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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO
CAMPUS AVANÇADO TANGARÁ DA SERRA

CURSO TÉCNICO EM RECURSOS HUMANOS INTEGRADO AO


ENSINO MÉDIO

Disciplina: Cooperativismo e Associativismo


Prof.ª M.ª Adm.ª Débora Borges dos Santos

Tangará da Serra – MT
2023

COOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO | Prof.ª M.ª Adm.ª Débora Borges dos Santos


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Cooperativismo...

Durante a Revolução Industrial, para atender ao súbito crescimento do mercado consumidor,


a indústria foi marcada pela fabricação de produtos homogêneos em larga escala, por meio de
processos produtivos rígidos. No entanto, o crescimento na oferta de produtos, acompanhado dos
avanços tecnológicos e da intensificação das relações no comércio global acirrou a competição entre
as empresas, impondo a flexibilização dos processos produtivos e administrativos para a adaptação
aos novos padrões de competição (TAVARES, 1992; TAUILE, 1994; GRASEL, 2003;
MAXIMIANO, 2004).
A partir de então as empresas implementaram estratégias que direcionaram à maior
produtividade, diferenciação nos produtos e serviços e agilidade nas decisões e respostas ao
consumidor, cada vez mais exigente. Porém, para se sobressaírem no ambiente competitivo,
precisaram ir além da eficiência produtiva e selecionar novas estratégias para se posicionarem frente
aos seus concorrentes, estabelecendo-se com vantagem competitiva para se expandirem em maiores
espaços comerciais ou em nichos de mercado (PORTER, 1999; 2004).
Cabe frisar que, além das mudanças econômicas, a Revolução Industrial suscitou problemas
sociais e em resposta ao agravamento das desigualdades, o movimento cooperativista ganhou força,
concebido com a proposta de uma nova organização do trabalho, de forma coletiva, visando excluir
a concorrência e o lucro. O movimento se materializou como empresa sem fins lucrativos, mas com
interesses econômico-sociais, dedicada ao bem-estar do cooperado1, com o crescente desafio de
adequar-se ao mercado. Afinal, inseridas em ambiente competitivo, as cooperativas têm a sua
permanência e desempenho condicionados às noções de competitividade aplicadas às demais
organizações, desde que resguardados os seus princípios e natureza social (PINHO, 1966; GAYOTO,
1967; CARBONELL DE MASY, 1979; BENECKE, 1980; BIALOSKORSKI NETO, 2012).
Diante das diversas áreas que o movimento cooperativo atua na economia brasileira, o ramo
agropecuário é o que possui maior número de cooperativas e cooperados no país e também no estado.
Segundo dados da Organização de Cooperativas Brasileiras em Mato Grosso (OCBMT, 2014), o
estado tem 170 cooperativas, 72 destas desenvolvem atividades relacionadas ao agronegócio.
Enquanto o total de cooperativas em Mato Grosso cresceu 14% entre os anos de 2001 e 2011, o
crescimento no ramo agropecuário foi de 85%, com aumento de 14% no número de cooperados e
221% de colaboradores, o que representa 54% dos postos de trabalho em cooperativas no estado.

Texto extraído de: SANTOS, Débora Borges dos. Competitividade Na Agroindústria Cooperativa Láctea no
estado de Mato Grosso. Dissertação (Mestrado em Economia). UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso,
2017.

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Para o cooperativismo, os termos cooperados e associados são sinônimos.

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A necessidade humana de viver em grupos sociais


Você já parou para perceber como sempre estamos envolvidos de alguma forma em algum
grupo de pessoas? Preste atenção, tente se lembrar de quais e quantos grupos você já participou e
participa ao longo da sua vida. Não se lembra ou acha que nunca se socializou de alguma forma?
Duvido! Pense bem!
Será que você nunca frequentou algum grupo de amigos ou conhecidos que se reuniam para
jogar uma partida de futebol ou um dominó, quem sabe trocar umas ideias sobre receitas bem
saborosas, pontos de costura ou mesmo um momento mais reflexivo como um grupo de oração?
Pois é, de uma forma ou de outra, somos constantemente levados a nos reunirmos com os
nossos semelhantes para desenvolvermos alguma atividade. Mas por que será que isso acontece?
Bom, há uma série de teorias que tentam explicar isso. Em geral, há o reconhecimento de que
o ser humano é um eterno insatisfeito. Sempre que ele consegue resolver algum problema, ele parte
para uma nova ordem de necessidades. Essa busca pela satisfação das necessidades faz com que o ser
humano se reúna em grupos, dado que sozinho, dificilmente ele resolveria determinada situação. Quer
um exemplo? Qual é a graça de ter uma bola de futebol e estar sozinho? Você pode até fazer algumas
embaixadinhas, chutar contra a parede e narrar uma simulação de jogada, mas uma hora você cansa
de não ter com quem tocar uma bola, não é? Aí uma companhia faz toda a diferença! Imagine então
dois times em um campo grande, com traves e juiz, aí a coisa fica profissional!
Outro aspecto que empurra o bicho homem para os grupos sociais são as suas limitações e
fragilidades. Diferentemente de outros animais, nós somos seres que não temos a capacidade de voar
como um pássaro, nem a força de um urso, a lã de um carneiro, ou a velocidade de um coelho e tantos
outros atributos naturais de outros animais, o que nos coloca em profunda desigualdade na
comparação de algumas dessas características naturais.
No entanto, através da capacidade de raciocínio e criatividade humana, foi possível, se não
superar, ao menos minimizar essas limitações. Não temos asas, mas já existem diversas formas
humanas para voar (avião, helicóptero, asa delta, ultraleve, kit-surf). Não temos tanto a força de um
urso, mas desenvolvemos máquinas e equipamentos que utilizam a força mecânica para fazer o
esforço que seriam necessários milhares de homens. Não somos capazes de suportar o frio
naturalmente, mas desenvolvemos uma série de mecanismos para nos abrigarmos (vestimentas,
isolamentos térmicos, aquecedores, calefação...). Não somos tão rápidos, mas atingimos velocidades
impressionantes em algum carro, moto ou mesmo avião.
E como será que alcançamos tamanhos avanços na ciência e na tecnologia atualmente?
Certamente foi pela opção de nos reunirmos em grupos e analisarmos um problema, buscando
soluções que individualmente não teríamos a capacidade de conseguir. Lembra do velho ditado que
“Duas cabeças, pensam melhor que uma”? Pois é, é mais ou menos por aí.
Por outro lado, em alguns momentos, temos a necessidade de ficarmos sozinhos, para
estarmos com nós mesmos e encontrar algumas respostas que só estão dentro de nós. Bom, isso é o
que chamamos de individualidade. Entretanto, estar sozinho e estar em grupos são duas necessidades
humanas que se complementam.
Sendo assim, podemos dizer que as pessoas gostam de estar sozinhas, mas vivem em grupos.
Gostam de estar sozinhas porque a solidão permite liberdades que não é possível no grupo. Mas
necessitam do grupo porque nem tudo de que precisam conseguem isoladamente. A associação

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ocorre, portanto, não porque o ser humano é essencialmente gregário2, mas é segregacionista3, é
sectário4, e se agrupa por necessidade de sobrevivência. O grupo, portanto, nasce dos interesses
pessoais e das necessidades dos indivíduos. (CARNEIRO,s/dt, pág.2).

A cultura da cooperação

Cultura é “a maneira dos homens desenvolverem suas práticas sociais refletindo seus modos
de viver, de trabalhar, de morar, de morrer, de se divertir.” Cultura abrange todas as dimensões da
vida, valores, sentimentos, emoções, hábitos, costumes além da promoção e desenvolvimento de
instituições e iniciativas do cotidiano com todas as formas de expressão, de organização e de luta
social (SEBRAE, 2009).
Sobre cooperação, os dicionários definem como “colaboração”, “prestação de auxílio para um
fim comum”, “solidariedade”, estendendo o conceito, podemos dar-lhe o significado de “toda
atividade realizada em conjunto para a solução de necessidades sociais e econômicas”.
Na verdade, a ideia de cooperação surge junto com a necessidade dos seres humanos se
reunirem em grupos. Então, isso significa que a proposta de cooperação existe muito antes da lógica
da competição. Mas como será que mudamos tanto de lá para cá?
Isso é uma longa história, tem a ver com a Divisão Social do Trabalho e a transformação das
unidades produtivas dos camponeses em grandes empresas através da Revolução Industrial, que
transformou e complexificou significativamente o trabalho realizado e as consequentes relações de
trabalho.
O fato é que cá estamos neste mundo moderno altamente competitivo, o que tem sido
relativamente bom para o nosso desenvolvimento material, mas muito negativo quando pensamos em
desenvolvimento humano, pois as pessoas são cada vez menos solidárias e colaboradoras entre si e
muito mais individualistas e desconfiadas. Isso se reflete também fora do ambiente de trabalho,
infelizmente.
Mas para se construir uma cultura de cooperação, tão necessária aos empreendimentos
coletivos como associações e cooperativas, é preciso reforçar algumas das relações que se criam
dentro deste princípio, tais como:

Ética da solidariedade - o bem de um é o bem de todos e o bem de todos é o bem de cada


um.
Partilha do poder - democracia real, onde todos participam das decisões da sociedade.
Propriedade coletiva – dentro de um empreendimento coletivo, o fato de não haver
propriedade individual de bens e/ou equipamentos, não permite a criação de grupos de poder
capitalizados versus não capitalizados.
Equilíbrio com a natureza - a harmonia do grupo tende estender-se à relação com o ambiente
do qual depende a coletividade.
Ao trazer a cooperação como uma nova cultura, há um contraponto com a cultura geral que
prevalece no ambiente dos negócios e na sociedade em geral, tradicionalmente dominados por valores
e práticas que tem a competição como elemento preponderante (SEBRAE, 2009).

2
Diz-se dos animais que vivem em bandos, das plantas que crescem em grande número no mesmo lugar.
3
Que se separa de um todo, que se segrega em grupos específicos.
4
Que segue um determinado partido ou facção.

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Se conseguirmos desenvolvermos uma cultura da cooperação ficará mais fácil o


desenvolvimento de empreendimentos coletivos, dado que, conforme veremos adiante sobre as
características do cooperativismo e associativismo, é preciso de um ambiente propício de acordo com
os valores e princípios desses tipos de empreendimentos coletivos.

Fonte: MUÑOZ, E. Associativismo e Cooperativismo: uma estratégia de organização empreendedora e


solidária. In Cartilha de Formação. Florianópolis: UFSC, 2012.

Responda no seu caderno:

1) Você participa de algum grupo? Quais? Como se sente em relação à ser parte destes grupos?
2) Compartilhe uma experiência de sucesso que alcançou por meio do trabalho em grupo:
3) Na sua opinião, quais são os desafios de trabalhar em grupo?
4) Como sociedade, evoluímos para o individualismo? Onde isso pode nos levar?
5) Você concorda com a afirmação do autor acerca da motivação dos indivíduos para se agrupar?
6) E quanto aos princípios citados no texto, poderiam ser colocados em prática?

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Os Pioneiros de Rochdale
Texto extraído de: Santos (2017)

Pinho (1966) cita que a palavra cooperação vem do verbo latino cooperari, ou seja, operar
juntamente com alguém, etimologicamente significa a prestação de auxílio para um fim comum.
Sustentado na cooperação, o cooperativismo se consolida como a doutrina que visa a renovação
social.
As cooperativas, como dissemos, surgiram no meio capitalista do século XIX como reação
às consequências práticas da livre-concorrência. E a doutrina que se constituiu com base
nessas sociedades, representa uma das numerosas soluções que procuravam atenuar ou
suprimir os desequilíbrios resultantes do liberalismo econômico (PINHO, 1966, p. 31).

Pinho (1966) atribui a formação da cooperativa, tal qual é hoje, às experiências do movimento
socialista utópico, e relata que Robert Owen5, na América do Norte foi o precursor de movimentos
voltados a modificações sociais igualitárias, “visando sempre a eliminação do lucro e da
concorrência” (PINHO, 1966, p. 36), para Owen, causa de todos os males e injustiças sociais. A
autora ainda destaca que tais movimentos foram desacreditados em críticas tecidas por Marx, quando
cita que “[...] o socialismo marxista rejeitou toda e qualquer espécie de solução associacionista,
qualificando-a de “utópica” (grifo da autora)” (PINHO, 1966, p. 38). Bialoskorski Neto (2012)
acrescenta que em meio às discussões sobre os problemas gerados pelo liberalismo econômico e a
nova corrente de pensamento formada pelos socialistas, Robert Owen foi o primeiro autor a usar a
palavra concorrência como antônimo de cooperação.
O cooperativismo como doutrina e forma organizacional não foi inspirado apenas por
economistas e historiadores, mas principalmente pela iniciativa popular. Assim, no ano de 1843,
buscando sair do estado de miséria, pobres operários tecelões ingleses promoveram uma greve, sem
resultados. Foi então que se mobilizaram para colocar em prática algo que lhes permitisse melhorar
as suas condições de trabalho e de vida, e após discutir a possibilidade de maior atuação política ou
até mesmo emigração para outro lugar, começaram a recolher dinheiro com vistas à formação de um
caixa com recursos próprios. Inspirados pelos ideais socialistas utópicos formaram uma sociedade
cooperativa (PINHO, 1966; OCB, 2004; BIALOSKORSKI NETO, 2012; MAPA, 2012).
O ano de 1844 data o surgimento da formação consciente das cooperativas no mundo, quando
da união de 28 pobres tecelões denominados Pioneiros de Rochdale, com 28 libras, forma-se a
primeira cooperativa de consumo: a Rochdale Society of Equitable Pionneers, em Rochdale, distrito
de Lancashire, na Inglaterra (PINHO, 1966; OCB, 2004; BIALOSKORSKI NETO, 2012; MAPA,
2012). Sob a influência Owenista, seu estatuto propõe bases éticas e econômicas, tais como
distribuição de educação e de governo. Foi o marco do cooperativismo moderno no mundo, “se
expandiu rapidamente e, em 1850, criou uma cooperativa de produção industrial, um moinho e, em
1854, uma tecelagem e fiação” (MATTOS e SANTOS, 2013, p.124). No mesmo ano foram fundadas
cooperativas de crédito na Alemanha e Itália.
Mediante a rápida propagação do cooperativismo, foram instituídos os princípios regentes
para o sistema, que influenciados por valores de fraternidade, igualdade, liberdade e solidariedade,
regem as cooperativas até os dias de hoje: (i) Associação livre e voluntária; (ii) Controle democrático

5
Robert Owen (1772-1858) era um socialista utópico, natural da Inglaterra e de origem modesta, chegou a coproprietário
e diretor de importantes tecelagens de New Lanarck, quando iniciou obras na tentativa de promover reformas sociais
(PINHO, 1966).

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dos membros; (iii) Participação econômica dos membros; (iv) Autonomia e independência; (v)
Educação, treinamento e informação; (vi) Cooperação entre cooperativas e (vii) Preocupação com a
comunidade (PINHO, 1966; CARBONELL DE MASY, 1979; OCB, 2004; BIALOSKORSKI
NETO, 2012; MAPA, 2012; MATTOS e SANTOS, 2013; CECHIN, 2014).

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Lembre-se de um princípio do qual você não abre mão:

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Por que é importante ter as suas ações norteadas por esse princípio?

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Princípios Cooperativistas

Falemos sobre precariedade:

• Tudo é precário. A vida, o tempo, a vontade, o sonho, o medo, o ódio, as


esperança, as paixões, tudo acaba, e às vezes, de repente. Daí a
necessidade de ser ágil. Mas veja, princípios são eternos e se
sobrepõe a precariedade.

E a pendularidade?

• Tudo muda: expectativas, ambições, vaidades. E nada é errado, se for


equilibrado. Até a vaidade humana tem suas medidas. Mas não se pode
transgredir com princípios. Os ciclos da história são marcados pelo
pêndulo da vontade coletiva. Mas os princípios lá estão, imutáveis!

E a relatividade?

• Nada mais relativo do que a sensação térmica. Calor e frio. Se três


pessoas receberem uma mesma mensagem, vão transmiti-la
diferentemente. Tudo é relativo?

Princípios não são relativos...

E o cooperativismo tem princípios!

Fonte: Rodrigues (2008)

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Valores Cooperativistas
Extraído de Sicredi (2015)

Liberdade: As cooperativas são sociedades de livre adesão, pois cada pessoa escolhe se
associar ou não, por vontade própria. Os associados também têm igual liberdade de se manifestar e
de se retirar do empreendimento, sempre que respeitadas as regras estabelecidas coletivamente.

Solidariedade: Relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns, de


maneira que cada elemento do grupo se sinta na obrigação moral de apoiar o outro. Na sociedade
cooperativa, os associados são solidários, ajudam-se mutuamente e cooperam para fazer o seu
empreendimento crescer.

Equidade: Garantia de direitos e deveres sociais e econômicos entre os associados de uma


cooperativa, de forma justa e igualitária para todos.

Responsabilidade: Cumprimento dos deveres e obrigações comuns por parte de todos os


associados, visando-se à viabilidade do empreendimento cooperativo, em que cada cooperado é
igualmente responsável pelos seus atos, pela sua participação e pelo cumprimento das regras de
convívio e decisões coletivas.

Democracia: Direito de opinar e decidir democraticamente, garantido aos associados por


meio de voto, sobre os rumos da sua cooperativa, sem sofrer qualquer tipo de discriminação, e
respeitando as decisões eleitas pela maioria.

Igualdade : Evita qualquer tipo de distinção ou preconceito entre os associados. Todos têm
direitos e obrigações iguais e merecem o mesmo tratamento, independente de crença, religião,
ideologia, sexo, cor, gênero, condição socioeconômica, idade ou qualquer outro aspecto.

Honestidade: Compromisso com a verdade e a não omissão. Honradez, dignidade e retidão


em relação aos valores éticos socialmente aceitos na cooperativa.

Transparência: Clareza em relação às atividades, gestão, regras, dados e números da


cooperativa, de modo que todos os associados tomem conhecimento sobre o seu empreendimento.

Responsabilidade socioambiental: Compromisso do empreendimento cooperativo com o


bem-estar da comunidade, o desenvolvimento social e econômico e a proteção do meio ambiente, na
sua área de atuação.

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Princípios Universais do Cooperativismo

1
Adesão voluntária e livre:

2
Gestão democrática pelos sócios:

3
Participação econômica dos sócios:

4
Autonomia e independência:

5
Educação, formação e informação:

6
Intercooperação:

7
Interesse pela comunidade:

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A Expansão do Movimento Cooperativista


Segundo Benecke (1980) a presença de grupos de cooperação é necessária para evitar a
polarização econômica e social. Nesse sentido, Bialoskorski Neto (2012) explica que a pretensão
inicial do movimento cooperativista é transformar o sistema econômico de livre mercado por meio
da cooperação, sobre a premissa de que o mercado não basta para assegurar o preço considerado justo.
Para Benecke (1980), a expansão do cooperativismo é fundamental para o desenvolvimento
econômico e social de um país. Afinal:
• Melhora a situação econômica e social das pessoas que tem recursos e possibilidades
limitadas, fomentando o seu espírito de iniciativa;
• Incrementa os recursos pessoais e o capital nacional mediante estímulos da poupança,
supressão da usura e utilização apropriada do crédito;
• Promove o controle democrático da atividade econômica e a distribuição equitativa dos
excedentes;
• Ajuda a elevar o nível de instrução geral e técnica dos seus associados.

O Símbolo do Cooperativismo

Círculo = Eternidade da vida. Não há princípio nem fim.


Pinheiro = Imortalidade, perseverança e fecundidade.
Verde Escuro = O princípio vital da natureza. Necessidade de manter o equilíbrio ambiental
Amarelo = O sol, fonte de luz e riqueza.
Os dois pinheiros = A necessidade de união e cooperação.

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O Pensamento Cooperativista Contemporâneo


Texto adaptado de Valadares (2016)

Ao longo de anos, ao estudar o cooperativismo, a grande preocupação era compreender e tentar


reproduzir o sucesso dos pioneiros de Rochdale, no entanto, alguns autores afirmam que algumas
cooperativas surgiam com a esperança de que seria possível eliminar a concorrência a partir da
cooperação. Assim todos os associados teriam suas expectativas econômicas e sociais atendidas, como
se por um passe de mágica. Mas o que se viu foram várias cooperativas fracassando e sendo liquidadas
e então, diante da complexidade imposta pelo ambiente competitivo em que as cooperativas estão
inseridas, chega-se à conclusão de que a empresa cooperativa precisa ser eficaz, para tanto, deve
moldar-se às regras do mercado.
Ao formular uma Teoria Econômica do cooperativismo, denominada Teoria de Munster, em
alusão a Universidade de Munster, onde foi desenvolvida, os pesquisadores chegam a conclusões que
se contrapõem a visão até então “romântica” do cooperativismo. Pinho (1966) comenta as conclusões
da teoria:
• embora permita que, ao se unirem, os mais fracos se fortaleçam e ganhem espaço na economia
competitiva, a cooperação não elimina o interesse pessoal e nem mesmo a concorrência;
• os associados vão aderir à ação solidária quando perceberem que é mais vantajosa do que a ação
individual, pois buscam satisfazer os seus interesses individuais. Daí a necessidade de equilíbrio
entre o individual e o coletivo;
• independente das unidades econômicas dos associados, algumas cooperativas adquirem a sua
própria importância econômica;
• diante da oportunidade de atender aos seus próprios interesses, os dirigentes da cooperativa
(conselheiros de administração, diretores e gerentes) podem negligenciar o interesse coletivo,
daí a necessidade de fiscalização constante e estabelecimento de controles institucionalizados,
capazes de impedir essas possíveis ações. O ideal é que os interesses pessoais dos dirigentes
estejam alinhados com os interesses dos associados, proporcionando-lhes melhores resultados,
e que suas rendas e prestígio aumentem na proporção do sucesso da cooperativa;
• a solidariedade e a lealdade devem ser traduzidas por meio das normas estatutárias e contratuais,
proporcionando assim a lealdade legítima e não a solidariedade e confiança cegas;
• por fim, a cooperativa deve agir para alinhar interesses individuais e coletivos, afinal, os
interesses econômicos e sociais os indivíduos serão realizados por meio do sucesso do
empreendimento coletivo.
Desta forma, podemos afirmar que o ideal é que as empresas sejam organizadas pela ação
coletiva, norteadas por princípios e valores cooperativistas, mas regidas por um esquema organizatório
eficiente, capaz de competir com empresas não cooperativas, afinal, as cooperativas visam a
transformação social por meio do resultado econômico, mas isso não significa que estão em contradição
com a economia competitiva. Para tanto, devem profissionalizar e modernizar a sua gestão, oferecer
produtos de qualidade, aplicar inovações tecnológicas e adaptar-se as rápidas mudanças no mercado.

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Responda as questões após ler os casos apresentados por COOK e ZWANENBERG:

1) Qual é a crítica de Bottcher à teoria inspirada nos princípios Rochdaleanos?


2) Apesar de críticas sobre a visão rochdaleana, as cooperativas são encaradas como
solução a vários dos mais sérios problemas do final deste século, quais são eles?
3) Ao criticar o modelo cooperativista rochdaleano, qual é a proposta dos autores?
4) Explique os pressupostos da Teoria de Munster:

5) Na sua opinião há um olhar romântico sobre a gestão de cooperativas?


6) Você concorda que é difícil conciliar os interesses de mercado e o modelo de negócio
cooperativo?
7) Quais são os pontos fracos das cooperativas, citados por Cook? E qual foi a solução adotada?
8) Quais são os gargalos do cooperativismo lácteo apresentados por Zwaneberg (1997)?

COOK, M. Nova Geração de Cooperativas. In: XI Congresso Brasileiro de Cooperativismo.


Anais...Brasília: OCB, 1997.
ZWANENBERG, A. European Dairy Cooperatives Developing New Strategies. Utrecht,
Holanda: Rabobank, 1997. 231 p.

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Em sua conferência no XI Congresso Brasileiro de Cooperativismo, o prof. Michael COOK1,


analisando o cooperativismo agropecuário norte-americano, assinala a semelhança da crise e dos processos de
modernização do cooperativismo ligado à agricultura em diversos países de agricultura avançada. Em sua
discussão, importante para o entendimento da situação atual do cooperativismo agropecuário mundial, e em
particular do caso brasileiro, COOK afirma que:
“a partir de 1983, os Estados Unidos presenciam uma das piores crises que seu setor agrícola já enfrentou.
Com a chamada Depressão Agrícola, as cooperativas de produtores perdem grande parte de sua importância
econômica; até 1989, a participação das cooperativas na comercialização de produtos agrícolas cai para
cerca de 25% do total norte-americano, enquanto que a fatia ocupada na venda de insumos para produção
também decresce, para um igual montante de 25%.
Esta nova situação provoca uma parada para reflexão nas empresas cooperativas. Os líderes destas
empresas passam a tomar ciência dos novos desafios que o sistema cooperativista deveria enfrentar para
sobreviver num novo ambiente, muito mais hostil a suas empresas.
O novo contexto que se apresentava significava a industrialização cada vez maior dos produtos de origem
agropecuária, a globalização crescente dos mercados, com consequente aumento da concorrência nos
diversos setores de atividade, inclusive no setor agrícola.
Outro fator perceptível neste novo ambiente é a intensificação do uso de capital nos sistemas
agroalimentares, com novas tecnologias e processos de produção mecanizados e altamente demandantes de
recursos financeiros.
O desafio destinado às cooperativas de produtores rurais dizia respeito à inabilidade intrínseca destas
empresas em evoluírem como organizações originalmente defensivas em suas estratégias para uma atuação
mais agressiva de mercados, fazendo frente a empresas de capital aberto.
A inabilidade inerente às empresas cooperativas neste novo ambiente estava muito relacionada às
características naturais das maiorias das cooperativas no mundo. Originalmente constituídas por produtores
rurais, que procuravam uma melhor condição de comercialização de sua produção e de compra de insumos
e produtos, as cooperativas sempre carregaram como principais características a tradição, o gerenciamento
ineficiente de seus negócios empresariais e a dificuldade de adoção de novos modelos de administração,
graças a uma mentalidade tradicionalista e até mesmo retrógrada de seus dirigentes, em sua totalidade
produtores rurais.
Além disso, questões institucionais tratavam de dificultar ainda mais o processo evolutivo das cooperativas,
já que os princípios legais, nos quais se baseavam estas empresas, eram elementos desestimuladores da
participação do capital de terceiros neste empreendimento.
Desta forma, cooperativas originalmente formadas para defenderem seus associados, produtores rurais, do
elevado poder de barganha das empresas com os quais estes estabeleciam relações, baseavam-se em
premissas como, por exemplo, o limitado retorno sobre o capital nelas investido e o controle democrático,
que afastavam o capital de risco, proveniente de terceiros e necessário para estabelecimento de novos
investimentos na atividade da empresa. Desta forma, a única opção para as cooperativas foi a de
capitalização através de lenta aquisição de capital via retenção de lucros da própria empresa, em detrimento
ao capital proveniente de fora da cooperativa.
Mais do que um fenômeno local particular às cooperativas norte-americanas, o fato descrito pode ser
generalizado como comum às cooperativas da maioria dos países de agricultura avançada. Dentre eles,
podem ser citados a Austrália, a Argentina, o Canadá, a África do Sul, os países europeus de forma geral e
também o Brasil.”

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Em seu estudo sobre o cooperativismo de leite na Europa, ZWANENBERG 1 analisa os desafios


principais que aquelas cooperativas têm que enfrentar nos anos noventa: (i) a escolha de produtos e de
mercados, (ii) as estratégias de captação de leite, (iii) o financiamento das atividades empresariais, e (iv) as
condições e exigências para a associação de produtores rurais.
No caso europeu, ZWANENBERG ressalta que a situação no mercado de produtos lácteos mudou
nas últimas décadas e ainda tem modificado consideravelmente devido a alterações na situação política na
Europa, nos padrões de consumo e nas preferências do consumidor e na reorganização do setor de varejo.
Do ponto de vista das políticas agrícolas, a indústria de leite foi e tem sido confrontada com as repercussões
de acordos políticos e de concessões como a liberalização do comércio mundial (GATT), diminuição dos
subsídios para processamento e exportação de produtos lácteos para países não europeus (Common
Agricultural Policy, CAP) e a crescente preocupação e intervenção governamental em questões relacionadas
a controle ambiental. Essas mudanças têm provocado impactos diretos tanto a nível da propriedade rural
quanto a nível das estruturas empresariais de processamento industrial do leite.
Mudanças nas políticas governamentais, na demanda do consumidor, no comércio varejista
internacional, nas tecnologias de produção a nível de fazenda e a nível da indústria têm provocado a
necessidade de reconsiderar as estratégias empresariais usualmente aceitas pelas cooperativas de leite.
Atualmente, as cooperativas de leite europeias não só analisam se estão produzindo os produtos
certos para os mercados certos, mas também avaliam e testam novas estratégias de captação de leite, sua
estrutura e seus métodos de financiamento das atividades bem como as relações empresariais entre os
produtores rurais associados e a cooperativa processadora de leite.
O estudo de ZWANENBERG enriquece a discussão sobre o moderno cooperativismo mundial,
independentemente do tipo de cooperativa, e não somente no caso europeu, à medida em que considera os
quatro aspectos estratégicos como necessários e passíveis de serem trabalhados simultaneamente. Em todos
os tipos de cooperativas observa-se a necessidade de desenvolver novas formas de ação no mercado, de
gestão de captação dos insumos dos cooperados (leite – no caso agropecuário; depósitos – no caso de crédito;
trabalho especializado – no caso do cooperativismo médico; etc. ), de financiamento das atividades e novas
formas de relacionamento entre o cooperado e sua cooperativa.
A cooperativa deve evitar o foco nos interesses da unidade de produção de produtos ou serviços
associados à cooperativa, mas também o foco nos interesses exclusivos do mercado. Ou seja, trata-se de
desenvolver uma estratégia empresarial que responda à questão: como as cooperativas podem combinar o
desenvolvimento de novas estratégias para seus negócios empresariais com a manutenção de uma
organização verdadeiramente associativa/cooperativa?

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COOPERATIVISMO NO BRASIL
No Brasil, o advento da Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, apresenta a adequada
flexibilidade à renovação e modernização estrutural das cooperativas brasileiras, possibilitando sua
atuação como empresas modernas e dinâmicas. Operações com terceiros, atualização dos valores do
ativo imobilizado, participação em sociedades-não-cooperativas, públicas ou privadas, por exemplo,
são algumas das atividades propiciadas por este instituto legal.
Concomitantemente, florescem nos centros urbanos novas categorias cooperativistas para
atender às múltiplas necessidades da população. As cooperativas de trabalho, especialmente,
multiplicam-se com intensidade significativa em atividades as mais heterogêneas, gerando emprego
ou reunindo grupos de profissionais, desde técnicos altamente especializados até mão-de-obra
semiqualificada; as cooperativas de economia e crédito-mútuo; as cooperativas de crédito rural; as
cooperativas de eletrificação e telefonia rural; as cooperativas habitacionais, etc.

Número de Cooperativas, Cooperados e Empregados, por Segmento

Fonte: OCB (2018)

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Órgãos de Apoio ao Cooperativismo


a) OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras
Foi criada em 1969, durante o IV Congresso Brasileiro do Cooperativismo realizado em Belo
Horizonte, substituindo as duas entidades então existentes, que eram a ABCOOP – Associação
Brasileira de Cooperativas, e a UNASCO – União Nacional de Cooperativas, por decisão das próprias
cooperativas, representando todos os seus ramos.
Em 1971, a Lei 5.764 oficializou essa forma de representação, como órgão técnico consultivo
responsável pela promoção, fomento e defesa do sistema cooperativista, em todas as instâncias
políticas e institucionais. É de sua responsabilidade também a preservação e o aprimoramento desse
sistema, o incentivo e a orientação das sociedades cooperativas.
Missão: Promover um ambiente favorável para o desenvolvimento das cooperativas
brasileiras, por meio da representação político-institucional.

b) SESCOOP - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo


Foi criado pela Medida Provisória nº 1.715, de 03 de setembro de 1998, para viabilizar a
Autogestão do Cooperativismo Brasileiro, e pelo Decreto 3.017, de 06 de abril de 1999.
O Sescoop operacionaliza o monitoramento e o controle da gestão de cooperativas; investindo
continuamente na capacitação e na promoção social dos associados, dirigentes e funcionários,
auxiliando na implantação definitiva da Autogestão.
O Sescoop tem, ainda, o objetivo de assessorar o Governo Federal em assuntos de formação
profissional e gestão cooperativista e de contribuir para a formulação de políticas adequadas à criação
de postos de trabalho e geração de renda pelo cooperativismo.
A fonte principal de receita do Sescoop é a contribuição mensal compulsória de 2,5% sobre
o montante da remuneração paga pelas cooperativas aos funcionários. Essa contribuição, antes da
criação do Sescoop, era recolhida pelas cooperativas para outras instituições (Senai, Sesi, Senac, Sesc,
Senat, Sest, Senar, Sebrae).

c) ACI – Aliança Cooperativa Internacional


Surgiu em 1895, sendo uma organização não governamental que agrega cooperativas dos
cinco continentes, com sede em Genebra (Suíça).
Tem como objetivo fortalecer o cooperativismo no mundo inteiro, estimulando a integração
do Sistema Cooperativo e atualizando os Princípios do Cooperativismo e zelando pela preservação
dos seus Valores.
Deve também incentivar a propagação da Doutrina, Filosofia e Educação Cooperativista.

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MAS AFINAL, O QUE É E COMO FUNCIONA UMA


COOPERATIVA?
Texto adaptado de Muñoz

Com base em Cenzi (2009), podemos ainda definir cooperativa como uma organização
empresarial de caráter auxiliar, por cujo intermédio uma coletividade de produtores, consumidores
ou poupadores promove, em comum, com base no associativismo e em uma série de valores e
princípios, a defesa de suas economias individuais.
A cooperativa é uma associação autônoma de pessoas, unidas voluntariamente para atender
necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade
coletiva e de controle democrático dos associados. E se diferencia dos demais tipos de sociedades por
ser, ao mesmo tempo, uma associação de pessoas e também um negócio.
Objetivos do Cooperativismo

• Aumentar a renda de seus cooperados, retendo aos mesmos a “mais valia” que, numa relação
de trabalho capitalista, fica em poder do empregador.
• Realizar a justiça social, praticando preços justos e eliminando o lucro do intermediário.
• Melhorar as condições de trabalho, na medida em que as cooperativas transformam
empregados, produtores, profissionais liberais e outros, em empresários; que determinam em
comum e democraticamente as regras de atuação;
• Promover os trabalhadores, pois esses, ao adquirirem o status de empresários, tornam-se
autogestores de suas próprias atividades. Esse status demanda, por parte dos cooperados, um
permanente programa de capacitação e de promoção, fator exigido pelo sistema
cooperativista.
• Oferecer aos cooperados, na prática, o respeito à liberdade, à democracia, à igualdade e à
solidariedade.

A Conquista da Autogestão
A Constituição Federal, promulgada em 1988, definiu a autogestão como uma importante
conquista do movimento cooperativista brasileiro. Isto quer dizer que o Estado não pode interferir no
sistema cooperativista, a não ser para prestar apoio técnico e ou financeiro.
No cooperativismo brasileiro os associados, seus líderes e representantes têm total
responsabilidade pela gestão e fiscalização das cooperativas. Pela lei, as cooperativas são livres para
nascer e organizar suas atividades e formas de representação, tendo sempre por base os princípios e
valores que as caracterizam – solidariedade, ajuda mútua, honestidade, democracia e participação.

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A EMPRESA COOPERATIVA
Texto extraído de Santos (2017)

Pinho (1966) explica que a cooperativa é uma sociedade organizada de forma democrática,
“sem interesse lucrativo e com fins econômico-sociais” (PINHO, 1966, p.9), pois além do resultado
econômico, realiza programas educativos e sociais. A autora salienta que se trata de uma sociedade
de pessoas e não de capital. Carbonell de Masy (1979) acrescenta que o objetivo principal da
cooperativa é atender às necessidades dos associados.
Benecke (1980) resume a dupla natureza da empresa cooperativa ao citar que é por um lado
um “instrumento econômico com consequências sociais” (BENECKE, 1980, p. 82), quando atua
voltada a sua eficácia econômica e alcança resultados sociais ao impactar positivamente a
comunidade e os seus sócios. E, por outro lado um “instrumento social com consequências
econômicas” (BENECKE, 1980, p. 82), concebida como uma comunidade de pessoas, que se coloca
a serviço dos interesses dos sócios, e proporciona-lhes resultados econômicos.
Segundo o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2012), cooperativa
é:
Uma associação autônoma de no mínimo vinte pessoas, unidas voluntariamente para atender
necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de
propriedade coletiva e de controle democrático dos associados. As empresas cooperativas
estão baseadas em valores de ajuda mútua, responsabilidade, solidariedade, democracia e
participação. Tradicionalmente, os cooperados acreditam nos valores éticos de honestidade,
responsabilidade social e preocupação com o próximo. A cooperativa se diferencia dos
demais tipos de sociedades por ser, ao mesmo tempo, uma associação de pessoas e também
um negócio (MAPA, 2012, p. 12).

Em relação ao lucro, Bialoskorski Neto (2012) explica que é abolido na cooperativa, pois a
legislação classifica seus resultados de exercício como “sobras”, que podem ser distribuídas pro rata,
de acordo com as operações de cada associado.

Nas cooperativas, há uma noção de direito comum de propriedade, enquanto nas “firmas de
capital”, esse direito é individual, com fronteiras claramente definidas, sendo o proprietário
do capital aquele que tem direitos residuais aos rendimentos da empresa (BIALOSKORSKI
NETO, 2012, p. 32)

Sua arquitetura é explicada por Knutson (1966) apud Bialoskorski Neto (2012), ao comparar
a firma de capital agro processadora a uma empresa cooperativa a partir dos modelos:

Equação 1 – Firma agro processadora


𝐿 = 𝑃𝑦 𝑌 − 𝑃𝑖 𝑋𝑖 − 𝑃𝑚 𝑀 − 𝐹 (1)

Onde L é o lucro da firma, Py é o preço pago pelos seus produtos processados, Y é a


quantidade de produtos, Pi é o preço do insumo i, Xi a sua quantidade, Pm é o preço pago ao agricultor
rural pelo seu produto agrícola à ser processado, M a quantidade e F os custos fixos.

Equação 2 – Firma cooperativista


𝑃𝑚 𝑀 = 𝑃𝑦 𝑌 − 𝑃𝑖 𝑋𝑖 − 𝐹 (2)

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As equações evidenciam a diferença de postura entre a firma de capital que tende a


maximização do lucro, e a cooperativa que busca maximizar os ganhos do produtor associado, de
forma que nessa arquitetura as estratégias são feitas com foco no cooperado.
Bialoskorski Neto (2012) acrescenta que em determinadas situações de imperfeição de
mercado, a sua coordenação pode ser substituída pela cooperação, desde que realizada de forma
eficiente, por tratar-se de uma forma de organização empresarial capaz de propiciar o bem-estar de
diversos agentes. Para tanto, na dupla natureza da cooperativa citada por Benecke (1980), a função
econômica precede a função social, pois “a experiência demonstra que as cooperativas cumprem sua
possível função social somente depois de haverem obtido êxito em sua atividade econômica”
(BENECKE, 1980, p.82).
Nesse sentido, Carbonell de Masy (1979, p.21) destaca que “Não é missão do cooperativismo
manter explorações econômicas inviáveis ou inadaptadas às exigências do mercado”. No caso das
cooperativas agroindustriais, o autor alerta que a partir do momento que o produto agrícola se estende
à industrialização e distribuição, o seu êxito demanda requisitos que não se diferem de uma empresa
não cooperativa.
Cechin (2014) propõe que, para lidar com as exigências do mercado e se tornarem
competitivas, as cooperativas busquem a profissionalização e capacitação gerencial, a fim de que a
gestão seja feita com competência. E sob esse ponto, Carbonell de Masy (1979) cita que orientar-se
para o mercado implica lidar não apenas com os conflitos externos, mas até mesmo dentro da
cooperativa, intensificados pela divergência nos interesses da empresa e das pessoas envolvidas.
Torna-se essencial vencer dois obstáculos na cooperativa: o Conselho de Administração não respeitar
a autonomia do gerente, ou se limitar ao formalismo de sua função, sem exercê-la com autoridade,
enquanto o gerente detém poder em excesso.

A Gestão da empresa Cooperativa


A gestão da empresa cooperativa é exercida pelos seus associados, eleitos em assembleia
geral, com um mandato que varia de 3 a 4 anos, de acordo com a legislação cooperativista e estatuto
vigente. Com a união de suas forças, os associados podem ser competitivos e atuantes no mercado
globalizado, desde que tenham qualidade, preço e pontualidade em seus produtos e serviços. No
entanto, a cooperativa só terá retorno positivo se houver participação, responsabilidade e
profissionalismo de todos os associados, pois são eles os seus proprietários.

Adesão de Novos Associados


Segundo os Princípios do Cooperativismo, o ingresso das pessoas numa cooperativa é livre a
todos que desejam fazer uso dos serviços prestados pelo empreendimento cooperativo, desde que
atendam aos pré-requisitos legais, estatutários e ao regimento interno. Cabe à Diretoria Executiva
analisar e avaliar minuciosamente a proposta de adesão de cada candidato.
A realização de cursos sobre cooperativismo, o estudo da legislação cooperativista, a análise
do estatuto e do regimento interno, o conhecimento da estrutura e do funcionamento da cooperativa,
dos direitos e dos deveres do associado, são pré-requisitos para uma adesão consciente. O associado
deve ser reconhecido, levando em consideração seus valores morais, culturais e qualidades que fazem
parte de sua personalidade.

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A cooperativa que tem o seu quadro social organizado, participativo e fiel, tem também
maiores chances de obter sucesso em seus empreendimentos, pois associados infiéis, oportunistas,
acomodados e não participativos prejudicam o bom desenvolvimento da cooperativa.

Empreendimento Cooperativo X Empresa Mercantil

É importante observar as diferenças marcantes entre os empreendimentos cooperativos e as


empresas mercantis:
COOPERATIVA EMPRESA
Sociedade de pessoas Sociedade de capital
O cooperado é dono e usuário da sociedade Os sócios vendem seus produtos e serviços a uma
massa de consumidores
Não objetiva lucro Maximiza lucro
É democrática: cada sócio, um voto Quanto mais ações, maior poder de voto
As quotas-partes são intransferíveis a As quotas-partes são transferíveis a terceiros
terceiros
Afasta os intermediários Muitas vezes são os próprios intermediários
Aberta à participação de novos sócios Limita por vezes a quantidade de acionistas
Promove a integração entre as cooperativas Promove a competição entre outras empresas
Defende preços justos Defende o maior preço possível
Os resultados retornam aos sócios de forma Os resultados retornam aos sócios de forma
proporcional às operações proporcional ao número de ações
O compromisso é educativo, social e O compromisso é econômico.
econômico.
Fonte: Adaptado de Brasil/ MAPA (2008)

Classificação das Sociedades Cooperativas

a) Singular ou de 1º grau
Objetivo: prestação direta de serviços aos associados.
Constituída por um mínimo de 20 pessoas físicas.
É permitida a admissão, em caráter de exceção, de pessoas jurídicas, com as mesmas ou correlatas
atividades econômicas das pessoas físicas.
b) Central e Federação ou de 2º grau
Objetivo: organizar em comum e em maior escala os serviços das filiadas, facilitando a utilização
recíproca dos serviços.
Constituída por, no mínimo, três cooperativas singulares.
Pode, excepcionalmente, admitir pessoas físicas.
c) Confederação ou de 3º grau
Objetivo: organizar, em comum e em maior escala, os serviços das filiadas.
Constituída de, no mínimo, três cooperativas centrais e ou federações de qualquer ramo.

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Áreas de Atuação da Cooperativa


As cooperativas são classificadas em Ramos, de acordo com o segmento onde atuam.
1. Agropecuário
Composto por cooperativas de produtores rurais e de pesca, cujos meios de produção
pertençam ao associado. É um dos ramos com maior número de cooperativas e associados no Brasil,
pois o leque de atividades econômicas abrangidas por esse ramo tem participação significativa no
PIB nacional. Essas cooperativas geralmente cuidam de toda a cadeia produtiva, desde o preparo da
terra até a industrialização e comercialização dos produtos.
2. Consumo
Composto por cooperativas dedicadas à compra em comum de artigos de consumo para seus
associados. A primeira cooperativa de consumo no mundo surgiu em Rochdale, na Inglaterra, no ano
de 1844. No Brasil a primeira cooperativa de consumo foi organizada no ano de 1889, em Minas
Gerais, com o nome de Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto.
3. Crédito
Composto por cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou
empreendimentos dos seus associados. A cooperativa mais antiga em funcionamento no Brasil é a
Cooperativa de Nova Petrópolis Ltda – Sicredi Pioneira, no Rio Grande do Sul, que completou, em
2002, cem anos de existência.
4. Educacional
Composto por cooperativas de professores, de alunos de escola agrícola, de pais de alunos ou
por cooperativas de atividades afins. No Brasil este ramo surgiu em Itumbiara (GO), em dezembro
de 1987.
5. Especial
Composto por cooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas ou que se
encontram em situação de desvantagem nos termos da Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999.
6. Habitacional
Composto por cooperativas destinadas à construção, manutenção e administração de
conjuntos habitacionais para seu quadro social. O maior complexo de construções do Ramo
Habitacional no Brasil fica em Águas Claras, no DF.
7. Infraestrutura
Composto por cooperativas cuja finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro
social com serviços de infraestrutura. As cooperativas de eletrificação rural, que são a maioria,
geralmente são repassadoras de energia, mas algumas já passaram a gerar energia. Nesse ramo
também estão incluídas as cooperativas de telefonia rural.
8. Mineral
Composto por cooperativas com a finalidade de pesquisar, extrair, lavrar, industrializar,
comercializar, importar e exportar produtos minerais.
9. Produção
Composto por cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens e mercadorias,
sendo os meios de produção propriedade coletiva, mediante a cooperativa como pessoa jurídica, e
não propriedade individual do associado.
10. Saúde
Composto por cooperativas que se dedicam à preservação e recuperação da saúde humana. O
Ramo de Saúde está subdividido nos seguintes setores: Médicos, Psicólogos, Odontólogos e serviços

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afins, bem como usuários desses serviços. Esse ramo surgiu no Brasil, na Cidade de Santos (SP), no
dia 18 de dezembro de 1967 e se estendeu a outros países.
11. Trabalho
Composto por cooperativas de trabalhadores de qualquer categoria profissional, para prestar
serviços, organizados num empreendimento próprio.
12. Transporte
Composto por cooperativas que atuam no transporte de cargas e de passageiros. É um ramo
recente e muito dinâmico, com boas perspectivas de crescimento.
13. Turismo e Lazer
Composto por cooperativas que prestam serviços turísticos, artísticos, de entretenimento, de
esportes e de hotelaria, ou atendem direta e prioritariamente o seu quadro social nessas áreas. Seu
objetivo é criar um fluxo e refluxo permanente de turistas dentro do Sistema Cooperativo.

Enfim, para concluir: Há cooperativismo para tudo e para todos. Basta utilizar a criatividade,
ter ousadia e visão de futuro, estudar a viabilidade e, principalmente, constituir a cooperativa por
associados que acreditem neste tipo de empreendimento.

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ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS COOPERATIVAS E SUAS


RESPECTIVAS FUNÇÕES
Adaptado de Muñoz (2012)

A estrutura organizacional é o molde legal que define como se darão as relações entre os
associados/cooperados bem como das relações institucionais do empreendimento com outras partes
interessadas, tais como poder público, empresas privadas, clientes etc.
Os órgãos básicos desta estrutura são: (i) Assembleia Geral dos Sócios, (ii) Conselho Fiscal e
(iii) Conselho de Administração – este último constituído pelos cargos de presidente, do diretor e do
secretário. Observe na figura 1:

Grau de Parentesco

Todos os associados têm o direito de votar e de serem votados; porém, na composição das
chapas para o Conselho de Administração, de Ética e Fiscal, deve-se respeitar a legislação
cooperativista, artigo 51, parágrafo único e artigo 56, § 1º e § 2º, que não permitem a existência de
parentes até 2º grau, em linha reta ou colateral entre membros desses órgãos da cooperativa.

Exemplo: pai e filho são parentes em 1º grau; avô, irmão e neto são parentes em 2º grau;
bisavô, tio, sobrinho e bisneto são parentes em 3º grau.
Figura 1 - Organograma de uma cooperativa:

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(i) ASSEMBLEIA GERAL DOS SÓCIOS:


Atribuições básicas da Assembleia Geral dos Sócios no ato de formação da cooperativa:
Discutir e tomar a decisão final sobre os objetivos da associação, principalmente no que
se refere à produção, comercialização ou a prestação de serviços a terceiros.
Decidir o perfil do profissional que pode ingressar na cooperativa e estabelecer critérios
para admissão de sócios.
Formar chapas eleitorais de sócios e eleger membros da direção, no Conselho de
Administração, e os conselheiros do Conselho Fiscal da cooperativa.
Exigir da direção eleita para o Conselho de Administração a imediata implantação do
Comitê Educativo, opinando sobre sua função e conteúdo dos programas de educação em doutrina
cooperativista além do Treinamento em gestão de cooperativas.
Opinar e tomar a decisão final sobre a criação ou extinção de órgãos na cooperativa, sobre
a contratação definitiva ou temporária de profissionais para auxiliar a direção no Conselho de
Administração, principalmente quando as questões relativas à gestão exigidas pela cooperativa forem
altamente técnicas e estiverem acima da capacidade de conhecimento dos associados.

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Discutir e decidir sobre os valores percentuais para a constituição do capital social da


cooperativa, do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates),
respeitando os limites previstos na Lei no. 5.764/71, sobretudo no que refere às contribuições dos
associados.
Opinar e tomar a decisão final quanto a possíveis convênios com outras cooperativas,
com terceiros, inclusive quanto às propostas de contratos, considerando os prazos, os valores etc.
Discutir os honorários da direção, no Conselho de Administração da cooperativa, tomando
a decisão final quanto aos valores.

TIPOS DE ASSEMBLEIA GERAL DOS SÓCIOS

a) ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA.


Reunião anual de associados, logo nos três primeiros meses de constituição da cooperativa e
após o término do exercício social de cada ano, para tratar dos seguintes assuntos:
Aprovar as contas gerais da cooperativa apresentadas pela direção, mediante parecer dos
conselheiros fiscais;
Decidir sobre o destino ou a aplicação das sobras líquidas (distribuição ou reinvestimento)
e opinar sobre os valores monetários para cobrir eventuais perdas financeiras decorrentes de
insuficiências nas contribuições de associados;
Eleger os membros da direção, no Conselho de Administração, e os conselheiros fiscais
do Conselho Fiscal da cooperativa;
Decidir sobre o valor dos honorários da direção, no Conselho de Administração e, sobre
as gratificações e cédula de presença (tipo de benefício financeiro que não configura salário) dos
demais membros, tanto do Conselho de Administração quanto do Conselho Fiscal.

b) ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA.


Reunião de associados, sempre que necessário, para discutir qualquer assunto de seu interesse,
como:
Propor mudanças no Estatuto Social da Cooperativa no que diz respeito a missão,
objetivos e políticas de associação, determinando adaptações, exclusões ou inclusões de normas
estatutárias;
Decidir sobre fusão ou incorporação com outras cooperativas, considerando as vantagens
e/ou desvantagens econômicas, políticas e sociais para a associação;
Destituir ou mudar membros da direção, no Conselho de Administração ou conselheiros
fiscais, mediante a comprovação de irregularidades: erro (falso sentido de alguma coisa), dolo
(utilizar-se de algum artifício para induzir alguém a praticar um ato), fraude (engano malicioso, de
má-fé, para ocultar a verdade ou o cumprimento do dever) ou simulação (mascarar a verdade, dando
direitos às pessoas contrários àqueles que realmente deveriam ser dados), ou ainda se constatada
qualquer violação do Estatuto Social da Cooperativa, e exigir a aplicação das punições previstas em
lei para os envolvidos.
Decidir sobre o encerramento das operações da cooperativa constada a inviabilidade
financeira e econômica, bem como nomear os liquidantes, se for o caso.

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Direitos de Cada Associado na Assembleia Geral dos Sócios

Tomar parte nas reuniões da Assembleia Geral dos Sócios, solicitar esclarecimentos
quanto a assuntos de interesse geral e individual relativos às atividades gerais da cooperativa e votar
todas as questões que nelas forem tratadas.
Propor e cobrar da direção, no Conselho de Administração, e dos conselheiros do
Conselho Fiscal medidas de interesse da associação, conforme os objetivos da cooperativa.
Votar e ser votado para os cargos de direção no Conselho de Administração e dos para o
cargo de conselheiro fiscal, no Conselho Fiscal.
Discutir e dar opinião sobre todos os assuntos relacionados aos objetivos da cooperativa,
inclusive cuidando para que a associação não seja desviada deles e para que qualquer mudança e/ou
alteração de objetivos só seja efetuada com o consentimento de pelo menos a metade mais um dos
sócios inscritos na cooperativa.
Solicitar por escrito, da direção, no Conselho de Administração, ou dos conselheiros do
Conselho Fiscal informações sobre os negócios gerais da cooperativa e, no mês que anteceder a
reunião da Assembleia Geral dos Sócios, consultar, na sede da sociedade, o livro de matrícula do
associados, as atas de reuniões, as peças do balanço anual e toda a documentação gerada pelos
negócios da cooperativa etc.; enfim, tudo que for necessário para esclarecer possíveis dúvidas dos
associados.

Deveres de cada associado na Assembleia Geral dos Sócios

Participar das reuniões da Assembleia Geral dos Sócios, discutindo e opinando sobre
assuntos ou questões de interesse próprio ou da associação.
Acatar todas as decisões da Assembleia Geral dos Sócio, considerando os votos de pelo
menos a metade mais um dos associados inscritos na cooperativa.
Cumprir as determinações da Assembleia Geral dos Sócios, desde que coerentes com as
normas e/ou regulamentos do Estatuto Social da cooperativa.
Prestar esclarecimentos gerais, relacionados com as atividades que mantêm com a
cooperativa e fora dela.
Cumprir os acordos firmados e documentados com relação a quotas de produção,
comercialização ou prestação de serviços para terceiros.
Atentar para as decisões e ações da direção, no Conselho de Administração, e dos
conselheiros do Conselho Fiscal, comparando-as com as normas e/ou regulamentos previstos no
Estatuto Social, visando à manutenção e ao desenvolvimento da cooperativa.

(ii) CONSELHO FISCAL

Para formar o Conselho Fiscal da cooperativa, deve-se seguir os seguintes passos:


1. Formar uma chapa de seis sócios visando às eleições dos cargos do Conselho Fiscal.
2. Eleger três membros efetivos e três suplentes para os cargos do Conselho Fiscal e nomear
um coordenador, selecionando-o dentre os próprios membros eleitos em Assembleia Geral dos
Sócios.
3. Constituir o Conselho Fiscal e posicioná-lo no organograma da cooperativa logo abaixo da
Assembleia Geral dos Sócios, ligado por uma linha pontilhada, significando que não manda em

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ninguém, porém é dotado de poderes para fiscalizar todas as operações ou atividades da


cooperativa.

Atribuições básicas do Conselho Fiscal

Acompanhar as operações financeiras, produtivas e comerciais, bem como os serviços


prestados pela cooperativa, entre os associados e para terceiros, checando-as com os regulamentos
estatutários.
Dar parecer sobre a contabilidade da cooperativa, com a contratação de consultorias
externas, se necessário, visando às análises dos resultados contábeis apresentados pela direção.
Participar da Assembleia Geral dos Sócios e tomar parte nas decisões, mediando
possíveis desacordos entre associados ou entre estes e a direção.
Fiscalizar todos os atos administrativos da direção, no Conselho de Administração,
verificando se estão de acordo com as normas e/ou regulamentos previstos no Estatuto Social da
Cooperativa.
Procurar conhecer o grau de satisfação dos associados com os serviços prestados pela
cooperativa, questionando e apurando possíveis reclamações.
Apurar todo e qualquer tipo de irregularidades na cooperativa, exigindo a punição dos
envolvidos, conforme o disposto na Lei nº.5.764/71 ou mediante a abertura de processo civil criminal.
Acompanhar as eleições gerais na cooperativa, com base nas regras e/ou regulamentos
previstos no Estatuto Social da cooperativa, e impugná-las em caso de erro, dolo, fraude ou simulação,
inclusive exigindo a punição dos envolvidos, conforme o disposto na Lei nº. 5.764/71, ou ainda por
meio de processo civil criminal.
(iii) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Para formar o Conselho de Administração é preciso:

1. Formar uma chapa constituída por seis sócios para concorrer às eleições dos cargos do
Conselho de Administração.
2. Eleger três membros efetivos e três membros suplentes para os cargos do Conselho de
Administração e, dos três efetivos, nomear o presidente, o diretor e o secretário da cooperativa.
3. Constituir o Conselho de Administração e posicioná-lo no organograma da cooperativa
logo abaixo da Assembleia Geral dos Sócios, ligado por uma linha cheia, visando a acatar as decisões
desta e a dirigir os demais órgãos administrativos da cooperativa.

Atribuições básicas do Conselho de Administração

Intermediar as compras e as vendas dos produtos e/ou serviços entre associados e


terceiros;
Levantar as necessidades de materiais de escritório, pessoal administrativo, recursos
financeiros, bens de produção e consumo, providenciando-os junto a instituições financeiras,
fornecedores etc.
Convocar reunião da Assembleia Geral dos Sócios e apresentar os resultados das
operações ou atividades gerais da cooperativa, considerando as previsões de compras e vendas em
relação ao que foi alcançado durante o ano, semestre ou mês, tudo conforme os objetivos e as políticas
previstas no Estatuto Social da Cooperativa.

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Apresentar à Assembleia Geral dos Sócios os resultados operacionais e financeiros da


cooperativa, considerando o volume das compras e vendas de produtos ou da prestação de serviços
aos tomadores de serviços da cooperativa.
Apresentar à Assembleia Geral dos Sócios o relatório contábil anual, demonstrando as
receitas e as despesas das operações gerais da cooperativa, bem como os resultados das sobras
líquidas, explicando item por item e esclarecendo possíveis dúvidas dos associados, considerando a
distribuição ou o re-investimento das sobras líquidas, a correção do capital social, os descontos para
o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES).
Deliberar sobre preço, prazo, quantidade, qualidade dos produtos ou serviços contratados
com associados ou terceiros, conforme determinado e acertado pela Assembleia Geral dos Sócios.
Apresentar propostas de contrato de trabalho, de convênios com terceiros, de empréstimos
financeiros, de contratação de pessoal, de compra de bens para a cooperativa etc., explicando-as para
a Assembleia Geral dos Sócios e acatando suas decisões finais.
Procurar conhecer o grau de satisfação dos associados com os serviços prestados pela
cooperativa, antecipando possíveis reclamações.
Encaminhar à discussão e à decisão final da Assembleia Geral dos Sócios os pedidos
dos trabalhadores ou profissionais interessados na associação, bem como possível pedido de
demissões de associados.
Criar meios administrativos favoráveis à participação do associado nas decisões gerais da
cooperativa, sobretudo no que diz respeito à aplicação dos recursos financeiros da associação.
Encontrar meios administrativos para atrair o maior número possível de associados para
as reuniões da Assembleia Geral dos Sócios, visando à participação de pelo menos a metade mais
um dos sócios inscritos na cooperativa.

FUNDOS, COTAS E CAPITAL SOCIAL

FUNDOS OBRIGATÓRIOS

A Estrutura das cooperativas inclui dois Fundos Obrigatórios: O Fundo de Reserva, que recebe 10%
das sobras líquidas do exercício social, e o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES), que
recebe 5% das mesmas sobras líquidas. Estes fundos são chamados de indivisíveis, pois pertencem à
cooperativa, não aos cooperados.
Isso significa que, ao final de cada exercício social, ou seja, um ano, havendo saldo líquido positivo
(após as deduções de impostos), 15% já estão comprometidos com os Fundos Obrigatórios, que são de
fundamental importância para uma boa saúde financeira dos empreendimentos.

FUNDOS FACULTATIVOS

Além dos Fundos Obrigatórios, cada cooperativa pode definir se criam outros tipos de garantias para
o bem estar e interesse de seus cooperados, são os chamados Fundos Facultativos. Como por exemplo: Fundo
de Benefícios Sociais para férias, 13º. , retirada, afastamento por motivos de força maior, gravidez, etc.

QUOTAS PARTES E CAPITAL SOCIAL

Capital social é o valor, em moeda corrente, que cada pessoa investe ao associar-se e que serve para o
desenvolvimento da cooperativa.
O capital subscrito é estabelecido pelo estatuto social em quotas-partes e poderá ser integralizado de
uma só vez ou em parcelas. As quotas partes são a propriedade individual (privada) de cada cooperado sobre

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a cooperativa. Apesar “da cooperativa” não ser propriedade privada, as quotas partes são. A cooperativa não é
propriedade privada, pois não pode ser vendida nem comprada, já que as quotas partes não podem ser
comercializadas a terceiros, mas apenas aos cooperados. A Lei n º. 5.764/71 ainda põe um limite em que um
cooperado pode ter no máximo 1/3 das quotas partes da cooperativa.
O conjunto das quotas partes constitui o capital social da cooperativa, que garante a responsabilidade
empresarial desta no mercado. O capital social é também chamado de Fundo Divisível, pois é de propriedade
dos cooperados. No balanço patrimonial da cooperativa, por exemplo, o capital social é um passivo, ou seja, é
uma dívida da cooperativa com os cooperados. Para que a cooperativa possa pagar esta dívida, o resto de seu
patrimônio, os ativos, deve ser igual ou maior que o valor do capital social. O capital social integralizado
pertence ao associado e não pode ser transferido a terceiros.
Sem capital próprio a cooperativa perde a sua independência financeira, pois o crédito concedido pelos
bancos geralmente se torna muito caro.

ESTATUTO SOCIAL

O estatuto social é o conjunto de normas que regem funções, atos e objetivos de determinada
cooperativa, e é elaborado com a participação dos associados, para atender às necessidades da cooperativa e
de seus associados.
O estatuto deve obedecer a um determinado padrão, mas não convém copiar o estatuto de outra
cooperativa, pois a área de ação, assim como os objetivos e metas normalmente se diferem.
É importante destacar neste momento a necessidade de realizar um processo participativo e
compartilhado por todos os associados/cooperados, evitando que as normas e definições sejam internalizadas
ao ponto de se tornar apenas um papel sem importância.

É direito e dever de cada associado possuir o estatuto social da sua cooperativa, conhecer o conteúdo
de todas as normas e regras estabelecidas e aprovadas em assembleia geral, quando da constituição da
cooperativa ou reforma estatutária. O seu conteúdo baseia-se na Doutrina, Filosofia, Princípios do
cooperativismo e na legislação específica para cooperativas, (Lei 5.764/71), cujos capítulos versam sobre:

• Nome, tipo de entidade, sede e foro.


• O nome da cooperativa não pode ser igual ao de outra já existente e a sede e o foro são o nome do
município onde ela irá funcionar.
• Área de atuação.
• Definição do exercício social e do balanço geral.
• Objetivos sociais.
• Entrada e saída dos associados.
• Responsabilidade limitada ou ilimitada dos associados.

O estatuto social existe para ser conhecido, pois o conhecimento e cumprimento do seu conteúdo são
do interesse do associado.

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PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS

A finalidade principal de uma associação é complementar a atuação do Estado nas áreas de assistência,
promoção social e na defesa de interesses de classes. Diferentemente das cooperativas, as demais associações
não têm permissão para desempenhar atividades que tenham como objetivo principal a comercialização e são
classificadas como assistenciais, recreativas, culturais, religiosas, científicas, beneficentes e de representação
política.
Associações são pessoas jurídicas de direito privado formado pela união de pessoas que se organizam
para a realização de atividades não econômicas, ou seja, sem finalidades lucrativas. Nessas entidades, o fator
preponderante são as pessoas que as compõem.
Objetiva a defesa e promoção dos interesses das pessoas (físicas e/ou jurídicas) que a constituíram.
São organizações com finalidade de:
Prestar assistência social e cultural.
Atuar na defesa dos direitos das pessoas ou de classes específicas de trabalhadores e/ou empresários.
Defesa do meio ambiente.
Clubes de serviços.
Entidades filantrópicas.
Religiosas.
Clubes esportivos entre outros.

A legislação não estabelece um número mínimo para se organizar uma associação, em princípio
bastariam duas pessoas. Na prática, porém, esse número mínimo seria de dez pessoas, pois é o número
necessário para preencher os cargos do Conselho de Administração e Conselho Fiscal que o Novo Código
Civil exige que sejam formados.
As associações não remuneram seus dirigentes nem distribuem sobras entre seus associados, conforme
princípio das instituições sem fins lucrativos. São mantidas por meio da contribuição dos sócios ou de cobrança
pelos serviços prestados; contratos e acordos firmados com empresas e agências nacionais e internacionais;
doações, legados e heranças; rendimentos de aplicações de seus ativos financeiros e outros, pertinentes ao
patrimônio sob a sua administração; recebimento de direitos autorais etc

CRITÉRIO ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA


Conceito Sociedade de pessoas sem fins Sociedade de pessoas sem fins
lucrativos lucrativos e com especificidade de
atuação na atividade
produtiva/comercial
Finalidade Representar e defender os Viabilizar e desenvolver atividades
interesses dos associados. de consumo, produção, prestação
Estimular a melhoria técnica, de serviços, crédito e
profissional e social dos comercialização, de acordo com os
associados. Realizar iniciativas interesses dos seus associados.
de promoção, educação e Formar e capacitar seus integrantes
assistência social. para o trabalho e a vida em
comunidade.
Constituição Mínimo de 10 pessoas Mínimo de 20 pessoas físicas

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Patrimônio / Capital Seu patrimônio é formado por Possui capital social, facilitando,
taxa paga pelos associados, portanto, financiamentos junto às
doações, fundos e reservas. Não instituições financeiras. O capital
possui capital social. A social é formado por quotas-partes
inexistência do mesmo dificulta podendo receber doações,
a obtenção de financiamento empréstimos e processos de
junto às instituições financeiras. capitalização.
Forma de Gestão Nas decisões em assembleia Nas decisões em assembleia geral,
geral, cada pessoa tem direito cada pessoa tem direito a um voto.
a um voto. As decisões devem As decisões devem sempre ser
sempre ser tomadas com a tomadas com a participação e o
participação e o envolvimento envolvimento dos associados.
dos associados.
Operações A associação não tem como Realiza plena atividade comercial.
finalidade realizar atividades Realiza operações financeiras,
de comércio, podendo realiza- bancárias e pode candidatar-se a
las para a implementação de empréstimos e aquisições do governo
seus objetivos sociais. Pode federal. As cooperativas de
realizar operações financeiras e produtores rurais são beneficiadas do
bancárias usuais. crédito rural de repasse
Responsabilidades Os associados não são Os associados não são responsáveis
responsáveis diretamente pelas diretamente pelas obrigações
obrigações contraídas pela contraídas pela cooperativa, a não ser
associação. A sua diretoria só no limite de suas quotas-partes e a
pode ser responsabilizada se não ser também nos casos em que
agir sem o consentimento dos decidem que a sua responsabilidade é
associados. ilimitada. A sua diretoria só pode ser
responsabilizada se agir sem o
consentimento dos associados.
Remuneração Os
Osdirigentes
dirigentes não
não têm OsOsdirigentes
dirigentes podem
podem ser
remuneração
remuneração pelo exercício de remunerados
remunerados por retiradas mensais
suas
suasfunções;
funções;recebem
recebemapenas
apenaso o pró-labore,
mensais pró-labore,
definidas pela
definidas
assembleia,
reembolso
reembolsodasdasdespesas
despesas além
pelado
assembléia,
reembolsoalém
de suas
do despesas.
realizadas
realizadaspara
parao odesempenho
desempenho reembolso de suas despesas.
dos
dosseus
seuscargos.
cargos.

Resultados Financeiros As possíveis sobras obtidas de Após decisão em assembleia geral, as


operações entre os associados sobras são divididas de acordo com
serão aplicadas na própria o volume de negócios de cada
associação. associado. Destinam-se 10% para o
fundo de reserva e 5% para o Fundo
Educacional (FATES)
Tributação Deve fazer anualmente uma Não paga Imposto de Renda sobre
declaração de isenção de suas operações com seus associados.
imposto de renda. Deve recolher o Imposto de Renda
Pessoa Jurídica sobre operações com
terceiros. Paga as taxas e os impostos
decorrentes das ações comerciais.
Fonte: Sebrae (2009)

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ATIVIDADE COLETIVA:
QUESTÕES EM TORNO DA INTEGRAÇÃO DO SISTEMA COOPERATIVO DE TRABALHO
EXEMPLOS DE PROBLEMAS IDENTIFICADOS:

Tecnologia: como a cooperativa poderá utilizar tecnologia de informação para desenhar organizações que
sejam competitivas e efetivas?

Mercado: como as cooperativas de trabalho percebem as necessidades do negócio e do sistema empresarial em


um ambiente econômico global altamente competitivo e baseado no conhecimento?

Liderança: como as organizações podem conceber sistemas de governo cooperativo com pessoas que
controlem e entendam do que estão fazendo?

• Treinamento
• Liderança
• Comunicação
• Participação dos sócios
• Adaptação às regras de mercado
• Inovações tecnológicas
• Captação de recursos financeiros

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BIBLIOGRAFIA:

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Cooperativismo.– Brasília


: Mapa/SDC/DENACOOP, 2012.

GAYOTTO, A. M. Formas primitivas de cooperação: Os precursores. Série doutrinária, n. 2.


Departamento de assistência ao cooperativismo. São Paulo: Secretaria da agricultura, 1967.

GAWLAK, A. Cooperativismo Primeiras Lições, 3ª ed., Brasília: Sescoop, 2007.

MUÑOZ, Estevan. Associativismo e Cooperativismo: uma estratégia de organização


empreendedora e solidária. Cartilha de Formação, IFSC, 2012.

OCB – Organização das Cooperativas do Brasil. Anuário do Cooperativismo Brasileiro, 2018.

PINHO, D. B. A doutrina cooperativa nos regimes capitalista e socialista: suas modificações e


sua utilidade. 2ª ed. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1966.

RODRIGUES, R. Cooperativismo: democracia e paz, surfando a segunda onda. São Paulo: [s.n.],
2008.

SANTOS, Débora Borges dos. Competitividade Na Agroindústria Cooperativa Láctea no estado de


Mato Grosso. Dissertação (Mestrado em Economia). UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso,
2017.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Associação. Publicação


elaborada pelo Sebrae/MG e atualizada e reeditada pelo Sebrae/NA, 2009.

SICREDI. Programa de formação de cooperativa crescer. Cooperativismo de crédito:


compartilhando decisões e resultados. Fundação Sicredi (coord.): Porto Alegre, 2015;

VALADARES, José Horta. A Moderna Administração em Cooperativas. Rio de Janeiro. Apostila


de MBA em Gestão Empresarial em Cooperativas de Saúde – Realização Fundação Getulio Vargas.
Disponível em: Acesso em: 01/06/2016.

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ANEXOS

COMO ACABAR COM UMA COOPERATIVA

DEZ PROCEDIMENTOS PARA INVIABILIZAR A COOPERATIVA6

1. Não frequente a sede da cooperativa, e quando for lá, procure algo para reclamar.
2. Ao participar de qualquer atividade, encontre apenas falhas no trabalho de quem está lutando para
acertar.
3. Nunca aceite uma incumbência, pois é muito mais fácil criticar do que fazer.
4. Quando a Diretoria solicitar sua opinião, diga que não tem nada para falar, e depois fale tudo o que lhe
vem na cabeça para outras pessoas.
5. Faça apenas o absolutamente necessário e quando outros fizerem algo a mais, diga que a cooperativa é
dominada por um pequeno grupo.
6. Não leia as comunicações da cooperativa, alegando que elas não trazem nada de interessante ou diga
que não as recebeu.
7. Caso seja convidado para algum cargo eletivo, diga que não tem tempo e depois afirme que têm pessoas
que não querem largar o poder.
8. Quando houver qualquer divergência na Diretoria, opte logo por uma facção e crie toda ordem de
fofocas.
9. Sugira, insista e cobre a realização de eventos pela cooperativa, mas não participe deles. Depois diga
que tinha pouca gente.
10. Não preencha qualquer questionário da cooperativa, quando ela solicitar sugestões. Caso a Diretoria não
adivinhar as suas expectativas, chame-a de ignorante.

Quando a cooperativa fracassar “com essa cooperação fantástica”, estufe o peito e conclua com o orgulho de
quem sempre tem razão: “Eu não disse?”

OBSERVAÇÃO: Quem tiver esse tipo de procedimento numa cooperativa, deve ser afastado de imediato,
pois inviabiliza qualquer cooperativa. Na cooperativa só deve entrar e nela permanecer a
pessoa que se comprometer a participar efetivamente das suas atividades.

6
Texto original da autoria de Dr. Ronaldo Ernesto Scucato, retirado de OCB. Orientações para constituição de
cooperativas. Brasília: OCB. 1998. O texto pode ser obtido na Internet www.ocb.org.br

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O celeiro encontra o futuro com valores do passado


Publicado: sexta-feira, 20 de abril de 2018 08:57, Escrito por Bill Monahan

A Barn Cooperative de Meaford, um ponto de referência atraente na Rodovia 26 no extremo


leste de Meaford, tem ambições de enfrentar os desafios de nosso mundo presente e futuro com um
novo modelo de negócios que, nas palavras da presidente Candice Newmaster, é e cria sistemas que
protegem o que temos e nos encorajam a voltar a uma qualidade de vida mais elevada ”.
É essa qualidade de vida mais alta que os criadores das organizações de marketing cooperativo
buscaram quando apareceram pela primeira vez no Canadá, na década de 1840, inspirados pelos
movimentos na Inglaterra que surgiram em resposta ao impacto negativo que a Revolução Industrial
teve sobre fabricantes e consumidores locais.
O modelo para todas as cooperativas subseqüentes originou-se em 1844 com a Sociedade
Rochdale de Pioneiros Equitativos em uma aldeia inglesa. Fabricantes de flanela e tecelões,
juntamente com negócios e empresários associados, foram deslocados pelas grandes fábricas. Eles se
uniram para sobreviver e tomaram como guia os escritos de Robert Owen.
Owen fez uma fortuna com suas fábricas de algodão e não estava cego para o impacto da
mudança econômica sobre os comerciantes deslocados e marginalizados, que até então tinham sido
contribuintes valiosos para a economia. Ele teve a ideia de formar "aldeias de cooperação", onde os
trabalhadores se arrastariam para fora da pobreza cultivando sua própria comida, fazendo suas
próprias roupas e, finalmente, se tornando autogovernados. Ele tentou criar um vilarejo na Escócia e
outro mais tarde nos EUA, mas ambos falharam. Houve uma que não - os fabricantes de flanela de
Rochdale, que seguiram seu guia e também adicionaram suas próprias regras ao governo de uma
sociedade cooperativa para finalmente criar um modelo que duraria.
A escritora Jennifer Wilhoit, na revista Cultural Survival Quarterly Magazine, escreveu
que “... com o surgimento da produção em massa durante esse período, os empreendedores que
anteriormente eram capazes de produzir produtos de alta qualidade sustentáveis competiam com
grandes indústrias que vendiam produtos mais baratos, produtos mal feitos. Na indústria do chá, por
exemplo, os produtores em grande escala adicionaram recortes de grama ao chá, sacrificando a
qualidade pela quantidade. A produção estava mudando para acomodar o desejo dos consumidores
por mercadorias mais baratas e abundantes. Aqueles que produziram rapidamente grandes volumes
podiam atender às demandas do mercado em constante mudança ”.
Os produtores, processadores, provedores de serviços e consumidores que compõem a The
Barn Cooperative enfrentam desafios semelhantes hoje em dia.
O Celeiro surgiu quando o prédio estava sendo vendido e o mercado orgânico local no andar
principal estava ameaçado. Um grupo inspirado de jovens empreendedores usou o modelo de
Rochdale, com um objetivo, como diz Candice Newmaster, de independência econômica.
“ O consumidor precisa ter independência e economia em sua capacidade de acessar produtos,
especificamente alimentos, mas também serviços”, explicou ela. “Nós, como Conselho de
Administração e membros fundadores, descobrimos que havia uma falta de diversidade nas opções
em nosso atual sistema alimentar. Nós realmente queríamos criar um lugar onde pudéssemos
incentivar os pequenos produtores a terem acesso aos mercados consumidores. Dessa forma, eles
apoiam a economia local e também apoiam a diversidade para os consumidores ”.
A ideia de um modelo de negócios cooperativo funcionou bem no passado, com muitos
sucessos ao longo dos anos. É a democracia em ação no mercado. Desde a Sociedade Rochdale,
houve cooperativas bem-sucedidas que forneceram alternativas aos bancos e companhias de seguro,

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ajudaram a colocar o grão do oeste canadense no mercado, colocaram linhas telefônicas, defenderam
o sufrágio feminino e construíram redes de energia verde. Eles continuam a prosperar de muitas
formas hoje.
O celeiro é sobre comida. Comida de qualidade a preços razoáveis.
Como Candice afirmou: “Uma das razões pelas quais a Cooperativa Barn foi fundada no início
foi de um grupo de pessoas que realmente queria ver o livre acesso ao mercado.
“ No nosso núcleo, temos a integridade e a qualidade de nossos produtos. Isso é parte do apoio
aos pequenos produtores que estão realmente trabalhando para trazer de volta a qualidade.
“ [Esse conceito é] complicado porque parece que os produtos são mais caros, mas na verdade
trata-se de tentar trazer uma abordagem realista ao nosso sistema alimentar.
Ela explica: “Uma abordagem em três partes à qualidade. Nós temos os membros do conselho
lá para garantir que tudo esteja de acordo com esse princípio de qualidade e integridade. Os membros
da equipe também o fazem, assim como a comunidade, por isso temos todos trabalhando para garantir
a qualidade de nossos produtos.
“ Parte da beleza de ter tantos produtos locais quanto possível em nossas instalações é que
temos esse relacionamento direto com nossos produtores para que saibamos que eles estão ganhando
dinheiro suficiente e também sabemos que eles estão aderindo aos princípios de qualidade.
O celeiro também é sobre serviços exclusivos e oportunidades educacionais. Sua Declaração
de Missão diz em parte: “Facilitar o crescimento de uma comunidade saudável e integrar o
conhecimento sustentável tradicional em nossas ofertas, oferecendo educação em tudo o que
empreendemos”.
Os membros recebem um boletim eletrônico semanal exibindo um programa variado que
inclui yoga, meditação, demonstrações de alimentação saudável, compreensão da medicina chinesa,
demonstrações de plantas medicinais, demonstrações de alimentos silvestres e muito mais. Há sempre
um fluxo de eventos abrangente e em constante mudança, e tudo acontece em torno dos praticantes e
artesãos que fornecem os serviços e produtos para manter a cooperativa funcionando e crescendo.
" Ao criar uma abordagem dinâmica multifacetada para os negócios, permite que seja viável
em uma pequena comunidade", disse Candice. “A diversificação e a agregação de produtos e serviços
holísticos em um único lugar e trabalhando juntos permitem que todos os diferentes negócios que
acontecem dentro do The Barn sejam viáveis. Quando eles são todos separados e individuais em
locais diferentes, é um pouco mais complicado. Nós criamos um balcão único para esse grupo
demográfico ”.
Com a grande variedade de atividades enriquecedoras da comunidade que acontecem no The
Barn, incluindo o lendário microfone aberto nas tardes de domingo que traz músicos de vários
quilômetros, vale lembrar que The Barn Cooperative, de acordo com todas as cooperativas da história,
é um negócio.
“ Somos uma cooperativa com fins lucrativos, mas o dinheiro que fazemos depois que
colocamos dinheiro em reservas, pagamos dividendos aos investidores e investimos na construção do
negócio, voltamos aos consumidores na forma de um retorno de investimento.
“ Como é isso”, explica Candice, “é baseado em quanto eles gastam, então eles recebem uma
porcentagem dos lucros com base no quanto eles consomem. O Mountain Equipment Co-op é um
modelo similar, no qual eles distribuem retornos de patrocínio se tiverem lucro. No final do ano -
acho que o configuramos para que seja no Natal - nós distribuiremos os retornos do patronato aos
membros consumidores. Cada membro tem uma conta conosco e podemos ver quanto eles gastaram
durante o ano todo e depois dividimos os lucros. ”

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A menção de investidores no topo da cadeia de benefícios faz com que o espectro do lucro se
torne primordial. Essa é a grande falha de nossa sociedade capitalista, na qual a ganância dos
investidores motiva todas as ações. Mas Candice explicou que a cooperativa é gerenciada por seus
membros, não por uma campanha de dividendos.
“ Um investidor não precisa ser um membro da cooperativa The Barn, seu investimento é
chamado de 'ação preferencial'. Não há nenhuma responsabilidade associada a isso além do fato de
que eles estão investindo seu dinheiro. Se houver um lucro, eles receberão um dividendo de 5 a
5,25%, se não houver lucro, esse dividendo será registrado e pago quando houver lucro.
“ Os investidores na verdade não têm voz no negócio. A menos que eles queiram ser membros,
eles não têm voto. Cada investidor, se fosse um membro, teria apenas um voto. É um dividendo
simples de 5 ou 5,25% dependendo do nível de participação e é isso. Por isso, permite que as pessoas
invistam no modelo cooperativo da comunidade, mas permanece completamente democrático ”.
E é um modelo de negócio que prospera porque ajuda a comunidade local a prosperar.
“ Para mim, principalmente, é sobre criar um sistema que traz tanto dinheiro quanto possível
de volta para a comunidade. Isso é tirando o máximo de intermediários possíveis e novamente
facilitando o acesso ao mercado por pequenos produtores. Esse é o objetivo.
Candice admite que há desafios. “ É muito difícil no começo, especialmente nos primeiros
anos, tentando desenvolver um negócio viável e vibrante. Esse processo torna complicado para nós
realmente sermos competitivos com grandes supermercados, mesmo no setor orgânico. Temos
grandes despesas gerais e precisamos aumentar nosso capital.
“ Muitos dos desafios que enfrentamos são o fato de não sermos capazes de fornecer uma
estrutura corporativa suspensa que já esteja concluída e aperfeiçoada. Há muitas imperfeições e
ineficiências no começo, à medida que trabalhamos no aperfeiçoamento de nosso processo e na
estrutura de nossos negócios. Estamos chegando muito perto e acredito que nos próximos três anos
estaremos em uma posição em que começaremos a ter lucros maiores. Isso nos permitirá ser capaz de
retribuir mais à comunidade e fornecer produtos a um custo menor ”.
Ela e os outros administradores da The Barn Cooperative veem um futuro ainda mais
brilhante. Eles continuam tentando estabelecer relações com outras cooperativas, fazendo seus
serviços bancários na Meridian, que é uma cooperativa de crédito cooperativa, e desenvolvendo uma
parceria com a Eat Local Grey Bruce, uma cooperativa de distribuição de alimentos. “Dessa forma,
podemos trabalhar com outra operação existente em vez de duplicá-la, e facilitamos a entrega de
alguns produtos da The Barn aos domicílios / locais de coleta dos consumidores nos condados de
Gray, Bruce e Huron e, ao mesmo tempo, acessamos mais poder de compra porque trabalhamos
juntos. ”
O celeiro está no processo de criar um modelo de negócios que tem implicações para o Canadá
rural.
“ O celeiro é multifacetado. Muitas instalações, como o The Barn, principalmente focadas em
alimentos, acontecem em grandes centros urbanos. Mas muitas vezes não há mercado suficiente para
ter apenas uma cooperativa de alimentos em comunidades menores. Ao criar uma abordagem
multifacetada e dinâmica para os negócios, permite que seja viável em uma pequena comunidade ”.
“ À medida que a população se torna mais disseminada e se desloca dos grandes centros
urbanos, torna-se uma necessidade maior de modelos como o The Barn nas áreas rurais. Também
ajuda os produtores locais a terem um lugar onde possam vender seus produtos, em vez de enviá-los
até Toronto. Ele permite que os consumidores tenham acesso a produtos e serviços holísticos onde,
de outra forma, eles não poderiam. ”

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Servindo os interesses dos produtores locais de alimentos e produtos, contribuindo


diretamente para a comunidade com educação e preços justos para produtos de qualidade - estes se
destacaram como os valores fundamentais dos Pioneiros de Rochdale. Eles também formam a
fundação da Cooperativa dos Celeiros.
Produtores ou processadores locais têm acesso direto a um mercado de alimentos voltado
especificamente para consumidores exigentes, com reputação de qualidade. Um artesão tem uma
linda pequena boutique no segundo andar para exibir e vender seus produtos. Um profissional de
saúde tem um lugar onde o bem-estar invade o ar para praticar a cura. Um músico tem uma pequena
galeria de arte com um público dedicado e entusiasmado para se apresentar em todas as tardes de
domingo. Um adepto das artes não tradicionais e da cura tem um local para transmitir conhecimentos
e insights. E cada membro da comunidade local tem um recurso notável para boa comida, saúde e
bem-estar em um celeiro maravilhosamente convertido na periferia da cidade. É fácil ver quantas
cidades rurais poderiam se beneficiar desse tipo de negócio.
Visite a Cooperativa Barn, localizada na 121 Old Highway 26, Meaford, ON, N4L 1W7, ou visite o website
deles em: thebarncoop.ca

Fonte: http://www.themeafordindependent.ca/news/community-news/798679-the-barn-coop-meets-the-future-with-values-from-the-
past?platform=hootsuite

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Notícia:

COOPERNOVA DISTRIBUI R$ 1.300.000,00 EM SOBRAS PARA OS ASSOCIADOS


PRODUTORES DE LEITE, RELATIVO AO ANO DE 2015

Fonte: http://www.coopernova.com/news/598413/

Um dinheiro que chega em boa hora, para muitos produtores associados da COOPERNOVA é
considerado o 13º salário.

A Coopernova mais uma vez, sai na frente das cooperativas do ramo agropecuário do estado de Mato
Grosso, apesar do ano difícil, mas mesmo assim faz a distribuição de sobras relativo ao ano de 2015.
¨Entretanto, somente nossos associados constantes serão beneficiados. O objetivo é premiar e estimular a
fidelidade do associado¨.

Com área de atuação no norte do estado de MT, que envolve mais de 20 municípios, a Coopernova,
além do segmento leite, trabalha na área de fruticultura, distribuição de produtos agropecuários, produção de
sais minerais e raçoes e departamento técnico para dar assistência ás atividades desenvolvidas. Dentre os
municípios que a cooperativa atua, se destaca o município de Terra Nova do Norte MT, sede administrativa
da Coopernova, que ocupa uma posição de destaque no ranking dos 200 maiores municípios produtores de
leite do Brasil: ocupa a posição de nº 185º, (dados do IBGE ano 2014), dentre os milhares de municípios
produtores de leite no território nacional.

¨O associado Waldemir Guarnieri ¨que produz leite com sua família em Sinop MT, que produziu em
2015 a quantidade de 445.965 litro de leite, recebeu de antecipação de sobras o valor de R$ 15.608,78.

¨A associada Maria da Consolação Marcelio, produtora de leite do município de Terra Nova do Norte,
recebeu o valor de R$ 16.308,95 de antecipação de sobras.

¨Os irmãos, Carlos e Wanderlei Schons, associados da Coopernova e produtores de leite, receberam o
valor de R$ 9.902,24.

Este é o sistema cooperativo em Mato Grosso, que conta hoje com 366.000 mil pessoas associadas em
cooperativas. 84% dos municípios do estado estão assistidos por 171 cooperativas, principalmente nos ramos:
agropecuário, crédito, educação e saúde (Sistema OCB-MT).

A nossa expectativa, é que as ações sociais e econômicas, sejam cada vez mais fortalecidas e aplicadas,
pelas sociedades cooperativas.

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