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Vamos entender o que mudou, mas antes é preciso fazer uma breve revisão
sobre o tema.
As pessoas jurídicas de direito público dividem-se São pessoas jurídicas de direito privado:
em: I - as associações;
II - as sociedades (simples ou empresárias);
1.1) Pessoas de direito publico INTERNO: III - as fundações;
• União, Estados, Distrito Federal, Municípios e IV - as organizações religiosas;
Territórios; V - os partidos políticos;
• as autarquias (incluindo as associações públicas); VI - as EIRELI (empresas individuais de
• as demais entidades de caráter público criadas responsabilidade limitada).
por lei. Ex: fundações públicas.
Obs: a doutrina afirma que esse rol, previsto no
1.2) Pessoas de direito publico EXTERNO: art. 44 do CC, é exemplificativo, podendo ser
• Estados estrangeiros. Exs: Alemanha, EUA. reconhecidas outras pessoas jurídicas de direito
• Pessoas que forem regidas pelo direito privado (enunciado 144 da Jornada de Direito
internacional público. Exs:ONU, OIT, Santa Sé. Civil).
FUNDAÇÕES PRIVADAS
Espécies de fundações
Existem duas espécies de fundações:
b) Fundações PRIVADAS
A fundação privada é...
- uma pessoa jurídica de direito privado
- criada por iniciativa de um particular (um grupo de particulares)
- que decide separar um patrimônio (dinheiro, imóveis etc.)
- e destiná-lo (afetá-lo) para que seja utilizado
- na realização de determinada finalidade de interesse coletivo.
Ex: João, indivíduo milionário, decide instituir uma fundação para ajudar
crianças carentes (assistência social). Para isso, ele vai até um cartório de
Tabelionato de Notas e, por meio de escritura pública, doa R$ 5 milhões para
custear a fundação (é chamado de dotação especial de bens livres). Em
seguida, o próprio instituidor, ou alguém a seu pedido, elabora o estatuto da
fundação especificando o fim a que se destina e a maneira de administrá-la.
Esse estatuto é submetido à análise do Ministério Público, que poderá aprová-
lo ou não. Imaginemos que o MP aprovou. A partir daí, o estatuto é registrado
no cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ) e a fundação passa a
ter existência legal.
Parágrafo único. A fundação somente poderá Parágrafo único. A fundação somente poderá
constituir-se para fins religiosos, morais, culturais constituir-se para fins de:
ou de assistência. I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio
histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio
ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, modernização de
sistemas de gestão, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da
democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas;
Enunciado 9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, parágrafo único, deve ser
interpretado de modo a excluir apenas as fundações com fins lucrativos.
Desse modo, a alteração foi interessante como uma forma de deixar expressa
essa possibilidade. No entanto, como já dito, representa apenas a consagração
de algo que já era pacífico na doutrina.
Desse modo, por isso, mesmo antes da alteração da Lei n.° 13.151/2015, por
força de decisão do STF, a atribuição para fiscalizar as fundações privadas
localizadas no DF já era do MPDFT.
A Lei n.° 13.151/2015 corrige a falha do Código Civil e se adequa ao que foi
decidido pelo STF, deixando claro que se a fundação privada funcionar no
Distrito Federal ou em Território caberá o encargo ao MPDFT.
Obs: esse art. 66 do CC não exclui (não impede) que o MPF fiscalize as
fundações públicas que forem instituídas pela Administração Pública federal ou
que recebam recursos federais. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Nesse sentido:
Enunciado 147 – Art. 66: A expressão “por mais de um Estado”, contida no §
2o do art. 66, não exclui o Distrito Federal e os Territórios. A atribuição de
velar pelas fundações, prevista no art.
66 e seus parágrafos, ao MP local – isto é, dos Estados, DF e Territórios onde
situadas – não exclui a necessidade de fiscalização de tais pessoas jurídicas
pelo MPF, quando se tratar de fundações instituídas ou mantidas pela União,
autarquia ou empresa pública federal, ou que destas recebam verbas, nos
termos da Constituição, da LC n. 75/93 e da Lei de Improbidade.
a) não remunerar, por qualquer forma, seus a) não remunerar, por qualquer forma, seus
dirigentes pelos serviços prestados; dirigentes pelos serviços prestados, exceto no
caso de associações assistenciais ou
fundações, sem fins lucrativos, cujos
dirigentes poderão ser remunerados, desde
que atuem efetivamente na gestão executiva,
respeitados como limites máximos os valores
praticados pelo mercado na região
correspondente à sua área de atuação,
devendo seu valor ser fixado pelo órgão de
deliberação superior da entidade, registrado
em ata, com comunicação ao Ministério
Público, no caso das fundações;
Essa qualificação de “utilidade pública” pode ser dada tanto pela União, como
pelos Estados e Municípios. Cada ente tem a sua legislação na qual especifica
os requisitos necessários para que a fundação possa receber o título.
(...) (...)
c) que os cargos de sua diretoria, conselhos fiscais, c) que os cargos de sua diretoria, conselhos fiscais,
deliberativos ou consultivos não são remunerados. deliberativos ou consultivos não são
remunerados, exceto no caso de associações
assistenciais ou fundações, sem fins
lucrativos, cujos dirigentes poderão ser
remunerados, desde que atuem efetivamente
na gestão executiva, respeitados como limites
máximos os valores praticados pelo mercado
na região correspondente à sua área de
atuação, devendo seu valor ser fixado pelo
órgão de deliberação superior da entidade,
registrado em ata, com comunicação ao
Ministério Público, no caso das fundações.
Art. 29. A entidade beneficente certificada na Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma
forma do Capítulo II fará jus à isenção do do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das
pagamento das contribuições de que tratam os contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei
arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que
1991, desde que atenda, cumulativamente, aos atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:
seguintes requisitos:
I - não percebam seus diretores, conselheiros,
I - não percebam, seus dirigentes estatutários, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração,
conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente,
remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou por qualquer forma ou título, em razão das
indiretamente, por qualquer forma ou título, em competências, funções ou atividades que lhes
razão das competências, funções ou atividades que sejam atribuídas pelos respectivos atos
lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos, exceto no caso de associações
constitutivos; assistenciais ou fundações, sem fins
lucrativos, cujos dirigentes poderão ser
(...) remunerados, desde que atuem efetivamente
na gestão executiva, respeitados como limites
§ 1º A exigência a que se refere o inciso I do caput máximos os valores praticados pelo mercado
não impede: na região correspondente à sua área de
I - a remuneração aos diretores não estatutários atuação, devendo seu valor ser fixado pelo
que tenham vínculo empregatício; órgão de deliberação superior da entidade,
II - a remuneração aos dirigentes estatutários, registrado em ata, com comunicação ao
desde que recebam remuneração inferior, em seu Ministério Público, no caso das fundações;
valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite
estabelecido para a remuneração de servidores do
Poder Executivo federal.
O § 1º do art. 29 da Lei n.° Lei n.° 12.101/2009 continua em vigor e não foi
alterado pela Lei n.° 13.151/2015, o que poderá gerar dúvidas porque a nova
redação do inciso I do art. 29 é mais ampla e permissiva que esse § 1º. O
ideal seria que o § 1º tivesse sido revogado.