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Eu Observador

Quando a nossa consciência está identificada com o ambiente externo, as emoções costumam
estar no controle do indivíduo. São elas que determinam a linha de raciocínio em que a mente
desse indivíduo atuará.

As emoções são produzidas por iniciativa da mente, para exemplificar isso, veja o caso a seguir:

O indivíduo vê alguém cortar a fila;


A mente do indivíduo julga como a pessoa que cortou a fila deve ser punida;
A emoção que o indivíduo sente é a indignação com o fato ocorrido;

Aí então o indivíduo começa a imaginar algumas possíveis represarias, como por exemplo,
xingar a pessoa que cortou a fila. Assim, esse indivíduo entra em um circuito de emoção/mente
onde tudo se justifica.

Identificando o problema

Em um segundo nível de consciência, o indivíduo reconhece esse ciclo vicioso, às vezes isso
ocorre de imediato, mas às vezes demora um tempo até que o indivíduo tome essa consciência,
esse é o tempo que se leva até que ele pare e analise mais friamente o que sentiu e pensou. É aqui
que surge o “eu observador”.

Chamamos esse estágio de “posição desidentificada”, onde o indivíduo se desprende do


ambiente externo e volta-se para suas emoções, pensamentos e atitudes. Essa posição permite o
reconhecimento dos processos mentais que esse indivíduo utiliza, impedindo que ele fique
aprisionado no ciclo vicioso de mente/emoção demonstrado anteriormente.

Inicialmente, o “eu observador” facilmente se dissipa no ciclo vicioso. É quando ele reconhece
que está tendo julgamentos rígidos. Em seguida, a tendência é que o indivíduo comece a julgar a
si mesmo por ter entrado no ciclo vicioso. Isso se chama auto-observação.

Solucionando o problema

O exercício da auto-observação fortalece o “eu observador” que existe no indivíduo, assim ele
começa a reconhecer a linha de raciocínio que produz a emoção, seja ela qual for. Sem
julgamentos, apenas parando para observar e reconhecer o quanto ele está envolvido
emocionalmente.

Muitas vezes esse reconhecimento leva à conclusão de que o indivíduo não está em condições de
recuperar a lucidez e assim, ele percebe que o melhor a se fazer é simplesmente esperar que a
bioquímica das emoções se dilua na sua corrente sanguínea. Mantendo a clareza que todos os
seus pensamentos e conclusões estão sob forte influência de uma emoção.

Não atender ao comando das emoções pode parecer uma tarefa difícil, mas com o passar do
tempo é libertador. Reconhecer que não se está em condições de pensar, pois está
emocionalmente comprometido, permite observar ainda mais os típicos jogos que a mente cria na
tentativa de recuperar o domínio da consciência e colocá-lo naquele ciclo vicioso.

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