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Curso de Teologia - 2023

AULA: CATEQUÉTICO - Padre Eduardo Nery – aula de quarta feira


02/08/2023
Parte dogmática e sistemática são as partes que vão exigir de nós a reflexão
teológica, a teologia é uma ciência. Não é uma filosofia. Não é catequese. Não é uma
evangelização. É outro âmbito, sem conversão. Vamos fazer teologia, quanto a ciência
tem um método, tem uma forma de ser elaborada, e ela se divide pelos tratados da
teologia. Como são as disciplinas, que são divididas em certas áreas bíblica – acesso a
fonte bíblicas; histórica, é a história do dogma da teologia da igreja; teologia prática, que é
a teologia moral, a catequese, a liturgia; e a sistemática que é a teologia em si mesma. Ou
dogmática ou especulativa. Ela irá pegar os dados da teologia bíblica, da exegese bíblica
e a partir destes dados construir um discurso sobre temas sistemáticos, dentro de um
modelo de uma lógica de um sistema.
Um curso que depois vai se deparar com o dogma, porque a fé cristã que parte da
Sagrada Escritura, da Bíblia, se desenvolve na elaboração de verdades, afirmações que
nós chamamos de dogmáticas, que tem um peso, pois são reflexivas e com muitos
embates, referendadas pelo Magistério das Igreja, os pastores que têm a função de
legitimar, confirmar, definir que a coisa deve ser interpretada da forma apresentada. A fé
cristã a respeito de Maria, do Espírito de Deus, precisa ser dita expressa de um
determinado modo.
A teologia sistemática não é necessariamente dogmática, mas ela vai trabalhar com
o dogma e talvez desaguar no dogma. Necessidade de fazer uma reflexão sistemática, que
tenha o mesmo começo, meio, fim; de forma A, B, C; não se faz teologia com achismo, ou
com uma suposição. Não fazemos Teologia com que a gente acha, muito menos com o
que a gente aprendeu. O teólogo como os filosofo, desde Sócrates, SEI QUE NADA SEI.
De Deus, Teologia é o discurso sobre Deus – THEO/ LOGOS
O que nós sabemos de Deus -*NADA*, porque Deus é um mistério – quando soubermos
algo de Deus, nada saberemos na verdade.
TRINDADE – do mistério da Trindade – é o mistério central da fé cristã. Articulador de toda
fé cristã.
Um desafio de 2000 anos de história
Catecismo da Igreja Católica – ano de 1992 – João Paulo II –
Catecismo antecedente – Pio X – século passado – catecismo para criança. Decorar o
que está escrito.
Não existe um catecismo que explique a fé. Resultado, o produto de 2 mil
Por que o catecismo está dizendo isto? Por que a igreja chegou a esta afirmação a
esta verdade? Quando a igreja diz algo, porque está sendo dito isto, qual o discernimento
da igreja? Quais foram as verdades que estavam em jogo. Qual o fundamento real do que
está sendo dito?
Quais as verdades em jogo, porque a igreja e a teologia escolheram uma e não a
outra, se encontrar com divergências, com ensinamentos diferentes.
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Tenha certeza de que Lutero não foi condenado por seus idealismos. Este tipo de
preconceito não nos eleva ou sequer o curso da Teologia.
A busca por conhecer pelo aquilo que não vemos, mas acreditamos que existe, está
presente no ser humano. Não existe o homem sem ser religioso, é intrínseco ao ser
humano. Os tempos de hoje são diferentes a 2 mil anos atras, hoje existe um pluralismo
muito grande e aumenta o nosso acesso ao conhecimento. Temos acesso a um livro, a
tecnologia. Após a imprensa, com Gutemberg, muita a história e o acesso ao conhecer e
as possibilidades deste conhecimento. Inclusive em relação a Deus. Sabemos muito
pouco de Deus, mas produz conhecimento

NOSSO TRATADO SOBRE A TRINDADE


Porque ter esta reflexão. O nosso caminho terá 2 etapas:
1. Etapa Bíblica – olhar para Sagrada Escritura – antigo e novo testamento – o que a
Bíblia poderá nos ajudar e explicar o Deus uno e trino
2. Histórica – vamos acompanhar o desenvolvi mento da teologia trinitária. E o nosso
eixo vai ser as controvérsias do século IV – e em resumo iremos nos referir ao
Concilio de Niceia e ao de Constantinopla.
Teologia sistemática - tentar dizer algo sobre Deus – teologicamente – atributos divinos,
procissões – qualidades divinas.
O NADA nos coloca na posição de alerta,
As parábolas destes últimos domingos, nos coloca em alerta.
Do tesouro escondido, da procura da perola.
O joio e o trigo, vamos arrancar? NÂO, porque ninguém sabe o que é o joio ou trigo, no
final da colheita vai vir o anjo e irá separar. Mas nós não sabemos, aguarde, fique alerta,
convença-se do seu nada e aguarde.
Trindade econômica e emanente. Como Deus se revela, ou mesmo o que ele quer revelar.
O mistério da Trindade é a substância no Novo Testamento, não é um dos temas da
Teologia – E O TEMA, o coração da fé cristã, está no centro da pregação crista. Tudo que
se disser no âmbito da fé cristã tem seu fundamento na Trindade. Na pessoa de Deus,
como Pai. Filho e Espírito Santo. A moral a liturgia a catequese, todas as áreas e tratados
e inclusive da teologia sistemática e dogmática. A Trindade é o eixo, objeto principal da
nossa fé. A gente não acredita que o casamento é o nosso eixo, e preciso agir de forma
coerente. Acreditamos em Deus. A nossa fé é um uma pessoa, energia, acreditamos
nisto. Traz algumas consequências. Porque acredito faz o sinal da cruz, mas porque
acredito em algo superior, a qual minha atitude me remete. Vamos a igreja, façamos
caridade, façamos o sinal da cruz, o eixo é a minha crença em Deus, e em algo que não
sei NADA, maluco, mas perfeitamente humano. Sobreviveu por todos os estes anos, por
esta crença.
Vivemos religião o tempo todo, às vezes, inclusive há um exagero exacerbado.
Sociedade está impregnada. Um excesso de religião.
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No âmbito da teologia sistemática cada um dos tratados não pode ser entendido
como percurso paralelo, todos os tratados convergem para o mistério Trinitário.
Eclesiologia, a sacramentaria, teologia litúrgica, Mariana e outras partem da Trindade.
Uma classificação para o cristianismo, enquadrar dentro de um esquema, das religiões que
existem no mundo, colocamos em um lugar único, MONOTEISMO TRINITÁRIO, lugar
único, não existe outra religião que ocupe esta posição e tem 2 coisas que a gente vai
precisar analisar MONO – UM – TRINITÁRIO – TRES - o cristianismo tenta construir a
seguinte frase: O 1 É 3 – por que ela é impossível? O que for 1 na mesma perspectiva não
poderia a ser 3. Veremos de que modo poderá ou pode ser possível. Na nossa vida
cotidiana é impossível. Muitas pessoas morreram para afirmar esta frase.
A fé trinitária e o que distingue das outras religiões =, como as politeístas. Judaísmo
e o islamismo, confirma a frase que Deus é 1. Quando dizemos que somos monoteísta ok
– UNO - mas e quando dizemos que somos trinitários, nos separa das outras religiões
Mas quando este um é PAI FILHO E ESPÍRITO SANTO é exclusivo do cristianismo.
Deus UNO e ÚNICO. São diferentes estas afirmações – UNO significa que Deus é
uma essência plena e completa, não é composto é uma coisa UNA, nele em Deus na sua
essência não há divisão ou distinções.
Nós somos compostos, desde o século XIII, nesta linguagem. É formado por
matéria e forma, corpo e uma forma que faz com que sejamos homem. A essência nos
diferencia.
Deus é só existência, não tem matéria. Deus não é um homem, não é um velho,
não possui matéria. Somente essência, simplesmente É. Deus ÚNICO – é complicado,
mais complexo, no cristianismo, pois dizemos que o Deus UNO e ÚNICO é o Pai Filho e
Espírito Santo. Não existe outro Deus, só existe um Deus.
Monoteísmo é uma construção histórica. Israel construiu o monoteísmo,
Estas afirmações são muito complexas, Deus é uma realidade que nós não
podemos conhecer – escrutar – não temos acesso. E a outra e uma afirmação difícil, pois
supõe uma certa superioridade. Temos que ter poder para fazer isto.
Qual a base, qual o fundamento de fazermos esta afirmação? Como entender que
chegamos a isto.
A Fé Trinitária – O DEUS UNO E ÚNICO é PAI, FILHO E ESPÍRITO.
Tudo na nossa fé e experiencia cristã está na Fé Trinitária. Batismo, creio dos
apóstolos. O terço, a liturgia, toda a oração, a própria igreja,
Toda a reflexão sobre o Mistério de Deus, não na perspectiva do que não acreditamos,
se organiza por Tomas de Aquino e nos traz uma certa inspiração, no século XIII, a nossa
reflexão a respeito de Deus deveria percorrer duas vias,
1. Perguntar o que é DEUS?
2. Perguntar como Deus age?

Toda reflexão trinitária, conforme Tomas de Aquino, tem que percorrer estas
perspectivas. Tem que saber para o que serve, para saber o que é.
Todo conhecimento humano tem que percorrer este caminho
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Tomas dividiu a sua reflexão em 2 perspectiva:


1. A respeito do ser – ONTO/ (estudo do ser) LOGIA – tem a ver com o Deus UNO
e ÚNICO
2. Outra a respeito do agir – ECO/NOMIA – é o agir é o fazer seguindo uma certa
logica – tem a ver com o PAI, FILHO E ESPÍRITO –

Tratado de DE DEO UNO (ser divino – oncologia - Trindade Imanente) E TRINO ((agir
ECONOMIA- Trindade econômico).
Nós não sabemos de Nada que Deus é, mas podemos dar uma olhada de como ele
agiu. Poderemos saber de algo do AGIR de Deus para sabermos alguma coisa do Deus
TRINO. O que Ele é eu não sei, mas o que Ele faz, talvez
TEXTO OFICIAL DO PROFESSOR – 1º apostila

CURSO DE TRINDAE

INSTITUTO DE TEOLOGIA SÃO MIGUEL

Pe. Eduardo Nery Nunes

INTRODUÇÃO
•O mistério da Trindade é a “substância do Novo Testamento” 1; não apenas um tema
entre outros, mas o coração da fé cristã. Isto significa dizer que a Trindade está no centro
da pregação cristã; que é essencial e constitui o objeto principal de nossa fé, esperança e
caridade (cf. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 234).
•No âmbito da Teologia Sistemática, cada um dos tratados teológicos não pode ser
entendido como um percurso paralelo aos demais, como se fosse independente dos
outros; pelo contrário, cada disciplina enfoca e faz emergir um aspecto do único mistério de
Cristo. Eles não são, portanto, autônomos, mas reciprocamente correlacionados.
IMPORTÂNCIA DO TRATADO DA TRINDADE
•A religião cristã pode ser caracterizada como um monoteísmo trinitário. É a fé trinitária
que distingue o cristianismo das outras duas grandes religiões monoteístas: o judaísmo e o
islamismo.
•No monoteísmo trinitário cristão existem duas afirmações inseparáveis:
1. Deus é único e uno: esta afirmação é compartilhada com o judaísmo e o islamismo;
2. O Deus único e uno é Pai, Filho e Espírito Santo: esta afirmação é exclusiva do
cristianismo.
•O conceito de unicidade aponta para o fato de que Deus é um só (= único), não existem
outros deuses; já a noção de unidade (= Deus é uno) descreve uma característica da
natureza divina: em Deus não há divisões; ele possui uma essência simples, indivisível.
•A fé trinitária está presente em todas os âmbitos e dimensões da experiência cristã:
- O batismo é administrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19 -
¹⁹ portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo) - As antigas profissões de fé têm estrutura trinitária;
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- Na liturgia, ocupa um lugar central (doxologia final das orações; oração eucarística).

Prefácio
= Pai; memorial da instituição e anamnese
= Filho; epiclese = Espírito Santo]); 1
- A oração cristã, normalmente, se dirige ao Pai por Jesus Cristo na unidade do Espírito
Santo;
- A própria Igreja é compreendida como «povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do
Espírito Santo» (LG 4).
ESTRUTURA DO TRATADO DE DEO UNO ET TRINO
• São Tomás de Aquino organizou sua reflexão a respeito do mistério divino em duas
perspectivas: o ser divino enquanto tal e o ser divino enquanto fonte e fim da criação.
•Na sua obra teológica mais importante, a Suma Teológica, as duas primeiras partes
tratam da essência divina e da distinção das pessoas divinas (Pai, Filho e Espírito Santo),
ou seja, se referem a Deus ad intra (= o ser de Deus = Trindade imanente); a terceira parte
trata das criaturas que procedem de Deus, ou seja, Deus ad extra (= o agir divino =
Trindade econômica). Para S. Tomás estas duas perspectivas não se opõem, mas servem
para que possamos compreender melhor o que se entende pela palavra “Deus”.
•A partir de Tomás, os manuais de teologia dividiram o Tratado sobre a Trindade em duas
partes:
- O De Deo uno (= De Deus uno) trata da existência e da essência de Deus, com um
método prevalentemente filosófico;
- O De Deo Trino (= De Deus trino) trata das pessoas, os processões e as missões divinas,
com um método teológico.
•Esta divisão pode dar a impressão de que a primeira parte do tratado aborda as verdades
que se pode conhecer através da razão natural (= via filosófica do conhecimento divino:
essência divina, atributos divinos, cognoscibilidade de Deus etc.); enquanto a segunda
parte trataria daquilo que só pode ser conhecido através da revelação.
A DEI VERBUM E A REVELAÇÃO EM CRISTO
•A Constituição Dogmática sobre a revelação Divina, Dei Verbum, do Concílio Vaticano II 2
descreve em termos cristocêntricos e trinitários o evento e o objeto próprio da Revelação:
Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se e dar a conhecer o mistério da
sua vontade, pelo qual os homens, por Cristo, o Verbo feito carne, têm acesso ao Pai no
Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina. Por esta revelação, o Deus
invisível, na abundância de sua caridade, fala aos homens como a amigos e com eles
convive, a fim de os convidar à comunhão com ele e de nela os acolher. Esta economia da
revelação se realiza através de atos e palavras intimamente relacionados entre si, de

1
. 1 LEÃO XIII, Divinum illud múnus. 1897.
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forma que as obras, operadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a
doutrina e as realidades significadas pelas palavras; enquanto as palavras proclamam as
obras e elucidam o mistério nelas contido. Por esta revelação, refulge para nós, em Cristo,
a verdade mais profunda acerca de Deus e da salvação dos homens (DV 2).
• Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição, é a consumação e a plenitude da Revelação.
Enviou, então, o seu Filho, o Verbo eterno, que a todos os homens ilumina, para que
habitasse entre os homens e lhes desse a conhecer a intimidade de Deus. Assim, Jesus
Cristo, o Verbo feito carne, «homem enviado aos homens», «fala as palavras de Deus» e
realiza a obra da salvação que o Pai lhe deu a fazer. Por isto, aquele que o vê, vê o Pai
através de toda a sua presença e manifestação. (DV 4).
•Recentemente se percebeu que a reflexão teológica, historicamente, havia insistido
demais na “contemplação” de Jesus a partir da Trindade, esquecendo-se de “contemplar” a
Trindade a partir de Jesus. Este segundo movimento ganhou força graças à Teologia da
Cruz de inspiração luterana.
•É necessário, portanto, recuperar o equilíbrio entre teologia descendente (da Trindade à
Jesus) e teologia ascendente (de Jesus à Trindade). Para isso é essencial que o discurso
sobre Deus se fundamente na revelação cristológica do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Deste modo, é possível compreender, não apenas a verdade da Trindade das pessoas,
mas também a verdade do Uno divino. Assim, é importante superar a excessiva distinção
dos tratados De Deo Uno e De Deo Trino; a fim de se tratar a questão do Deus Uno e Trino
de um modo mais harmonioso.
TRINDADE IMANENTE E TRINDADE ECONÔMICA
•O único acesso ao Deus Uno e Trino é através de Jesus. É por sua obra salvadora (=
economia) que podemos chegar à verdade do Deus Uno e Trino (= teologia).
•Karl Rahner22 procurou superar a divisão entre De Deo Uno e De Deo Trino, introduzindo
uma terminologia que se tornou famosa: Trindade econômica e Trindade imanente. Ele
distingue o Deus que se revela na economia (= ad extra – agir divino) do Deus em si
mesmo (= ad intra – ser divino), e diz: «a Trindade econômica é a Trindade imanente, e
vice-versa»; ou seja, o Deus Uno e Trino se revela na história salvífica tal como Ele é na
sua vida intra-divina (cf. CIC 236). 3
•Assim, a Trindade que se manifesta na economia (= história) da salvação é a própria
Trindade imanente (= em si mesma); e do mesmo modo, esta Trindade imanente é a que
se comunica livre e gratuitamente na economia da salvação.
• Sobre a relação entre Trindade econômica e imanente é possível afirmar:
1. A Trindade econômica é a única porta de acesso à Trindade imanente;
2. A Trindade econômica é a Trindade imanente, no sentido de que o Deus que nos ama e
se revela é o Deus que vive eternamente na comunhão das três pessoas divinas;

2
Karl Rahner (1904 — 1984) foi um sacerdote católico jesuíta de origem germânica e um dos mais influentes teólogos do século XX
3
CIC 236 Os Padres da Igreja distinguem entre «Teologia» e «Oikonomia», designando pelo primeiro termo o mistério da vida íntima de
Deus-Trindade e, pelo segundo, todas as obras de Deus pelas quais Ele Se revela e comunica a sua vida. É pela «Oikonomia» que nos
é revelada a «Theologia»; mas, inversamente, é a «Theologia» que esclarece toda a «Oikonomia». As obras de Deus revelam quem Ele
é em Si mesmo: e, inversamente, o mistério do seu Ser íntimo ilumina o entendimento de todas as suas obras. Analogicamente, é o que
se passa com as pessoas humanas. A pessoa revela-se no que faz, e, quanto mais conhecemos uma pessoa, tanto melhor
compreendemos o seu agir.
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3. A Trindade imanente não se reduz à Trindade econômica, mas transcende sua própria
autorrevelação;
4. As operações das pessoas divinas na Trindade econômica correspondem às operações
das mesmas pessoas na Trindade imanente;
5. A Trindade imanente decidiu eternamente se autocomunicar na Trindade econômica;
6. A Trindade imanente irradia uma luz que ilumina a compreensão da Trindade
econômica.
MÉTODO DO TRATADO TRINITÁRIO
•O método da teologia trinitária é ao mesmo tempo histórico (= econômico) e ontológico (=
ser divino).
•É histórico porque Deus se revela na história do homem, como lugar de sua ação salvífica
em favor da humanidade. Mas é, ao mesmo tempo, ontológico, na medida em que a
verdade de Deus se revela plenamente através de Jesus Cristo.

. 09/08/2023
. O discurso da Trindade é o discurso central de toda a Teologia
As 2 grandes perspectivas do tratado da Trindade Deus uno e único e das 3
pessoas. O que Tomas de Aquino organiza em 2 perspectivas. Tratado de De Uno –
filosófica tem a ver com a existência, o que Deus é, e a essência – Deu Trino – cunho
teológicos – com centrado em torno da Revelação – pessoas, possessões divinas.
A importância Karl Rahner pois pensa na Trindade Imanente e econômica - em si
mesmo, na essência de Deus e o de economia, processo de revelação a trindade que se
revela, que se dá a conhecer.
A Trindade econômica é a imanente e vice-versa – a que se revela Pai, Filho e
Espírito santo - não há diferença – e a partir do nosso acesso ao modo como Deus se
revela podemos chegar ao conhecimento de Quem Deus é.
Todo nosso esforço é ir conhecer, na essência divina não podemos penetrar, só
pode conhecer o que Deus revela. Se o axioma de Karl Rahner tenha sentido que a
trindade econômica e a imanente a história da salvação os vestígios de Deus, podemos
chegar ao conhecimento do que Deus é. Ele é o que se revela.
Não há um Deus, um ente sagrado, um transcendente, que não seja o Pai, Filho e
Espírito Santo. Na nossa compreensão cristã, não há ser sobrenatural que não seja a
Trindade.
O que os muçulmanos adoram, os indígenas, o candomblé é o Pai, Filho e Espírito
Santo.
Não há dois seres divinos, só há Deus. A uma única essência divina, na
compreensão cristã Pai, Filho e Espírito Santos e para nós engloba o divino.
Como as pessoas denominam o sagrado divino, Deus é um só.
O nosso único acesso ao ser divino é pela santíssima Trindade, chegar a Deus.
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O único acesso ao mistério Trinitária é Jesus Cristo. No AT não temos uma doutrina
Trinitária (não a figura do Filho), contudo é preciso dar uma olhada para entender como
este Deus na Santíssima Trindade, se revela na economia (processo histórico no qual
Deus se revela), compõe 3 hipóstases do Divino – Pai, Filho e Espírito – (chamaremos
depois de 3 pessoas),
Porque é o Pai, porque tem o Filho. Quem é o Pai de Jesus? Deus. Que Deus?
Deus do povo Israel, Povo de Israel acreditava em um Deus é este Deus é o Deus de
Israel.
Porque Israel foi um povo poderoso e matou e subjugou outros deuses, questão
meramente política, econômica e social.
O Deus católico é muito mais grego do que judaico. Os gregos tentaram. Deus tem
muito mais das características gregas.
Quem vence o discurso, “pólvora” para segurar o discurso.
A doutrina da Trindade é neotestamentária. Não há uma doutrina Trinitária no AT,
era considerado uma heresia, punível pela morte. Como ocorreu com Jesus, motivo de
sua morte.
Por quê? No AT a doutrina é a unicidade divina – Deus é UNO e ÙNICO. O AT está
sentado nesta posição, é sustentado nesta doutrina. Que se transforma em monoteísmo –
crença de que existe um único DEUS – Israel é monoteísta – primeira característica –
Monoteísta no AT é uma evolução natural do politeísmo - Se observarmos o AT o
povo judeu faz um caminho do politeísmo para o monoteísmo – provavelmente os
antecedentes mais primordiais de Israel era politeísta – indícios no AT de que Israel era
politeísta (vários deuses).
Israel faz um caminho histórico por séculos, quiçá milênios, do politeísmo para
monoteísmo. Uma tríade e formada, que a passagem da poligamia para monogamia, e
uma passagem do governo dos clãs, das tribos, começa com juízes, governo
descentralizados, começa com juízes, governo descentralizados, para a monarquia. Israel
caminha em direção do mono. Um processo puxa o outro.
O cântico dos cânticos é o fundador do monoteísmo judaico. Instala o amor único
entre o homem e a mulher. O noivo apaixonado é Deus é a moça é Israel.
Nômade para os sedentários – Um Deus, um lugar...
Através desta construção do monoteísmo, ela é importante em termos políticos,
econômicos, para sobrevivência. Como sobreviver em um ambiente conflituoso, como se
estabelecer geopoliticamente, sendo fragmentado. Tem que se tornar poderoso, se juntar,
vencer a guerra. E não pode ter cada um Deus, um único Deus é mais fácil
Israel tem plena consciência que seus ancestrais oriundos da Mesopotâmia, tinha
servido muitos deuses. Contudo apesar de saber que os ancestrais tinham servido outros
deuses, Israel tem a certeza do caminho monoteísta

Na transição passaram que apesar de vários deuses, alguns eram mais fortes, depois

seguir a um Deus. Por ex. Deuteronômios cap 6 – monoteísmo firmado.


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Deuteronômio 6
Chamado para compromisso total
1
"Estes são os mandamentos, os decretos e os estatutos que o Senhor, seu Deus, me
encarregou de lhes ensinar. Não deixem de cumpri-los na terra que em breve vocês
possuirão.2 Vocês, seus filhos e netos temerão o Senhor, seu Deus, enquanto
viverem. Se obedecerem a todos os seus decretos e mandamentos, desfrutarão de
vida longa.3 Ouça com atenção, Israel, e tenha o cuidado de obedecer. Então tudo
irá bem com vocês e terão muitos filhos na terra que produz leite e mel com fartura,
exatamente como lhes prometeu o Senhor, o Deus de seus antepassados. 4 "Ouça, ó
Israel! O Senhor, nosso Deus, o Senhor é único!5 Ame o Senhor, seu Deus, de todo
o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua força.6 Guarde sempre no coração
as palavras que hoje eu lhe dou.7 Repita-as com frequência a seus filhos. Converse a
respeito delas quando estiver em casa e quando estiver caminhando, quando se
deitar e quando se levantar.8 Amarre-as às mãos e prenda-as à testa como
lembrança.9 Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões.
10
"Em breve, o Senhor, seu Deus, os conduzirá à terra que ele jurou dar a seus
antepassados Abraão, Isaque e Jacó. É uma terra com cidades grandes e prósperas
que vocês não construíram.11 As casas estarão cheias de bens que vocês não
produziram. Vocês tirarão água de cisternas que não cavaram, e comerão os frutos
de vinhedos e oliveiras que não plantaram. Quando tiverem comido até se fartarem
nessa terra,12 cuidem para não se esquecerem do Senhor, que os libertou da
escravidão na terra do Egito.13 Temam o Senhor, seu Deus, e sirvam a ele. Quando
fizerem um juramento, jurem somente pelo nome dele. 14 "Não sigam nenhum dos
deuses das nações vizinhas,15 pois o Senhor, seu Deus, que vive entre vocês, é Deus
zeloso. Se o fizerem, a ira do Senhor, seu Deus, se acenderá contra vocês, e ele os
eliminará da face da terra.16 Não ponham à prova o Senhor, seu Deus, como fizeram
quando se queixaram em Massá.17 Obedeçam cuidadosamente aos mandamentos
do Senhor, seu Deus, bem como a todos os preceitos e decretos que ele lhes
ordenou.18 Façam o que é certo e bom aos olhos do Senhor, para que tudo vá bem
com vocês e tomem posse da boa terra em que vão entrar, a terra que
o Senhor prometeu sob juramento a seus antepassados.19 Vocês expulsarão todos os
inimigos que vivem nela, como o Senhor disse que fariam. 20 "No futuro, seus filhos
lhes perguntarão: ‘O que significam estes preceitos, decretos e estatutos que
o Senhor, nosso Deus, lhes deu?’. 21 "Então vocês lhes dirão: ‘Éramos escravos do
faraó no Egito, mas o Senhor nos tirou de lá com sua mão
forte.22 O Senhor realizou sinais e maravilhas diante de nossos olhos e enviou
castigos terríveis sobre o Egito, o faraó e todo o seu povo.23 Ele nos tirou do Egito
para nos dar esta terra que ele havia prometido sob juramento a nossos
antepassados.24 E o Senhor ordenou que cumpramos todos estes decretos e temamos
o Senhor, nosso Deus, para que ele sempre nos abençoe e preserve nossa vida,
como tem feito até hoje.25 Pois a nossa justiça estará em obedecermos
cuidadosamente aos mandamentos que o Senhor, nosso Deus, nos ordenou’."

Em 1500 anos, fizeram a passagem do politeísmo ao monoteísmo – Onde não


existe outros deuses, não se procura o mais forte, se tem o ÚNICO DEUS.
Não significa que a passagem seja positiva, constatamos fatos. O que houve é a
certeza da passagem, da transformação.
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Quem é o ÚNICO DEUS, onde não existe outro. Há um desenvolvimento deste


personagem do AT, Deus de Israel, há um processo de desenvolvimento de seus atributos,
partindo do que Israel afirma sobre ele. Há um discurso sobre Deus, dizendo muita coisa
de Deus, como agem como se comporta, onde há um processo marcando a características
de Deus. No AT há um processo de revelação de Deus, o que ele deixa a ser dito.
A sagrada Escritura não é um ditado, são escritos de homens e mulheres que
deixaram registrados textos que contam história, reflexões de oração. Para saber sobre
Deus temos que ler o que Israel deixou. O alcorão foi ditado pelo anjo, o que não é real.
Para nós temos a certeza da influência humana na escrita da Sagrada Escritura.
tiveram a inspiração. Quando Israel diz certas coisas de Deus, e o que dizem é o que Deus
revela a Israel. Implica o conceito de inspiração. Grande mistério e beleza da revelação
para Israel. Deus se revela no que a gente diz sobre Ele. Israel chega à conclusão que só
existe um Deus
Quem é Ele? É um Deus poderoso, No processo de desenvolvimento do
monoteísmo, o poder de Deus demonstra que ele é ÚNICO.
Por que há um os Deus? Os outros deuses não têm poder. O poder de Deus revela
que ele está acima do tempo do espaço, tudo o obedece. Manifestando a sua grandeza.
Ele transcende tudo, Ele é soberano. Deus de Israel garante a vitória (LER JOSUE)
Por que o povo de Israel vence as batalhas? Porque Deus é poderoso e está ao
lado deles.
Como que historicamente, que Israel desenhou a figura de Deus. Por ex o Senhor
dos Exércitos. O ápice de poder, de soberania. Israel vai desenvolvimento de que Deus é
poderoso. Depois o exilio, eles dizem se estamos aqui é porque Deus nos levou a chegar
aqui. O relato da criação é a última etapa deste processo de Israel. Ex Baduc – como
Deus cria, uma guerra entre Deus e seu Filho, na confusão o mundo se destrói.
Quem os tirou do Exilio? De onde viemos? Sempre Deus
Da oração é a passagem mais madura, mais elaborada da ideia de que Deus é
quem tem poder de fazer todas as coisas. Na criação Deus faz tudo sozinho.
Exemplo – se faça luz – onipotente – pede para se e criar e tudo se cria. É o
máximo.
Outra característica de Deus no antigo testamento, Deus de Israel, é a ideia de que
Deus é um ser pessoal. Isto é extraordinário. O Deus de Israel apesar de sua
transcendência, não é uma mera força cósmica. Israel experimenta a presença de Deus,
como alguém que convive diariamente. A ponto de ser julgado ciumento, amoroso,
sensível, violento, se irrita com facilidade, se estressa, se vinga, castiga, - o Deus de Israel
é uma pessoa. Israel projeta em Deus a sua própria existência – Deus de Israel é
antropomorfizado – homem, forma, - forma de Homem. Não é um ser cósmico. Enriquece
a Deus, ele é uma força.
Procurar uma aliança com Deus. Deus é com aquele que me comprometo a ser fiel.
Uma relação de companheirismo, de fidelidade, de temos, de amor, de união. Deus não é
um sentimento, uma luz, uma força. É uma pessoa que tem vida, as características de
uma pessoa, com a qual é possível criar um vínculo, uma relação.
Curso de Teologia - 2023

No AT Deus é humano e é tão pessoal que tem vários nomes – nomear alguém ou
algo é muito importante, do ponto de vista antropológico, psicológico, religioso teológico –
dar nome é importante. O nome é o que torna presente, só se dá nome ao que existe, o
nome concretiza a existência de uma pessoa. O nome tem uma carga forte, para Israel,
determina o que a pessoa é. O nome corresponde a expressão de um sujeito, da
existência e da essência da pessoa. Adão dá nome aos animais, com a ideia de dominar
O nome divino indica, portanto, o que Deus é, indica o modo como o povo o
reconhece, indica a presença de Deus em um determinado lugar Deus é transcendente,
supremo, onipotente, mas tem um nome. É ao mesmo tempo distante e o outro, é
onipotente e ao mesmo tempo e alguém com quem eu possa me relacionar – Eu & Você –
chamar a Deus por um nome. Êxodo.
Estabelecendo uma aliança com Israel. Quem é você, qual é o seu nome.
Pressuposto humano de relação. Deus disse a Moises eu sou aquele que ele e disse mais
Eu sou quem enviou a Vocês. Assim dirá aos filhos de Israel – IHWA – o Deus de
vossos pais – Isaac, Abrão e esta será minha lembrança ao povo de Israel.

. 16/082023.
Estamos acompanhando o desenvolvimento de Deus no AT, de uma forma
genérica, superficial, estamos tentando identificar um processo de desenvolvimento da fé
monoteísta de Israel. Do modo como Israel vai construindo uma ideia de deus
Uma coisa é o que Deus é nós não temos acesso outra coisa e o que dizemos a
respeito de Deus e podemos dizer coisas sobre Deus, fruto de nossa própria busca interior
humana, para afirmar certas coisas de Deus ou a partir do que observamos de Revelação
de Deus a nós. A partir de nossa busca individual, de explicar este fenômeno, que é Deus,
forjamos esta ideia. A partir de nós, em direção a Ele de nossa própria razão que busca
Ou a gente forma um conceito de Deus da percepção de Deus do modo como ele se
Revela a nós. O que São Tomás de Aquino colocou nos 2 tratados, como Deus se revelou
ao longo da história e Jesus Cristo, nossa porta de acesso da Revelação
Encontrar um caminho de elaboração desta ideia no SAT, primeiro elemento desta
construção é o fato de que Israel elabora um monoteísmo que vai crescendo ao ponto de
chegar ao radicalismo. Segundo a fé de Israel não existe outra Deus além de IHWH (Deus
de Israel). Processo longo que começa no politeísmo e vai ao monoteísmo, caminho de
séculos de uma teologia
Ideia de Deus – Teologia – forma de explicar o que é Deus
1 característica fundamenta da Teologia em Israel – que só há um Deus
2 este Deus, ele é completamente transcendente, plenamente outro, não é igual aos
homens, por ter um poder soberano e supremo sobre todos os ostros deuses. Não há
outro Deus mais poderoso. A construção desta ideia tem fundamento, político, financeiro,
social, geopolítico. O exército de Israel é o que tem a espada mais afiada.
O Deus de Israel e profundamente como os homes, onde há o paradoxo. Não é
humano o Deus de Israel, mas é como os homens, tem ciúmes, triste, planos, muda de
ideia, desiste dos planos, rude, ama, odeia, e sentimentos mais que humanos. É um Deus
Curso de Teologia - 2023

pessoa, longe de ser uma fraqueza, ou uma diminuição ou um elemento negativo, ele é
profundamente positivo dentro da lógica que Israel se relaciona, Deus crível. Pode se
confiar. Não é um ser, uma luz, ele se encontra, tem o seu local, mas também não está lá,
está, mas não está. É pessoal, o relacionamento pessoal, garante que não seja apenas
uma força cósmica, uma energia, não é uma ideia, um fruto do pensamento humano, Deus
de Israel é alguém, é um tu, com uma força que não se pode relacionar. Ele fala, ele se
relaciona
Esta perspectiva pessoal are espaço de um momento mais significativo, do nome. O Deus
de Israel tem um nome. Este nome é a forma com a qual Israel estabelecerá esta relação
pessoal com Deus.
Moises o Deus de Israel - eu sou aquele que é, disse mais assim dirá aos filhos de
Israel, eu sou me enviou até vos, IHWH - tetragrama sagrado – nos escritos. O nome de
Deus é tão sagrado, não poderia ser pronunciado.
A liturgia crista nunca usou o termo IHWH, não poderia ser pronunciado.
No culto era trocado por Adonai. Traduz Adonai por - Vulgata - Dominus
IHWH – transliterado - Yauweh – no Brasil Javé - tetragrama sagrado. no livro do
Êxodo. Oferece um significado ao nome de Deus, forma arcaica do verbo HAJAH -
(hebraico) que significa SER, ou (hebraico se escreve de traz para frente, houve uma
reforma que incluiu as vogais, que aparecem embaixo, são introduzidas abaixo das
consoantes.
HAJAH – com a vogal se traduz VIVER
Tetragrama, abre se as letras e coloca se as palavras.
Esconde as palavras – EJEH ASER EJE – Sou o que (aquele que) sou. Tradução dos
gregos.
Qual o nome do Deus de Israel – EU SOU O QUE SOU – é uma forma estática de
traduzir esta expressão. Ser em Deus é muito pouco. Deus não é simplesmente, É.
Ontológica, muito fria, que se concentra na essência divina
Precisamos entender o tetragrama, de uma forma mais salvífica, mais dinâmica,
mais que a expressão eu sou o que sou, melhor Eu sou o que: age, que vive,
A filosofia, a partir do sec. XI, de Anselmo e Cantuária para frente, manteve de
forma estática, metafisica, ontologizante de Deus. DE fato, estática, fria.
Precisamos de Deus que vem há em socorro, da sua humanidade, de sua
participação.
Não é um Deus que se relaciona com Israel, intervindo, atuando, falando, mudando
os rumos. Não simplesmente o que é. Quando se fala em ser pensa uma dimensão do
existir humano, mas é muito mais que ser.
Como poderia tentar traduzir este nome de forma mais dinâmica, há uma indicação.
O termo HAJAH, da forma como é usado, no tetragrama sagrado, ele indica uma
conotação de futuro, se pegar esta forma com HAJAH com E percebe uma conotação
dinâmica, do passado, EU FUI, presente EU SOU e o futuro EU SEREI
Curso de Teologia - 2023

O tetragrama sagrada, muito maias de dizer d=que Deus é, tenta concentrar a ideia
de que Deus salva, age, ontem hoje e sempre, tirando o povo de Egito, que conduz o povo
em uma direção, representa a presença de Deus em meio ao povo, para salva lo. Por isto
com excesso de ou não, o nome foi desaparecendo sendo proibido. Para não ser
ultrajado, ridicularizado
Esta consciência gera um puritanismo, que chega ao extremo contrário, proibindo o
uso dos nomes. Como este nome é importante. Se Revela e continuará se revelando.
Está com oração salvífica, está presente no versículo
Deus disse Yahe o Deus de vossos pais, de Isaac. Abraão de Jacó. Deus do
passado. Deus que agiu no passado. Nós enviamos até nós. Este é meu nome para
sempre e a lembrança de geração a geração. Começou com vosso Pai, chega a vos, e
continuará de geração a geração. Passado, presente, futuro
Interpretação filosófica, metafisica, estática, eu sou o que sou, não é uma boa tradução
Bíblia de Jerusalém traduz – Eu sou o existente - Jerusalém
Êxodo 3,13 – eu sou aquele que sou. Ave Maria
Êxodo 3,13 - sou aquele que sou - Pastoral
Entre os diferentes nomes divinos – IHWH – é o que mais aparece – 6.800 vezes
Se faz conhecer através de sus Revelação. Revela o agir de Deus em favor de
Israel. Sua essência, mas revela o modo como se manifesta, em uma existência efetiva e
eficaz.
Traduzir o tetragrama – Eu serei ........
Usando a terceira pessoa já dá uma ideia mais dinâmica. Um existir divino atuante,
é muito importante para entendermos o modo que Israel entende o ser divino. Não como
uma força, uma ideia, mas como um ser que está agindo e atuando na história do seu
povo.
A ideia de atuação econômica de Deus. Existem outros nomes de Deus no At, por
exemplo, um nome muito importante EL e a sua versão plural ELOHIM, (EL Deus –
OHIM é Deus também), é um nome plural mas usado no singular.
Substantivo EL – anterior a IHWH – significa, provavelmente, O FORTE. Aquele
que reina, aquele que é soberano. Quando aparece Deus. Enquanto IHWH carrega a
relação, de que Deus se revela, vai se revelando na história, acompanhando o povo – a
relação. EL carrega o poder, a soberania, a força. Pode indicar o Deus de Israel. EL é
nome genérico -
Quem é Deus no antigo testamento, de diversas formas, e cada nome tem uma
característica, a uma dimensão de Deus
Vulgata de Jeronimo – do grego para o latim – Deus forte
Deus todo poderoso – vem de El – ELOHIM
Israel usa EL associando a um Deus poderoso.
EL Issac – EL Jacó – El Abraão.
Curso de Teologia - 2023

ELOHIM 2600 vezes na Bíblia é indica o FORTISSIMO, pois o Deus dos Deus.
Porque, normalmente, traz a ideia que reúne em si os atributos dos ELs. O Deus de Israel
é o verdadeiro Deus.
Deuteronômio 4,
Moisés encoraja Israel a obedecer 1 "Agora, Israel, ouça com atenção estes decretos e estatutos
que lhe ensinarei. Cumpram-nos para que vocês vivam, entrem na terra que o Senhor, o Deus de
seus antepassados, lhes dá e tomem posse dela.2 Não acrescentem coisa alguma às ordens que eu
lhes dou, nem tirem coisa alguma delas. Simplesmente obedeçam aos mandamentos do Senhor,
seu Deus, que eu lhes dou. 3 "Vocês viram com os próprios olhos o que o Senhor fez no incidente
em Baal-Peor. Ali, o Senhor, seu Deus, destruiu todos aqueles que adoraram Baal, o deus de
Peor.4 Mas vocês, que foram fiéis ao Senhor, seu Deus, estão hoje todos vivos. 5 "Vejam, agora
eu lhes ensino estes decretos e estatutos conforme me ordenou o Senhor, meu Deus, para que
vocês os cumpram na terra em que estão prestes a entrar para tomar posse dela.6 Obedeçam-
lhes por completo, e assim demonstrarão sabedoria e inteligência às nações vizinhas. Quando
elas ouvirem estes decretos, exclamarão: ‘Como é sábio e prudente o povo dessa grande
nação!’.7 Pois que grande nação tem um deus tão próximo de si como o Senhor, nosso Deus,
está próximo de nós sempre que o invocamos?8 E que grande nação tem decretos e estatutos tão
justos quanto este conjunto de leis que hoje lhes dou? 9 "Fiquem muito atentos! Cuidem para que
não se esqueçam daquilo que viram com os próprios olhos. Não deixem que essas lembranças se
apaguem de sua memória enquanto viverem. Passem-nas adiante a seus filhos e netos. 10 Nunca
se esqueçam do dia em que estiveram diante do Senhor, seu Deus, no monte Sinai, onde
o Senhor me disse: ‘Convoque o povo para que se apresente diante de mim, e eu os instruirei
pessoalmente. Eles aprenderão a me temer enquanto viverem e ensinarão seus filhos a também
me temer’.11 "Vocês se aproximaram e ficaram ao pé do monte, enquanto o monte ardia em
chamas que subiam até o céu. Ao mesmo tempo, o monte foi envolvido por nuvens negras e densa
escuridão.12 Então o Senhor lhes falou do meio do fogo. Vocês ouviram o som de suas palavras,
mas não viram sua forma; havia apenas uma voz.13 Ele proclamou sua aliança, os dez
mandamentos. Gravou-os em duas tábuas de pedra e ordenou que os cumprissem.14 Foi naquela
ocasião que o Senhor me ordenou que lhes ensinasse seus decretos e estatutos, para que vocês
os cumprissem na terra em que estão prestes a entrar para tomar posse dela."

IHWH é o único ELOHIM. Máximo do monoteísmo israelita


EL Shaddai – pantocrator (criador de todas as coisas) – onipotente.
Diversos nomes – na apostila
Adonai – nome Cananeu – aparece depois do exilio, neste processo, da exclusão do
tentagrama
Cadoxe do hebraico kadash4 – o terrível o santo
Israel utiliza de imagens, o Leão, Pedra, rocha
Existem no AT sinais, algumas passagens problemáticas, elas carregam em si um
enigma, que é difícil de ser destrinchado sem a perspectiva no NT, sem a Revelação
Trinitária
O que nos indica o At apesar não possuir uma doutrina trinitária (AT não fala da
Trindade, uma doutrina trinitária). Antigo Testamento pertence aos judeus, o nosso
texto sagrado é o Novo Testamento.
Temos que ler algumas passagens com reservas, que a luz do Nt para nós se
clareia, são vestígios da Trindade no At.
A expressão princípio, com a tradução 70 (antigo testamento judeu grego), marque
Marcos 1 – Mateus l – João 1,2 princípio indica UM LOCAL, UM FUNDAMENTO
4
Kadash – é o termo que descreve os fieis que recebem o Reino no dia do juízo do Senhor
Curso de Teologia - 2023

Deus criou o céu e a terra como princípio. Tudo foi feito por ele, nada sem Ele foi feito.
Há uma chave trinitária. É o uso do ELOHIM, como é possível que os israelitas usem uma
expressão plural a se referir a Deus. Este uso do plural é o intrigante.
O texto se apresenta como o enigma que a luz do NT há um direcionamento.
Não se diz que está revelada a Trindade.
Genesis 18, são três homens, mas é Deus falando.
Este uso do plural no AT é intrigante, as formas que Deus se revela,
Santo, Santo, Santo, é o Senhor...
A tríplice invocação do nome do Senhor. Intrigante o 3 no antigo testamento
Não se diz que isto se manifesta no At não temos a Santíssima Trindade, cuja revelação é
coligada ao Novo Testamento.
APESAR DO AT NÃO POSSUIR UMA DOUTRINA TRINITÁRIA há uma seria de vestígios,
de textos, só podem ser compreendidos da Revelação trinitária do Novo testamento
O uso do plural de uma forma plural.
Depois de termos conhecido Jesus a luz do mistério de cristo nos conduz a uma doutrina
Trinitária, prefigurada, alusiva, jogada, subliminar.
Diálogo ecumênico, interreligioso. A propriedade do texto que é deles.

TEXTO OFICIAL DO PROFESSOR – 2º apostila

CURSO DE TRINDADE
INSTITUTO DE TEOLOGIA SÃO MIGUEL
Pe. Eduardo Nery Nunes

INTRODUÇÃO

- O mistério da Trindade é a “substância do Novo Testamento”5 não apenas um tema entre outros,
;

mas o coração da fé cristã. Isto significa dizer que a Trindade está no centro da pregação cristã; que
é essencial e constitui o objeto principal de nossa fé, esperança e caridade (cf. CATECISMO DA
IGREJA CATÓLICA, 234).
- No âmbito da Teologia Sistemática, cada um dos tratados teológicos não pode ser entendido como
um percurso paralelo aos demais, como se fosse independente dos outros; pelo contrário, cada
disciplina enfoca e faz emergir um aspecto do único mistério de Cristo. Eles não são, portanto,
autônomos, mas reciprocamente correlacionados.

IMPORTÂNCIA DO TRATADO DA TRINDADE

- A religião cristã pode ser caracterizada como um monoteísmo trinitário. É a fé trinitária que
distingue o cristianismo das outras duas grandes religiões monoteístas: o judaísmo e o islamismo.
5
LEÃO XIII, Divinum Illud múnus, 1897
Curso de Teologia - 2023

- No monoteísmo trinitário cristão existem duas afirmações inseparáveis:


1. Deus é único e uno: esta afirmação é compartilhada com o judaísmo e o islamismo;
2. O Deus único e uno é Pai, Filho e Espírito Santo: esta afirmação é exclusiva do cristianismo.
- O conceito de unicidade aponta para o fato de que Deus é um só (= único), não existem outros
deuses; já a noção de unidade (= Deus é uno) descreve uma característica da natureza divina: em
Deus não há divisões; ele possui uma essência simples, indivisível.
- A fé trinitária está presente em todas os âmbitos e dimensões da experiência cristã:
- O batismo é administrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,19);
- As antigas profissões de fé têm estrutura trinitária;
- Na liturgia, ocupa um lugar central (doxologia final das orações; oração eucarística [Prefácio =
Pai; memorial da instituição e anamnese = Filho; epiclese = Espírito Santo]);

- A oração cristã, normalmente, se dirige ao Pai por Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo;
- A própria Igreja é compreendida como «povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito
Santo» (LG 4).

ESTRUTURA DO TRATADO DE DEO UNO ET TRINO

- São Tomás de Aquino organizou sua reflexão a respeito do mistério divino em duas perspectivas:
o ser divino enquanto tal e o ser divino enquanto fonte e fim da criação.
- Na sua obra teológica mais importante, a Suma Teológica, as duas primeiras partes tratam da
essência divina e da distinção das pessoas divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), ou seja, se referem
a Deus ad intra (= o ser de Deus = Trindade imanente); a terceira parte trata das criaturas que
procedem de Deus, ou seja, Deus ad extra (= o agir divino = Trindade econômica). Para S. Tomás
estas duas perspectivas não se opõem, mas servem para que possamos compreender melhor o que
se entende pela palavra “Deus”.
- A partir de Tomás, os manuais de teologia dividiram o Tratado sobre a Trindade em duas partes:
- O De Deo uno (= De Deus uno) trata da
existência e da essência de Deus, com um método prevalentemente filosófico;
- O De Deo Trino (= De Deus trino) trata das pessoas, as processões e as missões divinas, com um
método teológico.
- Esta divisão pode dar a impressão de que a primeira parte do tratado aborda as verdades que se
pode conhecer através da razão natural (= via filosófica do conhecimento divino: essência divina,
atributos divinos, cognoscibilidade de Deus, etc...); enquanto a segunda parte trataria daquilo que
só pode ser conhecido através da revelação.

A DEI VERBUM E A REVELAÇÃO EM CRISTO

A Constituição Dogmática sobre a revelação Divina, Dei Verbum, do Concílio Vaticano II


descreve em termos cristocêntricos e trinitários o evento e o objeto próprio da Revelação:
Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se e dar a conhecer o mistério da sua
vontade, pelo qual os homens, por Cristo, o Verbo feito carne, têm acesso ao Pai no Espírito Santo
e se tornam participantes da natureza divina. Por esta revelação, o Deus invisível, na abundância
de sua caridade, fala aos homens como a amigos e com eles convive, a fim de os convidar à
comunhão com ele e de nela os acolher. Esta economia da revelação se realiza através de atos e
palavras intimamente relacionados entre si, de forma que as obras, operadas por Deus na
história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas
palavras; enquanto que as palavras proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido. Por
esta revelação, refulge para nós, em Cristo, a verdade mais profunda acerca de Deus e da
salvação dos homens (DV 2).
Curso de Teologia - 2023

- Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição, é a consumação e a plenitude da Revelação.


Enviou, então, o seu Filho, o Verbo eterno, que a todos os homens ilumina, para que habitasse
entre os homens e lhes desse a conhecer a intimidade de Deus. Assim, Jesus Cristo, o Verbo feito
carne, «homem enviado aos homens», «fala as palavras de Deus» e realiza a obra da salvação
que o Pai lhe deu a fazer. Por isto, aquele que o vê, vê o Pai através de toda a sua presença e
manifestação. (DV 4).
•Recentemente se percebeu que a reflexão teológica, historicamente, havia insistido demais na
“contemplação” de Jesus a partir da Trindade, esquecendo-se de “contemplar” a Trindade a partir
de Jesus. Este segundo movimento ganhou força graças à Teologia da Cruz de inspiração luterana.
• É necessário, portanto, recuperar o equilíbrio entre teologia descendente (da Trindade à Jesus) e
teologia ascendente (de Jesus à Trindade). Para isso é essencial que o discurso sobre Deus se
fundamente na revelação cristológica do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deste modo, é possível
compreender, não apenas a verdade da Trindade das pessoas, mas também a verdade do Uno
divino. Assim, é importante superar a excessiva distinção dos tratados De Deo Uno e De Deo
Trino; a fim de se tratar a questão do Deus Uno e Trino de um modo mais harmonioso.

TRINDADE IMANENTE E TRINDADE ECONÔMICA

•O único acesso ao Deus Uno e Trino é através de Jesus. É por sua obra salvadora (= economia) que
podemos chegar à verdade do Deus Uno e Trino (= teologia).
•Karl Rahner6 procurou superar a divisão entre De Deo Uno e De Deo Trino, introduzindo uma
terminologia que se tornou famosa: Trindade econômica e Trindade imanente. Ele distingue o
Deus que se revela na economia (= ad extra – agir divino) do Deus em si mesmo (= ad intra – ser
divino), e diz: «a Trindade econômica é a Trindade imanente, e vice-versa»; ou seja, o Deus Uno
e Trino se revela na história salvífica tal como Ele é na sua vida intra-divina (cf. CIC 236).
•Assim, a Trindade que se manifesta na economia (= história) da salvação é a própria Trindade
imanente (= em si mesma); e do mesmo modo, esta Trindade imanente é a que se comunica livre e
gratuitamente na economia da salvação.
• Sobre a relação entre Trindade econômica e imanente é possível afirmar:
1. A Trindade econômica é a única porta de acesso à Trindade imanente;
2. A Trindade econômica é a Trindade imanente, no sentido de que o Deus que nos ama e se revela
é o Deus que vive eternamente na comunhão das três pessoas divinas;
3. A Trindade imanente não se reduz à Trindade econômica, mas transcende sua própria
autorrevelação; 4. As operações das pessoas divinas na Trindade econômica correspondem às
operações das mesmas pessoas na Trindade imanente; 5. A Trindade imanente decidiu
eternamente se autocomunicar na Trindade econômica; 6. A Trindade imanente irradia uma luz
que ilumina a compreensão da Trindade econômica.

MÉTODO DO TRATADO TRINITÁRIO


• O método da teologia trinitária é ao mesmo tempo histórico (= econômico) e ontológico (= ser
divino).
• É histórico porque Deus se revela na história do homem, como lugar de sua ação salvífica em favor da
humanidade. Mas é, ao mesmo tempo, ontológico, na medida em que a verdade de Deus se revela
plenamente através de Jesus Cristo.

FUNDAMENTOS BÍBLICOS DO TRATADO DA TRINDADE


ANTIGO TESTAMENTO

6
Karl Rahner (1904 — 1984) foi um sacerdote católico jesuíta de origem germânica e um dos mais influentes teólogos do século XX
Curso de Teologia - 2023

•O AT não nos revela o insondável mistério da Trindade, ainda que não seja totalmente alheio a ele.
AT e NT oferecem a progressiva revelação de Deus, dirigida num primeiro momento ao seu povo
escolhido, Israel; e posteriormente a todos os homens, em Jesus Cristo.

A unicidade de Deus

a) O monoteísmo de Israel
•Muitos autores afirmam que o monoteísmo veterotestamentário seja uma evolução histórica
natural do politeísmo. Todavia, é preciso dizer que Israel, apesar da plena consciência de que seus
“ancestrais” (oriundos da Mesopotâmia [Dt 26,5ss]) haviam servido a vários deuses (Js 24,2),
compreendia sua fé monoteísta como fruto de uma revelação. Deste modo, é possível traçar uma
linha que, partindo de uma espécie de enoteísmo (= religiosidade que prevê a preeminência de um
Deus sobre os demais) ou monolatria (= culto exclusivo de um só Deus), chega ao monoteísmo
exclusivista do javismo. De fato, depois da conquista de Canaã com Josué (1210 a.C.), é possível
que tenha havido uma certa assimilação do culto a IHWH com o culto a El (= o deus altíssimo do
Pantheon cananeu). De todo modo, a noção religiosa de Deus sempre permaneceu ligada à
revelação feita aos Patriarcas. A eles, o Deus de Israel se revela como único Deus, impedindo que
o povo abraçasse o politeísmo cananeu, assim como aconteceu também no período do exílio
babilônico.
•Assim, é possível observar, já período patriarcal, um monoteísmo consistente em Israel, mesmo
que falte uma rejeição explícita dos deuses pagãos.
•Uma etapa decisiva da consolidação do monoteísmo no AT se dá com Moisés no êxodo (1250 a.C.):
o Deus dos Patriarcas (Ex 3,6) se apresenta como IHWH (Ex 3,13ss). A Aliança que se firma no
Sinai convida o povo a uma fé exclusiva em Deus, que não tolera outros deuses ao seu lado.
Ouve, ó Israel: Iahweh nosso Deus é o único Iahweh! Portanto, amarás a Iahweh teu Deus com
todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força. Que estas palavras que hoje te
ordeno estejam em teu coração! Tu as inculcarás aos teus
filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé. Tu as
atarás também à tua mão como um sinal, e serão como um frontal entre os teus olhos; tu as
escreverás nos umbrais da tua casa, e nas tuas
portas (Dt 6,4-9).
• No séc. VI a.C., através do deutero-Isaias, o monoteísmo exclusivista de Israel se consolida:
«antes de mim nenhum Deus foi formado e depois de mim não haverá nenhum. Eu, eu sou Iahweh,
e fora de mim não há nenhum Salvador» (Is 43,10s).

b) Potência e transcendência de Deus


• O reconhecimento da existência de um único Deus não foi o resultado de uma reflexão filosófica,
mas de uma experiência histórica do povo. As manifestações do poder divino foram essenciais no
desenvolvimento do monoteísmo judaico: o poder de Deus, manifestado na história, demonstra a
sua unicidade (Dt 6,22; Ex 15,1ss; Jz 5,4). Seu poder revela que ele está acima da natureza, do
tempo, do espaço e tudo lhe obedece. Estas manifestações de Deus (= teofanias) manifestam sua
grandeza: ele está acima de tudo, ele transcende tudo (1Re 8,27). Esta noção de transcendência
convive com a ideia da onipresença divina no mundo: de um modo misterioso ele acompanha o
seu povo na história (Dt 4,7; Sl 139,7s).
c) O Deus pessoal
• Apesar de seu poder e sua transcendência, o povo não tem dúvidas de que Deus era um sujeito
pessoal e não apenas uma força cósmica, uma entidade mundana ou a causa obscura das coisas.
Ele é um Ser que conhece e reconhece; tem vontade, fala e se dirige ao homem. Na sua liberdade,
quis se revelar a Israel, estabelecendo com ele um relacionamento, através do qual manifesta seu
Curso de Teologia - 2023

amor às nações. Com o seu agir na história, Israel descobre a “personalidade” divina: sua justiça,
sua misericórdia, sua bondade, seu ciúme, sua ira e etc.

A revelação do Nome divino

• No AT existem duas formas para se nomear a Deus:

1. El ou Elohim – Deus de Abraão, Isaac e Jacó: esta forma provém do período patriarcal e
sobressai até a experiência do Sinai;
2. IHWH: o nome próprio do Deus de Israel.

a) Significado bíblico do nome


• Para os semitas, o nome não é algo vazio, mas poderoso; é aquilo que torna uma pessoa realmente
presente. O nome é como um “sósia” da pessoa: onde está o seu nome, aí ela está (Jr 14,9; Nm
1,2- 42; Ap 3,5). O nome determina o sujeito; não serve apenas para indicá-lo, mas está
intimamente unido a ele. Corresponde a uma expressão essencial do sujeito; uma parte constitutiva
de sua existência que correspondente às suas qualidades (1Sm 25,25).
• Na narrativa da criação no Gênesis, Adão dá um nome aos animais, como sinal de seu domínio
sobre a natureza (Gn 2,19s). Davi faz com que seu nome seja proclamado sobre uma cidade
conquistada (2Sm 12,28). Assim, para Israel, conhecer o nome divino significaria o exercício de
um certo poder sobre ele; uma capacidade de manipulá-lo.
• Todavia, este domínio sobre IHWH é impossível no AT. Deus não está à mercê dos caprichos
humanos; Ele habita o céu (Dt 26,15), ainda que escolha um lugar na terra (Jerusalém) para fazer
habitar o seu nome (Dt 12,11). O nome divino, portanto, indica a sua presença num determinado
lugar e a possibilidade de ser invocado. Contudo, ao possuir sua morada no céu, reafirma sua
transcendência: Deus transcende seu próprio nome.
• A invocação do nome de Deus representa um meio para se obter benção e proteção (Nm 6,22-27),
numa relação direta com Ele (Gn 12,8; 13,4). Por isso, em Israel, o sacerdote abençoa o povo com
o nome de Deus (Eclo 45,15). A benção com seu nome garante a proteção divina (Nm 6,22-27).
• A invocação do nome de Deus representa um meio para se obter benção e proteção (Nm 6,22-27),
numa relação direta com Ele (Gn 12,8; 13,4). Por isso, em Israel, o sacerdote abençoa o povo com
o nome de Deus (Eclo 45,15).
• Todavia, a crescente consciência da santidade divina faz com que a invocação de seu nome
diminua sempre mais. Observa-se um certo temor de profanar o nome divino, ao ponto de se
proibir que ele seja pronunciado. Alguns textos rabínicos apresentam uma série de limites para o
uso do nome divino entre os sacerdotes. Fora do Templo, por exemplo, não era permitido
pronunciá-lo; e até mesmo nas celebrações solenes se evitava invoca ló em voz alta, substituindo-o
por algum outro nome (como Adonai, que significa “Senhor”).
b) O nome santo de Deus: IHWH
Moisés disse a Deus: “Quando eu for aos filhos de Israel e disser: ‘O Deus de vossos pais me
enviou até vós’; e me perguntarem: ‘Qual é o seu nome?’, que direi?” Disse Deus a Moisés: “Eu
sou aquele que é.” Disse mais: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘EU SOU me enviou até vós.’”
Disse Deus ainda a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘IHWH, o Deus de vossos pais, o
Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó me enviou até vós. Este é o meu nome para
sempre, e esta será a minha lembrança de geração em geração.’ (Ex 3,13-15).
• Este trecho do Êxodo oferece uma explicação para o significado do nome de Deus.
Etimologicamente, IHWH está ligado a uma forma arcaica do verbo hajah = ser, muito próxima
ao significado do verbo ḥajah = viver, existir, mostrar-se, operar. O texto parece sugerir que o
nome divino deriva da terceira pessoa singular do perfeito indicativo do verbo ḥajah = “Ele é; Ele
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se faz presente; Ele se mostra eficaz”. Este significado aparece na autoapresentação de Deus que
diz: «Ehjeh asher ‘ehjeh» = IHWH = «Eu sou aquele que é».
• O nome IHWH possui um valor quase “sacramental”, na medida em que é um sinal eficaz da
presença de Deus no meio de seu povo; do Deus que entra em relação com seu povo para salvá-lo.
Este nome atesta que Deus continuará se revelando na aliança que ele estabelece com Israel: «este
é o meu nome para sempre, e esta será a minha lembrança de geração em geração» (Ex 3,15).
• Entre os diferentes nomes divinos no AT, IHWH é o que aparece mais vezes (cerca de 6800
vezes). Com ele, Deus se fez conhecer através dos acontecimentos que acompanham sua
revelação. Assim, o nome IHWH não revela apenas o mistério do seu ser(= o que ele é =
ontologia), mas a atuação divina em favor de Israel (= como ele age = economia). Assim, ele
revela sua essência; quem ele é em si mesmo; mas também como se manifesta e se manifestará,
numa existência relativa e eficaz: “eu serei (estarei) para vós”. Deste modo, IHWH indica a
atuação futura do Deus que estará sempre com o seu povo.
• O nome IHWH pode ser entendido, portanto, como «Eu sou o que existo», não no sentido de uma
definição ontológica abstrata, mas no âmbito de um monoteísmo prático: IHWH é o único Deus
que existe, porque é o único salvador de Israel. É aquele que vai tirar o povo do Egito (Ex 3,9-11).
c) Outros nomes de Deus
• No tempo dos patriarcas, Deus é descrito com o nome de “El” ou “Elohim”. O substantivo El se
encontra em toda a região semítica, e é o nome mais antigo para Deus. Seu significado original
não é muito preciso, mas provavelmente se refere a «ser forte», «aquele que reina», «o
poderoso»; indicando a potência divina, sua glória e sua superioridade. Provavelmente El deriva
da raiz semítica ‘il, que indica o rei ou o pai dos deuses. S. Jerônimo na Vulgata, traduz El por
Deus fortis (= Deus forte). O termo aparece, ainda, no AT, tanto como nome genérico (=
divindade), como o nome próprio do Deus de Israel e como nome de divindades pagãs.
• Israel frequentemente utiliza El associando-o a um elemento de caráter pessoal: “El de Abraão”
(Gn 24,12), “El de Isaac” (Gn 46,1), “El de vossos pais” (Ex 3,15). Normalmente, Deus não
aparece ligado a um lugar, mas a uma pessoa; é, portanto, um “Deus pessoal”; o Deus de um povo;
não compreendido na sua relação com um espaço, mas na relação “Eu” - “Tu”.
• Outro dado importante é o uso da forma plural, Elohim, que aparece cerca de 2600 vezes na
Bíblia. Apesar da forma plural, Elohim é entendido como um singular (= o deus, não os deuses). O
termo indica, portanto, que o titular do nome está acima dos outros deuses, representando tudo o
que eles possam ser ou realizar (Elohim possui todos os atributos dos diversos Els). O Deus de
Israel é o verdadeiro Deus e não há outro: «ele mostrou tudo isso, para que soubessem que IHWH
é o único Deus (= Elohim). Além dele não existe outro!» (Dt 4,35).

•Outros nomes de Deus no AT:


1. El Shaddai = “Deus gigantesco”, “Deus onipotente”, “Deus da montanha”. A LXX traduz esse
nome como “Pantokrator” (= todo-poderoso); e a Vulgata como “omnipotens” (= todo-
poderoso);
2. El Eljon = “Deus altíssimo”, “Deus excelso” (Sl 83,19);
3. El Olam = “Deus antíquissimo”, “Deus eterno” (Gn21,33);
4. Elohim Sabaoth = “Deus dos exércitos” (Sl 80,5);
5. Adonai = provém do nome cananeu Adom, tornando-se o modo comum para se referir a Deus
após o exílio. Literalmente significa, “meu Senhor”, mas seu uso está associado à ideia de
“Senhor de toda a Terra” (Js 3,11.13; Mq 4,13), “Senhor dos Senhores” (Dt 10,17; Sl 136,3).
Substituirá o tetragrama sagrado;
6. Kadosh = “o Separado”, “o Terrível”, “o Inacessível”, “o Santo”. Deus é totalmente diverso do
homem. Ao denominá-lo como “o Santo”, Israel recorda a total alteridade (= diferença) de Deus
em relação ao homem ou às criaturas; sua total transcendência e o mistério que envolve seu ser.
• Israel também se utiliza de uma série de imagens (símbolos/metáforas) para se referir a Deus:
Rocha
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(Dt 32,4; 1Sm 2,2; Is 8,14), sol (Ml 3,20), fogo (Dt 4,24), leão (Os 5,14).
•De outro lado, existe uma consciência de que nenhum nome é perfeitamente adequado para Deus,
já que ele “não é um homem”; “é maior do que o homem” (Nm 23,19; Jó 33,12).

Sinais da revelação trinitária no AT

• Há no AT alguns elementos preparatórios da revelação explicita do mistério trinitário que


acontecerá no NT. São os «vestígios» da Trindade no AT.
• Os Padres da Igreja interpretaram muitos textos do AT como prefiguração da revelação trinitária.
O primeiro versículo do Gênesis quando diz: «No princípio, Deus criou o céu e a terra» (Gn 1,1),
é um exemplo desta interpretação. A expressão hebraica “bereshit” (= princípio), traduzida pela
LXX por “arché”, indica a mediação do Filho: Jesus é a arché (= o princípio) onde o Pai cria todas
as coisas (Jo 1,3). Do mesmo modo, o segundo versículo de Gn 1 parece indicar a presença da
terceira pessoa da Trindade: «um vento (= ruah/pneuma/espírito) de Deus pairava sobre as
águas» (Gn 1,2).
• Outra prefiguração da Trindade é o próprio uso do plural Elohim ou de formas plurais para se
referir a Deus, como a expressão «façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança»
(Gn 1,26).
• Também os textos onde o número três aparece associado a Deus: Gn 18,1-15 (os três anjos
mensageiros que aparecem a Abraão); Nm 6,24-26 (a tríplice invocação do nome divino na benção
sacerdotal); Dt 6,4-5 (o nome de Deus é mencionado três vezes); Is 6,3 (o trishagion).
•O AT é marcado, ainda, pela tensão entre transcendência e proximidade/pessoalidade de Deus.
Esta tensão indica certa preparação para a revelação cristológico/trinitária onde se realizará o
encontro definitivo de Deus com o homem. Algumas categorias bíblicas podem ser lidas como
uma forma de presença de IHWH no meio de seu povo; à luz do NT, elas soam como preparação
da revelação cristológica.
1. Anjo de IHWH (mal’ak / Angelos) se refere ao mensageiro de IHWH (1Re 19,5-7): um
socorro para Israel (Ex 14,19; Nm 20,16), um protetor (Gn 24,7), um juiz (2Sm 14,17; Zc 3,1ss).
Noutros textos, parece indicar o próprio IHWH (Gn 16,7.9.13; Ex 3,2-4). Estes textos foram
interpretados como uma manifestação do Logos Divino (= Jesus Cristo), que os Padres
chamavam de «o Anjo»;
2. Palavra de Deus – No AT, a Palavra (dabar / logos) não é apenas o som emitido pela boca
com um determinado significado, mas a expressão do “coração”. Dabar significa tanto logos
(= pensamento, discurso, palavra) como pragma (= fato, ação). Assim, a Palavra divina é viva e
eficaz, exprime a ação criativa de Deus (Sl 33,6). Ela é mediadora entre a ação e a revelação
de Deus. Em alguns textos do AT, ela aparece como um ser pessoal (Sl 147,15) que tem poder;
é a mediadora da criação, já que por meio dela, Deus confere o “Ser” à criação e a ordena;
3. Sabedoria de Deus – A sabedoria (hokma / sofia) aparece como a realidade mais sublime
criada por Deus (Pr 8,22s). Ela também é mediadora da criação; origem de todos os bens (Sb
7,11s); mestra de todas as coisas (Sb 7,21; 8,1); tesouro superior a tudo que existe (Sb 7,7-
14). O homem deve ser seu amigo (Sb 7,27), desposando-a (Sb 8,2) na intimidade, que é
intimidade com o próprio Deus. No NT ela será identificada no NT com o próprio Jesus:
unido a Cristo, o homem participa da sabedoria divina e é introduzido na intimidade divina;
4. Espírito de Deus – O significado da palavra espírito indica uma ação inesperada de Deus.
O termo hebraico ruah (= pneuma, em grego) significa literalmente vento, sopro, hálito. O
termo aparece 378 vezes no AT, com três significados diferentes:
- Vento, sopro, ar;
- Força e princípio vital do homem, sede dos conhecimentos e dos sentimentos;
- Força vital divina, pela qual Deus age e faz agir, seja no plano físico ou espiritual.
O AT mostra uma série de personagens revestidos do Espírito divino para realizar ações de
libertação do povo: chefes militares (Jz 3,10; 6,34; 11,29; 14,6; 1Sm 11,6); reis (1Sm 10,1-6;
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16,13); o descendente de Davi (Is 11,2); os profetas (1Re 18,12; Ez 2,2; 3,12.14.24; Is 61,1;
Mq 3,8; Os 9,7); o próprio Moisés (Is 63,11); o Servo de IHWH (Is 42,1).
Outros textos se referem à ação do Espírito sobre a comunidade:
- Ele age no povo de Israel, conduzindo-o ao longo da história da salvação (Ne 9,20.30; Zc
7,12); - Os profetas anunciam um grande derramamento do Espírito sobre todo o povo (Ez
36,25-26; 37,14; 39,29);
- O povo será “preenchido” pelo Espírito divino, que descerá como chuva, produzindo
fecundidade e infundindo a justiça, que produzirá paz duradoura (Is 32,15-20);
- Pelo Espírito, o povo será renovado e viverá sob a benção de Deus (Is 44,3);
- O profeta Joel afirma que todos os membros do povo ficarão “cheios” do Espírito divino (Jl
3,1-2). Assim, o tempo messiânico será o tempo da grande efusão do Espírito: o Messias será
dotado do Espírito de IHWH; nele repousará sua plenitude, possuindo os dons necessários para
governar o povo (Is 11,1ss); o Servo de IHWH receberá o Espírito para proclamar o verdadeiro
culto a Deus (Is 42,1-7); e o Messias-profeta será consagrado pelo Espírito para anunciar aos
pobres a Boa-Nova da
salvação e restabelecer a justiça (Is 61,1-3). Também o Espírito é “personalizado”: aparece
como uma pessoa que fala, anda, exorta, se aflige, chora, se alegra, consola etc.
5. Glória de Deus – Kabod / doxa / peso expressa a imensidão, a santidade, a beleza de Deus e a
manifestação de sua Glória. O Kabod permite que o homem experimente o mistério divino como
se pudesse tocá-lo. Ao revelar sua Glória, Deus mostra sua santidade e se faz presente no meio do
seu povo (Ex 13,21-22; 24,15-17). Com a construção do Templo, a presença de Deus torna-se
praticamente visível: Ele habita o Templo e sua Glória repousa sobre a Arca da Aliança, como
seu trono.
O tema da Glória e da presença divina no Templo se desenvolve através da ideia de shekinah
(do verbo hebraico shakan = armar a tenda).
Em Isaias, a Glória aparece associada à santidade de IHWH (Is 6,1-3); em Ezequiel, ela
aparece personificada (Ez 1,4-5.26-28). Inúmeros outros textos indicam que a Glória de Deus é
a manifestação de sua santidade (= transcendência), presente no meio do povo (= proximidade)
(Eclo 36,13; Sl 85,10; 97,6; Is 49,2; 62,2; 66,18).
O prólogo do evangelho de João dirá que o «Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós
vimos a sua glória» (Jo 1,14). Para João, a Glória manifestada a Isaias (Is 49,2-3) é a mesma
que se manifestou em Jesus (Jo 12,41).
•Estas figuras do AT preparam a revelação explícita da Trindade no NT. Elas são mediadoras entre a
realidade divina e o povo. Esta mediação é de tipo descendente, ou seja, provém do próprio Deus e
serve como ponte que o liga a seu povo.

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