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Aula 08

Resumos para Concursos

Autor:

08 de Dezembro de 2023

00986407127 - Gabrielle Campara Correa


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BIZU ESTRATÉGICO REGULAR DE DIREITO


ADMINISTRATIVO

ANÁLISE ESTATÍSTICA
Segue abaixo uma análise estatística dos assuntos mais exigidos pelas bancas Cebraspe, FCC

e FGV, no âmbito da disciplina de Direito Administrativo, tomando como base os concursos

realizados nos anos de 2020 a 2023:

Direito Administrativo
Assunto % de cobrança
Agentes Públicos 17%

Atos Administrativos 12%

Responsabilidade Civil do Estado


10%

Poderes Administrativos
9%

Improbidade Administrativa 9%

Organização Administrativa 7%

Princípios da Administração Pública 7%

Com essa análise, podemos verificar quais são os temas mais exigidos pelas principais bancas

examinadoras e, por meio disso, focaremos nos principais pontos da disciplina em nossa

revisão!

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Agentes Públicos

1) Espécies de Agentes Públicos

Elaboram políticas públicas e dirigem a


Agentes POLÍTICOS Administra ção Pública.
Ex : Chefes do Executivo e membros do Legislativo

Desempenham atividades administrativas


Agentes
ADMINISTRATIVOS Ex: servidores públicos, empregados públicos e
agentes tempor ários

Agentes Públicos Prestam serviços relevantes ao Estado


Agentes HONOR ÍFICOS
Ex: mesários e jurados

Particulares em colaboração com o Estado


Agentes DELEGADOS
Ex: concession á rios de serv. publico, tabeli ães

Representam a Administra ção em ocasi ões


espec íficas
Agentes CREDENCIADOS
Ex: artista que vai representar o Brasil em um
Congresso no exterior

2) Agentes de Fato
praticam atos em situa ções excepcionais , em
colaboraçã o com o Poder Público, como se
Necessários fossem agentes de direito

Ex: situa ções de emergência

Agentes de fato
desempenham atividade pública na presun ção
de que há legitimidade, embora tenha havido
alguma ilegalidade na sua investidura
Putativos

Ex : servidor que toma posse sem cumprir os


requisitos do cargo (investidura irregular )

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3) Cargo x Emprego x Função

Cargo publico Emprego público Função pública

função de confian ça ou
ocupado por empregado
ocupado por servidor público contrataçã o tempor á ria de
público
exceptional interesse público
todo emprego possui uma n ã o designa nem cargo, nem
todo cargo possui uma funçã o
função emprego
regra geral: provimento
regra geral : provimento mediante Em regra, nã o depende de
mediante pr évio concurso
prévio concurso p ú blico concurso público pr évio
público
regime jurídico celetista
regime jurídico estatutá rio
regime jurídico especial
[predominantemente de direito
( de direito público)
privado}
ocupado mediante nomeação ocupado mediante contratação ocupado mediante contrata ção
seu vínculo com a Administra çã o
celebram "contrato de trabalho"
tem natureza contratual, mas
não há "contrato de trabalho" com o poder pú blico (vínculo
não celetista
(vínculo tem natureza legal) tem natureza contratual,
trabalhista)
(contrato de direito público)

4) Regimes Jurídicos

- O regime estatutário consiste no conjunto de regras jurídicas que disciplina a relação travada

entre os servidores públicos (ocupantes de cargo público) e as pessoas jurídicas de direito

público (administração direta, autarquias e fundações de direito público).

- O regime celetista é aquele que dita as regras para os empregados públicos. Como estes

agentes celebraram um contrato de trabalho com um ente público, seu vínculo terá natureza

contratual. E, como todo contrato é arcado pela bilateralidade10, o regime celetista é

chamado de bilateral.

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5) Estabilidade

Cargo de provimento efetivo

I
AQUISIÇÃO
o
Pré via aprovaçã o em concurso público
3 anos de efetivo exercício no cargo
Aprova çã o em avalia çã o ESpecial de desempenho
requisitos
cumulativos

sentença JUDICIAL transitada em Julgado


processo ADMINISTRATIVO assegurada ampla defesa

* s
insuficiência de desempenho, verificada
mediante avaliação PERI ódlea
ESTABILIDADE
na forma de LEI COMPLEMENTAR
PERDA DO CARGO
assegurada ampla defesa
excesso de despesa com pessoal ( LRF)

nã o alcança empregados públicos ou comissionados


OBS. ej 3 anos contados da entrada em EXERCÍ CIO

6) Acumulação de Cargo, Emprego e Função

regra = vedada a acumula çã o

administração direta
administração indireta , inclusive subsidiárias e soc .

r alcance controladas pelo poder público


todas as esferas

, professor + professor
acumula çã o remunerada exceções professor + técnico/ cientifico - compotibilidode de hordrios
- respeito ao teto (em coda cargo)
i profis. de saúde + profis . saúde

cargos acumulá veis na ativa


na inatividade exceções cargos eletivos
cargos em comissão

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7) Concurso Público

- Segundo ensina Hely Lopes Meirelles, o concurso consiste no “meio técnico posto à

disposição da Administração Pública para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiçoamento

do serviço público e, ao mesmo tempo, propiciar isonomia (igual oportunidade a todos os

interessados que atendam aos requisitos da lei).

j CF, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprova ção pr é via
; em concurso público de provas ou de provas e tí tulos, de acordo com a natureza e a
j complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea çõ es
| para cargo em comissã o declarado em lei de livre nomeaçã o e exonera çã o;
==322544==

- Prazo máximo: 2 anos, sendo possível estabelecer prazo inferior no edital.

- O prazo deve ser contado da homologação do concurso.

- O prazo pode ser prorrogado uma vez.

Regra geral Nã o tem direito

Aprovado FORA
das vagas
Desist ência de
candidato aprovado
dentro das vagas
Exceções
preteriçã o na
nomea çã o

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Atos Administrativos

8) Elementos dos Atos Administrativos

^> Competência

^2^ Quem pode praticar o ato


>
Finalidade Para quê
>
> Forma
2 meio de exteriorização do
ato
>
> Motivo
2 Causa da prática do ato
>)
^ Objeto

9) Atributos ou Características dos Atos Administrativos


Conteúdo do ato

> Presunçã o de legitimidade


> I mperatividade
> Autoexecutoriedade
> Tipicidade

Imperatividade
Somente em
alguns Autoexecutorieda
de
Atributos
Presunção de
Presentes em legitimidade
todos os atos
Tipicidade

- Classificação dos Atos Administrativos conforme Hely Lopes Meirelles:

10) Atos Gerais e Individuais


a) Atos gerais ou normativos: são aqueles que não possuem destinatários determinados.
Eles apresentam hipóteses genéricas de aplicação, que alcançará todos os sujeitos que
nelas se enquadrarem.

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b) Atos individuais ou especiais: são aqueles que se dirigem a destinatários certos,


determináveis. Tais atos produzem efeitos jurídicos no caso concreto.

11) Atos Internos e Externos


a) Atos internos: são aqueles que se destinam a produzir efeitos no interior da
Administração Pública, alcançando seus órgãos e agentes.
b) Atos externos: são todos aqueles que alcançam os administrados, os contratantes ou,
em alguns casos, os próprios servidores, provendo sobre os seus direitos, obrigações,
negócios ou conduta perante a Administração. Esses atos devem ser publicados
oficialmente, dado o interesse público no seu conhecimento.

12) Atos de Império, de Gestão e de Expediente


a) Atos de império: são aqueles praticados com todas as prerrogativas e privilégios de
autoridade e impostos de maneira unilateral e coercitivamente ao particular,
independentemente de autorização judicial.
b) Atos de gestão: Os atos de gestão são aqueles praticados em situação de igualdade
com os particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e
para a gestão de seus serviços.
c) Atos de expediente: são atos internos da Administração Pública que se destinam a dar
andamentos aos processos e papéis que se realizam no interior das repartições
públicas. Caracterizam-se pela ausência de conteúdo decisório.

13) Atos Vinculados e Discricionários


a) Ato vinculado: é aquele praticado sem margem de liberdade de decisão, uma vez que
a lei determinou, o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado é
sempre aquele em que se configure a situação objetiva prevista na lei.
b) Ato discricionário: ocorre quando a lei deixa uma margem de liberdade para que o
agente público faça a valoração do motivo e a escolha do objeto, conforme o seu juízo
de conveniência e oportunidade.

14) Atos Simples, Complexos e Compostos


a) Ato simples: é que aquele que resulta da manifestação de vontade de um único órgão,
seja ele unipessoal ou colegiado. Não importa o número de agentes que participa do
ato, mas sim que se trate de uma vontade unitária.
b) Ato complexo: é aquele que necessita da conjugação de vontade de dois ou mais
diferentes órgãos ou autoridades. Apesar da conjugação de vontades, trata-se de ato
único.
c) Ato composto: é aquele produzido pela manifestação de vontade de apenas um órgão
da Administração, mas que depende de outro ato que o aprove para produzir seus

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efeitos jurídicos (condição de exequibilidade). Assim, no ato composto teremos dois


atos: o principal e o acessório ou instrumental.

15) Atos Válidos, Nulos, Anuláveis e Inexistentes


a) Ato válido: é aquele praticado com observância de todos os requisitos legais, relativos
à competência, à forma, à finalidade, ao motivo e ao objeto.
b) Ato nulo: é aquele que sofre de vício insanável em algum dos seus requisitos de
validade, não sendo possível, portanto, a sua correção.
c) Ato anulável: é aquele que apresenta algum vício sanável, ou seja, que é passível de
convalidação pela própria Administração, desde que não seja lesivo ao patrimônio
público nem cause prejuízos a terceiros.
d) Ato inexistente: é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da
Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.

16) Extinção dos Atos Administrativos

 O processo de desfazimento de um ato irá variar a depender da situação:

ANULAÇAO O ato praticado e inválido

O ato é válido, mas Inconveniente ou


REVOGAÇÃO
inoportuno
Desfaz?mento dos
Benefici ário do ato deixa de cumprir os
atos CASSAÇÃO
requisitos necessários
administrativos
Surgimento de novo ato com efeitos
CONTRAPOSIÇÃO
contrapostos a outro já praticado

superveniênda de norma jurídica que


CADUCIDADE torna inadmissível situação anterior, na
qual o ato foi praticado I

 Revogação: é a supressão de um ato administrativo válido e discricionário por motivo de


interesse público superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno. Trata-se,
portanto, da extinção de um ato administrativo por conveniência e oportunidade da
Administração.

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Revogação do ato

mas Inconveniente ou v , atuação


Ato v álido ou
inoportuno ' discricionária

Manutenção do ato
*
v

 Em síntese, são irrevogáveis os seguintes atos:

nã o há mérito administrativo a
Vinculados
ser revisto

Consumados já exauriram seus efeitos

r
Geraram direito
garantia constitucional
Atos nã o adquirido
revogáveis Integram pr ática de ato subsequente
procedimento impede a revogação
Sob reapreciação de exauriu-se a competência da
autoridade superior autoridade que praticou o ato
Meros atos nã o contêm manifestação de
administrativos vontade

 Anulação: é o desfazimento do ato administrativo em virtude de ilegalidade. A anulação


de atos administrativos inválidos opera efeitos retroativos (ex tunc). Como
regra geral, o ato é retirado do mundo jurídico desde o momento em que foi praticado,
de modo que são desconsiderados os efeitos produzidos pelo ato.

 Cassação: é o desfazimento de um ato válido em virtude de descumprimento pelo


beneficiário das condições que deveria manter, ou seja, ocorre quando o administrado
comete alguma falta. Funciona, na verdade, como uma sanção contra o administrado por
descumprir alguma condição necessária para usufruir de um benefício.

 Contraposição: consiste no surgimento de um novo ato com efeitos contrapostos a outro


já praticado.

 Caducidade: é a forma de extinção do ato administrativo em decorrência de invalidade ou


ilegalidade superveniente. Assim, a caducidade ocorre quando uma legislação nova – ou
seja, que surgiu após a prática do ato – torna-o inválido.

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 Convalidação:

Vício sanável

Ausência de lesão ao interesse


Convalidação público

Ausência de prejuízo a terceiros

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO exdusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
exigida em lei

17) Espécies de Atos Administrativos

> Normativo veicula regras gerais e abstratas


>
> Ordinatório

Negociai
I emana do poder hierárquico

autoriza o particular a exercer uma


atividade ou a usar um bem público
>)
> Enunciativo
> contém declaração da Administra çã o quanto
a um fato ou situação
>
> Punitivo
2 impõe penalidades a agentes públicos ou
particulares
>

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Responsabilidade Civil do Estado

18) Responsabilidade Subjetiva

- Teoria da Culpa Administrativa

o Por essa teoria, a culpa é do serviço e não do agente.

o Por essa teoria, a culpa é do serviço e não do agente.

o Aplica-se em três situações

 O serviço não existiu ou não funcionou, quando deveria funcionar;

 O serviço funcionou mal; ou

 O serviço atrasou.

- Teoria da Culpa Civil

 A responsabilidade do Estado depende da comprovação de dolo ou, pelo

menos, culpa na conduta do agente estatal.

Irresponsabilidade
do Estado
•"o Estado não comete erros"
03
>

XI Responsabilidade •baseada na culpa comum
3 com culpa •Estado responde somente se o particular demonstrar
comum que o agente público agiu com culpa
l/l
C
O
Q.
l/l Culpa •Estado responde se houver falha na
OJ prestação do serviço público
administrativa

19) Responsabilidade Objetiva

- Teoria do Risco Administrativo

Aqui está um assunto relevante, inclusive cobrado no último certame do INSS (2022). Por isso,

preste bastante atenção!

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o Basta a relação entre o comportamento estatal e o dano sofrido pelo

administrado para que surja a responsabilidade civil do Estado, desde que o

particular não tenha concorrido para o dano.

o Exige a presença de três requisitos para gerar a responsabilidade do Estado:

 Dano;

 Conduta Administrativa – fato do serviço; e

 Nexo Causal

- Teoria do Risco Integral

 Não admite causas excludentes da responsabilidade civil da administração. Aqui,

o Estado funciona como um segurador universal, que deverá suportar os danos

sofridos por terceiros em qualquer hipótese.

•basta a ocorrência de dano decorrente da


Risco atuaçã o estatal
administrativo •admite exdudentes (ex: culpa exclusiva da
Q) vitima, caso fortuito e for ç a maior )
JZf
O
i/t
•nao admite exdudentes
£Z •aplicá vel a :
O Risco integral * acidentes nucleares
Q
wi
. •danos ambientais
<U terrorismo e guerras contra aeronaves
brasileiras

20) Modalidade de Responsabilidade Civil Adotada do Brasil – Ação do Estado

CF, art. 37, § b - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de servi ços públicos responder ão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

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Friso quo, neste caso, a responsabilidade do Estado depende apenas dos seguintes
elementos:

1} dano

2} existência da conduta estatal

3} nexo de causalidade entre a conduta estatal e o dano

21) Abrangência

Ato lícito OU
ilícito
Agente público Vítima pode ser
atuando nessa usuário ou não do
condição serviço

PJ de direito público Regresso contra o


e PJ de direito
Responsab. responsável
privado prestadora objetiva do (apenas se houver dolo ou
culpa)
de serviços públicos Estado
CF, art. 37, §6°

22) Excludentes e Atenuantes de Responsabilidade (Teoria do Risco Administrativo)

Exdudentes Atenuantes
- caso fortuito

- for ç a maior
- culpa concorrente
- culpa exclusiva da vítima

i - culpa de terceiros

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Poderes Administrativos

23) Poder Vinculado

 É previsto em LEI. O administrador possui mínima ou nenhuma liberdade de atuação.

24) Poder Discricionário

 Regido pelos critérios de conveniência e oportunidade, o chamado mérito administrativo.


A discricionariedade é referente aos motivos e aos objetos dos atos administrativos. A
possibilidade de revogação dos atos administrativos encontra fundamentação no poder
discricionário. Ademais, ele encontra limites na razoabilidade e na proporcionalidade.

25) Poder Hierárquico

 Pressupõe a existência de subordinação no âmbito da mesma pessoa jurídica; visto que


não há hierarquia entre pessoas jurídicas distintas. Os servidores não obedecerão às ordens
manifestamente ilegais; o poder hierárquico possibilita a delegação (regra) e avocação
(exceção - somente possível dentro da mesma pessoa jurídica) de competências.

26) Poder Disciplinar

 Responsável pela possibilidade de punir servidores públicos e particulares com vínculo


jurídico específico com a administração. Em relação ao DEVER de punir, não há
discricionariedade, ela se refere única e exclusivamente a gradação da penalidade. Todos
os atos oriundos do poder disciplinar devem ser motivados, devendo haver a garantia do
contraditório e da ampla defesa quando da aplicação da sanção.

27) Poder Regulamentar

 É exclusivo do chefe do Poder Executivo, que poderá editar atos normativos, quais sejam:

- Decretos de Execução ou Regulamentares e Decretos Autônomos, dotados de generalidade e


abstração.

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- Decretos de execução ou regulamentares: dar fiel execução às leis; não há inovação no


ordenamento jurídico; competência exclusiva do chefe do executivo.

- Decretos autônomos: atos primários com força de lei; competência privativa do chefe do
executivo para legislar sobre: a organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e sobre extinção
de funções ou cargos públicos, quando vagos (art. 84, IV da CF).

28) Poder de Polícia

 Consiste na atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,


interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (art. 78 CTN). Possui caráter normativo,
autônomo e preventivo. Em regra, o poder de polícia é discricionário, porém há exceções,
nos quais os atos serão vinculados, sendo um exemplo a concessão de licença.

29) Ciclo de Polícia

 É composto de 4 fases/etapas:

1) Ordem de Polícia: está presente em todos os atos;

2) Consentimento de Polícia: delegável às pessoas jurídicas de direito privado que façam parte
da administração indireta;

3) Fiscalização de Polícia: delegável às pessoas jurídicas de direito privado que façam parte da
administração indireta;

4) Sanção de Polícia: está presente em todos os atos;

ATENÇÃO: Conforme o entendimento do STJ, o exercício do poder de polícia não pode ser
delegado a entidades privadas.

Prescrição: 5 anos.

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30) Abuso de Poder

Aqui está um assunto relevante, inclusive cobrado no último certame do INSS (2022). Por isso,

preste bastante atenção!

ABUSO DE PODER
EXCESSO DE PODER DESVIO DE PODER
Ocorre quando o agente age fora da Ocorre quando o agente age dentro da sua
sua competência. competência, mas a finalidade é contrária.

Improbidade Administrativa

31) Disposições Gerais

 A Lei de Improbidade Administrativa, aplicável a ilícitos praticados em todas as esferas da


nossa federação, foi alterada em outubro de 2021, pela Lei 14.230.

OQUE
MUDOU?
De modo geral, as 5 principais mudanças para fins de prova são as seguintes:

1) fim da improbidade na modalidade culposa (que antes era possível para os atos
causadores de prejuízo ao erário )

2 ) redução para 3 categorias de atos de improbidade ( com a revoga çã o do art . 10- A, que
tratava da concessão de benef ícios indevidos do ISSQN )

3 ) alterações diversas nas san ções aplicáveis, a exemplo da ampliaçã o dos prazos para a
suspensão dos direitos pol íticos, da redução nos valores das multas e da redução das
sanções para a viola ção a princípio

4 ) unificaçã o e amplia ção do prazo prescricional (todos os agentes passam a se submeter


ao prazo único de 8 anos)

5 ) diversas mudan ças na a ção judicial por improbidade ( que, entre outras modificações,
passa a ser da compet ência exclusiva do Ministério Público )

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| CF, art. 37, § 45 Os atos de improbidade administrativa importar ã o a suspensão dos j


I direitos políticos, a perda da funçã o pública, a indisponibilidade dos bense o ressarcimento j
í ao er ário, na forma e gradaçã o previstas em lei, sem preju í zo da a ção penal cab í vel ,

 Com fundamento no referido dispositivo constitucional, em 1992 foi editada a Lei 8.429,
conhecida como Lei de Improbidade Administrativa – ou LIA, profundamente alterada
no ano de 2021.

Ressarcimento ao er ário
Indisponibilidade dos bens
atos de Suspensã o dos direitos
Improbidade importar ão políticos
administrativa
Perda da função pública
sem prejuízo da ação penal
cabível

 Trata-se de ação judicial de natureza cível.


 Abrange particulares e todas as espécies de agentes públicos.
 O Supremo Tribunal Federal já decidiu que a Lei de Improbidade Administrativa se aplica
aos agentes políticos.

TOME
NOTA!

Os agentes polí ticos, com exceçã o do presidente da República, encontram- se sujeitos a um


duplo regime sancionatório, e se submetem tanto à responsabiliza çã o civil pelos atos de
improbidade administrativa quanto à responsabiliza ção polít í co-adminí strativa por crimes
de responsabilidade.

 Os sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa consistem justamente nas


vítimas diretas destes atos, ou seja, aqueles que podem ser diretamente lesados pelas
condutas ilícitas.

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Nesse sentido , o art . Io, §§ 5° a 7o, da LIA prevê os seguintes sujeitos passivos:

Direta e indireta

Qualquer dos Poderes


Administra çã o publica
O
>
tn da União, dos Estados, dos
í/i
to Municípios e do Distrito Federal
CL
LO
O
que receba subvenção, benefício ou
<L> incentivo, fiscal ou creditíeio, de
LO
entes públicos
entidade privada -a
para cuja criação ou custeio o er ário
haja concorrido ou concorra no seu
património ou receita atual

ressarcimento de prejuízos é /imitado à repercuss ã o do ilícito


sobre a contribuição dos cofres pú blicos

OQUE
MUDOU?
1) A partir da Lei 14.230, nã o há mais diferença acerca do percentual de contribuição do
poder público para a constituição do património ou da receita das entidades privadas.
Havendo qualquer contribuiçã o do poder público, independentemente do percentual, ser á
indistinta mente alcanç ado pela UA. Antedormente, havia uma diferenciação entre mais de
50% e menos de 50% de contribuiçã o do poder público, o que perdeu a relevâ ncia. Entã o,
agora, o percentual de contribuição do poder público não mais interessa, neste aspecto.

2 ) Com a alteração da Lei 14.230, não mais se incluem expressamente, como sujeitos
passivos, as empresas incorporadas ao património público.

 Sujeitos ativos são aquelas pessoas que podem praticar atos de improbidade previstos
na LIA e, assim, estarão sujeitas às suas penalidades.

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Agente público
(sentido amplo)
O
>
(0
equiparado a agente público, convénio, contrato de repasse ou ajuste
pela celebração de equivalente
o
.-e
. a; INDUZIDO à prática do
3
l/l ato de improbidade
desde que
Particular
tenha
CONCORRIDO
dolosamente para o ato

OQUE
MUDOU?
Dentro deste tópico, foram três as mudanç as promovidas pela Lei 14.230:

1) Exclusã o da possibilidade de o terceiro ser considerado sujeito ativo pelo fato de ter se
beneficiado (exige-se que tenha induzido ou concorrido) - art. 3 ?.

2 ) Mencionou - se, expressa mente, sua contribuição dolosa para o ato de improbidade - art .
3? .

3 ) A partir da inserção do parágrafo único ao art. 2? da UA, o legislador equiparou a agente


público o particular que celebra convénio a administra ção pública, ou instrumento
equivalente . Portanto, ele igualmente sujeita-se às san ções por improbidade, como
detalharemos adiante .
32) Atos de Improbidade

 Entre os artigos 9º a 10 da Lei 8.429/1992, o legislador definiu três categorias de atos


de improbidade administrativa, a saber:

Importam enriquecimento ilícito


(art. 92)

Atos de Improbidade Causam prejuízo ao erá rio (art. 10)

Atentam contra os princípios da


Administração Pública (art. 11)

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Enriquecimento ilícito

•receber, para si ou para outrem, comissão, percentagem, gratificação ou


presente de quem tenha interesse na atividade exercida pelo agente púlico
•perceber vantagem económica para facilitar a aquisição ou locação por
preço superior ao valor de mercado
•perceber vantagem económica para facilitar a alienação, o fornecimento ou
locação de bem público por preço inferior ao valor de mercado
• utilizar em proveito próprio, em obra ou serviço particular, qualquer bem
móvel do poder público, bem como o trabalho de servidores públicos ou
terceirizados por elas contratados
•receber vantagem económica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para tolerar prática de qualquer atividade ilídta, como jogos de azar,
narcotráfico e contrabando

• receber vantagem económica para fazer declaração falsa sobre qualquer


dado técnico de obra pública ou serviços contratados pelo poder público,
como medição, quantidade, peso, medida e qualidade

Enriquecimento ilícito
• adquirir, para
si ou para outrem, bens cujo valor seja desproporcional à
evolução do património do agente público ou à sua renda, assegurada a
demonstração da licitude da origem dessa evolução, pelo agente
•aceitar emprego ou exercer consultoria para pessoa de quem tenha
interesse na atividade exercida pelo agente púlico
•perceber vantagem económica para intermediar a liberação de verba
pública
•receber vantagem económica para omitir ato de ofício a que esteja
obrigado
•incorporar ao seu património bens ou valores do património público
•usar, em proveito próprio, bens ou valores do património público

(
.
ft ®;''-
RESUMINDO

atos de improbidade que causam prejuízo ao erário

dolo + dano efetivo e comprovado

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Aula 08

Prejuízo ao erário
• facilitar
ou concorrer por qualquer forma para a indevida incorporação
ao património particular de bens ou valores públicos
•permitir ou concorrer para que pessoa privada utilize bens ou valores
públicos sem a observância das formalidades legais aplicáveis
•doar, ainda que de fins educativos ou assistências, bens ou valores
públicos, sem observância das formalidades legais aplicáveis
•permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou a
prestação de serviço por ente público por preço inferior ao de mercado
•permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado
•realizar operação financeira sem observância das normas legais ou
aceitar garantia insuficiente ou inidônea
•conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades aplicáveis
• frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-
los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva
•ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento
• agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que
diz respeito à conservação do património público

Prejuízo ao erário

•permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça


ilicitamente
•permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, maquinário de
entidades públicas ou o trabalho de servidor público ou terceiros
contratados
•celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades
previstas na lei
• agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na
análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privada
•facilitar a incorporação, ao património particular de valores públicos
transferidos a entidades privadas mediante parceria, sem a
observância das formalidades aplicá veis
• conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que
contrarie as regras referentes ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN)

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Aula 08

— [ Violação de Princípio da Administração


• revelar fatoou circunstância de que tem ciência em razão das
atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a
segurança da sociedade e do Estado
• negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou de
outras hipóteses instituídas em lei

• frustrar o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento


ou de procedimento licitatório, em ofensa à imparcialidade, com
vistas à obtenção de benefício
• deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde
que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
irregularidades
•revelar
ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
económica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço
•descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação
de contas de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas
•nepotismo (nomear cônjuge/companheiro ou parente de até 3° grau para
cargo em comissão/de confiança ou para função gratificada)
•promover enaltecimento do agente público e personalização de atos,
de programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos
públicos (CF, art 37, §1°)

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Aula 08

0.0
OQUE
MUDOU?

1) Tem- se entendido que este rol de hipóteses teria deixado de ser exemplificativo,
passando a ser taxativo, em virtude da exclusã o da palavra "notadamente '' no caput do
art . 11:

Como era? Como ficou após a Lei 14.230/ 2021?


Art. 11. Constitui ato de improbidade
Art 11. Constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios
administrativa que atenta contra os princípios
da administraçã o pública a ação ou omissio
da administraçã o pública qualquer açã o ou
dolosa que viole os deveres de honestidade,
omissio que viole os deveres de honestidade,
de imparcialidade e de legalidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às
caracterí zada por uma das seguintes
instituições, e notadamente:
condutas:

2 ) Além disso, o dever de "lealdade à s instituições", que era mencionado na redação


anterior do art. 11, caput, foi excluído, passando a constar, expressamente, apenas os
deveres de honestidade, imparcialidade e de legalidade :

Como era? Como ficou após a Lei 14.230/2021?


Art. 11. Constitui ato de improbidade
Art. 11. Constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios
administrativa que atenta contra os princí pios
da administração pública a ação ou omissão
da administração pública qualquer açã o ou
dolosa que viole os deveres de honestidade,
missão que viole os deveres de honestidade,
de imparcialidade e de legalidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às
caracter í zada por uma das seguintes
instituições, e notadamente:
condutas:

3 ) 0 legislador ainda deixou claro que s ó é ato de improbidade aquela conduta relevante
juridicamente, isto é, se o ato que lesar de maneira significativa o bem jur ídico tutelado
pela lei de improbidade ( art. 11, §4?), o que parece significar a aplicaçã o do princípio da
insignificâ ncia aos atos de improbidade violadores de princ ípio. Em outras palavras, além
de for mal mente se enquadrar no rol do art . 11, para a aplicação de san çã o é necessá rio
que, materialmente, a conduta seja reprov á vel de modo significativo .

Então, por exemplo, se o agente público revelou fato de que teve ciência em razão do cargo
e que deveria permanecer em segredo ( art. 11, III), mas o " segredo " divulgado não tinha
importância para a Administra ção, em tese seria possível que o agente n ão sofra as sanções
da lei de improbidade.

4) Outra altera ção digna de nota é que a caracterizaçã o do ato de improbidade, nesta
categoria, requer a demonstraçã o objetiva da pr ática de ilegalidade no exercício da fun ção
pública, com a indicaçã o da norma jurídica violada (art . 11, § 3 ? ). Ou seja, em nome da
segurança jur ídica, em uma ação judicial por improbidade, deve- se indicar claramente qual
a norma jurídica violada pelo acusado de violar princípio da Administra ção pública.

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.V.
BIZU
.

concurso
público

frustrar o car á ter sem perda


concorrencial de patrimonial
efetiva
licitação au
chamamento com perda
patrimonial
efetiva

33) Das Penas


Nesse sentido , a Lei de Improbidade Administrativa (LIA) prevê sanções de 3 naturezas2 :

suspensã o dos direitos políticos

perda da função pública e proibição de contratar com o poder


>
público e de receber benefícios fiscais/creditícios

ressarcimento ao erário, multa civil e perda dos bens e valores


acrescidos ilicitamente ao património

RESUMINDO

Comparando as sanções aplic áveis em cada categoria, chegamos ao seguinte quadro:

Enriquecimento ilícito Prejuízo ao erário Violação a princípio

Perda dos bens acrescidos


Perda dos bens acrescidos
ilicitamente (se ocorrer esta
ilicitamente
circunstância)
ressarcimento integral do dano (se houver dano efetivo)

perda da função pública perda da função pública

suspensão dos direitos políticos suspensão dos direitos


de até 14 anos políticos de até 12 anos
multa civil igual ao acréscimo multa civil igual ao dano ao multa civil de até 24 vezes a
patrimonial erário remuneração do agente

proibição de contratar com Poder proibição de contratar com o proibição de contratar com o
Público ou receber benefícios por Poder Público ou receber Poder Público ou receber
até 14 anos benefícios por até 12 anos benefícios por até 4 anos

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34) Da Prescrição

OQUE
MUDOU?
Neste ponto, a reforma promovida pela Lei 14.230 facilitou a vida do concurseiro, pois,
anteriormente, a Lei previa três prazos distintos, a depender da situa çã o espec ífica .
Portanto, houve uma unifica ção dos prazos, que passam a ser todos de 8 anos. Em síntese:

Como era? Como ficou após a Lei 14.230/2021?


- 5 anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança

- prazo prescricional previsto em lei


especifica, nos casos de exercício de cargo 8 anos para todos os casos, contados da
efetivo ou emprego . - ocorrência do fato
• sua cassação, para infrações permanentes
- 5 anos da data da apresentação á da
prestação de contas final no caso de
entidades privadas que recebam benefício do
poder público ou nas quais o poder público
participe com menos de 50%

Organização Administrativa

35) Centralização e Descentralização

 Centralização administrativa: ocorre quando o Estado presta os serviços por meio de seus
órgãos e agentes integrantes da Administração direta, ou seja, que compõem as pessoas
políticas. Dessa forma, os serviços são prestados pelos órgãos despersonalizados
integrantes da própria entidade política.

 Contudo, a entidade política pode optar por transferir a terceiro a competência para
determinada atividade administrativa, caso em que teremos a descentralização.

 Descentralização administrativa: ocorre quando o Estado não executa o serviço por meio
de sua Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado – União,
estados, Distrito Federal e municípios – e a pessoa que executará o serviço, uma vez que
recebeu essa atribuição do Estado.

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o via Lei
* (03Jn por outorga ou
a entidades da Administração Indireta
03 transfere a titularidade e a execução
*
N serviços _ regra: prazo indeterminado
03 ex.: INSS, Dnit, Petrobras

via Ato ou Contrato


C
0) por delegação ou
A particulares
u
(/> transfere apenas a execução do
<D colaboração regra: prazo determinado
O ex.: serviço público de telefonia fixa

36) Concentração e Desconcentração

 A descentralização pressupõe a existência de, no mínimo, duas pessoas distintas: uma que
transfere a competência e a outra que recebe. Não há relação hierárquica entre as pessoas
jurídicas.

 A desconcentração ocorre dentro uma única pessoa jurídica, constituindo uma técnica
administrativa de distribuição interna de competências. Existe relação hierárquica.

Em razão da matéria
.
(Sa úde, Educação, Previdência, etc )
Desconcentraçâo

Por hierarquia

• Mesma pessoa jurídica


.
(ministério, superintendência, delegacia, etc )

Hierarquia ( controle hierárquico)


Técnica administrativa Territorial ou geográfica
Dá origem aos órgã os públicos .
(Norte, Sul, Nordeste, etc )

 O inverso dessa técnica administrativa é a concentração, isto é, a situação em que a pessoa


jurídica integrante da Administração Pública extingue seus órgãos até então existentes,
reunindo em um número menor de unidades as respectivas competências.

37) Administração Direta e Indireta

 A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas


ou federativas (União, estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a

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competência para o exercício das atividades administrativas do Estado de forma


centralizada.

 A Administração Pública Indireta é composta pelas entidades administrativas, que


possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis por executar atividades
administrativas de forma descentralizada.
38) Autarquias

 De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, pode-se conceituar a autarquia como a
“pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei
para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas
do Estado”.

 Diogo de Figueiredo Moreira Neto destaca três elementos essenciais das autarquias:

instituição por lei

personalidade de direito
Autarquias
público
autonomia para prosseguir necessariamente, hão de ser
os fins a ela cometidos fins próprios do Estado

 Características das autarquias:

pessoa jurídica de direito público (segue regime de direito público)


serviço público personificado (prestação de serviços típicos do Estado) -
nã o exploram ativ. económica
criação e extinção mediante lei especifica
.2
D segue regime único de pessoal (predominantemente estatuário)
E
03 responsabilidade civil é objetiva
D bens públicos (imprescritibilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade)
< goza de imunidade tributária
juízo competente será a justiça federal para as autarquias federais

goza de privilégios processuais

 As autarquias agem como se fossem a própria Administração Pública central e, portanto,


gozam das mesmas prerrogativas e restrições que informam o regime jurídico-
administrativo. Ademais, como possuem personalidade jurídica própria, os seus direitos e
obrigações são firmados em seu próprio nome.

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Aula 08

 Os conselhos regionais e federais de fiscalização de profissão, com exceção da OAB, são


autarquias federais.

 O órgão da administração direta exerce sobre a autarquia o denominado controle


finalístico – também conhecido como tutela administrativa ou supervisão (normalmente
chamada de “supervisão ministerial” em decorrência da vinculação com os ministérios).

 O controle finalístico tem como o objetivo de verificação do enquadramento da instituição


no programa geral do Governo e de seu acompanhamento para garantir o atingimento
das finalidades da entidade controlada

 As autarquias sob regime especial são entidades que recebem características próprias do
ordenamento jurídico, em geral com o objetivo de outorgar-lhes maior autonomia em
relação ao ente instituidor. Atualmente, o exemplo mais comum são as agências
reguladoras.

 As autarquias possuem algumas prerrogativas em função da natureza da atividade


desempenhada. Vejamos:
1. imunidade tributária recíproca;
2. impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas;
3. imprescritibilidade de seus bens;
4. prescrição quinquenal;
5. créditos sujeitos à execução fiscal;
6. principais situações processuais específicas.

39) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

 As empresas estatais dividem-se em empresas públicas e sociedades de economia mista.

EP e SEM - características comuns


Cria ção autorizada em lei especifica (CF, 37, XIX)
Personalidade jurídica de direito privado
Exigência de concurso público para contratação de pessoal
Pessoal é regido pela CLT (empregados públicos)
Empregados não detém estabilidade no emprego
Não sujeitas aos tetos constitucionais de remuneração, exceto se
receber recursos or çamentários para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral
Sujeitas ao controle exercido pelos Tribunais de Contas

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Aula 08

 As empresas públicas e sociedades de economia mista podem explorar atividade


econômica ou prestar serviço público.

 Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista são bens privados.
Porém, no caso das prestadoras de serviço público, os bens diretamente relacionados à
prestação do serviço gozam dos mesmos atributos dos bens públicos.

 Vejamos agora as três diferenças entre as empresas públicas e sociedades de economia


mista:

Dimensões Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


ídica
Forma Jur Qualquer forma admitida em Somente sociedade anónima (S/A) ,
direito
Capital Totalmente público. .
Admite capital público e privado
Foro (entidades Em regra, tramitam na Justiça Em regra, tramitam na justiç a
federais) Federal. estadual.

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Princípios da Administração Pública

40) Aspectos gerais

espécie de NORMA JURÍDICA

possuem for ça cogente

maior grau de abstra çã o

aplicam- se a um conjunto amplo de situa ções


Princ ípios -
aspectos gerais
conflito entre dois ou mais princípios

método da ponderaçã o

nã o há hierarquia ou prevalência de um sobre


os outro

.
EXPRESSOS (CF, art 37, caput) x IMPLÍCITOS

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41) Princípios Expressos


Administração deve agir segundo a LEI

diferente dos particulares (tudo se permite, se nào


houver proibição legal)
lei em sentido amplo
B* medidas provisórias
LEGALIDADE exceções estado de defesa
estado de sítio
princ. da juridicidade

seguir o ordenamento jurídico como um todo

atuação deve ter como fim o interesse público


proibidas perseguições ou favoritismos
I princ. MNALIDADt e ISONOMIA
ausência de subjetividade
Princ ípios expressos na CF
publicidade oficial não constar nomes, símbolos ou
IMPESSOALIDADE vedação à PROMOÇÃO imagens que caracterizem promoção pessoal
PfcSSOAL dos agentes

. .
ÉTICA HONESTIDADE, PROBIDADE LEALDADE, BOA -

moralidade administrativa t noção de moral do agente
todos os Poderes e esferas da administração direta e
indireta
nomeações para CC
objeto
designações para FC
MORALIDADE
parentesco até 3o grau da autoridade nomeante
• vedação ao nepotismo (SV 13) [ abrange nepotismo cruzado
nào exige edição de lei formal
nomeação decorrente de concurso público
exceções cargo político (desde que não tenha se baseado
apenas no parentesco)

atos da Administração devem ser TRANSPARENTES

c ômputo dos prazos


permite produção de efeitos externos
viabiliza o controle da conduta dos administradores
segurança da sociedade e do Estado
exceções (sigilo)
PUBLICIDADE defesa da intimidade ou interesse social
condição de EFICÁCIA dos atos administrativos
Publicidade Publicação
Princ í pios expressos na CF
*
PRESTEZA, PERFEIÇÃO e RENDIMENETO funcional
busca de RESULTADOS, PRODUTIVIDADE e redução de
desperdícios
CELERIDADE, QUALIDADE da presta ção dos serviç os
conduta do agente público
dimensões:
i organização da Administração
EFICI Ê NCIA
avalia ção das pol. públicas

Aqui está um assunto relevante, inclusive cobrado no último certame da Receita Federal (2022).

Por isso, preste bastante atenção! Veja a jurisprudência cobrada nesse certame, acerca do

princípio da publicidade:

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De acordo com o princípio da publicidade, esta é a regra, sendo o sigilo a exceção. Assim, já

deciciu o STJ:

(...) 4. No regime de transparência brasileiro, vige o Princípio da Máxima Divulgação: a

publicidade é regra, e o sigilo, exceção, sem subterfúgios, anacronismos jurídicos ou meias-

medidas. É dever do Estado demonstrar razões consistentes para negar a publicidade ativa e

ainda mais fortes para rejeitar o atendimento ao dever de transparência passiva. (...).

[STJ, REsp n. 1.857.098/MS.]

Ou seja, no regime de transparência brasileiro, vige o princípio da máxima divulgação sendo

que a publicidade é regra, e o sigilo, exceção, sem subterfúgios, anacronismos jurídicos ou

meias-medidas.

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42) Princípios Implícitos

PRERROGATIVAS à Administração

8
(superioridade / verticalidade)

interesse público é definido em LEI


Supremacia do interesse público

LIMITES á atuaçã o estatal


NÃ O
dispon ível
vedada renúncia a poderes
Indisponibilidade do interesse público

Necessidade, Adequação e Proporcionalidade da


restrição imposta ao particular

I proibição de excessos

j aspecto SUBSTANTIVO do devido processo legal

Razoabilidade e proporcionalidade controle de LEGALIDADE e LEGITIMIDADE do ato


Princ í pios IMPLÍ CITOS y (não é de m érito)

serviços públicos não podem parar


NÃ O
I
interrompa / dificuldade de greve, encampaçã o e restrição da
exceptio non adimpleti contractus
Continuidade dos serviços públicos

FUNDAMENTOS de fato e de direito que levaram a


uma decisão

Motivação

fundamento da desCENtralização administrativa

Especialidade

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estabilidade das relações jurídicas


vedada aplicação retroativa de nova interpretação ) a
Segurança jur í dica

.
segur jurídica sob o ponto de vista do
administrado (subjetivo)
proibidos comportamentos contraditórios
por parte da Administração j Confian ça legítima

atos da Administração se
presumem verdadeiros e legais
presunção relativa \
inversão do ónus da prova / Presun çã o de legalidade, legitimidade e
veracidade Princ í pios IMPLÍ CITOS

em processos judiciais ou administrativos

Contradit ório e da ampla defesa

administração exerce sobre os próprios atos r


anula os ilegais e revoga atos inconvenientes ou inoportunos \
mediante provocação ou de ofício j Autotutela

verificar a observância do princípio da especialidade

controle finalístico
Tutela (ou controle)

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no caso de riscos graves para a coletividade,


devem ser adotadas medidas preventivas

atuação dos vários órgãos deve ser harmonizada


internamente
evitar o conflito da atuação de uma agência
com a de outra
Coer ência administrativa

toda ação estatal está sujeita a ser


controlada
Princí pios IMPLÍ CITOS
Sindicabilidade

ação estatal tem caráter subsidiário


apenas para as demandas que não puderem ser
atendidas pela própria comunidade

Subsí dí ariedade

impede que penalidades aplicadas a uma pessoa


alcancem terceiros
proíbe aplicação de restrições a uma gestão, por
irregularidades praticadas em outra
Instranscendência

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