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Religião

UMA VISÃO SOCIOLÓGICA DE


ANTHONY GIDDENS
Conceitos Essenciais da Sociologia
Conforme Émile Durkheim, “sistema unificado de crenças e práticas
ligadas ao sagrado que congrega as pessoas que as seguem em uma
comunidade”. (...)
Para Marx, a religião é para as massas um refúgio da dura realidade da
vida em sociedades divididas por classes. O motivo disso é que a religião
promete felicidade e recompensas na eternidade, mas apregoa a aceitação
resignada da exploração no mundo real. (...)
A Sociologia da Religião se ocupa de como as instituições e organizações
religiosas funcionam, sobretudo em relação à criação da solidariedade
social. Nos casos em que há inúmeras religiões concorrentes, as diferenças
podem transbordar em conflitos desestabilizadores.
Relevância Continua
Michel Maffesoli (1995) desenvolveu a teoria de que agora vivemos no
“tempo das tribos”, quando se observa o rápido crescimento de pequenos
grupos de pessoas que se reúnem com base nos mesmos gostos musicais,
ideias, preferências de consumo e lazer. O comprometimento dessas
pessoas com as “novas tribos” pode ser bastante fraco e pouco duradouro,
mas mostra uma forte necessidade humana por sociabilidade que ainda é,
nos termos de Durkheim, uma necessidade “religiosa”.
[Isso pode produzir uma religião secular] (...), uma religião cujo foco
central se dá no indivíduo e não na comunidade ou sociedade.
Um interessante estudo de caso de um novo movimento religioso é a
análise de Carlo Barone (2007) sobre o Soka Gakkai, na Itália. O Soka Gakkai
começou há mais de 75 anos, mas é um movimento religioso de rápido
crescimento e particularmente bem-sucedido na Itália. O autor discute os
motivos desse extremo sucesso. O Soka Gakkai possui cerca de 8 milhões de
membros no Japão e é intimamente ligado a um partido político – o Komeito
– que teve um papel importante nas coalisões do governo japonês desde a
década de 1990. No entanto, muitos membros não japoneses, talvez a
maioria, não têm conhecimento dessa conexão política e consideram a sua
religião como algo individual e privado. (...) Os membros se associam a um
pequeno grupo (parte de uma rede) e são incentivados a compartilhar
experiências, o que cria um forte senso de solidariedade, enquanto a
atenção do grupo está concentrada em objetos sagrados em um ambiente
emocionalmente carregado. Em suma, os grupos criam uma efervescência
coletiva (durkheimiana) que serve para integrar os membros de forma
relativamente rápida e segura.
Belas Maldições 01

Belas Maldições 02

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