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PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA PÓS-EXPOSIÇÃO

SUMÁRIO
Pg

1. ESQUEMA DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA PÓS- 2

EXPOSIÇÃO

2. ESQUEMA DE PROFILAXIA DE REEXPOSIÇÃO 4

3. ESQUEMA DE PROFILAXIA EM PACIENTES QUE 4

RECEBERAM ESQUEMA DE PRÉ-EXPOSIÇÃO

4. PROCEDIMENTOS PARA ACIDENTES COM CÃES E GATOS 4

OBSERVÁVEIS

5. ESQUEMA DE PROFILAXIA EM PACIENTES FALTOSOS 6

6. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 7

7. ESCOLHA DO SORO ANTIRRÁBICO 9

8. SORO ANTIRRÁBICO HETERÓLOGO 10

9. IMUNOGLOBULINA ANTIRRÁBICA HOMÓLOGA 12

10. REFERÊNCIAS 14

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1. ESQUEMA DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA PÓS-EXPOSIÇÃO

ESQUEMA DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA PÓS-EXPOSIÇÃO


Condições Cão ou Gato sem Suspeita Cão ou gato clinicamente Cão ou Gato Raivoso Morcegos
do Animal de Raiva no Momento da suspeito de Raiva no (comprovado
Agressor Agressão momento da agressão ou laboratorialmente),
que teve contato com desaparecido ou morto;
morcego imediatamente Animais Silvestres -
Tipo de antes do acidente Inclusive domiciliados;
Exposição Animais domésticos de
interesse econômico ou de
produção.
Contato Indireto Não tratar Não tratar Não tratar Não tratar.
Exceção: Se a vítima acordou com
morcego em casa e houver
possibilidade de que tenha ocorrido
contato direto com o morcego,
realizar profilaxia para ferimento
leve/grave.
Acidentes Leves Observar o animal por dez dias Iniciar duas doses (dias 0 e 3) e Iniciar imediatamente o esquema Iniciar imediatamente o esquema de
Ferimentos superficiais, não (independente do local onde reside observar o animal por 10 dias: com 4 doses de vacina soro vacinação (com 4 doses de
extensos, geralmente únicos, o animal). - se a suspeita de raiva for administradas nos dias 0, 3, 7, 14. vacina e soro antirrábico**).
em tronco e membros (exceto - se o animal permanecer sadio, descartada, suspender o esquema e
mãos e pés); encerrar o caso; encerrar o caso;
Podem acontecer por - se o animal morrer, desaparecer ou - se morrer, desaparecer ou se
mordedura ou arranhaduras se tornar raivoso, administrar 4 tornar raivoso, completar o esquema
causadas por unha ou dente doses de vacina (dias 0, 3, 7, 14); de soro vacinação (com 4 doses de
Lambedura de pele com vacina e soro antirrábico**)
lesões superficiais.
Acidentes Graves Animais observáveis do Estado de Iniciar o esquema de soro vacinação Iniciar imediatamente o esquema de Iniciar imediatamente o esquema de
Ferimentos na cabeça, face, SP: observar o animal por 10 dias* (com 4 doses de vacina e soro soro vacinação (com 4 doses de soro vacinação (com 4 doses de
pescoço, mão ou pé. Ou antirrábico** ). Observar o animal vacina e soro antirrábico**). vacina e soro antirrábico**).
Profundos, múltiplos ou Animais de outros Estados: durante dez dias após a exposição.
extensos, em qualquer região Observar o animal por 10 dias, Se a suspeita de raiva for
do corpo, lambedura de iniciar duas doses (dias 0 e 3) descartada após o 10º dia de
mucosas ou pele onde já - se animal permanecer sadio, observação, suspender o esquema
existe lesão grave, ferimento encerrar o caso; e encerrar o caso.
profundo causado por unha de - se animal morrer, desaparecer ou
animal. se tornar raivoso, completar
esquema de soro vacinação (com 4
doses de vacina e soro antirrábico**)

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* Animais do Estado de São Paulo: a profilaxia deve ser indicada o mais rápido possível nas seguintes situações: O animal não puder ser observado; houver
dúvidas a respeito do estado de saúde do animal no momento do acidente; o animal adoecer, morrer ou desaparecer durante o período de observação de 10 dias; houver
contato comprovado do animal com morcegos imediatamente antes do acidente e de possível transmissão.
** Soro vacinação: Esquema de 4 doses de vacina antirrábica (dias 0, 3, 7 e 14) e Soro antirrábico (SAR) ou Imunoglobulina humana antirrábica homóloga (IGHAR).
SORO - infiltrar na (s) porta (s) de entrada. Quando não for possível infiltrar toda a dose, aplicar o máximo possível e, a quantidade restante (a menor possível), aplicar pela
via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local anatômico diferente do que foi aplicada a vacina. Quando as lesões forem muito extensas
ou múltiplas, a dose pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam infiltradas. O SORO SÓ DEVE SER ADMINISTRADO ATÉ O
7º DIA APÓS A PRIMEIRA DOSE DA VACINA.

ATENÇÃO:
Animais de baixo risco para a transmissão da Raiva (não é necessário indicar esquema profilático da raiva em caso de acidentes causados por estes
animais): ratazana de esgoto, rato de telhado, camundongo, cobaia ou porquinho da índia, hamster e coelho. Para acidentes envolvendo estes animais
preencher a Ficha de Investigação de Atendimento Antirrábico Humano, avaliação situação vacinal em relação ao tétano (utilizar a orientação da profilaxia
do tétano após ferimento) e dispensar tratamento contra raiva.

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2. ESQUEMA DE PROFILAXIA DE REEXPOSIÇÃO
Tipo de esquema anterior Esquema de reexposição
Completo a) Até 90 dias: não realizar esquema profilático
b) Após 90 dias: duas doses (dias 0 e 3)
Incompleto a) Até 90 dias: completar o número de doses
b) Após 90 dias: ver esquema de pós-exposição

Considerar tratamento completo qualquer um dos esquemas abaixo:


1. Esquema de pré-exposição: 3 doses + sorologia reagente.
2. A partir do ano 2000: Vacina de cultivo celular – vacinação com 4 doses
3. Até o ano 1999: Vacina Fuenzalida & Palácios - vacinação 7 + 2 doses ou
vacinação 10 + 3 doses

3. ESQUEMA DE PROFILAXIA EM PACIENTES QUE RECEBERAM


ESQUEMA DE PRÉ-EXPOSIÇÃO
Sorologia comprovada (titulação) Esquema
Com comprovação sorológica (título 2 (duas) doses, uma no dia 0 e outra no dia
maior ou igual a 0,5 UI/ml) 3
Não indicar soro
Sem comprovação sorológica Ver esquema de pós-exposição
(considerar como esquema anterior
incompleto)

4. PROCEDIMENTOS PARA ACIDENTES COM CÃES E GATOS


OBSERVÁVEIS
QUE NO MOMENTO DA AVALIAÇÃO ESTEJAM SADIOS, SEJAM OBSERVÁVEIS E
RESIDAM NO ESTADO DE SÃO PAULO

• Preencher adequadamente a ficha de notificação de atendimento profilático


antirrábico.
• Durante o procedimento, fazer a avaliação epidemiológica do acidente.

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• Dispensar o paciente da aplicação da vacina antirrábica e manter o animal em
observação por 10 dias, independente do tipo de lesão (leve ou grave) e hábitos
de vida do animal (domiciliado, errante, etc.).
• A UVZ realizará observação domiciliar de TODOS os cães de terceiros, ou
seja, cujo cão agressor não é do próprio dono e a observação domiciliar de
“TODOS” os gatos envolvidos em acidentes com vítima.
• Em caso de cães de terceiros ou gato, acionar a Unidade de Vigilância de
Zoonoses (UVZ) para observação domiciliar do animal:
 Solicitar a observação pelo e-mail: viganimal@saude.pmrp.com.br. Caso não
esteja disponível, eventualmente, deverá ser solicitado por telefone:
36282015.
 Ao telefonar ou encaminhar e-mail passar as seguintes informações do animal:
Atenção! Todas as informações são necessárias para iniciar a observação do
animal. Nas exceções em que não seja possível obter alguma dessas
informações, deve ser informado no corpo do e-mail.
1. endereço correto (aonde o animal poderá ser localizado);
2. características do animal: nome, raça, sexo, tamanho, cor,
pelagem;
3. nome e telefone de contato do tutor do animal, se houver
4. situação em que ocorreu a agressão (história), com a data da
exposição;
5. UBS/UBDS e o profissional que está solicitando a observação;
6. UBS/UBDS que dará sequência ao atendimento.
• A UVZ observará no domicílio cães/gatos do proprietário quando indicado pela
equipe de saúde e vigilância epidemiológica.
• A UVZ notificará “imediatamente” a unidade de saúde ao colocar o animal em
observação. No caso do animal não ser encontrado a UVZ informará
imediatamente a sala de vacina de referência do caso.
• No período noturno, além de preencher a ficha de notificação e colher as
informações do animal agressor, o profissional deverá informar o funcionário
escalado para a sala de vacina para que ele no dia seguinte (sem falta) pela
manhã solicite a observação do cão ou gato a UVZ (inclusive aos finais de semana
no caso de Pronto Atendimento).
• Alterações da saúde, desaparecimento, morte de animal em observação, a UVZ
avisará imediatamente a sala de vacina correspondente assim como ao término
do prazo de observação (10 dias).

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• Em caso de cão pertencente à própria vítima ou que resida no mesmo local, o
animal será observado pela vítima e a unidade de saúde / sala de vacinas deverá
fazer contato diário para verificar a situação de saúde do animal.
• Se o animal permanecer sadio após 10 dias de observação: Encerrar o caso.
• Se o animal morrer, adoecer ou desaparecer: Mudar a conduta conforme
orientação presente neste Manual e no Manual Técnico do Instituto Pasteur para
Profilaxia da Raiva Humana.

O ACOMPANHAMENTO DIÁRIO DA OBSERVAÇÃO DO ANIMAL TORNOU-SE


ATIVIDADE PRIORITÁRIA NO ATENDIMENTO DESTES CASOS.

ATENÇÃO:
A CONDUTA DESCRITA ANTERIORMENTE SÓ PODERÁ SER ADOTADA SE
O CÃO/GATO ESTIVEREM SADIOS, SEREM OBSERVÁVEIS E RESIDIREM NO
ESTADO DE SÃO PAULO

5. ESQUEMA DE PROFILAXIA EM PACIENTES FALTOSOS


Nas situações em que o paciente não compareceu no dia agendado, sugere-se o
reagendamento de acordo com alguns princípios:
• No esquema básico clássico recomendado, as 4 doses de vacina devem ser
administradas no período de 14 dias a partir do início de atendimento; portanto,
nenhum esquema alternativo deve ser utilizado visando a antecipação das doses
da vacina.
• Caso o paciente falte para a 2ª dose, aplicar no dia em que comparecer e
agendar a 3ª dose com intervalo mínimo de 2 dias.
• Caso o paciente falte para a 3ª dose, aplicar no dia em que comparecer e
agendar a 4ª dose com intervalo mínimo de 7 dias.

Intervalo mínimo entre as doses:


Da 2ª dose para a 3ª dose: 2 dias
Da 3ª dose para a 4ª dose: 7 dias

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6. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
• Proceder à profilaxia do tétano segundo o esquema preconizado (caso o
paciente não seja vacinado ou esteja com o esquema vacinal incompleto) e usar
antibióticos nos casos indicados, após avaliação médica.
• Durante o Simpósio de Raiva Humana e Animal em 2009 a Diretora do Instituto
Pasteur de São Paulo, Dra. Neide Takaoka, considerou o município de Ribeirão
Preto como área controlada de raiva em cães e gatos.
• A nova situação epidemiológica do município propiciou a revisão das avaliações
dos acidentes envolvendo cães e gatos independente do tipo de lesão (leve ou
grave) e hábitos de vida do animal (domiciliado, errante, entre outros).
• É necessário avaliar as circunstâncias da agressão e as condições e
comportamento do animal agressor. Podem ser dispensados do tratamento os
indivíduos agredidos por cães ou gatos domiciliados e, com certeza de baixo
risco, cuja agressão tenha ocorrido por algum motivo justificável, como defesa
própria ou do território, proteção do alimento ou ninhada, reação a estímulos
dolorosos ou maus tratos, etc. Nos casos de dúvidas, indicar a vacinação.

 Domiciliados: São animais totalmente dependentes do proprietário.


Saem do domicílio acompanhados e contidos através do uso de coleira
e guia, recebem vacinas e são submetidos a avaliações clínicas
periódicas.
 Semi-domiciliados: São animais dependentes do proprietário, mas
permanecem fora do domicílio, desacompanhados, por períodos
indeterminados. Recebem vacinas e algum tipo de cuidado.
 Comunitários ou da vizinhança: São semi - dependentes por não terem
proprietário, mas diversas pessoas que cuidam para que tenham
alimentação. São mantidos soltos nas ruas. Podem receber vacinas pôr
ocasião de campanhas públicas, na dependência da disposição de
alguém que por eles se interessem.
 Errantes: são animais independentes, vivem soltos nas ruas, em sítios,
chácaras ou fazendas.
 Morcego de qualquer espécie é considerado animal de alto risco para
transmissão da raiva. Independente do paciente apresentar lesões
visíveis ou não, relatando história de possíveis exposições ou contato,
indicar soro vacinação.

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 O cérebro do animal morto deve ser encaminhado para exame de
imunofluorescência direta para o diagnóstico da raiva. O resultado
negativo permite a dispensa do tratamento profilático do paciente. O
resultado pode ser aguardado por até 48 horas após o acidente, desde
que o animal não apresente sinais sugestivos de raiva. Se o
resultado não puder ser obtido nesse período, o tratamento deve ser
iniciado e posteriormente suspenso, caso negativo. Este procedimento
não é indicado para equídeos (burro, mula, etc) e morcegos. Para
estes animais, a exclusão da doença só pode ser feita através do
resultado da prova biológica que demora cerca de 45 dias.

• Lesão: LAVAGEM DO FERIMENTO COM ÁGUA ABUNDANTE E SABÃO (o


mais rápido possível após a agressão e repetida na unidade de saúde,
independente do tempo transcorrido). É fundamental que o ferimento
(mordedura, arranhadura) seja submetido à rigorosa limpeza e desinfecção, se
necessário encaminhar à sala de curativos. A limpeza deve ser cuidadosa sem
agravar o ferimento, em seguida devem ser utilizados antissépticos que inativem
o vírus da raiva (polivinilpirrolidona-iodo, povidine, digluconato de clorexidina ou
álcool iodado).
 Não se recomenda a sutura do ferimento. Quando for absolutamente
necessário, aproximar as bordas com pontos isolados. Havendo
necessidade de aproximar as bordas, o soro antirrábico, se indicado,
deverá ser infiltrado 1 hora antes da sutura.

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7. ESCOLHA DO SORO ANTIRRÁBICO

A escolha e administração do soro antirrábico seguirá o fluxograma abaixo.

A conduta mais importante antes da administração do soro antirrábico é o


interrogatório rigoroso sobre os antecedentes do paciente, avaliando:
A. ocorrência e gravidade de quadros de hipersensibilidade ao soro heterólogo e/ou
a qualquer um de seus componentes;
B. uso prévio de imunoglobulinas de origem equídea; e
C. existência de contatos frequentes com animais, principalmente com equídeos,
nos casos de contato profissional (veterinários) ou por lazer.

Se o paciente enquadrar em qualquer uma dessas situações, deverá ser


classificado como paciente com risco e deverá ser indicada, prioritariamente,
Imunoglobulina Humana Antirrábica Homóloga (IGHAR), se houver disponibilidade.

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Caso não haja disponibilidade da imunoglobulina homóloga, aconselha-se administrar
pré-medicação do paciente antes da aplicação do Soro Antirrábico Heterólogo (SAR),
conforme esquema descrito no item 8.1.
Se o paciente não se enquadrar em nenhuma das situações (A, B ou C), é
considerado paciente sem risco e deverá ser indicado Soro Antirrábico Heterólogo, sem
esquema de pré-medicação.

8. SORO ANTIRRÁBICO HETERÓLOGO (SAR)


COMPOSIÇÃO: O soro é uma solução concentrada e purificada de anticorpos,
preparada em equídeos hiperimunizados por meio de vacina contra a raiva e/ou por
inoculação do vírus da raiva.

APRESENTAÇÃO: O SAR (Soro antirrábico heterólogo) é apresentado em forma


líquida em ampolas ou frasco-ampola de 5 mL.

DOSE, VIA E LOCAL DE APLICAÇÃO:


• A dose de SAR heterólogo é 40 U/kg ou 0,2 mL/Kg de peso corporal. Não há
quantidade máxima de soro heterólogo a ser aplicada.
• Deve-se infiltrar nas lesões a maior quantidade possível da dose do soro. Esse
procedimento deve ser realizado por um médico. Caso não haja possibilidade de
infiltração de toda a dose, a quantidade restante (a menor possível) deve ser
administrada por via intramuscular, podendo ser utilizado qualquer grupo
muscular.
• Quando as lesões forem muito extensas e/ou múltiplas, a dose do soro pode ser
diluída em soro fisiológico, o mínimo possível, para que todas as lesões sejam
infiltradas.
• O soro heterólogo deve ser utilizado logo após a abertura do frasco;
• O soro antirrábico heterólogo deverá ser administrado em unidade com pronto-
atendimento (UBDS ou UPA);
• Após a administração do soro antirrábico heterólogo, o paciente deverá ser
mantido em observação na unidade de saúde por 2 horas.

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8.1. ADMINISTRAÇÃO DE SORO ANTIRRÁBICO HETERÓLOGO EM
PACIENTES COM RISCO

Pré-medicação:
Com a finalidade de prevenir ou atenuar possíveis reações adversas imediatas do soro
antirrábico heterólogo, em pacientes com risco, pode ser utilizado um conjunto de
drogas 30 minutos antes da administração do SAR, em esquemas variados, sendo um
deles, o esquema a seguir:

Dosagem
Medicação Dosagem Apresentação Via aplicação
máxima
Solucortef – 500 mg 10 mg/Kg Frasco 500mg EV
Hidrocortizona (diluir em 4 ml)
Ranitidina* 50 mg 1,5 mg/Kg 2 ml = 50 mg EV
Fenergan – 50 mg 0,5 mg/Kg 2 ml = 50 mg IM
Prometazina

OU

Polaramine – 5 mg 0,08 mg/Kg/dose 5 mg/ml EV


Dexclofeniramina
(na falta do Fenergan)
*Na falta da Ranitidina injetável, esta poderá ser substituída por Ranitidina Via oral ou
essa droga poderá ser suprimida do esquema de pré-medicação.

Procedimento:
• Quando o soro estiver disponível na unidade de saúde, encaminhar o paciente ao
médico para realização da prescrição do soro e das medicações prévias (vide
tabela abaixo);
• Instalar soro fisiológico a 0,9% para manter veia;
• Aplicar as medicações indicadas conforme protocolo e prescrição médica;
• Aguardar 30 minutos para que o médico realize a infiltração do soro no local da
lesão se houver lesão. A infiltração é técnica similar a aplicação de anestésico
local, devendo ser realizada pelo médico de plantão. Se necessário, diluir com
soro fisiológico se necessário, para atender a todas as lesões;
• Administrar o restante do soro por via intramuscular (IM). NÃO aplicar no mesmo
membro em que foi aplicada a vacina. Não administrar IM soro diluído em
soro fisiológico;

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• Observar o paciente por 2 horas na unidade de saúde;
• Anotar na ficha amarela de notificação: peso do paciente, quantidade de soro
aplicada, se foi realizado infiltração no local. Se o médico não realizou a infiltração
anotar o nome do médico, anotar em que unidade o paciente realizará o restante
das doses de vacina;
• Encaminhar ficha de notificação para a Vigilância Epidemiológica Distrital;
• A vigilância epidemiológica distrital transfere a ficha de notificação preenchida
para aplicação do soro para a unidade de saúde que irá realizar o seguimento do
paciente.

9. IMUNOGLOBULINA HUMANA ANTIRRÁBICA HOMÓLOGA (IGHAR)


COMPOSIÇÃO: Não há quantidade máxima de soro heterólogo ou homólogo a ser
aplicada, seja em UI ou em volume, se necessário dividir a dose por vários grupos
musculares.
A Imunoglobulina homóloga pode ser administrada em qualquer grupo muscular.
Somente a Vacina antirrábica não pode ser administrada em glúteo.

APRESENTAÇÃO: A IGHAR é apresentada em forma líquida em frasco-ampolas ou


seringas preenchidas de 2 mL (300 U).

DOSE, VIA E LOCAL DE APLICAÇÃO:


• A dose de imunoglobulina antirrábica homóloga é 20 U/kg. Cada ml apresenta
150 U. Não há quantidade máxima a ser aplicada.
• Deve-se infiltrar nas lesões a maior quantidade possível da dose da
imunoglobulina. Esse procedimento deve ser realizado por um médico. Caso não
haja possibilidade de infiltração de toda a dose, a quantidade restante (a menor
possível) deve ser administrada por via intramuscular, podendo ser utilizado
qualquer grupo muscular.
• Quando as lesões forem muito extensas e/ou múltiplas, a dose da
imunoglobulina pode ser diluída em soro fisiológico, o mínimo possível, para que
todas as lesões sejam infiltradas.
• A imunoglobulina antirrábico homóloga deve ser utilizada logo após a abertura
do frasco;
• A imunoglobulina antirrábico homóloga poderá ser administrada em qualquer
unidade de saúde.

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INDICAÇÕES:
• Quadros anteriores de hipersensibilidade grave;
• Utilização anterior de outros soros específicos heterológos ou imunoglobulina de
origem equídea (antiescorpiônico, antirrábico, antiofídico, etc.);
• Histórico de contato frequente com cavalos, mulas, pôneis, etc, por trabalho ou
lazer;
• Situações especiais em que o volume do SAR heterólogo ultrapassar o volume
máximo permitido para administração IM. De acordo com avaliação da Vigilância
Epidemiológica.

PROCEDIMENTO:
• Enfermeira da Unidade/sala de vacina realiza avaliação do caso e preenche a
“Ficha de Investigação de Atendimento Antirrábico” (ficha amarela), que deverá
ser corretamente preenchida em todos os campos;
• Discutir o caso com a Vigilância Epidemiológica, que fará a requisição do Soro
antirrábico;
• Quando o soro estiver disponível na unidade de saúde, encaminhar o paciente ao
médico para realização da prescrição do soro;
• O médico deve realizar a infiltração do soro no local da lesão, se houver lesão. A
infiltração é técnica similar a aplicação de anestésico local, devendo ser realizada
pelo médico de plantão. Se necessário, diluir com soro fisiológico se necessário,
para atender a todas as lesões;
• Administrar o restante do soro por via intramuscular (IM). NÃO aplicar no mesmo
membro em que foi aplicada a vacina. Não administrar IM soro diluído em
soro fisiológico;
• Anotar na ficha de notificação: peso do paciente, quantidade de imunoglobulina
aplicada, se foi realizado infiltração no local. Se o médico não realizou a infiltração
anotar o nome do médico, anotar em que unidade o paciente realizará o restante
das doses de vacina;
• Encaminhar ficha de notificação para a Vigilância Epidemiológica Distrital;
• A vigilância epidemiológica distrital transfere a ficha amarela preenchida para
aplicação do soro para a unidade de saúde que irá realizar o seguimento do
paciente.

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10. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana.
Brasília, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância Epidemiológica de
Eventos Adversos Pós-Vacinação. Brasília, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. NOTA INFORMATIVA Nº 26 – SEI/2017 –
CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Informa sobre alterações no esquema de vacinação da
raiva humana pós-exposição e dá outras providências. Disponível em:
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/agosto/04/Nota-Informativa-
N-26_SEI_2017_CGPNI_DEVIT_SVS_MS.pdf. Acesso em 22 de Julho de 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual do Centro de Referência
de Imunobiológicos Especiais. Brasília, 2019.

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