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RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO PROCESSO DE

APRENDIZAGEM

Karla1
Polliana Rodrigues Monteiro 2
Raphaela3
INTRODUÇÃO

Dissertar sobre relações interpessoais no processo de aprendizagem na atualidade tem


promovido constantes debates no âmbito escolar. A complexidade do processo de
aprendizagem vem sendo objeto de debates para muitos teóricos que buscam compreender
qual o objetivo das relações interpessoais no ambiente de aprendizagem. O estudo das
relações interpessoais buscam demonstrar quais os quesitos que são determinantes das
relações humanas e ao mesmo tempo promover sugestões para diminuições da singularidade
de cada indivíduo.
Na sociedade escolar, os sujeitos envolvidos neste processo são: professor e aluno,
indivíduos cuja interações são um dos fatores condicionantes para a promoção da
aprendizagem nas escolas. Além do mais, compreende-se que este processo de aprendizagem
segue sendo muito complexo e dinâmico e cabe ao docente com ajuda da pedagogia promover
afeto, trabalhos em equipes na construção de rotinas de aprendizagem que desenvolvam um
bom relacionamento interpessoal.
Para Freire: “O clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes,
generosas, em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente,
autentica o caráter formador do espaço pedagógico” (1996, p. 103). Ensinar é trocar
informações, é contribuir para a reconstrução de conhecimentos dos alunos e, principalmente,
para que cresçam como pessoas.
Por meio de diversas literaturas e debates, espera-se realizar uma estruturação teórica
para a criação deste pesquisa cujo estudo tem como objetivo entender a importância das
relações interpessoais na aprendizagem. Acima de tudo, espera-se que este projeto sobre as

1
Inserir aqui o vínculo Institucional, endereço(s) e o contato eletrônico (com este estilo de letra: Times
New Roman, itálico, 10).
Prof da Escola Municipal Paulo Freire, Curitiba, PR. xviepea@gmail.com.
2
Profª Drª do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da UFPR, Curitiba, PR, educação@ufpr.br
3
Técnico Agrícola da EMBRAPA, Curitiba, PR.
relações interpessoais na aprendizagem crie ambientes para que seja possível compreender
mais sobre a relação professor-aluno, promova condições que sejam determinantes para a
priorização da relação interpessoal como uma das principais ferramentas para a
aprendizagem. O desejo de aprender é peça fundamental para o processo de aprendizagem
seja bem sucedido. As interações promovidas no contexto escolar são também fatores
determinantes para a promoção de uma relação.

REFERENCIAL TEÓRICO OU JUSTIFICATIVA

A escola é a instituição que fornece o processo de ensino para discentes (alunos), com
o objetivo de formar e desenvolver cada indivíduo em seus aspectos cultural, social e
cognitivo. Segundo Carvalho (1999, p. 17) a “escola é uma unidade social de agrupamentos
humanos, em que há uma interação entre indivíduos e grupos, distinta das demais
organizações pela sua especificidade, pela sua construção social operada por professores,
alunos, pais e elementos da comunidade”.
O processo de ensino-aprendizagem ocorre de forma dinâmica, porém muitos
acreditam que esse mesmo processo acontece de forma estática, onde no ambiente escolar
têm-se a presença do professor que ensina e um aluno disposto a aprender. Todas relações
que ocorrem entre professor e aluno dentro de uma sala de aula, são suscetíveis de
aprendizagem, onde todos aprendem através de gestos, ações e ideias.
Para Antunes (2007, p. 9):
Relações interpessoais é o conjunto de procedimentos que, facilitando
a comunicação e as linguagens, estabelece laços sólidos nas relações
humanas. É uma linha de ação que visa, sobre bases emocionais e
psicopedagógicos, criar um clima favorável à empresa (escola) e
garantir, através de uma visão sistêmica a integração de todo pessoal
envolvido, por meio de uma colaboração confiante e pertinente.

Através das relações interpessoais o professor pode contribuir no processo de


aprendizagem e auxiliar na construção de valores éticos dos seus alunos. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais volume Etíca, “a escola é a primeira oportunidade de
conviver com pessoas diferentes.”(BRASIL, 2001, p. 119), uma vez que as diferenças podem ser
observadas nas cores, opiniões, pensamentos, porém tendo como foco principal o tratamento
singular que é o ensino-aprendizagem. As interações que acontecem em ambientes escolares
são caracterizadas pela afetividade em todas as suas dimensões.
No entanto, as interações interpessoais dentro de um ambiente escolar podem tanto
dificultar quanto facilitar a convivência, pois dentro de um cotidiano existirão conflitos,
competição, cooperação, amizade, intriga e vários outros sentimentos e comportamentos.
De acordo com Weiss (1994):
(...) seria maravilhoso se jamais tivéssemos que lidar com conflitos. Se
as pessoas pudessem resolver suas discordâncias em paz e com boa
vontade – poderiam discordar umas das outras, compartilhar
diferenças de opinião e de valores, dividir entre si as raras
recompensas e nunca brigar por coisa alguma (WEISS, 1994, p. 9).

Se existisse um cotidiano em que não houvesse conflitos ou divergências, o clima


organizacional dentro de uma escola seria favorável, todos os sujeitos envolvidos seriam
beneficiados e no intuito de se realizar os objetivos da instituição escolar as pessoas criariam
automaticamente um espírito de coletividade, onde as divergências não se tornariam
obstáculos e com o auxílio do gestor trabalhariam as diferenças proporcionando o
enriquecimento da equipe.

Para Vygotsky (1984, p. 281), que disserta sobre a sociabilidade da criança e as


consequências com o desenvolvimento, observamos que:
É por meio de outros, por intermédio do adulto que a criança se
envolve em suas atividades. Absolutamente tudo no comportamento

da criança está fundido, enraizado no social. A ssim, as relações da

criança com a realidade são, desde o início, relações sociais. Neste

sentido, poder-se-ia dizer que o bebê é um ser social no mais elevado

grau.

A sociabilidade da criança é o ponto inicial das interações com a sociedade, é através


do convívio que a criança aprende a se relacionar. Percebendo assim, que a promoção de
relacionamentos são importantes para o seu desenvolvimento. E no ambinente escolar, o
relacionamento interpessoal deve ocorrer de forma contínua e equilibrar uma boa relação de
afeto e aprendizagem deve ser um dos objetivos de estudo no processo de formação do
professor, para que o ambiente escolar seja também o meio de seu desenvolvimento
profissional.
Segundo Tapia (2010, p. 14)
...os professores criam ambientes que afetam a motivação e a
aprendizagem. Em consequência, se queremos motivar nossos alunos,
precisamos saber de modo nossos padrões de atuação podem
contribuir para criar ambientes capazes de conseguir que os alunos se
interessem e se esforcem por aprender...
O professor necessita compreender que no ambiente escolar as relações interpessoais
acontecem a todo momento e que compete a ele utilizar todas as ferramentas que foram lhe
desenvolvidas para transformar seus alunos, pois é através das relações que ocorrem em salas
de aula que acontece o processo de ensino-aprendizagem. A sala de aula proporciona ao aluno
crescimento pessoal e intelectual, proém cabe ao professor criar maneiras de integrar teoria e
prática no processo de interação.
Segundo Rogers (1986; p. 126) “a facilitação da aprendizagem significativa repousa em
certas qualidades de atitudes que existem no relacionamento pessoal entre o facilitador e o
estudante”. Com isso, analisamos que a educação é um processo de construção coletiva e
permanente na formação de um indíviduo, portanto a escola é um local privilegiado dessa
formação, pois trabalha com valores, hábitos e conhecimentos. E dentro desse ambiente
escolar, o presente trabalho busca relacionar sobre as diversas formas de relações
interpessoais no processo de aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Relações Interpessoais e a autoestima: a sala de aula como espaço do


crescimento integral. 5. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais. Brasília: MEC/SEC, 2001.
CARVALHO, A. et al. Projecto Educativo. Porto: Ed. Afrontamento, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 18 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
ROGERS, C. R. Liberdade para aprender em nossa década. 2. Ed. Porto Alegre Editora. Artes
Médicas, 1986.
TAPIA, J. A. FITA, E. C. A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. Trad.: Sandra Garcia.
9. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2010.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
WEISS, Donald. Como resolver (ou evitar) conflitos no trabalho. São Paulo: Nobel, 1994

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