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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

LETÍCIA RIBEIRO TOMAZ

A EFICIÊNCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA


AO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE DURANTE A INFÂNCIA
E ADOLESCÊNCIA.

BARBACENA
2023
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

LETÍCIA RIBEIRO TOMAZ

A EFICIÊNCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA


AO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE DURANTE A INFÂNCIA
E ADOLESCÊNCIA.

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Terapia Cognitivo-
Comportamental.

BARBACENA
2023
A EFICIÊNCIA DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL APLICADA
AO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE DURANTE A INFÂNCIA
E ADOLESCÊNCIA.

Letícia Ribeiro Tomaz1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - Os transtornos de ansiedade durante a infância e adolescência são recorrentes, e


representam um dos principais problemas de saúde mental. Assim sendo, a presente pesquisa tem como
objetivo analisar a eficiência da terapia cognitivo-comportamental no tratamento dos transtornos de
ansiedade durante a infância e adolescência. Tem como objetivos específicos apresentar o transtorno de
ansiedade, a terapia cognitivo-comportamental e sua aplicabilidade ao público infantil e adolescente. O
estudo de caráter exploratório, tem a pesquisa bibliográfica via documentação indireta como método e faz
uso da abordagem qualitativa para análise das informações levantadas. Constata-se que as respostas
ansiosas afetam de forma disfuncional o curso de vida de um indivíduo. A terapia cognitivo-
comportamental se apresenta como uma abordagem psicoterapêutica com resultados efetivos no
acompanhamento de crianças e adolescentes acometidos pelo transtorno.

PALAVRAS-CHAVE: Terapia Cognitivo-Comportamental. Transtornos de ansiedade. Infância e


adolescência.

1 leticiaribeirotomaz@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

Observa-se, que “os transtornos de ansiedade em crianças e jovens são comuns e


constituem o maior grupo de problemas de saúde mental durante a infância”
(STALLARD, 2010, p. 11). Frente aos mesmos, respostas ansiosas intensas e
disfuncionais podem impactar diferentes áreas da vida de um dado indivíduo, gerando
disfuncionalidade e prejudicando o curso de vida.

Ao considerarmos o público infantil e adolescente, é possível ver que a


psicoterapia vem sendo trabalhada, não somente no sentido de ser um tratamento
frente a um quadro ou problema psicológico e/ou comportamental já instalado, mas
também como uma opção de promoção de saúde e prevenção de psicopatologias
(PUREZA, et al. 2014).

Neste sentido, “a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma


estruturada de psicoterapia que enfatiza o papel importante das cognições na
determinação a respeito de como nos sentimos e o que fazemos” (STALLARD, 2010, p.
25).

Posto isso, consiste como objetivo geral do estudo aqui realizado a apresentação
da eficiência da terapia cognitivo-comportamental aplicada ao tratamento dos
transtornos de ansiedade na infância e na adolescência. Os objetivos específicos
abarcam em apresentar o transtorno de ansiedade, a terapia cognitivo-comportamental
e como ocorre sua aplicabilidade ao público infantil e adolescente.

Espera-se que este objetivo de pesquisa possa contribuir para o progresso da


terapia cognitivo-comportamental como abordagem teórica dentro da psicologia como
ciência e profissão. Possibilitando um lugar de discussão do tema e permitindo à classe
de psicólogos se apropriar de forma cada vez mais significativa da referida abordagem.

Para isso, será realizada uma revisão bibliográfica em torno da temática,


considerando os dados qualitativos envolvidos na literatura e alinhando a áreas da
psicologia como saúde mental e psicologia clínica.
O trabalho se estrutura da seguinte forma: introdução, que consiste na
apresentação geral do artigo, sua importância e objetivo; referencial teórico, que
discorre sobre os conceitos encontrados na literatura analisada; metodologia, ou seja, o
caminho utilizado para se alcançar os objetivos propostos, neste caso fazendo uso de
revisão bibliográfica em torno da temática; análise dos dados obtidos na literatura e por
último, as considerações finais, contemplando as considerações e reflexões diante dos
resultados da pesquisa.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Ansiedade

Os Transtornos de Ansiedade englobam o grupo de transtornos psiquiátricos,


sendo o mais recorrente deles (RAMOS, 2015). Conforme o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (2014), formulado em 2013 para padronizar os
critérios diagnósticos, os transtornos de ansiedade podem ser de variados tipos e
podem se manifestar em todas as fases da vida. Contudo, apesar dos variados tipos,
ambos preservam entre si a presença do medo e da ansiedade de forma excessiva e
disfuncional (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS
MENTAIS, 2014).

Ao julgarmos o público infanto-juvenil, é possível observar que “os transtornos de


ansiedade em crianças e jovens são comuns e constituem o maior grupo de problemas
de saúde mental durante a infância” (STALLARD, 2010, p. 11). Tal dado pode ser
melhor evidenciado se consideramos que “aproximadamente 1 em cada 10 crianças e
jovens preencherá os critérios diagnósticos para transtornos de ansiedade durante a
infância” (STALLARD, 2010, p. 13).

Além de ser um transtorno recorrente durante a infância e adolescência como


visto acima, uma prevalência maior pode ser verificada em meninas e em crianças mais
velhas (STALLARD, 2010).
Contudo, independente do sexo ou faixa etária, é possível observar que as
respostas ansiosas intensas e disfuncionais presentes nos transtornos ansiosos podem
impactar diferentes áreas da vida de um dado indivíduo. Neste sentido, Stallard, (2010,
p. 1) aponta que:

Eles podem causar um efeito significativo no funcionamento diário, criar impacto


na trajetória do desenvolvimento e interferir na capacidade de aprendizagem,
no desenvolvimento de amizades e nas relações familiares.

Tais impactos podem ser observados devido ao fato das respostas ansiosas
serem marcadas pela interação de componentes de ordem cognitiva, fisiológica e
comportamental (STALLARD, 2010).

O componente cognitivo envolve a avaliação de situações e eventos como um


risco antecipado; o componente fisiológico prepara o corpo para alguma ação
que se faça necessária (p. ex., luta ou fuga), enquanto o componente
comportamental ajuda a criança a antecipar e evitar um perigo futuro.
(STALLARD, 2010, p. 11).

Entre as possíveis manifestações dos Transtornos Ansiosos em crianças com


base em Stallard, (2010), encontra-se: o Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS),
Transtorno de Ansiedade Fóbico, Fobia Social/Transtorno de Ansiedade Social,
Ataques de Pânico e o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Sendo o
Transtorno de Ansiedade Generalizada, o Transtorno de Ansiedade de Separação e a
Fobia Simples os transtornos mais diagnosticados em crianças de acordo com Costello
e Angold (1995, apud STALLARD, 2010).

A etiologia dos quadros ansiosos de acordo com Stallard (2010) é melhor


explicada pela interação entre condições de ordem biológica (vulnerabilidade biológica)
ambiental (comportamento pariental), cognitiva (processos cognitivos distorcidos) e de
aprendizagem (experiências individuais).

Compreendido então as características dos transtornos ansiosos, bem como a


influência que os mesmos podem ter no curso de desenvolvimento de crianças e
adolescentes, torna-se necessário pensar em estratégias de enfrentamento e
prevenção. Uma vez que de acordo com Stallard (2010), os quadros de ansiedade
manifestados durante a infância podem persistir na fase adulta.
2.2 Terapia cognitivo-comportamental

A Terapia Cognitiva-Comportamental surge 1960 com Aaron Beck a partir de


sua tentativa de validar empiricamente as teorias psicanalíticas a respeito da depressão
(BECK, 2013). Durante seus estudos, Aaron Beck, esperava encontrar entre pacientes
depressivos o alto direcionamento de hostilidade na caracterização de seus quadros,
contudo, ao contrário do que se esperava, o pesquisador pode observar a presença de
pensamentos automáticos e pensamentos ligados a emoções entre tal classe de
pacientes, o que o impulsionou a desenvolver a teoria cognitiva, posteriormente
denominada como Terapia Cognitivo-Comportamental (BECK, 2013).

Desde sua criação, diversas foram as adaptações feitas para atender aos
diferentes públicos e transtornos, de forma a se tornar útil em um contexto amplo. O
que melhor pode ser visto em Beck (2013, p. 23) ao pontuar que:

A terapia cognitivo-comportamental tem sido adaptada a pacientes com


diferentes níveis de educação e renda, bem como a uma variedade de culturas
e idade, desde crianças, pequenas até adultos com idades mais avançadas.

Entre os pressupostos teóricos que compõem e caracterizam a terapia cognitivo-


comportamental destacam-se: a importância da aliança terapêutica, o papel
colaborativo e ativo entre os envolvidos, a realização de uma conceituação cognitiva, o
papel educativo da terapia, a necessidade de identificar e avaliar os pensamentos
disfuncionais para assim respondê-los de forma mais adaptativa, o uso de técnicas
entre outros (BECK, 2013). De acordo com Beck (2013), a teoria se sustenta no fato de
que os pensamentos disfuncionais oriundos das crenças centrais podem influenciar o
estado de humor e o comportamento dos indivíduos, tendo o tratamento o objetivo de
agir em prol de uma mudança cognitiva.

Em consonância com Beck (2013), Stallard (2010) evidência que a terapia


cognitivo-comportamental é uma abordagem prática com foco no presente, além de ser
uma terapia colaborativa, no qual se assume um papel ativo na busca pela
reestruturação cognitiva.
A terapia cognitivo-comportamental TCC é uma forma estruturada de
psicoterapia que enfatiza o papel importante das cognições na determinação a
respeito de como nos sentimos e o que fazemos (STALLARD, 2010, p. 25).

Assim sendo, o objetivo de tal abordagem consistiria em mudar as cognições


distorcidas envolvidas no processo de adoecimento/sofrimento “[...] uma vez que se
postula que os indivíduos não sofrem pelos fatos e situações em si, mas pelas
interpretações distorcidas e rígidas que fazem dos mesmos” (PUREZA, et al. 2014, p.
87).

Seguindo essa concepção de tratamento, a eficácia da terapia cognitivo


comportamental pode ser observada a uma diversidade de transtornos. Neste sentido,
Beck (2013, p. 24) aponta que “[...] mais de 500 estudos científicos demostraram a
eficácia da terapia cognitiva-comportamental [...]”.

2.3 Aplicabilidade da TCC em crianças e adolescentes

Assim como visto anteriormente, a terapia cognitivo-comportamental pode ser


utilizada no tratamento de diversos transtornos e problemas psicológicos, bem como a
indivíduos de diferentes faixas etária.

Neste sentido, ao considerarmos o público infantil e adolescente, é possível ver


que a psicoterapia vem sendo trabalhada, não somente no sentido de ser um
tratamento frente a um quadro ou problema psicológico e/ou comportamental já
instalado, mas também como uma opção de promoção de saúde e prevenção de
psicopatologias (PUREZA, et al. 2014).

Assim sendo, entre uma das possíveis abordagens psicoterapêuticas possíveis


no acompanhamento de crianças e adolescentes tem-se a terapia cognitivo-
comportamental. Tal abordagem, que inicialmente teve seu direcionamento clínico
destinado a adultos, a partir de 1980 passa a ser orientada também a crianças e
adolescentes e desde então se apresenta como uma das possibilidades terapêuticas
para o público infanto-juvenil (PUREZA, et al. 2014).
Contudo, de acordo com Pureza et al. (2014), é possível encontrar em nossa
sociedade crenças e mitos envolvendo a não aplicabilidade da terapia cognitivo-
comportamental as crianças e adolescentes, a partir de argumentos que apontam que
os princípios básicos da abordagem sofrem alterações e de que seria necessário um
desenvolvimento cognitivo maior dos pacientes, entre outros. Em contrapartida a isso,
Pureza et al. (2014, p. 88) defendem a aplicabilidade da abordagem ao recorte de
público aqui feito, e evidenciam que:

A TCC com crianças e jovens e com adultos apresenta os mesmos princípios


básicos, diferenciando-se na forma de acesso e nas técnicas utilizadas, que
ocorrem principalmente no contexto lúdico da criança.

Assim sendo, Pureza et al. (2014), expõem que assim como no direcionamento
da referida abordagem aos adultos, se preserva no atendimento de crianças e
adolescentes o foco nas demandas atuais a partir de sessões estruturadas, objetivando
subsidiar a mudança cognitiva e comportamental.

Todavia, a abordagem com crianças e adolescentes difere-se no que tange ao


tipo de intervenção realizada, que terá como base a criação de linguagens
muitas vezes não verbais para acessar o funcionamento cognitivo da criança e
adolescente (PUREZA et al. 2014, p. 88).

Como outro ponto característico do direcionamento da abordagem cognitiva-


comportamental a psicoterapia de crianças e adolescentes soma-se o fato de as
intervenções também serem direcionadas aos pais e aos responsáveis. Desta forma,
para Pureza et al. (2014) o trabalho com os pais dentro da abordagem de cognitiva-
comportamental pode ocorrer em três níveis: 1° torná-los facilitadores do processo, 2°
capacitá-los para serem coclínicos no direcionamento e fiscalização das estratégias
clínicas e 3° serem sujeitos diretos de intervenções em prol da mudança cognitiva
acerca de seus filhos.

Posto isso, é possível ver que o direcionamento da abordagem psicoterapêutica


cognitiva-comportamental para crianças e adolescentes é recente. E contrariamente as
crenças e mitos presentes em nossa sociedade, a aplicabilidade a públicos de
diferentes faixas etárias preserva em si a conservação dos princípios e pressupostos
teóricos básicos da abordagem. Tendo no caso das crianças e adolescentes,
adaptabilidades referentes a formas de acesso cognitivo da criança por meio de
linguagens muitas vezes não verbais, bem como ao emprego de técnicas lúdicas.

2.4 Efetividade da TCC nos quadros de ansiedade em crianças e


adolescentes

Entendido que a terapia cognitiva comportamental se apresenta como uma das


abordagens terapêuticas frente aos quadros de transtornos ansiosos que acometem de
modo significativo crianças e adolescentes. Faz-se necessário identificar sua
efetividade na redução dos sintomas.

Neste sentido, Melo e Lima (2020) ao conduzirem sua pesquisa, apontam os


resultados obtidos por Asbahr (2004) no que desrespeita a eficácia da TCC no
tratamento dos transtornos ansiosos a partir do uso combinado de técnicas frente aos
sintomas alvo.

Já Assumpção et al (2017 apud Melo e Lima 2020) expõem a eficácia da TCC no


enfrentamento da ansiedade a partir da adoção de novos comportamentos possíveis
devido a alterações/ressignificação dos processos cognitivos. Além disso, é
evidenciado pelos autores acima citados que os resultados da efetividade da TCC, nos
quadros de ansiedade infantil independem da modalidade de atendimento, sendo elas:
individual, grupal ou familiar.

A efetividade da TCC no tratamento dos transtornos ansiosos infantis é vista


também em Reyes e Fermann (2017 apud Melo e Lima 2020) ao concluírem que a TCC
se apresenta estatisticamente melhor em comparação com outras abordagens, além de
permitir a manutenção dos resultados obtidos por um período de tempo.

Corroborando com os dados acima citados, Dugas (2010 apud Melo e Lima
2020) também evidencia a partir de sua pesquisa que os resultados positivos no
enfrentamento da ansiedade durante a infância são superiores na TCC em relação a
outras abordagens e se mostram presentes de forma contínua.
Por fim, acrescenta-se o fato de a TCC ser considerada pela Associação Médica
Brasileira (AMB) a melhor vertente de tratamento psicoterápico frente a ansiedade
(MELO E LIMA, 2020).

3 METODOLOGIA

A pesquisa apresenta caráter exploratório sobre a eficiência da terapia cognitivo-


comportamental aplicada ao tratamento dos transtornos de ansiedade em crianças e
adolescentes, objetivando melhor explicitá-lo. Para isso, o método empregado foi o de
pesquisa bibliográfica, na qual as informações foram coletadas via documentação
indireta, ou seja, realizou-se o levantamento de referenciais teóricos, sejam eles físicos
ou eletrônicos, na busca de se estabelecer um diálogo entre os autores. A análise das
informações levantadas ocorreu através da abordagem qualitativa, uma vez que ela se
preocupa “com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se
na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais” (GERHARDT;
SILVEIRA, 2009, p. 32).

4 ANÁLISE DA PESQUISA

Através da pesquisa bibliográfica realizada, torna-se possível constatar que a


Terapia Cognitiva-Comportamental se apresenta como uma abordagem eficaz frente
aos quadros de transtornos ansiosos, podendo ser aplicada no tratamento de crianças
e adolescentes acometidos pelo transtorno.

A eficiência da abordagem pode ser observada através do uso combinado de


técnicas frente aos sintomas característicos como encontrado em Asbahr (2004, apud
MELO E LIMA, 2020). E também através da ressignificação dos processos cognitivos e
consequente mudança de comportamentos independentes da modalidade de
atendimento como pontuado por Assumpção et al. (2017 apud Melo e Lima 2020).
Além disso, a eficácia da abordagem é vista quantitativamente no tratamento dos
quadros ansiosos em crianças e adolescentes quando comparada com outras
abordagens em Reyes e Fermann (2017 apud Melo e Lima 2020) e em Dugas (2010
apud Melo e Lima 2020). Ademais, a referida abordagem, de acordo com Associação
Médica Brasileira (AMB), é considerada a vertente psicoterápica mais indicada diante
dos quadros de ansiedade. Dados esses que evidenciam sua eficácia (MELO E LIMA,
2020).

5 CONCLUSÃO

Os Transtornos de Ansiedade englobam o grupo de transtornos psiquiátricos,


sendo o mais recorrente deles (RAMOS, 2015). Sua manifestação em crianças e
adolescentes é comum, caracterizando-se como o principal problema de saúde mental
durante a infância (STALLARD, 2010).

Componentes de ordem cognitiva, fisiológica e comportamental presentes nas


respostas ansiosas impactam o funcionamento diário da vida do indivíduo ansioso,
causando prejuízos em seu desenvolvimento, sua capacidade de aprendizagem e nas
relações sociais estabelecidas (STALLARD, 2010).

Diante disso, a terapia cognitivo-comportamental se apresenta como uma


das abordagens psicoterapêuticas possíveis no acompanhamento de crianças e
adolescentes acometidos pelo transtorno.

Desde sua criação, a terapia cognitivo-comportamental passou por diversas


adaptações visando atender diferentes públicos e transtornos (BECK, 2013). Contudo,
apesar de todas as transformações sofridas, preservam-se os pressupostos teóricos
oriundos da abordagem e a concepção de que os pensamentos disfuncionais frutos das
crenças centrais podem influenciar o estado de humor e o comportamento dos
indivíduos, tendo o tratamento o objetivo de agir em prol de uma mudança cognitiva
(BECK, 2013).
Posto isso, considerando as especificidades da aplicação da referida abordagem
a crianças e adolescentes, é observado muitas vezes o a adoção de linguagens não
verbais, bem como o uso de técnicas lúdicas. Além, do seu direcionamento aos pais e
responsáveis (PUREZA, et al. 2014).

Sua eficácia e manutenção pode ser vista quantitativamente por pesquisas


realizadas na atualidade. Tais resultados corroboraram para a concepção de que a
Terapia Cognitiva-Comportamental se apresenta como uma abordagem eficaz frente
aos quadros de transtornos ansiosos, sendo a vertente terapêutica mais indicada para o
tratamento dos quadros de ansiedade (MELO E LIMA, 2020).

6 REFERÊNCIAS

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico


de transtornos mentais: DSM-5.. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2 ed. Porto Alegre:


Artmed, 2013.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Orgs). Métodos de pesquisa. Porto Alegre:


Editora da UFRGS, 2009. 120p.

MELO, B. A. D.; LIMA, A. C. R. A efetividade da terapia cognitivo-comportamental na


redução da ansiedade infantil. Revista Psicologia Saúde e Debate, v 6, n. 1, p. 213-
226, 2020. Disponível em: <https://psicodebate.dpgpsifpm.com.
br/index.php/periodico/article/view/V6N1A15/423>. Acesso em 13 de jul de 2023.

PUREZA, J. R.; RIBEIRO, A. O.; PUREZA, J. R; LISBOA, C. S. M. Fundamentos e


aplicações da terapia cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes. Revista
Brasileira de Psicoterapia, Rio Grande do Sul, v. 16, n 1, p. 85-103, 2014. Disponível
em: <https://cdn.publisher.gn1.link/rbp.celg.org.br/pdf/v16n1a08.pdf>. Acesso em 10 de
jul de 2023.

RAMOS, W. F. Transtornos de Ansiedade. Escola Brasileira de Medicina Chinesa –


EBTAMEC, Curso de Formação Internacional em Acupuntura, São Paulo, 2015.
Disponível em: <https://ebramec.edu.br/wp-content/uploads/2019/02/TRANSTORNOS-
DE-ANSIEDADE.pdf>. Acesso em: 10 de jul de 2023.

STALLARD, P. Ansiedade: terapia cognitivo-comportamental para crianças e jovens.


Porto Alegre: Artmed, 2010.

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