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SESSÃO 1- PBL – NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM

ALUNA: MARIANA GRAÇA


TURMA D2
N. 50047673

ESTRESSE AGUDO E COGNIÇÃO

O estresse é um estado de ameaça ao equilíbrio do organismo provocado por um estímulo


psicológico, ambiental ou fisiológico (Liu, Wang, & Chiang, 2017). Apesar de ser considerado
como um estado de ameaça para o indivíduo, o estresse pode ser considerado benéfico, se o
indivíduo possuir capacidade de lidar com tais circunstâncias consideradas ameaçadoras. Isto
porque, o estresse é parte integrante da vida. O estresse é uma resposta natural do organismo
a situações desafiadoras ou ameaçadoras.

Um dos fatores que influenciam os efeitos cognitivos do estresse é a intensidade do estresse.


Quanto mais intenso for o estresse enfrentado, maior pode ser o impacto negativo na nossa
capacidade de concentração, memória e tomada de decisões. Além disso, a origem do
estresse também desempenha um papel importante. Situações estressantes consideradas
mais traumáticas ou ameaçadoras podem ter um impacto mais significativo na nossa cognição.
Eventos traumáticos, podem levar a sintomas de estresse pós-traumático que afetam
negativamente nossa capacidade de processar informações e lidar com situações cotidianas.

Nesse sentido, o estresse pode ser agudo ou crônico. Para definir os efeitos cognitivos do
stress estão a intensidade ou magnitude do stress, a sua origem (ou seja, se é desencadeada
pela tarefa ou externamente) e a sua duração (ou seja, se é aguda ou crónica). (Carmem
Sandi, Revisões interdisciplinares de Wiley: Ciência Cognitiva 4 (3), 245-261, 2013 . No
entanto, no estresse cronico, todo o organismo permanece num estado de hipervigilância que
pode ter efeitos sobre a própria resposta ao estresse e sobre outros órgãos e sistemas.
(Payne,2014).i

Portanto, é importante ressaltar que nem todos os efeitos do estresse na cognição são
negativos. Em certos casos, o estresse pode até mesmo facilitar o desempenho cognitivo. Em
situações de perigo iminente, o estresse pode aumentar nossa atenção e foco. A visão
emergente é que o estresse leve tende a facilitar a função cognitiva, particularmente na
memória implícita ou em tarefas declarativas simples ou quando a carga cognitiva não é
excessiva. (Carmem Sandi, Revisões interdisciplinares de Wiley: Ciência Cognitiva 4 (3), 245-
261, 2013)

A exposição ao estresse alto ou muito alto de forma aguda (seja provocada pela tarefa
cognitiva ou experimentada antes de ser treinado ou testado na tarefa) ou cronicamente
prejudica a formação de memórias explícitas e, mais geralmente, daquelas que exigem
raciocínio complexo e flexível (como normalmente observado para funções relacionadas ao
hipocampo e ao córtex pré-frontal) enquanto melhora o desempenho da memória implícita e
tarefas bem ensaiadas (conforme relatado para tarefas de condicionamento dependentes da
amígdala e para processos relacionados ao estriado). Além destes princípios gerais, existem
diferenças individuais importantes no impacto cognitivo do stress, sendo o género e a idade
factores particularmente influentes. (WIREs Cogn Sci2013, 4:245–261. doi: 10.1002/wcs.1222)

Contudo, se esses desafios estressantes se tornam maiores em magnitude ou muito


prolongados no tempo, o preço a pagar pela atividade mantida destes sistemas de resposta
pode ser muito elevado (Deak, Kudinova, Lovelock, Gibb, & Hennessy, 2017). Dessa forma, a
cognição pode ser afetada pelo estresse, a depender da intensidade, origem e duração que
esses mecanismos adaptativos ameaçam os indivíduos ao lidar com o evento estressante.
Podendo afetar a cognição de diferentes maneiras, podem ser facilitadores ou prejudiciais,
dependendo de uma combinação de fatores relacionados ao estresse e à função cognitiva em
estudo.

Em suma, o estresse pode afetar nossa cognição de várias maneiras, e o resultado desse
impacto depende de uma combinação de fatores, como a intensidade do estresse e sua
origem. Compreender esses fatores é essencial para compreender como o estresse pode
influenciar nossa capacidade de pensar, aprender e tomar decisões.
i
BIBLIOGRAFIAS
(Liu, Wang, & Chiang, 2017)
(Carmem Sandi, Revisões interdisciplinares de Wiley: Ciência Cognitiva 4 (3), 245-261, 2013
.(Payne,2014).
(WIREs Cogn Sci2013, 4:245–261. doi: 10.1002/wcs.1222)
(Deak, Kudinova, Lovelock, Gibb, & Hennessy, 2017).

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