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A janta
Despois da escola, todo mundo chegava a mil. Tinha o banho, a mãe atormentada com
aquele tanto de criança fazendo algazarra, molhando tudo, bagunçando a casa limpa que
tanto trabalho devia ter dado pra limpar. Ela era a mais velha. A mais levada também.
Atordoava a mãe, hoje ela sabe. As brigas pela televisão, o lugar no sofá... Era também a
mais mandona. Sempre querendo que os irmãos fizessem assim, fizessem assado.
Depois tudo ia se acalmando, uns cochilavam no sofá, outros no chão. Vez por outra
saía um arranca-rabo. Ela impunha respeito, senão a mãe vinha brigar. Afinal, ela era a mais
velha.
Ela ficava esperando o bife. Era um sinal. Demorava sempre. A mãe vinha pra sala,
olhava as crianças, ouvia um reclamando do outro, ficava brava, voltava pra cozinha. Depois
voltava a passar pela sala, ignorando a reclamação dos irmãos. Tinham fome. Ia até a porta
e ficava lá. Às vezes pegava de prosa com uma vizinha. Demorando...
De repente, a mãe passava de volta, sumindo pra dentro. Então vinha o chiado da
frigideira, o cheirinho da carne na chapa. Os irmãos se exercitavam.
A mãe começava a trazer as travessas pra sala. Vinha, voltava, vinha e voltava.
Demorava. Finalmente trazia a travessa dos bifes, a criançada já sentada em volta da mesa.
A mãe não deixava ninguém comer enquanto ela não se sentasse. E ela sempre parecia que
não ia sentar nunca.
Então, quando não tinha mais jeito, sentava. Começava a servir o arroz, o feijão, o bife
já esfriando, filho por filho, prato por prato. A criançada se acalmava, boca cheia. Só o
mastigar e o barulho dos talheres nos pratos podiam ser ouvidos. Ninguém olhava pra
ninguém, todos concentrados na comida. Ninguém olhava o lugar vazio do pai assombrando
todo mundo.
(AMARAL, Tata. A janta. In: ____. Hollywood: depois do terreno baldio . São Paulo: O nome da
rosa, 2007. p 59)
A partir da análise da estrutura do texto acima, percebe-se que ilustra o gênero conto.
Assinale a alternativa que NÃO aponta para uma característica desse gênero textual.
Alternativas
A fatos que se desenrolam em um intervalo de tempo.
B apresentação do enredo através de um narrador.
C caracterização espacial, indicação de cenário.
D explicitação de uma tese a ser defendida.
E presença de personagens.
Era mágico de pequenas extrações, era Lilico Alves, de circo mal pago e esfarrapado. O mais que Lilico
fazia era tirar cambaxirras da cartola. A maior noite de Lilico aconteceu no Pavilhão Mexicano, quando
conseguiu retirar do bolso do paletó uma bandeira do glorioso Estado do Maranhão e, dentro dos
panos dela, dois mimosos pombos dourados. Sem saber o que fazer com a própria mágica, Lilico recolheu a
cartola ao Hotel Oliveira de Santa Maria de Assunção. Subiu para o quarto meio cabreiro, sem acreditar no
que fez no céu do Pavilhão Mexicano. E, na calma do aposento, sem olho de ninguém que ver, Lilico
repetiu a mágica e de novo apareceu aquela bandeira enorme puxada por quatro pássaros que voavam em
anil. Espantado, Lilico meteu a cabeça entre as mãos e disse baixinho de Lilico para Lilico:
Era o maior mágico do mundo, coisa nem nunca existida nas feitiçarias de São Cipriano. E no meio do
quarto, como prova dos nove, fez de novo funcionar seu saco de maravilhas. Meteu a mão no bolso, como
fazia nos circos mambembes, para ver que nova invenção saiá. E na ponta do seu gesto nasceu um arco-iriś
do mais lindo acabamento. Gente parou na rua, diante de Santa Maria de Assunção. Foi quando Lilico
Alves, balançando a cabeça, viu que seu ofició de mágico estava no fim. Pensou:
– Ninguém nunca que vai acreditar que faço prosopopeias. O povo vai cuidar que sou pregador
de mentiras.
(A) Personagens.
(B) Tempo.
(C) Espaço.
(D) Narrador.
(E) Situação inicial.
(F) Conflito.
(G) Desfecho.
( ) “Era mágico de pequenas extrações, era Lilico Alves, de circo mal pago e esfarrapado.”;
( ) 3ª pessoa;
( ) “Espantado, Lilico meteu a cabeça entre as mãos e disse baixinho de Lilico para Lilico: –
Virgem Nossa! Que deu em mim?”.
1- Ficção Científica;
2- Mistério;
3- Fantástico;
4- Terror;
5- Fadas;
6- Popular;
7- Enigma ou policial;
8- Avetura;
( ) narra fatos, experiências que envolvem um herói corajoso vivenciando uma história
cheia de façanhas e proezas.
( ) lida com os vários desdobramentos e impactos (tanto reals quanto imaginários) que a
tecnologia e a ciência possam ter na realidade.
( ) é elaborado com base em um fato enigmático que requer uma solução que pode ser
alcançada com a ajuda de um policial ou detetive.
Enem)
Texto l
Texto II
As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra
é herança de família, passando de mãe a filha, de filha a neta, como
vão passando as águas no tempo […]. A lavadeira e a pedra formam
um ente especial, que se divide e se reúne ao sabor do trabalho. Se a
mulher entoa uma canção, percebe-se que nova pedra a acompanha
em surdina… […]
3. Qual fala do personagem com chapéu permite concluir que ele entendeu
essa expressão antecipadamente de forma figurada?
a) “E quando foi isso?”
b) “Entendi...”
c) “E ele estava doente?”
d) “Risc! Risc!”
10. Conforme o texto, Eddie Sortudo:
a) não compreendeu o sentido figurado das perguntas.
b) foi ignorante com Hagar diante de suas dúvidas pessoais.
c) resolveu fazer uma piada com Hagar sobre as contas.
d) revelou ao dono do Bar quando a conta será paga
2. hábito
3. reeleição
4. candidatos
5. corrupção
6. excessivo
( ) 9 fonemas, 1 dígrafo
( ) 7 fonemas, 2 dígrafos
( )5 fonemas
a) 6-4-1-5-3-2
b) 2-4-5-6-3-1
c) 5-1-6-4-2-3
d) 4-6-5-1-3-2
e) 3 - 5-2-6-4-1
Resposta: D