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AUTOMÁTICOS
O modelo cognitivo afirma que a interpretação de uma situação (e não a situação em si),
frequentemente expressa em pensamentos automáticos, influencia a emoção subsequente, o
comportamento e a resposta fisiológica. Obviamente, determinados eventos são quase
universalmente perturbadores, como, por exemplo, uma agressão pessoal ou uma rejeição. No
entanto, pessoas com transtornos psicológicos costumam interpretar erroneamente situações
neutras ou até mesmo positivas, e, assim, seus pensamentos automáticos são tendenciosos. Ao
examinarem criticamente seus pensamentos e corrigi-los, geralmente se sentem melhor.
Este capítulo descreve as características dos pensamentos automáticos. Depois, descreve como:
TERAPEUTA: Vamos registrar isso no papel. Quando você tem o pensamento “Eu nunca vou
ser como elas”, sente-se triste. Você percebe como aquilo que está pensando interfere em
como você se sente?
PACIENTE: Hum-hum.
TERAPEUTA: Isso é o que chamamos modelo cognitivo. O que iremos fazer na terapia é lhe
ensinar a identificar seus pensamentos automáticos quando perceber seu humor se alterando.
Esse é o primeiro passo. Continuaremos praticando até que fique fácil. Depois, você vai
aprender a avaliar seus pensamentos e mudar sua maneira de pensar se não estiver
completamente correta. Está claro?
PACIENTE: Acho que sim.
TERAPEUTA: [verificando a compreensão da paciente] Você poderia me falar com suas próprias
palavras sobre a relação entre pensamentos e sentimentos?
PACIENTE: Às vezes eu tenho pensamentos que estão errados, e esses pensamentos fazem eu
me sentir mal... Mas e se os pensamentos estiverem corretos?
TERAPEUTA: Boa pergunta. Então tentaremos resolver o problema ou descobrir o que há de
tão ruim se eles forem corretos. A minha opinião, no entanto, é que iremos descobrir muitos
erros no seu pensamento porque você está deprimida. O pensamento negativo irrealista
sempre faz parte da depressão. De qualquer forma, vamos descobrir juntas se os seus
pensamentos estão corretos ou errados.
No fim desta sessão, eu verifico novamente o quanto a paciente parece entender o modelo
cognitivo.
TERAPEUTA: Para revisar um pouco, você poderia me dizer o que sabe agora sobre a relação
entre pensamentos e sentimentos?
PACIENTE: Bem, às vezes os pensamentos automáticos simplesmente surgem na minha cabeça,
e eu os aceito como verdadeiros. E então eu me sinto... seja o que for: triste, preocupada...
TERAPEUTA: Bom. Que tal se como exercício de casa para esta semana você procurasse alguns
desses pensamentos automáticos?
PACIENTE: Ok.
TERAPEUTA: Por que você acha que estou sugerindo isso?
PACIENTE: Por que às vezes os meus pensamentos não são verdadeiros, e se eu puder
identificar o que estou pensando, poderei alterá-lo e me sentir melhor.
TERAPEUTA: Correto. Ok, vamos anotar esta prescrição: Sempre que eu notar uma mudança
no humor ou que o mau humor está piorando, perguntar a mim mesma...Você se lembra da
pergunta?
PACIENTE: O que está passando pela minha cabeça?
TERAPEUTA: Bom! Foi direto ao ponto.