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Universidade Estadual de Feira de Santana

Departamento: Departamento de Física (DFIS)

Disciplina: Física III

AMANDA MOURA

DAIANE

JOÃO PEDRO

JOÃO VICTOR

LARISSA GONÇALVES

LAÉRCIO BARBOSA DA CRUZ

Lei de Ampère

Feira de Santana – BA

2023
AMANDA MOURA

DAIANE

JOÃO PEDRO

JOÃO VICTOR

LARISSA GONÇALVES

LAÉRCIO BARBOSA DA CRUZ

Trabalho solicitado pelo Professor


Carlos Eduardo Magalhães Batista,
para obtenção de aprendizado e
complemento da nota da 3ª unidade
na disciplina de Física III do curso
de Engenharia de Alimentos pela
Universidade Estadual de Feira de
Santana - UEFS.

Feira de Santana- BA
2023
1. RESUMO

As cargas elétricas estão presentes em tudo que conhecemos, pois tudo


é formado de matéria, que por sua vez é formada pelos átomos.
A força está presente em nosso cotidiano, e é estudada pela física,
podendo ser de quatro tipos: força nuclear forte e fraca, força eletromagnética e
força da gravidade, a filosofia da ciência é o ramo filosófico e científico que
questiona a ciência, seus limites e, igualmente, o saber científico.
As pesquisas de Ampère originaram um novo programa de pesquisas
científicos cuja ideia de Ampère foi extremamente rica e frutífera para o mundo.
Ampère dedicou diversos estudos científicos onde visaram a contribuição às
pesquisas sobre a interação entre a agulha de uma bússola e um fio com
corrente, desta forma, ele explicou diversos fenômenos e previu diversos outros,
sendo capaz de elaborar uma relação matemática a qual é conhecida como a Lei
de Ampère. Esta equação é de extrema importância porque, na eletrodinâmica
de Ampère, os campos matemáticos não são admitidos pelo pesquisador.
A importância de Ampère nos estudos sobre eletricidade foi tão grande
que a unidade de medida de corrente elétrica tem seu nome, como forma de
homenagem. O ampère (unidade de medida) é uma das unidades fundamental
do Sistema Internacional de Unidades.
2. INTRODUÇÃO

A lei de Ampère é análoga à lei de Gauss para o campo elétrico. Essa lei foi
proposta originalmente por André-Marie Ampère no século XVIII e diz que “a
circulação do campo magnético ao longo de um percurso fechado é igual à
permeabilidade magnética no vácuo vezes a corrente total que atravessa a área
envolvida”, dada pela seguinte integral de linha.

∮ 𝐵. 𝑑𝑙 = 𝜇0I

A lei de Ampère é útil quando envolve situações com simetria que permitem o
cálculo da integral, tais como o cálculo do campo de um fio condutor longo e retilíneo,
campo no interior de um cilindro condutor, campo de um solenoide linear, campo de
um solenoide toroidal, entre outros. Um solenoide é constituído por um enrolamento
como uma hélice cilíndrica com as espiras muito próximas (Figura 1). Todas as espiras
conduzem a mesma corrente I, e o campo magnético total B em cada ponto é a soma
vetorial dos campos produzidos pelas espiras individuais. No seu interior, os campos
se somam e o campo total é aproximadamente constante e uniforme. No seu exterior,
os campos se cancelam, e o campo é aproximadamente nulo.

Figura 1: Campo magnético ao longo do eixo de um solenoide, cujo comprimento é igual a quatro
vezes o seu raio.

Fonte: Halliday; Sears & Zemansky.

Pela figura anterior, o número de espiras para um dado comprimento L é igual


a N. Cada uma dessas espiras passa uma vez pelo retângulo abcd e a corrente total
que passa pelo retângulo abcd é IT = NI De acordo com a lei de Ampère, o módulo do
campo magnético para um solenóide longo é dado por:

𝐵 = 𝜇0 x 𝑁 x 𝐿 x I,
onde µ0 = permeabilidade magnética do vácuo = 4.10-7 ((T.x m)/A), I é a
corrente elétrica que passa pelo solenoide e N é o número de espiras em um dado
comprimento L.

Lei de Ampère e a regra da mão direita

A regra da mão direita, também conhecida como regra do parafuso, foi


desenvolvida pelo polímata André-Marie Ampère (1775-1836), que percebeu a
relação existente entre o sentido da corrente elétrica e o sentido do campo magnético.
Essa regra é usada sempre que quisermos descobrir o sentido do campo magnético
produzido por um fio percorrido por uma corrente elétrica.

Na regra da mão direita, temos que o dedão aponta na orientação da corrente


elétrica e os demais dedos acompanharão o sentido do campo magnético, como
demonstrado na imagem abaixo:

Figura 2: Regra da mão direita

Fonte: Google

Por exemplo, quando a corrente elétrica tiver o sentido para cima, o campo
magnético terá sentido anti-horário; já quando a corrente elétrica tiver o sentido para
baixo, o campo magnético terá sentido horário.

Outra forma de representar o sentido do campo magnético é por meio dos


símbolos O (bolinha) e X (xis), em que O indica que os dedos estão saindo do plano
e X indica que os dedos estão entrando no plano. Por exemplo, quando a corrente
elétrica tiver sentido para cima, ao redor do fio teremos o símbolo X à sua direita e o
símbolo O à sua esquerda, indicando o sentido anti-horário.
A lei de Ampère é aplicada quando se deseja determinar:

● Campo magnético produzido por um fio condutor percorrido por


uma corrente elétrica;
● Campo magnético no interior de um cilindro condutor longo;
● Campo magnético de um solenoide;
● Campo magnético de um toróide.
● Campo magnético em planos infinitos;
● Direção das linhas de campo magnético em um fio condutor por
meio da regra da mão direita.
3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 CÁLCULO DO CAMPO MAGNÉTICO PRODUZIDO POR UMA


DISTRIBUIÇÃO DE CORRENTES ELETRICAS COM SIMETRIA ELEVADA:

Para o cálculo citado neste subtópico, este será feito graças a uma lei
denominada de Lei de Ampère. Diferentemente da Lei de Gauss, que fala que os
campos elétricos possuem um certo fluxo mediante a uma superfície fechada, ou
seja, o fluxo elétrico para Gauss possui seu módulo igual a carga total no interior
da superfície dividida pela contante 𝜖0 . Logo, a lei de Gauss relaciona os campos
elétricos com a distribuição de cargas, além disso, a lei de Gauss não pode ser
utilizada para determinar o campo magnético produzido por uma certa distribuição
de corrente elétrica.
Em contrapartida, a lei de Ampère não foi expressa para determinar o fluxo
de um campo magnético, mas sim em termos de uma integral de linha do campo
magnético em torno de uma trajetória fechada a qual é expressa por:

3.2 LEI DE AMPÈRE:

Quando a distribuição de cargas possui simetrias diferentes da planar,


cilíndrica ou esférica, usa-se a Lei de Ampère para determinar o campo magnético
total. A expressão da lei é derivada da lei de Biot- Savart e o resultado é isso:

O produto escalar presente na expressão acima é interpretado como o


produto de um comprimento elementar, ds, da amperiana pela componente do campo
magnético que é tangente à amperiana no ponto onde é encontrado o comprimento
elementar ds, 𝐵 cos 𝜃, e, portanto, a integral será interpretada como a soma desses
produtos para toda a amperiana (HALLIDAY, 2016).
3.3 SINAL DAS CORRENTES ELÉTRICAS:

Para resolução da integral da Lei de Ampère, não é necessário conhecer o


sentido da corrente em todos os pontos da amperiana, então para resolução basta
supor que o sentido irá coincidir com o sentido de integração, e para isso usa-se a
regra da mão direita a qual atribuirá um sentido positivo ou negativo das correntes e
isto contribui no valor da corrente total envolvida pela amperiana. A regra da mão
direita nos diz que ao apoiar a mão direita na amperiana, os dedos apontaram o
sentido da integração, ou seja, uma corrente no sentido do polegar estendido receberá
o sinal positivo; uma corrente no sentido contrário terá sinal negativo.
Voltando a expressão da lei de Ampère, se o valor de B for positivo, significa
que o sentido escolhido para a corrente elétrica está correto; caso o valor de B for
negativo, será ignorado o sinal e será dito que o sentido será o oposto daquele
escolhido.

3.4 CAMPO MAGNÉTICO NAS VIZINHANÇAS DE UM FIO LONGO, RETILÍNEO,


PERCORRIDO POR UMA CORRENTE ELÉTRICA:

A figura 3 mostra um fio longo, retilíneo, percorrido por uma corrente elétrica i
dirigida para fora do plano do papel.

Figura 3: Uso da lei de Ampère para determinar o campo magnético produzido do lado de fora de um
fio retilíneo longo, de seção reta

Fonte: Halliday

O campo magnético que é produzido pela corrente em questão terá o mesmo


módulo em todos os pontos situados a uma distância r do fio, tendo então uma simetria
cilíndrica em relação ao fio. A partir desta simetria, simplificará a integral que aparece
na lei de Ampère ao envolver o fio em uma amperiana circular concêntrica de raio r,
conforme demostrado na mesma figura 3.
O campo magnético terá o mesmo valor de módulo para B em todos os pontos
da amperiana. Para realizar a integração da lei em questão, admita-se o sentido anti-
⃗ como de ⃗⃗⃗⃗
horário, para simplificar a expressão 𝐵 cos 𝜃, tanto o valor de 𝐵 𝑑𝑠 serão
⃗ e ⃗⃗⃗⃗
tangentes à amperiana em todos os pontos da curva, portanto, 𝐵 𝑑𝑠 deverão ser
paralelos ou antiparalelos, em todos os pontos da curva. Caso sejam paralelos, em
⃗ e ⃗⃗⃗⃗
todos os pontos da curva, o ângulo 𝜃 entre, 𝐵 𝑑𝑠 são 0°, portanto cos0°=1, tendo o
resultado da integral sendo expressa assim:

Sabendo que ds é a soma de todos os segmentos de reta ds da amperiana,


afirma-se que esta informação nos fornecerá o perímetro da circunferência: 2𝜋𝑟.
De acordo com a figura 3, o sinal da corrente é positivo, então o lado direito da
lei de Ampère ficará +μ0i e teremos duas possibilidades de acordo com Halliday:

3.4 CAMPO MAGNÉTICO NO INTERIOR DE UM FIO LONGO, RETILÍNEO,


PERCORRIDO POR UMA CORRENTE ELÉTRICA:

A figura 4 demostra a seção de uma reta de um fio longo, retilíneo, de raio R,


percorrido por uma corrente elétrica uniforme i dirigida para fora do papel.
Figura 4: Uso da lei de Ampère para determinar o campo magnético produzido por uma corrente i no
interior de um fio retilíneo, longo,
de seção reta circular. A corrente está distribuída uniformemente ao longo da seção reta do fio e
aponta para fora do papel. A amperiana é
uma circunferência concêntrica com um raio menor ou igual ao raio do fio.

Fonte: Halliday

Sabendo que a distribuição da corrente ao longo da seção da reta do fio em


questão é uniforme, o campo magnético que será produzido pela corrente terá simetria
cilíndrica. Para determinar este campo magnético em pontos situados no interior do
fio, usará uma amperiana de raio r, conforme demonstrado na figura 4, mas agora r ≤
⃗ sendo tangente à curva, então o lado esquerdo da lei de
R. Novamente teremos 𝐵
Ampère nos dará a expressão:

Então para calcular o lado direito da mesma lei, verifica-se que a distribuição
da corrente elétrica é uniforme, então a corrente envolvida pela amperiana será
proporcional à área envolvida pela curva, ou seja:
Ao utilizar a regra da mão direita, verifica-se que o sinal da corrente envolvida
é positivo, então de acordo com a lei de Ampére teremos as expressões presentes no
livro de Halliday utilizado na bibliografia:

Após todas as análises, no interior do fio, o módulo de B é proporcional a r; o


valor será zero quando tiver no centro do fio e será máximo na superfície em que r=R.
Nota-se também que as expressões para o campo magnético do lado de fora e do
lado interno ao fio possuem o mesmo valor para pontos que estão situados na
superfície do fio (HALLIDAY, 2016).
4. OBJETIVO

Uma prática sobre a Lei de Ampère geralmente visa proporcionar uma


compreensão prática dos princípios e aplicações desta lei, que está relacionada com
o campo magnético em torno de condutores elétricos. Portanto, os objetivos deste
relatório são:

• Compreensão da Lei de Ampère: O principal objetivo é que os


estudantes compreendam a Lei de Ampère, que descreve a relação
entre o campo magnético ao redor de um condutor e a corrente elétrica
que flui por esse condutor.

• Aplicação da Lei de Ampère: Os estudantes devem ser capazes de


aplicar a Lei de Ampère para calcular o campo magnético em torno de
condutores retilíneos e em circuitos onde a simetria permite a aplicação
direta da lei.

• Identificação de Simetrias: Reconhecer situações onde a Lei de Ampère


pode ser aplicada com facilidade devido à simetria do arranjo dos
condutores elétricos.

• Cálculos de Campo Magnético: Realizar cálculos para determinar o


campo magnético em diferentes pontos ao redor de condutores elétricos
com base na corrente que passa por eles.

• Interpretação de Resultados Experimentais: Se a prática envolver um


componente experimental, os estudantes devem ser capazes de
interpretar resultados experimentais e compará-los com as previsões
teóricas da Lei de Ampère.

• Montagem de Configurações Experimentais: Se a prática incluir uma


parte experimental, os estudantes podem ser desafiados a montar
configurações experimentais que permitam a medição do campo
magnético e a aplicação da Lei de Ampère.
• Uso de Instrumentação: Familiarização com instrumentos de medição
magnética, como sondas de campo magnético ou magnetômetros, para
realizar medições práticas.

• Análise de Circuito Magnético: Se a prática envolver a aplicação da Lei


de Ampère em circuitos magnéticos mais complexos, os estudantes
devem ser capazes de analisar e compreender esses circuitos.

• Aplicações Práticas: Entender e discutir as aplicações práticas da Lei de


Ampère em dispositivos eletromagnéticos, como solenoides e
transformadores.

• Relatório Técnico: Como parte da prática, os estudantes podem ser


solicitados a preparar um relatório técnico que inclua uma descrição do
experimento, análise dos resultados, comparação com previsões
teóricas e conclusões.
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1.MATERIAIS

• 01 fonte de tensão Extech;


• 02 multímetros Fluke;
• 01 resistor linear;
• 01 bússola;
• 02 réguas milimetradas;
• 01 capacitor;
• Fita fixadora

5.2 MÉTODOS
Para início do experimento a bússola foi posicionada a 4cm do fio. Com a fonte
desligada, foi ajustado o seletor de corrente optando por uma fem menor que 3,0 V.
Então, conforme a figura (5), com multímetro na função amperímetro, foi iniciado o
experimento

Figura 5: Esquema experimental para encontrar o campo elétrico magnético terrestre.

Fonte: Google

Com esquema pronto e a fonte de tensão ligada foi iniciada a primeira parte de
medição dos valores dos ângulos e corrente através da bússola e multímetro. A partir
da fonte aumentando a corrente. Por fim, foi analisado a variação do ângulo à medida
que fosse alterada a distância da bússola ao fio.
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme descrito pela metodologia, o circuito montado está conforme a figura


6.

Figura 6: Circuito montado

Fonte: Autores

De acordo com a movimentação da bobina, a bússola apontava para uma


determinada direção e tais direções foram anotadas num papel milimetrado. Os
resultados disto estão presentes na figura 7.

Conforme o esperado, sempre ao centro da bobina, a bussola apontava para


uma direção, e isto indica conforme o que foi proposto no referencial teórico, a
existência de uma corrente elétrica.
Figura 7: Direções da bussola conforme movimentação da bobina

Fonte: Autores
7. CONCLUSÃO

O experimento sobre a Lei de Ampére forneceu informações valiosas sobre o


comportamento do campo magnético em diferentes configurações de corrente
elétrica. A aplicação da Lei de Ampére a situações específicas, como um fio condutor
reto e um cilindro condutor, nos permitiu observar como as relações matemáticas
previstas se manifestam experimentalmente.

Os resultados da movimentação de uma bobina em relação a uma bússola


confirmaram as expectativas teóricas, demonstrando a influência da corrente elétrica
na direção do campo magnético. A regra da mão direita de Ampére foi eficaz na
previsão da direção do campo magnético em relação à corrente, acrescentando uma
dimensão prática à teoria.

Embora os resultados tenham sido consistentes, é importante reconhecer as


limitações do experimento. Ao interpretar os resultados, é importante considerar as
possíveis fontes de erro, como interferência externa e imprecisões instrumentais.
Além disso, pesquisas futuras poderiam se beneficiar da inclusão de detalhes
específicos sobre os objetivos do experimento e da realização de uma análise
quantitativa dos resultados.

Em resumo, o experimento reforçou a importância da Lei de Ampére na


compreensão do comportamento magnético das correntes elétricas. Isso destaca a
relação intrínseca entre eletricidade e magnetismo. A exploração contínua desses
princípios é fundamental para os avanços na compreensão da física e para o
desenvolvimento de tecnologias baseadas em fenômenos eletromagnéticos.
8. REFERÊNCIAS

HALLIDAY, David; RESNICK, Roberto; KRANE, Kenneth S. Física 3. 10ª


Edição. LTC, 2016;

YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. São Paulo:
Person Education do Brasil, 2009.

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