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Semana do Edital | 40º Exame de Ordem

Direito Empresarial na OAB

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1ª FASE OAB | 40° EXAME

Direito Empresarial

Sumário

1. Aula dia 05/01/2024 – Títulos de Crédito: Princípios e Atos Cambiários ..............5


1.1. Considerações iniciais ..................................................................................5
1.2. Características e princípios...........................................................................5
1.3. Atos cambiários: Decreto-Lei nº 57.663/66...................................................7
2. Aula dia 09/01/2024 – Treino de questões ..........................................................11

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1. Aula dia 05/01/2024 – Títulos de Crédito: Princípios e


Atos Cambiários

1.1. Considerações iniciais


Os títulos de crédito são os documentos necessários ao exercício do direito literal e
autônomo, que produzem efeitos desde que preencham os requisitos legais. É daí que nascem,
inclusive, os três princípios basilares aos títulos de crédito: cartularidade, literalidade e
autonomia, e que em breve serão estudados.
Os títulos de créditos são pautados na confiança e na boa-fé, uma vez que consistem em
um direito ao recebimento de uma prestação futura. Além disso, o Código Civil funciona como
uma teoria geral para os chamados títulos atípicos ou inominados, ou seja, para os títulos que
não possuem lei específica que os descreva, a regulação está nos arts. 887 a 926 do CC.
Por outro lado, temos os títulos típicos ou nominados, que são os que possuem lei
especial os definindo. Como exemplo de títulos típicos ou nominados, tem-se a duplicata, a letra
de câmbio, a nota promissória e o cheque. Ainda, em relação a estes, o Código Civil apenas é
aplicado em caso de lacuna na legislação especial ou quando compatível com esta.
Assim, verifica-se que as normas contidas no Código Civil são de aplicação supletiva,
destinando-se a suprir o vácuo existente no regramento jurídico específico. Ressalta-se que as
normas constantes no Código Civil não possuem o condão de afastar ou revogar a incidência do
disposto nas leis especiais.
Pode-se dizer, ainda, que a aplicação do Código Civil é apenas quando a lei cria um novo
título e não a disciplina exaustivamente, nem nomeia outra legislação cambial como fonte
supletiva para regê-lo.

1.2. Características e princípios


Conforme já mencionado, o título de crédito é documento necessário ao exercício do
direito literal e autônomo nele contido, somente produzindo efeitos quando preenchidos os
requisitos previstos na lei. A partir do conceito dos títulos de crédito, extraem-se suas principais
características. A primeira delas é a sua natureza essencialmente comercial, sendo que o
direito cambiário é conhecido como sub-ramo específico do Direito Empresarial por ser

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desenvolvido com a finalidade de conferir aos títulos de crédito as prerrogativas necessárias para
o cumprimento de sua função primordial – a circulação de riqueza com segurança.
Além disso, tem-se que os títulos de crédito são documentos formais, haja vista a
necessidade de observação dos requisitos essenciais previstos na legislação cambiária; são
considerados bens móveis, por se sujeitarem aos princípios basilares da circulação de tais
bens, como, por exemplo, o princípio que prescreve que a posse de boa-fé possui valor de
propriedade; são títulos de apresentação, tendo em vista serem documentos essenciais para
o exercício do direito nele previsto. Ainda, os títulos de crédito são títulos executivos
extrajudiciais, pois contêm obrigações líquidas e certas.

1.2.1. Princípio da cartularidade


O próprio conceito trazido pelo Código Civil de 2002 de que o título de crédito é um
documento necessário ao exercício do direito literal nele mencionado é uma clara referência ao
princípio da cartularidade, que pressupõe que, para o exercício de qualquer direito representado
no título, é imprescindível a sua posse legítima.
Assim, tem-se que o titular do crédito representado na cártula deve estar na posse
desta, sendo que este é, inclusive, o modo para comprovação da própria existência e
exigibilidade do crédito.

1.2.2. Princípio da literalidade


De acordo com esse princípio, o título de crédito vale pelo que tem escrito nele, ou seja,
somente os atos que são lançados na própria cártula produzem efeitos jurídicos.
O princípio da literalidade concede segurança às partes da relação cambial da exata
correspondência entre o teor do título e o direito que ele representa. Assim, tem-se que o credor
pode exigir tudo o que estiver expresso na cártula, do mesmo modo que o devedor tem o direito
de pagar somente o que estiver manifesto no título.

1.2.3. Princípio da autonomia


Segundo o princípio da autonomia, o título de crédito é um documento constitutivo de
um direito novo, autônomo, originário e totalmente desvinculado da relação que lhe originou.

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Dessa forma, evidencia-se que o direito representado em um título de crédito é autônomo


porque a sua posse legítima caracteriza a existência de um direito próprio, insuscetível a ser
contaminado por vícios de relações anteriores.
No mais, importante ressaltar dois princípios decorrentes do princípio da autonomia: o
princípio da abstração e o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro
de boa-fé. Tais princípios são chamados por alguns autores de subprincípios, por entenderem
que estes não trazem uma ideia nova em relação à autonomia, mas apenas uma outra forma de
encará-la.
O princípio da abstração dispõe que, quando o título circula, ele se desvincula da
relação que lhe originou. Assim, tem-se que, enquanto o título está na relação cambiária que
lhe originou, existe uma vinculação entre esta relação e a origem do título, mas quando o título
é, por exemplo, endossado, a relação que originou a cártula não mais interessa.
Já o princípio da inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé é a exata
manifestação do princípio da autonomia. Isto porque a atuação deste princípio preceitua que o
portador do título de boa-fé não será prejudicado por eventuais vícios que a relação
originária do negócio jurídico venha a ter. Os vícios constantes na relação originária apenas
podem ser considerados nesta relação cambial, entre os sujeitos participantes desta. Quando o
terceiro adquire o título, de boa-fé, este o adquire sem sujeição a vícios da relação cambiária
principal. Dessa forma, o portador do título não pode ser atingido por defesas relativas ao
negócio jurídico do qual ele não participou.

1.3. Atos cambiários: Decreto-Lei nº 57.663/66

Letra de câmbio Nota promissória

3 anos contra aceitante/avalista, a 3 anos contra emitente/avalista, a


contar do vencimento - art. 70 da LUG contar do vencimento - art. 70 da LUG

1 ano tomador contra endossante, a 1 ano tomador contra endossantes, a


contar do protesto - art. 70 da LUG contar do protesto - art. 70 da LUG

6 meses para regresso, a contar do 6 meses para regresso, a contar da


pagamento - art. 70 da LUG data do pagamento - art. 70 da LUG

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Cheque - Lei 7.357/85 Duplicata - Lei 5.474/68

6 meses contra emitente/avalista, a


contar da apresentação - art. 59 3 anos contra o sacado e avalistas, a
(prazo apresentação: 30 dias mesma contar do pagamento - art. 18, inciso I
praça / 60 dias praça diferente - a
contar da emissão)

1 ano contra endossantes, a contar do


6 meses para regresso contra demais protesto - art. 18, II
coobrigados, a contar da data do
pagamento - art. 59, parágrafo único

1 ano para regresso, a contar da data


2 anos para ação de locupletamento do pagamento - art. 18, III
ilícito, a contar da prescrição - art. 61

Aval

Principais atos

Endosso Aceite

1.3.1. Endosso
Art. 11 e seguintes da LUG.
• Transmissão;
• Garantia;
• Cuidar cláusula “sem garantia”;
• Regra: verso;
• Anverso: com indicação do ato.

1.3.2. Tipo de endosso


• Parcial: nulo;

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• Em preto/em branco;
• Caução;
• Mandato;
• Póstumo.

1.3.2.1. Endossos próprios


Em branco:
• Tradição;
• Circula ao portador;
• Pode ser transformado em preto;
• Pode ser transferido em branco (não há responsabilidade).

Em preto:
• Identifica beneficiário;
• Transmissão por endosso.

1.3.2.2. Endossos impróprios

Mandato

Caução Póstumo

1.3.2.3. Endossos mandato


Artigo 18, LUG: “Para cobrança” “valor a cobrar” “por procuração”.

Súmula 475 do STJ: responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o


endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal
extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes
e avalistas.

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Súmula 476 do STJ: o endossatário de título de crédito por endosso-mandato só


responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de
mandatário.

1.3.2.4. Endossos caução


• Endosso pignoratício;
• Art. 19, LUG;
• “Valor em garantia” “valor em penhor”;
• Pagamento da dívida: resgato o título.

1.3.2.5. Endossos póstumo/tardio

Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso
anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois
de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma
cessão ordinária de créditos.

• Pós protesto do título;


• A presunção é a de que o endosso sem data foi feito antes do prazo para a
realização do protesto.

1.3.3. Aval
• Em preto;
• Em branco;
• Simultâneo (coaval);
• Sucessivo (aval do aval);
• Parcial.

1.3.3.1. Características gerais


• Artigo 30, LUG;
• Vênia conjugal (art. 1.647, CC) – salvo separação absoluta;
• Garantia pessoal prestada por terceiro;
• Relação autônoma;
• Responsabilidade solidária;

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• Regra: anverso. Pode no verso com indicação.

1.3.3.2. Aval parcial

Nota
promissória

Letra de
Cheque
câmbio

Ver proibição do Código Civil: art. 897.

2. Aula dia 09/01/2024 – Treino de questões

1) FGV - 2023 - OAB – 37º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Três médicos decidiram constituir uma sociedade do tipo limitada cujo objeto é simples, consoante a
classificação das sociedades no Código Civil.
Acerca da designação a ser adotada pela sociedade e sua qualificação jurídica, assinale a afirmativa
correta.

A) Por não ter a futura sociedade natureza empresária, não poderá adotar nome empresarial, sendo livre
a formação de sua designação, sem incidência das regras de formação do nome da sociedade limitada.
B) A futura sociedade terá nome empresarial, pois tanto as regras de formação quanto de proteção ao
nome empresarial se aplicam indistintamente às sociedades simples e empresárias.
C) Embora a futura sociedade não tenha nome empresarial, por não exercer empresa, a formação de sua
designação obedecerá às regras para a formação do nome empresarial do tipo limitada.
D) Independentemente da natureza da futura sociedade, ela terá nome empresarial, pois exercerá
atividade econômica, devendo adotar denominação, mas é facultativo a palavra “limitada” ou sua
abreviatura ao final.

2) FGV - 2022 - OAB – 36º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A sociedade Corinto & Curvelo Ltda. é composta apenas por dois sócios, sendo o sócio Corinto titular de
40% do capital e o sócio Curvelo titular do restante. Nesta situação, a exclusão extrajudicial motivada do
sócio minoritário de sociedade limitada poderá ser realizada pelo sócio Curvelo, independentemente de
ter havido

A) justa causa, ou seja, de modo discricionário.


B) previsão no contrato de exclusão por justa causa.
C) alteração do contrato social.
D) reunião ou assembleia especial para esse fim.

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3) FGV - 2022 - OAB – 34º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Em 2019 foram estabelecidas, inicialmente por medida provisória posteriormente convertida na Lei nº
13.874, normas de proteção à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade econômica e disposições
sobre a atuação do Estado como agente normativo e regulador.
Em relação aos contratos empresariais, assinale a afirmativa correta.

A) Os contratos empresariais são presumidos paritários e simétricos, exceto diante da presença na


relação jurídica de um empresário individual ou empresa individual de responsabilidade limitada.
B) As partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas
negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução.
C) A alocação de riscos definida pelas partes deverá ser respeitada e observada, porém até o ponto em
que o Estado julgue, discricionariamente, que deve intervir no exercício da atividade econômica.
D) A revisão contratual ocorrerá de maneira excepcional e ilimitada sempre que uma das partes for
vulnerável, sendo que, no caso de microempresas e empresas de pequeno porte, essa presunção é
absoluta.

4) FGV - 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Em razão das medidas de isolamento social propagadas nos anos de 2020 e 2021, muitos
administradores precisaram de orientação quanto à licitude da realização de reuniões ou assembleias de
sócios nas sociedades limitadas, de forma digital, ou à possibilidade do modelo híbrido, ou seja, o
conclave é presencial, mas com a possibilidade de participação remota de sócio, inclusive proferindo voto.
Assinale a afirmativa que apresenta a orientação correta.

A) Na sociedade limitada é vedada tanto a reunião ou assembleia de sócios, de forma digital, quanto a
participação do sócio e o voto à distância.
B) Na sociedade limitada é vedada a reunião ou assembleia de sócios, de forma digital, mas é possível a
participação de sócio e o voto à distância.
C) Na sociedade limitada é vedada a participação e voto à distância nas reuniões e assembleias, mas é
possível a reunião ou assembleia de forma digital.
D) Na sociedade limitada é possível tanto a reunião ou a assembleia de sócios, de forma digital, quanto
a participação do sócio e o voto à distância.

5) FGV - 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Farmácias Mundo Novo Ltda. é locatária de um imóvel não residencial onde funciona uma de suas filiais.
No curso da vigência do contrato, que se encontra sob a égide do direito à renovação, faleceu um dos
sócios, Sr. Deodato. Diante deste acontecimento, os sócios remanescentes deliberaram dissolver a
sociedade. A sócia Angélica, prima de Deodato, gostaria de continuar a locação, aproveitando a
localização excelente do ponto e a manutenção do aviamento objetivo da empresa. Angélica consulta um
advogado especializado para saber se teria direito à renovação, mesmo não sendo a locatária do imóvel.
Assinale a afirmativa que apresenta a resposta dada.

A) Angélica tem direito à renovação da locação como subrogatária da sociedade dissolvida, mas deve
informar ao locador sua condição no prazo de 30 (trinta) dias do arquivamento da ata de encerramento
da liquidação, sob pena de decadência.
B) Angélica não tem direito à renovação da locação, pois somente a sociedade dissolvida poderia exercer
tal direito, por ter sido a parte contratante, incidindo o princípio da relatividade dos contratos.
C) Angélica tem direito à renovação da locação como subrogatária da sociedade dissolvida, mas deve
continuar a explorar o mesmo ramo de atividade que a sociedade dissolvida.
D) Angélica não tem direito à renovação da locação, pois tal direito somente é conferido ao(s) sócio(s)
remanescente(s) quando a sociedade sofre resolução por morte de sócio, e não dissolução.

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Gabaritos das questões:

1–C 2–D 3–B 4–D 5–C

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