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CADE R N O DE I N I CI AÇÃO

MUSICAL
F U R N AS C E N T R AI S E L É T R I C AS

Pr e s ide n t e Dimas Fabiano Toledo

Ch e f e de As s e s s or ia de Ar t i c u la çã o c om a Soci e da de da Pr e s idê n cia André Spitz

Coor de n a dor a do Pr oj e t o Gleyse Peiter

I N ST I T U TO AN T Ô N I O C AR L O S J OB I M

Pr e s ide n t e Paulo Hermanny Jobim

Di r e t or a Vanda Mangia Klabin

Con s u l t or e s Antônio Adolpho e Guilherme Rondon

F U N D AÇ ÃO R O B E R TO M AR I N H O

Pr e s ide n t e Roberto Marinho

Di r e t or Ge r a l José Roberto Marinho

Se cr e t á r i o Ge r a l Hugo Barreto

Su pe r i n t e n de n t e Exe c u t i vo Nelson Savioli

Ge r e n t e Ge r a l de Pa t r i m ôn i o e Me i o Am bi e n t e Sílvia Finguerut

Ge r e n t e Ge r a l de Edu ca çã o e I m pl e m e n t a çã o Vilma Guimarães

Ge r e n t e de Pr oj e t o Lucia Basto

I m pl e m e n t a çã o Pe da gógi ca Ricardo Pontes

AP OI O T É C N I C O

WWF – Brasil

AP OI O

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Governo do Estado
do Amazonas, Governo do Distrito Federal, Governo do Estado de Goiás, Governo do Estado de Mato
Grosso, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Governo do Estado de São Paulo, Governo do
Estado do Paraná, Governo do Estado de Tocantins
CADE R N O D E I N I CI AÇÃO

MUSICAL
SU M ÁR I O

I N T R OD U Ç ÃO 07

1 . S OM É V I B R AÇ ÃO 09

2 . O SE N T I D O D A AU D I Ç ÃO 15

3 . S ON S D O N O S S O C OR P O 23

4 . A VOZ 29

5 . O M U N D O D O S S ON S 37

6 . O TI M B R E 43

7 . ALT U R A 49

8 . I N T E N SI D AD E 57

9 . D U R AÇ ÃO 65

1 0 . SI L Ê N C I O 71

OF I C I N A S ON OR A C OM O S T E M AS D O S V Í D E O S 75
I N TR OD U ÇÃO

O meio ambiente sempre foi fonte de inspiração para o maestro Tom Jobim, para quem
música e natureza eram integradas. Por isso, a proposta do projeto Tom do Pantanal parte
de sua trilha sonora para oferecer a você, professor ou professora, a oportunidade de co-
nhecer de perto os principais elementos da linguagem musical. Além de aprimorar a sen-
sibilidade, a música pode ser uma excelente ferramenta na assimilação de diversos
conteúdos, inclusive os relacionados à educação ambiental.

Este Caderno de Iniciação Musical é uma introdução ao universo dos sons. Acompanhado
por um vídeo, elaborado especialmente para uso do professor, ele trata dos pontos bási-
cos da educação musical. Conceitos como timbre, altura, ressonância e intensidade serão
aprendidos a partir do reconhecimento e da análise dos sons produzidos pela natureza –
como os do vento, das águas e das cigarras – e aqueles produzidos pelas máquinas ou
pelo ser humano. São exemplos retirados do cotidiano que vão contribuir para aprimorar
a percepção sonora e facilitar a integração entre a música e os temas aqui desenvolvidos.
Na série de dez vídeos temáticos que integra o kit, a obra de Tom Jobim se alia a composições
de artistas da região para conduzir cada episódio – que trata de assuntos como fauna, flora,
água e geografia –, enquanto a poesia do pantaneiro Manoel de Barros vai desvendando para
nós as verdades e os mistérios do Pantanal. Comandando a série, um defensor da região:
Almir Sater. É ele quem apresenta o programa de iniciação musical e explica a você a propos-
ta dos vídeos, que é fazer com que cada um perceba as características do universo sonoro,
apure essas percepções e seja capaz de transmiti-las e aplicá-las em seu dia-a-dia.

Da mesma forma que Tom Jobim cantava a natureza, o Tom do Pantanal utiliza a música
para estimular a curiosidade dos estudantes sobre um dos mais importantes ecossis-
temas do Brasil e do mundo. O kit também disponibiliza um CD com a trilha sonora e ativi-
dades que estão detalhadas neste Caderno de Iniciação Musical .

A partir de agora, você pode contar com uma nova ferramenta para incentivar a preser-
vação do Pantanal e valorizar a cultura e as ações educativas que já existem na região.
Pa ra fa ze r a s a t i vida des dest a unida de você va i pre cisa r de :

um violão ou outros instrumentos de corda

pedras

lago
SOM É VI B R AÇÃO
Vi v e m o s n u m m u n d o d e s o n s .
1
Tu d o q u e t e m e n e r g i a t e m s o m .

Experimente por alguns segundos parar de ler e ficar atento apenas à sua audição.
Com certeza você vai perceber que o mundo está cheio de sons e que, em geral, nem liga-
mos para eles: som da rua, dos carros, das máquinas na cidade; som dos animais e dos ele-
mentos da natureza no campo, como o som do vento ou do rio; e das pessoas. Em todo lugar.
O som chega em forma de ondas. Ondas sonoras.
Assim como uma pedrinha jogada num lago forma pequenas ondas que se expandem até
perder a força, também os sons lançados no ar – resultantes de algum tipo de vibração –
avançam em forma de ondas até encontrar nossos ouvidos, que os percebem.
O som chega até nós viajando normalmente pelo ar, que não lhe opõe qualquer resistên-
cia, mas pode chegar através da água ou de materiais sólidos. Em locais onde passam fer-
rovias, por exemplo, qualquer criança é capaz de ouvir pela vibração dos trilhos a aproxi-
mação de um trem a quilômetros de distância. É o que chamamos de ressonância. (Leia
mais sobre ressonância no capítulo 4, na página 35)
C OM O O SOM CH E GA AOS N OS SOS OU V I D OS

Acompanhe esse desenho e veja como nos chegam os sons:

1. Uma fonte sonora, como este prato de bateria,


provoca uma vibração.
2. O som viaja em forma de ondas sonoras livre-
mente pelo ar.
3. Ao tocar um corpo no espaço, ele reflete essas
vibrações.
4. O ouvido é o órgão do nosso corpo capaz de
repercutir as vibrações e enviá-las ao cérebro,
PRATO DE BATERI A ONDAS PESSOA onde viram informações. ( Veja mapa da audição
na página 16)
VI BRAÇÃO PROPAGAÇÃO AUD I ÇÃO

OFI
SONCI NA
ORA

As atividades indicadas para esta primeira unidade destinam-se exclusivamente a aguçar


nossa sensibilidade para os sons. Perceber como eles estão em toda parte, visualizar como se
propagam pelo ar em ondas, o que provocou um som: Por que uma geladeira tem som? E um ria-
cho? E assim por diante.
Para realizar um trabalho de sensibilização sonora, o professor, mesmo não sendo um espe-
cialista em música, precisa estar seguro dos exercícios a serem propostos.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em
casa ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá
AT
E

perceber com mais nitidez aonde chegar. Desta maneira você previne
ÃO

eventuais problemas e pode até mesmo mudar alguma coisa ou utilizar


algum exercício parecido que já conheça.

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4

A TI VI D AD E DICA
Antes de começar o trabalho,
Reúna o grupo em uma grande roda e proponha as seguintes atividades: reúna a turma em uma grande
roda e explique quais os obje-
tivos das atividades e a impor-
1 . SE N T I N D O O AR tância de realizar um trabalho
de sensibilização sonora.
Este exercício pretende apenas fazer o aluno "sentir" o ar. Tampe o nariz e a boca e conte
mentalmente até 10 ou 15. Solte o ar com calma. Perceba como o ar é concreto e como esta-
mos envolvidos por ele, assim como os peixes pela água.

2 . SE N T I N D O A V I B R AÇ ÃO N O P R Ó P R I O C OR P O

O objetivo deste exercício é sentir a vibração no próprio corpo. Encoste os dedos no pescoço
enquanto fala, canta ou grita.

3 . SE N T I N D O A V I B R AÇ ÃO N O I N ST R U M E N TO

O objetivo deste exercício é sentir a vibração no instrumento. Encoste o dedo em uma corda
de violão ou qualquer outro instrumento de cordas que esteja soando.

P A S S E I O M U S I C A L
4 . J O G AN D O P E D R AS N O L AGO

Vá com o grupo até as margens de um espelho d’água (lago, represa, piscina) e proponha
jogar pedras pequenas – uma de cada vez – dentro do espelho d’água. O objetivo é perceber
a formação de ondas através da observação visual e fazer a relação com as ondas sonoras.

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!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

ÃO
E
E CCC OOO SSS E
E R E S S O N Â N C
E R E S SON ÂN CI AS
R E S S O N Â N C II A
A S
S

R E S S ON ÂN C I A: SE M E L A O S OM N ÃO SE R I A O M E SM O.

Ressonância é um fenômeno acústico que envolve ondas sonoras, freqüências e outros ele-
mentos. Para simplificar, podemos dizer que a ressonância é o que faz um som manter-se por
mais tempo no espaço e com mais intensidade.
Como? Aproveitando a capacidade de outros corpos de acompanharem, de vibrarem junto com
os sons que acontecem em um determinado ambiente.

VAM O S V E R C O M O O C OR R E O F E N Ô M E N O D A R E S S ON ÂN C I A:

As vibrações sonoras viajam em ondas e encontram obstáculos pelo caminho reagindo de va-
riadas formas.
Se o obstáculo for um muro de pedra, o som baterá e refletirá, porque o muro não irá acompanhar a
vibração lançada sobre ele. Não ocorrerá ressonância e sim eco – que é um outro fenômeno acústico.
Se o som encontra as paredes de uma sala, forradas com uma grossa camada de algodão ou
espuma de borracha, será absorvido, mantendo-se "pequeno", porque a borracha também não irá
responder à vibração original.
Mas quando as vibrações encontram obstáculos capazes de reagir harmonicamente a elas, aí
ocorre a ressonância – que é a capacidade de um som soar de novo em outra superfície.

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ONDAS BATEN-
DO NA PEDREIRA
E VOLTANDO

ONDAS BATENDO E SENDO ABSOR-


VIDAS PEL A BORRACHA

SUGESTÃO O começo do trabalho com a turma deverá ser feito bem informalmente.
Algumas perguntas podem preceder o início das atividades, como:
Você gosta de música?
Você tem o hábito de prestar atenção nos sons?
Deixe a turma à vontade e apresente as atividades como um momento lúdico, uma
brincadeira, a ser feita com seriedade.
Deixe claro que este trabalho faz parte do projeto "Tom do Pantanal".

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Pa ra fa ze r a s a t i vida des dest a unida de você va i pre cisa r de :

botões e barbante

bola de encher

relógio de pulso

água e copos de plástico

funis (ou garrafas cortadas)

mangueira fina

tesoura
O SENTIDO DA AUDIÇÃO
Co m o s e o u v e m o s s o n s ?
2
A gent e ou ve at ravés das cois as.

Qu e m c o n s e g u e p a r a r d e o u v i r o s s o n s ?

Você já reparou quanta informação nos chega em forma de som ?


Às vezes a gente só nota quando ele falta, quando alguém tira o som da tevê, por exemplo.
A audição é um dos cinco sentidos, assim como a visão, o olfato, o paladar e o tato. São os
sentidos que nos fazem perceber luzes, cores, cheiros, gostos, texturas, sons e tudo
mais. É através dos sentidos que nos comunicamos com o mundo e com as pessoas.
Cada pessoa tem sua maneira própria de sentir, por isso tem gente que percebe melhor os
sons, tem gente muito sensível a cheiro, outros a cores e assim por diante.
Já sabemos que os sons chegam até nós em forma de ondas. Estas ondas são captadas
pelo nosso sistema auditivo. As portas de entrada desse sistema são as nossas orelhas.
Portas que, aliás, estão sempre abertas. Os sinais sonoros percebidos pela audição são
enviados ao cérebro, onde deixam de ser apenas sons e viram informações. É o cérebro
que identifica cada som, seja um trovão, um carro passando ou uma música.
Nossas orelhas nunca se fecham, nem quando dormimos – como acontece com nossos
olhos, por exemplo – por isso estamos sempre ouvindo algum som. Talvez pelo fato de
ouvirmos sem parar, é que, muitas vezes, nem reparamos nos sons que nos rodeiam.
Ficar atento aos sons do ambiente onde se est á pode ser uma ótima forma de começar
a desenvolver o sentido da audição. Uma audição afiada nos ajuda a entender as situa-
ções da vida, melhora nossa comunicação com as outras pessoas e nos deixa mais
aptos a apreciar a música.
S OM E M E I O AM B I E N TE

Todo ambiente tem seus sons. Quando esses sons passam a nos incomodar, é sinal de que está
ocorrendo poluição sonora. A poluição sonora, caracterizada pelo excesso de ruído, é um sério
problema ambiental. Causa doenças, estresse, afugenta os animais, causa danos genéticos às
espécies e provoca sérios desequilíbrios ecológicos.

P E S Q U I S AN D O O S S ON S

Os sons podem ser classificados em naturais, humanos e tecnológicos.

Os sons naturais vêm dos movimentos da natureza. Exemplos: chuva caindo, o correr das águas
dos rios, vento batendo em folhas, o rugido dos animais...
Os sons humanos são gerados a partir de atividades dos homens, utilizando objetos ou não.
Exemplos: dedos agindo no teclado do computador, abrindo uma porta, discando um aparelho
de telefone...
Os sons tecnológicos fazem parte do funcionamento de certos equipamentos eletrônicos,
como toque do telefone, motor de trator, liquidificador ligado...

C OM O O S OM E V OL U I E M N O S S O S O U V I D O S

6
7

1. orelha
2. t ímpano
1 3. martelo
4. bigorna
5. est ribo
5 6. orelha interna
7. cérebro

2 3 4

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1. As ondas sonoras entram pela orelha, passam
pelo canal auditivo e esbarram no...
2. Tímpano, que é uma membrana muito fina e
que vibra como um tambor. O tímpano amortece
a intensidade das vibrações.
3. O som passa para a orelha média, onde
encontra os três menores ossos do nosso
corpo: martelo, bigorna e estribo. As vibrações
chegam ao martelo, que bate na bigorna e vai
para o estribo.
4. Aí começa a orelha interna, que transforma as
vibrações do estribo em impulsos nervosos...
5. Que são enviados para o cérebro.

O t ímpano pode ser comparado com a pele de inst rumentos de percussão.

OFI
SONCI NA
ORA

As atividades apresentadas a seguir têm por objetivo fazer com que os alunos explorem seu
próprio aparelho auditivo e descubram algumas particularidades dos sons: Como os percebe-
mos? Como um som vira informação em nosso cérebro? Como funciona o tímpano? Que mate-
riais nos ajudam a enviar e receber sons?

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber
AT
E

com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo
ÃO

mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

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1

A TI VI D AD E S DICA
Antes de começar o traba-
C L AS SI F I C AN D O O S S ON S lho, reúna a turma em uma
grande roda e explique quais
O objetivo desta atividade é testar a apreensão dos alunos quanto às classificações dos os objetivos das atividades e
sons. Dar dois minutos para cada aluno escrever todos os sons que está ouvindo. a importância de realizar um
trabalho de investigação da
Classificar estes sons em naturais, humanos e tecnológicos. audição.

1 . D E S C OB R I N D O O N D E E ST Á

O objetivo desta atividade é testar a percepção espacial desencadeada pelos sons. A partir
da grande roda, levar uma pessoa de olhos fechados para um outro ambiente e pedir que
descubra onde est á.

2 . T E STAN D O O AP AR E L H O AU D I T I V O

Peça que cada aluno (ou pequenos grupos) faça um funil de papel ou use uma garrafa de
refrigerante cortada e coloque o lado mais estreito na entrada do próprio ouvido.
Peça a alguns alunos que falem da experiência.
"Questione o que a experiência tem a ver com o gesto de pessoas que tentam ouvir melhor
colocando a mão em concha na orelha.
"Proponha que cada aluno tente encostar a orelha no chão e ouça.
"A mesma coisa atrás da porta. Pedir para duas pessoas falarem e perceber se escutam da
mesma maneira as duas vozes.

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"Pesquise com a turma se o som se propaga na água. Quem já tentou ouvir alguma coisa den-
tro d’água?
"Peça que ouçam um relógio de pulso batendo através de uma bola de encher. Circule a bola
pela roda. Peça para cada um ouvir.
"Faça a mesma experiência com a bola cheia de água.

3 . D I V E R T I N D O - SE C OM O S S ON S

A partir da grande roda, separe a turma em duplas e:


"Proponha que cada dupla faça um "telefone" e se comunique com o colega.
(Deixar o barbante frouxo e verificar o que acontece.)
"Proponha que cada um fique atrás de uma parede e tente se comunicar sonoramente com o outro.

Fazendo um telefone ( passo a passo)


1. Furar dois copos de plástico.
2. Enfiar um barbante nos copos.
3. Prender cada um com um bot ão.

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Fazendo um estetoscópio ( passo a passo)
1. Usar dois funis ( ou duas garrafas de plásti-
co cortadas) .
2. E uma mangueira fina.
3. Prender, com um barbante, um funil em cada
uma das extremidades.

"Proponha que a dupla use um estetoscópio arte-


sanal e perceba se dá para ouvir um relógio de pulso
batendo.
"Proponha que a dupla experimente cobrir os
ouvidos um do outro, com as mãos ou com algodão, e
que verifique qual dos dois ouvidos funciona melhor.

!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

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E NÇ
e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

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E CCC OOO SSS E
E R E S S O N Â N C
E R E S SON ÂN CI AS
R E S S O N Â N C II A
A S
S

A AU D I Ç ÃO D O S AN I M AI S

Muitas vezes nos perguntamos se os animais escutam os sons como acontece com a gente. Há
muitos estudos sobre os sentidos, não só a audição, de muitos animais. Os cães , por exemplo,
têm sentidos aguçadíssimos, são capazes de ouvir sons que nós humanos não conseguimos, o
olfato deles é também muito desenvolvido. Em compensação, a visão dos cães é muito inferior à
nossa, já que não são capazes de perceber as cores. Os ratos possuem também uma audição
privilegiada. Os jacarés escutam mal, mas são extremamente sensíveis às vibrações do am-
biente. Há muitos estudos sobre a audição dos animais; agora, uma coisa é certa: somente os
seres humanos são capazes de fazer e apreciar música.

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Vejamos agora como funciona o sistema
auditivo de alguns animais.
OS SAPOS E AS RÃS machos e fêmeas usam o
seu coaxar característico para se localizarem
em época de acasalamento, por isso seu sis-
tema auditivo é bem desenvolvido. O tímpano
destes animais fica na superfície do corpo
sem orelhas e recebe os estímulos do ambi-
ente com facilidade. Mesmo misturados a
dezenas de outras espécies coaxando, os
sapos são capazes de distinguir um membro
da mesma espécie. O coaxar do sapo se dá O aparelho auditivo da rã é muito sensível.
através de uma bolsa de ressonância que
infla quando o ar passa pelas cordas vocais. A pele da garganta serve de câmara ressonante que
se estira até quase arrebentar, dependendo da intensidade deste coaxar.
OS MORCEGOS utilizam o eco das ondas de alta freqüência (ultra-som) para se orientar durante o
vôo, capturar a presa e se comunicar. A diferença da chegada do som em cada um dos ouvidos revela
a direção e o sentido do objeto que emite o som. É o mesmo sistema de audição/orientação dos
golfinhos e das baleias, e se chama Eco-localização ou Localização Bissonar. Por ser um sistema de
audição muito complexo, os morcegos não necessitam de luz, é como se enxergassem no escuro.
NOS PEIXES, a audição é o sentido mais pronunciado. Eles ouvem aproximadamente dez vezes
mais que o animal terrestre. A água é um ótimo meio para a condução do som.
Os peixes têm ouvido e ramificações nervosas nas linhas laterais espalhadas ao longo do seu
corpo. É essa organização das ramificações que lhes dá uma espécie de "sensação espacial". Com
isso, são capazes de perceber sutis variações da água, "sabem", por exemplo, se a época é de
cheia ou de seca pelo volume de água, ou fenômenos metereológicos, como a aproximação de
temporais ou trovões a grandes distâncias.
AS AVES são, dentre os animais, as que têm audição mais complexa e desenvolvida. A audição
as auxilia na caça e reconhecimento de outros animais da mesma espécie. As aves possuem uma
abertura auditiva atrás de cada olho e um curto canal externo em cada lado da cabeça.

SUGESTÃO O mapa da audição e demais ilustrações foram criados pensando também


nos seus alunos. Aproveite o material, copie e distribua entre eles, ou simplesmente
mostre e comente com a turma.

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Pa ra fa ze r a s a t i vida des dest a unida de você va i pre cisa r:

apenas do próprio corpo


SONS DO NOSSO CORPO
Os s o n s f a z e m p a r t e d a n o s s a v i d a d e s d e q u e n a s c e m o s . To d o
3
m u ndo f a z son s com o próprio corpo, m es m o que n ã o queira.

Você sabe produzir sons com o seu corpo?


É claro que sim. Todo mundo faz sons com o próprio corpo, mesmo que não queira.
Os sons fazem parte da nossa vida desde que nascemos. Toda criancinha quando nasce vai
logo chorando. É a sua forma de dizer: “oi, gente, nasci!” Depois vem a fase do gu-gu-dá-dá
e das cinqüenta mil maneiras de se expressar sonoramente: sons de alegria, sons de dor,
de prazer, de vem-cá-mamãe, de quero-mais, de não-quero-mais... Sons e mais sons.
Quando crescemos, aprendemos a juntar os sons e a nos comunicar através deles. E aí vale
tudo: falamos, batemos palmas, batemos o pé, assoamos o nariz, vaiamos, esfregamos as
mãos, batemos no peito, bocejamos, estrebuchamos, chiamos e fazemos muitos outros
sons até mesmo estes que você pode estar pensando agora. Tudo é som.
Todos os sons se transmitem em ondas pelo ar, como já vimos nas unidades anteriores, e
vão encontrar os atentos e sensíveis ouvidos das pessoas – inclusive os nossos.
Para tudo tem um som. Repare só: a gente grita para chamar a atenção de alguém, bate
palmas no portão de uma casa sem campainha, cantarola uma música que tenha a ver
com uma situação qualquer da nossa vida, imita a voz de um animal ou de uma pessoa.
Som é o que não falta!
A música é uma outra forma de organizar e usar os sons. Música é arte. Tenha ela a sonori-
dade que tiver – seja uma melodiosa canção, uma vibrante batucada ou uma hipnótica com-
posição eletrônica – a música sempre busca provocar emoções, sentimentos e sensações.
A música tem seus próprios recursos e seus códigos e se constitui em uma linguagem.
Por ora, vamos explorar os sons do nosso corpo, sem preocupações musicais. Identificar, emitir
sons e nos expressarmos com eles já é uma ótima forma de desenvolver nossa sensibilidade.
É o que se espera das atividades propostas nesta unidade.

OFI
SONCI NA
ORA

As atividades a seguir visam fazer com que os alunos despertem para os sons que são capazes
de produzir e que muitas vezes nem eles mesmos se dão conta.
Será que exploramos o potencial sonoro de nosso corpo?
Será que eu tenho consciência de todos os sons que costumo fazer?

!
É muito importante realizar as atividades propostas antes de repassá-las
à turma. Os sons corporais – por serem muito orgânicos – costumam des-
AT
E

pertar reações variadas na turma, como risos ou comentários. O impor-


ÃO

tante é que o professor ou professora mantenha uma atitude firme, livre


de qualquer preconceito. Todo e qualquer som corporal deve ser conside-
rado normal no contexto da aula.

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2

A TI VI D AD E S DICA
Antes de começar o trabalho,
Experimentando os sons do corpo reúna a turma em uma grande
roda e explique quais os obje-
tivos das atividades, e a im-
1 . P R OP ON H A A C AD A U M . . . portância de realizar um tra-
balho de observação e experi-
"Respirar fazendo barulho. mentação dos sons do corpo.
"Fazer uma lista, ou pesquisar todas as imitações que podem ser feitas com a boca: beben-
do com canudo, trote do cavalo, animais, assovios usando os dedos na boca, carros de corri-
da, água escorrendo.
"Experimentar sons que fazemos com as mãos: bater palmas, estalar os dedos, bater a mão.
"Experimentar sons que fazemos com a perna, barriga, cabeça e pés.

2 . O U V I N D O O S S ON S I N T E R N O S D O N O S S O C OR P O E M D U P L A

"Escutar todos os sons que vêm do corpo do colega: barriga, peito, costas, mão em concha, boca.
"A partir da atividade anterior, identificar os sons do corpo que têm água, como: a corrente
sangüínea, os movimentos intestinais e estomacais.
"Enumerar outros, como: a deglutição, a urina saindo etc.

25
T E A T R O D O S O M

EM GRUP O

cena 1
Com água na boca
Propor a um dos grupos criar uma pequena dramatização em
que todos os personagens produzam sons com água dentro
da boca: falando com a água, gargarejando, gritando, asso-
prando etc.

cena 2
O som da bicharada
Propor a um outro grupo criar e representar uma história
com animais. Uma fábula, por exemplo. Só com sons de seus
corpos, devem imitar os sons dos animais (usar as mãos
para imitar o trote e o galope do cavalo, com os lábios fazer o
relincho e assim por diante).

cena 3
Que ronco é esse?
Propor a um grupo uma dramatização só com roncos: ronco de
gente dormindo, de alguém com gripe, de nariz entupido etc.

cena 4
Brincadeira do eco
Propor a um grupo uma dramatização usando o efeito do
eco. Exemplo: um casal de namorados, no alto de uma mon-
tanha, troca juras de amor e é imitado pelo eco.

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!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

ÃO
T R AB AL H AN D O C O M O C D

NA FAIXA 15 DO CD MÚSICAS E ATIVIDADES MUSICAIS OUÇA UMA MÚSICA TODA FEITA SÓ COM SONS
CORPORAIS: PALMAS, BATIDAS COM A MÃO NO PEITO, NAS PERNAS E NAS BOCHECHAS; RES-
PIRAÇÃO E COÇADA NA CABEÇA.

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E CCC OOO SSS E
E
E
R
R E S S O N Â N C
R E S SON ÂN CI AS
E S S O N Â N C II A
A S
S

Se você acha que o seu corpo não é assim um instrumento musical de verdade, é bom começar a
mudar de idéia. Em muitas culturas, o corpo é tudo o que as pessoas precisam para fazer o maior som.
A música espanhola, por exemplo, pode ser cantada e dançada sem ajuda de qualquer violão, ou cas-
tanholas. Voz, palmas e o bater do pé ao ritmo da dança são os recursos que muitos grupos usam.
Nem precisamos ir tão longe, muitas duplas sertanejas se notabilizaram por usar apenas a voz
em duetos perfeitos. E o pessoal do hip-hop usa a boca para fazer som de baixo, bateria e todos
os demais instrumentos.
A lista de músicos e de estilos musicais que só usam o som do próprio corpo é grande.

SUGESTÃO No processo de sensibilização começamos por entender a natureza dos


sons, como os percebemos e como os produzimos com nosso próprio corpo. Caso
sinta necessidade, repita as atividades com o grupo fixando melhor o que foi pesquisa-
do e vivenciado antes de passar às unidades seguintes.

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Pa ra fa ze r a s a t i vida des dest a unida de você va i pre cisa r:

usar a sua voz


A VOZ
A voz n ão é s ó u m inst r u m ent o m usical, m as u m a
4
pot en t e f erra m en t a de com u n icaçã o en t re as pessoas.

A voz humana é responsável por grande parte da nossa comunicação pessoal e, além
disso, é um dos mais completos instrumentos musicais, um instrumento assim como
uma flauta, um tambor, um violão.
Alguns cantores e cantoras fazem muito sucesso. E qual é o instrumento deles? A voz.
A voz é um instrumento que nos permite também dizer palavras e produzir uma
infinidade de outros sons expressivos, como gargalhadas, por exemplo, além de imitar o
som de todos os outros instrumentos e sons de qualquer espécie.
Por isso a voz não é só um instrumento musical, mas uma potente ferramenta de comu-
nicação entre as pessoas.
O órgão do nosso corpo imediatamente identificado com a voz é a boca.
Mas somente a boca não seria capaz de produzir voz. A voz é o produto de um conjunto
orgânico a que chamamos aparelho fonador.
Assim como o aparelho auditivo pode ser considerado um receptor de ondas sonoras, o
aparelho fonador é um potente emissor de sons.
Temos então os elementos básicos de todo processo de comunicação: um emissor (apa-
relho fonador) e um receptor (aparelho auditivo).
FARINGE

BOCA
L Í NGUA

SOM
L ARINGE
PREGAS VOCAI S

AR

APAREL H O FON AD OR

Boca, língua, pregas vocais, laringe e faringe são parte de um complexo sis-
tema que produz a voz humana.

"O ar dos pulmões vence a resist ência das cordas ( pregas) vocais tensas e em
adução ( formando um canal) , e nasce a voz. Em seguida a voz vai encontran-
do na faringe o ar do ambiente at é chegar à boca. ( ...) "

EL ÁDI O P. GONZÁL EZ, INI CI AÇÃO À TÉCNI CA VOCAL .

Não é difícil entender o processo. A voz se forma na garganta, mas para que ela aconteça é preciso
contar com o ar vindo dos pulmões. É o ar que empurra a voz para cima, a voz formatada pelas pregas
(cordas) vocais segue para a boca, onde ressoa e é lançada no espaço, em forma de ondas sonoras.
Vamos fazer uma comparação do aparelho fonador com algum outro instrumento musical: uma
trompa, que a gente encontra em qualquer banda de música, ou uma viola.

30
TROMPA TROMPI STA

VI OL A VI OL EIRO

Nos casos da voz (aparelho fonador) e da trompa, é o ar que age como acionador da vibração
sonora. No caso da viola, é o arrastar dos dedos do violeiro.
O trompista dá forma ao som com os lábios comprimidos no bocal do instrumento que ele sopra.
O violeiro, ao tocar nas cordas, provoca nelas uma vibração e conseqüentemente um som. O
bojo da viola é uma caixa acústica. É essa caixa que faz com que o instrumento seja ouvido à dis-
tância. No caso da voz, quem desempenha este papel é a boca e o resto da face. A trompa usa o
seu formato parecido com uma corneta para ressoar.
Cantores, atores, oradores, professores e todas as pessoas que dependem da voz em suas profis-
sões precisam estar sempre atentas ao seu aparelho fonador. Especialmente os cantores que usam
a voz como instrumento musical. Para um cantor, a voz é como um tecido para quem costura.
Desenvolver a capacidade dos alunos de emitir e de se expressar através de sons é de grande
utilidade para todos individualmente e para o grupo.

31
S OM E M E I O AM B I E N TE

Saber falar, assim como saber ouvir, favorece a comunicação entre as pessoas, previne doenças,
ajuda a criar harmonia com o ambiente, traz segurança pessoal e é indispensável neste processo
de sensibilização para os sons e a música que estamos propondo.
Um sério problema provocado pela poluição sonora é o chamado "mascaramento" da voz.
Acontece quando o som ambiente poluído se mistura à voz, mascarando-a e provocando dis-
torções no som do que falamos ou no som que ouvimos. Esta interferência torna-se mais
perigosa e pode ser causa indireta de acidentes, quando atrapalha o entendimento de ordens
verbais e avisos de perigo.

OFI
SONCI NA
ORA
Nesta unidade – A voz – as atividades devem levar os alunos a explorar os sons vocais que são
capazes de produzir.
A voz é um importante recurso que às vezes deixamos de usar, ou usamos mal, por inibição,
repressão ou insegurança. Há também os que a usam demais, porém sem qualidade, sem perce-
ber a delicada relação entre falar e ouvir. Em casos excepcionais, há os que, por falta de estímulo
ou qualquer outro motivo, acabam deixando de exercer seu potencial para falar ou cantar.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber
AT
E

com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo
ÃO

mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

32
A TI VI D AD E S D I CAS
Você pode mudar alguma
E N T E N D E N D O A I M P OR T ÂN C I A D A V O Z coisa ou utilizar algum exercí-
cio parecido que você já conhe-
Fale sobre a importância da voz. Pergunte ao grupo o que eles pensam sobre os usos da voz e ça, caso ache mais adequado.
sobre a voz na música. Mostre a ilustração do aparelho fonador que está na página 30; con-
Antes de começar o traba-
verse e sugira pesquisa sobre ressonância (ver em Ecos & Ressonâncias, no final da unidade). lho, reúna a turma em uma
grande roda e explique quais
os objetivos das atividades e
E X P E R I M E N TAN D O N AR I Z E B O C A E M D U P L AS a importância de realizar um
trabalho de percepção da voz.
Propor:
"Observar quantas respirações o colega executa por minuto.
"Colocar uma mão na garganta do outro enquanto ele fala e sentir a vibração.
"Colocar o ouvido nas costas do outro enquanto ele fala e sentir a ressonância.
"Fazer sons com a boca, com a língua, com os dentes, cobrir os dentes com os lábios.
"Imaginar que tem alguma coisa dentro da boca: comida, aparelho de dentes.
"Observar a boca do colega.

33
T E A T R O D O S O M

cena 1
Chamando a bicharada
Um aluno é escolhido para ir para o centro da roda. Ele faz
um som vocal de quem está chamando algum bicho (som de
chamar passarinho, som de chamar cachorro, som de
chamar gato etc.).
Os demais alunos devem perceber qual animal está sendo
chamado. Quem perceber levanta o braço e o professor o
autoriza a ir para o centro da roda imitando este animal com
sons vocais e expressão corporal, como se respondesse ao
chamado. Se ele acertar, será o próximo a fazer um som para
chamar outro bicho. Os demais alunos tentam adivinhar,
levantam o braço e vão para o centro da roda, como o colega
anterior. E o jogo se repete até completar a roda.

cena 2
Grandes emoções sem palavras
Divida a turma em dois grupos. Digamos: grupo A e grupo B.
Cada grupo deve escolher uma série de emoções para que o
outro as represente.
Como se joga:
O grupo A elege um de seus integrantes por rodada. Ele vai
até o grupo B, que lhe diz (baixo, para que o grupo A não o
escute) qual emoção deverá ser representada. Este inte-
grante deve, através de sons, representar aquela emoção.
Ele não deve utilizar palavras nem gestos, apenas sons.
O grupo A tem dois minutos para acertar a emoção. Se acer-
tar, ponto para ele. Caso contrário, o ponto vai para o grupo B.
Na próxima rodada, invertem-se os papéis. Ganha quem tiver
mais pontos.

Q U AL É A M Ú SI C A?

Com as mesmas regras do jogo anterior a atividade consiste em cantarolar uma música sem letra para o
grupo adivinhar qual é.

34
!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

ÃO
E
E CCC OOO SSS E
E R E S S O N Â N C
E R E S SON ÂN CI AS
R E S S O N Â N C II A
A S
S

A voz, como qualquer som, existe fisicamente


em forma de ondas. Ela vibra quando encontra
outras superfícies que se harmonizem com ela.
Se um cantor direcionar a voz como na ilus-
tração ao lado, as cordas do piano irão vibrar e
fazer a voz ressoar. É o fenômeno da ressonân-
cia influindo em nossa voz.
A ressonância não acontece apenas quando
se canta, mas também quando falamos, e é
t ão importante que sem ela mal ouviríamos a
nossa própria voz.

CANTOR DIRECI ONA A VOZ PARA DENTRO


DE UM PI ANO DE CAUDA ABERTO.

SUGESTÃO Ao final desta unidade, além de conversar sobre a vivência sonora que
todos tiveram nas atividades, o professor pode sugerir que o grupo faça algumas
pesquisas simples como:
Observar a maneira de algumas pessoas conhecidas falarem ou cantarem.
Observar no dia-a-dia o processo de emitir e captar sons.
Observar o fenômeno da ressonância – como o som ressoa ou não em alguns objetos
e no nosso corpo.

35
Pa ra fa ze r os e xe rcícios dest a unida de você va i pre cisa r de :

um texto qualquer
O M U N D O D OS SON S
As p e s s o a s o u v e m d i f e r e n t e m e n t e u m a s d a s o u t r a s , d e a c o r d o
5
com suas apt id ões nat u ra is, cu lt u ra, sen sibilidade e in t elig ência.

Como já vimos nos capítulos anteriores, não paramos mesmo de ouvir. Ouvimos tanto
que, às vezes, nem nos damos conta do quê. Ouvimos sem escutar. A escuta envolve
interesse, motivação, atenção. E como conseqüência, se tivermos informações sobre o
que escutamos, podemos compreender o significado do que foi ouvido. E ouvimos sem-
pre de forma diferente. Por exemplo: em meio a outros sons, ouve-se uma criancinha
pequena chorando. Para um vizinho, significa apenas que há uma criança chorando por
perto. Outro mais distraído ouve o choro, mas não presta atenção. Já a mãe, ao escutar o
choro do filho, compreende logo que ele está com fome ou precisa de alguma coisa.
Certos ambientes que freqüentamos são verdadeiras paisagens sonoras: uma cozinha,
uma sala de aula, uma floresta.
A informação sonora é importantíssima. A lei do trânsito, por exemplo, proíbe os motoris-
tas de dirigir com fones no ouvido, para evitar acidentes. Quando se entra numa trilha
desconhecida, é preciso manter o ouvido bem aguçado para evitar surpresas. E quem de
nós nunca foi salvo de alguma situação – delicada ou perigosa – ao ouvir o som de uma
porta abrindo ou fechando, uma janela batendo, um objeto caindo, e assim por diante?
S OM E M E I O AM B I E N TE

Identificar e reconhecer os ambientes sonoros onde vivemos é um trabalho contínuo. Além de


melhorar a percepção auditiva das pessoas, estimula suas habilidades expressivas, conectando
o imaginário, a fantasia, a criação a uma dimensão mais ampla, que o remete ao tempo em que se
vive. Além disso, ajuda também a desenvolver nos alunos um senso crítico em relação às
questões de seu meio ambiente (leia mais em Ecos & Ressonâncias, nesta unidade).

Você consegue imaginar todos os sons dessas duas situações?

OFI
SONCI NA
ORA

Nesta unidade – O mundo dos sons – as atividades vão motivar o aluno a perceber e identificar
os diferentes tipos de sons do dia-a-dia, e também estimulá-los a produzir e ouvir outros sons.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber
AT
E

com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo
ÃO

mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

38
1

A TI VI D AD E S 2 D I CAS
Reúna-se com a turma em
J O GO D A M E M Ó R I A C O M S ON S E M D U P L AS um grande círculo e fale com
clareza sobre as atividades
"Sorteie uma dupla e separe-a das outras. As outras duplas devem escolher, cada uma, um que serão propostas e os
animal que tenha um som reconhecível. objetivos que elas têm.

"Retire, momentaneamente, a dupla separada da sala. Misture as pessoas das duplas É importante desenvolver
restantes e distribua-as, em filas uniformes, ao longo da sala. com a turma, ao longo das
"Traga a dupla que estava ausente para dentro da sala, de olhos fechados. Esses dois atividades, uma atitude críti-
ca em relação a eventuais
alunos devem encontrar a "dupla perdida" dos animais ao longo das filas.
problemas ambientais, espe-
"O professor deve ajudá-los a andar pela sala, respeitando o trajeto que eles escolhem para cialmente os problemas liga-
procurar os "bichos". dos à poluição sonora. Um
caminho para chegar a este
"Eles passeiam por entre os colegas e, ao tocarem um deles no ombro, este deve emitir o
objetivo é questionar sempre
som de seu animal. Cada um dos dois alunos tem duas chances e, caso encontrem os pares, com o grupo a qualidade so-
esse par sai da fila. nora dos ambientes pesqui-
"Quando os pares forem todos encontrados, outra dupla deverá ser sorteada para sair da sala e... sados e visitados (inclusive a
própria sala de aula).
"Repete-se o jogo "embaralhando" os alunos.
Como as atividades desta
unidade exigem dos alunos
P E S Q U I S A D E C AM P O E M GR U P O S D E T R Ê S A C I N C O um certo nível de introspec-
ção, caso você, professor ou
Os sons das paisagens e ambientes naturais
professora, sinta necessi-
Proponha a pesquisa de paisagens e ambientes naturais da sua região. dade, comece com alguma
Dê o prazo de alguns dias para que os grupos façam suas pesquisas de campo. atividade de relaxamento. Use
alguma que você já conheça
No dia de mostrar o resultado das pesquisas, cada grupo apresenta sonoramente o resulta-
ou simplesmente proponha
do de seu trabalho. Os outros grupos têm de adivinhar que paisagem é aquela. E assim por que os alunos mantenham-se
diante, até terminarem as paisagens. na roda, fechem os olhos e
procurem se concentrar no
sentido da audição, identifi-
O S R U Í D O S D E C AS A I N D I V I D U AL cando cada som ou ruído do
ambiente onde estão.
Para casa Faça depois uma pequena
Peça para cada aluno observar e anotar todos os ruídos que os aparelhos, em sua casa, avaliação com o grupo sobre
os sons mais ouvidos. Esta
fazem, durante uma semana (geladeira, chuveiro, descarga, telefone, campainha, motor de atividade servirá de aqueci-
carro, chaleira, panela de pressão etc.) Dessa observação, peça que produzam um texto que mento para as demais.
conte uma história só com esses ruídos. Ex: "Um dia na casa de João" (o aluno), ou "O coti-
diano da mãe ou da empregada de Maria".

39
C OM U N I C AÇ ÃO P E L O S OM I N D I V I D U AL

Para casa
Pesquisar se alguma família ou grupo (time de futebol, turma de rua, outros) usa sons não
verbais para a comunicação. Por exemplo, um assovio.
Pesquisar tribos e comunidades nas quais ainda existe a comunicação através do som.

Q U AL É A M Ú SI C A?

Cada pessoa tem que lembrar de uma música que fala de água, levantar a mão e cantar.

P A S S E I O M U S I C A L
1. Em dois tempos – de olhos abertos e de olhos fechados
Leve a turma para fora da sala. Peça que se concentrem em todos os tipos de sons que
ouvirem e marque um tempo (três minutos, por exemplo). Peça que lembrem do que escu-
taram. Repita a atividade, agora de olhos fechados.
Avaliação
"A quantidade de ruídos aumentou ou diminuiu de olhos fechados?
"O que houve de diferente antes e depois de fecharem os olhos?
Teste de atenção
"Sons que passaram por você.
"Sons que caminharam junto com você.
"Um som que mudou de direção enquanto se movia.
"O som que chamou mais a atenção.
"Os sons que você gostaria que fossem eliminados dessa paisagem sonora.
"O som que você não ouviu, mas que gostaria de ter ouvido.
"O som que você gostaria de ouvir de novo.

40
T E A T R O D O S O M
2. Criar uma dramatização em que cada um deve interpretar um texto qualquer (por exemplo,
uma bula de remédio, ou qualquer outro texto não dramático) de diferentes maneiras. Ex: rei,
cantor sertanejo, locutor de futebol, bebê, mosca, surdo, pré-adolescente, mãe nervosa,
cachorro, telefonista.

!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

ÃO
E
E CCC OOO SSS E
E R E S S O N Â N C
E R E S SON ÂN CI AS
R E S S O N Â N C II A
A S
S

E C OL O GI A S ON OR A – U N I N D O S OM E M E I O AM B I E N T E

Desde a década de 1970, o músico e educador canadense R. Murray Schafer vem desenvolvendo
um trabalho que reúne uma nova visão musical e ecológica. Preocupado com os efeitos desastrosos
da poluição sonora, Schafer desenvolveu, com o apoio da universidade em que lecionava, na Columbia
Britânica, o projeto "Paisagem Sonora Mundial". Esse foi o primeiro estudo sistemático sobre o ruído
em ambientes rurais e urbanos. Com esse trabalho, Schafer e sua equipe demonstraram ser possível
aparelhar as comunidades para o combate ao excesso de ruído ambiental, motivando-as a exercer
um papel positivo na criação de paisagens sonoras (ou ambientes acústicos) adequadas a cada
comunidade. Hoje, o conceito de Ecologia Sonora é conhecido e praticado em todo o mundo.

CONCLUSÃO Identificar e reconhecer os ambientes sonoros no local onde vivemos é


um trabalho contínuo. Além de desenvolver a audição das pessoas, é importante
desenvolver também o senso crítico em relação às questões de seu meio ambiente.

AL G U M AS I D É I AS P AR A D I S C U T I R

"Será que o ambiente sonoro da escola é poluído?


"Será que existem problemas dessa natureza na região ou comunidade em que vivemos?
"O que é possível fazer para melhorar a situação?
"Como dar continuidade ao trabalho de reconhecimento do mundo dos sons?

41
Pa ra re a liza r a s a t ivida des dest a unida de você va i pre cisa r de :

colheres

régua

cartolina

garrafas plásticas

garrafas de vidro

água

chapinha

milho

feijão

arroz

folhas, sementes e cascas de diversas frutas

papel e caneta

CD Músicas e Atividades Musicais

M Ú SI C A S E ATI V I D A D E S

MUSI CAI S
O TI M BRE
De n t r e t o d a s a s q u a l i d a d e s d o s o m , o t i m b r e
6
é a pr i m ei ra que a gen t e per cebe.

Se você ouve o som de uma viola, mesmo que seja ao longe, tocando, digamos, "Aquarela
do Brasil", você não vai achar que é alguém cantando, nem tocando flauta ou piano. Por
quê? Essa pergunta tem sido feita ao longo dos anos por músicos e estudiosos. Por quê?
Muito fácil de perceber, o timbre é sempre difícil de explicar. Para muitos é uma questão
de qualidade, de sonoridade. Os sons, assim como as pessoas, podem ser muito pareci-
dos, mas são sempre diferentes. Dois irmãos gêmeos por mais "iguais" que sejam não
enganam as pessoas que lidam diretamente com eles. Há sempre alguma diferença.
Assim é com os sons. Podem ser dois instrumentos iguais, tocando a mesma música, no
mesmo tom e na mesma velocidade. Sempre soam diferentes.
O timbre é, portanto, uma ótima maneira de distinguir um som de outro. Quanto mais tra-
balhamos a nossa audição melhor notamos essas diferenças.
Assim é na música e assim também é fora da música, nos sons do nosso dia-a-dia. Uma
motocicleta soa diferente de um automóvel, um cavalo passando faz um som diferente de
um cachorro passando. A voz humana é diferente do latir de um cão, apesar de serem
obtidos de forma parecida. O som de um trombone é parecido com o de um trompete, a
viola pode parecer um violão ou um bandolim, mas não é difícil perceber as diferenças.
É que são das mesmas famílias sonoras.
A diferença dos timbres: este é o elemento da música que primeiro faz a graça das
orquestras, bandas ou de qualquer outro conjunto musical.
Uma orquest ra reúne inst rumentos variados, soma timbres e cria sonoridades.

percussão metais cordas regente sopros de madeira

OFI
SONCI NA
ORA

Nesta unidade – O timbre – as atividades vão estimular os alunos a perceberem as diferenças


de sonoridade entre as muitas fontes sonoras.
Observe que essa unidade além de trabalhar a percepção, como a unidade anterior ( mundo
dos sons) , tem uma prática muito mais voltada para exteriorizar os diversos sons. É importante
que os alunos possam explorar alguns instrumentos musicais e diversos outros materiais que
possam produzir sons. Devem ser estimulados a dedilhar, vibrar, abanar, batucar, chacoalhar,
raspar, soprar, produzir sons de várias formas e perceber as diferenças entre instrumentos de
corda, sopro e percussão.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber
AT
E

com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo
ÃO

mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

44
2

A TI VI D AD E S 1 D I CAS
Mesmo que haja disponibi-
1 . D E S C OB R I N D O O S I N ST R U M E N TO S P E L O T I M B R E lidade de instrumentos na es-
cola e na comunidade, o pro-
Reúna-se com a turma em uma grande roda e comece as atividades dessa unidade falando fessor deve estimular a cria-
sobre as diferenças de sonoridades. Mostre a ilustração desta Unidade 6, “a orquestra”. Se tividade da turma propondo a
construção de instrumentos
possível, além de mostrar, faça uma cópia e distribua aos alunos. Depois, promova a audição improvisados.
de uma música onde haja uma grande variedade de timbres (instrumentos). Os alunos terão
que descobrir quantos instrumentos estão tocando e quais são eles. Por serem atividades ex-
pansivas e, eventualmente,
barulhentas, o professor ou
2 . I M P R O V I S AN D O U M T E C L AD O C OM G AR R AF AS professora precisa deixar
muito claro os limites dessas
Divida a turma em grupos. Utilizando três garrafas de vidro de tamanhos diferentes, forman- atividades, prevenindo exces-
so sem, no entanto, prejudi-
do um teclado improvisado, e um talher metálico, proponha que cada um dos grupos faça uma
car o caráter experimental e
pequena melodia com no máximo dez toques, tocando pelo menos uma vez em cada garrafa sonoro da vivência.
com o talher. Depois, peça que repitam essa mesma melodia, soprando as mesmas garrafas.

Questões:
"Houve diferença de timbre entre os sons percutidos (com o talher de metal) e os sons
soprados?
"Por que aconteceu isso?

F AZ E N D O C H O C AL H O S C OM G AR R AF AS P L ÁST I C AS

O objetivo desta atividade é fazer perceber os diferentes sons produzidos pelos diferentes mate-
riais. Os alunos produzirão chocalhos. Serão chocalhos só com arroz, só com feijão, só com
areia, só com milho, só com folhas secas, só com chapinhas, só com água, só com sementes e
cascas de diversas frutas etc. Apesar de serem todos chocalhos, cada um produzirá seu próprio
som. Os chocalhos poderão ser feitos com latas de refrigerantes ou garrafas de plástico.

45
Divida a turma em grupos.
"Peça para os alunos cortarem as garrafas de plástico ao meio e as preencherem com um
desses materiais.
"Tampar as garrafas com um pedaço de cartolina e fita adesiva (pode-se usar qualquer outro
sistema para fechar o chocalho).
"Os chocalhos de lata de refrigerantes devem ser apenas fechados sem ser cortados.
Depois de prontos, os alunos devem manuseá-los à vontade, com força, devagar, criando
música ou "barulho"...

D E S COB R I R , D E OL H OS F E CH AD OS , QU AL F OI O COL E GA QU E F AL OU

Grupos de mais ou menos cinco pessoas.


Crie com a turma uma frase para cada grupo, escreva-as em papéis e entregue uma para cada grupo.
"O grupo escolhe um primeiro integrante, que deve fechar os olhos enquanto os outros se posi-
cionam em volta dele.
"Cada um falará a frase e o aluno de olho fechado deverá reconhecer de quem é cada uma das vozes.
Importante : deve-se orientar os alunos para que falem mais ou menos no mesmo volume e ento-
nação para que, de fato, a diferenciação esteja no timbre.

C ON ST R U I N D O I N ST R U M E N TO S P E S Q U I S A D E GR U P O

Para casa
Com a turma dividida em grupos, proponha que cada grupo desenvolva um instrumento artesanal: um
violão com cordas de elástico, um teclado de PVC, um tambor com latas e couro, e assim por diante.

P E S Q U I S A D E C AM P O

Para casa
Proponha que cada grupo apresente instrumentos que sejam característicos de alguma região ou
cultura (ex: instrumentos de índios, ciganos etc.).

T R AB AL H AN D O C O M O C D

NO CD MÚSICAS E ATIVIDADES MUSICAIS FAIXAS 16 E 17 , OUÇA VÁRIOS TIMBRES DE DIFERENTES


INSTRUMENTOS MUSICAIS E OBSERVE COMO ESSES TIMBRES SOAM QUANDO TOCAM JUNTOS.
OUÇA, NA FAIXA 18 DO CD, UMA MÚSICA FEITA SÓ COM SUCATA. VOCÊ É CAPAZ DE IDENTIFICAR OS
OBJETOS QUE FORAM USADOS?
OUÇA NO CD, FAIXA 19 , COMO SE PODE FAZER MÚSICA SÓ COM INSTRUMENTOS À BASE DE ÁGUA.

46
!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

ÃO
E
E CCC OOO SSS E
E
E
R
R E S S O N Â N C
R E S SON ÂN CI AS
E S S O N Â N C II A
A S
S

T I M B R E – A Q U AL I D AD E D O S OM

O ser humano descobriu muitas formas de provocar vibrações; criou, e continua criando, milha-
res e milhares de instrumentos musicais e sonoros.
Por quê? Será que apenas uma meia dúzia de instrumentos não daria conta de produzir e repro-
duzir as músicas criadas pelas pessoas? Não.
É aí que entra a questão do timbre. O timbre é uma característica sonora das mais expressivas.
A criação de novos instrumentos reflete a necessidade de criar novas sonoridades. Sonoridades
que tenham a ver com o espírito e a cultura dos grupos sociais. Para isso não bastaria criar novas
melodias ou inventar arranjos, ritmos e gêneros. O ouvido musical exige novos timbres, novas
sonoridades. O timbre dá o clima.
Existem instrumentos de cordas, de sopro, de percussão e, mais recentemente, instrumentos
elétricos e eletrônicos. Todos funcionam de forma parecida: geram vibrações sonoras. A qualidade
de cada um é que muda.

CONCLUSÃO O estudo do timbre é a nossa porta de entrada para conteúdos mais


específicos da música, como altura, intensidade e duração. É importante despertar na
turma a consciência de estar evoluindo no trabalho de sensibilização, não só para a
música como também para as questões ambientais que envolvam os sons.

47
Pa ra fa ze r a s a t i vida des dest a unida de você va i pre cisa r de :

piano

giz
ALTU R A
Al t u r a é o q u e d i f e r e n c i a u m s o m g r a v e d e u m s o m a g u d o . To n s
7
m a i s a l t os s ã o m a i s ag u d os ; t on s m a i s b a i xos s ã o m a i s g raves .

A altura de um som nada tem a ver com o volume ou com a intensidade. No entanto, essas
duas qualidades sonoras – altura e intensidade – são sempre confundidas.
Não se trata de falar alto ou falar baixo, gritar ou sussurrar, como a palavra "altura" sugere.
Nada disso.
Altura é o que diferencia um som grave de um som agudo. Tons mais altos são mais agu-
dos; tons mais baixos são mais graves.
Crianças costumam falar numa tonalidade mais aguda que os adultos. Os homens adul-
tos, em geral, falam em tons mais graves que as mulheres adultas.
O apito de um navio costuma ser mais grave que o apito de um trem, que, por sua vez, é
bem mais grave que o apito de um juiz de futebol.
CÉREBRO

O som, como sabemos, é uma vibração que se propaga no espaço em forma de ondas, chegando aos
nossos tímpanos e sendo por eles percebido, transformado em impulso elétrico e enviado ao cérebro.
A altura do som depende da quantidade dessas vibrações por segundo. Depende da freqüência
com que as vibrações sonoras chegam aos nossos ouvidos. Mais vibrações, o som é mais agudo;
menos vibrações, o som é mais grave.
A freqüência sonora – o número de vibrações por segundo – pode ser medida.
A unidade que mede as freqüências sonoras chama-se hertz. Cada nota musical corresponde a
uma freqüência, tem números bem definidos de hertz.
Quanto mais vibrações, mais alta é a freqüência e mais agudo é o som.
Quanto menos vibrações, mais baixa é a freqüência e mais grave é o som.
O ouvido humano é capaz de distinguir cerca de 1.400 freqüências, variando entre 20 Hz – sons
muito graves –, e 20.000 Hz – sons muito agudos.

SONS AGUDOS = ONDAS DE ALTA FREQÜÊNCI A

SONS MÉDI OS

SONS GRAVES = ONDAS DE BAI XA FREQÜÊNCI A

Acima e abaixo disso, ou as ondas sonoras não chegam a impressionar nossos tímpanos ou são
tão rápidas que não são processadas por eles.
Todos os sons têm alturas diferentes. Os instrumentos musicais, além de timbres diferentes,
são feitos para produzirem alturas bem variadas.

50
Veja como acontece com os instrumentos:

I N STRUM EN TOS D E CORD A

quanto mais curta a corda vibrações mais velozes


quanto mais fina a corda sons mais agudos
quanto mais esticada a corda

CAVAQUINHO MAI S AGUDO


CONTRABAI XO MAI S GRAVE

I N STRUM EN TOS D E SOPRO

O comprimento e o tamanho da coluna de ar são igualmente


importantes:

quanto mais curta a coluna de ar nota mais aguda

quanto mais longa a coluna de ar nota mais grave

FL AUTIM ( COLUNA DE AR PEQUENA) MAI S AGUDO


TUBA ( COLUNA DE AR MAI OR) MAI S GRAVE

I N STRUM EN TOS D E PL ACA

Xilofone, vibrafone, marimba

quanto mais curta a placa nota mais aguda

quanto mais longa a placa nota mais grave

XILOFONE ( PL ACA PEQUENA) REGI ÃO DE SONS AGUDOS


XILOFONE ( PL ACA MAI OR) REGI ÃO DE SONS GRAVES

Para um grupo em processo de sensibilização sonora, o importante é que as pessoas percebam


com clareza quais são os sons graves, médios e agudos.

51
S OM E M E I O AM B I E N TE

Uma das maiores dificuldades de adaptação dos animais à vida em zoológicos é o som das
cidades, especialmente os extremos de altura – sons muito graves e muito agudos –, o que difi-
cilmente ocorre na natureza.
As plantas também reagem aos sons muito agudos. Uma experiência com plantas do gênero
Coleus, possuidoras de grandes folhas coloridas e flores azuis, convenceu cientistas norte-ameri-
canos de que sons muito estridentes (altas freqüências) provocam grande perda de água através
das folhas, inibindo seu crescimento.

OFI
SONCI NA
ORA
Nesta unidade – Altura – as atividades vão motivar o aluno a perceber e identificar os sons
graves, médios e agudos.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber AT
E

com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo ÃO

mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

52
1

A TI VI D AD E S DICA
Poluição sonora e altura
C ON H E C E N D O A ALT U R A D O S S ON S É importante desenvolver com
a turma, ao longo das ativi-
Reúna-se com a turma em um grande círculo e fale sobre a altura dos sons. dades, uma atitude crítica em
relação a eventuais problemas
ambientais, especialmente os
1 . P E R C E B E N D O A ALT U R A D O S S ON S N O TATO ligados à poluição sonora. Sons
muito graves ou muito agudos
Estimule os alunos a perceberem as diferenças das alturas através do tato, colocando a mão podem ser altamente polui-
no próprio pescoço e falando três vezes uma mesma frase: uma vez com voz aguda, outra dores, causando transtornos
às pessoas e aos animais.
vez com média e a terceira com grave. Pergunte se sentiram alguma diferença na voz aguda,
média e grave. Caso tenham sentido, quais são elas?

C L AS SI F I C AN D O AS V O Z E S H U M AN AS

Faça com a turma uma lista de nomes de pessoas famosas, ou da comunidade, que tenham
vozes marcantes. Classifiquem-nas em graves, médias e agudas. (Dicas de famosos: Edson
Cordeiro, Maria Zilda, Silvio Santos etc.)

2 . B R I N C AD E I R A D O R ÁD I O

Todos juntos devem cantar uma melodia conhecida. A um sinal dado pelo regente (professor
ou aluno) interrompem o canto como se fosse um rádio que tivesse sido desligado. Mas con-
tinuam "pensando" a melodia na sua seqüência e, a um novo sinal, prosseguem o canto como
se o rádio tivesse sido ligado novamente, na mesma região em que estava cantando antes.
Podemos variar a atividade propondo uma mudança de região – grave, médio (normal) ou
agudo – na retomada da música.

53
P A S S E I O M U S I C A L
Em dois tempos – de olhos abertos e de olhos fechados
Leve a turma para fora da sala. Peça que se concentrem em todos os tipos de sons que ouvirem
e marque um tempo (três minutos, por exemplo). Peça que lembrem do que escutaram e repita a
atividade, agora de olhos fechados.
Teste de atenção com o aluno
"O som mais agudo que você ouviu.
"O som mais grave que você ouviu.
"Que outras diferenças de altura você percebeu?
Dica
Este exercício de reconhecimento de ambientes sonoros é muito rico, por isso a proposta é repeti-
lo com enfoques variados; no caso, voltado para a percepção da altura dos sons.

P E S Q U I S A D E C AM P O

O ronco
Pesquisar se a mulher e o homem têm o som de ronco na mesma altura. Sugira livros e/ou uma
entrevista com o médico da região.

T R AB AL H AN D O C O M O C D

IDENTIFICANDO NO PIANO: GRAVES, MÉDIOS E AGUDOS

NA FAIXA 20 , PERCEBA A DIFERENÇA ENTRE SONS GRAVES, MÉDIOS E AGUDOS.


COLOQUE PARA TOCAR A MÚSICA 4 (“CHOVENDO NA ROSEIRA”) DO CD MÚSICAS E ATIVIDADES MUSICAIS.
ESCUTE-A COM A TURMA.
NO TRECHO EM QUE A LETRA DIZ “QUE É DE LUIZA, QUE É DE PAULINHO, QUE É DE JOÃO, QUE É DE
NINGUÉM...”, MOSTRE QUE A MÚSICA VAI SUBINDO PARA UMA REGIÃO MAIS AGUDA.

!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado
AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.


ÃO

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E
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E R E S SON ÂN CI AS
R E S S O N Â N C II A
A S
S

Instrumentos graves, médios e agudos


Veja neste quadro, a partir das notas do piano, como se distribuem os instrumentos musicais.
Observe os agudos: flautim, violino etc. Os médios – entre eles a nossa voz – e os graves, como a
tuba e o contrabaixo. O piano, como a gente pode notar, alcança notas muito graves e muito agudas.
Só por curiosidade, veja aí embaixo a tabela das notas musicais da escala média do piano e o
valor das notas em hertz – número de freqüências da onda sonora por segundo.

N OTA ( N A TER CEI RA VALOR ( H Z)


E SC AL A D O P I AN O)

dó/ 3 261,6256
sol sustenido/ 3 277,1826
ré/ 3 293,6648
ré sustenido/ 3 311,1270
mi/ 3 329,6276
fá/ 3 349,2282
fá sustenido/ 3 369,9944
sol/ 3 391,9954
sol sustenido/ 3 415,3047
lá/ 3 440,0000
lá sustenido/ 3 466,1638
si/ 3 493,8833
dó/ 4 523,2511

SUGESTÃO Depois de trabalhar com os conteúdos dessa unidade, você, professor ou


professora, pode pedir que seus alunos falem corretamente sobre as diferenças de
altura dos sons. Por exemplo: uma pessoa não fala "fino", essa pessoa tem voz aguda.
O barco não apita "grosso", apita grave, e assim por diante.

55
Pa ra fa ze r a s a t i vida des dest a unida de você va i pre cisa r:

da sua voz
I N TE N SI D AD E
A in t en sidade de u m som depende da energ ia
8
com que ele é la nçado no espaço.

Intensidade é a capacidade de um som ser mais forte ou mais fraco. Quando queremos
nos referir ao volume, falamos em sons altos ou baixos. Mas, atenção: intensidade não é
altura (como vimos na unidade anterior).

Altura – grave, média ou aguda – depende da freqüência com que as


vibrações sonoras chegam aos nossos ouvidos. Mais vibrações, o som é mais
agudo; menos vibrações, o som é mais grave. Já a intensidade depende da
força dessas vibrações, gerando sons de volumes mais altos ou mais baixos.

Pegue um instrumento, um violão, por exemplo, e toque uma corda com força. Em segui-
da, toque a mesma corda suavemente.
A nota é a mesma – mesma altura – mas a intensidade, o volume, foi muito diferente.
A corda tocada com força soou muito mais.
Quando queremos ouvir melhor uma música ou uma informação no rádio ou na tevê

simplesmente aumentamos o volume do aparelho, aumentamos a sua potência, a

intensidade do som que estamos ouvindo.

É isso. O que define a intensidade é a energia com que o som é emitido.


A intensidade é sempre importante – seja no simples relacionamento diário entre as pes-
soas, na música ou nas questões ambientais.
Na natureza e nos ambientes que freqüentamos, acontecem sons fortes, cheios de ener-
gia, e sons suaves.
A brisa batendo suavemente num campo de arroz faz um som suave, com pouca pressão.
Uma britadeira furando o asfalto é o oposto, soa fortíssimo.
A intensidade de um som pode ser medida em béis , plural de bel – em homenagem a
Graham Bell. O mesmo Graham Bell que inventou o telefone, criou também um sistema
para medir o volume dos sons.
Na prática, usamos uma fração de bel: o decibel, ou dB
Um som com 10 dB ( decibéis) quase não se ouve.

Só a partir de 20 dB começamos a percebê-lo.

Um violino tocado suavemente produz uns 25 dB.


Uma orquestra tocando com força, 100 dB.
Os sons acima de 120 dB podem nos causar a sensação de dor: é o caso do avião muito
próximo, da britadeira, ou de uma moto sem silenciador.
O excesso de volume sonoro é um sério problema ambiental.
A escrita musical tem sinais para indicar a intensidade com que a música deve ser tocada.

P – PI AN O – TOCAR SUAVEM EN TE

PP – PI AN Í SSI M O – M UI TO SUAVE

M F – M EI O FOR TE – TOCAR COM ALGUM A EN ERGI A

F – FOR TE

F F – FOR TÍ SSI M O – TOCAR COM M UI TA EN ERGI A

58
A escrita musical tem vários símbolos que most ram aos músicos como eles devem tocar.

S OM E M E I O AM B I E N TE

Dicas para a preservação da audição


"Nunca competir (querer falar mais alto) com um som ambiente muito alto ou poluído.
" Nunca usar walkman muito alto e por muito tempo.
"Não ficar muito perto de caixas de som em um show de música.
"Cuidado especial com os bebês: seu sistema auditivo é mais sensível.
"Cuidado ao mergulhar muito fundo ou em saltos: a pressão pode danificar os tímpanos.

59
OFI
SONCI NA
ORA
As variações de intensidade são de fácil entendimento e permitem ao grupo se expressar bem
por meio dos sons.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber

AT
ENÇ
com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo

ÃO
mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

A TI VI D AD E S DICA
Ao longo das atividades, não
B R I N C AD E I R A D O E C O esqueça de chamar a atenção
para a diferença entre altura
Separe a turma em duplas. O objetivo da atividade é fazer com que os alunos percebam a (agudos, médios e graves) e in-
intensidade de suas falas e a do colega; por isso, muita atenção: enquanto um aluno fala uma tensidade (sons fortes e fracos).

frase, com a intensidade que quiser, o outro deve estar muito concentrado, porque em segui-
da deve tentar reproduzir, com o máximo de fidelidade, a intensidade dessa mesma frase.

60
R E GÊ N CI A

Escolha uma música que todos conheçam e chame alguns alunos para reger a turma que irá can-
tar – ou forte ou suave –, alternando a intensidade no decorrer da música. Antes de começar a
cantar, o grupo deve convencionar um sinal para o forte e outro para o suave.

I N ST R U M E N TAL

A mesma atividade pode ser feita usando-se apenas instrumentos musicais.


Dica
O grupo pode usar os instrumentos construídos em outras aulas e também trazer instrumentos para
a escola. Oregente deve trabalhar apenas com as intensidades. (De pianíssimo – PP a fortíssimo – FF.)

P E S Q U I S A D E C AM P O

Testando os limites
Em casa, peça que os alunos experimentem e registrem por escrito qual é o volume, no rádio de cada
um, em que o som começa a ser perceptível e em que volume a intensidade é insuportável.

P A S S E I O M U S I C A L
Os homens ouvem diferente das mulheres?
Fazer um passeio sonoro com o grupo.
Depois separar em dois grupos: um, só com os meninos, e outro com as meninas.
Pedir para que escrevam os sons mais fortes e suaves e os mais graves e mais agudos que
cada grupo ouviu.
Na avaliação, confrontar as diferenças de audição entre meninos e meninas e as diferenças de
altura e intensidade.

Para casa – Projeto


Esta é uma atividade que pode virar um projeto.
Crie com o grupo um mapa sonoro da cidade marcando os pontos de silêncio, os de sons muito
fortes, os horários em que há poluição sonora, e assim por diante.
O projeto deve, no final, sugerir soluções para os problemas encontrados.
Dica
Leia no caderno do professor 1 os passos para a elaboração e realização de um projeto.

!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado
AT
E

e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.


ÃO

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E R E S SON ÂN CI AS
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E SCAL A D OS SON S EM D ECI B ÉI S

0 dB Limiar da audição normal


10 dB Igreja vazia; caverna
20 dB Sussurro médio
3 0 dB Casa silenciosa; sala de leitura de biblioteca
40 dB Sala de aula normal; automóvel parado (com motor ligado)
50 dB Loja; restaurante
6 0 dB Fábrica; televisão alta
70 dB Oficina mecânica
8 0 dB Rua barulhenta
90 dB Trem sobre ponte
10 0 dB Met rô ( fora do vagão)
110 dB Trovão próximo, motor de avião sem silencioso
120 dB Início de audição dolorosa
13 0-170 dB Aviões a jato ( fora, próximo)

Observe os ruídos do seu dia-a-dia.


Um trio elétrico, por exemplo, pode chegar a 130 dB.

CONCLUSÃO Esta unidade – Intensidade – é das mais indicadas para que se trabalhe a
questão ambiental. Seguem-se alguns dados para você conhecer melhor as questões
ligadas à poluição sonora:
A exposição contínua com níveis de ruído superiores a 50 decibéis pode causar defi-
ciência auditiva em algumas pessoas.
Os índices de poluição sonora aceitáveis estão determinados de acordo com a zona e
o horário, segundo as normas da ABNT ( nº 10.151) .

62
Conforme as zonas, os níveis de decibéis máximos permitidos nos períodos diurnos e
noturnos são os seguintes:

ÁREA PERÍODO DECIBÉIS ( dB)

Zona de hospitais Diurno/ Noturno 45/ 40

Zona residencial urbana Diurno/ Noturno 55/ 50

Centro da cidade ( negócios, Diurno/ Noturno 65/ 6 0


comércio, administração)

Área industrial Diurno/ Noturno 70/ 65

TABEL A D E I M PACTO D E RUÍ D OS N A SAÚD E

VOLUM E REAÇÃO EFEI TOS NEGATI VOS EXEM PLOS DE LOCAI S

Até 50 dB Confort ável ( limite da OMS) Nenhum Rua sem t ráfego

Acima de 50 dB O organismo humano começa


a sofrer impactos do ruído

De 55 a 65 dB A pessoa fica em estado de Diminui o poder de concent ração Agência bancária


alerta, não relaxa e prejudica a produtividade no
t rabalho intelectual

De 65 a 70 dB O organismo reage para Aumenta o nível de cortisona Bar ou restaurante


(início das tentar se adequar ao no sangue, diminuindo a lotado
epidemias de ruído) ambiente, minando resist ência imunológica.
as defesas Aumenta a concent ração de
colesterol no sangue

Acima de 70 dB O organismo fica sujeito a Aumentam os riscos de Praça de alimentação


est resse degenerativo, enfarte e infecções, ent re em shoppings, ruas
além de abalar a saúde mental out ras doenças sérias de t ráfego intenso

63
Pa ra re a liza r a s a t ivida des dest a unida de você va i pre cisa r de :

relógio

xerox da partitura de “Na Bahia tem”


D U R AÇÃO
Os s o n s a c o n t e c e m n o t e m p o e n o e s p a ç o . At é a q u i s ó t r a b a l h a -
9
m o s c o m a s p e c t o s g e r a i s e e s p a c i a i s d o s o m . Ag o r a v a m o s v e r

a relaçã o do som com o t em po.

Todo som dura algum tempo para acontecer. Daí: duração.


A duração, assim como o ritmo e o andamento, são elementos sonoros ligados direta-
mente ao tempo. A duração é o tempo que os sons permanecem soando. Uma bomba
hidráulica pode levar minutos emitindo o mesmo som. Já um bem-te-vi repete seu canto
em pequenas unidades. O ritmo é a forma de organização das durações sonoras numa
peça musical. O andamento refere-se à velocidade da pulsação básica em que uma músi-
ca é tocada ou cantada.

S OM E M E I O AM B I E N TE

Os sons da natureza, por mais intensos, graves ou agudos, acabam sempre se combinando,
e raramente – como no caso de trovões, terremotos e vulcões – tornam-se agressivos, poden-
do causar dano à nossa saúde. Não é o caso dos sons humanos e tecnológicos. A poluição
sonora nasce com o processo de industrialização da sociedade. A indústria, com suas
máquinas para produção em massa, alterou inteiramente o conceito de duração dos sons. Uma
máquina pode trabalhar meses, anos a fio, produzindo sempre o mesmo som. Diferentemente
do som constante de um rio, por exemplo, que muda com a vazão, ou de uma ventania, o som
das máquinas mant ém-se inalterado.
OFI
SONCI NA
ORA
Nesta unidade – O mundo dos sons – as atividades vão motivar o aluno a perceber e identificar
os diferentes tipos de sons do dia-a-dia, e também estimulá-los a produzir e ouvir outros sons.

!
É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber

AT
E

com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo

ÃO
mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

T R AB AL H AN D O C O M O C D

OUÇA NO CD MÚSICAS E ATIVIDADES MUSICAIS, NAS FAIXAS 20 E 21 , A MÚSICA “NA BAHIA TEM” E
OBSERVE COMO ELA PODE SER ESCRITA. VEJA QUE CADA NOTA É REPRESENTADA POR UM SINAL
MUSICAL POSICIONADO SOBRE UMA PAUTA DE CINCO LINHAS.
O POSICIONAMENTO DAS NOTAS NA PAUTA INDICA A ALTURA DO SOM ( MAIS ACIMA: MAIS AGUDO;
MAIS ABAIXO: MAIS GRAVE) .
A FORMA DO SINAL INDICA O TEMPO DE DURAÇÃO DE CADA NOTA.

66
Partitura de “Na Bahia tem”

67
1

A TI VI D AD E S D I CAS
Reúna-se com a turma em
M Ú SI C A um grande círculo e fale com
clareza sobre as atividades
Pedir a cada aluno que faça um som curto, um médio e um longo. Depois, fazer, com a voz, que serão propostas e os
um som agudo-longo-fraco, um médio-curto-forte e um grave-longo-fraco. Observar a dife- objetivos que elas t êm: o
desenvolvimento da audição
rença entre os sons. e o reconhecimento dos am-
bientes sonoros (escola, casa,
cidade, bairro, região etc.).
1 . D U R AÇ ÃO D O S OM E M D U P L AS
Como as atividades desta
Separe a turma em duplas. Uma vai marcar no relógio quanto tempo a outra leva para fazer o
unidade exigem dos alunos
mesmo som (nota) sem respirar. Cada um tenta duas ou três vezes e depois trocam de posição. um certo nível de intros-
pecção, caso você, professor
ou professora, sinta necessi-
D I V I D I N D O E M U LT I P L I C AN D O O T E M P O E M GR U P O S D E T R Ê S dade, comece com alguma
atividade de relaxamento. Use
Divida a turma em grupos de três. Cada grupo deve ter um relógio. alguma que você já conheça
O exercício deve ser dividido em duas partes: ou simplesmente proponha
que os alunos mantenham-se
na roda, fechem os olhos e
1ª parte procurem se concentrar no
"Durante um minuto, um dos alunos deve levantar e girar o braço (ou rodear a sala) com- sentido da audição, identifi-
pletando uma volta. cando cada som ou ruído do
ambiente onde estão.
"O segundo aluno deve fazer a mesma volta na metade do tempo. Faça depois uma pequena
"O terceiro aluno marca o tempo, verificando se os colegas estão fazendo corretamente. avaliação com o grupo sobre
os sons mais ouvidos. Esta
atividade servirá de aqueci-
2ª parte
mento para as demais.
"O trio deve escolher uma frase, não muito curta.
"O primeiro aluno deve dar uma volta em um minuto com o braço (ou rodear a sala), É importante desenvolver
enquanto ao mesmo tempo fala a frase. com a turma, ao longo das
atividades, uma atitude crítica
"O segundo aluno deve fazer o mesmo em 30 segundos (metade do tempo). em relação a eventuais proble-
mas ambientais, especialmen-
Importante: A frase não pode terminar antes ou depois, e sim exatamente no tempo estipulado. te os ligados à poluição sonora.
Um caminho para chegar a
este objetivo é questionar sem-
pre com o grupo a qualidade
sonora dos ambientes pes-
quisados e visitados (inclu-
sive a própria sala de aula).

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!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

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e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

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A divisão clássica das artes inclui a música como uma arte que se desenvolve no tempo. Uma
visão mais moderna da arte musical coloca algumas restrições a essa teoria. Como temos visto
neste livro, a música se desenvolve também no espaço com suas ondas sonoras. Mas esta ocu-
pação espacial nunca será como a de uma casa – que se perpetua por anos num local. A música
permanece no espaço só por algum tempo, enquanto está sendo executada. Podemos, então,
continuar dizendo que a música é uma arte que se faz no tempo. Um quadro, uma escultura, um
prédio são criações do espaço. O tempo dessas obras é o que as pessoas levam olhando para
elas. Um outro conceito clássico que permanece é o de ser a música uma arte pura. A música
chega até nós na forma de ondas, freqüências, sem querer representar nada, diferentemente do
teatro e do cinema, que representam a vida, da pintura ou da escultura ou qualquer outra arte.

SUGESTÃO O trabalho com o tempo é sempre importante na música. Aproveite as ativi-


dades da unidade para aprofundar com seu grupo questões como precisão, sincronia,
divisão de uma unidade de tempo e assim por diante. Se por acaso você tem mais conhe-
cimentos específicos sobre música, quem sabe você toca algum instrumento ou, se é
professor de música, este é o momento de começar a aprofundar alguns conteúdos.

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Pa ra re a liza r a s a t ivida des dest a unida de você va i pre cisa r de :

quadro-negro

giz
SI LÊN CI O
O silêncio é o ou t ro lado da m oeda. A exist ência do silêncio at est a
10
a pr esen ça do som . É com o o d ia e a noit e, o pr et o e o bra n co.

“Silêncio!”, pede o professor. “Silêncio!”, sugere a enfermeira do cartaz no hospital ou no


posto de saúde, levando o dedo aos lábios. Gesto repetido pelo jogador de futebol que
acabou de fazer um gol e quer calar a torcida. “Silêncio!”
Que importância tem o silêncio no mundo dos sons?
Muita.
O silêncio é essencial para a música.
Apesar de tão importante, o silêncio praticamente não existe.
Experimente, agora, neste momento, fechar os olhos e concentrar-se na audição.
O que foi que você ouviu?
O silêncio.
Silêncio? Um silêncio cheio de sons: carros, vozes ao longe, geladeira, a tevê do vizinho,
passarinhos...
É contraditório, mas é assim mesmo.
Fisicamente, há sempre alguma vibração sonora no ar. Isso torna o silêncio quase que só um
conceito, uma abstração. Quando o professor pede silêncio, quer apenas que os alunos parem
de falar e fiquem quietos. Mesmo quietos, fazem barulho abrindo a mala, pegando o caderno
ou se arrumando na carteira. O "Psiu!" da enfermeira no cartaz do hospital não impede que
nossos passos continuem fazendo ruídos, por exemplo. O silêncio é sempre relativo.
No estudo musical, o silêncio é medido, assim como os sons são medidos.
S OM E M E I O AM B I E N TE

Em relação ao ambiente, o silêncio é, também, apenas um conceito, um parâmetro. Podemos


dizer que o silêncio é o oposto da poluição sonora – que se caracteriza pelo acúmulo de sonori-
dades desordenadas e o excesso de intensidade (volume). Dizer que um lugar é mais silencioso
que outro, ou que uma turma é silenciosa, por exemplo, não significa que os sons não estejam
presentes, quer dizer apenas que, no conjunto, há uma boa porcentagem de silêncio.

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É sempre muito importante realizar as atividades com antecedência, em casa
ou na escola, antes de trabalhar com a turma. Assim, você poderá perceber
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com mais nitidez aonde chegar, prevenir eventuais problemas e até mesmo
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mudar alguma coisa ou utilizar algum exercício parecido que já conheça.

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A TI VI D AD E S
1 . B AT E - P AP O S OB R E O SI L Ê N C I O

Procure discutir o que representa o silêncio para cada um dos alunos. Em que momento cada
um gosta mais de silêncio? Em que momento cada um não suporta o silêncio? A importân-
cia do silêncio para certas profissões, inclusive para os que trabalham com o som.

2 . B AT E - P AP O S OB R E O SI L Ê N C I O

Peça que os alunos façam cinco minutos de silêncio. Que não só parem de falar, como de se
movimentar e mexer em coisas. Proponha um debate, em seguida. É fácil? Por que é difícil?

P E S Q U I S A D E C AM P O

Procurando o silêncio em casa


Peça que a turma observe e registre que atividades são realizadas em silêncio quando está
em casa. Que atividades nunca são realizadas em silêncio? Que objetos da casa nunca ficam
em silêncio?

Procurando o silêncio na cidade


Depois de um bom bate-papo sobre a importância do silêncio, peça para que os alunos lis-
tem os ambientes em que o silêncio é obrigatório, os ambientes e momentos em que é dese-
jado e os momentos em que ele incomoda ou não pode acontecer. No quadro-negro, vá regis-
trando as respostas dos alunos.

Anotando
Proponha que os alunos visitem dois ambientes opostos: um com o máximo de silêncio e
outro com o máximo de barulho. Peça que anotem todos os barulhos que ouviram.

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!
No fim de cada série de atividades avalie com os alunos o que foi feito,
procurando sistematizar com o grupo ( na grande roda) o que foi vivenciado

AT
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e como a atividade se relaciona ao conteúdo da unidade do nosso livro.

ÃO
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R E S S O N Â N C
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SI L Ê N C I O D E O U R O

J OH N C AGE (5/9/1912 – 12/8/1992)

Especialista em filosofia oriental, John Cage foi um dos grandes revolucionários da música do
século 20. Provavelmente você não lembra de nenhuma de suas músicas. Natural. A principal
questão abordada por ele, ao longo de sua longa e produtiva existência, foi o silêncio. Ao chamar
a atenção para o silêncio, ele preencheu um incrível vazio secular de idéias musicais. Uma de
suas obras mais comentadas é aquela em que uma orquestra sinfônica e um músico solista pas-
sam quatro minutos e trinta e três segundos totalmente em silêncio. Por quê? Justamente para
chamar a atenção para os sons do ambiente, os sons que a própria platéia estava gerando. Muito
do trabalho que hoje desenvolvemos, de perceber os sons dos ambientes e a partir deles traba-
lhar a audição, a consciência ambiental e os fundamentos das artes e particularmente da músi-
ca, tem origem nas inquietações de John Cage. Ele foi também um pioneiro na arte multimídia e
um visionário do mundo globalizado.

CONCLUSÃO Ao longo dessas dez unidades buscamos entender e trabalhar a nossa


audição, pesquisamos as paisagens sonoras dos ambientes onde vivemos e viven-
ciamos os elementos básicos da música.
Também começamos a desenvolver nossa sensibilidade aos problemas ambientais da
escola e da comunidade.
Podemos dizer que tudo isso é só o começo.
O trabalho iniciado deve ser incorporado por todos nós – professores e alunos.

74
OFI CI
SON ORAN A C0 M OS TEMAS DOS VÍ DEOS
1 GE OGR AF I A

Podemos aproveitar o tema – Geografia – para realizar várias atividades de sensibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma
de realizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que
foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

"Listar todas as músicas em que apareçam as palavras: floresta, chuva, rio, lago, charco, cachoeira
"Imitar vários tipos de sons de uma floresta
"Imitar vários tipos de som de chuva
"Observar a diferença entre o som das águas de um rio e de um lago
"Perceber sonoramente a diferença entre: areia, água, terra, madeira, folha, lama, grama etc.

T E AT R O D O S OM

cena 1
Separar a turma em quatro grupos. Cada grupo deve dramatizar sonoramente algum desses ambientes:
"floresta
"rio
"lago
"pasto

cena 2
Separar a turma em quatro grupos. Cada grupo deve representar sonoramente algum dos ele-
mentos da natureza – terra, água, ar e fogo.

cena 3
Criar uma história, com os quatro grupos da cena 2, em que os quatro elementos da natureza –
terra, água, ar e fogo – se relacionem. Por exemplo: uma história de queimadas.

T R AB AL H AN D O C O M O V Í D E O

Redação sonora
Assista ao vídeo Geografia com a turma.
Encomende uma redação sobre as diferenças de clima na região (chuva, seca etc.) incluindo
muitos sons.

76
2 ÁGU AS D O P AN TAN AL

Podemos aproveitar o tema – Águas do Pantanal – para realizar várias at ividades de sen-
sibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma
de realizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que
foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

Aproveitar a abundância de sons que podem ser feitos com a água, relacionando com as épocas
de cheia e de seca no Pantanal.
Sons da época da cheia:
"Enchente
"Som do pico da enchente na região
"Sons de chuvas
Sons da época da seca:
"folhas
"peixes em pouca água
"outros

T R AB AL H AN D O C O M O V Í D E O

Dublagem
Depois de assistir ao vídeo Águas do Pantanal com a turma, assista-o novamente sem som e pro-
ponha que os alunos façam os vários sons de natureza, nas cenas.

Qual é a música?
Lembrar e cantar com a turma músicas que falam de água.

No CD
"Escutar a música do Tom Jobim "Água de beber".
"Chamar a atenção para as palavras e fonemas que Tom Jobim canta no começo desta canção:
"Tui badundá..."; tentar imitar e cantar junto.

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3 R E SE R VA D A B I OSF E R A

Podemos aproveitar o tema – Reserva da biosfera – para realizar várias atividades de sen-
sibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma
de realizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que
foi trabalhado:

P AS SE I O S ON OR O

Dê um pequeno passeio com a turma, em absoluto silêncio, pela escola e, na volta à sala de aula,
sempre em círculo, peça que falem sobre os sons que ouviram, classificando-os em sons feitos...
"pela natureza
"pelo homem
"pela máquina

T E AT R O D O S OM

Improvisar com o grupo uma cena criando uma relação entre estas três paisagens sonoras:
"Sons do desmatamento
"Som dos bichos na floresta
"Som das nascentes

P E SQU I SA

Listar músicas que falem sobre preservação e conservação ambiental.

4 A F L OR A P AN TAN E I R A

Podemos aproveitar o tema – A flora pantaneira – para realizar várias at ividades de sensi-
bilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma
de realizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que
foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

"Reproduzir o som das árvores perdendo suas folhas


"Reproduzir o som das folhas caindo e do chão cheio de folhas secas

78
T E AT R O D O S OM

cena 1
Nascimento de uma semente
Separar dois grupos. Um deles vai para o centro da roda e faz a representação corporal do nasci-
mento da semente, enquanto o outro – na roda – faz o som. Depois, inverter a função de cada grupo.

cena 2
Nascimento de uma flor
Separar dois grupos. Um deles vai para o centro da roda e faz a representação corporal do nasci-
mento da flor, enquanto o outro – na roda – faz o som. Depois, inverter a função de cada grupo.

T R AB AL H AN D O C O M O V Í D E O

Redação sonora
Assista ao vídeo Reserva da biosfera com a turma.
Encomende uma redação sobre:
"Os sons de um campo aberto
"Sons do cerrado, cerradões, matas
"Sons da vegetação dentro d’água. Um mergulho num lugar com e sem vegetação aquática

5 A F AU N A P AN TAN E I R A

Podemos aproveitar o tema – A fauna pantaneira – para realizar várias at ividades de sen-
sibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma de rea-
lizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

"Listar e imitar, com a turma, os sons dos animais


"Fazer uma composição musical com o som de todos os insetos conhecidos
"Por que será que o violino sempre imita o som de um mosquito? Quem sabe fazer também?

T E AT R O D O S OM (dramatização com sons e gestos)

cena 1
Criar com o grupo uma dramatização sobre a vida das aves.
Recursos que podem ser usados:
"reproduzir os sons das aves com a voz, apitos ou outros instrumentos
"o som que as aves fazem bebendo água, se lavando, batendo as asas, brigando

79
cena 2
Criar com o grupo uma dramatização sobre o gado bovino
(Som dos animais, ordenha, pasto, som dos rebanhos sendo conduzidos.)

cena 3
Criar histórias (apenas levando em conta o som e o movimento corporal) tendo como persona-
gens os animais noturnos: coruja, morcego, bacurau e outros.

recursos
Utilizar instrumentos, sucatas, voz, palmas etc.
(Quem sabe a partir da dramatização não surjam composições dos alunos?)

T R AB AL H AN D O C O M O V Í D E O

Dublagem
Depois de assistir ao vídeo A fauna pantaneira com a turma, assista-o novamente sem som e pro-
ponha que os alunos façam os vários sons dos bichos.

Qual é a música?
Brincar de Qual é a música? só com nomes de bichos do Brasil.

6 A P E SC A D O P AN TAN AL

Podemos aproveitar o tema – A pesca do Pantanal – para realizar várias atividades de sen-
sibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma de rea-
lizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

Lembrar e procurar reproduzir sons de:


"rio
"peixe
"vara
"anzol batendo na água

T E AT R O D O S OM 1

Separar dois grupos para criar ambientes sonoros:


Grupo 1
Amigos pescando

80
Grupo 2
Mercado de peixe

Cada grupo se apresenta separadamente.

T E AT R O D O S OM 2

Contar histórias de pescador só com sons e gestos.

Qual é a música?
Brincar de Qual é a música? só com temas de barcos, pesca e pescadores.

No CD
Ouça com a turma a música "Pesca Brasil" no CD Músicas e atividades musicais , e proponha uma
redação sobre a importância da pesca na região do Pantanal.

7 E COTU R I SM O

Podemos aproveitar o tema – Ecoturismo – para realizar várias atividades de sensibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma de rea-
lizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

Proponha que cada aluno vá ao centro da roda e reproduza sons e cenas de:
"turista chegando
"carro de som
"ônibus de turismo
"máquinas fotográficas
"pássaros/bichos presos em gaiolas
"uma língua maluca, inventada
"aviões
"navios com turistas
"voadeira ou barco a motor

T E AT R O D O S OM

Divida a turma em dois grupos e proponha que um deles represente turistas que não respeitam a
natureza nem as pessoas, e o outro represente turistas preocupados em preservar a região.
No fim da apresentação dos dois grupos, faça uma avaliação com toda a turma.

81
R E D AÇ ÃO S ON OR A

Separe a turma em grupos e encomende uma redação sonora (explorando muito os sons) sobre
como são, o que pensam e como falam os turistas que chegam na região.
Depois, fazer a leitura das redações com cada grupo imitando os sons que foram nelas utilizados.

8 O P AN TAN AL E SU A H I STÓR I A

Podemos aproveitar o tema – O Pantanal e sua história – para realizar várias atividades de sen-
sibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma
de realizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que
foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

Lembrar (ou imaginar) e reproduzir sons de:


"índios
"negros escravos
"brancos europeus
"línguas diferentes e/ou sotaques
"exploração de minas de ouro
"fazenda
"cidade
"guerra
"diferentes apitos de navios
"barcos chegando, saindo
"tratores, veículos leves, aviões grandes/pequenos

T E AT R O D O S OM

cena 1
Sons do dia-a-dia de um boiadeiro.
Não esquecer:
"som do berrante
"músicas regionais ligadas ao tema
cena 2
Histórias fantásticas e visões sobrenaturais sobre "rastros".
Não esquecer também de usar músicas ou sons que dêem o clima da história transmitindo sen-
sações como medo, suspense, vitória, expectativa etc.

82
P E SQU I SA

"Pesquisar sons indígenas


"Pesquisar músicas indígenas
"Pesquisar histórias de antepassados indígenas

T R AB AL H AN D O C O M O V Í D E O

Depois de assistir ao vídeo O Pantanal e sua história com a turma, assista-o novamente sem som
e proponha que os alunos façam os vários sons das gravuras históricas que aparecem ali.

9 A CU LTU R A P AN TAN E I R A

Podemos aproveitar o tema – A cultura pantaneira – para realizar várias atividades de sen-
sibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma de rea-
lizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que foi trabalhado:

M E M Ó R I A AU D I T I VA

"Como são os sotaques de cada região do Brasil? Cada grupo monta uma pequena cena e imita um.
"Existem sotaques diferentes na sua região?
Nesta segunda proposta, caso algum grupo conheça variações no sotaque da região, deve fazer
como na atividade anterior e apresentar uma pequena dramatização.

E X P O SI Ç ÃO S OB R E U M A O U M AI S F E STAS D A R E GI ÃO

Pesquisas
Montar com a turma uma exposição sobre uma (ou mais de uma) festa típica da região. O grupo
deverá realizar as pesquisas e, junto com o professor, produzir a exposição na escola.
Caberá ao professor:
"Providenciar para que o evento possa ocorrer
Caberá aos alunos:
"Pesquisar sobre a festa (ex: Festa do Divino): local, época, músicas, hinos, origem, vestimen-
tas, bandeiras, cores usadas...
"Dramatizar a festa
"Pesquisar sobre os hinos. Quais são os conhecidos? Para que são cantados?

SE M AN A D A M Ú SI C A

Este é um outro evento de sensibilização que pode ser desenvolvido com o grupo.
A semana da música deve ser o encerramento das pesquisas realizadas ao longo do projeto.

83
Aqui também cabe ao professor orientar os alunos, propor as atividades e avaliar com eles os
resultados e também tomar as providências necessárias para que o evento possa acontecer.
As atividades propostas devem servir como base para o desenvolvimento do projeto, lançando
mão das características e potencialidades culturais de cada comunidade.

Pesquisa 1 – música de viola


"Pesquisar sobre a viola-de-cocho e sobre outros tipos de instrumentos de cordas da região:
procurar fotos, CDs, tentar conseguir uma viola-de-cocho, livros que falem dela, histórias etc.
"Levar um violeiro para tocar na escola
"Construir um instrumento de corda
"Propor que os alunos da turma que toquem viola, violão ou outro instrumento façam uma apre-
sentação para os colegas

Pesquisa 2 – música clássica


"Pesquisar o que é música clássica. Qual a diferença entre a música clássica e a popular?
"Preparar uma audição com estes dois tipos de música ( utilizar CDs, K7, músicos da escola
ou comunidade)

Pesquisa 3 – carnaval
"Pesquisar com os alunos o que é carnaval
"Como é comemorado o carnaval em cada região do Brasil
"Como é comemorado o carnaval fora do Brasil
"Reunir exemplos de músicas de carnaval
"Reunir exemplos de danças que são executadas no carnaval em cada região

Pesquisa 4 – danças
"Pesquisar sobre as danças da região
"Pesquisar sobre a dança de outros povos
"Pesquisar sobre as heranças musicais dos índios, negros e portugueses
"Pesquisar sobre a dança com poderes mágicos

Pesquisa 4 – culinária
"Pesquisar se existe alguma música regional que dê uma receita culinária
"Pesquisar músicas com receitas de autores consagrados como: Dorival Caymmi, Chico
Buarque, Tom Jobim

10 ECON OM I A

Podemos aproveitar o tema – Economia – para realizar várias atividades de sensibilização sonora.
Primeiro, reúna os alunos em um grande círculo, converse com eles sobre os temas e a forma de rea-
lizar as atividades. No final, reúna novamente o grupo para uma conversa sobre o que foi trabalhado:
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T E AT R O D O S OM

Separar a turma em oito grupos e pedir que cada um dramatize sonoramente cada uma das profissões:
"fazendeiro (proprietário de fazenda)
"gerente (administrador de empresa)
"capataz (administrador de fazenda)
"peões (polivalentes, atuando em todas as modalidades de trabalho no campo)
"praieiros (os quetrabalham nas sedes e são menos considerados)
"tratorista
"cozinheiro
"roceiros (os que cuidam das roças de subsistência)
O que usar e como trabalhar:
"usar sucatas e materiais disponíveis na escola

P E S Q U I S A P AR A C AS A

A pesquisa deve ser feita em casa, individualmente ou em grupo. Cada aluno deve apresentar o
resultado de seu trabalho por meio de uma composição oral, incluindo os cantos e os pregões.
"Pesquisar o que é canto de trabalho
"Pesquisar o que é pregão

Oficina
"Construir instrumentos utilizando couro
"Construir instrumento com chifre

Qual é a música?
Brincar de Qual é a música? só com o tema profissões.

NO CD
Ouça no CD Músicas e atividades musicais a faixa "Trem de ferro", de Tom Jobim.
Peça para a turma descobrir: Que instrumentos estão tocando? O que as vozes masculinas estão
cantando? E as femininas? Quem faz o solo? Há percussão? O que faz a música dar a idéia de um
trem em movimento? Há momentos mais lentos e mais rápidos? Ouve-se algum apito?

Dança
"Representar" a música corporalmente, sentindo o ritmo, andando junto com o trem.

Outras atividades com o tema trem


"Imitar sons de um trem
"Qual a diferença sonora entre o som de um trem a vapor (Maria-fumaça) e o de uma locomotiva?
"Quais as músicas conhecidas que falam de trem?

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C R É D I TO S F OTO GR ÁF I C O S

Sala Produções – Daniela Dacorso

pág. 48 – João Carlos Volotão Orquestra Sinfônica Brasileira no Alice Tully Hall (Lincon Center),
Nova York, EUA (9 de setembro de 2001)

pág. 70 – cedida pela Prefeitura de Poconé

I L U ST R AÇ Õ E S

pág. 10, 13, 16, 19, 20, 35, 50 e 51 – Mariana Massarani

I L U ST R AÇ Õ E S T É C N I C AS

pág. 16, 30 e 50 – Marcos de Assis

pág. 31 – Maloni
C O OR D E N AÇ ÃO D E C ON T E Ú D O

Taiamã Consultoria Ambiental Ltda. – Marcia Panno

C ON S U LTOR I A

Adriana Rodrigues

C ON C E P Ç ÃO E D E SE N V OLV I M E N TO D O P R O J E TO

Sala Produções

Con c e pçã o e Edi çã o f i n a l Ronaldo Tapajós

Re da çã o Giovanna Hallack, Nina Quirogaus e Ronaldo Tapajós

Pr odu çã o Guida Oliveira

Coor de n a çã o Tetê Sá

Re vi s ã o Frederico de Carvalho Gomes

P R O J E TO GR ÁF I C O

19 Design – Heloisa Faria e Claudia Berger

F OTOL I TO

Rainer Fotolitos

I M P R E S SÃO

Takano Editora Gráfica


Este Caderno de Iniciação Musical faz parte do kit do Projeto Tom do Pantanal, desenvolvido em
conjunto por Furnas Centrais Elétricas, Instituto Antonio Carlos Jobim e Fundação Roberto Marinho.

FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO


Rua Santa Alexandrina 336/1º andar 20261-232 Rio Comprido Rio de Janeiro RJ
Tel (21) 3232-8800 Fax (21) 3232-8973
Informações: Central de Atendimento ao Telespectador Tel (21) 2502-3233

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