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Resumo
O processo de socialização profissional do licenciando, Adelar Aparecido Sampaio
caracterizando‐se como o único período do percurso Pontíficia Universidade Católica do
profissional em que está institucionalmente previsto Rio Grande do Sul
acompanhamento e orientação, podendo ser determinante adelarsampaio@bol.com.br
no desenvolvimento de mal/estar e/ou bem‐estar na vida
pessoal e na profissional. Nesse sentido, o trabalho buscou
levantar dados sobre mal/bem‐estar, autoimagem e Marcio Alessandro Cossio Baez
autoestima de sessenta e oito licenciandos de cursos de Pontíficia Universidade Católica do
licenciatura de uma instituição de Ensino Superior privada Rio Grande do Sul
do Paraná, no ano de 2012, respondendo a instrumentos marciocossiobaez@hotmail.com
para aferir autoimagem e autoestima, estresse, ansiedade e
depressão, trabalhados com Estatística Descritiva e
Inferencial. Os resultados apontam que a maioria dos
licenciandos apresenta níveis de autoimagem e autoestima
positiva/real de si, apontam níveis leves a moderados de
estresse, ansiedade e depressão. Apontamos para o
desenvolvimento de mais estudos, acompanhando
formandos em sua socialização profissional em estágio
inicial para o mercado de trabalho e educação/formação
continuada.
Introdução
Partindo de nossa observação da carência de estudos no Brasil voltados ao
desenvolvimento de estratégias de prevenção de situações de mal‐estar docente e
potencialização de competências teóricas e práticas rumo ao bem‐estar docente, temos
voltados nos últimos anos aos estudos das potenciais situações causadoras de mal‐estar,
assim como no desenvolvimento de estratégias para a promoção do seu bem‐estar
docente. Vale ressaltar as importantes contribuições que são envidadas nos trabalhos
desenvolvidos em Portugal pelo professor Saul Neves de Jesus, inclusive comparando‐se
dados entre Brasil e Portugal.
É nesse sentido que Jesus (2002) destaca a fase de formação inicial durante o
estágio acadêmico caracteriza‐se como um período fundamental na carreira de qualquer
professor: é a fase inicial de prática profissional, sendo esta etapa as experiências mais
“marcantes”; é a fase em que os professores sentem maior necessidade de
aprendizagem estando mais susceptivos às sugestões e é o único período do percurso
profissional em que está institucionalmente previsto acompanhamento e orientação.
Uma orientação adequada nesta fase pode contribuir para uma perspectiva de maior
confiança, dedicação e motivação relativamente ao resto da carreira. Também nessa
mesma linha de pensamento, Esteve (2004) aponta como de grande relevância a
formação inicial, pois durante esse estágio de preparação para a docência concorre para
o desenvolvimento pessoal e profissional do docente, em tempos de mudanças que
ocorrem no contexto social.
Concordamos com Flores (2010) quando aborda que a formação dos docentes
depende de determinado contexto, das competências que se reconhecem e se exigem ao
professor, mas também das oportunidades e dos processos de formação proporcionados
aos futuros professores nas instituições de ensino superior. Como destaca a autora que
exigências e aos desafios cada vez mais complexos que se apresentam às escolas e aos
professores (FLORES, 2010).
Mosquera (1978) conceitua autoimagem como sendo o quadro que a pessoa faz
de si e aponta como sendo a chave que tem para compreender seu comportamento e a
consistência que ela oferece. Comenta, ainda, o autor que a autoimagem está sempre em
mudança e, na medida em que o indivíduo cresce e se desenvolve, acrescenta a seu
quadro de referências pessoais novas dimensões que alteram substancialmente a
percepção de si mesmo e do mundo que o rodeia.
base nas impressões que colhe das outras pessoas a seu respeito. Representa a captação
mental, a imagem, a percepção que alguém tem de seu corpo físico, de seu caráter,
intelecto, de suas emoções e de qualidades e dotes imaginados, alicerçados no conceito
que outros têm a seu respeito.
Metodologia do estudo
O trabalho baseou‐se em estudo quantitativo, do qual utilizamos Questionário de
Autoimagem e Autoestima (STOBÄUS, 1983) e o questionário DASS‐21, que avalia níveis
de depressão, ansiedade e estresse. Para análise das medidas utilizamos tratamento
estatístico pelo programa SSPS versão 18, através de teste T, com estatística descritiva e
inferencial. O questionário de Autoimagem e Autoestima é constituído por 50 questões e
permite detectar possíveis repercussões na autoestima e na autoimagem em
adolescentes e adultos, sendo adaptado para o presente estudo. Apresenta uma
estrutura que aborda os aspectos orgânicos (genéticos e fisiológicos), sociais (status
Apresentação de resultados
De forma inconclusa, apresentamos alguns resultados que abordam uma parte
quantitativa de estudo mais abrangente (ainda em desenvolvimento), dos quais
destacamos:
8 159 43 215
9 149 44 141
10 200 45 182
11 191 46 186
12 186 47 164
13 215 48 182
14 192 49 174
15 148 50 174
16 158 51 155
17 181 52 200
18 142 53 200
19 174 54 180
20 199 55 148
21 170 56 172
22 177 57 176
23 194 58 197
24 206 59 191
25 154 60 183
26 196 61 180
27 163 62 164
28 184 63 164
29 198 64 169
30 164 65 146
31 172 66 161
32 184 67 188
33 168 68 110
34 164
35 204 MÉDIA 173,92
Fonte: os autores (2014)
Frequência Porcentagem
Normal 42 61,8
Leve 17 25,0
Moderado 5 7,4
Severo 3 4,4
Extremamente severo 1 1,5
Total 68 100,0
Fonte: os autores (2014)
Algumas considerações
Primeiramente, ao concluirmos, queremos destacar que os indicativos
quantitativos que nos forneceram subsídios para essa avaliação, fazem parte de um
determinado contexto formativo e que, em situações semelhantes de estudo, devem
sempre levar em consideração a realidade presente.
Bibliografia
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