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TREINAMENTOS EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

PARA ANSIEDADE E ESTRESSE

Julio Rafael Silva


vosscontato@gmail.com
(11)97316-8201
TREINAMENTOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL PARA ANSIEDADE E ESTRESSE

Introdução

Ansiedade e estresse são quadros comuns em


nossa população. Em especial, os sintomas
decorrentes da ansiedade e suas consequências
têm sido amplamente trabalhados em mídias
sociais como rádio, TV e internet. O mesmo ocorre,
em menor escala, com quadros de estresse.
Contudo é preciso atentar-se a diferenças entre
eles que podem passar despercebidas pelo senso
comum e estarem presentes no discurso popular,
não raro as pessoas nomeiam estados emocionais
e fisiológicos diferentes como ansiedade.
Exemplos:
“Sou muito ansioso quando sei que uma tarefa é
simples e outra pessoa demora a aprender eu
mesmo vou lá e faço. Não consigo esperar”.
(Estresse)
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“Quando tenho uma apresentação a fazer minhas
mãos suam, meu coração bate mais forte, sinto
dor de barriga... fico muito nervosa. Apresento
mas sofro muito”. (Ansiedade)

“No trabalho frequentemente fico pensando que


posso errar alguma coisa e me chamarem a
atenção. Por conta disso me dedico o máximo que
posso a fim de evitar errar mas fico doido quando
meu trabalho pára “na mão” de alguém ou estou
numa equipe onde os outros não tenham o mesmo
empenho que eu”. (ansiedade e estresse)
Para discriminar inicialmente em qual grupo um
cliente se beneficiará mais precisaremos estar
atentos a estas nuances próprias de suas falas.

Aspectos a serem observados

Características comuns em quadros de ansiedade:


Emocionais: preponderância do MEDO
antecipatório ou diante do evento temido.
Posteriormente, sensação de alívio junto com

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vergonha pelo que sentiu ou, se for o caso, por não
realizar o que era preciso.
Cognitivos:
Catastrofização: “Se eu errar naquela
apresentação será o meu fim”
Adivinhação: “Tenho certeza de que vou tentar e
vou falhar”
Leitura mental: “Sei que as pessoas me acham um
bobo”
Raciocínio Emocional: “Os outros falam que não é
nada mas o que sinto é muito forte”.
Vitimização: “Ninguém me entende de verdade”
Outras características: ruminação mental,
preocupações exageradas e autocrítica exagerada.

Comportamentais: evitação da situação temida,


esquiva emocional e cognitiva (comportamentos
autoaliviadores ou compulsivos)

Respostas fisiológicas: taquicardia, sudorese,


respiração ofegante, dores abdominais ou no
tórax, tremores, sensação de confusão mental,
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sensação de desmaio, sensação de fraqueza
corporal...

Características comuns em quadros de estresse:

Emocionais: preponderância da RAIVA. Esta por


ser uma emoção, culturalmente criticada, poderá
aparecer no discurso do cliente como: impaciência,
mágoa, irritação, intolerância, nervosismo,
desprezo.

Cognitivos:
Rotulação: “Aquela pessoa é uma topeira”
Generalização: “Estou rodeado de antas”
Previsão do futuro: “Tenho certeza que fulano fará
aquilo de novo, ele vai ver”
Leitura Mental: “Estão achando que sou tonto, que
podem passar por cima de mim”
Raciocínio Emocional: “Sinto que eles não gostam
de mim e estão querendo que eu me dê mal”

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Vitimização: “Ninguém entende como isso me
domina”.
Outros aspectos cognitivos: Crítica exagerada e
alta exigência para com os outros, velocidade de
raciocínio, pensamento acelerado.

Comportamentais: falar alto e rápido,


agressividade (palavrões, ofensas, ironias, gestos
ofensivos, quebrar, arremessar ou bater em coisas,
violência física contra si mesmo ou outras
pessoas).

Além do Relato do Cliente o uso de escalas e


inventários pode facilitar na identificação e
diferenciação dos quadros:
Escalas de Beck para ansiedade
Você responde ao mundo com raiva da Lipp.

Participantes: os treinamentos são sugeridos para


grupos de pessoas acima de 18 anos e que não
estejam em quadros agudos de adoecimento
mental.
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Encaminhamentos: é possível desde a triagem
compreender que alguns participantes necessitam
ou de psicoterapia individual ou de avaliação
psiquiátrica para inicio de tratamento
medicamentoso adequado. Nestes casos são
realizados os devidos encaminhamentos dos
participantes sempre de maneira individual e
privada.

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Protocolo de Como Lidar com a Ansiedade

Sessão 1 – Identificação
• Objetivo: Psicoeducar os participantes sobre o
modelo cognitivo
• Apresentar que agora que o cliente está
consciente da importância de seus
pensamentos negativos e aprendeu a colocá-
los em diferentes categorias (por exemplo,
leitura da mente ou previsão do futuro),
• Que ele pode começar a usar algumas dessas
técnicas da terapia cognitiva para pô-los em
questão.
• Destacando que deve ter em mente que ele
não está tentando "parar de pensar" e que não
está tentando suprimir seus pensamentos.
• Que ele simplesmente vai testá-los. Podendo
constatar que seus pensamentos de ansiedade
são extremos, inválidos - e, até mesmo, bobos.
• Analisando mais de perto o modo como
podemos identificar, categorizar, classificar e
até medir esses pensamentos ansiosos e
negativos.
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• E que a partir disto ele possa reconhecer a
diferença entre um pensamento e um
sentimento.
• Convide-o a imaginar que esteja caminhando
pela rua na escuridão e que ouça três homens
caminhando rapidamente atrás dele. Que se
sente ansioso e com medo porque “pensa” que
eles vão atacá-lo.
• Indique que este sentimento de ansiedade é a
emoção dele, e que o pensamento é sua
interpretação do que está acontecendo: "Serei
atacado".Contudo,se ele tivesse pensado: "São
pessoas que estão saindo de uma convenção
de médicos", teria um sentimento diferente, de
indiferença.

• Pensamentos o levam a se sentir ansioso.

• Indique que ele pode notar que sua ansiedade


é frequentemente o resultado de sentir
ameaças que podem não ser reais. Por
exemplo: "Sinto-me ansioso porque penso que
vou fracassar".

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• Oriente-o a monitorar seus pensamentos
ansiosos negativos. Escrevendo seus
pensamentos quando estiver ansioso.

• E que se ele notar que está se sentindo


ansiosaoe pensando que vai se sentir mal ou
perder o controle, escreva esses pensamentos
e guarde o que escreveu.

• Futuramente discutirão como esses


pensamentos podem ou não ser irreais.

• Distinga com o cliente pensamentos de fatos.


Por exemplo: acredito que está chovendo lá
fora, mas isso não quer dizer que acredito que
seja um fato. Preciso ter provas - ir lá fora -
para ver se está chovendo.

• Identificando e categorizando os pensamentos


automáticos distorcidos.

• Oriente-o a utilizar o formulário para colocar


seus pensamentos negativos nas categorias
delineadas lá. Por exemplo: "Estou sempre

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errando" (supergeneralização) ou "Sou um
idiota" (rotulação).

• E juntamente com isso que ele classifique sua


confiança na precisão de seus pensamentos e
também a intensidade de seus sentimentos.
Por exemplo, "Sinto-me ansioso" (80%) "por-
que acho que vou fracassar" (95%).

• Tarefa de Casa: Anotar quantas vezes sentir


ansiedade durante a semana.

Sessão 2 – Questionando
• Indique que agora que ele conhece seus
pensamentos negativos, que ele pode
começar a usar algumas dessas técnicas da
terapia cognitiva para pô-los em questão.
• Que ele pode simplesmente testá-los,
questionando a validade e refletindo sobre
eles.
• Auxilie-o a examinar mais de perto os efeitos
destes pensamentos no sentimento de
ansiedade e o que eles significam e como
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colaboram para manter a negatividade de
seus comportamentos.
• Convide-o a analisar o custo-benefício.
Pesando os custos e benefícios de seus
pensamentos ansiosos.

Exemplo de pensamento: "Preciso fazer alguma


coisa para que nada de mal aconteça".
Custos: "Esse pensamento me deixa ansiosa,
hipervigilante e diminui minha capacidade de
fazer alguma coisa positiva".
Benefícios: "Talvez eu consiga chamar a
atenção das pessoas".
Conclusão: "Eu estaria muito melhor se não
pensasse assim".

• Examine a lógica dos pensamentos do cliente.


Você chega a conclusões precipitadas, que não
se seguem logicamente às premissas?
Por exemplo, "Sou um fracasso porque não
consegui evitar que esta situação
acontecesse".(Técnica: Exame da qualidade das
evidências)

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• Questione qual é a prova a favor e qual é a
prova contrária de seuspensamento? Você
está chegando a conclusões precipitadas, sem
informações suficientes? Você só busca provas
que sustentam seus pensamentos e não provas
que os possam refutar? (Técnica: Exame das
evidências)
• Distinga com o cliente possibilidade de
probabilidade. Pode ser que você tenha um
ataque cardíaco se estiver ansioso, mas isso é
provável?Se tivesse de apostar, apostaria no
resultado ruim, ou contra sua previsão?
(Técnica: Inundação com Incertezas)

• Questione o que significaria (o que


aconteceria, por que seria um problema) se
ocorresse uma perda de emprego? O que
aconteceria a seguir? E o que isso significaria -
o que aconteceria, por que seria um problema?
Por exemplo, com a perda, seu coração bateria
rapidamente, vc. ficaria cada vez pior e teria
um ataque de pânico, cairia, ficaria
inconsciente e entraria em coma.

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• Tarefa de Casa: Manter o registro do
sentimento de ansiedade dos
comportamentos consequentes (as reações
físicas e emocionais que tiveram).

Sessão 3- Procurando Provas


• Indique que agora que ele já tem dúvidas
sobre a validade dos seus pensamentos
negativos você pode começar a procurar
evidências de que eles são irreais, tentar
encontrar provas de que não são adequados .

• Convide-o a testar a veracidade dos


pensamentos negativos, testar inclusive a
veracidade das provas negativas que
possamos encontrar.

• Técnica do duplo padrão. Pergunte a si


mesmo: ''Você aplicaria o mesmo pensamento
(interpretação, padrão) aos outros como aplica
a si mesmo? Por quê?". Por exemplo, se uma
amiga estivesse sofrendo muito porque pensa
que nada vai dar certo, tudo está errado, você

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pensaria que ela está pensando
adequadamente? (Técnica: Duplo-padrão )

• Pesando as provas favoráveis e contrárias aos


pensamentos do cliente. Exemplo de
pensamento: "Meu irmão está fazendo alguma
coisa inadequada”.
Prova favorável: "Estou ansiosa, preocupada
(pensamento emocional); às vezes, as pessoas não
fazem as coisas como eu gostaria e sim como elas
acham que devem fazer".
Prova contrária: "Sou uma pessoa correta; tudo o
que eu faço é para o bem de todo mundo, porque
as pessoas não pensam e fazem como eu".
Conclusão: "Não disponho de muitas provas
convincentes de que serei aceita, apesar de me
considerar certa."(Técnica: Questionamento
Socrático)

• Examinando a qualidade da prova. Sua prova é


de fato boa? Sua prova aguentaria a
investigação feita por terceiros? Você está
usando o pensamento emocional e

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informações seletivas para sustentar seus
argumentos? (Técnica: Identificação dos
esquemas emocionais)

• Convide-o a manter um diário das provas


favoráveis e contrárias a seus pensamentos.
Registre as provas em um diário de
comportamentos/eventos que confirmem ou
não um pensamento. Por exemplo, se você
pensa que nada vai dar certo, registre os seus
níveis de ansiedade durante o dia. Ou se você
pensa que somente passa pela sua cabeça
coisas ruins, negativas, catastróficas, mantenha
um registro das coisas positivas, neutras ou
negativas que você pensa diariamente.
(Técnica: Automonitoramento)
• Tarefa de casa: Manter o registro do
sentimento de ansiedade e dos
comportamentos subsequentes.

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Sessão 4 – Criando Alternativas
• Apresente que a partir de hoje, ele começará a
mudar seus pensamentos negativos, criando
alternativas, possibilidades, defendendo sua
causa, experimentando pensamentos e
sentimentos mais positivos e adequados.
• Busque com o cliente interpretações
alternativas dos eventos. Por exemplo, se
alguém não gosta de mim, pode ser
simplesmente porque nós dois somos
diferentes. Ou talvez a outra pessoa esteja de
mau humor ou seja tímida ou esteja envolvida
com outra pessoa. Se me sinto nervoso, talvez
seja apenas excitação física, não um sinal de
que estou perdendo o controle total. (Técnica:
Diversificação dos critérios)
• Auxilie-o a convencer a si mesmo que esse não
é realmente o problema. Liste todas as razões
pelas quais a situação atual não é um
problema: mesmo que meu rosto fique
vermelho, isso não é um problema porque
ainda posso falar, pensar e fazer qualquer coisa
que sempre fiz.
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• Peça que ele seja seu próprio advogado de
defesa. Imagine que você tenha contratado a si
mesmo como advogado de defesa. Escreva
sobre o que você tem de mais forte a seu favor,
mesmo que não acredite nisso. (Técnica:
Advogado de Defesa)
• Convide-o a realizar um experimento. Teste
um pensamento, adotando um comporta-
mento que desafia seu pensamento. Por
exemplo, para o pensamento "Serei rejeitado",
aborde dez pessoas em uma festa.
• Discuta como colocar as coisas em
perspectiva. O que você seria capaz de fazer
mesmo que um pensamento negativo fosse
verdadeiro? Ou como sua situação se compara
àquela de alguém que, digamos, tenha uma
doença que ponha a vida em risco? (Técnica:
Despolarização das comparações)
• Convide-o a argumentar consigo próprio. Faça
com que o positivo e o negativo sejam dois
aspectos de um argumento. Faça um role play
com os pensamentos negativos. O aspecto
negativo diz: "Você vai se dar mal no exame"; o
positivo responde: "Não há prova de que eu
vou fracassar". Dê continuidade ao diálogo.
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(Técnica: Dramatização de ambos os lados do
pensamento)
• Peça para que ele aja como se o pensamento
não fosse verdadeiro. Nas situações reais, aja
como se você não acreditasse em seus
pensamentos negativos. Por exemplo, se você
estiver ansioso nas festas, vá até dez pessoas
diferentes e se apresente a elas. Se tiver medo
de ter um ataque de pânico no teatro, sente-se
em sua poltrona e finja que você está atuando
em uma peça como um personagem confiante.
Mantenha esse papel.

• Tarefa de casa: Registro do sentimento de


ansiedade , dos comportamentos e das
consequências.

Sessão 5 – Descatastrofizando
• Tornando tudo menos pior. Retire o caráter de
catástrofe de um possível mau resultado,
colocando tudo em perspectiva. Por que o que
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lhe acontece não precisa ser tão ruim? Por
exemplo, "Se eu tivesse um ataque de pânico,
por que isso não seria tão ruim? Bem, porque
eu já o tive antes e porque os ataques de
pânico são simples excitação". (Técnica:
Negação de Problemas)

• Examine com o cliente a "fantasia temida".


Pergunte a si mesmo: "Qual é o pior
resultadpossível de (alguma situação)?". Como
você lidaria com ele? Que comportamentos
você conseguiria controlar mesmo que (x)
acontecesse? Se você cometesse algum erro
em relação a algo, qual é o pior resultado que
poderia acontecer? Qual o melhor resultado e
o resultado mais provável de acontecer?
(Técnica: Preocupação da fantasia temida)

• Examine com o cliente as previsões passadas


feitas por ele . Você não consegue aprender
com as falsas previsões? Você geralmente fez
previsões negativas, no passado, que não se
realizaram? Você tende ao negativo. Essas
previsões se tornaram profecias que acabaram
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por se cumprir? Por exemplo, você previu que
seria rejeitado em uma festa, e por isso não
disse nada lá - e ninguém gostou de você.

• Convide-o a testar suas próprias previsões.


Faça uma lista de previsões para a próxima
semana e acompanhe os resultados.

• Auxilie-o a examinar as preocupações do


passado. Você se preocupou com coisas em
que não pensa mais? Liste o maior número de
preocupações possíveis e pergunte a si mesmo:
"Por que essas preocupações não são mais
importantes para mim?". (Técnica: Exame das
previsões e pensamentos passados)

• Indique que ele deve colocar em questão sua


necessidade de certeza. Você não pode ter
certeza em um mundo incerto. Se estiver
tentando excluir absolutamente todas as
possibilidades de resultados negativos será
incapaz de agir. Que coisas você faz todos os
dias que não requerem certeza (por exemplo,
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dirigir no trânsito, comer em restaurantes, falar
com as pessoas, fazer seu trabalho)? (Técnica:
Reserva de um tempo para se preocupar)

• Faça com que ele pratique a aceitação. Em vez


de tentar controlar e mudar tudo, talvez haja
algumas coisas que você possa aprender a
aceitar e delas fazer o melhor. Por exemplo,
talvez você não seja perfeita em seu trabalho,
mas talvez possa prender a reconhecer o que
faz. (Técnica: Aceitação)

• Tarefa de casa: manter o registro do


sentimento, nota de intensidade de cada
episódio. Anotar o que fez com a ansiedade.

Sessão 6 – Apenas Deixe Estar


• Auxiliando o cliente a tratar seus
pensamentos como visitante. Imagine que seu
pensamento negativo é um visitante que vem
para sua festa. A festa é composta por todos os
outros pensamentos que estão em sua cabeça.
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Simplesmente peça ao pensamento para se
sentar, tomar alguma coisa e aproveitar a festa.
Não é preciso se livrar do pensamento nem
lutar contra ele. Apenas deixe estar. (Técnica:
Urso Branco )
• Convide-o a transformar seus pensamentos
em um filme. Imagine que seus pensamentos
negativos sejam personagens de um filme a
que você esteja assistindo. Não tente mudar o
roteiro. Não discuta com seus pensamentos.
Apenas assista a eles, como em um filme. O
filme chegará ao fim. (Técnica: Máquina do
tempo envolvendo)

• Identifique com o cliente as regras e hipóteses


não adaptativas dele. Olhe os conteúdos de
seu livro de regras (o que deveria fazer, o que
deve fazer, as frases do tipo "e se ... ").
Por exemplo, "Devo ter sucesso em tudo o que
faço"; "Se as pessoas não gostam de mim, isso quer
dizer que há algo de errado comigo" e "Devo obter
a aprovação de todos". (Técnica: Identificação do
Pressuposto ou Regra Subjacentes)

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• Faça com que ele desafie suas regras e
hipóteses não adaptativas. Você está
estabelecendo expectativas irreais para si
mesmo? Seus padrões são altos demais? Muito
baixos? Muito vagos? Seus padrões lhe dão
espaço para uma curva de aprendizagem?
Você aplicaria essas regras a qualquer outra
pessoa? Por exemplo, você pensaria que
alguém é um fracasso simplesmente por estar
ansioso? Você pensaria que alguém é
irresponsável por não ter verificado ou
revisado tudo?
(Técnica: Desafio às Afirmações do tipo “deveria”)

• Convoque o cliente a tomar emprestada a


cabeça de alguém. Em vez de se sentir preso
por sua maneira de reagir, tente pensar em
alguém que você conheça e que você pense
ser altamente adaptativo. Como essa pessoa
pensaria e agiria nessas circunstâncias?
(Técnica: Observação da forma como os outros
lidam com as coisas)
• Desenvolva com o cliente hipóteses novas e
mais adaptativas. Desenvolva regras novas,
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realistas, justas e mais humanas para si
mesmo. Por exemplo: "Eu sou uma pessoa que
vale a pena independentemente do que os
outros pensam de mim", em vez de "Se as
pessoas não gostam de mim, isso quer dizer
que há algo de errado comigo". Quais são os
custos e benefícios dessas hipóteses mais
adaptativas?
• Custos: "Talvez eu fique orgulhoso e afaste as
pessoas".
Benefícios: aumento da autoconfiança, menos
timidez, menos dependência dos outros, mais
assertividade.
Conclusão: "Essa nova hipótese é melhor do que a
que eu tinha, segundo a qual era preciso fazer com
que as pessoas gostassem de mim para que eu
mesmo gostasse". (Técnica: Desenvolvimento de
novos padrões e pressupostos bem adaptados)
(Técnica: Construção de alternativas)

Sessão 7 – Enfrentando

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• Coloque o cliente para utilizar imagens que
facilitem o enfrentamento (coping). Tente
desenvolver uma imagem de você enfrentando
competentemente uma pessoa ou situação
temida. Imagine-se indo a uma área repleta de
pessoas e se sentindo confiante e forte. Ou
imagine se expor à situação que teme, saindo
triunfante dela. (Técnica: Construção de
alternativas)

• Auxilie no processo de reestruturação das


imagens assustadoras. Pense nas situações e
nas pessoas que o deixam ansioso, e mude sua
imagem delas de modo que se tornem menos
assustadoras para você. Miniaturize a imagem
assustadora.
Por exemplo, crie a menor imagem possível de uma
coisa ou de uma pessoa temida, em vez de algo
grande e poderoso. (Técnica: Reformulação de
imagens mentais)
• Pratique com o cliente a imagem temida.
Não se sensibilize mais com a imagem temida
- envolva-se na repetição de uma imagem
temida ou de uma situação, a fim de diminuir
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sua capacidade de assustar você. Por exemplo,
se você teme que as pessoas riam de você,
pratique imaginar alguém rindo por 30
minutos. Você vai constatar que isso o deixará
entediado. (Técnica: Ventilação escrita)

• Utilize cartões de enfrentamento com o


cliente.Escreva instruções para si mesmo, e
use-as em momentos de dificuldade (por
exemplo, "Não se preocupe com minha
excitação ansiosa. É só excitação. Não é algo
perigoso. Posso tolerar").
Coloque essas frases em um cartão a que você
possa recorrer facilmente.
• Oriente-o a antecipar os problemas. Liste os
tipos de problemas que podem acontecer e
elabore respostas racionais e maneiras de
enfrentá-los.Por exemplo, você se preocupa
com a possibilidade de perder o emprego; liste
uma série de coisas que você poderia fazer
para resolver o problema caso ele ocorresse.
• Auxilie o cliente na proteção contra o estresse.
Pense nos seus piores pensamentos negativos e
escreva sobre como os colocaria em
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questão.Por exemplo seu pior pensamento
negativo é: “Sou um fracasso completo”.
Escreva uma resposta racional: “Tive sucesso
em uma série de coisas na vida, e não é o fim
do mundo fracassar em uma delas”.
• Convide-o a recompensar a si mesmo. Liste
todos os pensamentos positivos que tiver sobre
sí própria. Faça um cartão de congratulações e
carregue-o com você. No cartão, liste
pensamentos positivos: “É bom para mim estar
praticando minha auto-ajuda”, “Estou
enfrentando meus medos”, “Estou
progredindo”

• Tarefa de Casa : o treinamento exige manter


registro do sentimento de ansiedade e da nota
de intensidade e cada episódio. Anotar o que
fez com a ansiedade.

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Protocolo de Controle da Raiva

Sessão 1
• Dinâmica de apresentação
• Convide o cliente a relatar algum episódio de
expressão da raiva do qual não gostou.
• Como se sente ao expressar a raiva do modo
que geralmente o faz?
• Que consequências tem para si mesmo e para
os outros?
• Por que quer mudar?
• Por que está preocupado com a raiva?

• Cite algo que perdeu por causa do modo de


expressar a raiva.
• A raiva causa estresse? Como isso ocorre?
• Explique o que é o TCCR
• Discuta os conceitos da apostila: o que é
RAIVA?
• Tenho direito de ter raiva?

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• Por que se preocupar com a raiva?

• Tarefa de casa: Anote quantas vezes sentiu


raiva durante a semana.

Sessão 2
• Discuta a tarefa de casa; registre para
comparação futura.
• Questione se após ouvir o que foi discutido na
sessão anterior se o cliente fez algo diferente.
• Perguntas que devem ser respondidas pelo
cliente:
• Quando a sua raiva é válida? – É sempre
válida. É seu direito. Valide sua raiva. Não a
critique, não se culpabilize, não finja que ela
não está aí. Mas cuidado com o que faz com
ela.
• Quando a sua raiva é inútil? Pergunte ao
paciente : “Sua raiva está te ajudando nesta
situação?”

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• Quando a sua raiva é justa? Quando não
envolve distorção cognitiva e está no seu
direito de contestar injustiças, maus tratos etc.
“Sua raiva está direcionada a alguém que
propositadamente e sem necessidade agiu de forma
cruel, rude ou agressiva com você?”

• Quando sua raiva é um problema? Indique os


cinco sinais onde a raiva pode ser um
problema:
a) Quando é frequente demais.
b) Quando é intensa demais;
c) Quando dura muito;
d) Quando leva à agressão física ou verbal
e) Quando perturba o trabalho ou as relações
interpessoais.
f) Discuta as seguintes declarações:
“Se quiser ter prazer por um minuto, vingue-se,
se quiser ter paz por toda a vida, aprenda a
perdoar”.
“Estou à mercê de qualquer tolo que resolva me
provocar”
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“Quem tem o controle das emoções tem o
poder”
“Que triste que esta pessoa esteja tão fora de
si”.
• Exercício: Mencionar dois modos típicos de
expressar sua raiva e pensar em alternativas
mais eficazes.

• Tarefa de casa: Manter o registro do


sentimento de raiva e dos comportamentos
consequentes (as reações físicas e emocionais
que tiveram).

Sessão 3
• Peça o registro e discuta o que trouxeram
enfatizando que a reação de cada pessoa é
fruto de sua percepção e interpretação.
• Levantamento de eventos eliciadores da raiva
• Dinâmica: Role play dos pensamentos.
• Exercício de respiração profunda.
• Discutir (vide anexos)
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• Exercício de respiração profunda e diálogo
interior:
• Como eu pensaria se fosse com ele?
• Tarefa de casa: Manter o registro do
sentimento de raiva e dos comportamentos
subsequentes.

Sessão 4
• Reveja os registros – Diga que na próxima
sessão os gráficos serão mostrados.
• Avaliação racional mínima x avaliação racional
máxima.
• Reações físicas – Exercício Complete a frase:
Quando estou com raiva sinto... “

• Discuta o conceito de ação responsável.

• Exercício de respiração profunda e diálogo


interior: “O que tenho vontade de fazer neste
minuto posso fazer depois de pensar em tudo, se
achar que quero”.

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• Tarefa de casa: Registro do sentimento de raiva,
dos comportamentos e das consequências.

Sessão 5
• Verificar Registros e mostrar e discutir os
gráficos.
• Discuta os estilos de raiva: para fora e para
dentro.
• O que faz passar a raiva?
• Diálogo interno, relaxamento, respiração e time-
out.
• Reveja as 4 perguntas sobre a raiva
• Pensar na última vez que sentiu raiva... Da
próxima vez que ação responsável eu posso
tomar?
• Dê uma nota de 1 a 10 para um episódio de raiva
da última semana. Houve agressão? Que
comportamento resultou da raiva?
• Tarefa de casa: manter o registro do
sentimento, nota de intensidade de cada
episódio. Anotar o que fez com a raiva.

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Sessão 6
• Verifique registro e mostre os gráficos. Deixe
que discutam os gráficos.
• Componente emocional da raiva: “Quando
estou com raiva sinto...”
• Como expressar sentimentos sem ser
agressivo.Como aprenderam a expressar a
raiva? Pais, professores, cônjuges... A
importância do modelo. Discutir princípios de
aprendizagem.Como evitar a armadilha da
raiva? Expectativas como fontes previsíveis de
raiva.
• A técnica do time-out (TO); isolar-se da
situação que gera raiva até ter controle. Dizer
para a pessoa que está lhe dando raiva: “Estou
começando a sentir raiva, vou sair de perto”.

• Discuta os componentes dessa frase. Exemplo:


“eu” em vez de xingar; “começando a sentir
raiva” está validando o sentimento; “vou sair
de perto” envolve ação responsável.Não diga
“preciso sair daqui”, porque envolve falta de
controle; diga “vou sair de perto”. Saia por uma
hora de perto até se acalmar.
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• Anteriormente, explique para as pessoas mais
próximas o que é o TIME-OUT; se não explicou,
saia de todo modo. Não beba ou use drogas,
isso só piora. Faça algo produtivo (exercício,
ginástica, andar, ler etc).

• Use o TO como prática.

• Discuta com o grupo esse método.

• Relaxamento.

Sessão 7

• Verifique os registros e mostre os gráficos.


Deixe que discutam extensivamente.
• O controle cognitivo da hostilidade: lidando
com três partes do processo.
• Como escutar o próprio corpo. Quando ele fala,
ele não quer contra-argumentos, mas, sim,
ações responsáveis.
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• Tensão é o primeiro sinal de que a raiva vai
ocorrer. Discuta os vários modos de relaxar,
enquanto mantém um diálogo antirraiva, e de
reduzir o estresse.
• Identifique as provocações que poderá ter de
enfrentar e as classifique em quatro categorias:
frustrações, irritações, abusos e injustiças.
• Trace um plano para lidar com ela.
• Exercício: Fechar os olhos e pensar em alguma
provocação que em geral lhe dá muita raiva.
Respire fundo e relaxe. Mantenha a imagem
vivida até que consiga relaxar completamente.

• Tarefa de casa: o treinamento exige manter


registro do sentimento de raiva e da nota de
intensidade de cada episódio. Anotar o que
fez com a raiva.

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Sessão 8

• Verifique o registro e mostre os gráficos.


Mostre a diferença. Reveja todo o trabalho.
Avaliação do trabalho por parte do cliente.
• Síntese do tratamento TCCR – 11 passos
1. Reconheça que está com raiva.
2. Aprenda a reconhecer o que dá raiva em você.
3. Aprenda a reconhecer as três etapas da raiva:
pensar que algo é uma afronta, sentir no corpo
algumas reações e agir agressivamente.
4. Entenda que algo só se torna uma provocação
se você achar que é.
5. Entenda que as reações físicas da raiva têm o
poder de aumentá-la.
6. Compreenda que reagir agressivamente vem
no fim e que, portanto, dá tempo de controlar
a si mesmo antes que a raiva exploda.
7. Sempre tente dominar a raiva na sua fase
inicial, isto é, verifique se o seu modo de avaliar
a situação que você acha uma provocação pode

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ser mudado. Para tal, mude a sua conversa
consigo mesmo.
8. Quando perceber que a raiva está aparecendo
no seu corpo, que seu coração já começou a
bater muito rápido, que seu corpo e mente
estão ficando tensos, que está desenvolvendo
uma sensação de sufoco, tente relaxar para ver
se elimina essas reações. Experimente dizer
para si mesmo: “Cal... ma... , Cal...ma...”,
“preciso tomar cuidado para não deixar a raiva
me dominar”, “há outro modo de ver as
coisas”, “vou deixar para reagir amanha,
quando tiver pensado sem raiva”, “sempre
posso reagira amanha, se quiser”, “não vou
correr o risco de ficar doente por causa da
minha raiva”, “estou aborrecido mas isso não é
o fim do mundo”, “Quem mantém a calma
mantém o controle”, “posso assumir o controle
das minhas emoções”.

9. Ao mesmo tempo que vai conversando consigo


mesmo, respire profundamente pelo nariz e
solte o ar devagar pela boca.

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10. Tente encontrar modos de por para fora a
raiva; por exemplo, faça ginástica, caminhe,
dance, cante, ria, seja positivo, converse sobre
ela.
11. Quando já estiver em controle da sua raiva,
tente resolver a situação que o fez ficar tão
aborrecido

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REFERÊNCIAS
LEAHY, R. L. TÉCNICAS DE TERAPIA COGNITIVA: MANUAL DO TERAPEUTA.
TRADUÇÃO: IRISMAR REIS DE OLIVEIRA; SANDRA MARIA MALLMANN DA ROSA. 2. ED.
PORTO ALEGRE: ARTMED, 2018.

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