio, o meio de


divulgação mais conhecido no Rio de Janeiro.

c ) demonstra as influências recebidas por Caymmi de cantores famosos no Rio de Janeiro, que
garantiram o sucesso de suas músicas.

d ) refere-se à presença dos diferentes elementos que serviram de inspiração para outros
compositores, que também faziam sucesso no rádio.

e ) sintetiza a sequência, que vinha sido apresentada, dos temas referentes à Bahia abordados
por Caymmi em suas músicas.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2012 / Polícia Militar da Bahia PM BA - BA / Soldado da Polícia Militar / Questão: 3

Leia os textos I e II para responder às questões de números 58 a 60.

Texto I

Mais de 8 mil quilômetros de costa. Quatro milhões e meio de quilômetros quadrados de


território marinho. Enormes reservatórios naturais de carbono. Um leito oceânico recheado de
petróleo, gás e outras riquezas minerais. A maior biodiversidade de espécies marinhas do Atlântico
Sul.

A aquisição do Alpha Crucis – um navio oceanográfico de 64 metros e 972 toneladas, comprado


pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela USP – simboliza uma
mudança de paradigma não só para a oceanografia brasileira, mas na maneira como o país olha para
o mar de uma maneira geral. Um fenômeno motivado em grande parte nos últimos anos pela
descoberta das reservas de petróleo e gás do pré-sal, em águas extremamente profundas e distantes
da costa.
Segundo o diretor do Instituto Oceanográfico da USP, Michel Mahiques, a mudança começou
ainda antes, com a propagação do conceito da Amazônia Azul – um slogan criado pela Marinha para
valorizar as riquezas biológicas e minerais do mar brasileiro. “Temos de pensar nas questões
geopolíticas também. Quem tem mais conhecimento leva vantagem.”

(Novo navio de pesquisa da USP chega para revolucionar as ciências no mar. O Estado de S.Paulo,
27.05.2012. Adaptado)

Texto II

(Don Kindler, Human nature. Picture Prompts, 1981)

48. [Q1068498]

O texto II representa uma crítica à seguinte ideia contida no texto I:

a) Quem tem mais conhecimento leva vantagem no desenvolvimento humano.

b) Em pesquisa, quem chega na frente está livre de disputas.

c) As reservas naturais são um grande chamariz para as pesquisas.

d) Na área das pesquisas, o mais importante é conquistar conhecimento.

e) As riquezas marítimas devem ser exploradas antes das espaciais.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista - VUNESP 2012 / Polícia Militar de São Paulo PM SP - SP / Aluno
Oficial - PM / Questão: 58
49. [Q1076641]

Na segunda estrofe, o eu lírico se vale de

a) uma paródia, para atualizar um sentimento típico do romantismo nacionalista.

b) uma paródia, para aliviar o peso nacionalista de nossa formação literária.

c) intertextualidade, para ironizar o que considera um sentimento decadente do século XIX.

d) intertextualidade, para comprovar a superioridade de sua linguagem modernista.

e) uma paródia, para ironizar o excesso de saudosismo dos primeiros modernistas.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2010 / Secretaria de Estado de Educação de São Paulo SEE SP - SP / Professor - Área: Língua
Portuguesa / Questão: 72

50. [Q1076634]

Os personagens de Guimarães Rosa identificados no texto de Paulo Rónai encontram equivalentes


nestes versos de Manuel Bandeira:
A equivalência ocorre em virtude da seguinte convergência entre os dois escritores:

a) valorização de personagens sobre as quais não atuam os limites das convenções e do senso
comum.

b) elevação do universo introspectivo e reflexivo em criaturas cuja relevância social é pouco


reconhecida.

c) reconhecimento de que personagens humildes e submissas despertam um especial


encantamento poético.

d) valorização da irracionalidade como um modo de redenção espiritual de criaturas socialmente


desprestigiadas.

e) elevação das criaturas humildes a um plano transcendente, no qual seus sacrifícios alcançam
pleno sentido.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2010 / Secretaria de Estado de Educação de São Paulo SEE SP - SP / Professor - Área: Língua
Portuguesa / Questão: 65
51. [Q702719]

Ao dizermos que foram devorados pela ganância ou pelo extremismo de sua fé, anulamos a
lembrança de sua humanidade concreta.

O sentido da frase acima está preservado, em redação correta, nesta outra frase:

a) Embora anulemos a lembrança de sua humanidade concreta, ainda assim dizemos que foram
devorados pela ganância ou pelo extremismo de sua fé.

b) É para anular a lembrança de sua humanidade concreta que dizemos que foram devorados
pela ganância ou pelo extremismo de sua fé.

c) Dizendo que foram devorados pela ganância ou pelo extremismo de sua fé, estamos anulando
a lembrança de sua humanidade concreta.

d) Dizemos que foram devorados pela ganância ou extremismo de sua fé, no entanto anulamos a
lembrança de sua humanidade concreta.

e) Se anularmos a lembrança de sua humanidade concreta, é como se disséssemos que foram


devorados pela ganância ou pelo extremismo de sua fé.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Clareza, Paráfrase.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2004 / Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região TRT 8 - BR / Analista Judiciário - Área
Judiciária / Questão: 11

As questões de números 13 a 19 referem-se ao texto que segue.

52. [Q280102]

Na ordem em que se apresenta, o conteúdo dos parágrafos pode ser resumido adequadamente em
a) I e II. primórdios da prática da caça de baleias; III e IV. medidas para proibição dessa
atividade.

b) I. primórdios da prática da caça de baleias; II. alteração das técnicas de abate; III. extinção
das espécies azul, franca e jubarte; IV. proibição da caça às baleias pelo Brasil.

c) I, II e III. evolução das técnicas de caça às baleias; IV. medidas de proteção às diferentes
espécies.

d) I e II. evolução das técnicas de caça às baleias; III e IV. proibição da caça comercial das
baleias.

e) I e II. evolução das técnicas de caça às baleias; III e IV. relação entre essas técnicas e a
sobrevivência das diferentes espécies de baleias.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Clareza, Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2004 / Companhia Docas do Estado de São Paulo CODESP - SP / Guarda Portuário / Questão: 14

As questões de 6 à 12 referem-se ao texto que segue.


53. [Q280091]

Na ordem em que se apresentam, as idéias contidas no texto podem ser resumidas adequadamente
em

a) I. o aprendizado da expressão literária; II. a linguagem virtual; III. a linguagem audiovisual.

b) I. desaparecimento da mídia impressa; II. aparecimento da mídia eletrônica; III. o significado


da linguagem virtual para o aprendizado do escrito.

c) I. aparecimento da linguagem audiovisual; II. a importância da linguagem verbal; III. o


significado da linguagem virtual para a comunicação impressa.

d) I. a importância da linguagem audiovisual; II. desaparecimento da mídia impressa; III. a


importância da linguagem verbal.

e) I. a importância da linguagem verbal; II. a linguagem audiovisual; III. o significado da


linguagem virtual para a comunicação impressa.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2004 / Companhia Docas do Estado de São Paulo CODESP - SP / Guarda Portuário / Questão: 7

Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.

Justiça e
burocracia

A finalidade maior de todo processo judicial é chegar a uma sentença que condene o réu, quando
provada a culpa, ou o absolva, no caso de ficar evidenciada sua inocência ou se nada vier a ser
efetivamente comprovado contra ele. O pressuposto é o de que, em qualquer dos casos, a sentença
terá sido justa. Mas nem sempre isso ocorre. O caminho processual é ritualístico, meticuloso, repleto
de cláusulas, de brechas para interpretação subjetiva, de limites de prazos, de detalhes técnicos –
uma longa jornada burocrática, em suma, em que pequenos subterfúgios tanto podem eximir de
condenação um culpado como penalizar um inocente. Réus poderosos contam com equipes de
advogados particulares experientes e competentes, ao passo que um acusado sem recursos pode
depender de defensores públicos mal remunerados e indecisos quanto à melhor maneira de conduzir
um processo.No limite, mesmo os réus de notória culpabilidade, reincidentes, por exemplo, em casos
de corrupção, acabam por colecionar o que cinicamente chamam de “atestados de inocência”,
sucessivamente absolvidos por força de algum pequeno ou mesmo desprezível detalhe técnico.
Quanto mais burocratizados os caminhos da justiça, maior a possibilidade de que os “expedientes”
das grandes “raposas dos tribunais” se tornem decisivos, em detrimento da substância e do mérito
essencial da ação em julgamento. A burocracia dos tortuosos caminhos judiciais enseja a vitória da
má- fé e do oportunismo, em muitos casos; em outros, multiplica entraves para que uma das partes
torne evidente a razão que lhe assiste.

(Domiciano de Moura)

54. [Q99691] Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do


texto em:

a) sem qualquer mediação (1o parágrafo) = sem possibilidade de veiculação.

b) imunes a qualquer necessidade (2o parágrafo) = alheios aos próprios desejos.

c) regidos pela necessidade (4o parágrafo) = subordinados ao imperativo.

d) um verniz artificial (4o parágrafo) = a verdade exposta.

e) demarcamos fronteiras para as iniciativas pessoais (4o parágrafo) = asseguramo-nos da


liberdade de nossos empreendimentos.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Intertextualidade.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2004 / Tribunal Regional Federal da 4ª Região TRF 4 - BR / Analista Judiciário - Área
Contabilidade / Questão: 4

As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto que segue.


55. [Q109448]

O título do texto indica seu principal assunto, que se resume na seguinte afirmação:

a) A Divina Providência só ampara aqueles que buscam os meios da Justiça.

b) A vida moderna exige maior resignação das sofridas classes populares.

c) São cada vez mais numerosos os que recorrem aos meios da Justiça.

d) É cada vez mais significativo o número dos legisladores e agentes do Direito.

e) Só haverá plena justiça social depois de uma ampla reforma dos códigos.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto, Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2004 / Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região TRT 17 - BR / Técnico Judiciário / Questão: 1

As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto que segue.

56. [Q310529]

Atenção: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto que segue.

Guerra na televisão

O cinismo é uma das armas dos humoristas. No dia em que começou a invasão do Iraque, um
deles escreveu em sua coluna de jornal que ia comprar um balde de pipocas, sintonizar a TV num
canal internacional e esticar as pernas no sofá. O pior é que esse tipo de cinismo não é de
responsabilidade exclusiva do humorista do jornal, mas do próprio tipo de transmissão: os
telespectadores se deparam não exatamente com as atrocidades da guerra, mas com uma espécie
de cenário de videogame, com clarões e explosões na panorâmica noturna de uma cidade
fantasmagórica. As emissoras fazem da cobertura da guerra um espetáculo para grande audiência.

Poupado das visões particularizadas dos corpos atingidos, das expressões de dor, dos
inúmeros rostos dos mortos e feridos, o telespectador é induzido a uma percepção asséptica de
cada bombardeio, como num combate puramente virtual. Some-se a isso o tempo que gastam os
canais de TV na descrição dos armamentos, no preço de cada operação, nas estatísticas de todo
tipo, nas análises dos especialistas – e praticamente nada sobra de espaço para o que realmente
deveria contar: a trágica experiência humana dos envolvidos.

Muitos dos próprios jornalistas – sobretudo os que estão mais próximos das cenas de
combate – procuram desfazer essa banalização da violência com relatos realistas e dramáticos.
Mas suas palavras, sendo apenas palavras, não eliminam o efeito das imagens "higienizadas" da
guerra, captadas por câmeras fixas, acionadas por controle remoto. Não é estranho que nos filmes
de ficção mais violentos se exibam os detalhes mais miúdos e sórdidos, ao passo que no
telejornalismo a barbárie ganha o aspecto aceitável de uma grande cena ficcional?

(Severiano Linhares, inédito)

A idéia fundamental desenvolvida no texto está corretamente resumida em:

a ) Deve-se ao cinismo dos humoristas o fato de que as imagens da guerra percam toda a
gravidade que lhes é inerente.

b ) As transmissões ao vivo das cenas de guerra se fazem de modo a retirar das imagens o
impacto da violência que se abate sobre os envolvidos.
c ) É a violência dos filmes de ficção que torna insignificante a brutalidade amplamente
propagada nas cenas de guerra dos telejornais.

d ) Alguns jornalistas preferem, em vez de se valer das palavras, dar toda a ênfase à
documentação fotográfica que realizam no local da conflagração.

e ) Quando mostram os detalhes de uma batalha sangrenta, as reportagens acabam por dar mais
ênfase aos dramas subjetivos que à tragédia real.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2003 / Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região TRT 5 - BR / Analista Judiciário - Área
Medicina / Clínica Geral / Questão: 11

Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue, trecho de um artigo


publicado em 1948.

57. [Q308271]

Até agora não se estabeleceu, no Brasil, a difícil harmonia entre essas duas tendências
contraditórias.

Mantém-se o sentido original da frase acima em:

a) Essas duas tendências contraditórias não deixam de possibilitar que, no Brasil, ainda hoje se
estabeleça uma difícil harmonia.

b) No Brasil, a problemática conciliação dessas duas orientações conflituosas ainda não se


efetivou.

c) Ainda assim é difícil a conciliação entre essas forças opostas, conquanto venha a se
estabelecer no Brasil.

d) Até hoje não se determinou, no Brasil, a dificuldade de equilíbrio dessas tendências


inconciliáveis.

e) No Brasil, mesmo agora a difícil superação dessas forças harmônicas ainda não se
estabeleceu.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Paráfrase.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2003 / Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região TRT 24 - BR / Analista Judiciário - Área
Contabilidade / Questão: 3

58. [Q306785]

Até agora não se estabeleceu, no Brasil, a difícil harmonia entre essas duas tendências
contraditórias.

Mantém-se o sentido original da frase acima em:

a) Essas duas tendências contraditórias não deixam de possibilitar que, no Brasil, ainda hoje se
estabeleça uma difícil harmonia.
b) No Brasil, a problemática conciliação dessas duas orientações conflituosas ainda não se
efetivou

c) Ainda assim é difícil a conciliação entre essas forças opostas, conquanto venha a se
estabelecer no Brasil.

d) Até hoje não se determinou, no Brasil, a dificuldade de equilíbrio dessas tendências


inconciliáveis.

e) No Brasil, mesmo agora a difícil superação dessas forças harmônicas ainda não se
estabeleceu.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Paráfrase.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2003 / Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região TRT 24 - BR / Analista Judiciário - Área
Analista de Sistemas / Questão: 3

59. [Q305226]

Até agora não se estabeleceu, no Brasil, a difícil harmonia entre essas duas tendências
contraditórias.

Mantém-se o sentido original da frase acima em:

a) Essas duas tendências contraditórias não deixam de possibilitar que, no Brasil, ainda hoje se
estabeleça uma difícil harmonia.

b) No Brasil, a problemática conciliação dessas duas orientações conflituosas ainda não se


efetivou.

c) Ainda assim é difícil a conciliação entre essas forças opostas, conquanto venha a se
estabelecer no Brasil.

d) Até hoje não se determinou, no Brasil, a dificuldade de equilíbrio dessas tendências


inconciliáveis.

e) No Brasil, mesmo agora a difícil superação dessas forças harmônicas ainda não se
estabeleceu.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Paráfrase.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2003 / Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região TRT 24 - BR / Analista Judiciário - Área
Biblioteconomia / Questão: 3

As questões números de 1 a 6 baseiam-se no texto abaixo.


60. [Q373679]

A frase que resume o assunto do texto é:

a) Organização Internacional do Trabalho prejudica negócios brasileiros.

b) Mudanças na Constituição brasileira reduzem idade mínima para o trabalho.

c) Legislação brasileira impede venda de produtos industrializados para outros países.

d) Instituto internacional favorece a utilização de mãode- obra infantil em empresas.

e) Órgãos responsáveis terão de fiscalizar ainda mais o trabalho infantil no Brasil.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Intertextualidade, Síntese e Resumo.

Fonte: Fundação Carlos Chagas - FCC 2001 / Tribunal Regional Federal da 1ª Região TRF 1 - BR / Auxiliar Judiciário - Área Artes
Gráficas / Questão: 4

Gabarito
Criado em: 12/07/2023 às 07:14:58

(1 = d ) (2 = e ) (3 = b ) (4 = d ) (5 = c ) (6 = b ) (7 = a ) (8 = e ) (9 = c ) (10 = a) (11 = b) (12 = d )


(13 = c ) (14 = c ) (15 = a ) (16 = a ) (17 = e ) (18 = a) (19 = e ) (20 = a ) (21 = a) (22 = a) (23 = d)
(24 = e ) (25 = d ) (26 = c ) (27 = c) (28 = c) (29 = d) (30 = b) (31 = d) (32 = a) (33 = d) (34 = d) (35
= d) (36 = e) (37 = c) (38 = c) (39 = a) (40 = d ) (41 = b) (42 = c) (43 = c) (44 = e) (45 = c) (46 = c )
(47 = e ) (48 = a) (49 = a) (50 = a) (51 = c) (52 = e) (53 = e) (54 = c) (55 = c) (56 = d ) (57 = b) (58
= b) (59 = b) (60 = e)

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