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Atlas em Hematologia

AULA 04:

Leucócitos/Monócitos e
Linfócitos (parte 2) – Células
sanguíneas

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Maione Lins de Araújo - maionelins@gmail.com - CPF: 704.179.161-08


Leucócitos/Monócitos e Linfócitos (parte 2)
– Células Sanguíneas

(do tempo ‘3:10’ ao’15:09’ temos um resumo da aula anterior)

Na aula de hoje, trataremos sobre as células que irão complementar o


nosso quadro de aulas sobre os leucócitos. Na aula passada falamos sobre
os granulócitos – eosinófilo, basófilo e neutrófilo – e hoje, comentaremos
sobre os monócitos e linfócitos. Sem mais demora, vem com o Atlas.

(no tempo ‘15:20’ iniciamos o nosso assunto)

Maione Lins de Araújo - maionelins@gmail.com - CPF: 704.179.161-08


A primeira categoria é a dos monócitos. Acompanhe abaixo.

1. Monoblasto:

É considerada uma célula de grande porte, com uma relação


núcleo/citoplasma de moderada a baixa – se comparada com a de
outros blastos. Seu citoplasma é levemente basofílico, podendo ou não
apresentar finas granulações de tonalidade discretamente azurófilas.

Possui núcleo arredondado – podendo estar levemente pregueado.


Por se tratar de uma célula imatura, apresenta uma cromatina delicada
com um aspecto em renda e nucléolos evidentes.

(monoblasto)

Importante: Não há necessidade de reconhecer essa célula como


um blasto monócito. Reconhecendo-a como um blasto e a
quantificando como tal, é o suficiente. Feito o reconhecimento,
observamos o perfil geral da lâmina, e na observação, colocamos as
características que foram encontradas. Em resumo: blasto é blasto.

2. Promonócito:

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O tamanho desta célula pode variar de médio a grande porte,
contendo uma relação núcleo-citoplasma de moderada a baixa . Possui
um citoplasma discretamente basófilo com uma tonalidade azul-
acinzentada fosca. Grânulos azurófilos podem estar presentes.

Ademais, possui um núcleo convoluto (dobrado), que é uma


característica marcante desta célula, assumindo formato em alto
relevo com bordas mais irregulares. A cromatina é menos delicada
que a do monoblasto e, geralmente, os nucléolos são visíveis.

(promonócito)

É a última célula antes do monócito propriamente dito. A categoria


dos monócitos tem essa peculiaridade de ter, apenas, duas células
precursoras antes do estágio final.

Importante: diferentemente do promielócito e do prolinfócito que


precisam ser contados separadamente, o promonócito tem significado
equivalente ao do blasto, conforme a Organização Mundial da Saúde
(OMS). Ou seja, quantifique-a como um blasto.

Mas não haverá problema se a contagem for feita separadamente.

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Bem como a célula anterior, é necessário que se coloque no laudo
apenas as características que foram observadas.

Valor clínico: monoblasto e promonócito

Tanto o monoblasto quanto o promonócito, são células que não são


comuns de estarem presentes em sangue periférico. A presença de
ambos é comum em casos de leucemia monocíticas agudas e
mielomonocíticas agudas e crônicas.

3. Monócito:

Célula de grande porte e de grande variedade morfológica, com uma


baixa relação núcleo-citoplasma. O citoplasma apresenta uma
coloração que varia do azul claro ao acinzentado com grânulos
azurófilos bastante finos, apresentando um aspecto de vidro moído ou
areia fina, e também vacuolizações características.

O núcleo pode apresentar as mais variadas formas, mas, classicamente,


possui formato reniforme (de rim). Possui uma cromatina delicada se
comparada com a dos demais leucócitos maduros. Alguns nucléolos
podem ser identificados, sendo mais comuns em processos infecciosos
e neoplásicos.

Importante: durante a observação da lâmina, a tonalidade do


citoplasma é o que pode ajudar a diferenciar um monócito de um
linfócito reativo. Além disso, é essencial que o analista observe,
também, as granulações para uma melhor diferenciação. Toda célula

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deve ser avaliada como um todo, e não por apenas uma
particularidade.

(monócito)

Os monócitos possuem variações de termos quando encontrados em


órgãos diferentes. Por exemplo: células de Küpffer no fígado;
osteoclastos nos ossos; células de Langerhans na derme. No sangue
periférico permanecem de 8 a 18 horas e em seguida vão para os
tecidos diferenciando-se em macrófagos.

Estas células representam a primeira linha de defesa contra parasitas


intracelulares. Ademais, possuem capacidade de destruição pela
fagocitose para vários organismos, principalmente bactérias e fungos.

Suas atividades fagocíticas são ativas para células mortas e senescentes


(que estão em processo de envelhecimento), corpos estranhos e
células tumorais. Também participam da regulação da função de outras
células e tem função imunológica no processamento e apresentação
de antígenos.

Valor clínico: monócito

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As monocitoses, processo pelo qual chamamos o aumento de
monócitos no sangue, são identificadas, basicamente, em 3 tipos:

• Processos infecciosos: principalmente os crônicos, como na


leishmaniose, tuberculoses e bruceloses (em outras literaturas:
febre mediterrânea);
• Processos não infecciosos: em colagenoses, processos
inflamatórios, queimaduras extensas, politraumatizados, doença
de Crohn e colite ulcerativa;
• Processo neoplásico: mielodisplasias/mieloproliferação, LMC
BCR/ABL +1 e as leucemias agudas com envolvimento
monocítico (M4 e M5b).

A monocitopenia é comum em leucemia de células pilosas ou


tricoleucemia, aplasia medular, granulocitopenia benigna e clínica.
Lembrando: tudo citado acima não são regras. Pode acontecer ou não
nesses casos.

Adiante, veremos sobre a 2° categoria: linfócitos.

1. Linfoblasto:

Trata-se de uma célula com grande porte, com uma relação núcleo-
citoplasma que pode variar de moderada a alta. Possui um citoplasma
com modesta basofilia – porém, pode apresentar uma basofilia mais
intensa. Não há presença de granulação.

O núcleo, geralmente, é arredondado e central, com cromatina


delicada e homogênea. Nucléolos são visíveis.

É a primeira célula precursora.

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(linfoblasto)

2. Prolinfócito:

O tamanho desta célula pode variar de médio a grande porte. Em


comparação com o linfoblasto, a relação núcleo-citoplasma é menor.
O citoplasma apresenta uma discreta basofilia sem a presença de
granulação.

O núcleo é redondo e central – algumas vezes aparece deslocado.


Presença de uma cromatina mais grosseira e heterogênea. Nucléolo
único, grande e central característico dessa célula.

(prolinfócito)

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Importante: na maioria dos laudos não há um campo específico para
os prolinfócitos. Então para que essas células sejam quantificadas,
façamos o seguinte: elas serão contabilizadas como linfócitos atípicos,
e na observação, relatar a porcentagem de prolinfócitos encontrados
na contagem.

Havendo presença de linfócitos reativos, colocar a porcentagem de


prolinfócitos que estão incluídos na contagem destes. É de suma
importância quantificar os prolinfócitos, pois, a depender da
quantidade encontrada, pode se dizer muito acerca das leucemias
linfoides crônicas.

E mais uma vez é importante ressaltar o quanto é essencial o contexto


onde a célula está inserida.

Valor clínico: linfoblasto e prolinfócito

Os linfoblastos são comuns na leucemia linfoide aguda.

Já os prolinfócitos, mesmo na medula, são mais raros de serem vistos.


Quando encontrados em sangue periférico, estão associados a
doenças linfoproliferativas crônicas, como na LLC típica,
representando um valor <10%. Na LLC mista, com valor entre 10 e
55%, ou nas leucemias prolinfocíticas, onde são >55%.

Importante: em casos de pacientes com leucemia linfoide crônica,


há um predomínio considerável de linfócitos – uma linfocitose. Apesar
do nome ser leucemia, e de logo pensarmos em blastos, a maioria são
os linfócitos. Blastos nessas condições são bem raros.

3. Linfócito:

É uma célula que, caracteristicamente, possui um pequeno porte,


porém seu tamanho pode ser variável pela representação de linfócitos
médio e grande.

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Possui uma alta relação núcleo-citoplasma. O citoplasma pode ser
escasso e discretamente basófilo. O núcleo se apresenta redondo e
central, e sua cromatina condensada e grosseira.

Importante: os linfócitos podem ser do tipo B e T, sem distinção


no sangue periférico.

(linfócito)

4. Linfócito grande granular:

O tamanho pode variar de médio a grande porte, com uma relação


núcleo-citoplasma varável entre baixa a moderada. Possui um
citoplasma discretamente basofílico com grânulos bem visíveis de
coloração vermelho-arroxeada ou azurófila.

O núcleo é arredondado, central – ou discretamente lateralizado.


Possui uma cromatina condensada e homogênea.

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(linfócito grande granular)

Importante: morfologicamente falando, não tem como diferenciar


se é um linfócito T citotóxico ou uma Natural Killer.

As granulações presentes nesse linfócito são enzimas – a exemplo:


perforina e granzima – que são utilizadas no combate ao invasor.

Os grandes linfócitos granulares (GLG) são semelhantes aos linfócitos


grandes, porém, a diferença consiste na exibição de alguns grânulos
de coloração vermelho-arroxeada ou azurófila no citoplasma. Eles
podem apresentar de 10 a 20% dos linfócitos em indivíduos normais.

Também é importante frisar que os GLG não devem ser contados


separadamente dos linfócitos. Mas, embora os GLG devam ser
contados como linfócitos, quantidades aumentadas desse tipo celular
devem ser descritas no laudo, e a investigação por imunofenotipagem
recomendada.

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Importante: os linfócitos predominam nas amostras de crianças até
os 4 anos. Estas células são mais pleomórficas do que as encontradas
em amostras de adultos normais.

E para saber se estas células estão em quantidade aumentada, é


necessária uma regra de 3 simples.

Como o normal é ter até 20% de GLGs, faz-se a seguinte conta


(lembrando que a conta abaixo é um exemplo).

Suponha que, em uma lâmina, foram encontrados 50 linfócitos


(equivalente a 100%) e 12 GLGs (que é “x” da questão). Feita a regra
de 3, descobrimos que os 12 GLGs equivalem a 24%. É fundamental
que esta porcentagem vá para a observação do laudo.

Existem diferentes classes de linfócitos, sendo que cada uma


apresenta uma função individual. Veja abaixo.

• Linfócitos TCD8: apresenta forte ação citotóxica;


• Linfócitos TCD4+: tem função auxiliar na coordenação da
resposta imune;

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• Linfócitos B: tem como principal função a produção de
imunoglobulinas;
• Linfócitos T: produção de células de memória, juntamente
com os linfócitos B.

Valor clínico: linfócito

Em adultos, o valor normal de linfócitos representa de 20 a 50% (1500


a 4500 mm³). A linfocitose absoluta é predominante em infecções
virais ou doenças do sistema linfático (linfoproliferações crônicas).

Em idosos, linfocitoses sem sinais clínicos são fortes indícios de


doença linfoproliferativa crônica (B, T ou NK) e os linfomas não
Hodgkin que leucemizam.

Diminuição do valor absoluto de linfócitos estão em raras doenças


congênitas, como as gamaglobulinemias, deleções do cromossomo
22q11 e algumas doenças sistêmicas, como a AIDS.

Aspectos importantes sobre os linfócitos

Os linfócitos são classificados em três tipos: linfócitos B, linfócitos T


e linfócitos NK.

Os linfócitos T correspondem de 65 a 80% dos linfócitos circulantes


e originam-se de um precursor na medula óssea que, posteriormente,
migra para o timo (daí vem o “T” da nomenclatura), onde a maturação
dessas células se completa.

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Por outro lado, os linfócitos B correspondem a um valor entre 5 e
15% dos linfócitos circulantes e originam-se de um precursor na
medula óssea onde, em mamíferos, se dá o processo de maturação.

5. Natural Killer:

Os linfócitos NK são a minoria de células linfoides em circulação e


originam-se, bem como as demais, de um precursor linfoide na
medula óssea. O seu processo de maturação ainda é pouco
conhecido.

Os linfócitos NK têm como principal função a destruição das células


tumorais e infectadas por vírus, induzindo-as a sofrer apoptose.

(natural killer)

Continue nos acompanhando para ficar por dentro de todas as


novidades acerca de tudo que se relaciona com a hematologia.

Atenciosamente,
Time Atlas.

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