Como se tornar um profissional à prova de futuro

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Todo o conteúdo deste ebook foi desenvolvido pela Descola em parceria com os professores
do curso.

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Olá!
Você já viu ou provavelmente está vendo o
curso “Reskilling & Upskilling - Como se
tornar um profissional à prova de futuro”.
Esperamos que você tenha gostado do
curso e que tenha entendido a importân-
cia de se preparar para o futuro, através do
reskilling e upskilling, duas ações para de-
senvolvimento de habilidades.
Ao longo deste ebook, vamos te explicar o
que são essas ações e por que é essencial
aprimorar suas habilidades para o futuro do
trabalho. Com um pouco de contexto, você
vai conhecer, também, o papel da tecnologia
nesse cenário e para o que você precisa se
preparar.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Enquanto você aprende sobre conceitos,
barreiras e bases de reaprendizagem, você
terá acesso a algumas práticas e ferramen-
tas para adquirir habilidades a partir do
reskilling e upskilling.
Ao final do nosso ebook, esperamos que
você consiga colocar em ação nosso plano
de reaprendizagem e se torne um grande
profissional em meio às tecnologias que o
futuro nos reserva.
Abraços,
Equipe Descola
Aprendizados para toda a vida.
Power Skills para o mundo de hoje.
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1. Quem ministra o curso pg 06

2. Aonde vamos parar? pg 11

3. O futuro do trabalho pg 22

4. Reskilling e Upskilling pg 30

5. Por que é difícil reaprender? pg 36

6. A base da reaprendizagem pg 51

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

7. É tempo de mudar pg 70

8. E agora? pg 78

9. Livros pg 83

10. Filmes e Séries pg 88

11. Referências pg 98

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1. Quem ministra o curso

Miguel Da Hora

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Se você pudesse guardar suas habi-

lidades em um guarda-roupa como
faz com suas roupas, você teria um
guarda-roupa de que tamanho? É
estranho pensar assim, mas essa é uma
boa analogia para identificar as habili-
dades que desenvolvemos ao longo
da vida.

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Em nosso guarda-roupa de habilidades,
temos de vários tipos, das mais recentes
às mais antigas, das menores às maiores.
E da mesma forma como algumas rou-
pas ficam pequenas, grandes ou, sim-
plesmente, não fazem mais sentido em
nossas vidas, as habilidades também. É
então que paramos de usar alguma habi-
lidade, decidimos aprender outra ou, até
mesmo, ensinamos alguém a fazer o que
sabemos.
Em um mundo que muda constante-
mente, é necessário abrir e fechar o
guarda-roupa das habilidades o tempo
todo, a fim de se preparar para o futuro.
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Se você não usa mais uma blusa há
muitos anos, dificilmente vai usar nos
próximos, não é? O mesmo acontece
com as suas habilidades.
Esse reconhecimento de habilidades
para o futuro nos coloca em um lugar
importante: o que você sabe, o que
você não sabe, o que não sabe que
sabe e o que, definitivamente, você
precisa saber. Para isso, precisamos
falar sobre reskilling e upskilling e
quem vai nos ajudar com isso é nos-
so professor Miguel da Hora.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

CONHEÇA O PROFESSOR
Miguel da Hora, nosso professor neste
curso, tem uma trajetória tão boa quanto o
seu nome. Nascido e criado na periferia de
Osasco, São Paulo, Miguel precisou lidar
desde cedo com um ambiente violento. Com
o surgimento de vários projetos sociais para
combater a cultura da violência, Miguel se
viu envolvido em um projeto de robótica, o
qual lhe abriu portas para um universo de
oportunidades.

Depois de alguns anos envolvido com esses

projetos, Miguel começou a trabalhar com
educação, campo no qual segue há mais de
15 anos. Seu objetivo ainda é um só: garan-
tir que a educação seja significativa para as
pessoas e demonstrar que a tecnologia faci-
lita as coisas e não há nada de complicado
nisso, como muitas pessoas podem pensar.

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A jornada de Miguel, entretanto, é maior.

Formado em Design, pós-graduado em
Gestão de Inovação Social e mestre em
Arte e Tecnologia, Miguel teve uma vi-
rada de chave e entendeu, em certo mo-
mento de sua carreira, como a Quarta
Revolução Industrial o colocou em uma
posição de entender as possibilidades
que existem e podem ser criadas quan-
do falamos sobre o futuro.

Neste ebook, você vai ter a ajuda de

Miguel da Hora em conceitos sobre
reskilling e upskilling, bem como nos
caminhos que você irá escolher para
identificar suas melhores habilidades
para o futuro que está por vir.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

2. Aonde vamos parar?

As mudanças tecnológicas e as consequên-
cias para o futuro

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Roda. Escrita cuneiforme.

Bússola. Máquina a vapor.
Fotografia. Telefone.
Eletricidade. Rádio. Avião.
Televisão. Penicilina.
Computador. Satélite. Internet.
Smartphones. Tablet.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Esses são só alguns exemplos de Como nos preparar para um futuro

tecnologias que surgiram em algum
que é incerto?
momento da história. E ainda vem muito mais
por aí: inteligência artificial, computação
quântica, nanotecnologia, realidade virtual e
aumentada, internet das coisas, entre outras.

O que acontece é que o mundo não para e

a tendência é que novas tecnologias sur-
jam de tempos em tempos para revolucio-
nar a maneira como lidamos com nossas
tarefas. Ontem, o homem descobria o fogo
e entendia o que podia fazer com ele. Hoje,
profissionais recorrem à inteligência artificial
para auxiliar em determinadas atividades.
Amanhã? Difícil prever, mas saiba que tudo
pode acontecer.

Toda essa nossa discussão tem apenas um

questionamento:

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Com a inserção de novas tecnologias
em nossas rotinas o tempo todo, exis-
te uma preocupação clara quanto à
nossa adaptação aos novos proces-
sos. Em um primeiro momento, conhe-
cemos, por exemplo, o telefone com
fio, o qual precisava estar o tempo
todo ligado na tomada e posicionado
no gancho. Posteriormente, ganha-
mos uma versão móvel, sem fio, que
podia se conectar a uma base, mas
não necessariamente estar sempre no
gancho. Então, surgiram os telefones
celulares, os quais podiam funcionar
sem uma base, graças a uma bateria
interna e um satélite providenciando
sinal. Logo, chegaram as telas touch
screen, com cor e baterias cada vez
mais potentes.
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Agora, faça um pequeno exercício mental:
o que as pessoas de gerações mais anti-
gas acham sobre o smartphone e o que
as pessoas mais jovens sabem sobre um
telefone com fio e gancho?
Dentre algumas reflexões possíveis, a que mais
nos interessa é a que envolve a reaprendiza-
gem da geração mais antiga com a inserção
de novas tecnologias no mercado.
Neste capítulo, vamos discutir essa questão, a
qual começa com o contexto da Quarta Re-
volução Industrial e o conhecimento dos três
grupos de novas tecnologias.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

QUARTA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL

Quando o assunto é tecnologia, não há

como escapar da discussão sobre a Quarta
Revolução Industrial, que é o acontecimento
histórico que trata das transições de socie-
dade em relação às mudanças que as tecno-
logias causam no mundo. E o que você sabe
sobre isso?

Quarta Revolução Industrial é um termo

criado por Klaus Schwab, fundador do
Fórum Econômico Mundial, para analisar
os avanços tecnológicos passados, a fim de
tentar entender melhor os reflexos que as
tecnologias emergentes podem causar em
nossa sociedade.

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A ideia de revolução industrial, seja ela a
primeira, a segunda ou a décima, se dá por
uma tecnologia que se torna tão potente que
é capaz de alterar a maneira como vivemos e
nos relacionamos. A primeira revolução, por
exemplo, é marcada pela energia a vapor,
que possibilitou a criação das primeiras má-
quinas que alteraram os meios de produção
e a relação com o trabalho. Já a segunda
revolução é conhecida pela descoberta da
energia elétrica e os combustíveis fósseis
derivados do petróleo. A terceira revolução,
por conseguinte, reflete o momento em que
as indústrias passaram a desenvolver alta
tecnologia.
E o que marca, então, a quarta revolução?
Ainda é difícil precisar, visto que ainda não
há uma tecnologia transformadora defi-
nida. O que nos cabe, neste ponto, é refletir
sobre duas coisas:
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As mudanças significativas
provocadas em nossas vidas pela
tecnologia; e
A apropriação das novas
tecnologias.
Em termos gerais, a ideia por trás da Quarta
Revolução Industrial é a de que as mudan-
ças causadas pela tecnologia serão, de fato,
significativas em nossas vidas. Por conta
disso, entende-se que é melhor se apropriar
dessas tecnologias o quanto antes. Uma
Alexa é necessária para acender a luz da sua
casa? Não, mas esse tende a ser o futuro,
então a ideia é que você consiga, ao menos,
aprender a usar a tecnologia inteligente para
essa finalidade o quanto antes.
Mas de qual tecnologia estamos falando?
Existem três grupos e é isso que vamos ex-
plorar a seguir.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Os grupos de novas
tecnologias
Tecnologias disruptivas Como assim poderemos
O primeiro grupo de tecnologia que queremos comparecer a um show
que conheça é o de tecnologias disruptivas, ou sem estarmos no
seja, aquelas muito loucas, distantes da nos- local do evento?
sa realidade e que, geralmente, chegam com
Viver a vida
alguma impressão geral ruim, causando algum
desconforto. com óculos
de realidade
Um exemplo desse tipo de tecnologia é aumentada? Isso
o metaverso. Mark Zuckerberg e outros
claramente não
empresários estão com planos de investimentos
pesados na área, mas essa é uma tecnologia vai dar certo.
que, em um primeiro momento, pode causar
estranheza. Como assim não precisaremos
sair de nossas casas no futuro para termos
relacionamentos com outras pessoas, sejam elas
de cunho pessoal ou profissional?
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Outro caso de tecnologia disruptiva é o
chip cerebral que Elon Musk quer inserir
nos seres humanos na tentativa de reverter
condições incuráveis de paralisia e cegueira.
Se isso vai dar certo ninguém sabe, mas o
empresário tem conseguido as regulamenta-
ções necessárias para fazer testes em co-
baias humanas. Dando certo ou não, nossa
primeira reação é estranhar algo do tipo, não
é mesmo?
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O maior problema desse tipo de tecnologia é,
entretanto, a sua distribuição de forma justa.
Será que o metaverso vai servir
para todo mundo ou aquela fa-
mília que mora em condições de
extrema pobreza vai ficar de fora?
O chip cerebral de Elon Musk vai
ser aceito pelo seguro de saúde?
Para lidar com esse desafio, precisamos
aprender a controlar a relutância que as
novas tecnologias geram em nós. O primeiro
passo é entender se a repulsa gerada pelas
tecnologias disruptivas são causadas por
conta da tecnologia em si ou pelo contexto
que ela envolve. Antes de pensar se a tecno-
logia vai servir para todo mundo, será que
você está pronto para aceitar uma mudança
em sua vida? Vale a pena refletir.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Tecnologias emergentes

Outro grupo de tecnologia existente é o das

tecnologias emergentes. Basicamente, se
trata de uma tecnologia que era disruptiva,
mas, após passar por diversos testes e come-
çar a ser comercializada, tornou-se emergen-
te. Em outras palavras, as pessoas deixaram
o sentimento de repulsa de lado quando
perceberam que a tecnologia em questão
realmente funciona.

Um caso que podemos mencionar é o da in-

teligência artificial, a qual tem sido bastante
comentada e utilizada. Ela pode ser usada
de várias formas: em assistentes virtuais,
chatbots, reconhecimento de voz, carros
autônomos, sistema de recomendação, diag-
nóstico médico, tradução automática, jogos
inteligentes, reconhecimento de imagens,
previsões de mercado, entre outros casos.

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Com o crescimento da IA, a tendência é ver
cada vez mais esse tipo de tecnologia inte-
grada em produtos. É possível, por exemplo,
ver a IA ajudando a corrigir e complementar
textos diretamente de softwares como o
Microsoft Word, a montar apresentações no
Power Point ou até mesmo a verificar fórmu-
las, montar gráficos e fazer análise no Excel.
Além disso, outro ponto fundamental está re-
lacionado aos testes que precisam ser feitos
com tecnologias emergentes. Não é porque
o produto chegou ao consumidor final que
ele está isento de erros e é perfeito. A exe-
cução de testes constantes é essencial para
manter a tecnologia funcionando.

O que precisamos ressaltar deste grupo

de tecnologia é que sua principal caracte-
rística é a constante mudança. Em resumo,
para criar uma tecnologia emergente é pre-
ciso estudar muito, porque diariamente as
coisas mudam e é preciso atualizar a tecno-
logia em questão. Nesse sentido, vale buscar
espaços e comunidades para trocas, fontes
interessantes para ler e se atualizar sobre o
assunto e acompanhar os principais nomes
relacionados ao tema.

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Tecnologias exponenciais
Por fim, um último grupo de tecno-
logias que precisamos debater é o
de tecnologias exponenciais, que
são aquelas que podem causar o
que chamamos de efeito dominó,
ou seja, são tecnologias que aca-
bam acelerando a emergência de
outras tecnologias, acelerando o
ritmo do mundo também.
Uma tecnologia que representa
muito bem este grupo é o 5G.
Anos atrás, você começou a utilizar
seu smartphone com uma tecnolo-
gia 3G, suficiente para usar a inter-
net móvel, ainda que com restrição
de sinal e velocidade. Com o avan-
ço tecnológico, surgiu o 4G, uma
tecnologia que permite o acesso à
internet móvel com mais velocida-
de e potência de sinal.
O próximo passo é a inserção da
tecnologia 5G em nossas vidas, o
que promete trazer mais estabili-
dade de sinal e, claro, velocidade.
Esse é, ainda, um exemplo de tec-
nologia que é capaz de ultrapas-
sar outras, acelerando um pouco
o ritmo do mundo.
Se um dia você utilizou a tecno-
logia 3G e fez a transição para o
4G, em um futuro você fará essa
transição mais uma vez, receben-
do os benefícios das mudanças
tecnológicas provocadas.
Agora que você já entendeu um
pouco sobre a Quarta Revolução
Industrial e os grupos de tecno-
logias, precisamos discutir como
isso influencia o seu trabalho, mas
isso é assunto para o nosso próxi-
mo capítulo.
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3. O futuro do traba-
lho
Qual a interferência da tecnologia
no seu trabalho?

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Qual o impacto que a tecnologia

tem em sua vida?

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Depois do último capítulo, é normal que Com o advento da inteligência artificial, já

você esteja, agora, pensando em todas as tem quem peça para o ChatGPT gerar um tex-
tecnologias existentes, em todas as tecnolo- to sobre determinado assunto e quem use o
gias que já existiram e se tornaram obsoletas Chat do Bing, a inteligência artificial do nave-
e até mesmo nas promessas de tecnologia gador Bing, para criar uma foto inteligente ba-
para o futuro. seada em alguns parâmetros, como essa que
geramos aqui:
Mas qual é o impacto disso em
sua vida? Como seria retirar da
sua rotina todos esses aparelhos
tecnológicos que você faz uso?
Você ficaria bem?
Assim como a tecnologia tem um impacto
em sua vida pessoal, ela também influencia
o seu trabalho. Até certo dia, as empresas
precisavam investir em profissionais capaci-
tados para escrever artigos para blog, criar
peças publicitárias, entre outras coisas.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Viu como o trabalho está ligado

à tecnologia? Foi muito fácil gerar
essa imagem. Primeiro, emitimos o
seguinte comando: “quero que gere uma
foto que tenha elementos de tecnologia
relacionados com o futuro do trabalho”.
Depois disso, a IA do Bing já irá gerar o
que você pediu. Em todo caso, ela sempre
te dá algumas opções prontas caso queira
melhorar a imagem adicionando algo.
No nosso caso, foi sugerido a adição de
pessoas, as quais não estavam na imagem
em um primeiro momento.

É com esse cenário que precisamos falar

sobre o futuro do trabalho e como a
tecnologia mexe com os parâmetros dos
nossos processos.

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TRABALHO X
TECNOLOGIA
Como você imagina que será o futuro do tra-
balho? Um robô fazendo tudo por você? Você
entrando em estado de surto com tanta tec-
nologia? Esse é um tema bastante discutido e
diversas pesquisas já tentam entender o que
irá acontecer. O mais importante estudo fei-
to sobre isso é o The Future of Jobs Report,
um relatório do Fórum Econômico Mundial
lançado a cada dois ou três anos. Sua última
edição é a de 2023 e queremos destacar al-
gumas coisas que estão nele.
A primeira informação que pode ser muito
útil para o nosso curso é que a adoção da tec-
nologia permanece sendo o motor chave da
transformação dos negócios até 2028.
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Mais de 85% das organizações pesquisadas
identificaram um aumento na adoção de no-
vas tecnologias disruptivas e na ampliação
do acesso digital com as tendências mais pro-
váveis para impulsionar as transformações da
organização, por isso, ainda veremos muitos
avanços tecnológicos por aí.
Quando falamos desse avanço tecnológico,
vale a pena entender a relação entre o ho-
mem e a máquina. Na edição de 2020 do The
Future of Jobs Report, fomos apresentados
a um termo chamado de fronteira humano-
-máquina, o qual estima quando as máqui-
nas irão virar o jogo em relação à carga horá-
ria de trabalho, superando os humanos neste
quesito.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

No estudo de 2020, 47% das tarefas de ne-

gócios seriam automatizadas nos próximos
cinco anos, ou seja, até 2025 as máquinas
iriam se equiparar aos humanos. Na edição
de 2023, esse panorama parece ter muda-
do, já que 42% das tarefas de negócios se-
rão automatizadas até 2027, revelando uma
possível desaceleração.

Apesar disso, a tecnologia não

tem intenção de parar. Falando so-
bre automatização, o trabalho que mais será
afetado é o que requer raciocínio, comuni-
cação e coordenação, ainda que essas se-
jam características nas quais o ser humano
leva vantagem. Tudo isso é causado pela
inserção cada vez maior da inteligência arti-
ficial, sendo esperado que 75% das empre-
sas pesquisadas para o The Future of Jobs
Report adotem a automatização, levando a
uma alta rotatividade de empregos.

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A tendência, diante desse cenário, é que haja

uma desvalorização de algumas funções de
trabalho, como:

» Funções de escritório e digitalização;

» Caixas de banco e funcionários
relacionados;
» Funcionários de serviços postais;
» Caixas e funcionários de bilheterias; e
» Funcionários de entrada de dados.

Percebe o que todas essas funções têm em

comum? São funções que representam, no
geral, aquela pessoa que fica sentada por um
longo período de tempo utilizando, em gran-
de parte das tarefas, processos manuais. Sen-
do assim, não é surpresa que, em um futuro
tão tecnológico, esses empregos possam de-
saparecer aos poucos.

28

Ao mesmo tempo em que a tecnologia tende
a tirar alguns empregos, ela também é res-
ponsável pelo crescimento de algumas fun-
ções, como:
» Especialistas em inteligência artificial;
» Especialistas em aprendizado de
máquina;
» Especialistas em sustentabilidade;
» Analistas de inteligência de negócios;
» Analistas de segurança da
informação;
» Engenheiros de energia renovável; e
» Engenheiros de instalação e sistema
de energia solar.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
O que conseguimos ver com isso é que,
cada vez mais, funções estão surgindo por
conta do avanço tecnológico. Com uma
série de informações circulando o tempo
todo, ter um especialista em segurança da
informação, por exemplo, é necessário para
assegurar que dados não serão vazados.
E o impacto da tecnologia no futuro do tra-
balho não para por aí. As empresas entre-
vistadas no The Future of Jobs Report, em
uma margem de 44%, acreditam que nossas
habilidades enquanto trabalhadores vão se
tornar obsoletas até 2028. Essa informação
nos coloca no lugar de entender que pre-
cisamos reaprender nossas habilidades e
identificar o que faz mais sentido priorizar
em decorrência do futuro, que é o que va-
mos abordar no próximo capítulo.
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4. Reskilling e
Upskilling
As habilidades do futuro e a ne-
cessidade de reaprender

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Vamos mandar a real: seis

em cada dez trabalhadores
precisarão passar
por reskilling para se
prepararem para o futuro.

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E o que isso quer dizer? Seis em cada dez
trabalhadores precisarão reaprender suas
habilidades para se prepararem para o futu-
ro. A má notícia é que, infelizmente, nem todo
trabalhador tem acesso a oportunidades de
treinamento adequadas, o que dificulta o pro-
cesso.
Diante desse contexto, as abordagens de
reskilling e upskilling se tornam fundamen-
tais para nos auxiliar nessa jornada.
O reskilling, em primeiro lugar, é o proces-
so de aprender novas habilidades para
desempenhar uma função diferente. Basi-
camente, é o processo mais frequente nos ca-
sos de empregos sendo eliminados ou dras-
ticamente alterados durante a transição da
Quarta Revolução Industrial.
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Já o upskilling é o processo de aprimorar
as habilidades que você já possui, sendo
uma forma de progressão que consiste na
atualização da sua maneira de trabalhar.
É mais comum em casos nos quais o traba-
lho segue existindo, mas muda a maneira de
como tal função era executada.
Tanto o reskilling quanto o upskilling são
ações educacionais para o desenvolvimento
de habilidades e vale lembrar que os dois
processos são complementares. Além disso,
as duas ações possuem um papel crucial na
sua preparação para o futuro do trabalho.
Mas por que é tão necessário reaprender ou
melhorar habilidades? É o que vamos enten-
der a seguir.

A NECESSIDADE DE
REAPRENDER
Para as empresas, o pensamento analítico
desponta em primeiro lugar como priorida-
de. Quando falamos do desenvolvimento da
força de trabalho, a habilidade que cresce em
importância é o pensamento criativo. Trei-
nar trabalhadores para utilizar inteligência
artificial e big data está na lista de priorida-
des de requalificação interna. Isso sem falar
na liderança e influência social, duas habi-
lidades que empresas desejam desenvolver
em seus colaboradores.
Se formos colocar as habilidades do futuro
em um ranking de importância, entretanto,
teríamos o seguinte, de acordo com o The
Future of the Jobs Report:
Como se tornar um profissional à prova de futuro
1. Pensamento criativo;
2. Pensamento analítico;
3. Letramento tecnológico;
4. Curiosidade e aprendizado
contínuo;
5. Resiliência, flexibilidade e agilidade;
6. Motivação e autoconsciência;
7. Pensamento sistêmico;
8. Inteligência artificial e Big Data;
9. Gerenciamento de talentos e
orientação a serviços; e
10.Atendimento ao cliente.
Essas habilidades nos fazem entender que
o futuro quer pessoas que saibam pensar
em soluções inovadoras, que saibam usar a
tecnologia a favor dos benefícios que ela en-
trega, que sejam adaptáveis e que saibam,
principalmente, o que fazer caso as coisas
mudem repentinamente.
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Existem muitas outras habilidades esperadas

para o futuro, mas o que queremos ressaltar é
a perspectiva dessas habilidades. Há aque-
las que são prioridade para as organizações,
ou seja, os colaboradores precisam desenvol-
vê-las; há aquelas que são necessárias para
se investir, mas não necessariamente impor-
tantes; e há aquelas que se encaixam em am-
bas as categorias.

Em contrapartida, há aquelas habilidades

que tendem a se tornar menos importantes
para os trabalhadores, sendo:

1. Leitura, escrita e matemática;

2. Cidadania global;
3. Habilidades de processamento
sensorial; e
4. Destreza manual, resistência e
precisão.

34

Já pensou viver em um mundo
onde a habilidade de leitura, es-
crita e matemática não vai ser im-
portante? Pois é. Isso porque a tecnologia
já consegue fazer isso sozinha. O ChatGPT
pode gerar um texto para você. Ler um livro
não é mais necessário caso você tenha o áu-
dio dele. Fazer conta, então, nem se fala, já
que isso é feito em milésimos de segundos
pelos computadores.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Abrindo o jogo, o que vai acontecer no futu-
ro é o seguinte: metade das suas habilidades
tendem a ficar obsoletas, mais da metade dos
profissionais vão precisar rever suas habilida-
des nos próximos anos, você vai ter um prazo
curto para se adaptar a essas novas habilida-
des e, no final, ainda vai ser cobrado com ren-
dimento. O que vai acontecer, também, é que
vai sobrar para você aprender várias coisas
por si só.
É diante disso que surge a importância de
conhecer o reskilling e o upskilling, porque
serão eles nossas principais ferramentas para
desenvolver as habilidades que mais crescem
e guiar nossa busca por desenvolvimento.
Como vamos utilizar essas duas estraté-
gias para fazer isso? É o que vamos ver a
partir do próximo capítulo.
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5. Por que é difícil

reaprender?
As barreiras que colocamos no ca-
minho quando precisamos apren-
der algo

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Você se lembra de quando

aprendeu a andar de bicicleta?

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Você começou, provavelmente, com as rodi- As estratégias de reskilling e upskilling se-

nhas, certo? Depois, aos poucos, foi vendo o
quanto podia se equilibrar em cima de duas
rodas, perdendo o medo, até conseguir reti-
rar esse apoio que tinha para não cair. Hoje,
mesmo que a última vez que andou de bici-
cleta possa ter sido há anos, você ainda sabe
fazer isso. Andar de bicicleta é uma habilida-
de que nunca vamos desaprender.
rão fundamentais para te auxiliar no reconhe-
cimento de habilidades para o futuro, bem
como para a sua reaprendizagem. Nisso, te-
mos um grande desafio: entender o nosso
cérebro e as barreiras que ele nos coloca
no caminho.

Mas e quanto às habilidades que você tem

e nem sabe se vai poder usar um dia? As
mudanças tecnológicas têm provocado uma
alteração tão grande em nossas vidas que o
futuro é inevitável: o que você levou anos
para aprender pode não ser útil daqui um
tempo e o que você não sabia vai ter que
aprender. É por isso que utilizar o reskilling e
upskilling é um caminho para se proteger das
mudanças que o futuro nos reserva.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

AS BARREIRAS DA
APRENDIZAGEM

O ser humano é racional, certo? Errado. Pas-

samos a vida inteira acreditando nisso, mas a
verdade é que não somos nada racionais e é
essa uma das principais barreiras no que diz
respeito à reaprendizagem.

Calma, vamos explicar. Nós temos a capaci-

dade de raciocinar, mas isso é completa-
mente diferente de ser racional. Entender
essa diferença é a chave para se livrar das
barreiras da reaprendizagem.

Ao longo da vida, criamos a ideia errônea de

que o ser humano é racional e, por isso, ten-
demos a pensar que raciocinamos o tempo
todo, seja nas maiores ou nas menores toma-
das de decisão. Isso, entretanto, não aconte-
ce, visto que a maior parte do nosso tempo é
gasto repetindo respostas prontas para tudo.

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Lembra da bicicleta? Nossa vida é um Desde então, muitas coisas podem ter muda-
eterno andar de bicicleta. No começo é difí- do, mas esse mecanismo do medo em nos-
cil, nos apoiamos nas rodinhas, mas depois so cérebro permaneceu. Com o passar do
fica fácil e ganhamos a experiência necessá- tempo, nos tornamos bons em identificar pa-
ria para dominar a arte de andar de bicicleta drões, tanto que o cérebro leva três segun-
quantas vezes for preciso. dos para gerar uma primeira impressão de
alguém. Rápido, não é? Mas o suficiente para
Mas como é que nos tornamos esse tipo de classificar e julgar situações, pessoas e coisas
ser humano que apenas repete uma respos- com base em experiências e padrões já cria-
ta pronta baseada em outras vivências? A ex- dos.
plicação disso vem do homem primário. Pelo
fato de ele ter vivido rodeado de riscos no co-
tidiano, precisou desenvolver um mecanismo
de sobrevivência baseado no medo, já que
era isso que possibilitava que ele vivesse. O
que acontecia era que o homem conseguia
reconhecer alguns padrões de comporta-
mento na natureza, elaborando, assim, suas
respostas. Se toda vez que um arbusto se me-
xia era indício de um animal, toda vez que o
homem primário notava esse padrão emitia a
mesma resposta na tentativa de se salvar.

40
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Essa resposta é quase automática e acon-

tece antes mesmo de termos a chance de
raciocinar. Viu só como o ser humano não é
racional? Diante disso, raciocinar além dos
padrões é algo que se torna extremamente
necessário em um mundo que nos entrega
respostas prontas para as coisas por meio da
tecnologia. Mais do que isso, raciocinar nos
proporciona o ato da adaptação, que é um
dos caminhos para se ajustar ao futuro.

Diante disso, podemos dizer que temos, en-

tão, duas barreiras no processo de reaprendi-
zagem:

» A capacidade de raciocinar; e
» O medo.

Por um lado, nossa capacidade de racioci-

nar nos ensinou a identificar padrões, o que
pode acabar bloqueando nosso processo de
aprender algo.

41
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Imagine que você precisa aprender a falar
inglês, mas não teve uma experiência boa na
escola. Não importa se o método que você vai
usar para aprender inglês é diferente e mui-
to mais interessante que o usado na escola,
você bloqueia essa informação. Seu cérebro
entende que você já passou por uma situa-
ção assim e que não foi legal, o que acaba te
desmotivando.
Toda essa discussão sobre o ser humano ser
racional ou não e as barreiras que isso nos
traz nos coloca em um outro lugar, que é o
de discutir porque pessoas que não racioci-
nam e não se adaptam se acham incríveis,
mais uma barreira que coloca em jogo nossa
reaprendizagem.

Isso nos leva à segunda barreira, que é o

medo. Nosso cérebro tem duas importantes
glândulas no cérebro: a hipófise e a amídala.
A hipófise é responsável pelas nossas sensa-
ções boas e é a área do cérebro que ativamos
quando queremos aprender algo novo. O
que acontece é que sentimos medo por con-
ta desses padrões que naturalmente identifi-
camos, então acabamos ativando, no lugar, a
amídala, glândula responsável por fazer com
que a gente trave diante de alguma situação.

42

O Efeito Dunning-Kruger
Segundo a lista de habilidades para o futuro
do The Future of Jobs Report, em sua edi-
ção de 2023, o pensamento analítico está
dentre as principais a serem desenvolvidas.
Sendo assim, desafiar as barreiras impostas
pelo cérebro no processo de aprendizagem
e romper com as respostas prontas e automá-
ticas que elaboramos para situações seme-
lhantes é conseguir praticar o pensamento
analítico.
O que acontece, entretanto, é que esse mo-
vimento não é tão simples. Pessoas que não
se esforçam para irem além dos padrões se
acham incríveis, o que faz com que elas não
busquem se adaptar, nem tampouco mudar.
Um fenômeno que explica por que essas pes-
soas se acham incríveis é o Efeito Dunning-
-Kruger. Mas o que é isso?
Como se tornar um profissional à prova de futuro
O Efeito Dunning-Kruger é um viés
cognitivo que faz com que pes-
soas com pouco conhecimento se
supervalorizem, enquanto espe-
cialistas no assunto subestimam a
própria capacidade. Por exemplo, quão
bom você é administrando o seu dinheiro?
Quão bom você é lendo as emoções dos ou-
tros? Você é melhor do que a média das pes-
soas em gramática? Se você não sabe fazer
nada disso, então tem algumas ausências de
capacidades que podem te colocar em uma
posição de incompetência.
Um exemplo clássico de pessoas que supe-
restimam seus conhecimentos é o de torce-
dores de futebol.
43
Descola.org | Reskilling & Upskilling

Tem o torcedor fiel, que assiste jogos do campeonato

todo, sabe todos os times, jogadores, técnicos, tudo
o que está acontecendo, mas ainda assim ele sente
que não sabe muito. Aí tem o torcedor esporádico,
que torce para o time, jura amar futebol, dá pitaco em
todas as conversas e se acha o maioral, mas se você
perguntar ele não sabe quando o próprio clube foi
fundado.

Um jeito fácil de entender isso é com o gráfico a seguir:

Olhando o gráfico, temos o seguinte: o gênio, o

sucessor de Einstein, tem uma confiança alta, mas
uma competência baixa; aquela pessoa que julga
não saber nada se encontra no meio do caminho
com uma confiança baixa e uma competência me-
diana; por fim, aquele que sabe das suas limitações
é quem normalmente é especialista, tem nível de
competência alto e uma confiança também, mas
não tão grande quanto a do gênio.

44
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

A realidade é que várias pessoas com essa fal-

ta de conhecimento se acham incríveis para
realizar grandes feitos e não é bem assim que
as coisas funcionam. Estudos científicos mos-
tram que nós não sabemos avaliar nossas ha-
bilidades de forma acurada e nós, frequente-
mente, superestimamos nossas capacidades.

Esse é o Efeito Dunning-Kruger, uma teo-

ria que tem mostrado como as pessoas en-
xergam uma superioridade ilusória em suas
habilidades. O fato é: pessoas tendem a se
achar melhores do que realmente são em ma-
téria de saúde, habilidades de liderança, ética
e outros campos.

Sabe o que é curioso? São as pessoas que

se mostram com menores habilidades que
são mais capazes de superar suas habili-
dades e fazerem melhor do que os que se
acham superiores.

45
Descola.org | Reskilling & Upskilling

E o que o Efeito Dunning-Kruger

nos ensina? Que existem muitas faltas de
habilidade em nós que, simplesmente, não
conseguimos reconhecer. Como resultado,
pessoas que possuem uma falta de conheci-
mento e habilidade em alguma área tendem
a sofrer em dobro: primeiro porque cometem
erros e tomam decisões fracas e segundo por-
que é justamente a lacuna de conhecimento
que preveniria o acontecimento de erros.

O lado bom de conhecer o Efeito Dunning-

-Kruger é que tem como ficarmos conscientes
do que acontece em nossos cérebros e, as-
sim, entendermos o quão competente somos
no que fazemos e como as nossas habilida-
des se comparam com as das outras pessoas.

Em um mundo em que precisamos aprender

e reaprender habilidades, ter essas consciên-
cia do que não somos capazes é um caminho
que precisamos tomar.

46

O DIAGRAMA DE
PROPORCIONALIDADE
Todo mundo tem algo que não sabe, não
há como fugir. Como você lida com isso
é o que vai ditar a maneira como você irá
transpor as barreiras da reaprendizagem
e se preparar para o futuro. Aqui, vamos
mudar sua forma de ver as coisas com
o diagrama da proporcionalidade, o
qual diz que nunca alguém saberá mais
do que outro. É claro que pode haver di-
ferenças em determinados campos de
conhecimento, mas em relação a tipo
de conhecimento, todo mundo tem as
proporções distribuídas da mesma ma-
neira, como você pode ver na imagem a
seguir:
Como se tornar um profissional à prova de futuro
O que eu sei que sei.
O que eu sei que não sei.
O que eu não sei que não sei.
O que ninguém sabe.
Na figura, temos um diagrama. No topo está o
que carregamos em menor quantidade conos-
co, ou seja, é o grupo de conhecimentos que
reflete o que você sabe. Em outras palavras,
são coisas que você conhece e sabe como fazer.
Escrever, limpar a casa, lavar louça, andar de bi-
cicleta. São coisas que você entende que sabe
fazer, apesar de cometer alguns erros, às vezes.
47
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Mais no meio do diagrama vemos um outro
grupo de conhecimento, aquele que repre-
senta o grupo de coisas que descobrimos por
conta do que sabemos. Ao contrário do cená-
rio anterior, entretanto, é algo que sabemos o
que é, mas não sabemos fazer. Por exemplo,
você sabe falar e escrever em português, mas
não sabe como fazer isso em turco. Então, por
conta do grupo de coisas que você já sabe
(falar e escrever), você pode descobrir algo
novo (falar e escrever em turco).
Por trás disso, ainda existe mais um grupo,
que representa aquilo que ninguém sabe
ainda. Por exemplo, extraterrestres, até então,
são algo que parece desconhecido para todo
mundo, ainda que existam rumores de que a
Casa Branca, nos Estados Unidos, guarde em
segredo seus estudos sobre isso.

O terceiro grupo que encontramos no dia-

grama diz respeito às coisas que já foram
descobertas por alguém, mas não por você.
Você já ouviu falar, por exemplo, no quadra-
do de Sator? Esse é um quebra-cabeça criado
por um cidadão romano na brincadeira, sem
imaginar que criaria um enigma sem solução
há anos. O que temos nesse caso é: você não
criou o quadrado de Sator e pode não saber
da existência dele, mas alguém fez essa des-
coberta e colocou no mundo.

48

Diante disso, entendemos que la-
cunas de conhecimento funcio-
nam como parasitas, independen-
te do estágio de desenvolvimento.
Em um estágio inicial, ficamos presos em
reforçar nossos próprios erros, o que nos faz
acreditar que o pouco que descobrimos é o
suficiente para sermos incríveis. No fim deste
estágio, a verdade é que nós não consegui-
mos, de fato, enxergar onde estamos errando,
ou seja, não compreendemos onde podemos
melhorar.
Em um estágio intermediário, ficamos pre-
sos na baixa autoestima. É um estado no qual
já aprendemos muito, mas sabemos que há
mais pela frente, nos colocando em um esta-
do em que acreditamos saber muito pouco
sobre as coisas, nos isolando e acreditando
que nunca seremos qualificados o bastante.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Aqui, um problema é desperdiçar as possibi-
lidades de desenvolvimento que nascem das
trocas com os outros.
Em um estágio avançado, os especialistas
do conhecimento estão tão imersos e presos
nos estudos que acabam criando fortes vie-
ses para si mesmos. É comum que eles acre-
ditem que coisas complicadas são simples,
não só para eles, mas para o mundo. Isso gera
o problema de agir de maneira inadequada
com as pessoas em volta, tratando-as como
se elas fossem menos qualificadas pelo fato
de não saberem as mesmas coisas.
Tudo isso que mencionamos é consequên-
cia dessas bolsas de incompetência que car-
regamos conosco. Seja em um estágio mais
inicial de desenvolvimento ou final, existe um
impacto em nossas vidas.
E o que queremos que você entenda com
tudo isso?
49
Descola.org | Reskilling & Upskilling

Que todos nós temos nossas la-

cunas e que o que sabemos ainda
é muito pouco perto do que pode-
mos aprender.
Quando percebemos isso como
algo natural, estaremos prontos
para aprender tudo o que quiser-
mos. Como? É o que vamos discutir
no próximo capítulo.
50
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

6. A base da rea-
prendizagem
Como achar o caminho para
aprender de novo

51
Descola.org | Reskilling & Upskilling

Existe algo incrível em

achar que não sabe
nada.

52

Quer coisa melhor que entender quantas
coisas você ainda pode aprender e se abrir
para esse processo? A mágica do reskilling
e upskilling é justamente essa, mas, antes de
avançarmos para a parte prática, precisamos
te alertar quanto a alguns detalhes.
O primeiro deles é que o processo de
reskilling e upskilling é extremamente único,
singular, cada pessoa tem o seu, então o que
propomos neste curso são só alguns cami-
nhos possíveis para seguir. Você só precisa
escolher aquele que faz mais sentido para
você.
O segundo é que o mais difícil desse pro-
cesso não é identificar o que você precisa
reaprender, mas sim decidir exatamente o
que você quer melhorar. Nós já vimos que o
que sabemos é muito pouco perto das tantas
possibilidades existentes, então essa é uma
questão de entender o que você quer mais
em comparação ao que você precisa.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Outro ponto é que ter falta de conhecimento
é natural, então não adianta lutar contra isso.
Usar a abordagem de reskilling e upskilling
é, justamente, sobre abraçar essa ausência, a
fim de se desapegar dela quando você enten-
der o que quer mais desenvolver.
Agora que já falamos algumas coisas impor-
tantes sobre o processo, podemos começar a
ver aqueles caminhos que falamos que você
poderia seguir. São eles:
» Gestão de polaridades;
» Escuta ativa;
» Liderança e mobilização social;
» Narrativa.
Na sequência, vamos aprender melhor o que
fazer em cada um deles.
53
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GESTÃO DE POLARIDADES

Começar um processo de mudança não é fá-

cil, ainda mais quando envolve aprender algo
novo ou melhorar o que você já tem conheci-
mento. Mas não precisamos dar passos mais
largos do que realmente devemos, então, va-
mos com calma. A primeira coisa a fazer é en-
tender onde mudar e, para isso, vamos utilizar
uma teoria chamada de Gestão de Polaridades.

O que é?

O conceito dessa ferramenta se dá através da

leitura que vivemos em um mundo que é parte
complexo e parte complicado. O que é comple-
xo é o que chamamos de caos natural, está em
tudo e é maior que muitas das compreensões
que já desenvolvemos. Já o que é complicado
foi construído por nós enquanto humanidade,
portanto, em algum lugar temos respostas con-
cretas sobre essa parte.

54

Quer entender melhor a diferença entre
o que é complexo e o que é complicado?
Quando você tem uma discussão com al-
guém, não há solução concreta para fazer as
pazes. Não é regra que você deve aparecer
na porta da casa da outra pessoa com um vi-
nho na mão pedindo desculpas (ainda que
não seja uma má ideia), então temos aqui um
problema complexo. Cada um tem sua pró-
pria resolução e nenhuma é garantida.
Agora, se o chuveiro da sua casa queimou,
temos em mãos um problema complicado.
Marcas de chuveiro existem de monte por aí,
mas se a resistência queimou, a solução é a
mesma para todas elas.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Com isso, a gestão de polaridades existe
para que você consiga entender quais são
as polaridades que estão a sua volta, ou seja,
quais são os problemas complexos e compli-
cados que estão inseridos em sua rotina. O
lado bom disso é que ela se torna muito ver-
sátil no processo de readaptação do mundo
real, que vai desde entender o que você quer
aprender até a como gerir sua vida pessoal.
Tendo isso em mente, vamos usar a Ferra-
menta do Infinito para entender essas polari-
dades. A Ferramenta do Infinito nos ajuda a
entender as polaridades que nos são apre-
sentadas em um mundo complexo, visto
que polaridades não serão necessariamente
resolvidas, mas podem e devem ser geridas
constantemente.
55
Descola.org | Reskilling & Upskilling

Prática

Você deve estar se perguntando
como fazer essa gestão de pola-
ridades, então vamos logo para
a parte prática. A ferramenta que
você vai utilizar é essa aqui:
Ela é composta por um símbolo do infinito, no qual cada um dos la-
dos representa uma polaridade oposta. O que você precisa fazer é,
do lado esquerdo, preencher com algum objetivo que você tenha,
seja pessoal ou profissional, e, do lado direito, preencher com al-
gum risco que seja um oposto direto do que você deseja alcançar.

GESTÃO DA POLARIDADE

Uma IA confiável Os estudantes

A+ utiliza os dados de devem ser B+
maneira ética, educados sobre
respeitando a o uso seguro e
privacidade e a ético da tecno-
segurança dos logia, incluindo IA.
usuários.

A IA coleta grandes
O uso da IA na
quantidades de dados
educação pode
sobre os alunos, o que
ajudar a preparar
pode representar um
os alunos para OBJETIVO RISCO risco se essas infor-
suas carreiras de
mações forem mal
trabalho.
administradas.

Risco de os estu-
Se uma IA não é dantes se tornarem
transparente excessivamente
sobre como dependentes da IA e
funciona ou como prejudicar o desen-
toma decisões, volvimento de habili-
isso pode ser um dades e competên-
A- sinal de alerta. cias. B-

56
CURSO RESKILLING/ UPSKILLING

Basicamente, são quatro etapas de preenchimento:
Etapa 1: Defina sua polaridade escre-
vendo, do lado esquerdo, no campo
“objetivo”, seu objetivo profissional ou
pessoal e, do lado direito, no campo
“risco”, o fator oposto ao seu objetivo,
ou seja, seu risco, seu motivo de tensão.
Etapa 2: Defina os desdobramentos da
sua polaridade escrevendo, do lado es-
querdo, possíveis desdobramentos do
seu objetivo, sendo na parte superior os
positivos e na parte inferior os negati-
vos, e, do lado direito, possíveis desdo-
bramento do seu risco, sendo na parte
superior os positivos e na parte inferior
os negativos.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Etapa 3: Acrescente quantos pontos quiser em
ambos os lados, mas sempre que acrescentar um
aspecto (seja ele negativo ou positivo) busque
também acrescentar um aspecto oposto, quantos
pontos julgar necessário.
Etapa 4: Com a sua ferramenta preenchida, você
pode analisar melhor o cenário e compreender
todos os aspectos que envolvem uma polaridade
antes de tomar uma decisão. Você terá melhores
condições de aproveitar o lado positivo e também
de lidar com os riscos.
Enquanto em cada extremo temos uma polaridade
oposta, o símbolo do infinito representa essa cons-
tante necessidade de gestão, permitindo-nos com-
preender melhor os aspectos positivos e negativos
relacionados a essas polaridades, nos ajudando a
identificar onde e como podemos agir.
57
Descola.org | Reskilling & Upskilling
Exemplo
Na nossa figura, escolhemos o objetivo do
uso da IA na educação, mais especificamen-
te a garantia que os estudantes estejam me-
lhor preparados para o mercado de trabalho,
já conhecendo as ferramentas com as quais
provavelmente precisarão lidar.
OBJETIVO: USO DA IA NA EDUCAÇÃO
Para esse objetivo, temos um risco: a segu-
rança dos alunos. É prioridade do educador
garantir que os dados coletados pela IA não
comprometam a segurança do aluno de algu-
ma forma, portanto, esse é um risco que pre-
cisamos considerar.
58
RISCO: A SEGURANÇA DOS ALUNOS
Além disso, é essencial completarmos essa
ferramenta com alguns pontos positivos e
negativos que podem potencializar ou atra-
palhar a sua busca. No nosso caso, a falta de
transparência é um ponto negativo para o
objetivo desejado, visto que se não há trans-
parência, o risco da segurança é real. Positi-
vamente, consideramos as questões éticas,
pois, geralmente, as IAs confiáveis utilizam
dados de maneira ética e respeitável.
PONTO NEGATIVO DO OBJETIVO: FALTA DE
TRANSPARÊNCIA
PONTO POSITIVO DO OBJETIVO: QUESTÕES
ÉTICAS

Do lado dos riscos, existe o ponto negativo de
criar dependência, para o caso dos estudan-
tes se tornarem extremamente dependentes
da IA, o que pode prejudicar o desenvolvi-
mento de diversas habilidades. Como ponto
positivo, temos o letramento tecnológico,
algo que as gerações mais novas têm neces-
sidade de aprender para fazer o uso correto
da tecnologia.
PONTO NEGATIVO DO RISCO: CRIAR
DEPENDÊNCIA
PONTO POSITIVO DO RISCO: LETRAMENTO
TECNOLÓGICO
Viu como não há nenhum mistério no preen-
chimento dessa ferramenta? Basta que você
reflita sobre seus objetivos e riscos e consi-
ga elencar pontos positivos e negativos de
cada um. Com a sua ferramenta preenchida,
você pode analisar melhor o cenário e com-
preender todos os aspectos que envolvem
uma polaridade antes de tomar uma decisão.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Depois disso, você terá melhores condições
de aproveitar o lado positivo e também de li-
dar com os riscos.
Um ponto importante que precisamos res-
saltar, entretanto, é que essa não é apenas
uma ferramenta que auxilia no mapeamento
do que é positivo e negativo em um objetivo
e seu risco direto. Ela serve, também, para
mostrar que os dois lados existem e que
eles são inerentes ao processo. No caso da
IA na educação, não que temos apenas um
lado positivo e um negativo isolados. Tudo
está presente e entender as polaridades vai
fazer com que você consiga criar uma jornada
para potencializar o que é bom e ajustar o que
não é. Por exemplo, se a IA cria dependência,
então não podemos usar ela como único meio
de aprendizagem dos alunos. Se falta transpa-
rência, pode-se cobrar dos alunos que eles en-
treguem suas fontes. Se a IA possui questões
éticas, pode-se deixar isso claro no seu uso. Se
os jovens precisam de um letramento tecnoló-
gico, pode-se explorar melhor isso. Tudo isso
muda a jornada e traz aprendizados.
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Descola.org | Reskilling & Upskilling

Se você quer aprender mais sobre gestão de polaridades,

pode conferir um curso exclusivo da Descola sobre isso.
É só clicar aqui:
https://descola.org/gestao-de-polaridades

60
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

ESCUTA ATIVA

Como dissemos, neste capítulo traríamos alguns A escuta ativa, então, é mais um caminho para você
caminhos possíveis para você seguir e entender o escolher, caso faça sentido para você. Aqui, ele vai
que quer melhorar a partir da prática de reskilling servir para te ajudar a construir um aprendizado
e upskilling. com os outros a partir de diferentes pontos de vista.

Nível Zero | Download

O processo de escuta é controlado pelos vieses cognitivos e o nível zero é o
momento em que jogamos fora grande parte do que as pessoas compartilham.

Nível Um | Mente
Aqui acontece a escuta focada (ou escuta consciente), pois nossa atenção
está na partilha da outra pessoa. Porém, essa atenção pode facilmente se
perder devido aos nossos julgamentos e preconceitos.

Nível Dois | Coração

É onde a magia acontece. Entendemos os motivos e o que há por trás da fala
da outra pessoa. Com isso, conseguimos nos conectar emocionalmente com ela.

Nível 3 | Vontade
É acessado quando o resultado da partilha do coração nos faz sentir
vontade de agir, de mudar as coisas.

61
Descola.org | Reskilling & Upskilling

O que é?

O que precisamos saber com a escuta ativa, primei-

ramente, é que ela tem quatro níveis, de 0 a 3. Em
uma visão geral, temos o seguinte:

» Nível 0: nível do download;

» Nível 1: nível da escuta consciente;
» Nível 2: nível do coração; e
» Nível 3: nível da vontade.

No nível zero, nos encontramos no estado atual de

escuta. É onde, basicamente, nosso processo de es-
cuta é controlado pelos vieses cognitivos e é o mo-
mento em que jogamos fora grande parte do que as
pessoas compartilham, porque o nosso cérebro nos
obriga a tirar o foco do que as pessoas estão dizen-
do para buscar padrões, memórias, coisas relaciona-
das ao que já vivemos.

62

Ainda que você acredite que pode fazer duas
coisas ao mesmo tempo (prestar atenção na
conversa e buscar por essas experiências), você
não pode. Com isso, o ato de se voltar para as
suas vivências faz com que você perca várias
informações dadas pela outra pessoa. É por
isso que o nível 0 da escuta ativa é chamado de
download, porque é como se o que fazemos
nessa etapa fosse um download mesmo: coletar
a informação da outra pessoa e armazená-la na
memória recente, lugar do cérebro onde as me-
mórias se perdem depois de um tempo se não
forem processadas.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Além do nível zero, então, temos outros
três níveis. Enquanto no nível zero temos
o download, no nível um lidamos com
a escuta consciente, que é o momento
em que você já conseguiu manter o foco
do que a outra pessoa compartilhou com
você. O que acontece entre o nível zero e
o um é que, mais uma vez, o nosso cére-
bro pode nos pregar uma peça, ativando
um preconceito, fazendo com que seja
preciso ativar o nível um e se aprofundar
em direção aos cortes de julgamentos.
63
Descola.org | Reskilling & Upskilling

Depois que a escuta ganha foco e se livra de

vieses, chegamos ao nível dois, que é o nível
do coração. Aqui, por entender os motivos
do que a outra pessoa está contando, você
consegue se conectar emocionalmente com
ela. É aqui que a magia da escuta ativa acon-
tece, porque é justamente para criar esse tipo
de conexão genuína que ela existe.
Daí para o nível três as coisas fluem melhor
e chegamos, enfim, ao nível da vontade.
Quando você escuta uma pessoa falar sobre
algo que a incomoda e você já está no nível
três, você faz o movimento de tentar fazer al-
guma coisa para ajudar.

Olha só como tudo isso funciona. Imagine

que um amigo ou uma amiga vem contar para
você como está se sentindo com relação ao
seu trabalho. Enquanto essa pessoa reclama
de diversas coisas para você, o seu cérebro
começa a selecionar algumas informações,
te levando para o seu banco de dados, onde
você vai encontrar alguma situação parecida
para poder dizer o que pensa.

64

Enquanto isso acontece, você perde informa-
ções importantes, pois se prende aos seus pró-
prios pensamentos e julgamentos. Por mais
que você consiga manter o foco, o preconceito
pode surgir. Quando você consegue se desligar
desses preconceitos e avança para o próximo
nível, você se conecta com o seu amigo ou sua
amiga, então, finalmente, consegue se motivar
para ajudar.
Isso acontece porque, quando você escuta
uma pessoa compartilhar uma conquista, você
faz o movimento de dividir a mesma alegria.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Quando você escuta uma pessoa falar sobre suas
inspirações, você sente vontade de trabalhar para
construir a mudança para ela. Você ouve, entende
e se move para melhorar uma situação.
Sabendo dessa relação entre o nosso cérebro e a es-
cuta ativa, podemos ver que esse processo envolve
muito mais do que simplesmente ouvir as palavras
que alguém está dizendo. Usar a escuta ativa requer
um esforço consciente para entender a mensagem
de quem se comunica conosco, prestando atenção
não só no conteúdo verbal, mas também nos sinais
não verbais, como tom de voz e linguagem corporal.
65
Descola.org | Reskilling & Upskilling

Com a escuta ativa, aprendemos a ouvir
além das nossas ideias e juízos de valor,
controlando nossos impulsos para inter-
romper ou responder as pessoas de ma-
neira premeditada, cultivando, assim, uma
mente mais aberta e receptiva. Além disso, a
escuta ativa nos coloca em um lugar de com-
preensão e empatia, habilidades necessárias
para desenvolver conexões mais profundas e
significativas.
Com esse conjunto de capacidades, acaba-
mos conseguindo mudar nossa forma de es-
cutar. Não escutamos mais para responder,
mas para entender. Escutamos para interna-
lizar um conhecimento compartilhado. No
futuro, essa será uma habilidade crucial, prin-
cipalmente porque quanto mais tecnologias
temos, mais fácil fica nos distrairmos.

No processo de aprendizagem, a escuta ativa

tem um papel significativo, pois é quando es-
cutamos alguém ativamente que consegui-
mos melhorar algumas capacidades, como:

» Absorver mais informações;

» Compreender contextos; e
» Identificar lacunas de conhecimento.

66

Prática
Depois de entender o que é a escuta ativa e
quais são os seus níveis, podemos compartilhar
um exercício que tende a ser interessante para
desenvolver essa habilidade: é o da caminhada
empática. Para ele, você vai precisar:
» Encontrar alguém para praticar com
você;
» Escolher se irá, de fato, caminhar ou
apenas ter uma conversa empática com
essa pessoa;
» Escolher um foco para a conversa; e
» Focar nos pontos de aprofundamento de
escuta durante a conversa.
Não é nada muito complicado. Escolha o seu
parceiro ou parceira, cheguem a uma conclusão
sobre se preferem fazer o exercício caminhando,
de fato, ou não, decidam o foco da conversa e
foquem nos pontos de aprofundamento.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Para isso, algumas regras são básicas,
como ter foco e atenção total na escuta,
deixar de lado as devolutivas durante a
conversa, livrar-se de julgamento, usar a
empatia e se abrir para o novo.
O resultado, na maior parte das vezes, é
muito positivo, pois você consegue prati-
car a escuta ativa, já se preparando para
diversas situações em sua rotina.
E aqui vai um passo a passo final caso
você, realmente, opte por fazer a caminhada:
» Separe pelo menos 30 minutos
para realizar o processo:
» Fale ou ouça por 10 minutos;
» Realize o “Espelhamento” por 5
minutos;
» Inverta os papéis.
67
Descola.org | Reskilling & Upskilling
De modo geral, o que você precisa fazer é es-
colher seu parceiro de caminhada e sair para
o local escolhido. O tempo de 30 minutos é
suficiente para realizar a prática, mas não se
preocupe se o papo estiver bom e você ultra-
passá-lo. O importante é que você tenha tem-
po de falar e ouvir por, pelo menos, 10 minu-
tos sem interrupções.
Exemplo
Um exemplo de escuta ativa que envolve to-
dos esses níveis é o que vemos no filme Gê-
nio Indomável. Esse é um filme que conta a
história do jovem Will Hunting, interpretado
por Matt Damon, que já teve algumas passa-
gens pela polícia. Quando começa a traba-
lhar como servente em uma universidade, ele
se revela um gênio da matemática e, por de-
terminação legal, precisa fazer terapia, onde
conhece o psicólogo Sean Maguire, perso-
nagem interpretado por Robin Williams.
68
Em meio a isso, é fundamental fazer o es-
pelhamento, ou seja, mostrar para a outra
pessoa as sensações que a partilha dela te
causou. Para isso, você pode escolher falar,
escrever, desenhar ou qualquer outra coisa
que mostre o que sentiu. Por fim, lembre-se
sempre de trocar os papéis.
Durante suas sessões, Sean escuta Will
ativamente, refletindo sobre o que ele diz,
fazendo perguntas abertas para compreen-
der melhor seus sentimentos, sem interrom-
per o que Will diz. Sean também demonstra
bastante empatia e compreensão ao escu-
tar Will ativamente, ajudando a construir
uma relação de confiança entre os dois.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

NARRATIVA

Para as ações de reskilling e upskilling serem Essas são duas habilidades tão antigas quan-
efetivas, precisamos partir da descoberta das to a própria humanidade, mas elas têm ga-
habilidades que precisamos aprender ou me- nhado novas dimensões e importância no
lhorar. Com a gestão das polaridades, con- cenário atual.
seguimos entender como identificar os pro-
blemas complexos e complicados ao nosso
redor, com a finalidade de reconhecer as ha-
bilidades que mais precisamos desenvolver.
Com a escuta ativa, aprendemos a desligar
nossos padrões para ouvir melhor os outros,
o que, por si só, já se configura como uma ha-
bilidade importante para o futuro.

Depois, então, dos caminhos da gestão de

polaridades e escuta ativa, nosso próximo
é o da narrativa, o qual vamos utilizar para
trabalhar duas habilidades muito requisi-
tadas para o futuro: a de liderança e a de
influência social.

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O que é?

Em um mundo cheio de mudanças o tem-

po todo, o que as pessoas maisGOLDEN
querem é
CIRCLE:
ter apoio em uma liderança consciente,
que saiba como agir e que tenha influência
social para se adaptar a diferentes situa-
ções, mudando de opinião, comportamen-
to e inspiração quando necessário.
POR QUÊ?
A narrativa, nesse sentido, é a nossa ca-
pacidade de contar histórias e, com ela,
podemos transformar qualquer coisa,
já que ao contar uma história consegui-
mos inverter até mesmo os valores das
pessoas. Para desenvolver essa habilida-
de, Simon Sinek, autor e palestrante inspi- COMO?
racional, criou a ferramenta Golden Circle,
a qual, originalmente, serve para comuni-
car o propósito de uma organização, mas O QUÊ?
vamos emprestar seu uso para que você
consiga identificar o propósito daquilo que
você quer colocar no mundo.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Prática

Para utilizar a ferramenta Golden Circle e usar Por fim, o quê você quer que as pessoas re-
a narrativa para identificar o seu propósito, va- cebam? Ou, melhor, como você quer que as
mos passar por três etapas: pessoas recebam e percebam o seu propósi-
to, seja ele um produto, um serviço ou outra
» Por quê?; coisa?
» Como?; e
» O quê?.
Exemplo
Primeiro de tudo: entenda por que você quer
Veja só um exemplo. Imagine que você traba-
contar uma história. Qual o propósito, a causa
lha em uma agência de turismo. Por que você
ou a crença que te inspira e motiva a contar
faz isso? Pode ser porque você caiu de pa-
essa história? Esse é o elemento mais podero-
raquedas nessa área, mas também pode ser
so e influente da narrativa, pois é ele quem te
por algo maior, algo específico. Vamos consi-
conecta emocionalmente com as pessoas.
derar que você escolheu estar nessa agência
porque acredita que o turismo pode conec-
Depois que você descobre o porquê, precisa
tar pessoas. Como, então, você executa isso?
pensar no como, ou seja, na forma que você
Construindo roteiros mágicos que permitem
traduz seu propósito em ações. Basicamente,
que pessoas de vários lugares se conheçam
é a maneira pela qual você opera os valores
em uma viagem. O que você quer, então,
que orientam suas decisões e a estratégia que
que as pessoas recebam?
implementa para alcançar os seus objetivos.

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Uma experiência na qual possam ter o apoio
em suas viagens ao mesmo tempo em que
conhecem pessoas de outros lugares.
Essa é a narrativa que temos com esse exem-
plo, essa é a história que move esse caso. É
aí, então, que temos o ponto de partida para
começar a mudar, a aprender algo novo, a
desenvolver uma habilidade. Você descobre
o seu propósito, traduz ele em uma forma e,
assim, faz com que os outros percebam esse
propósito.
Viu como não é tão complicado? Basta você
pensar em cada uma das etapas e refletir
sobre o que deseja. No fim das contas, essa
e as outras ferramentas irão te auxiliar a en-
tender o seu tempo de mudança, algo que
vamos falar mais no próximo capítulo.
72
Mas antes, podemos fazer um breve resumo
sobre todos os caminhos que vimos, relacio-
nando cada um com a sua razão. Quanto à
gestão de polaridades, ela é usada para en-
tender como podemos melhorar em determi-
nado campo de conhecimento; a escuta ati-
va, por sua vez, serve para nos ajudar a criar
conexões com o nosso meio; e a narrativa
funciona como uma mobilização de pessoas
em torno de um propósito.
Não se esqueça! A Ferramenta do In-
finito e o Golden Circle estão disponí-
veis para você preencher em sua pági-
na do curso.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

7. É tempo de mu-
dar
Quando entender o tempo de
aprender e como buscar a fonte
para isso

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Quanta coisa para entender quais habilida-
des desenvolver para o futuro, não é mesmo?
Seja aprendendo algo novo, por meio do
reskilling, ou melhorando alguma habilidade
que você já tenha, por meio do upskilling, é
fundamental entender o seu papel no mundo
do trabalho hoje e como a tecnologia irá afe-
tar suas funções no futuro.
74
Mas como saber quando é o momen-
to de mudar? Não temos um futuro defini-
do, nem sabemos qual será a próxima revo-
lução tecnológica, porém conseguimos nos
preparar para isso, sabendo diferenciar o que
é essencial do que é supérfluo. Como? Atra-
vés de fontes confiáveis e relevantes, do que
chamamos de Radar Envisioning e da ferra-
menta Strategic Intelligence.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

FONTES CONFIÁVEIS E
RELEVANTES

Um dos caminhos para entender o que fazer para
se preparar para o futuro é consultar fontes confiá-
veis e relevantes. Para isso, precisamos entender
do que se trata cada uma delas.
Em primeiro lugar, as fontes confiáveis são aquelas
que possuam um histórico comprovado de forne-
cimento de informações precisas. Geralmente, es-
sas fontes são compostas por um grupo vasto de
material, contendo:
» Periódicos;
» Revistas;
» Jornais;
» Sites de notícias;
» Canais de televisão;
» Entre outros.
As fontes confiáveis compõem o que
chamamos de mídia clássica, a qual, de-
vido sua estrutura e amplitude, se infor-
ma com muita facilidade e desempenha
a função de separar informações seletas
para entregar ao público. Algumas boas
fontes confiáveis que se enquadram
aqui são a revista Wired, a Futurism e a
MIT Technology Review, as quais atua-
lizam sobre as últimas tendências sobre
ciência e tecnologia.
Além das fontes confiáveis, você tam-
bém pode recorrer a algumas fontes re-
levantes, que são aquelas que fornecem
informações úteis e significativas para o
seu objetivo de aprendizado.

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Normalmente, são compostas por:
» Institutos de pesquisa;
» Instituições especializadas em coleta
e tratamento de dados; e
» Centros de pesquisa e acadêmicos.
Em nosso curso, já utilizamos uma fonte re-
levante, que é o Fórum Econômico Mundial.
Além desse, outros que podemos mencionar
é o Fundo Monetário Internacional e a Orga-
nização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico.
Algo que é importante entender antes de es-
colher suas fontes é que há uma outra dife-
rença entre as fontes confiáveis e relevantes,
que é o fato de que as confiáveis são respon-
sáveis por replicar a informação, enquanto
as relevantes são responsáveis por gerar a
informação.
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Redes Sociais
Quando o assunto é buscar fontes confiáveis
e relevantes, fica a dúvida sobre o uso das
redes sociais para essa finalidade. O que po-
demos dizer é que, sim, está liberado buscar
informação nas redes sociais, desde que isso
seja feito com cautela. Seguir os perfis de pe-
riódicos, institutos de pesquisa e, até mesmo,
especialistas, é um bom caminho para não
cair em fake news.
O Fórum Econômico Mundial, por exemplo,
tem contas ativas no Instagram e no Linke-
dIn, nos quais compartilha uma série de con-
teúdos interessantes e acessíveis. Com isso,
além de ser mais fácil se manter atualizado,
você já está diretamente em um canal de fon-
te relevante.
 Como se tornar um profissional à prova de futuro

RADAR ENVISIONING

Além das fontes confiáveis e relevantes, ou-

tra maneira de se atualizar quanto ao que
está acontecendo no mundo é por meio
do Radar Envisioning, uma ferramenta
de visualização interativa para descobrir e
aprender sobre as tecnologias que afetam
nosso futuro. Ela foi criada pelo Envisio-
ning, um instituto de pesquisa virtual que
fornece previsão tecnológica para tomado-
res de decisão em todo o mundo.

Ao acessar a ferramenta, você encontra

100 tecnologias emergentes que afetam
a sociedade junto com milhares de dados
relacionados, como níveis de prontidão,
organizações, fontes e objetivos de desen-
volvimento sustentável associados a cada
uma das tecnologias.

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Ao todo, são nove grupos de tecnologias, Por se tratar de uma ferramenta que muda
sendo eles: com o tempo, fica difícil falarmos de qual-
quer coisa que já não seja um produto, en-
tão recomendamos que faça a sua própria
» Manufatura Aditiva e Robótica; pesquisa diante do que você precisa.
» Inteligência Artificial e Computação
Quântica;
» Realidade Estendida;
» Biotecnologia;
» Contabilidade Distribuída;
» Rede de Dados e Segurança Ciberné-
tica;
» Internet das Coisas;
» Veículos Autônomos; e
» Materiais e Nanotecnologia.

O legal dessa ferramenta é entender em que

ponto de desenvolvimento as tecnologias
emergentes se encontram: conceito, prova
de conceito, validação, protótipo e produto.

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Strategic Intelligence
Uma outra ferramenta que pode te ajudar
a fazer essa pesquisa e entender o que será
tendência no futuro, a fim de conseguir se
preparar para ele, é a Strategic Intelligence,
uma ferramenta criada pelo Fórum Econômi-
co Mundial para facilitar a criação de mapas
interativos relacionados a macrotendências e
campos de conhecimento.
Assim que você acessa o website da ferra-
menta, você tem diversas formas de começar.
Uma delas é indo na sessão “Descoberta”
e selecionando o campo de conhecimen-
to que você quer pesquisar. Vamos imagi-
nar que você queira conhecer o campo de
“Meio-ambiente e Sustentabilidade”. Den-
tro dele, você tem algumas opções para na-
vegar, como poluição do ar, mudanças cli-
máticas, indicadores climáticos, entre outros.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Acessando o tópico de “Indicadores Climá-
ticos”, você já consegue abrir o mapa inte-
rativo relacionado ao tema, no qual é possí-
vel visualizar todas as tendências do campo.
Algumas que podem ser encontradas nesse
mapa são: mobilidade, futuro do consumo,
governança global, oceanos, entre outros.
O interessante da ferramenta é que você
pode usá-la de inúmeras maneiras e ela
não comporta apenas os mapas interati-
vos. Também é possível, dentro dela, ver
vídeos, artigos e conhecer especialistas
que falam sobre o assunto que você está
pesquisando.
Outro detalhe muito legal dessa ferramenta
é que, se você possuir uma conta premium,
você pode criar seus próprios mapas interativos
com base nas pesquisas que você já realizou.
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Com isso, até este capítulo, você já tem material suficiente

para identificar as habilidades que precisa aprender ou
aprimorar, só falta compreender como a Quarta Revolu-
ção nos oferece oportunidades para construir um futuro
mais próspero, o que vamos ver no próximo capítulo.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

8. E agora?
O guarda-roupa de habilidades

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E aí, já conseguiu abrir seu

guarda-roupa e separar as
habilidades que não usa mais?
Conseguiu separar as peças
que você mais gosta para usar
outras vezes?

82

Depois de todo o conteúdo que apresenta-
mos em nosso curso, a ideia é que, nessa altu-
ra, você já tenha conseguido, ao menos, dar
alguns passos rumo a essa organização.
É claro, entretanto, que esse não é um
processo que acontece de um dia para o
outro. Você arruma o seu guarda-roupa e faz
o que chamamos comumente de “catança”
em um dia? Pois é!
Afinal, você percebeu
quantas tecnologias
temos ao nosso redor,
não é?
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Quando usamos as ações de reskilling e
upsklling, precisamos entender que entre o
momento de reconhecer uma nova habilida-
de ou uma necessidade de aprimoramento
até o ato de aprender ou reaprender há um
longo espaço.
A dica que podemos dar é: tenha calma e
paciência, porque esse é um processo im-
portante para te proteger contra as ações
do futuro.
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Descola.org | Reskilling & Upskilling

E se você deu uma olhada no Radar Envisioning,

já tem uma noção do que vem por aí. É por isso
que mexer no seu guarda-roupa o quanto antes é
a melhor forma de você se preparar para o que vai
acontecer.

É tempo de arregaçar as mangas, então pegue as

sacolas para separar as habilidades que você usa
e sabe que vai precisar usar mais, aquelas que já
estão paradas há um tempo e provavelmente você
não deve usar e aquelas que você tem certeza que
não precisa mais. Esse reconhecimento pode
ser feito a partir da gestão de polaridades, pela
qual você será capaz de compreender seus
objetivos e os riscos envolvidos nisso.

Esse reconhecimento inicial se desenvolve e você

passa a querer se conectar com o seu meio, a fim
de alcançar os objetivos que identificou. Para
isso, você usa a escuta ativa e aprende com ou-
tras pessoas a se desligar de padrões, a se livrar
de preconceitos e julgamentos e se desprende
das barreiras que o cérebro nos impõe na rea-
prendizagem.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Então, você já tem suas sacolas de habilidades

bem separadas e, também, tem uma história
para contar. Seus propósitos, suas ações, seus
desejos e objetivos estão nessas sacolas. Mais
do que isso, seu futuro também está aí. Como
você vai lidar com isso?

Analogias à parte, as ações de reskilling e

upskilling servem para que você possa se or-
ganizar com relação ao futuro, se proteger das
funções que tendem a desaparecer e, principal-
mente, se colocar em uma posição de destaque
e possa conquistar boas coisas lá na frente.

O que fizemos, então, neste curso, foi te dar al-

guns caminhos para começar, mas sempre há
como melhorar isso. Além das ferramentas que
já te mostramos ao longo do nosso ebook, nos
próximos capítulos montamos algumas listas de
livros, filmes e séries que podem te ajudar nes-
sa missão de aprender mais sobre reskilling e
upskilling. Não deixe de conferir!

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9. Livros
Uma estante à prova do futuro

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Se preparar para o futuro, como vimos ao

longo deste ebook e das nossas vídeo aulas,
é uma necessidade. Quanto mais o mundo
fica tecnológico, menos temos certeza
do que poderá acontecer. Neste capítulo,
queremos te dar mais uma ajuda e separa-
mos uma lista exclusiva com algumas re-
comendações de livros para que você siga
aprendendo sobre as ações de reskilling e
upskilling. Veja só:

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O novo normal
Evandro Carvalho
Refletir sobre o futuro do trabalho é neces-
sário. Neste livro, o autor Evandro Carva-
lho aponta tendências, estudos, dá dicas
e caminhos para quem deseja ter um novo
espaço no mercado digital. A partir de al-
guns cases, você vai conseguir entender
como empresas e profissionais podem se
beneficiar da tecnologia, melhorando pro-
cessos, aumentando a produtividade e di-
minuindo custos.
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Futureproof your career
Aleksandrs Posts
Este livro é um verdadeiro guia para pro-
teger sua carreira do futuro. Nele, você
tem um passaporte para entender o futu-
ro do trabalho, a inteligência artificial, as
funções que tendem a desaparecer, uma
exploração das tendências de reskilling e
upskilling para os anos de 2023 e 2024 e
um mapa que abrange o lifelong learning.
Uma obra para ler e reler.

Comece pelo porquê
Simon Sinek
Por que algumas pessoas e organizações
são mais inovadoras, admiradas e lucra-
tivas do que outras? Simon Sinek, autor
do livro, entende que a resposta está no
senso de propósito que as inspira. Neste
livro, você vai ver como Simon chegou a
essa conclusão, além de compreender
como pensam, agem e se comunicam os
líderes que exercem maior influência nas
organizações.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Encontre seu porquê
Simon Sinek
Você deve se lembrar da ferramenta de
Gestão de Polaridades, certo? Ela foi
criada por Simon Sinek e, neste livro,
você consegue entender um pouco mais
sobre ela. Com exercícios detalhados,
você vai poder encontrar um caminho
para a vida profissional que é gratifican-
te e bem-sucedido, tanto para quem está
começando com uma carreira quanto
para quem já se encontra em posição de
liderança.
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Descola.org | Reskilling & Upskilling

Upskill, Reskill, Thrive

James McKenna

James McKenna, autor deste livro, acredi-

ta que quando profissionais aprendem e se
desenvolvem, eles podem redefinir seus ob-
jetivos de aprendizado no ambiente corpora-
tivo. Por isso, este é um livro para se aprofun-
dar mais nas ações de reskilling e upskilling
como meios para alavancar a carreira.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

10. Filmes e Séries

Aperte o play para reaprender

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Descola.org | Reskilling & Upskilling

Identificar habilidades novas para aprender ou aprimorar

é algo que exige um certo tempo e atenção. Nosso curso
te deu alguns caminhos, sugerimos alguns livros para te
ajudar a entender a teoria, mas nada melhor do que con-
seguir ver na prática como tudo isso acontece. A seguir,
você encontra uma lista com filmes e séries que tratam
sobre habilidades, gestão de polaridades, escuta ativa e,
também, futuro do trabalho, a fim de te ajudar a observar
algumas situações.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

FILMES

Gênio Indomável (1997)

Will Hunting é um garoto de 20 anos

que já teve vários problemas com a
polícia. Ao trabalhar como servente
de uma universidade, ele se revela
um gênio da matemática e, por deter-
minação legal, precisa fazer terapia.
É aí que encontra Sean Maguire, seu
psicólogo, o qual age com sua escu-
ta ativa para entender Will e ajudá-lo
em sua jornada. Uma boa recomen-
dação para entender como a escuta
ativa funciona na prática.

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Histórias Cruzadas (2011)

Em Histórias Cruzadas, temos mais um exemplo de como a escuta ativa é es-

sencial. Em uma pequena cidade no estado de Mississipi, Skeeter é uma garota
da sociedade que retorna a sua cidade com a intenção de se tornar escritora.
Ela começa, então, a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram
suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual Skeeter
faz parte. O que é legal disso é ver como ela consegue usar sua escuta ativa
para entender pessoas que são tão diferentes dela.

94

Um Senhor Estagiário (2015)
Se você quer um filme para observar ha-
bilidades, este é uma ótima opção. Jules
Ostin é a criadora de um site bem-su-
cedido de vendas de roupas e quando
sua empresa decide iniciar um projeto
para colocar idosos de volta no merca-
do de trabalho, ela se depara com Ben,
seu novo estagiário. O filme mostra as
diversas habilidades que existem entre
gerações e como as pessoas precisam se
adaptar a diferentes contextos.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Whiplash (2014)
Andrew é um jovem baterista que sonha
em ser o melhor de sua geração. Para
isso, começa a ter aulas com o mestre
do jazz Terence Fletcher. A convivência
é difícil entre os dois, mas o filme é inte-
ressante no sentido de que podemos ver
como ambos executam suas habilidades,
reconhecem suas necessidades e enten-
dem o que precisam fazer para alcançar
um objetivo.
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Descola.org | Reskilling & Upskilling

Sem Limites (2011)

E se você pudesse tomar uma droga que me-

lhorasse suas habilidades cognitivas? Seria
incrível, não é? Neste filme, isso acontece,
mas tudo tem um preço. Eddie Morra sofre
de um bloqueio criativo e, certo dia, é apre-
sentado para uma droga que promete o uso
de 100% da capacidade cerebral. Assim que
começa a tomá-la, nota a mudança em sua
vida: ele consegue falar diferentes línguas,
fazer cálculos complexos, entre outras coisas.
O problema surge quando ele vicia na droga
e passa a sofrer com as consequências disso.

96

SÉRIES
The Good Doctor
Desenvolver a escuta ativa, como vimos, é
fundamental para aprender novas coisas a
partir da visão do outro. Nesse sentido, esta é
uma boa série para entender como isso acon-
tece.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Shaun Murphy é um jovem cirurgião com au-
tismo que é recrutado por um hospital para
trabalhar. Por conta de sua condição, a escuta
ativa acaba sendo uma habilidade essencial
para lidar com ele, respeitando seus limites.
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This Is Us
Outra série que pode ser bem interessante
para observar polaridades, o uso da escu-
ta ativa e, principalmente, o poder de uma
narrativa é This Is Us. A série conta a histó-
ria de Rebecca, Jack e seus três filhos. Ao
longo dos episódios, vamos conhecendo a
relação familiar, os problemas que surgem,
como eles resolvem as situações do dia a dia
e como eles estão sempre aprendendo algo
novo.
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Ruptura
Se é para falar sobre o futuro do trabalho,
esta é a recomendação perfeita. A série é
uma ficção científica que conta a história de
uma empresa que utiliza um chip em seus
funcionários para que eles consigam dividir
vida profissional e pessoal. Com isso, quan-
do estão trabalhando, não se lembram de
quem são lá fora. A série é interessante para
observar os riscos da tecnologia em nossas
vidas, bem como as habilidades que precisa-
mos desenvolver por conta dela.

Upload
Esta é uma série ambientada no futuro,
no ano de 2033, mais precisamente. Nes-
te tempo, tudo é muito tecnológico e os
humanos têm a capacidade de carregar
a si mesmos em uma espécie de vida vir-
tual. Nathan, ao morrer prematuramente
porque seu carro que dirigia sozinho pa-
rou de funcionar, chega em sua versão
do céu e lá precisa se acostumar com os
prós e contras de se viver em um paraíso
digital.
Como se tornar um profissional à prova de futuro
Years and Years
Enquanto o Reino Unido se transforma
em uma ditadura ao longo dos anos, a
família Lyon vive sua rotina em meio à
confusão. Tudo parece ficar ainda pior
quando, em uma noite de 2019, a histó-
ria deles avança 15 anos no futuro e eles
entram em um mundo mais quente, mais
barulhento e mais louco. É uma ótima re-
comendação para confirmar as tendên-
cias para o futuro.
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Black Mirror

Black Mirror é o clássico dos clássicos para quem quer entender como a
tecnologia pode atuar em nossas vidas no futuro. Com episódios fora do
comum, vemos como algumas tecnologias que parecem absurdo para
nós podem ser possíveis no futuro e como elas irão refletir em nossas vi-
das, seja em âmbito pessoal ou profissional.

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

13. Referências

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Aonde vamos parar?

https://www.infomoney.com.br/guias/metaverso/

https://www.techtudo.com.br/guia/2023/05/neuralink-o-que-se-sabe-ate-agora-sobre-o-chip-
-cerebral-de-elon-musk-edinfoeletro.ghtml

https://tecnoblog.net/noticias/2023/07/18/precos-do-microsoft-365-copilot-sao-revelados/

https://www.smarthint.co/o-que-e-inteligencia-artificial-exemplos/

O futuro do trabalho
https://www.bbc.com/portuguese/geral-64299176

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/ex-militares-dos-eua-depoem-sobre-ovnis-nesta-
-quarta-feira-parlamentares-acusam-governo-de-manter-segredo/

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 Como se tornar um profissional à prova de futuro

Reskilling e Upskilling
https://warren.com.br/magazine/efeito-dunning-kruger/

É tempo de mudar
https://radar.envisioning.io/?pg=entities

https://intelligence.weforum.org/topics/a1Gb00000038poVEAQ

103
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