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Gabriela Pereira
Gabriela Pereira
caso
Gabriela Alexandra da Costa Pereira
TERMO DE RESPONSABILIDADE
Declaro ser a autora desta dissertação, que constitui um trabalho original e inédito, que nunca foi
submetido a outra Instituição de ensino superior para obtenção de um grau académico ou outra
habilitação. Atesto ainda que todas as citações estão devidamente identificadas e que tenho
consciência de que o plágio constitui uma grave falta de ética, que poderá resultar na anulação da
presente dissertação.
PENSAMENTO
Shawn Achor
AGRADECIMENTOS
Esta dissertação representa a concretização de mais uma meta à qual me propus, a qual não
seria possível sem o apoio de todas as pessoas que estiveram sempre ao meu lado, por isso,
expresso a minha gratidão às mesmas.
Aos meus pais, por todo o apoio incondicional, pelo esforço investido ao longo de todo o
meu percurso académico e principalmente por me terem ensinado a não desistir.
Aos demais elementos da minha família, especialmente à minha irmã e à minha madrinha,
pelo apoio, pela compreensão, motivação e por me terem ouvido nos momentos de maior
ansiedade e cansaço.
À PHC Software, em especial ao Dr. Miguel Capelão, à Dr.ª Isabel Grandão, ao Dr. Luís
Matias e ao Dr. Filipe Seixas agradeço por toda a simpatia, empenho, disponibilidade e
interesse demonstrado em colaborar no presente estudo. Sem a sua participação, a
concretização do mesmo não teria sido possível.
RESUMO
Neste estudo analisa-se o impacto da prática da mentoria e da felicidade no desempenho
organizacional. Pretende-se identificar as principais características e benefícios da mentoria
e da felicidade e, consequentemente, analisar o seu impacto no desempenho organizacional.
Este estudo permite contribuir para uma maior consciencialização da importância da gestão
das pessoas por parte das organizações, com o intuito de promover o seu bem-estar físico e
emocional.
ABSTRACT
The present study investigated the impact of the practice of mentoring and happiness on
organizational performance. It is intended to identify the main characteristics and benefits
of mentoring and happiness and, consequently, analyze its impact on organizational
performance.
To achieve this objective, the case study research methodology was used, namely the case
study of the company PHC Software. For its implementation, two types of study were used:
on the one hand, an economic-financial analysis of the last four years was carried out to
determine the evolution of organizational performance and, on the other hand, the interview
was used as a methodological instrument, in order to deepen the effect of mentoring on the
happiness of employees. Three interviews were carried out with the organization's
employees in order to collect data for content analysis.
In terms of results, it was found that the selected company is committed to carrying out
several strategies that provide the well-being and productivity of its employees, particularly,
the realization of various events, initiatives and meetings that encourage the existence of
feedback, daily assessment of the level of happiness of employees, as an indicator of
happiness and opportunities for personalized development. Assuming that the happier an
employee is, the greater their productivity and commitment to the organization, directly
contributing to an improvement in organizational performance.
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
Objetivos............................................................................................................................ 4
CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 66
APÊNDICES ....................................................................................................................... 74
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1.1 Definição de felicidade no trabalho. ................................................................. 24
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 2.1 Marcos históricos da PHC Software................................................................ 41
LI - Liquidez Imediata
LR - Liquidez Reduzida
RS - Rácio de Solvabilidade
E1 - Entrevistado 1
E2 - Entrevistado 2
E3 - Entrevistado 3
INTRODUÇÃO
Cada vez mais, o desempenho das organizações depende da atitude dos gestores que são
responsáveis por atingir os objetivos e metas estabelecidos. Contudo, isto requer,
versatilidade e destreza no que diz respeito à prevenção e intervenção dos problemas, de
forma a otimizar o processo de tomada de decisão. É importante que as organizações
estabeleçam objetivos mensuráveis, pois isso é parte integrante do envolvimento e
comprometimento dos colaboradores com a organização. Salienta-se assim, o
desempenho financeiro, a lucratividade e a aprendizagem organizacional como algumas
das formas de avaliar o desempenho organizacional (Abubakar, Elrehail, Alatailat, &
Elçi, 2017).
Novos desafios estão sempre a surgir nas organizações atuais, por isso é necessário que
estas se ajustem, de forma a alcançar o sucesso e tornarem-se competitivas perante um
mercado cada vez mais exigente. Neste sentido, a forma como as organizações gerem e
aproveitam os seus recursos humanos assume também uma importância vital (Fulmer,
Gerhart, & Scott, 2003). Prova disso é o facto de cada vez mais as organizações apostarem
no desenvolvimento de práticas que promovem a partilha de conhecimento, o que facilita
o processo de aprendizagem, tornando-o mais efetivo e integrador (Brito, Silva, Castro,
Varela, & Gurgel, 2017). A mentoria surge coo um processo de aprendizagem que evita
que o conhecimento seja restrito a um determinado número de pessoas e que, com a saída
das mesmas, as entidades venham a perder capital intelectual.
Além do tema da mentoria, outro aspeto que tem vindo a afirmar-se como um objetivo
central na vida das pessoas e das organizações é a felicidade. Por definição, a felicidade
no trabalho é descrita como uma emoção agradável em relação ao trabalho, que constitui
Ao longo do tempo, muito se tem investigado sobre este tema, o que levou a uma mudança
de mentalidade das empresas que coloca os colaboradores num lugar de destaque.
Significa isto que, para atingirem o sucesso de forma sustentada, as empresas têm que se
preocupar com o bem-estar das pessoas, pois o fator humano é considerado o fator
diferenciador para alcançar vantagem competitiva. Contudo, para conquistar bons
resultados é preciso oferecer algo mais do que uma remuneração atraente para deixar os
colaboradores comprometidos. É essencial desenvolver atividades práticas de
crescimento profissional que visem a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores e
promover atitudes que procurem melhorar o ambiente de trabalho (Vieira & Vieira,
2018).
Problema de investigação
Num mundo cada vez mais global e competitivo, as empresas têm procurado diferenciar-
se de modo a obter vantagens competitivas, sendo a intenção primordial das mesmas a
obtenção de um bom desempenho económico e a criação de valor para os sócios e
acionistas. Por essa razão, atualmente muitos autores, como Ingrid Smithey Fulmer, Barry
Gerhart e Kimberly Scott (2003), defendem que existem alguns ativos intangíveis, cujas
características permitem esta diferenciação, que não estão totalmente refletidos nas
demonstrações financeiras, entre os quais a mentoria e a felicidade dos colaboradores.
Objetivos
O presente trabalho de investigação tem como objetivo geral perceber como é que a
mentoria e a felicidade dos colaboradores, no contexto específico de uma empresa,
influenciam o desempenho económico-financeiro da mesma. Espera-se que os resultados
obtidos nesta pesquisa empírica demonstrem um aumento do desempenho económico,
com criação de valor para os seus detentores, decorrente da utilização da mentoria e do
aumento do índice de felicidade dos colaboradores.
Metodologia de investigação
Considerando que o objetivo principal deste trabalho de investigação é analisar o
desempenho da PHC Software, através do processo de mentoria e da felicidade, optou-se
pela metodologia de investigação denominada de estudo de caso.
Estrutura da dissertação
Após a introdução, este trabalho desenvolve-se em três capítulos. O primeiro capítulo é
dedicado à revisão de literatura, no qual se aborda o desempenho organizacional.
Primeiramente, trata-se o conceito de desempenho organizacional, assim como o conjunto
de rácios económico-financeiros, nomeadamente, os rácios de rendibilidade, liquidez e
equilíbrio financeiro. De seguida a mentoria, em especial a sua definição, as formas e as
características do processo de mentoria, bem como o modelo de mentoria de Kram e os
benefícios do processo no desempenho organizacional. Ainda no mesmo capítulo analisa-
se a temática da felicidade, como bem-estar subjetivo, começando com o conceito geral
de felicidade de acordo com a visão hedónica e eudemónica de felicidade. Seguidamente,
apresenta-se a definição de felicidade aplicada ao contexto de trabalho, tal como a
apresentação de alguns indicadores de medição de felicidade e ainda a explicação de
fatores que influenciam o nível de felicidade, finalizando com o impacto da felicidade
para as organizações. E por fim, explica-se a relação entre a mentoria e a felicidade dos
colaboradores.
Nos dias de hoje, a avaliação do desempenho financeiro ocupa uma posição de destaque
devido à sua importância na determinação da eficiência das empresas, garantindo que os
recursos disponíveis sejam devidamente explorados e que as empresas sejam capazes de
atingir os objetivos desejados, os quais incluem a sua capacidade de alcançar lucros
futuros e a capacidade de sobreviver perante um mercado cada vez mais competitivo
(Majeed, Mohamme, & Jaddoa, 2019).
Uma das formas de proceder à avaliação das empresas é através da análise de rácios
financeiros, com o objetivo de analisar a saúde financeira geral das organizações e ajudar
a tomar melhores decisões de investimento (Pacheco, Lobão, Madaleno, Soares, &
Tavares, 2021). Deste modo, a metodologia dos rácios é a técnica mais utilizada para
quantificar a eficiência das operações e a rentabilidade de uma empresa. Pelo que, a
avaliação do desempenho de uma empresa deve sempre ser precedida de uma análise
económica e financeira (Pacheco, Lobão, Madaleno, Soares, & Tavares, 2021).
As principais fontes de informação sobre o desempenho financeiro das empresas, tem por
base a informação contabilística que provêm das demonstrações financeiras, como é o
caso do balanço, da demonstração dos resultados e da demonstração de fluxos de caixa
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
Os rácios para análise financeira podem ser divididos em três categorias: rácios de
rentabilidade, rácios de liquidez e rácios de endividamento (Pacheco, Lobão, Madaleno,
Soares, & Tavares, 2021). Assim, tendo em conta que existe um conjunto diversificado
de rácios para a avaliação de desempenho financeiro, não havendo unanimidade quanto
aos indicadores a utilizar, os mais comuns são os apresentados a seguir.
A rendibilidade do ativo, muitas vezes designada pelo termo return on assets (ROA),
mede a lucratividade de um negócio em relação ao total do ativo. O ROA indica o
desempenho de uma empresa comparando o lucro líquido que está a gerar com o capital
total investido em ativos. Quando maior o retorno, mais produtiva e eficiente é a
Ativo corrente
• Liquidez geral (LG) = Passivo corrente
− LG > 1 significa que a empresa possui um conjunto de ativos correntes, que uma
vez transformados em meios monetários, permitem solver os seus compromissos
de curto prazo.
− LG < 1 significa que o valor monetário que os ativos correntes podem gerar não
é suficiente para solver a totalidade dos compromissos de curto prazo.
− LG =1 significa que há equilíbrio financeiro de curto prazo.
A liquidez reduzida ou quick ratio indica em que medida o endividamento de curto prazo
se encontra coberto por ativos que podem vir a ser convertidos em meios financeiros
líquidos, com exceção dos inventários e ativos biológicos consumíveis (Pacheco, Lobão,
Madaleno, Soares, & Tavares, 2021). Quando este rácio é superior a 1, significa que a
entidade é capaz de fazer face às suas responsabilidades de curto prazo com o seu ativo
líquido mesmo sem contar com o valor das suas existências (Fernandes, Peguinho, Vieira,
& Neiva, 2019).
Meios financeiros líquidos
• Liquides imediata (LI) = Passivo corrente
Para analisar o equilíbrio financeiro de médio e longo prazo (MLP) de uma empresa é
comum o recurso aos rácios apresentados de seguida.
Capital próprio
• Rácio de autonomia financeira (RAF) =
Ativo total
Passivo
• Rácio de endividamento (RENDIV) = Capital total (Capital próprio + Passivo)
Capital próprio
• Rácio de solvabilidade (RS) = Passivo
Numa definição mais clássica, segundo Kram, a mentoria é um relacionamento entre duas
pessoas, sendo uma mais velha, experiente, digna de respeito e confiança, designada de
mentor, e outra mais jovem, inexperiente e desejosa por receber conhecimento, conselhos
e orientações, denominada por mentee ou mentorado2 (Brito, Silva, Castro, Varela, &
Gurgel, 2017). Ainda na perspetiva da mesma autora, a mentoria formal é um processo
planeado e executado pela organização com metas bem-definidas e com o objetivo de
reter talentos, transmitir valores, formar sucessores, desenvolver carreiras e partilhar
conhecimento tático entre os indivíduos, aumentando e mantendo o conhecimento
interno.
1
Os termos mentoria e mentoring são utilizados indistintamente ao longo do trabalho.
2
Os termos mentees e mentorado são utilizados indistintamente ao longo do trabalho.
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
O mentoring formal requer preparação e planeamento por parte das empresas, começando
com a identificação do objetivo principal até à seleção e distribuição dos envolvidos em
grupos ou pares. Por sua vez, o mentoring informal surge de um relacionamento
espontâneo, natural, e é constituído apenas por um sentimento de afinidade entre as duas
partes (Maia, El-Aouar, Brito, Castro, & Silva, 2020).
Ainda no que respeita ao tema das funções existentes no processo de mentoria, outra
abordagem significativa surgiu no estudo de Kram, no qual são destacadas três funções
principais de mentoring: carreira, psicossocial e modelar (Kram, 1983).
Seguidamente, aprofunda-se um pouco mais cada uma destas fases, conforme descritas
por Kathy Kram – “Phases of the Mentore Relationship” (1983).
• Fase da iniciação
A fase da iniciação ocorre quando um jovem gestor sente uma forte fantasia positiva em
relação a um gestor sénior, que é admirado e respeitado pelas suas competências e
capacidades, nomeadamente, em dirigir e dar apoio ao jovem quando este opera no meio
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
organizacional. O gestor mais velho é, então, responsável por apoiar a vontade da outra
parte em trabalhar na organização.
O gestor mais velho começa a dar credibilidade a estas fantasias iniciais, fazendo com
que o gestor mais novo comece a sentir-se acarinhado, apoiado, respeitado por alguém
que ele admira e que pode dar-lhe apoio na carreira e competências psicossociais
importantes. Por sua vez, o gestor jovem torna-se num indivíduo com forte potencial para
ser treinado e com quem é agradável trabalhar.
À medida que esta fantasia vai evoluindo, o gestor sénior reconhece o jovem como recetor
dos seus valores e perspetivas, e o jovem gestor é visto como alguém que pode dar
assistência técnica e beneficiar substancialmente dos conselhos da outra parte que, por
sua vez, encara a possibilidade de contribuir para o crescimento e sucesso do jovem
gestor.
• Fase da cultivação
À medida que as expectativas positivas, que surgiram durante a fase da iniciação, são
continuamente testadas com a realidade, emerge a fase seguinte: a cultivação. É durante
esta fase que cada uma das partes descobre o real valor do seu relacionamento e a
quantidade de funções de carreira e psicossociais dadas no relacionamento de mentoria
chegam ao limite máximo.
• Fase da separação
Em termos práticos a fase da separação ocorre tanto de forma estrutural como de forma
psicológica. Se uma separação estrutural é oportuna, ela estimula uma separação
emocional que leva o jovem gestor a testar a sua habilidade para funcionar sem apoio e
orientação. Alternativamente, se uma separação estrutural acontece prematuramente ela
estimula um período de ansiedade, na medida em que o jovem gestor é forçado a operar
independentemente do seu mentor antes de se sentir preparado para isso. Por fim, se uma
separação estrutural ocorre depois de uma separação emocional, ambos se ressentem,
porque o relacionamento não dá resposta às mudanças das necessidades e preocupações
do indivíduo. Em qualquer dos casos, esta fase é um período de ajustamento porque as
funções de carreira e psicossociais não podem mais prosseguir da forma como existiam.
A perda de algumas funções e a modificação de outras, em último caso, pode levar a uma
redefinição do relacionamento.
• Fase da redefinição
Neste contexto surge a última fase do relacionamento, designada por redefinição, na qual
é criada uma amizade entre os indivíduos que mantêm o contacto, apesar de informal, de
forma a dar continuidade ao apoio mútuo criado. Subsiste o apadrinhamento, o
Quando dois indivíduos atingem o status de par existe um desconforto que pode refletir-
se, por um lado, na vontade do jovem em continuar a ver o gestor sénior como um
indivíduo que “sabe tudo”, por outro, no medo do gestor sénior em ser ultrapassado em
algum aspeto, existindo a possibilidade do relacionamento passar a caracterizar-se por
hostilidade e ressentimento.
Dado que no seio de uma organização o capital humano é um dos principais fatores que
contribui para o alcance de uma vantagem competitiva sustentável, é importante analisar
o mentoring como uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento do capital humano, de
forma a aumentar a motivação e a participação dos colaboradores. Desta forma as
organizações conseguem atingir os seus objetivos, o que se irá refletir positivamente no
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
nível de produtividade quer a nível individual, quer organizacional, ao mesmo tempo que
apoia o rápido crescimento de novos talentos (Beikzad & Maleki, 2022).
De acordo com um estudo realizado por Allen e outros autores, intitulado “Organization-
Level Mentoring and Organizational Performance Within Substance Abuse Centers”
(2009), destacam-se três variáveis que servem como mecanismo de mediação (a nível
organizacional) da relação entre a mentoria e o desempenho organizacional geral. São
elas: a satisfação no trabalho, o comportamento de cidadania organizacional e a
aprendizagem, conforme descritas a seguir.
• Satisfação no trabalho
Relacionando este aspeto com a mentoria, dado que este processo passa pelo
desenvolvimento de um vínculo emocional ou conexão psicológica entre os indivíduos,
quanto maior for a influência da mentoria dentro de uma organização, mais positivo é o
ambiente organizacional o qual, por sua vez, está positivamente relacionado com a
eficácia organizacional. Isso ocorre porque a satisfação e as atitudes influenciam os
comportamentos dos indivíduos, e a eficácia organizacional é fortemente influenciada
pelos comportamentos coletivos dos membros da organização.
• Aprendizagem
De acordo com a literatura, o conceito de felicidade tem vindo nas últimas décadas a ser
definido como sinónimo de bem-estar subjetivo. A subjetividade no processo de
felicidade ocorre essencialmente porque cada pessoa tem uma perceção de felicidade
diferente. Por exemplo, algumas pessoas poderão considerar-se felizes, apesar de
obstáculos pessoais, tragédias ou falta de amor ou riqueza, enquanto outros podem ter a
perceção que são infelizes mesmo com todos os confortos e vantagens da vida
(Lyubomirsky & Lepper, 1999).
Apesar de Fisher afirmar que as construções de felicidade variam de acordo com vários
aspetos e perceções pessoais, a autora definiu um conjunto de elementos considerados
como indicadores de medição de felicidade. Dentro destes podem enumerar-se a
satisfação no trabalho, o compromisso organizacional, o envolvimento no trabalho, o
engagement, a prosperidade e o vigor, os fluxos e motivação intrínseca e o afeto no
trabalho (Fisher, 2010).
• Satisfação no trabalho
• Compromisso organizacional
• Envolvimento no trabalho
• Engagement
• Prosperidade e vigor
definida como uma experiência afetiva positiva que envolve recursos energéticos,
incluindo sentimentos de energia emocional, força física e vivacidade cognitiva no
trabalho (Fisher, 2010).
São vários os fatores que influenciam o nível de felicidade no trabalho e estes diferem de
indivíduo para indivíduo, pelo que essa diferença tem impacto na vida física e mental de
cada um. Alguns dos motivos que levam à infelicidade dos colaboradores no local de
trabalho passam pela falta de comunicação entre os gestores de topo e o resto das equipas,
a falta de valorização e descuido em relação ao bem-estar dos indivíduos e a inexistência
de uma avaliação periódica sobre o desempenho de cada colaborador (Khairunesa , et al.,
2019).
De acordo com os estudos de Fisher (2010), verificou-se que existem diversas causas para
o facto de existirem pessoas mais felizes do que outras. Regra geral, a variação do grau
de felicidade está correlacionada com circunstâncias do ambiente que rodeia determinada
pessoa ou com algo do seu interior, que a torna mais ou menos feliz. A autora aponta um
conjunto de ações organizacionais que funcionam como alavanca para as organizações
que pretendem proporcionar felicidade:
Outra categoria que explica a felicidade no trabalho está relacionada com a adequação
das pessoas às circunstâncias ou à situação. Tendo em conta a Teoria do Ajustamento ao
Trabalho, a satisfação ocorre quando o ambiente de trabalho atende às necessidades dos
funcionários e existe uma adequação da organização, bem como adequação da pessoa ao
trabalho. Conclui-se, assim, que os indivíduos ficam mais felizes quando inseridos num
ambiente de trabalho que corresponda aos seus valores e objetivos e que atenda às suas
necessidades e preferências (Fisher, 2010).
está infeliz (Duari & Sia, 2013). No que se refere à produtividade, esta é uma variável
crucial para a felicidade uma vez que pessoas felizes são pessoas produtivas, enquanto as
pessoas infelizes podem não prestar total atenção a qualquer tarefa. Por isso, as
organizações que são capazes de manter a felicidade a longo prazo no local de trabalho
podem aumentar e sustentar bons resultados (Wesarat, Sharif, & Majid, 2014).
De acordo com o estudo de Taris & Schreurs (2009), a associação entre a satisfação no
trabalho e o desempenho individual é frequentemente explicada pela hipótese de que
trabalhadores felizes e produtivos (trabalhadores satisfeitos) têm um desempenho médio
melhor do que outros trabalhadores. Essa ideia deriva da Teoria da Equidade de Adams
(1963), que assenta no princípio de que as pessoas investem num relacionamento com
outras quanto recebem benefícios desse relacionamento. No contexto do ambiente de
trabalho esta teoria está presente, na medida em que os trabalhadores investem na relação
com os seus empregadores, em termos de tempo, esforço e conhecimento, e em troca
recebem recompensas como salário, segurança no emprego, status e prestígio. Isto
acontece porque trabalhadores satisfeitos sentem-se na obrigação de retribuir através do
seu esforço, o que contribui para o aumento da qualidade e a quantidade do produto. Este
raciocínio implica também que a satisfação dos colaboradores funcione como um agente
motivacional, uma vez que altos níveis de satisfação (bem-estar) desencadeariam altos
níveis de motivação, contribuindo para o desempenho individual.
Em linha com esse raciocínio é importante também analisar a relação entre a satisfação
dos trabalhadores no trabalho e a satisfação do cliente. Ambos os conceitos estão
positivamente relacionados, uma vez que a satisfação no trabalho a nível individual leva
a uma maior lealdade do trabalhador e a um maior esforço, gerando valores mais elevados
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
Como indicado acima, espera-se que níveis mais altos de bem-estar em nível individual
promovam níveis mais altos de motivação e desempenho permitindo dessa forma
alcançar-se níveis mais altos de desempenho organizacional. Porém, o alto desempenho
individual não é condição suficiente para o alto desempenho organizacional, ainda que a
literatura aponte para que o alto desempenho organizacional seja facilitado pelo alto
desempenho individual, juntamente com outros fatores que também possam ser
relevantes nesse processo como a qualidade da liderança ou os valores compartilhados.
Por exemplo, a literatura de gestão forneceu evidências de que os resultados de recursos
humanos (incluindo o desempenho em nível individual) e o desempenho organizacional
estão relacionados, sugerindo que o uso adequado de pessoas aumenta a eficácia
organizacional (Taris & Schreurs, 2009). Assim, observa-se que o desempenho individual
e organizacional estarão relacionados.
De facto, por tudo o que já foi analisado, pode-se afirmar que trabalhadores felizes são
mais produtivos, apesar de ainda não serem conhecidas as implicações que esse facto tem
a nível organizacional. A premissa de que as organizações com trabalhadores insatisfeitos
têm, em média, um desempenho visivelmente pior do que outras organizações não esta
totalmente correta. Constata-se que, no que diz respeito à medição do desempenho, ainda
existem algumas limitações devido a este poder ser medido de várias maneiras (Taris &
Schreurs, 2009).
O processo de mentoring permite trabalhar com o objetivo de obter salários mais altos,
promove a progressão na carreira, gera produtividade, fortalece o comprometimento
organizacional, auxilia o desenvolvimento de habilidades e aumenta a satisfação no
trabalho, que por sua vez conduz à felicidade (Yirci, Özalp, & Kocabaÿ, 2018).
Em termos práticos, a mentoria tem como função reforçar o cuidado e a atenção com os
colaboradores, criando maior confiança e espaço de partilha fundamental à criatividade,
inovação e disrupção e, em consequência, contribuir para a felicidade organizacional e
retenção de talentos (Sutulovic, 2019).
preferencialmente, inseridos nos seus contextos sociais naturais, assentando, para o efeito,
em métodos de recolha dos dados que apresentam uma forte relação com as circunstâncias
da sua produção, embora podendo ser influenciados pelos interesses sociais e culturais
dos participantes (Gonçalves, Gonçalves, & Marques, 2021). Por isso, a metodologia de
natureza qualitativa torna-se a mais adequada, pois permite entender, descrever e
interpretar os fenómenos da mentoria e da felicidade no contexto do desempenho
organizacional.
Segundo Yin (2014, p. 18), o “(…) estudo de caso é uma pesquisa empírica que investiga
um fenómeno contemporâneo da vida real, por meio de uma análise contextual detalhada
de um número limitado de eventos ou condições (…)”. Segundo este autor, existem
essencialmente três categorias de estudo de caso: exploratórios, descritivos e explicativos.
O estudo de caso exploratório, tal como o nome indica é definido para explorar qualquer
fenómeno nos dados, que sirva como ponto de interesse para o pesquisador, de modo a
fornecer informações mais precisas para uma investigação. Por outro lado, o estudo de
caso descritivo é definido para relatar de uma forma minuciosa os fenómenos naturais,
que ocorrem dentro dos dados em questão, sendo que, neste tipo de estudo, o pesquisador
deve começar com uma teoria descritiva para apoiar a descrição do fenómeno ou história,
pelo que se houver falhas, existe a possibilidade de que a descrição não seja rigorosa e
que problemas possam ocorrer durante o projeto. E, por fim, o estudo de caso explicativo
que examina os dados de perto, tanto a nível superficial quanto profundo, a fim de explicar
os fenómenos nos dados, além disso, também são empregados para estudos causais onde
a correspondência de padrões pode ser usada para investigar certos fenómenos em casos
muito complexos e multivariados, estes casos são bastante complexos e multivariados.
O estudo de caso deve ser considerado quando (Gonçalves, Gonçalves, & Marques,
2021):
No que respeita às entrevistas, estão são “… uma das técnicas de recolha de dados
considerada como sendo uma forma racional de conduta do pesquisador, previamente
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
De acordo com Richardson (1999, p. 207, citado por Júnior & Júnior, 2011):
Pode-se ainda afirmar que uma entrevista “… não se trata de um simples diálogo, mas
sim, de uma discussão orientada para um objetivo definido, que, através de interrogatório,
leva o informante a discorrer sobre temas específicos, resultando em dados que serão
utilizados na pesquisa” (Rosa & Arnoldi, 2017, p. 8). Esta técnica é bastante adequada
para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, esperam, sentem ou
desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram (Selltiz et al., 1967, p. 273, citado por Gil,
2008).
contrapartida, não possibilitam uma análise profunda dos factos, visto que, as
informações são obtidas a partir de perguntas predefinidas pelo entrevistador (Gil, 2008).
• Possibilita a obtenção de maior número de respostas, dado que é mais fácil deixar
de responder a um questionário do que negar-se a ser entrevistado;
• Oferece uma maior flexibilidade, no sentido em que o entrevistador pode
esclarecer o significado das perguntas e adaptar-se mais facilmente às pessoas e
às circunstâncias em que se desenvolve a entrevista;
• Possibilita captar a expressão corporal do entrevistado, bem como o tom de voz
utilizado e ênfase nas respostas.
De acordo com Gil (2008), as principais limitações que tornam a entrevista menos
recomendável comparativamente com outras técnicas são:
Objetivos Perguntas
a. a sua idade
b. o seu nível de escolaridade
Dados sociodemográficos c. que função desempenha
d. há quanto tempo desempenha essa função
e. há quanto tempo trabalha na PHC
a. No seu ponto de vista, quais os fatores que
influenciam a sua felicidade no trabalho?
Em que medida é que a b. Quais os indicadores para aferir o nível de felicidade
felicidade influencia o dos colaboradores da PHC?
Analisar como é
envolvimento e a c. A felicidade no trabalho influencia o seu nível de
vivenciada a
satisfação no trabalho e o envolvimento e a satisfação no trabalho e o
felicidade no
compromisso com a compromisso com a organização?
trabalho
organização? d. Pense num momento em que se sentiu especialmente
feliz no trabalho e descreva como é que isso afetou a
sua satisfação, envolvimento e compromisso com a
organização?
a. Como caracteriza uma relação de mentoria?
b. Relativamente às reuniões de mentoria que realiza,
Investigar como Em que medida
qual a linha que segue? Com que frequência são
é que se é que um mentor
realizadas, como gerem o tempo nas reuniões, quais as
caracteriza um influência o percurso
temáticas abordadas, qual o grau de formalidade e
programa de profissional e
como age perante um problema que é colocado?
mentoria e os desenvolvimento pessoal
c. De acordo com a sua experiência, qual o impacto que
seus efeitos do jovem aprendiz?
a mentoria tem no percurso profissional?
d. E em termos de desenvolvimento pessoal, de que
forma é que a mentoria contribui?
a. Na sequência dos benefícios da mentoria
Analisar a relação entre mentoria e
mencionados acima, considera que estes têm impacto
felicidade no trabalho
na felicidade no trabalho? Pode descrever como?
a. Considera que a felicidade no trabalho tem impacto
Em que medida é que a na qualidade do serviço prestado pela PHC e na
Investigar em mentoria tem impacto no produtividade dos trabalhadores?
que medida é desempenho geral da b. No geral, considera que a mentoria tem impacto na
que a mentoria e organização? obtenção de melhores resultados, com a concretização
a felicidade dos objetivos organizacionais?
influenciam o
desempenho Em que medida é que a
organizacional. felicidade no trabalho c. De acordo com a sua experiência, qual a importância
tem efeitos no de ter colaboradores felizes e que impacto tem no
desempenho geral da desempenho da empresa?
organização?
Fonte: Elaboração própria.
A entrevista inicia-se com uma introdução, onde é apresentado o presente estudo de caso,
assim como, a informação de que são garantidos os princípios de anonimato e
confidencialidade da identificação nas respostas de cada entrevistado, terminando com os
agradecimentos.
No que diz respeito à entrevista propriamente dita, esta divide-se em cinco partes. A
primeira corresponde à caracterização sociodemográfica dos entrevistados selecionados.
A segunda é constituída por quatro perguntas que analisam a forma como é vivenciada a
felicidade no trabalho. A terceira é composta por mais quatro questões que têm como
objetivo investigar a caracterização de um relacionamento de mentoria e os seus efeitos,
especificamente a sua influência no percurso profissional e desenvolvimento pessoal. A
quarta parte, constituída somente por uma questão, estabelece a ponte entre os dois temas,
pretendendo-se averiguar a relação entre os benefícios associados à prática da mentoria e
da felicidade organizacional. Por último, na quinta parte, procura-se obter o feedback em
relação ao impacto da mentoria e da felicidade no desempenho organizacional, através de
três perguntas.
Depois de elaborado o guião da entrevista, foi solicitado por email o agendamento das
entrevistas junto da secretária pessoal do Dr. Miguel Capelão, tendo sido marcadas três
entrevistas via zoom, visto que, devido ao constrangimento geográfico não foi possível
realizar presencialmente. Relativamente à escolha dos entrevistados, contámos com a
melhor colaboração da PHC na escolha e adequação dos entrevistados aos objetivos do
estudo em causa. A primeira entrevista realizada ocorreu no dia 24 de março de 2023,
pelas 14:00h, a segunda entrevista decorreu a 29 de março de 2023, às 11:15h e a última
a 31 de março de 2023 por volta das 10:00h da manhã. A duração média das entrevistas
foi de cerca de 60 minutos.
Dado que as empresas precisam de software para serem competitivas no mercado, a PHC
junta a experiência de gestão ao desenho de software. Com soluções de gestão que tratam
da rotina das empresas, permite que os colaboradores possam ser criativos e explorarem
novas oportunidades. O resultado é uma capacidade de gestão de negócio que leva a um
novo nível de precisão, visão e velocidade – a que a PHC chama de Business at Speed
(PHC Software).
Com sede em Lisboa, Porto, Madrid, Maputo, Luanda e Lime, a PHC Software conta com
226 colaboradores que todos os dias trabalham para criar soluções inteligentes,
adaptáveis, apelativas e completas – que proporcionam flexibilidade ao dia a dia das
empresas e aceleram a tomada de decisão (PHC Software).
• O software PHC foi eleito o “Melhor software de gestão” pela revista VDI, asim como em
2001 2006.
• Pela primeira vez no top 100 das melhores empresas para trabalhar.
2014
• Medalha de Mérito Municipal de Grau de Ouro atribuída pela Câmara Municipal de Oeira.
2019
• Novas instalações no Tagus Park, para uma Best Experience at Work. ( criar a melhor
2021 experiência de trabalho).
Fonte: Elaboração própria baseada em informação constante do site da PHC Software (https://phcsoftware.com/).
Na PHC existem três valores fundamentais: adapt and grow, cool but pro e make an
impact, os quais são a génese dos seis pilares que estruturam a organização, tal como se
apresenta na tabela 2.2.
Fonte: Elaboração própria baseada em informação constante do site da PHC Software (https://phcsoftware.com/).
Para uma melhor compreensão dos dados, este capítulo inicia-se com a análise da
evolução do desempenho económico-financeiro, através de um conjunto de rácios que
permitem conhecer o desempenho da PHC. Seguidamente, é apresentada a análise de
conteúdo das entrevistas, onde as respostas são agrupadas por temas, finalizando com a
discussão dos resultados.
A rendibilidade das vendas demonstra o lucro obtido em termos líquidos por cada unidade
monetária vendida (Fernandes, Peguinho, Vieira, & Neiva, 2019). Conforme se verifica
no gráfico 3.1, entre 2017-2019 houve um aumento exponencial do retorno em termos de
resultado líquido do volume de negócios realizado. Em 2017 a PHC registou um lucro de
20,92%, o valor mais baixo durante o período em análise, tendo no ano seguinte se
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
Fonte: Elaboração própria, com base nas demonstrações financeiras extraídas da Orbis.
• Rendibilidade do ativo
Rendibilidade do ativo
25%
20,19% 21,68%
18,75% 19,32%
20%
15% 16,73%
10%
5%
0%
2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: Elaboração própria, com base nas demonstrações financeiras extraídas da Orbis.
A rendibilidade dos capitais próprios mede a eficiência com que os gestores investem o
dinheiro dos acionistas (Fernandes, Peguinho, Vieira, & Neiva, 2019). Durante o período
em análise, a percentagem de lucro criada por cada euro investido demonstra a mesma
tendência até aqui apresentada. No caso de 2017, por cada 100€ de capital próprio a
empresa criou 20,87€ de lucro por ano. O ano em que a empresa criou maior retorno foi
em 2019 (27,17€) e, por isso, mais atrativo ao investimento. No ano de 2020 a PHC
apresenta uma rendibilidade de 23,31%, extraída a partir dos capitais próprios da empresa,
e em 2021 um retorno de 23,36€ por cada 100€ de capital próprio.
Gráfico 3.3 Rendibilidade do capital próprio (2017-2021).
Fonte: Elaboração própria, com base nas demonstrações financeiras extraídas da Orbis.
• Rácios de liquidez
Rácios de liquidez
6,00 5,30 5,03
4,67 4,60 4,51
4,14 3,89
3,86 3,48 3,60
4,00
2,00
0,00
2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: Elaboração própria, com base nas demonstrações financeiras extraídas da Orbis.
externos. Quanto maior a autonomia financeira, maior a capacidade da empresa para fazer
face aos seus compromissos de médio e longo-prazo, maior o grau de independência
financeira em relação aos seus credores (menor o grau de endividamento) e maior a
autonomia na gestão do cash-flow que liberta da sua atividade (Fernandes, Peguinho,
Vieira, & Neiva, 2019). Através do gráfico 3.5, denota-se que a PHC apresenta valores
bastante próximos dos 100%, o que significa que a empresa possui uma grande autonomia
em termos financeiros, pois existe uma grande proporção do capital próprio em qualquer
um dos anos. Pode-se, então, dizer que durante o período em perspetiva a PHC
caracteriza-se por uma estabilidade financeira bastante consistente, assim como um
grande grau de independência em relação aos seus credores (menor o grau de
endividamento) e, consequentemente, solidez financeira perante os credores, facilitando
o acesso da empresa ao crédito. A destacar dois grandes picos de valores em 2018 e 2021,
82,37% e 82,70%, respetivamente, comparativamente com o resto dos anos em análise.
Autonomia Financeira
83,00% 82,37% 82,70%
82,00%
78,00%
2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: Elaboração própria, com base nas demonstrações financeiras extraídas da Orbis.
• Rácio de solvabilidade
Rácio de solvabilidade
6%
4,76% 4,78%
5%
4,04% 3,95% 4,12%
4%
3%
2%
1%
0%
2017 2018 2019 2020 2021
Fonte: Elaboração própria, com base nas demonstrações financeiras extraídas da Orbis.
Entrevistados Idade
E1 56
E2 38
E3 43
Fonte: Elaboração própria.
No que toca ao nível de escolaridade ou grau académico, todos os entrevistados têm grau
académico superior, nomeadamente, licenciatura, sendo que um dos entrevistados detém
ainda mestrado (ver tabela 3.3).
No que diz respeito ao contexto profissional dos entrevistados, foi solicitado aos mesmos
que indicassem qual a função que desempenham atualmente na PHC, assim como há
quanto tempo desempenham esse mesmo cargo e há quanto tempo trabalham na empresa.
Tal como se pode verificar pela tabela 3.4 os três indivíduos encontram-se em níveis
hierárquicos diferentes e automaticamente com poderes de decisão diferentes. Em termos
de níveis hierárquicos, o E1 detém o nível mais superior, seguindo-se o E3 e, por fim, o
E2. Em relação ao tempo na organização, o membro mais recente na PHC é o E3 e o mais
antigo é o E1.
Tabela 3.4 Contexto profissional dos entrevistados.
Num dos artigos publicados no site da PHC Software é bem explícita a importância da
felicidade nas empresas: “Cada vez mais preocupadas com a satisfação interna, e cientes
de que colaboradores mais felizes são mais produtivos e, sobretudo, mais motivados,
coesos e bem-dispostos, muitas empresas estão a colocar a felicidade no topo das suas
agendas, e a nossa PHC não é exceção” (PHC Software, 2019).
Por essa razão, ao longo das entrevistas foram abordadas várias questões com o objetivo
de aferir o modo como é vivenciada a felicidade no trabalho.
Tal como podemos observar no gráfico anterior, denota-se uma concordância no que diz
respeito à cultura de proximidade:
com os seus colaboradores e tenham esta preocupação, que se sintam bem e que
todos os seus desafios e as suas lacunas sejam superados.” (E2)
Outro aspeto que influencia a felicidade, e que também foi bastante referido, é a questão
das instalações e a preocupação com os espaços e com o local de trabalho, evidenciado
no projeto best experience at work, que consiste em criar o melhor local para trabalhar,
presente na seguinte resposta:
“O best experience at work é um conceito que nós criamos, que é dar a melhor
experiência profissional às pessoas, o que implica dar condições incríveis para que
as pessoas se sintam bem, tirando-lhes o maior número de obstáculos da frente.”
“(…) é um investimento que a organização teve que fazer em instalações, em
serviços e benefícios, sendo que tudo isto contribui obviamente para a felicidade.”
(E1)
Para além dos já mencionados, surgem outros fatores que vão além da questão da cultura
e das instalações, designadamente, a promoção do equilíbrio entre o trabalho e a vida
pessoal, o constante reconhecimento e valorização do esforço, um sistema de avaliação
mensal que permite dar um feedback ao colaborador e a atribuição de recompensas a nível
monetário. Estes encontram-se plasmados na resposta dada pelo E2, conforme se salienta
na seguinte citação:
“(…) nós temos um sistema de avaliação mensal, a que chamamos de CFR, que
tem como objetivo conversarmos com os nossos colaboradores, dar feedback sobre
os projetos que temos em andamento e reconhecer os sucessos…” “(...) e vamos
um bocadinho também para a esfera pessoal, se as pessoas estiverem com algum
problema em casa nós também apoiamos e ajudamos.” “(…) todos os nossos
colaboradores fazem a sua autoavaliação e avaliam os seus líderes em momentos
separados.” “(…) muitos líderes, eu exclusive, fazem com as suas equipas uma
reunião semanal one-to-one, que requer aqui uma proximidade face-to-face…”
Para finalizar a questão dos aspetos que contribuem para a felicidade, o E2 ainda referiu
outros aspetos concretos do dia-a-dia, sobretudo os vários encontros entre os
colaboradores, a título de exemplo:
“… de 15 em 15 dias temos uma Happy Hour … que acabava sempre por ser mais
do que uma hora, existe ali um momento de convívio, beber uma cervejinha ao
final da tarde ou um suminho…” “(…) temos sempre esta parte do reconhecimento
e a celebração do sucesso…” (E2)
Quando questionados quanto aos indicadores de felicidade que a organização utiliza para
medir o nível de felicidade dos colaboradores, os mesmos enumeraram os apresentados
de seguida (gráfico 3.8).
Em 2017, a PHC Software foi pioneira na criação de um programa interno que tinha como
objetivo treinar uma atitude para a felicidade, designado My Happiness PHC DNA. No
entanto, rapidamente a empresa percebeu que era necessária uma métrica para medir o
nível de felicidade e foi assim que surgiu o Happy Score, traduzido numa questão que
tem como intuito monitorizar o estado de felicidade dos colaboradores. De forma
aleatória, quando o indivíduo começa a trabalhar surge no seu monitor: “How happy are
you today?”, sendo a resposta em formato de smiles – “muito triste”, “triste”, “por vezes
infeliz”, “por vezes feliz”, “feliz” ou “muito feliz” – o que permite identificar variações
no estado de espírito.
Essencialmente, esta ferramenta tem como objetivo agir rapidamente perante um possível
cenário de desmotivação laboral ou de problemas pessoais que estejam a afetar o dia-a-
dia dos colaboradores (PHC Software, 2019). Para esclarecer a utilização desta
ferramenta os entrevistados E2 e E1, respetivamente, afirmaram:
Desde 2017 até 2021, em face da implementação desta métrica, apurou-se que o valor
médio da felicidade na PHC Software foi de 4.6 em todos os anos, exceto em 2017 que
foi de 4.7. Por outras palavras, o estado de espírito dos colaboradores encontra-se entre o
“por vezes feliz” e “feliz”.
Não obstante, também foram identificados outros tipos de indicadores, tais como: “(…)
o número de horas que um colaborador despende no escritório e que utiliza o software…”
e “(…) atrasos pouco usuais, que se desviam da norma nas entregas das tarefas…” (E1)
Com o intuito de explorar ainda mais esta relação, torna-se importante perceber qual o
entendimento de cada colaborador acerca da relação entre estes aspetos. Todos os
indivíduos defendem que existe uma relação direta entre a satisfação, o envolvimento, o
engagement e a felicidade dos colaboradores. Para fundamentar recorre-se às palavras do
entrevistado E3:
prontamente o evento designado de Be a Life. Para elucidar sobre este evento destaca-se
a resposta do entrevistado E2:
No ponto de vista da PHC: “Nada é mais importante numa empresa do que a forma como
as pessoas a vivem. E sabemos que queres um ambiente descontraído, mas altamente
profissional. Onde possas evoluir e crescer profissionalmente. Mas, acima de tudo, onde
o teu trabalho tenha impacto na vida das pessoas” (PHC Software, 2021b). Atualmente,
a PHC é reconhecida por proporcionar oportunidades de desenvolvimento personalizado
aos seus colaboradores, especificamente, através de práticas de coaching, mentoring e
leadership assessments.
Castro, Varela, & Gurgel, 2017). Neste sentido, apresenta-se a seguinte nuvem de
palavras com os termos mais frequentes na caracterização da relação de mentoria.
Gráfico 3.9 Nuvem de palavras sobre a relação de mentoria.
“(…) a maior parte das pessoas pede-me mentoria para situações muito pessoais
ou para desenvolver soft skills, o que implica uma confiança enorme…” (E1)
Ainda sobre esta questão, o entrevistado E3 refere também aspetos interessantes deste
relacionamento: “Naquilo que é a realidade de mentoring, nós tentamos ter uma definição
de propósito com o PHC, ou seja, com o colaborador, sendo o próprio a procurar esta
mentoria, o que acaba por ajudar a identificar a situação do qual gostaria de ter
acompanhamento e ter algumas guidelines. É realizado por alguém que não pertence à
estrutura hierárquica direta, como por exemplo, pelas equipas de recursos humanos ou de
people experience, que vão fazendo este acompanhamento para perceber as evoluções. O
grande objetivo é focar em momentos específicos, em skills específicas, que o PHC
necessita de desenvolver e que sente que tem essa necessidade de evoluir.” (E3)
No que diz respeito à frequência com que são realizadas, todos os entrevistados afirmaram
que dependia da situação em específico, pelo que de forma obrigatória são realizadas
mensalmente, ainda que, dependendo da gravidade da situação, possam ser semanais.
identificado o problema. Posto isto, o próximo passo é vermos de que forma é que
conseguimos ajudá-lo a repartir o problema, abordando de forma faseada esse mesmo
problema.” (E3)
“É brutal termos aqui este porto seguro onde podemos desabafar, dizer tudo o que
pensamos. O facto de ser o fundador da empresa a fazer esta mentoria é vantajoso
porque às vezes podemos estar com um problema e termos medo daquilo que a
organização vai pensar. Aqui o nosso fundador é o próprio a dizer: não te
preocupes com isso, a vida é um ciclo, há altos e baixos.” (E2)
“… isto tem um alto impacto naquilo que é realidade de gestão de carreira.” “(…)
por exemplo, se eu estou numa função e se a empresa me dá a possibilidade de eu
mudar de vida, mudar de tipo de função, isto é uma aposta que a organização está
a fazer em mim, logo, eu sinto esse reconhecimento e esse suporte organizacional
e aqui é completamente diferente o engagement do ponto de vista da carreira, é
muito mais revelante.” (E3)
No que toca ao desenvolvimento pessoal os PHCs, pelo facto de terem estado envolvidos
num processo de mentoria, adquirem uma nova perspetiva na forma como a sua vida é
entendida, “…com impacto na família e na vida pessoal do próprio no sentido de se
renascer em outros âmbitos no lado pessoal.” (E3)
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
E ainda mais:
“Sim, sem dúvida. Claro que tem muito impacto. Se as pessoas se sentem bem,
principalmente com a nossa administração, se têm essa vantagem de se abrir e
falar, sabendo que é tudo super confidencial, e sentem apoio isso traz segurança
psicológica que lhes retira todo o peso de cima e tem espaço para serem felizes…”
(E2);
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
“… nós temos uma filosofia diferente das outras empresas, nós primeiro damos
para depois recebermos. A verdade é que desde que começamos a trabalhar a
felicidade como sendo lucrativa, todos os anos conseguimos superar os nossos
objetivos. Não houve nenhum ano que ficássemos abaixo dos objetivos que estão
estipulados a nível de faturação e outros. Está provadíssimo que se as pessoas
forem felizes dão muito mais à empresa, se as pessoas se sentirem bem, sentirem-
se motivadas num projeto vão dar mais.” (E2);
“Claramente há uma relação direta entre aquilo que nós fazemos nos programas
de mentoria e os resultados. Isto mais uma vez é uma cadeia de valor. A mentoria
ajuda as pessoas a serem mais felizes, porque lhes resolve problemas, e elas ao
serem mais felizes automaticamente vão entregar mais e com mais qualidade.
Portanto, eu vejo a mentoria como uma peça fundamental que está na base da
cadeira de valor e que depois vai impactar tudo. Se formos muito bons e fizermos
um bom trabalho, isso vai se repercutir na felicidade e obviamente nos resultados
e no achieving dos objetivos. A PHC tem uma grande preocupação com os
objetivos. Aliás, é uma empresa que em 33 anos sempre deu lucro e nunca teve
resultados tão bons desde que começou a trabalhar a mentoria e a felicidade…”
(E1).
Em termos de liquidez, entre 2017 e 2021 a PHC Software apresenta algumas oscilações,
mas sempre com capacidade para cumprir com as suas obrigações de dívida, apresentando
equilíbrio financeiro, pois os valores apurados são superiores a 1%, variando entre 3% e
5%.
Já quanto à autonomia financeira, verifica-se um pico de valores nos anos de 2018 e 2021,
mais concretamente, 82,27% e 82,70%, respetivamente. Daqui se depreende que, dado
que os valores no restante período em análise são acima dos 79%, ou seja, bastante
próximo dos 100%, a PHC caracteriza-se por uma elevada autonomia financeira, isto é,
um elevado grau de independência em relação aos seus credores e, por isso mesmo, menor
risco de endividamento. No que tange à solvabilidade, desde 2017 a empresa demonstra
valores que rondam os 4%, sendo este um indício de solidez financeira em qualquer um
dos anos em estudo.
Em 2021 a PHC foi eleita a empresa mais feliz de Portugal pelo Prémio Happiness Works.
Este reconhecimento surge na sequência de oito aspetos que a organização promove e
trabalha diariamente com os seus colaboradores. O primeiro está relacionado com um dos
valores da PHC, que é ser cool but pro, ou seja, a atitude dos colaboradores tem tanto de
descontraída como de profissional. A questão da comunicação é também bastante
valorizada por esta empresa, em especial a interna, pois só assim é possível que todos os
colaboradores direcionem os seus esforços em prol dos mesmos objetivos. Constitui
também lema da PHC a criação de momentos descontraídos entre os colaboradores,
nomeadamente, através de várias atividades que ocorrem pelo menos uma vez por mês.
O foco no bem-estar, através da promoção de sessões semanais de meditação ou yoga,
protocolos com massagistas, psicólogos, nutricionistas, permite que os PHCs consigam
usufruir destes serviços sem sair do escritório. Há a preocupação em devolver um
ambiente através do qual todos os colaboradores, sem exceção, possam crescer, razão
pela qual a PHC investe particularmente na formação e na capacitação dos colaboradores.
Outro dos oito aspetos que faz da PHC a empresa mais feliz de Portugal é o desígnio em
gerar impacto, pelo que a organização procura diariamente inspirar a excelência na gestão
através de um programa de responsabilidade social corporativa. Porque uma organização
é feita de pessoas, a PHC promove junto dos seus colaboradores o engrandecimento
pessoal, considerando que os seus são especialmente incríveis. Por último, mas não menos
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
de caso
Com tudo isto podemos concluir que, desde 2017, com a prática da mentoria, que integra
todo o período em análise, e com a criação do Happy Score a empresa tem mostrado uma
média entre os 4.6 e 4.7 de nível de felicidade dos colaboradores, numa escala de 1 a 6,
trabalhando ativamente desde essa altura numa atitude para a felicidade. A maioria dos
colaboradores avaliam-se diariamente como “por vezes feliz” e “feliz”.
CONCLUSÃO
Novos desafios estão sempre a surgir nas organizações atuais e novas exigências se
levantam para aqueles que lideram as empresas. De forma a garantir a sobrevivência das
empresas é essencial que as mesmas invistam nos colaboradores, sendo este o principal
diferencial competitivo. As organizações ao investirem nas pessoas estão a proporcionar
um ambiente de trabalho motivador para que estas possam despertar todo o seu potencial
e, por conseguinte, a empresa consegue obter o desempenho esperado.
Nas palavras do entrevistado E1: “… a PHC Software é uma empresa portuguesa, com
mais de 33 anos, que sempre obteve lucro e nunca teve resultados tão bons desde que
começou a trabalhar as temáticas da felicidade e da mentoria”. Esta frase é facilmente
comprovada através da análise económico-financeira realizada no ponto 3.1. Conclui-se
que a PHC conseguiu gerar rendimentos (lucros) com o resultado líquido das vendas, o
total do ativo e os capitais próprios. Em termos de liquidez a empresa demonstra
capacidade para pagar as dívidas no curto prazo, ou seja, tem liquidez, logo está em
equilíbrio financeiro de curto prazo. Por fim, no que diz respeito ao equilíbrio financeiro,
a PHC possui uma elevada autonomia financeira pois deteve, em qualquer um dos anos,
capital próprio suficiente para financiar a sua atividade. Pode-se então dizer que durante
o período em perspetiva a PHC caracterizou-se por uma estabilidade financeira bastante
consistente, assim como por um elevado grau de independência em relação aos seus
credores (menor o grau de endividamento) e consequentemente solidez financeira.
A temática da felicidade corporativa tem ganho maior relevância nos últimos anos, na
medida em que as empresas procuram novas formas de gerir o bem-estar dos seus
colaboradores. De acordo com Saenghiram (2013), a felicidade no local de trabalho é ter
sentimentos de prazer, experiências afetivas positivas, bons sentimentos, satisfação e
sentir que a vida profissional tem um significado. O que significa que se os sentimentos
e perceções dominantes forem positivas, isto terá repercussões diretas no crescimento da
empresa, afetando a produtividade e a lucratividade da mesma.
Umas das frases que mais caracteriza a PHC Software é “A felicidade é lucrativa, permite
reduzir rotação, absentismo e aumentar a produtividade” (PHC Software, 2019). Na PHC
a felicidade é já uma filosofia intrínseca na empresa e nos colaboradores.
Uma outra estratégia em que as organizações estão cada vez mais a apostar é no
mentoring, correspondente a um relacionamento one-to-one que ocorre entre uma pessoa
sénior e experiente, designada de mentor, e uma pessoa pouco qualificada denominada
de mentee. Este é um instrumento de gestão de pessoas em que um mentor ou tutor
partilha o seu conhecimento e ajuda outrem, um jovem inexperiente ou novo colaborador
a aprender algo.
Numa linha de investigação futura seria interessante realizar este mesmo estudo numa
outra organização em que a temática da mentoria e da felicidade ainda não tivesse sido
trabalhada tão ativamente. Tal permitiria apurar quais as diferenças ao nível da
rotatividade dos colaboradores, da satisfação e do engagement daqueles para com a
organização, da produtividade e da lucratividade.
Espera-se que este estudo seja um estímulo para que haja, por parte das organizações,
uma maior preocupação em conceder condições adequadas à criação de ambientes de
trabalho felizes, nos quais os colaboradores se sintam satisfeitos e reconhecidos. No
fundo, espera-se que este estudo tenha contribuído para que as organizações do futuro
sejam muito mais voltadas para o ser humano, com o intuito de promover o seu bem-estar
físico e emocional.
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%20Design%20and%20Methods%20(&f=false
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O impacto da mentoria e da felicidade no
desempenho organizacional: um estudo
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APÊNDICES
Desde já agradeço a sua disponibilidade para participar neste estudo e saliento que são
garantidos os princípios de anonimato e confidencialidade. A entrevista será gravada de
forma a facilitar futuras transcrições que poderão vir a constar no trabalho final, omitindo
sempre elementos identificativos dos entrevistados, pelo que após a conclusão do trabalho
final as mesmas serão destruídas.
Não há respostas certas nem erradas, por isso solicito que dê livremente a sua opinião e
partilhe a sua visão sobre os assuntos em questão.
a. a sua idade
b. o seu nível de escolaridade
c. que função desempenha
d. há quanto tempo desempenha essa função
e. há quanto tempo trabalha na PHC.
2. Pedia-lhe que começássemos por abordar o tema da felicidade no trabalho. Visto
que a PHC está classificada no top dos rankings relativos à felicidade dos
colaboradores, pretendo com as próximas questões aferir como é que é vivenciada a
felicidade no trabalho:
a. No seu ponto de vista, quais os fatores que influenciam a sua felicidade no trabalho?
d. Pense num momento em que se sentiu especialmente feliz no trabalho e descreva como
é que isso afetou a sua satisfação, envolvimento e compromisso com a organização?
b. Relativamente às reuniões de mentoria que realiza, qual a linha que segue? Com que
frequência são realizadas, como gerem o tempo nas reuniões, quais as temáticas
abordadas, qual o grau de formalidade e como age perante um problema que é colocado?
(apenas entrevista 2 e 3).
c. De acordo com a sua experiência, qual o impacto que a mentoria tem no percurso
profissional?
a. Na sequência dos benefícios da mentoria mencionados acima, considera que estes têm
impacto na felicidade no trabalho? Pode descrever como?
c. De acordo com a sua experiência, qual a importância de ter colaboradores felizes e que
impacto tem no desempenho da empresa?