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Belo Horizonte
2015
JOÃO OTÁVIO DE SOUSA MENDES
Belo Horizonte
2015
1
Dedico este trabalho a todos que de alguma forma
me ajudaram a chegar até aqui, especialmente a
minha mãe a Janaína e a Maria Fernanda
2
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a minha mãe pelo apoio incondicional. A minha família principalmente
aos tios Vicente, Ivone, Ione e Marlon pelo suporte durante toda a graduação e aqui em BH. Aos
professor Carlos e ao Marcos por participarem expressivamente do meu crescimento
profissional e pessoal, a Prof. Maria Helena pela orientação durante a ausência do Prof. Carlos,
ao Alexandre Melo e a Carla pelas medidas de difração de pó e apoio geral no laboratório e ao
Prof. Maurício Lanznaster pelas medidas de voltametria. A Viviane por poder ter contado com
ela sempre que precisei, aos amigos por compartilharem vários momentos de alegria...
3
“O senhor é sutil, mas não malicioso. A natureza não esconde seus
segredos por malícia, mas sim por causa de sua própria altivez”
– Albert Einstein
4
Resumo
Moléculas eletronicamente lábeis possuem diferentes estados eletrônicos acessíveis em certas
condições termodinâmicas, podendo-se alternar entre um ou outro estado pela aplicação de
uma perturbação externa (ex: mudança de temperatura, pressão ou irradiação de luz).
Complexos inorgânicos que apresentam tautomeria de valência (TV) formam uma subclasse de
materiais eletronicamente lábeis. Exemplos deste materiais são complexos de cobalto e
semiquinonas (SQ•-). Nestes complexos, perturbações externas induzem o equilíbrio do tipo
ls-Co3+(SQ•-)(Cat2-) ⇌ hs-Co2+(SQ•-)2, onde Cat2- = catecolato. Com o objetivo de obter novos
tautômeros de valência, complexos mono e binuclear de Co e naftoquinonas foram sintetizados
e caracterizados. As naftoquinonas apresentam propriedades estruturais e eletrônicas
semelhantes as quinonas, porém apresentam um anel aromático extra que permite interações
do tipo -stacking entre moléculas vizinhas. Os complexos organometálicos obtidos
[Co(Lau)2(TMEDA)] e [Co2(MBHN)2(Fen)2], foram analisados por técnicas de difração de raios X
de monocristais em diferentes temperaturas. Infra vermelho, voltametria cíclica e ressonância
magnética nuclear também foram usadas na caracterização das naftoquinonas. As distâncias
médias entre o íon cobalto e ligantes encontradas a 120 K para ambos os complexos são em
torno e 2,1 Å, valores típicos de formas hs-Co2+-L. Distâncias típicas entre o íon cobalto e
ligantes na forma ls-Co3+-L seriam em torno de 1,9 Å. Assim, não foram encontrados indícios da
ocorrência de transferência eletrônica na faixa de temperatura analisada nos complexos
obtidos.
5
Abstract
Electronic labile molecules have distinct electronic states accessible under a given set of
thermodynamic conditions, which allow switching between one or other state by applying an
external perturbation (e.g. temperature change, pressure or light irradiation). Inorganic
complexes that shows valence tautomerism (TV) are a subclass of electronic labile materials.
Examples of these materials are complexes of cobalt and semiquinones (SQ•-). In these
complexes, external perturbation induces an equilibrium of the type ls-Co3+(SQ•-)(Cat2-) ⇌ hs-
Co2+(SQ•-)2, where Cat2- = catecholate. Aiming to achieve new valence tautomers, mono and
binuclear complexes of Co and naphthoquinones were synthesised and characterised.
Naphthoquinones and quinones show similar structural and electronic properties; nonetheless,
naphthoquinones have an extra aromatic ring that allows -stacking interactions between
neighbouring molecules. The obtained organometallic complexes [Co(Lau)2(TMEDA)] and
[Co2(MBHN)2(Fen)2] were analysed by X-ray diffraction techniques at different temperatures.
Infrared spectroscopy, cyclic voltammetry and magnetic nuclear resonance were used to
characterise the naphthoquinones. The average distances between cobalt and ligands found at
120 K for both complexes are about 2.1 Å, this bond length value is typical of the form hs-Co2+-L.
Typical distances between the cobalt ion and ligands in the ls-Co3+-L form should be around
1.9 Å. Therefore, no evidence of a valence tautomeric transition was found in the investigated
temperature range for the obtained complexes.
6
Sumário
Agradecimentos............................................................................................................................... 3
Resumo ............................................................................................................................................ 5
Abstract ........................................................................................................................................... 6
1 Introdução .............................................................................................................................. 12
1.1 Motivação.....................................................................................................................................12
1.2 Tautomeria de valência em complexos de cobalto......................................................................13
1.3 Naftoquinonas como potenciais novos ligantes redox-ativos em complexos mono e di-nuclear
de cobalto.................................................................................................................................................16
2 Objetivos do trabalho............................................................................................................. 18
7
5 Resultados e Discussão .......................................................................................................... 31
7 Referências ............................................................................................................................. 43
8
Lista de Figuras
Figura 1 Equilíbrio tautomérico em composto de cobalto e dioxoleno. Durante o equilíbrio o íon
Co3+ é reduzido a Co2+ pelo ligante Cat2- que passa para sua forma radicalar SQ•-. ..................... 14
Figura 2 a) N,N,N',N'-tetrametil-1,3-propanodiamina – TMPDA, b) N,N,N',N'-tetrametil-1,2-
etanodiamina – TMEDA, c) N,N,N',N'-Tetrametilmetanodiamina – TMMDA. .............................. 14
Figura 3 TV no complexo [Co(2,2’-bpi)(3,5-dbsq)(3,5-dbcat)], durante o equilíbrio a molécula
sofre alteração de suas propriedades magnéticas e estruturais. ................................................. 15
Figura 4 Reações de ox-redução sofridas por a) dioxolenos b) naftoquinonas. ........................... 16
Figura 5 (a, b, c, d, e) Ligantes redox-ativos usados em tautômeros de valência reportados na
literatura e (f, g) ligantes explorados neste trabalho para criação de potenciais novos
tautômeros. ................................................................................................................................... 17
Figura 6 Construção de Bragg para a difração de um feixe de raios X por um cristal. Parte do
feixe é absorvido na amostra o que causa diminuição da intensidade de feixe difratado........... 21
Figura 7 Difratograma para uma mistura 1:1 de NaCl e KCl. ........................................................ 22
Figura 8 Principais partes de um difratometro de policristais 𝜃 − 2𝜃: T tudo de raios X, A
amostra policristalina com liberbade para girar em torna de 𝜃, D detector que gira em torno de
2𝜃................................................................................................................................................... 22
Figura 9 Curva de fi para átomos de carbono e oxigênio. ............................................................. 24
Figura 10 Mapa de densidade eletrônica obtido por DRX de monocristal de uma molécula
planar. ............................................................................................................................................ 25
Figura 11 Voltagrama cíclico de uma solução 1mM de K3Fe(CN)6. ............................................... 26
Figura 12 Esquema geral das sínteses realizadas. ......................................................................... 30
Figura 13 Espectro de absorção na região do infravermelho do MBNH. ..................................... 32
Figura 14 Espectro de RNM 13C e DEPT do MBHN em DMSO. ...................................................... 32
Figura 15 (a) Estrutura cristalina e dados cristalográficos do composto MBHN, (b) dados
cristalográficos para o ligante MBHN. ........................................................................................... 33
Figura 16 Difratogramas experimental (vermelho) e calculado (preto) para o MBHN. ............... 34
9
Figura 17 Voltamogramas cíclicos da lausona (verde), MBHN (vermelho) e 3,5-dbsq (azul)
obtidos em eletrodo Ag|AgCl em KCl saturado e velocidade de varredura de 100 mV · s −1........ 35
Figura 18 Estrutura cristalina e dados cristalográficos para o complexo [Co(Lau)2(TMEDA)]H2O.
....................................................................................................................................................... 36
Figura 19 Crecimento da cadeia molecular ao longo do eixo c por ligações de hidrogênio com a
água. .............................................................................................................................................. 37
Figura 20 Sobreposição das estruturas do tautômero de valência [Co(TMEDA)(3,6-DBSQ)(3,6-
DBCat)] (azul) e do [Co(Lau)2(TMEDA)] (vermelho). ..................................................................... 37
Figura 21 Variação do volume da célula unitária do cristal com a temperatura. ......................... 38
Figura 22 (a) Estrutura cristalina e (b) dados cristalográficos para o complexo
[Co2(MBHN)2(Fen)4]. ...................................................................................................................... 39
Figura 23 Ilustração da interação π-staking entre parte do grupo MBHN2- de moléculas vizinhas.
....................................................................................................................................................... 39
10
Abreviações e Símbolos
SC Spin-crossover
VM Valência mista (VM)
TV Tautomeria de valência (TV)
SQ•- Semiquinonato
Cat2- Catecolato
TMPDA N,N,N',N'-tetrametil-1,3-propanodiamina
TMEDA N,N,N',N'-tetrametil-1,2-etanodiamina
TMMDA N,N,N',N'-Tetrametilmetanodiamina
2,2’-bpy 2,2’-bipiridida
3,5-dbsq 3,5-di-tert-butil-semiquinonato
3,5-dbcat 3,5-di-tert-butil-catecolato
Lau Lausona
MBHN 2,2’-Metilenobis(2-hidroxi-1,4-naftoquinona) MBHN
Fen Fenantrolina
𝒇𝒊 espalhamento atômico
𝑭(𝒉𝒌𝒍) função do fator de estrutura
𝝆(𝒙𝒚𝒛) função da densidade eletrônica
VC Voltametria cíclica
RNM Ressonância magnética nuclear
DMSO Dimetilsulfóxido
11
1 Introdução
1.1 Motivação
Sistemas moleculares estão associados ao desenvolvimento de condutores elétricos orgânicos,
optoeletrônica e magnetos moleculares.1 Uma propriedade indispensável para que um material
molecular seja funcional é a presença de bi-estabilidade eletrônica, que é aptidão do composto
exibir dois ou mais estados eletrônicos diferentes em um certo intervalo de perturbação
externa.2 As moléculas que compõem tais materiais são eletronicamente lábeis, ou seja
possuem diferentes estados eletrônicos estáveis em certas condições termodinâmicas,
podendo-se alternar entre um ou outro estado através de irradiação com luz visível,3; 4 com
raios X,5 mudanças de temperatura e pressão.2; 6 Estas transições eletrônicas são acompanhadas
por alterações reversíveis nas propriedades estruturais, magnéticas e óticas do material.7; 8
Além do desenvolvimento de dispositivos moleculares, o estudo de materiais eletronicamente
lábeis pode contribuir com a melhor compreensão de fenômenos tais como, transferência de
eletrônica, condutividade, magnetismo, absorção de luz e até mesmo reações radicalares
bioinorgânicas.9; 10
12
pela fotossíntese em bactérias azuis. Nelas, a transferência de carga é acompanhada pela
mudança do estado de oxidação do átomo de Fe.15
Tautomeria de valência (TV) em sistemas organometálicos pode ser tratado como uma
transferência intramolecular de elétrons (metal-ligante) acompanhada da mudança de
multiplicidade eletrônica. Em particular, complexos de cobalto coordenados por ligantes do tipo
dioxolenos (tais como 3,5-di-tert-butil-semiquinonato, 3,5-di-tert-butil-catecolato) possuem
estados eletrônicos localizados nos quais o cobalto foi encontrado nas formas Co2+ e Co3+ e os
dioxolenos foram nas formas redox isoméricas semiquinonato (SQ•-) quanto catecolato (Cat2-).
Em casos excepcionais, o balanço entre as energias dos orbitais dos íons metálicos e dos radicais
orgânicos são suficientemente próximos para permitir observações espectroscópicas e
magnéticas em condições de equilíbrio tautomérico do tipo ls-Co3+(SQ•-)(Cat2-) ⇌ hs-Co2+(SQ•-)2
em solução e em estado sólido.10; 16; 17 Nestes casos mudanças no espectro de absorção/emissão
de luz visível e no estado de spin do metal acompanham a transferência de elétrons entre o
metal e o ligante dioxoleno.
Contudo, o mecanismo pelo qual o TV ocorre e os diversos fatores que influenciam essa
propriedade ainda não são totalmente compreendidos. Assim, vários estudos têm focado em
sistemas apresentando TV com combinações distintas de íons metálicos e ligantes, assim como
em diversos arranjos cristalinos destes compostos.
Figura 1 Equilíbrio tautomérico em composto de cobalto e dioxoleno. Durante o equilíbrio o íon Co3+ é
reduzido a Co2+ pelo ligante Cat2- que passa para sua forma radicalar SQ•-.
a) b) c)
14
semiquinonato, 3,5-dbcat = 3,5-di-tert-butil-catecolato, 2,2’-bpy = 2,2’-bipiridida, primeiro
tautômero de valência reportado na literatura.20 Durante a interconversão, ocorre mudança nas
propriedades magnéticas do composto. O ligante diamagnético Cat2- reduz o íon ls-Co3+
resultando em um complexo de hs-Co2+ e do radical paramagnético SQ•-. O centro metálico que
por sua vez é paramagnético no estado ls-Co3+, passa a apresentar acoplamento
antiferromagnético do complexo de hs-Co2+.
15
Compostos de diversos outros metais e ligantes redox-ativos também podem apresentar TV.
Assim, íons de vanádio, magnésio, ferro, cobre, rutênio e itérbio já foram reportados formando
tautômeros de valência. Além disso, várias classes de ligantes redox-ativos foram usadas em
combinação com estes íons metálicos para obter novos tautômeros. Entre essas classes estão
ligantes do tipo dioxoleno (quinonas), diiminas, amino-fenolatos, fenoxil, porfirinas e radicais
policlorotrifenilmetil.18
a)
b)
Substituições podem feitas nos ligantes quinona ou naftoquinona. Na maioria das vezes, essas
substituições visam estabilizar os radicais formados durante o equilíbrio tautomérico. A Figura
5(a, b, c, d)18 mostra alguns exemplos de quinonas substituídas reportados em complexos
16
exibindo TV. Os ligantes também podem ser modificados para apresentar dois sítios quelantes,
o que possibilita a formação de complexos di-nucleares de cobalto. O complexo
[{Co(Me2tpa)}2(diox-spiro-diox)]2+ em que o ligante H2Cat-spiro-CatH2 (Figura 5e) desprotonado
se liga a dois íons cobalto é um exemplo de tautômero de valência bimetálico no qual a
interconversão TV ocorre em duas etapas com um dos núcleos de Co3+ sendo reduzido
primeiro25, tal que:
a) b) c) d) e)
f) g)
17
2 Objetivos do trabalho
Síntese de compostos estruturalmente semelhantes a tautômeros de valência já existentes,
explorando a lausona e o MBHN como potenciais ligantes redox-ativos em complexos mono e
di-nuclear de cobalto respectivamente.
18
3 Principais Técnicas Experimentais Utilizadas
3.1 Cristalização
3.1.1 Purificação
Um dos principais objetivos da cristalização de compostos é a purificação do produto obtido em
uma síntese. Neste caso, o composto desejado precipita de uma solução saturada e é recolhido
por filtração. No processo, impurezas solúveis podem ser lavadas com diferentes solventes,
geralmente resfriados para garantir máximo rendimento. Uma grande quantidade de cristais é
formada rapidamente, geralmente em questão de segundos. Isso faz com que o produto final
seja formado por grãos pouco cristalinos.
Diferentes métodos de cristalização podem ser utilizados para obtenção de cristais para
difração raios X de monocristal.27 Amostras altamente cristalinas podem crescer como resultado
da evaporação do solvente ou do resfriamento da solução. Em ambos os casos, a cristalização é
resultante do aumento da concentração do material que se deseja obter na solução. Métodos
em solução são convenientes para cristalização de compostos inorgânicos, pois usualmente
envolvem pouco ou nenhum aquecimento da amostra, o que diminui a possibilidade de
19
degradação do composto. Neste caso, a cristalização deve ocorrer lentamente, livre da presença
de impurezas sólidas e vibração.
A evaporação lenta de solvente é uma técnica em solução muito comum para obtenção de
amostras para difração de raios X de monocristal. Nela, a velocidade de evaporação do solvente
é controlada. No ponto em que a solução perde solvente o suficiente para se tornar saturada,
núcleos cristalinos começam a se formar. Se a evaporação é lenta o bastante, os núcleos
crescerão lentamente de modo a permitir a ordenação das moléculas que se agregam a sua
superfície, formando cristais maiores e mais ordenados. Mistura de solventes e diferentes fluxos
de evaporação podem ser utilizadas para melhorar a qualidade das amostras. O tempo de
formação de cristais adequados varia de minutos até meses dependendo do sistema utilizado.
A difração de raios X por um cristal pode ser interpretada geometricamente pela construção de
Bragg mostrada na Figura 6.28 Este modelo trata a interação resultante de um feixe de raios X
com um material cristalino como uma reflexão por um conjunto de planos cristalinos descritos
por vetores h=ha*+kb*+lc*, onde (hkl) são números inteiros conhecidos como índices de Miller
e a*, b* e c* são vetores do espaço recíproco. Os feixes espalhados sofrem interferência
construtiva ou destrutiva em função do caminho percorrido dentro do cristal. Na Figura 6 um
feixe de raios X de comprimento de onda 𝜆 incide sobre uma amostra cristalina em um ângulo
𝜃. A condição para que ocorra interferência construtiva é expressa pela Lei de Bragg:
20
Figura 6 Construção de Bragg para a difração de um feixe de raios X por um cristal. Parte do feixe é
absorvido na amostra o que causa diminuição da intensidade de feixe difratado.
Assim, para um feixe de comprimento de onda 𝜆 refletindo sobre um certo conjunto de planos
espaçados de 𝑑ℎ𝑘𝑙 , a interferência construtiva será completa para um dado ângulo de incidência
𝜃. Neste ponto, a intensidade do feixe difratado é máxima e um pico de difração é produzido.
Vários métodos de difração de raios X foram criados baseados no modelo de Bragg, os principais
são discutidos a seguir.
21
Difratograma (NaCl e KCl)
NaCl
Intensidade (u.a.) KCl
2θ
Figura 7 Difratograma para uma mistura 1:1 de NaCl e KCl.
A medida da intensidade dos picos difração (reflexões), assim como sua posição, é de extrema
importância para determinação estrutural. A intensidade de uma reflexão contém informação
sobre fatores de espalhamento atômico (𝑓𝑖 (1/𝑑ℎ𝑘𝑙 )) e sobre o fator de estrutura (𝐹(ℎ𝑘𝑙)).
Estes fatores são utilizados para determinar quais são e como estão distribuídas espacialmente
os átomos contidos na célula unitária de um cristal. Fatores tais como temperatura,
espalhamento múltiplo, absorção, perfeição/defeitos na amostra, polarização do feixe incidente
de raios X, entre outros, também contribuem para intensidade final de uma reflexão ℎ𝑙𝑘 e,
quando for evidenciado a sua relevância, devem ser considerados para correta determinação
estrutural.
Raios X são espalhados por elétrons. A Figura 931 mostra a relação de 𝑓𝑖 com 1/dhkl. 𝑓𝑖 (0) que
reflete o número de elétrons presentes em átomo: átomos pesados possuem alto 𝑓𝑖 e são
facilmente identificados por técnicas de difração de raios X de monocristais, já átomos como o
hidrogênio, chamados “átomo leves”, contribuem pouco para intensidade final difratada.
23
Curva de fi para carbono e oxigênio
9
8
7
6
5
fi (e-)
4 Oxigênio
3 Carbono
2
1
0
0 0.5 1
sinθ/λ
A intensidade também é afetada pela forma em que os átomos estão organizados na célula
unitária de um cristal. As contribuições de 𝑓𝑖 e do posicionamento atômico são levadas em
conta na expressão do chamado fator de estrutura 𝐹(ℎ𝑘𝑙):
𝐹(ℎ𝑙𝑘) = ∑𝑁
𝑗=1 𝑓𝑖 exp[2𝜋𝑖(ℎ𝑥𝑗 + 𝑘𝑦𝑗 + 𝑙𝑧𝑗 )],
1
𝜌(𝑥𝑦𝑧) = 𝑉 ∑ℎ𝑘𝑙 𝐹(ℎ𝑘𝑙) exp[2𝜋𝑖(ℎ𝑥 + 𝑘𝑦 + 𝑙𝑧)].
A Figura 10 mostra o mapa de densidade eletrônica de uma molécula planar gerado por
difração de raios X de monocristal.32
24
Figura 10 Mapa de densidade eletrônica obtido por DRX de monocristal de uma molécula planar.
Tautômeros de valência podem ser estudados por difração de raios X de monocristal com
variação da temperatura. Isso porque durante o equilíbrio ls-Co3+ ⇌ hs-Co2+ a mudança de
estado de oxidação do íon metálico induz uma mudança significante na estrutura cristalina do
material. Os comprimentos de ligação Co2+-L são 0,1 – 0,18 Å maiores que os observados para
Co3+-L.9; 33 As ligações C-O e C-C dos ligantes redox-ativos também se alteram de acordo com o
estado de oxidação dos ligantes (SQ•- ou Cat2-). Valores maiores que 1,34 Å são observados para
ligações C-O do Cat2-, já as ligações C=O da SQ•- possuem comprimentos menores que 1,30 Å.
Adicionalmente, devido a maior aromaticidade do Cat2- frente a SQ•-, o íon Cat2- apresenta
maiores comprimentos de ligação C-C que os encontrados para benzoquinonas substituídas
(1,478(11) Å).34 A ligação C-C vizinha aos dois átomos de oxigênio é mais curta no Cat 2- e é
intermediária no SQ•- em comparação com a benzoquinona substituída.34
A voltametria cíclica pode ser utilizada no estudo de potenciais ligantes redox-ativos para
síntese de novos tautômeros de valência.24 Para isso os valores de tenção nos picos de corrente
catódica e anódica obtidos para os ligantes são comparados aos valores apresentados por
ligantes redox-ativos presentes em tautômeros de valência já conhecidos. Estes valores indicam
a facilidade com que estes ligantes irão reduzir ou oxidar o íon metálico durante o equilíbrio de
TV. Ligantes que apresentam valores de tensão (Epc e Epa) compatíveis com os de um ligante
redox-ativo que coordena ao Co produzindo complexos apresentando TV, indicam grande
potencial para formação de novos tautômeros de valência.
26
4 Métodos
Os equipamentos utilizados na caracterização do ligante orgânico MBHN e dos complexos,
assim como a síntese de cada um dos compostos, são descritos a seguir.
A coleta dos espectros de RMN de 1H e 13C do composto MBHN foi realizada no espectrômetro
Bruker Advance DPX 200. A amostra foi preparada dissolvendo uma pequena quantidade de
composto em DMSO. Um espectro do tipo DEPT (Distortionless Enhancement of Polarisation
Transfer), onde picos positivos são obtidos para carbonos ligados a hidrogênio e picos em fase
negativa são obtidos para carbonos do tipo CH2, também foi obtido para o composto.
Para realização dos experimentos de voltametria cíclica foram preparadas soluções dos
compostos em dimetilsulfóxido (DMSO) na concentração de aproximadamente 1,7 mg∙mL-1, o
sal perclorato de tetrabutilaminio (TBAClO4) foi utilizado como eletrólito de suporte e NaOH
(6M) foi utilizado para desprotonar os ligantes. As medidas foram realizadas em uma célula
química constituída por um eletrodo de trabalho de platina, um eletrodo de referência Ag|AgCl
em solução saturada de KCl e um eletrodo auxiliar também de platina, além de um
potenciômetro Potenciostato/Galvanostato BASi Epsilon.
4.2 Sínteses
28
difração de raios X de policristais. O produto também foi caracterizado por espectroscopia na
região do infravermelho e radiofrequência (RNM).
29
Figura 12 Esquema geral das sínteses realizadas.
30
5 Resultados e Discussão
Esta sessão é dividida em quatro partes. A primeira trata da caracterização do ligante MBHN,
sintetizado a partir da lausona, e reporta a estrutura cristalina de um polimorfo do MBHN até
então inédita na literatura.* A segunda discute as propriedades eletroquímicas dos ligantes
lausona e MBHN e analisa o potencial destes ligantes para a formação de tautômeros de
valência com o cobalto.
*Bravic, Gaultier et al. 41 reportam a estrutura de um polimorfo do MBHN, ou diphtiocol como referido pelos autores, que
cristaliza no grupo de espaço C2/c e não possui ligações de hidrogênio intramolecular.
31
observada a banda característica ao estiramento da ligação C=O (1680 cm-1) e as bandas típicas
do estiramento dos anéis e da dobra das ligações C-H fora do plano (1600 cm-1 a 700 cm-1 ).
νO-H
νC=O
νC C e δC-H
(ppm)
A estrutura cristalina da molécula MBHN é mostrada na Figura 15, juntamente com os dados
cristalográficos obtidos por difração de raios X de monocristal. O composto cristaliza no grupo
de espaço monoclínico P21/c e possui duas moléculas de MBHN por célula unitária. A estrutura
cristalina confirma a presença de ligações de hidrogênio intramolecular, com ambos os grupos
hidroxila agindo como doadores de próton, como indicado pelo espectro de infravermelho.
MBHN
Simetria Monoclínica
Grupo e espaço P21/c
Fórmula molecular C21H12O6
Massa molecular 360,31 g/mol
Temperatura 290 K
Célula unitária a = 13,1194 (7) Å
b = 7,9871(3) Å
c = 7,3817(7) Å
β = 98,238(8)°
R (reflexões) 0,0537 (2478)
(a) (b)
Figura 15 (a) Estrutura cristalina e dados cristalográficos do composto MBHN, (b) dados cristalográficos
para o ligante MBHN.
MBHN (Experimental)
MBHN (Calculado)
Intensidade (u.a.)
2θ
Figura 16 Difratogramas experimental (vermelho) e calculado (preto) para o MBHN.
Os valores de tensão em Epc e Epa podem ser tratados como aproximações dos potenciais de
redução e oxidação dos ligantes. Estes valores trazem informações sobre a facilidade com que
os ligantes podem oxidar ou reduzir o íon cobalto durante o equilíbrio de TV. Para que ocorra a
formação de tautômeros de valência com o íon cobalto, os potenciais redox dos ligantes devem
ser próximos aos daqueles apresentados pelo 3,5-dbsq. As curvas de voltametria cíclica da
lausona e do MBHN são mostradas na Figura 17.
34
Lausona
MBHN
3,5-dbsq
Figura 17 Voltamogramas cíclicos da lausona (verde), MBHN (vermelho) e 3,5-dbsq (azul) obtidos em
eletrodo Ag|AgCl em KCl saturado e velocidade de varredura de 100 mV · s−1.
35
O primeiro potencial de redução do 3,5-dbsq está associado à formação da espécie radicalar
SQ•-, formada a partir da quinona neutra e o segundo pico corresponde a redução da radical
para formação do Cat2-. Em um equilíbrio de TV do tipo: ls-Co3+(SQ•-)(Cat2-) ⇌ hs-Co2+(SQ•-)2, o
ligante SQ•- se reduz a Cat2- oxidando o metal. Assim, espera-se que os primeiros potenciais de
redução dos ligantes analisados, Lau- → Lau•- e Lau--CH2-Lau- → Lau--CH2-Lau•-, estejam próximos
ao segundo potencial de redução da quinona, SQ•- → Cat2-, para que a oxidação do metal ocorra
durante o equilíbrio TV. Contudo, os primeiros potenciais de redução do ânion Lau- e do MBHN2-
são mais negativos (< -1,4 V) que o potencial observado para a segunda redução da quinona
(formação da espécie Cat2- – ~1,2 V). Idealmente, estes potenciais deveriam estar mais
próximos ao do 3,5-dbsq para que a formação de tautômeros de valência fosse observada.
[Co(Lau)2(TMEDA)]H2O
Simetria Monoclínica
Grupo e espaço P21/c
Fórmula molecular CoC26H26N2O6H2O
Massa molecular (g/mol) 539,5 g/mol
Temperatura 120 K
Célula unitária a = 7,6821(2) Å
b = 19,2603 (5) Å
c = 16,5705 (5) Å
β = 101,734(3)°
R (reflexões) 0,0482 (3572)
36
Neste composto a molécula de água conecta os grupos Lau- de moléculas vizinhas por ligações
de hidrogênio entre os átomos 07-H1O5 e 07-H2O2i (i = x, -y+1/2, z-1/2) formando cadeias
moleculares que crescem ao longo do eixo c (Figura 19). Os grupos Lau- de moléculas vizinhas
apresentam interações do tipo π-stakingstacking entre si. Essas interações conectam as cadeias
moleculares formando redes 2D’s que se empilham dando origem a estrutura 3D do cristal.
Figura 19 Crecimento da cadeia molecular ao longo do eixo c por ligações de hidrogênio com a água.
37
As distâncias Co-L encontrados a 290 K e 120 K são em média 2.11(6) Å e 2.12(6) Å
respectivamente, valores típicos de ligações com o íon Co2+. Ou seja, durante o refriamento ,não
foi possível observar mudança significativa nos comprimentos de ligação Co-L, como seria
esperado caso uma transição de TV ocorresse. Também não houve mudança significativa nos
parâmetros de rede do cristal ou em seu volume (2476,9 Å3 a 290K e 2392 Å3 a 90 K),
confirmando que o íon cobalto permanece no estado de oxidação 2+ na faixa de temperatura
analisada (90 – 120 K). Apenas uma dilatação linear da célula é observada com o aumento da
temperatura, como mostrado na Figura 21.
2480
Volume (Å3)
2460
2440
2420
2400
2380
0 200 400
Temperatura (K)
38
[Co2(MBHN)2(Fen)2].CH2Cl2.2H2O
Simetria Monoclínica
Grupo e espaço P21/n
Fórmula molecular C66H36Co2N4O12CH2Cl22H2O
Massa molecular (g/mol) 994,689 g/mol
Temperatura 120 K
Célula unitária a = 12,3170 (4) Å
b = 12,6380 (3) Å
c = 20,1890 (4) Å
α = 90 °
β = 92,509 °
γ = 90 °
R (reflexões) 0,1128 (3292)
Figura 22 (a) Estrutura cristalina e (b) dados cristalográficos para o complexo [Co 2(MBHN)2(Fen)4].
Neste composto os anéis aromáticos presentes nos ligantes MBHN-2 estão envolvidos em
interações do tipo π-staking. Os ligantes fenantrolina de moléculas vizinhas também fazem
interações deste tipo. As interações π-staking dão, portanto, origem a estrutura 3D do
composto. A Figura 23 mostra o crescimento a cadeia molecular ao longo do eixo a pelo π-
staking dos ligantes fenantrolina.
Figura 23 Ilustração da interação π-staking entre parte do grupo MBHN2- de moléculas vizinhas.
39
nesta temperatura são em média 2.11(4) Å, valor típico para ligações com o íon Co2+. Sendo
assim, até 120 K não foi possível observar mudança no estado de oxidação do íon cobalto, que
permanece como Co2+. Portanto, não a indícios da ocorrência de tautomerismo de valência até
a temperatura analisada.
Este comportamento mostra que o ligante MBHN, assim como a lausona, não é capaz de oxidar
o íon Co2+ formando complexos que apresentem TV, como previsto pelas medidas de
voltametria cíclica. Outros fatores como a reversibilidade da oxirredução podem ter um papel
importante no comportamento tautomérico do composto. Já que é necessário que ocorra tanto
a oxidação do íon Co2+ quanto a redução do íon Co3+ no equilíbrio de TV, os dois processos
devem ser igualmente favoráveis em condições externas específicas. Portanto, ligantes que
apresentem os picos de corrente catódicos e anódicos em potenciais próximos aos dos picos de
corrente do ligante redox ativo de referência (3,5-dbsq) seriam ideais para formação de novos
tautômeros.
40
6 Conclusões
O ligante MBHN foi sintetizado a partir da lausona e o produto obtido foi caracterizado por
espectroscopias na região de radiofrequência e infravermelho, assim como difração de raios X
de pó e monocristal. As análises confirmam o sucesso da síntese. Adicionalmente, os espectros
de infravermelho e a estrutura cristalina do composto mostram a existência de ligações de
hidrogênio intramolecular, formando uma estrutura tridimensional diferente da reportada
anteriormente na literatura.
41
tautômeros de valência entre Co e MBHN, a carga sobre o íon cobalto é modulada pelas
propriedades eletrônicas do coligantes nitrogenados. Então, teoricamente, a escolha de um
ligante nitrogenado apropriado, poderia levar à formação de novos tautômeros.
42
7 Referências
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Memory Devices. Science, v. 279, n. 5347, p. 44-48, 1998. Disponível em: <
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43
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48
48 OKU, H.; KATO, T.; ISHIGURO, K. Antipruritic Effects of 1, 4-Naphthoquinones and
Related Compounds. Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 25, n. 1, p. 137-139,
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49 ISHIGURO, K.; OKU, N.; KATO, T. Naphthoaquinone derivatives for the treatment of
allergies. Jpn. Kokai Tokkyo Koho. Japan. JP 2000239161 A 2000.
49
Anexo I – Dados Cristalográficos do MBHN
Cristal e equipamento
b = 7,9871(2) Å -17 ≤ h ≤ 17
c = 7,3817(4) Å -10 ≤ k ≤ 10
β = 98,238(4)⁰ 10 ≤ l ≤ 10
Z 2 Rint 0,0662
50
Refinamento
Restrições 2
x y z U(eq)
51
C(17) 5144(3) 3605(6) 3306(7) 36(1)
C(18) 6332(3) -1295(6) 4493(6) 37(1)
C(19) -395(3) 3197(5) 2172(6) 30(1)
C(20) 5347(3) -1106(5) 3515(6) 33(1)
52
O(5)-C(14)-C(3) 120.0(4)
C(19)-C(14)-C(3) 117.3(4)
C(5)-C(15)-C(1) 120.6(4)
C(5)-C(16)-C(19) 120.3(4)
O(6)-C(17)-C(11) 123.0(4)
O(6)-C(17)-C(9) 120.1(4)
C(11)-C(17)-C(9) 116.8(4)
C(21)-C(18)-C(20) 120.1(4)
C(16)-C(19)-C(12) 119.6(4)
C(16)-C(19)-C(14) 119.6(4)
C(12)-C(19)-C(14) 120.9(4)
C(2)-C(20)-C(18) 119.6(4)
C(18)-C(21)-C(7) 120.2(4)
Ligações de hidrogênio
54
Anexo II – Dados Cristalográficos do [Co(Lau)2(TMEDA)].H2O
Cristal e equipamento
b = 19,2603(5) Å -9 ≤ h ≤ 8
c = 16.5705(5) Å -21 ≤ k ≤ 22
β = 101,734(3) ⁰ -18 ≤ l ≤ 19
Z 4 Rint 0,0468
55
Refinamento
Restrições 51
x y z U(eq)
56
C(12) 6939(3) 861(1) 6299(2) 28(1)
C(14) 8367(4) -140(2) 5750(2) 34(1)
C(9) 4262(4) 4484(2) 6448(2) 37(1)
C(10) 4394(3) 4088(1) 5765(2) 28(1)
C(6) 2400(4) 4855(1) 4891(2) 35(1)
C(4) 3616(3) 3831(1) 4250(2) 32(1)
C(8) 3171(4) 5062(2) 6352(2) 43(1)
C(16) 6824(4) 1226(2) 5478(2) 38(1)
C(7) 2249(4) 5244(2) 5577(2) 40(1)
C(20) 4006(3) 711(1) 6677(2) 32(1)
C(22) 11018(4) 2297(2) 5889(3) 52(1)
C(23) 8848(5) 1704(2) 8241(2) 47(1)
C(21) 9935(5) 3433(2) 5984(4) 80(2)
C(24) 7910(8) 2872(2) 8257(2) 79(2)
O(7) 709(4) 5129(2) 2735(2) 64(1)
Co(1)-O(4) 2.0414(19)
Co(1)-O(1) 2.060(2)
Co(1)-O(2) 2.1211(18)
Co(1)-O(3) 2.1524(19)
Co(1)-N(1) 2.175(3)
Co(1)-N(2) 2.186(2)
O(1)-C(2) 1.279(3)
57
O(2) 34(1) 25(1) 35(1) 0(1) 5(1) 2(1)
O(4) 37(1) 24(1) 50(1) -2(1) 12(1) -2(1)
O(6) 46(1) 40(1) 36(1) 5(1) 4(1) 4(1)
O(3) 33(1) 25(1) 44(1) -1(1) 8(1) -1(1)
N(1) 47(1) 36(1) 35(1) 5(1) 2(1) -9(1)
N(2) 34(1) 51(2) 40(1) -8(1) 11(1) -8(1)
C(1) 23(1) 26(1) 36(2) 2(1) 6(1) -6(1)
C(18) 33(1) 24(1) 26(1) 4(1) 0(1) -1(1)
C(11) 34(1) 26(1) 34(1) 2(1) 2(1) 1(1)
C(19) 31(1) 31(1) 33(1) 5(1) 3(1) -3(1)
C(3) 32(1) 30(1) 34(2) -4(1) 7(1) -2(1)
C(13) 32(1) 25(1) 29(1) 4(1) 3(1) 1(1)
C(17) 41(2) 27(1) 34(2) 2(1) 4(1) -4(1)
C(5) 23(1) 25(1) 40(2) 2(1) 8(1) -4(1)
C(2) 26(1) 26(1) 37(2) 0(1) 8(1) -2(1)
C(15) 43(2) 30(1) 43(2) -1(1) 11(1) 5(1)
C(12) 31(1) 24(1) 28(1) 5(1) -1(1) -2(1)
C(14) 35(1) 30(1) 38(2) 2(1) 8(1) -1(1)
C(9) 39(1) 31(1) 38(2) -4(1) 2(1) -1(1)
C(10) 26(1) 22(1) 36(1) 1(1) 5(1) -3(1)
C(6) 32(1) 29(1) 42(2) 6(1) 3(1) -1(1)
C(4) 30(1) 32(1) 35(2) 5(1) 7(1) -4(1)
C(8) 45(2) 35(2) 47(2) -11(1) 5(1) 5(1)
C(16) 50(2) 26(1) 38(2) -2(1) 10(1) 1(1)
C(7) 37(1) 28(1) 53(2) -4(1) 6(1) 5(1)
C(20) 30(1) 29(1) 37(2) 3(1) 6(1) 2(1)
C(22) 43(2) 40(2) 79(3) 6(2) 25(2) 6(1)
C(23) 59(2) 36(2) 43(2) 6(1) 7(2) 4(1)
C(21) 67(2) 31(2) 164(5) -7(2) 73(3) -12(2)
C(24) 156(5) 42(2) 32(2) -4(2) 1(2) 26(2)
O(7) 71(2) 71(2) 53(2) 12(1) 20(1) 25(1)
Ligações de hidrogênio
59
Anexo III – Dados Cristalográficos do [Co(MBHN)2(Fen)2].CH2CL2.2H2O
A baixa qualidade da amostra medida permitiu apenas que fosse realizado um refinamento
preliminar para o complexo. O foco foi determinar as posições atômicas e observar a
coordenação e comprimentos de ligação dos ligantes com o cobalto. Experimentos estão sendo
realizados para obtenção de amostras monocristalinas de melhor qualidade.
60
Cristal e equipamento
c = 20,189(4) Å -15 ≤ k ≤ 15
β = 92,51(4)⁰ 23 ≤ l ≤ 25
Z 4 Rint 0,1326
Refinamento
Restrições 0
61
Coordenadas Atômicas e deslocamentos anisotrópicos equivalentes
x y z
Co(1) 3080(1) 1517(1) 554(1)
C(1) 4411(6) 2669(6) -321(4)
N(1) 1647(6) 1588(5) 1072(4)
O(1) 4340(4) 1750(4) -49(3)
C(2) 5090(6) 2953(6) -786(4)
N(2) 1906(5) 1314(4) -233(4)
O(2) 2994(5) 3181(4) 357(3)
C(3) 5128(7) 4022(6) -1053(4)
O(3) 5758(5) 4293(4) -1483(3)
C(4) 4341(7) 4829(6) -799(5)
O(4) 4197(5) 1646(4) 1390(3)
C(5) 4343(8) 5859(6) -1052(5)
O(5) 3397(4) -22(4) 752(3)
C(6) 3582(8) 6576(6) -836(5)
O(6) 5865(5) -2139(4) 2010(3)
C(7) 2856(8) 6287(6) -374(5)
C(8) 2858(8) 5291(7) -120(5)
C(9) 3600(7) 4561(6) -330(5)
C(10) 3611(7) 3478(6) -69(4)
C(11) 4181(6) -195(6) 1194(4)
C(12) 4588(7) -1183(6) 1361(4)
C(13) 5911(7) 2166(6) -1038(5)
C(14) 5469(7) -1265(6) 1855(4)
C(15) 5944(7) -294(6) 2179(4)
C(16) 6826(9) -392(8) 2613(4)
C(17) 7299(9) 515(9) 2912(5)
C(18) 6884(8) 1512(7) 2746(5)
C(19) 5993(8) 1598(7) 2333(5)
C(20) 5525(7) 701(6) 2025(4)
C(21) 4625(6) 774(6) 1537(4)
C(22) 1544(10) 1661(7) 1719(5)
C(23) 544(13) 1690(8) 1996(7)
C(24) -354(11) 1643(7) 1614(7)
C(25) -300(8) 1518(6) 920(6)
C(26) -1197(9) 1387(7) 505(8)
C(27) -1106(8) 1250(7) -163(9)
C(28) -29(7) 1237(6) -450(6)
62
C(29) 140(9) 1097(7) -1110(6)
C(30) 1179(10) 1071(7) -1328(6)
C(31) 2042(8) 1173(7) -871(5)
C(32) 860(6) 1353(5) -19(5)
C(33) 732(8) 1501(6) 681(5)
OW1 6190(5) 851(4) 520(3)
Cl(2) 9787(6) 5707(5) -883(5)
Cl(1) 8661(6) 3794(6) -1396(5)
C(34) 9992(19) 4174(19) -790(30)
O(7) -2359(11) 1030(10) -2446(6)
C(35) -1148(19) 855(13) -2567(8)
Co(1)-O(5) 2.020(5)
Co(1)-O(1) 2.035(5)
Co(1)-N(1) 2.095(7)
Co(1)-N(2) 2.118(7)
Co(1)-O(4) 2.137(7)
63
Anexo IV – RMN 1H do MBHN
64