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A capa deste caderno pedagógico está em produção pela ASSCOM com prazo de entrega
para o dia 06/11/2023
Manaus – AM
2024
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E DESPORTO ESCOLAR
SEDUC/AM
FICHA TÉCNICA
Capa
Adriel Medeiros de Araujo
FICHA TÉCNICA - PARCEIRA
Diretor Geral
Gabriel Marmentini - Politize!
Redatores
Amanda Petraglia Nunes de Andrade
Beatriz Souza Ramos dos Santos
Beatriz Triesse Gonzalez
Danilo Vergani
Gustavo Pacelli
Isabela Almeida
Ivonilda Andrade
Kamila Nunes da Silva
Paula Alves
Revisores
Carolina Nunes Diniz
Clara Ramirez-Barat
Joelmir Cabral Moreira
Kamila Nunes da Silva
Paula Alves
Paula Samogin Campioni
Colaboração
Instituto de Educação Política - Politize! Em parceria com o Auschwitz Institute for the
Prevention of Genocide and Mass
Introdução
Unidade Curricular de Aprofundamento “Cidadania Regional”
Prezado(a) Professor(a),
A primeira unidade, A América Latina na História, apresenta a América Latina em seus aspectos
históricos, geográficos, étnicos, culturais, econômicos e sociais, etc., trazendo, a partir disso, uma
abordagem sobre questões que envolvem a cidadania na região, com abordagens em torno dos
processos nos quais ela se apresenta com maior ou menor expressividade. Já a segunda unidade,
Cenário atual da América Latina, está voltada a pensar questões que envolvem o contexto
latinoamericano atual, com abordagens sobre democracia, diversidade étnico-cultural, espaços
institucionais de diálogo cidadão e os possíveis valores a serem fortalecidos e compartilhados para o
efetivo exercício de uma cidadania regional.
Por fim, a terceira unidade, Observatório da cidadania latino-americana, prevê a realização de uma
tarefa colaborativa, com atividades em grupos, constituídos como Estações de Trabalho de um
observatório, onde cada uma versará sobre questões da realidade latino-americana, procurando as
respostas através de pesquisas e culminando com a realização de uma exposição de resultados para
a comunidade escolar. As discussões que envolvem a Cidadania Regional dentro da sala de aula, é
essencial para que a juventude consiga compreender a construção de sua identidade, a partir de seu
relacionamento com pessoas próximas a ela, assim como também, a participação do território onde
reside em seu processo de identificação como sujeito.
Sumário
Aulas 1 e 2
Passo a passo:
Professor(a), por se tratar de uma Unidade Curricular, é possível que alguns(algumas) estudantes
não se conheçam, já que podem ter percorrido trajetórias formativas diferentes. Por isso, depois de se
apresentar para a turma, é interessante propor uma atividade na qual possam interagir, apresentando-
se entre si, antes de dar continuidade às demais atividades. Para tanto, sugere-se que providencie com
antecedência círculos ou retângulos de papel, que servirão para a confecção de um crachá. Será
necessário também alguns pincéis atômicos ou canetas hidrocor (caso não disponha, poderá ainda
usar uma caneta ou lápis comum). Além disso, deve ter uma caixinha, vaso plástico pequeno ou mesmo
um saquinho, alguns pares de objeto, pares de balinhas de diferentes sabores, ou mesmo pares de
números, de forma que tenha a quantidade suficiente para formar quantas duplas sejam possíveis com
a quantidade de integrantes da turma.
Para iniciar a atividade, peça que se organizem em uma roda. Entregue para cada pessoa um
círculo ou retângulo para o crachá e peça que retire da caixinha, vaso ou saco, um objeto/balinha ou
número. Quando todos(as) tiverem recebido o material, peça que encontrem o seu par, que deve ser a
pessoa que tem objeto igual, a bala de mesmo sabor ou o mesmo número, dependendo pelo quê tenha
optado. Com os devidos pares, peça que conversem, por cinco minutos, sobre o nome, idade, coisas
que gosta de fazer, músicas que gosta de ouvir, expectativas futuras, etc. Não devem esquecer também
de registrar os nomes nos crachás.
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Terminado o tempo, peça que voltem para a roda e cada um(a) deverá apresentar o seu par,
dizendo o que descobriu durante a conversa. Enquanto isso, deve colocar o crachá no(a) colega (com
um cordão ou fita adesiva). Concluídas as apresentações, seria interessante que também falasse um
pouco sobre si, em relação ao que abordaram na conversa em pares, promovendo uma maior
aproximação com eles(as).
A ideia é que seja criado nesse início um ambiente receptivo e acolhedor, que promova a
aproximação entre os(as) estudantes e também com o(a) docente. Por isso, sugere-se dar continuidade
à atmosfera de descontração, dessa vez com uma atividade envolvendo um número maior de pessoas.
A condução é muito simples. Ainda na roda, faça uma contagem de 1 até 5 (pode ser até quatro,
se quiser grupos com 4 pessoas) , apontando para cada pessoa, enquanto a faz. Recomece a contagem
a cada finalização do ciclo. Em seguida, peça que se juntem em um mesmo grupo, todas as pessoas
às quais foi atribuído o número 1, depois o número 2, e assim por diante, formando quantos grupos for
possível.
Em seguida, distribua para cada pessoa o material impresso (Anexo I), com as perguntas que
deverão responder. As questões propostas no material podem ser modificadas, substituídas,
suprimidas, de acordo com o contexto. A intenção é provocar a descontração da turma, com perguntas
que estimulem a brincadeira, mescladas com outras que sejam mais voltadas ao cenário estudantil.
Informe que terão 5 minutos para responder às questões e mais 10 minutos para compartilharem as
respostas com os(as) demais integrantes do grupo.
Após esse tempo, peça para se organizarem em círculo e falarem sobre as descobertas que
tiveram no grupo, semelhanças, diferenças, coisas inusitadas, engraçadas. Finalize a atividade fazendo
algumas observações sobre escolhas e interesses semelhantes e sobre a diversidade presente no
grupo.
A primeira unidade, A América Latina na História, apresenta a América Latina em seus aspectos
históricos, geográficos, étnicos, culturais, econômicos e, sociais, etc., trazendo, a partir disso, uma
abordagem sobre questões que envolvem a cidadania na região, com problematizações em torno dos
processos nos quais ela se apresenta com maior ou menor expressividade. A segunda unidade, Cenário
atual da América Latina, está voltada a pensar questões que envolvem o contexto latino-americano
atual, com abordagens sobre democracia, diversidade étnico-cultural, espaços institucionais de diálogo
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cidadão e os possíveis valores a serem fortalecidos e compartilhados para o efetivo exercício de uma
cidadania regional. A terceira unidade, Observatório da cidadania latino-americana, prevê a realização
de uma tarefa colaborativa, com atividades em grupos, constituídos como Estações de Trabalho de um
observatório, onde cada uma versará sobre questões da realidade latino americana, procurando as
respostas através de pesquisas e culminando com a realização de uma exposição de resultados para
a comunidade escolar.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Nessa atividade será utilizada a linguagem dos memes, que são conteúdos cômicos, apresentados
de forma concisa e que viralizam na internet, fazendo parte do cotidiano de grande parte dos(as)
estudantes. Apesar do seu caráter informal, os memes podem trazer abordagens críticas da realidade
e possibilitam a abertura de discussões amplas e significativas.
Mantendo a turma em círculo, faça a projeção do slide (Anexo II) e peça que os(as) estudantes
respondam à questão apresentada. Para estimular a participação, você poderá ainda lançar,
gradativamente, as perguntas: Vocês se identificam com o texto do meme? Por que? Que ideia o meme
apresenta em torno do conteúdo estudado? Por que esse conteúdo é apresentado com um nível
elevado de dificuldade? O que vocês acham sobre isso?
Espera-se que isso leve-os(as) à compreensão de que essa é uma temática pouco discutida,
apesar da sua importância, considerando a nossa condição latino americana.
Obs.: Caso não tenha como projetar, você pode imprimir a imagem e distribuí-la para cada grupo. Outra
opção é mostrá-la à turma com um smartphone ou notebook que esteja disponível, ou, ainda, descrever
a imagem, lendo as frases e a pergunta a ser respondida por eles(as).
Essa é uma atividade que pretende fazer uma avaliação diagnóstica, estabelecendo um marco
zero para verificação das aprendizagens construídas no percurso da Unidade Curricular.
Explique que deverão responder às questões apresentadas no formulário (Anexo III), relativas a
conteúdos que serão desenvolvidos na Unidade, como forma de identificar os conhecimentos que
os(as) estudantes demonstram ao iniciar a trajetória, tendo um referencial para que possam comparar
o aprendizado conquistado.
Quando concluírem deverão entregar o documento, para que seja retomada no último encontro,
quando farão as avaliações abarcando todo o percurso. A ideia é que possam analisar o que projetaram
e o que realizaram, reconhecendo e valorizando as conquistas e verificando o que pode ser feito de
uma maneira diferente, programando novas ações e posturas para os pontos que ainda necessitam
melhorias.
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Depois que todos(as) responderem às questões apresentadas, peça que cada um(a) vá até o
quadro e escrevam com o pincel azul uma palavra que traduz a avaliação que fazem do primeiro
encontro da Unidade Curricular, e, com um pincel verde, uma palavra que traduz a expectativa em
relação ao que ainda será desenvolvido.
Acompanhe atentamente a atividade e depois que concluírem, busque fazer a articulação das
palavras escritas, de forma a apresentar um panorama da avaliação e das expectativas construídas
pela turma.
SILVA, Jorge Antônio Peixoto da. O uso de dinâmicas de grupo em sala de aula. Um instrumento de
aprendizagem experiencial esquecido ou ainda incompreendido? Saber Científico, v.1, n. 2, p. 82- 99,
jul./dez., 2008. Disponível em: <http://revista.saolucas.edu.br/index.php/ resc/article/viewFile/22/ED25>
Acesso em: 25 de abr. de 2021.
RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Nelson Werneck Sodré e a história da imprensa no Brasil. Intercom:
Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 38, n. 2, p. 275-288, 2015.
Aulas 3 e 4
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Objetivos:
● Compreender o conceito de América Latina;
● Identificar os países latino americanos e seus principais aspectos demográficos, culturais e
sociais.
Fase 2 - Plano de aprendizagem
Materiais para aula: Quadro, pincéis, tesouras, fita adesiva, anexos impressos.
Passo a passo:
Essa aula é muito importante para introduzir de forma mais contundente o conteúdo da Unidade
Curricular. É fundamental que a turma consiga compreender o conceito de América Latina como algo
construído e que envolve muitas possibilidades de entendimento, embora haja consenso em muitos
aspectos entre estudiosos de diferentes áreas. Isso é ressaltado para que os(as) estudantes possam
refletir sobre a existência de algumas disputas no campo da produção de conhecimentos, que podem
fazer prevalecer ou não uma determinada visão/interpretação, a partir de distintas perspectivas
político-ideológicas.
Para dar início às discussões, é sugerido que escreva no quadro, de forma destacada, a seguinte
pergunta: O que é a América Latina?
Peça que respondam à pergunta e registre em volta da pergunta algumas palavras-chave das
respostas da turma, para posterior comparação com as descobertas feitas a partir da tarefa seguinte.
Divida a turma em cinco grupos (no campo “para saber mais” você encontra o link para um
material que discute como fazer o agrupamento dos(as) estudantes), considerando as peculiaridades
da turma. Solicite que cada grupo eleja um relator (que fará o relato das conclusões do grupo) e um
cronometrista (que fará o controle do tempo da atividade), explicando a sua função. Os(as) estudantes
permanecerão nos grupos até o encerramento das duas aulas.
Lembre-se: precisará imprimir os materiais que serão distribuídos aos grupos previamente, na
quantidade adequada à realização das atividades propostas.
Distribua o material (Anexo I) previamente impresso, de forma que cada grupo tenha pelo menos
uma cópia para estudar (você pode optar por fazer um número maior de cópias para cada grupo).
Solicite que façam a leitura e observem o mapa, anotando no caderno as questões mais importantes
que descobriram sobre a ideia de América Latina. Devem fazer a análise a partir das seguintes
questões norteadoras: O que é América Latina? Por que esse nome? Sugere-se a conclusão dessa
etapa em 15 minutos.
Ao final do tempo estipulado, cada grupo deve manter os materiais em mãos, ao tempo em que
recebe as fichas com as informações sobre os países (Anexo II). Deverão analisar as informações e
identificar quais dos países apresentados integram a América Latina. Nessa atividade é importante
explicar à turma que deverão analisar as informações das fichas, comparando com informações
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levantadas no momento anterior da atividade. Recomenda-se circular entre os grupos, auxiliando-os
nas reflexões e na busca pelas respostas, estimulando o seu protagonismo na resolução.
Ao final de 15 minutos, devem recortar as fichas e os(as) relatores(as) irão até o quadro, para
fixá-las na tabela que deverá estar desenhada no quadro, de forma a comportar 20 fichas (também
pode ser feita com antecedência em cartolina ou outro tipo de papel e fixada no quadro com fita
adesiva).
Obs: Professor(a), se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao
final dessa atividade. Caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Depois de todas as fichas fixadas no quadro, cada grupo deverá, com a sua mediação e a partir
das anotações que fizeram, responder à questão: quais foram as principais informações que os(as)
levaram a concluir que os países escolhidos integram a América Latina? Peça para relacionarem suas
respostas com as palavras-chave escritas na lousa, na primeira atividade.
Espera-se que consigam perceber que, apesar de ser um conceito complexo, a ideia de América
Latina é constituída a partir de alguns elementos que são comuns aos processos sociohistóricos que
forjaram as características de cada um dos países que a integram.
Finalizados os debates, solicite que a turma, de forma coletiva, produza um parágrafo, a ser
escrito na lousa, que traduza o aprendizado sobre o conceito de América Latina e dos países que a
compõem. Para isso, inicie pedindo que um(a) voluntário(a) comece a frase e, em seguida, outras
pessoas vão completando a ideia, até que a tarefa esteja concluída. Caso tenha dificuldade em
encontrar alguém para iniciar a frase, sugere-se que faça esse início, como forma de incentivá-los(as)
a continuar.
Em seguida, discuta com a turma acerca da construção realizada e faça algumas inferências,
como forma de consolidar as principais questões que precisam ser apreendidas em torno do conteúdo
trabalhado.
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● Os(as) estudantes conseguem entender o conceito de América Latina como uma construção
sociohistórica, identificando as características comuns entre os países que a compõem, bem
como as peculiaridades de cada um, que os faz singulares.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos:
● Anexo I: Texto e mapa América Latina
● Anexo II: Fichas sobre países
Para Saber Mais:
● BIBIANO, Bianca; SANTOMAURO, Beatriz; MARTINS, Ana Rita. Como agrupo meus
estudantes? Nova Escola, 1 de mar. de 2009. Disponível em:
<https://novaescola.org.br/conteudo/1475/como-agrupo- meus-alunos> Acesso em: 15 de mar.
de 2021.
Referencial Teórico:
América Latina, conceito e identidade. PRACS: Revista de Humanidades do Curso de Ciências Sociais
da UNIFAP Macapá, n. 4, p. 29-39, dez. 2011. Disponível em: <https://www.nepac.ifch.unicamp.br/pf-
nepac/america_latina_conceito_identidade.pdf>. Acesso em: 29 de abr. de 2021.
FARIA, Caroline. América Latina. Infoescola: navegando e aprendendo, sem data. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/geografia/america-latina/>. Acesso em: 29 de abr. de 2021.
FARRET, Rafael Leporace; PINTO, Simone Rodrigues. América Latina: da construção do nome à
consolidação da ideia. Topoi, v. 12, n. 23, p. 30-42, jul.-dez. 2011.
PRADO, Maria Lígia; PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. Editora Contexto. São
Paulo: 2014.
Aulas 5 e 6
Nesta aula pretende-se oferecer elementos para que os(as) estudantes possam reconhecer a
existência, antes da presença dos europeus no continente americano, de várias populações, com uma
grande diversidade cultural e diferentes formas de organização social, econômica, política,
evidenciando, ainda, que essas distintas realidades, não significam atraso ou, muito menos, uma
condição de selvageria e incivilidade, como lhes foi atribuído a partir de um padrão civilizatório
referenciado nas sociedades europeias. É muito importante problematizar os discursos colonialistas
que reproduzem mentalidades racistas, xenofóbicas e intolerantes, com base nas ideias difundidas ao
longo de muitos séculos acerca desses povos que habitavam o continente naquele período.
Para isso, propõe-se, antes de qualquer coisa, pensar com os(as) estudantes acerca da
realidade vivenciada atualmente na América Latina, como consequência de todos os processos que
forjaram as sociedades contemporâneas, marcadas por profundas desigualdades sociais, violações
de direitos, conservadorismos, autoritarismos, preconceitos, discriminações, só para citar alguns dos
problemas, dentre tantos que marcam o cenário dessa região.
Para tanto, sugere-se que organize a sala em círculo para realização da atividade. Peça à turma
para imaginarem que receberam uma varinha mágica, que a partir de um encantamento feito há muitos
milênios, dá ao seu possuidor o poder de transformar, instantaneamente, uma realidade vivida. Em
seguida, escreva no quadro a frase seguinte: - Pelos poderes a mim atribuídos a partir de agora…
Informe que deverão completar a frase, escrevendo, no caderno, a transformação que gostaria
de ver acontecer na América Latina, considerando a resolução de alguma situação que considera
injusta, ou de algum problema que considera grave e que gostaria de ver desaparecer, por exemplo.
Defina um tempo para fazerem o registro e, quando finalizado, peça que cada um(a) leia a frase,
completando com o seu desejo de transformação. Enquanto estiverem apresentando, registre
palavras-chave, para que possa fazer uma rápida abordagem acerca do que foi levantado pela turma.
Quando todos(as) tiverem concluído, solicite que algumas pessoas, voluntariamente, falem
sobre o que perceberam acerca dos problemas enfrentados no cenário latino americano. Em seguida,
faça a articulação entre o que exposto pela turma e as suas anotações, buscando desnaturalizar os
problemas sociais, compreendendo-os como decorrentes das dinâmicas socio- históricas, portanto,
das ações humanas.
Ainda com a turma em círculo, projete o slide (Anexo I) ou imprima a imagem e distribua. Peça
que os(as) estudantes respondam à questão apresentada. É muito interessante que possa instigar a
turma quanto às questões que podem estar relacionadas à imagem. Além da pergunta que aparece
no slide, você poderá fazer perguntas do tipo: O que poderia ser chamado de “crise”? Por que o sujeito
da imagem estaria fazendo referência aos “índios”? Quais pessoas a expressão usada pode estar
representando? O que pode significar “devolver” e “pedir desculpas”? Como isso pode ser relacionado
à crise que o meme faz referência?
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A ideia é que os(as) estudantes reflitam sobre a existência dessas diversas populações antes
da presença europeia no continente americano e que os modos de vida se diferenciavam da forma
como as sociedades se desenvolveram desde então, chegando aos vários problemas vivenciados
contemporaneamente. A frase tratada no meme, comumente utilizada pelas pessoas em conversas
informais, faz referência a uma “crise” que estaria relacionada aos debates frente ao cenário de
desigualdades sociais, exclusão, negação de direitos, etc. Sem uma solução imediata e aparente, é
apresentado, de forma irônica, um caminho mais curto, que seria recomeçar a história, devolvendo o
território aos povos nativos. Isso não quer dizer que podemos prever os resultados desse recomeço,
obviamente, mas de abrir possibilidade de refazer o caminho, com a chance de produzir efeitos menos
nocivos para as sociedades atuais. Essa discussão é bem significativa para introduzir o conteúdo a
ser trabalhado nas tarefas seguintes.
Obs: Professor(a), se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao
final dessa atividade. Caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Divida a turma em quartetos. Distribua aos grupos o material para análise (Anexo II) e a Tabela
de Registros (Anexo III), na qual os grupos deverão fazer as suas anotações acerca das questões
apresentadas. É recomendável que você circule entre os grupos, orientando-os, tirando algumas
dúvidas e incentivando-os a buscar as respostas de forma crítica e autônoma. Espera-se que possam
refletir sobre as características das sociedades que existiam antes da chegada dos europeus e, em
especial, sobre a condição dos indivíduos naquele contexto, fazendo relação com a ideia de cidadania.
Chame a atenção para o registro da conclusão do grupo, pois ela será usada na atividade seguinte.
Esclareça sobre o tempo que terão para essa atividade.
Após todas as explanações, abra o espaço para que possam ser feitas as observações,
discordâncias, debates, a partir das anotações feitas, tendo o cuidado de ajudar nos esclarecimentos
que sejam necessários. O(A) professor(a) poderá também estimular o debate, colocando alguns
questionamentos que achar pertinentes diante das abordagens trazidas por cada grupo e, sempre, de
acordo com os objetivos da aula. Não esqueça de chamar a atenção para os papéis ocupados pelos
indivíduos nos contextos apresentados, que, embora não se possa descrever numa perspectiva da
cidadania como concebida atualmente, sinaliza os níveis de participação e de intervenção social
possíveis naquele momento.
Considerando as possíveis relações com a visão da sociedade atual sobre esses povos e as
problemáticas envolvidas nisso, sugere-se ressaltar, sempre, a autonomia dessas populações, o seu
direito à própria história, às peculiaridades da sua cultura e à liberdade de decidir sobre as suas formas
de desenvolvimento, referenciadas em seus próprios padrões de existência. Isso abre espaço para
uma reflexão que pode contribuir para a desconstrução de preconceitos, intolerância e discriminação
que marcam as relações étnico-raciais contemporâneas.
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● Arremate: (5 min.)
Peça que cada estudante se dirija ao quadro e escreva uma palavra que resuma, para si, o
aprendizado das aulas sobre as organizações sociais existentes na América Latina antes da presença
europeia. Faça uma breve consideração sobre o panorama apresentado, destacando o que apareceu
em maior evidência e chamando a atenção da importância desse aprendizado, tanto para o
desenvolvimento da Unidade, quanto para o desenvolvimento sociopessoal de cada um(a).
PRADO, Maria Lígia; PELLEGRINO, Gabriela. História da América Latina. São Paulo: Editora
Contexto ,2014.
RINKE, Stefan. História da América Latina: das culturas pré-colombianas até o presente. Porto
Alegre: EdiPUCRS, 2012.
Aulas 7 e 8
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Objetivos:
● Observar os diferentes processos de colonização europeia na região;
● Identificar as principais características em relação às estratégias de portugueses e espanhóis na
colonização;
● Compreender as heranças sociais, econômicas, políticas e culturais desse processo.
Fase 2 - Plano de aprendizagem
Passo-a-passo:
Professor(a), a dinâmica desta aula está baseada no conceito de “rotação por estações”, portanto,
busque organizar a turma antes de iniciar as atividades. Considerando uma turma com 30 estudantes,
organize grupos com cinco componentes, totalizando, assim, seis grupos, para três rotações. Os grupos
deverão permanecer nessa formação até o fim das duas aulas, distribuídos na sala de maneira que
permita a circulação de material entre eles no sentido horário. É recomendável que os grupos sejam o
mais heterogêneos possível, de modo que os(as) estudantes possam se ajudar e também desenvolver-
se com a realização da atividade.
Caso tenha um número diferente de componentes na turma, utilize a lógica de formar grupos em
múltiplos de 3 (três) para que todos consigam ter acesso ao material da aula. Sendo assim, você terá
quantas rotações forem necessárias para atender ao total da turma, sempre considerando a formação
de três grupos para cada uma delas (não esqueça de preparar o material que atenda a quantidade das
rotações).
Deve ser explicado aos estudantes que cada grupo receberá uma “Estação” (Anexo I) com
fragmentos de textos para lerem e, a partir disso, deverão preencher a Tabela de Registros (Anexo II),
na qual são apresentadas algumas questões a serem respondidas.
É muito importante instruir os(as) estudantes sobre os seguintes pontos, antes de iniciar a atividade
(sugere-se que isso seja feito em 3 minutos):
1. Serão três estações para seis grupos, ou seja, dois grupos trabalharão com a mesma ficha.
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- Uma pessoa para pedir informações/ajuda ao(à) professor(a), se necessário;
- Uma pessoa para levar o material da estação para o próximo grupo.
Obs: Caso não consiga formar quartetos, por causa do tamanho da turma, alguém pode acumular mais
de uma função no grupo.
4. Os grupos deverão passar o material para o próximo grupo no sentido horário (se for o caso,
fale sobre o que significa isso), mas permanecem com sua Ficha de Análise para anotar os pontos de
cada uma das estações.
Distribua a Ficha de Análise para cada grupo, esclarecendo que deverá ser preenchida a cada
rodada. Mostre cada parte, explicando como registrar as informações, chamando a atenção para as
orientações que já estão no material.
Entregue a cada um dos grupos uma Estação diferente, para iniciar a rotação, lembrando-os que
terão o tempo de 9 minutos para cada análise e registro. Deixe claro que nesta primeira etapa
deverão registrar o entendimento do grupo na parte da Ficha que se refere à Estação que receberam,
sempre observando o título que está indicado no topo da página.
Dê o comando para que iniciem a atividade. Recomenda-se circular entre os grupos, tirando
dúvidas e/ou orientando os registros. A cada finalização do tempo, solicite aos estudantes designados
para esta função, que levem a estação até o grupo seguinte, sempre no sentido horário, até que tenham
sido realizadas as três rodadas.
Nos cinco minutos restantes da atividade, peça para que cada grupo exponha as conclusões
registradas acerca das análises que fizeram. Deverão permanecer com as anotações feitas até o final
das duas aulas.
Obs: Professor(a), se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao
final dessa atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Use os cinco minutos iniciais da atividade para "costurar'' as questões mais significativas das
conclusões apresentadas pelos grupos, ressaltando a forma como a colonização interferiu na
configuração das sociedades atuais e nas desigualdades sociais características dos países da América
Latina.
Em seguida, oriente os grupos a imaginarem uma forma criativa de expressar, em três minutos,
no máximo, a relação existente entre os processos de colonização e a realidade vivenciada
contemporaneamente, seja nos aspectos sociais, econômicos, políticos ou culturais. Pode
sugerir que façam uma enquete teatral, uma paródia, um podcast, um jogral, um jogo, ou qualquer outra
forma de expressão da criatividade do grupo. Esclareça que poderão juntar os grupos, dependendo do
formato utilizado, e que deverão fazer essa produção em vinte minutos.
É recomendável que circule entre os grupos, observando as ideias, chamando a atenção para o
tempo de realização da tarefa e colaborando no que for possível. Isso permite também que possa
estabelecer, antecipadamente, uma ordem das apresentações, de acordo com a expressão escolhida
e a abordagem a ser feita por cada grupo. Encerrado o tempo, proceda com o chamado de cada grupo
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para compartilhar a sua produção, valorizando todas as apresentações feitas e ressaltando a
importância do seu protagonismo na aprendizagem.
Para finalizar a aula, peça aos(às) estudantes para criarem frases que exprimam o que acreditam
ter sido uma aprendizagem significativa sobre o tema da aula. Registre as frases na lousa, para que
tenham um panorama do conhecimento produzido pela turma. Recomende que anotem as frases em
seus cadernos, para terem o registro das conclusões.
É recomendável pedir que cada grupo entregue a “Ficha de Registros” das “Estações”, para que
tenha um parâmetro das aprendizagens alcançadas e possa, oportunamente, fazer uma devolutiva
acerca disso.
ATENÇÃO: Ao final da aula, não esqueça de fazer a indicação do vídeo que deverá ser assistido antes
do próximo encontro, lembrando que ele servirá como uma base fundamental às discussões que serão
feitas em sala, por isso, deverão estar com suas anotações no caderno:
O filme “A Rota do Escravo - A Alma da Resistência”, com duração de 34 minutos, foi desenvolvido pela
UNESCO/ONU e postado em 2013 no youtube. Possui licença livre para reprodução e link leva direto à página
oficial da ONU. Aborda a escravidão como um fenômeno presente na história da humanidade e foca na história
do comércio de seres humanos da África para o mundo.
RINKE, Stefan. História da América Latina [recurso eletrônico]: das Culturas Pré-Colombianas até o
Presente. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2017.
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Aulas 9 e 10
Passo-a-passo:
Esta aula permite aprofundar um aspecto significativo da colonização europeia, que é o processo
de escravização de pessoas. Conforme está descrito nos objetivos, a proposta não se restringe a discutir
a escravidão como um fenômeno relacionado à experiência do tráfico transatlântico, vinculado às
populações africanas, que tem estado em maior evidência, mas refletir as várias formas de escravidão
existente ao longo da história humana, com variadas características e que, por isso, produziram
diferentes efeitos nos contextos nos quais ocorreram.
Essa leitura tem grande relevância nos estudos propostos, por oferecer diversos elementos para se
pensar a cidadania no cenário atual da América Latina, intrinsecamente vinculado aos modelos de
escravidão diversos que se processaram na história dessa região.
A proposta de abordagem da temática foi iniciada com a indicação, no final da aula anterior, do
vídeo da UNESCO/ONU “A Rota do Escravo - A Alma da Resistência”
(https://www.youtube.com/watch?v=HbreAbZhN4Q&t=1507s). Considerando essa premissa, as
primeiras discussões serão realizadas em torno dela.
Antes de iniciar o trabalho, peça para a turma se dividir em quartetos, nos quais permanecerão até
que a turma seja orientada a uma outra disposição no espaço da sala. Em seguida, lembre que
receberam orientação na aula anterior, para assistir ao vídeo e fazer suas anotações nos cadernos.
Peça que as peguem, fazendo um levantamento de quantos(as) realmente fizeram o registro. Depois,
solicitem que falem, de forma livre, acerca das observações feitas. Certamente, muitos serão os olhares
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em torno do vídeo e das questões abordadas nele. Por isso, sugere-se algumas discussões que estão
relacionadas aos objetivos propostos para esse trabalho.
Todas as frases descritas abaixo, ou estão vinculadas a alguma passagem do vídeo ou foram
transcritas da narração na íntegra. Pode projetá-las, escrever no quadro, ou mesmo ditar, pedindo que
os(as) estudantes anotem em seus cadernos. Também pode fazer opção, dependendo do tempo que
tiver, por aquelas que julgar terem maior relevância ou acrescentar outras questões que avalie serem
necessárias no contexto da turma.
À medida que expuser as frases, pode pedir para falarem brevemente o que ela pode representar
no cenário apresentado, fazendo algumas inferências que sejam pertinentes ao momento.
2- “uma cidade desonrosa, uma cidade onde seres humanos são vendidos”
Essa é uma fala atribuída ao pai de um líder africano e chama a atenção pelo fato de fazer referência a
um valor, provavelmente, característico de muitos povos africanos, que, apesar de terem sistemas de
escravização em sua organização social, compreendem-na de forma distinta dos colonizadores,
condenando a mercantilização de seres humanos que os transforma em coisas para atingir seus
objetivos comerciais. De acordo com essa fala, essas atitudes ferem a honra dos sujeitos que a praticam,
explicitando as variadas formas de entender a realidade, em decorrência das diferenças culturais.
3- “eu nunca podia esquecer quem eu era, um ser humano e não uma besta dos campos”
Essa fala mostra a resistência das pessoas escravizadas, que lutam para não incorporarem uma
condição “natural” de inferioridade imposta pelos colonizadores. Muitas foram as estratégias para que
aquelas pessoas negassem a sua história, sua cultura, suas formas de ser e estar no mundo, seu sentir,
o que, em última instância, significava negar-lhes a própria humanidade, uma vez que, retirando-lhes as
características que nos definem como humanos, reduzem-nos a nada além de um animal ou objeto. Esse
processo de afirmação constante da sua inferioridade e incapacidade servia para que as próprias
pessoas acabassem por introjetar essa condição, negando a si próprias e, em muitas situações,
“resignando-se” diante de todas as atrocidades praticadas.
4- Não foram apenas os europeus que escravizaram pessoas da África, usando o seu trabalho como
base para o “desenvolvimento” das suas sociedades.
É comum pensarmos na escravização de pessoas associada ao tráfico transatlântico que trouxe para
as Américas milhões de africanos(as) de várias etnias, pelo fato de estar diretamente vinculado à nossa
história. Porém, a escravização executada no continente africano com fins comerciais remete ao
processo de expansão da religião muçulmana, a partir da qual os habitantes da África tiveram a sua mão-
de-obra utilizada pelos árabes e também obtiveram muito lucro com a venda de escravos. Apesar de ter
um impacto muito maior por causa do número de pessoas submetidas ao trabalho escravo na Europa e
nas Américas, em um espaço de mais de quatro séculos de escravização, a empreendida do mundo
árabe e muçulmano durou muito mais tempo, durando cerca de treze séculos, se estendendo até meados
do Séc. XX, segundo pesquisadores.
6- “Lutei contra a preguiça natural dos escravos com métodos bastante vigorosos e eficazes”
A algumas formas de resistência à escravização, inadaptação ao tipo de trabalho compulsório imposto
pelos colonizadores ou mesmo pela falta de condições físicas para realizá-los foi classificada como
preguiça, compreendida neste caso como um traço da “inferioridade”, seja das populações nativas, seja
dos(as) descendentes de africanos(as). A partir dessa ideia, era preciso punir de forma explícita, para
servir de exemplo, aqueles(as) que apresentavam essa suposta característica inaceitável. Vale ressaltar
que, a despeito de todos os discursos que afirmavam a inferioridade e incapacidade das pessoas
escravizadas, muitas delas ocuparam cargos importantes, em diferentes contextos, fazendo diferença e
tendo participação decisiva em decisões políticas, no desenvolvimento das cidades e na disseminação
de conhecimentos diversos.
Distribua aos grupos, de forma aleatória, os vários fragmentos de texto (Anexo I) que tratam de
diferentes formas e contextos da escravidão. Explique que deverão fazer a leitura atentando às
características que revelam uma situação de escravização de pessoas, embora possa ser bem diferente
de formas mais abordadas ou conhecidas desse tipo de trabalho. Informe que terão 10 minutos para ler,
discutir e registrar no caderno as suas conclusões, para compartilharem com os(as) colegas.
Oriente os grupos a discutirem sobre essas características, o que mais chama a atenção no texto,
se há semelhanças e(ou) diferenças em relação ao que já estudaram ou ouviram falar acerca da
questão. Para auxiliar na realização da atividade, pode também levantar algumas perguntas, por
exemplo:
- O que faz com que o trabalho apresentado no texto seja entendido como escravo?
- Como as pessoas escravizadas são vistas ou tratadas no contexto apresentado?
- Há alguma diferença dessa configuração de escravização em relação ao que vocês já discutiram
antes?
- Vocês reconhecem essa forma de escravização na realidade encontrada atualmente?
Ao final do tempo de análise e registro, peça que compartilhem as suas descobertas, relacionando-
as com as discussões iniciais. Acompanhe as exposições, fazendo as inferências que julgar
22
necessárias. É esperado que consigam identificar e caracterizar diferentes contextos da escravização
de pessoas ao longo da história.
Nos cinco minutos finais, peça que se dirijam ao quadro e escrevam uma palavra que acreditem
resumir o aprendizado que tiveram a partir dos estudos e discussões realizados. Observe atentamente
as palavras escolhidas e procure dar-lhes um retorno do panorama delineado pela turma.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Antes de iniciar essa atividade, solicite aos(às) estudantes que se organizem em círculo. Usando o
equipamento que dispuser, reproduza para a turma a música “A Carne - Elza Soares”, disponível no
seguinte link: <https://youtu.be/yktrUMoc1Xw>. Caso não disponha dos recursos adequados para
utilização do som, pode imprimir a letra da música, encontrada no link:
<https://www.cifraclub.com.br/elza-soares/a-carne/letra/> e distribuir entre os(as) estudantes, pedindo
que façam a leitura. Ou ouvindo a música, ou lendo a letra, deverão refletir sobre ela, buscando
relacioná-la com tudo que foi discutido até aqui e o que ela revela do legado histórico da escravização
de pessoas na formação das sociedades latino americanas.
Essa é uma atividade que busca uma maior interação e participação da turma a partir de uma
discussão sobre as faces da escravidão contemporânea. Você pode iniciar fazendo a leitura ou
projetando os dados Organização Internacional do Trabalho (OIT), caso tenha os recursos disponíveis
para isso:
23
OIT. Trabalho forçado. Disponível em: <https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-escravo/lang--pt/index.htm>. Acesso em: 15
de fev. de 2021.
Faça uma breve abordagem do quadro, chamando a atenção para alguns dados que considerar
relevantes. Em seguida, passe para os(as) estudantes os links abaixo, caso tenham acesso à internet,
para que leiam pelo menos uma das notícias indicadas diretamente no site. Caso não seja possível,
imprima o material com antecedência e distribua para a turma (as notícias de sites internacionais estão
disponíveis em português no Anexo II). Avise que terão 8 minutos para a leitura. Ainda nesse momento,
busque três estudantes voluntários(as) para fazerem a leitura de um resumo das notícias para a turma.
Enquanto os demais estiverem realizando a leitura, converse com os(as) voluntários e explique que
deverão, rapidamente, criar uma estratégia de apresentação das notícias, como em um telejornal.
Encerrado o tempo, peça que seja iniciado o boletim do telejornal.
Agora será a vez dos telespectadores participarem ao vivo. Inicie uma conversa, pedindo que
algumas pessoas se posicionem acerca das notícias veiculadas.
Estimule-os a pensar sobre a condição de uma pessoa escravizada dentro da sociedade com
algumas perguntas:
- Que razões existem para que o trabalho escravo permaneça atualmente?
- O que uma pessoa na condição de escravo não pode?
- De que forma, esse “não poder” interfere na sua condição de cidadão(ã)?
A intenção com essas perguntas é levar a turma a refletir como a escravização restringe e até retira
direitos garantidos legalmente aos cidadãos(ãs) e fere a própria condição humana dos sujeitos a ela
submetidos, revelando os impactos nefastos de uma história que constituiu os países da América Latina
com profundas desigualdades e que reproduz modelos hierarquizados de cidadania que mantém muitos
grupos no seu lugar de poder e de privilégios, ao longo do tempo.
● Arremate: (5 min.)
Para finalizar, peça para formarem duplas e elaborarem alguns tópicos que direcionem a escrita
de um Tributo à liberdade, valorizando-a como um pilar imprescindível ao exercício da cidadania.
Explique que o tributo é um tipo de homenagem, na qual deverão ressaltar o significado da liberdade na
vida das pessoas e para as sociedades, de forma geral.
24
Deverão usar os tópicos para concluírem a escrita do tributo em casa e trazerem na aula seguinte.
Esclareça que as produções serão fixadas em um mural (na própria sala ou mesmo um mural para expor
para a escola), onde outras pessoas poderão ter acesso às produções e conhecer um pouco mais sobre
o que aprenderam com os estudos realizados. Pode sugerir que procurem outros(as) professores(as),
da área de linguagens, por exemplo, para orientarem a escrita.
GIOVANNI, Marcos. A escravidão medieval. Blog uma visão da história. 26 de jun. de 2008. Disponível
em: <http://historiacomsophos.blogspot.com/ 2008/06/escravido-medieval.html>. Acesso em: 2 de mai.
de 2019.
HARRIS, J. E. A diáspora africana no Antigo e no Novo Mundo. In OGOT, Bethwell Allan (ed.): História
geral da África, V: África do século XVI ao XVIII, Brasília: UNESCO, 2010.
SACO, Jose Antonio. Historia de la esclavitud. Volumen 6. La Habana: Imagen Contemporánea, 2006.
SILVA, Alberto da Costa e. A Manilha e o Libambo: a África e a escravidão, de 1500 a 1700. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
25
VEYNE, Paul. História da vida privada, 1: do Império Romano ao ano mil/organização. São Paulo:
Companhia das Letras, 2009.
Aulas 11 e 12
Passo-a-passo
Esta aula oferece alguns desafios, por corresponder a um recorte histórico amplo e que envolve
situações supostamente antagônicas, ao tratar das questões que se referem aos processos de
independência dos países, ancorados em discursos revolucionários de liberdade, bem como as
ditaduras experimentadas na América Latina, como experiência de cerceamento das liberdades e
manutenção dos lugares privilegiados de grupos hegemônicos na região.
Nessa direção, a primeira atividade está relacionada à análise de uma imagem que se tornou muito
representativa dessas construções na história brasileira, apresentando a independência do Brasil
enquanto colônia de Portugal como um ato de bravura de um líder que defende o bem da sua nação, a
despeito da multiplicidade de questões que envolviam esse processo, que se desenrolava a revelia da
massa populacional.
Organize a turma em círculo antes de dar início às discussões. Projete o slide (Anexo I) e peça
que os(as) estudantes analisem todos os seus aspectos e pensem sobre o texto apresentado nos balões
26
(caso não possa projetar, pode imprimir algumas cópias da imagem e distribuir entre os(as) estudantes).
Comece questionando a turma acerca do suposto equívoco na fala de D. Pedro I. Peça que observem
todos os detalhes da imagem, os personagens, os que atuam, os que observam o acontecimento, o
local onde ocorre a cena, etc. Estimule-os com algumas perguntas: Qual o contexto da pintura? O que
pode significar a frase “Mudar para ficar como está?” Quais grupos sociais participaram desse processo?
É possível identificar pessoas exercendo cidadania no momento retratado?
Anote algumas falas que achar pertinentes e que tenham relevância para as discussões, inclusive
se for para desfazer equívocos na compreensão de alguns aspectos importantes. Em seguida,
reproduza o vídeo indicado no boxe “Para saber mais”, intitulado A verdadeira independência,
disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=eBH1xzXLfdg. O vídeo é bem curto e traz uma
análise da imagem, que poderá ser discutida em articulação com o que foi pensado pela turma na
primeira parte da atividade. Caso não tenha como reproduzir o vídeo, exponha oralmente as questões
que são tratadas, seguindo a mesma orientação de retomar o que foi elencado pela turma inicialmente.
Espera-se que os(as) estudantes percebam que as imagens representam discursos, que podem
revelar ou omitir muitas questões que envolvem uma situação complexa, provocando distorções da
realidade e solidificando verdades que atendem a determinados interesses de sujeitos e/ou grupos
privilegiados dentro de alguns contextos. Nesse caso específico da representação da Independência do
Brasil, é preciso chamar a atenção ao fato de alguns sujeitos serem colocados na cena, como se tivesse
ocorrido a participação direta de pessoas que não faziam parte da pequena comitiva que acompanhava
D. Pedro, atribuindo um suposto caráter popular ao evento.
Mantenha a organização da sala. Peça aos(às) estudantes que peguem seus cadernos para
fazerem algumas anotações acerca das questões apresentadas no vídeo que irão assistir. Explique que
o vídeo traz algumas abordagens em torno das independências de países da América Latina que
mostram alguns aspectos que diferenciam a situação do Brasil e do que ocorre nas colônias espanholas.
Em seguida, faça a exibição do vídeo da BBC News Brasil Por que o Brasil continuou um só e a
América espanhola se dividiu após independência? disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=8gM6WJ-ED9A. Ao final da exibição, peça que a turma apresente as
anotações feitas e conduza uma discussão em torno de 12 minutos, articulando o que registraram com
o que foi exposto.
O vídeo tem duração efetiva de 12min 15s, caso não disponha dos recursos para fazer a exibição,
recomenda-se fazer uma exposição dialogada com a turma, incorporando o tempo de discussão das
observações ou dúvidas dos(as) estudantes no tempo total da abordagem realizada.
27
Finalizado esse tempo, peça para cada pessoa falar uma palavra que represente algo que lhe
chamou a atenção no conteúdo discutido. Registre no quadro todas as palavras e analise, juntamente
com a turma, o que apareceu de mais significativo e que marca o aprendizado que obtiveram.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Comece essa atividade escrevendo no centro do quadro a palavra DITADURA. Em seguida, peça
aos(às) estudantes para dizerem o que vem em suas mentes ao lerem essa palavra. À medida que
forem falando, registre algumas palavras-chave ao redor do termo. Observe se aquilo que dizem está
sendo corretamente relacionado ao que seja um sistema ditatorial.
Em seguida, requisite quatro voluntários(as) para fazerem a leitura das definições de ditadura nos
dicionários e dos textos com exemplos do uso do termo (Anexo II). Diga a todos(as) para ficarem
atentos(as) e observarem o que disseram antes sobre a palavra. Depois da leitura, peça que expressem
o que perceberam, comparando o que pensavam antes em relação às informações expostas e
compartilhando o que concluíram a respeito.
Para trazer as informações mais próximas dos(as) estudantes, inicie a conversa pedindo que falem
sobre o que já tiveram acesso sobre as experiências de regimes autoritários implantados no Brasil ou
em outros países. Vale lembrar que essas experiências nem sempre foram explícitas, então, apresente
algumas perguntas que permitam essa reflexão. Algumas perguntas, além de conduzirem para essa
reflexão, já podem iniciar um direcionamento para a principal questão dessa abordagem, que é pensar
sobre liberdade e cidadania. Pode pedir que reflitam sobre as seguintes questões:
- As independências ocorreram baseadas nos discursos de liberdade. Que independências? Que
liberdade?
É importante tratar dessa questão para problematizar que a ideia de independência se baseava muito
mais na quebra da dependência e submissão política e econômica da metrópole do que em ampliar
as liberdades para toda a população, principalmente no caso do Brasil, onde o regime escravocrata
permaneceu em vigor até 66 anos depois da independência.
- Como, apesar dos ideais de liberdade que embasaram as independências na América Latina,
as sociedades caminharam pouco a pouco para regimes ditatoriais?
A principal questão é evidenciar a reprodução de formas de organização social hierarquizadas que, ao
longo da história, manteve no poder grupos que ocuparam lugares de privilégio. O autoritarismo pode
ser pensado como uma forma de garantir as estruturas desiguais construídas desde a colonização,
28
negando direitos básicos a grande parte ou à maioria da população.
- De que forma os regimes implantados interferem no exercício da cidadania?
Seguindo a perspectiva da questão anterior, é evidente a limitação da cidadania em contextos nos
quais engrenagens sofisticadas operam no sentido de reproduzir modelos hegemônicos que colocam
na condição de subalternidade aqueles que, historicamente, foram compreendidos como seres
humanos de menor valor. O exercício pleno da cidadania passa pelo reconhecimento, em primeiro
lugar, da humanidade de cada um(a) e, a partir disso, da equiparação dos direitos de todos os
membros da sociedade. Longe de uma lógica homogeneizante, a garantia da igualdade entre todos
os sujeitos é imprescindível à construção de uma sociedade democrática e participativa, na qual
todos/as exerçam a sua cidadania.
Finalizado esse momento, distribua algumas cópias da lista de países que vivenciaram regimes
autoritários em alguns períodos (Anexo III), para que possam identificar, a partir disto, as similaridades
históricas em uma região que constituiu as bases das sociedades atuais em processos de dominação e
submissão a grupos externos, embora isso não signifique passividade.
Agora que as discussões foram aprofundadas, faça um rápido teste para verificar o que os(as)
estudantes aprenderam. Projete as questões, dando um tempo para responderem. Oriente-os(as) a
anotarem as respostas no caderno. Estimule a turma para responderem individualmente, lembrando a
importância da consolidação de uma aprendizagem sobre o assunto.
Obs.: Caso não esteja utilizando os equipamentos necessários, pode imprimir as questões e distribuir
para a turma, seguindo as mesmas orientações. Outra alternativa é copiar as questões no quadro.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● Os(as) estudantes expressam compreensão acerca dos processos que envolveram as
independências dos países da América Latina e conseguem perceber a influência da forma como
ocorreram na constituição de sociedades que limitam o exercício pleno da cidadania, sendo os
regimes autoritários algumas das experiências que exemplificam esses limites.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I: Meme Independência
● Anexo II: Conceito de ditadura
● Anexo III: Ditaduras na América Latina
● Anexo IV: Quiz
Para saber mais:
● THE HISTORY CHANNEL BRASIL. Independência ou Morte. Youtube, 21 de dec. de 2017.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=eBH1xzXLfdg>. Acesso em: 10 de fev. de
2021.
● BBC NEWS BRASIL. Por que o Brasil continuou um só e a América espanhola se dividiu após
independência? Youtube, 7 de set. de 2020. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=8gM6WJ-ED9A>. Acesso em: 10 de fev. de 2021.
● BUENAS IDEIAS. Independência do Brasil. Youtube, 7 de jun, de 2017. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=0K1Pd83TQIk>. Acesso em: 10 de fev. de 2021.
29
● SILVA, Daniel Neves. Independência do Brasil. Brasil Escola, sem data. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/historiab/independencia-brasil.htm>. Acesso em: 10 de fev. de
2021.
Referencial Teórico:
AMÉRICO, Pedro. Independência ou Morte, óleo sobre tela, 1888, Acervo Permanente, Museu Paulista,
São Paulo.
BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina. América Latina após 1930: Economia e sociedade,
EDUSP: São Paulo, 2005.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12ª edição, 2ª reimpressão, Editora Universidade de São Paulo: São
Paulo, 2007.
Aulas 13 e 14
Passo-a-passo
A aula anterior trouxe diversos elementos para entender o cerceamento das liberdades, o
autoritarismo e a violência como questões fundamentais diante dos desafios para a consolidação de
sociedades democráticas na América Latina. As reflexões iniciais serão continuadas, pensando sobre
as possibilidades concretas para efetivação da democracia, partindo da ideia que todos os espaços
sociais são possibilidades de exercício de cidadania e que a tomada de posição dos sujeitos pode
30
transformar os diversos lugares por eles ocupados em palcos de questionamentos, debates, protestos,
diálogos, etc. Nesse sentido, busca-se evidenciar a importância do protagonismo dos indivíduos e
grupos que, no exercício da sua cidadania, contribuem para significativas transformações sociais.
A partir disso, a primeira atividade traz o futebol como esse espaço de exercício de cidadania. O
esporte e, especificamente o futebol, pode ser entendido como um fenômeno social se pensarmos na
mobilização de indivíduos, nos recursos econômicos que movimenta e no espaço que ocupa na mídia.
Assim, torna-se interessante observar situações nas quais, no universo do futebol, algumas pessoas
assumiram posicionamentos relevantes diante do cenário que se apresentava, tendo um importante
papel na abertura de debates e no enfrentamento de realidades adversas à vivência plena da cidadania.
Essa é uma forma de aproximação dos(as) estudantes, de despertar o interesse para o que será
discutido, já que no Brasil e na América Latina o futebol tem enorme capilaridade e está presente na
rotina da maioria das famílias. A ideia é que, a partir das discussões, seja possível identificar no esporte
as possibilidades de estabelecer debates importantes para a consolidação democrática pelo exercício
da cidadania.
Para realizá-la, peça aos estudantes para se organizarem em trios. Em seguida, inicie um diálogo,
perguntando quem gosta de futebol. A partir daí, pode dar seguimento à discussão, questionando qual
o significado do esporte para as famílias das quais fazem parte. Depois de ouvir algumas colocações,
inicie a condução para uma reflexão mais ampla, com algumas perguntas, como: - vocês acham que
existe alguma relação entre esporte e cidadania?; - vocês conhecem alguma situação na qual, no
futebol, foi possível observar um posicionamento favorável ao exercício da cidadania?; - o que vocês
consideram uma postura cidadã por parte de um jogador de futebol?
Faça o registro das falas que considerar de maior relevância para a discussão proposta, para que
possa retomá-las nas reflexões feitas após a leitura do material que irão analisar.
Nessa atividade, a turma terá contato com algumas imagens (Anexo I) de cenas vinculadas ao
universo futebolístico, para refletirem sobre as atitudes que contribuem para a consolidação da
democracia e sobre o uso de espaços esportivos, tanto para finalidades atrozes quanto para
preservação da memória como forma de luta e resistência.
Faça a exibição gradativa dos slides, de acordo com o tempo necessário para que os(as)
estudantes possam apresentar suas impressões/inferências acerca do cenário apresentado. Caso não
disponha de equipamentos adequados, apresente as imagens impressas para a turma.
Apresente o Slide 1 e peça à turma para responder à questão apresentada. Estimule-os a observar
cada detalhe, o que pode significar um time vestir um uniforme com essas mensagens, qual o significado
do voto dos cidadãos em uma democracia representativa, o porquê dessa necessidade de fazer uma
campanha pela democracia, etc. (você pode aprofundar um pouco o contexto da época, enfatizando os
ganhos para todos(as) os(as) jogadores enquanto cidadãos brasileiros). Lembre de valorizar as
respostas e buscar contextualizá-las de acordo com os objetivos da aula.
Ao exibir o Slide 2, faça o mesmo exercício. Esclareça o fato de o estádio ter sido usado como
campo de concentração durante a ditadura chilena no governo do general Augusto Pinochet (1973-
1990), sendo cenário de prisões e torturas de todos aqueles que tinham idéias contrárias ao governo.
31
Na apresentação do Slide 3, faça a ligação com a imagem anterior, permitindo uma ampla
compreensão do significado do memorial em um estádio de futebol. Faça as problematizações, de forma
que os(as) estudantes reflitam sobre a importância da frase “Um povo sem história é um povo sem
futuro”, escrita na fachada do memorial.
Recomenda-se registrar as falas que considerar importantes na discussão para retomá-las mais
adiante.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Oriente-os(as) a acessarem, através dos próprios smartphones, um dos links abaixo, distribuindo
entre os trios, de forma que todas as notícias sejam abertas às discussões (outra opção é você acessar
o material e projetar para a turma toda, fazendo a leitura de forma coletiva, podendo, ainda, imprimir o
material com antecedência e fazer a distribuição entre os grupos, caso não disponha dos recursos
tecnológicos necessários):
1. Matéria sobre Carlos Caszely, ídolo chileno bastante envolvido na luta contra Pinochet:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/22/deportes/ 1574461963_796141.html>.
2. Matéria sobre Sócrates, ícone da democracia: https://
<brasil.elpais.com/brasil/2018/08/07/deportes/1533651082_702246.html?rel=listapoyo>.
3. Matéria sobre Didier Drogba, jogador Costa do Marfil envolvido em esforços pelo fim da guerra
civil: <https://edesporto.com/drogba-o-apelo-de-joelhos- para-acabar-35643>.
Peça que façam a leitura atenta da matéria, direcionados(as) pelas perguntas seguintes. Solicite
que façam o registo das respostas nos cadernos, para posterior socialização com a turma.
● Como as pessoas que protagonizam a notícia se posicionam frente à realidade de seus países?
● Por que a forma como se posicionaram foi importante no contexto em que as situações
ocorreram?
● Vocês pensam que essas pessoas têm algum diferencial? Qual seria?
● Qual a relação que vocês fazem da matéria com as ideias de cidadania e democracia?
Fale para registrarem, ao final das discussões, uma frase que resuma a conclusão do grupo em
torno da matéria analisada. Informe que terão 15 minutos para finalizar essa etapa. Circule entre os
grupos, auxiliando no esclarecimento de possíveis dúvidas.
Ao final do tempo, peça que compartilhem com os demais colegas os registros que fizeram. A cada
frase informada, anote-a no quadro, de forma que possa ter um panorama do que os grupos produziram.
Encerradas as apresentações, faça, juntamente com a turma, uma análise do painel construído. Busque
destacar palavras importantes, estabelecer vínculos entre as frases, articulá-las com as respostas
dadas anteriormente nas apresentações dos registros de cada grupo, de maneira que fique evidente a
importância de cada cidadão(ã), a partir do seu espaço de atuação, das suas vivências, assumir um
posicionamento político e impactar de forma positiva a sociedade, em especial no que concerne aos
aspectos que envolvem a efetiva participação democrática, fazendo ecoar a sua voz e mobilizando
outras pessoas em torno de causas voltadas ao bem estar coletivo.
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Agora é o momento de pensar sobre a cidadania brasileira no contexto apresentado. Distribua
uma folha em branco para cada estudante e material para desenho e pintura (caso não tenham).
Explique que agora eles irão desenhar uma camisa do uniforme do time do coração (caso não seja
torcedor no futebol, pode adequar para outro esporte ou preferência - música, talvez) e colocar nessa
camisa a mensagem que gostariam que chegasse à população brasileira em relação a algo necessário
para o exercício da cidadania em nosso país.
Após concluídas as produções, pode pendurá-las em um varal, em algum espaço da sala de aula,
para que possam ser observadas por todos(as). Se o tempo for insuficiente para concluir a atividade,
peça para terminarem em casa e trazerem no encontro seguinte para compor a exposição artística.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● Os(as) estudantes compreendem que as conquistas alcançadas pelas populações latino-
americanas são fruto de um processo histórico que envolveu a participação direta de pessoas e
grupos que exerceram seu papel de cidadãos em momentos cruciais para a transformação social.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I: Slides democracia no futebol
Para saber mais
● BARBOZA, Kalleb; SIMÕES, Klaus, KIELING, Nicolás. Democracia Coritinana. Livro
Reportagem, jan/mar 2018. Disponível em: <https://livro-reportagem.com.br/democracia-
corintiana/>. Acesso em: 04 de mar. de 2021
● PECHI, Daniele. Democracia Corinthiana, futebol e política. Nova Escola. 01 de dez. de 2011.
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2131/democracia-corinthiana-futebol- e-
politica>. Acesso em: 04 de mar. de 2021.
● STEIN, Leandro. O atacante que deu novo rumo às crianças na Guerra da Bósnia. Trivela. 01 de
abr. de 2013. Disponível em: <https://trivela.com.br/mundo/o-atacante- que-deu-nova-esperanca-
as- criancas-durante-a-guerra-da-bosnia/>. Acesso em: 04 de mar. de 2021.
Vídeos:
● CANAL DEPORTV. La historia de Sócrates. Youtube. 4 de dez. de 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/ watch?v=XCbd9ZWflZ4>.Acesso em: 04 de mar. de 2021.
● Rebeldes do Futebol - Abertura. Youtube. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=6fTgeSd3Nmc>. Acesso em: 04 de mar. de 2021.
● Idier drogba: muito mais que um jogador. Youtube. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=MTVAsw-C2Zk>. Acesso em: 04 de mar. de 2021
● Pedro Asbeg, Democracia em Preto e Branco (Trailer), Youtube, 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=QACt5qmMYRE&t=36s>. Acesso em: 04 de mar. de 202
● Democracia Corinthian: Youtube. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=n30IGMKV6TM>. Acesso em: 04 de mar. de 2021.
● FICBOL. Rebeldes del Fútbol: Carlos Caszely. Youtube. Disponível em:
33
<https://www.youtube.com/watch?v=Mq0f4l2IQdo&t=335s>. Acesso em: 04 de mar. de 2021
● DESTINO FÚTOL: Socrates, Youtube. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=NXq6hUgBvb0>. Acesso em: 04 de mar. de 2021
Referencial Teórico:
CASTRO, Lúcio de (Dir.). Memórias do chumbo – o futebol nos tempos do condor. Brasil, 2012.
DAMATTA, Roberto; et. al. Universo do Futebol: Esporte e Sociedade Brasileira. Rio de Janeiro:
Pinakotheke, 1982.
FILIPOVIC, Zlata. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra. São Paulo: Companhia das Letras,
1994.
JARDIM, Roberto. Democracia Fútbol Club: o jogo de bola além das quatro linhas. São Paulo: Editora
Ludopédio, 2020.
MAGALHÃES, Lívia Gonçalves. Histórias do futebol. São Paulo: Arquivo Público do Estado, 2010.
PIRES, Breiller.João Saldanha, o técnico que atormentou a ditadura. El País. 03 de jul. de 2017.
Disponível em:<https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/01/depo/1498862110_086687.html?
rel=listapoyo>. Acesso em: 05 de mar. de 2021.
PIRES, Breiller. Sócrates, de aposta corintiana a ícone da democracia. El País. 20 de ago. de 2018.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/07/deportes/1533651082_702246. html?
rel=listapoyo>. Acesso em: 05 de mar. de 2021.
RELAÑO, Alfredo. Carlos Caszely, o goleador que ajudou a derrotar Pinochet. El País. 25 de nov. de
2019. Disponível em:<https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/22/deportes/1574461963_ 796141.html>.
Acesso em: 05 de mar. de 2021.
SILVA, Rui Pedro. Drogba. O apelo de joelhos para acabar com a guerra civil. É desporto. 12 de fev. de
2017. Disponível em: <https://edesporto.com/drogba-o-apelo-de-joelhos-para- acabar-35643> . Acesso
em: 03 de mar. de 2021.
Aulas 15 e 16
34
Objetivos:
● Entender os marcos legais e as instituições democráticas a partir da experiência brasileira;
● Reconhecer a importância da garantia legal de direitos para a cidadania;
● Perceber as responsabilidades advindas da condição de cidadania para a consolidação de uma
sociedade democrática.
Fase 2 - Plano de aprendizagem
Materiais para aula: anexos impressos, cadernos, pincel e quadro.
Passo-a-passo
Agora é o momento de pensar sobre a busca pela consolidação democrática na América Latina.
Para isso, já foram discutidas diversas possibilidades de atuação cidadã, é muito importante refletir
sobre a importância do estabelecimento dos marcos legais da cidadania e da criação de instituições
que favorecem a democracia em um país. Partir da realidade brasileira pode ser um facilitador para
pensar as questões que envolvem toda a América Latina, por aproximar o conteúdo da realidade
vivenciada pelos(as) estudantes.
Com base nessa ideia, é interessante começar com uma problematização sobre a importância
de se ter uma Constituição Federal. Pergunte à turma se entendem o que é esse documento e qual a
importância dele.
Pode pedir também para falarem como imaginam uma sociedade onde um governante tenha
plenos poderes sobre a população, sem leis que garantam os seus direitos. Essa é uma pergunta
importante para os(as) jovens, porque, para muitos(as) é um tanto distante da realidade pensar sobre
isso, visto que, na faixa etária na qual se encontram, não viveram experiência de restrição formalizada
dos direitos de cidadania e de cerceamento das liberdades. São uma geração que já encontraram a
sociedade configurada em um cenário de muitas conquistas, a partir das lutas travadas por gerações
anteriores.
Sendo assim, embora ainda exista muito a lutar, em especial pelos retrocessos sinalizados no
mundo inteiro, as experiências de vida que possuem talvez não lhes permitam uma reflexão mais
realista do que isso pode significar. Sugere-se que sejam apresentadas situações cotidianas, nas
quais a sua rotina tivesse uma interferência direta da ausência de alguns direitos, para que tentem o
exercício de projetar como seriam as suas vidas. É interessante fazer anotações de algumas falas,
para retomá-las posteriormente.
35
● Análise de conteúdo: (25 min.)
Depois dessa reflexão mais ampla, é
proposto um diálogo sobre as instituições
democráticas, como consequência/resultado
das manifestações e da pressão popular para
vencer o regime militar, partindo da experiência
brasileira, como forma de conferir maior
proximidade e significado às discussões.
Organize a sala em trios. Distribua aos
grupos os três primeiros artigos da
Constituição Federal de 1988 (Anexo I). Diga-
lhes para fazerem a análise desses artigos e
registrarem nos cadernos as suas conclusões,
orientados(as) pelas seguintes questões:
- O que significa dizer que o Brasil é um
“Estado Democrático de Direito” ?
- Qual a importância de termos em nossa
Constituição Federal os cinco fundamentos
elencados no Art. 1º?
- O que o Art. 2º traz de importância para
a democracia em nosso país?
- Quais os efeitos práticos dos objetivos
descritos no Art. 3º para o exercício da
cidadania brasileira?
- A cidadania é uma conquista. O que essa afirmação nos diz sobre a cidadania brasileira?
Pode também fazer a leitura do trecho abaixo para a turma, para ajudar nas reflexões:
Todos podem e devem comer, trabalhar e obter uma renda digna, ter escola, saúde, saneamento
básico, educação, acesso à cultura. Ninguém deve viver na miséria. Todos têm direito à vida
digna, à cidadania. A sociedade existe para isso. Ou, então, ela simplesmente não presta para
nada. O Estado só tem sentido se é um instrumento dessas garantias. A política, os partidos, as
instituições, as leis, só servem para isso. Fora disso, só existe a presença do passado no
presente, projetando no futuro o fracasso de mais uma geração [...] Tenho fome de humanidade.
SOUZA, Hebert de. O pão nosso. Veja 25 anos: reflexões para o futuro. São Paulo: Abril, 1993, p. 20-21.
Chame a atenção para o tempo de realização da atividade e circule entre os grupos para auxiliá-
los em caso de dúvidas. Ao encerrar o tempo estipulado, peça que se organizem em círculo na sala
para dar início às discussões acerca do que produziram.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Inicie a conversa pela última questão, perguntando “Por que a cidadania no Brasil é uma
conquista?” Ouça o que respondem e conduza as reflexões de modo que fique evidente o fato de ter
havido todo um processo de luta, com a participação de movimentos sociais de causas diversas, que
culminaram no texto da Constituição Federal de 1988, ampliando as condições de cidadania no Brasil,
36
após o regime ditatorial.
Dando seguimento, peça que apresentem as conclusões dos grupos, fazendo as articulações
necessárias para que fiquem evidentes as garantias que estão estabelecidas constitucionalmente e a
importância das instituições para que essas garantias sejam efetivadas de forma equitativa, tendo em
vista o exercício pleno da cidadania.
Finalizadas as discussões, desenhe uma nuvem no quadro e distribua alguns pincéis, pedindo
que, em silêncio e de forma organizada, cada um(a) se dirija ao quadro e escreva, dentro da nuvem,
uma palavra que represente o aprendizado construído sobre “ser cidadão(ã) no Brasil”. Caso uma
palavra seja repetida, crie uma maneira (sublinhando, colocando aspas, escrevendo por cima, etc.)
para que possam destacá-la em relação às demais. Ao terminar, fotografe a nuvem com as palavras
destacadas para reproduzi-la em um cartaz, para ser afixado em algum mural, na própria sala ou em
outro local da escola.
Outra forma de fazer essa atividade, caso disponha de equipamentos e acesso à internet, é fazer
essa nuvem de palavras usando o Mentimeter, “uma plataforma online para criação e
compartilhamento de apresentações de slides com interatividade” (você encontra tutoriais para uso da
plataforma em vários sites na internet). Através dela, as palavras mais citadas aparecem em destaque
e ficará visível o que foi mais significativo para a turma.
Você precisará dar aos estudantes as instruções necessárias para que se organizem ao longo
da semana e façam seus estudos previamente. Distribua cópias impressas do roteiro do trabalho para
a aula seguinte (Anexo II). Poderá compartilhar o arquivo através de aplicativo ou por e-mail e também
pedir que fotografem o documento, se dispuserem dos recursos. Quando estiver tudo concluído,
chame a atenção da turma para as orientações a serem dadas.
37
● Anexo II - Roteiro para preparação da atividade
Para Saber Mais:
● GARRETT, Filipe. O que é Mentimeter? Veja como funciona e como criar apresentações.
TechTudo, 28 Set. 2020. Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/listas/2020/09/ o-que-e-
mentimeter-veja-como-funciona-e-como-criar-apresentacoes.ghtml>. Acesso em: 26 de mar. de
2021.
● MENTIMETER. Disponível em: <https://www.mentimeter.com/>. Acesso em: 26 de mar. de
2021.
Referencial Teórico:
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Centro
Gráfico, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>
Acesso em: 04 de mar. de 2021.
Aulas 17 e 18
Passo-a-passo:
Esta é uma aula bem prática, pois as orientações acerca da sua preparação foram feitas com
antecedência (Anexo I). Faça uma checagem com os grupos para verificar se estão com tudo
preparado. Porém, antes de iniciar as apresentações, proponha um desafio ao grupo para testar o
aprendizado que construíram durante a realização das pesquisas e a elaboração das análises através
de um Quiz (Anexo II) com alguns conceitos chave das exposições a serem feitas. Você pode fazer isso
virtualmente, compartilhando o link com a turma para que cada um(a) responda às questões, ou, caso
38
não tenha os recursos para isso, pode imprimir o documento e distribuir para que respondam em duplas.
Quando concluírem a atividade, faça uma rápida correção das questões, contextualizando o
conteúdo da aula e ajudando a criar uma atmosfera favorável às exposições que serão na sequência.
Vale ressaltar que os países, apesar de buscarem a cooperação para resolverem problemas comuns,
possuem interesses contraditórios em virtude de suas características nacionais. Questões políticas,
estrutura econômica, perfil sócio-cultural e a própria história do país podem ser elementos que auxiliam
ou dificultam as relações internacionais. A título de exemplo, em reunião de Presidentes para
comemorar os 30 anos do Mercosul, o presidente uruguaio afirmou que o Mercosul não deveria ser um
peso para seus membros. A resposta argentina foi que os países deveriam ter maior comprometimento
e avançar ainda mais nos processos de cooperação e integração política, econômica e social,
demonstraram forte desentendimento em relação ao futuro do bloco.
Com tudo encaminhado, organize a sala em círculo e ajude-os a testar equipamentos, se for o
caso. Informe que as apresentações serão feitas de acordo com os casos analisados. Sendo assim, as
equipes que representam a OEA serão as primeiras, seguidas da CEPAL e MERCOSUL.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
apresentação, dando continuidade no encontro seguinte. Caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Escreva no quadro a palavra MULTILATERAL, conforme o exemplo abaixo e peça para que os(as)
estudantes componham o acróstico, inserindo as ideias de forma complementar. Outra forma de fazer
isso, caso disponha de recursos para tal, seria usar um documento compartilhável, através do Google
Docs ou Padlet, por exemplo.
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M ____________________
U ____________________
L ____________________
T ____________________
I _____________________
L ____________________
A ____________________
T ____________________
E ____________________
R ____________________
A ____________________
L ____________________
Depois de concluída a atividade peça para algum(a) estudante fazer a leitura. Em seguida, chame
a atenção para aspectos relevantes que foram colocados e discuta os pontos importantes que
porventura tenham ficado de fora dos olhares da turma. Peça para copiarem o acróstico nos cadernos
e fotografe o quadro como registro da produção final da aula. Recolha os relatórios das análises e
conclusões de cada grupo para correção e posterior devolução.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● Os(As) estudantes compreendem o significado e a importância da existência de instituições
multilaterais para a cooperação e/ou resolução de conflitos no âmbito da América Latina.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Roteiro instituições multilaterais
● Anexo II - Quiz da Introdução
Para saber mais
● Organização dos Estados Americanos (OEA): http://www.oas.org/pt/default.asp.
● Mercado Comum do Sul (Mercosul): http://www.mercosul.gov.br/.
● Comunidade Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL): https://www.cepal.org/pt-br
Referencial Teórico:
Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL). A pandemia provoca aumento nos níveis
de endividamento dos países da região e coloca em perigo a reconstrução sustentável e com igualdade.
Disponível em: <https://www.cepal.org/pt-br/comunicados/pandemia-provoca- aumento-niveis-
endividamento-paises-regiao-coloca-perigo-reconstrucao>.
Organização dos Estados Americanos. A CIDH apresenta caso sobre o Brasil perante a Corte
Interamericana.Disponível em: <http://www.oas.org/pt/cidh/prensa/notas/2020/304.as>.
40
Aulas 19 e 20
Passo-a-passo
A principal questão que envolve essa aula é a necessidade de ampliar a visão dos(as) estudantes
quanto à existência de diversas riquezas naturais na América Latina e pensar que grande parte delas
compõem espaços que são compartilhados por vários países. Isso é importante porque contribui para
a formação de um pensamento voltado às questões regionais, concebendo a sustentabilidade da região
como algo indispensável à vivência de uma cidadania latino-americana. Para tanto, a primeira
abordagem será em torno da Amazônia, por ser um espaço de grande importância, não apenas para a
América Latina, mas para o mundo inteiro e que, por isso mesmo, também está relacionado a
problemáticas complexas, por envolverem interesses diversos.
Para iniciar as discussões em torno do tema, escreva no centro do quadro a palavra AMAZÔNIA.
Em seguida, peça aos(às) estudantes para dizerem palavras ou expressões que vêm à mente e possam
ser relacionadas com a palavra em destaque. Anote o que for dito ao redor e, depois de concluído, peça
que a turma faça uma leitura do quadro apresentado, buscando levantar algumas questões que podem
ser descritas como significativas para pensar esse espaço, tanto aspectos positivos, quanto aqueles
considerados problemas. Caso apresentem questões envolvendo as queimadas, desmatamento,
exploração das riquezas minerais, ações contra as populações indígenas, estimule-os(as) a apresentar
argumentos acerca disso, observando como se posicionam e identificando possíveis posicionamentos
estereotipados e/ou preconceituosos, que possam ser problematizados em momento oportuno.
Divida a turma em grupos com 5 integrantes e distribua para cada grupo uma cópia do texto sobre
a Amazônia (Anexo I) e uma cópia do Mapa conceitual (Anexo II). Oriente-os(as) a fazerem a leitura
atenta do texto e registrar nos espaços indicados, as respostas das questões apresentadas. Chame a
atenção para a importância do registro da conclusão do grupo. Avise que terão 12 minutos para isso.
Em seguida, peça que cada grupo apresente as suas conclusões, abrindo uma discussão e ressaltando
a importância da Amazônia como uma riqueza natural compartilhada por países da América Latina,
41
problematizando as transformações ocorridas ao longo do tempo e os prejuízos causados pelo uso
inadequado dos recursos dessa reserva natural.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Concluída essa primeira etapa, solicite que os grupos que estudaram sobre a Organização do
Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) apresentem aos(às) colegas a instituição e, em seguida,
os grupos que estudaram sobre o Foro Social Panamazônico (FOSPA). Após as explanações,
recomenda-se discutir sobre a importância da existência dessas instituições que objetivam o amplo
desenvolvimento da região amazônica sob aspectos diversos, que contribuem para o fortalecimento da
cidadania regional, visando, principalmente, na perspectiva da sustentabilidade. Destaque os temas
abordados por essas organizações e peça-lhes para falarem sobre a importância deles no cenário
brasileiro.
A última atividade será a produção de um Card sobre sustentabilidade América Latina (pode
ser um por grupo). Os cards contém informações resumidas, relevantes e de rápida compreensão. Em
geral são apresentados em formato retangular e constituem-se em pedaços interativos de informação.
São também um convite ao engajamento. Atualmente a produção de Cards é muito acessível em
plataformas digitais, com muitas opções de design. No link a seguir é possível acessar uma dessas
plataformas e fazer belos trabalhos: https://www.canva.com/pt_br/criar/ecard/. Porém, se não dispuser
de recursos digitais, pode adaptar com materiais facilmente encontrados em uma unidade escolar.
Distribua uma folha de papel A4 (ou outro papel de sua preferência) para cada grupo e
disponibilize materiais como lápis de cor, lápis cera, hidrocor, pincéis atômicos, tesoura, revistas e
jornais para recorte , cola, etc. Oriente-os a escreverem no caderno os textos que querem incluir no
card e planejarem a disposição das imagens ou desenhos e, em seguida, coloquem a mão na massa.
Exponha as produções na sala ou em outros espaços da escola que acharem mais adequado.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● Os(As) estudantes reconhecem a existência de diversas riquezas naturais na América Latina e
compreendem que muitos dos espaços que as comportam são compartilhados por vários países,
evidenciando a ideia de sustentabilidade para a região como algo imprescindível à cidadania
regional.
Fase 4 - Materiais de Apoio
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Anexos:
● Anexo I: Texto Amazônia
● Anexo II: Mapa conceitual Amazônia
● Anexo III: Textos sobre OTCA e Fospa
Para saber mais:
● Agenda Estratégica de Cooperação Amazônica. Disponível em: <http://www.otca-oficial.info/
assets/documents/20160816/e05ee45c8ab089b6a841ebbafd0345b8.pdf
● Tratado de Cooperação Amazônica. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/
handle/id/186318/000406292.pdf?sequence=1>. Acesso em: 02 de mai. de 2021.
Referencial Teórico:
Aulas 21 e 22
Passo-a-passo
Esta aula segue a perspectiva da anterior, na busca de ampliar a visão dos(as) estudantes quanto
à existência de diversas riquezas naturais na América Latina e pensar que grande parte delas
compõem espaços que são compartilhados por vários países. A água é o bem mais precioso para os
seres humanos, por isso há grandes desafios a serem transpostos, quando se pensa na pouca
disponibilidade apropriada ao consumo humano e, consequentemente, sobre os usos que se faz dela,
tomada por muitos apenas como mais uma mercadoria, associada, portanto, às profundas
43
desigualdades verificadas no cenário contemporâneo.
A primeira atividade propõe uma reflexão acerca do uso e do acesso à água em diversos
contextos, buscando o entendimento sobre a relevância de cada cidadão(ã) implicar-se nas mudanças
necessárias, a partir de pequenas atitudes que fazem diferença.
Para iniciar, peça que a turma se organize em quartetos. Quando estiverem devidamente
organizados, faça a projeção do Slide (Anexo I) e peça que os(as) estudantes respondam à questão
apresentada. Para estimular a participação, você poderá ainda lançar, gradativamente, as perguntas:
- Que cenários estão descritos nas imagens? - Quais os usos da água em cada um deles? - Alguma
imagem sugere escassez da água? - Em quais cenários da nossa realidade podemos observar essas
discrepâncias? Vocês acreditam que isso é exclusivo da nossa realidade brasileira? Como vocês
imaginam que isso se dá na América Latina? E no mundo?
Peça, ainda, que falem um pouco como essas questões se apresentam na sua comunidade, no
seu município, na região, se for o caso. Espera-se que os(as) estudantes identifiquem os abusos, o
desperdício, as desigualdades no acesso e distribuição da água, as consequências para as
populações mais vulneráveis, etc. como uma realidade não apenas do seu entorno, mas que tem
proporções planetárias.
Em seguida, faça um fechamento das discussões com algumas inferências a partir do que
expuseram.
Peça que acessem e leiam o texto Aquífero Guarani, de Pérsio de Moraes Branco, disponível
no link: <http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Canal-Escola/Aquifero-Guarani- 2617.htm>
Caso não tenha os recursos para fazer o acesso em sala, você pode imprimir previamente o material
e distribua para cada grupo uma cópia do texto. Não esqueça de distribuir também uma cópia do Mapa
conceitual (Anexo II). Oriente-os(as) a fazerem a leitura atenta do texto e registrar nos espaços
indicados, as respostas das questões apresentadas. Chame a atenção para a importância do registro
da conclusão do grupo. Avise que terão 15 minutos para isso.
Ao final do tempo, peça que compartilhem a conclusão de cada grupo, anotando aquilo que
perceber significativo na discussão. Depois que todos os grupos apresentarem a sua visão, faça uma
abordagem geral sobre o que for mais significativo acerca do Aquífero Guarani, enfatizando o fato de
ser uma riqueza natural compartilhada por alguns países da América Latina e que está muito vinculada
à discussão anterior acerca da problemática que envolve a água no planeta e da produção de
desigualdades vinculada a isso.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Com as informações obtidas e discussões realizadas até aqui, é chegada a hora de relacionar o
uso e acesso à água como direito e como responsabilidade de cada um(a) de nós enquanto cidadã(os).
Pensar sobre isso é tão significativo que, em 2010, a assembleia geral da Organização das Nações
Unidas (ONU) considerou o acesso à água e ao saneamento básico um direito humano fundamental,
44
fazendo a sua inclusão, em 2015, na Agenda 2030, através do Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) de número 6. O alcance desses objetivos envolve questões complexas, porém não
há dúvidas quanto à indispensável colaboração de cada indivíduo para que haja transformações
significativas no panorama atual.
Para iniciar essa reflexão, lance a seguinte questão: Por que o acesso à água e ao saneamento
básico são considerados um direito humano e quais ameaças à garantia desse direito vocês
identificam? Peça que discutam com o(a) colega ao lado e anotem a resposta no caderno. É sugerido
o tempo de 6 minutos para registro dessa resposta.
Finalizado o tempo, lance a segunda pergunta: - Como você pode colaborar para que todas as
pessoas possam usufruir desse direito? Informe que também terão 6 minutos para essa resposta.
Ao final, abra espaço para que exponham as suas respostas oralmente e faça anotações do que
identificar com maior relevância nas falas. É muito importante que identifiquem os aspectos da
cidadania relacionados às perguntas e, principalmente, como cada pessoa, nos seus diversos
espaços, podem adotar atitudes que contribuem para o exercício da cidadania, tanto no aspecto da
reivindicação de direitos e mobilização de pessoas, quanto no que concerne à responsabilização
pessoal pelo uso racional dos recursos hídricos, ciente dos abusos que são cometidos em todo o
planeta e às desigualdades produzidas a partir disso.
Agora, faça o desenho de uma árvore no quadro (você também pode fazer previamente um
cartaz em papel flip chart ou papel 18kg com o desenho da árvore). Se tiver possibilidade de preparar
o material previamente, distribua para os(as) estudantes, representações de frutos, em papel colorido,
onde deverão escrever uma palavra, de acordo com a orientação.
Devem imaginar que a água absorvida pelas raízes e conduzida até as folhas alimenta essa
árvore de forma adequada, o que faz com que produza frutos de excelente qualidade. A partir disso,
devem pensar que a quantidade de água recebida e distribuída, é o equilíbrio quanto ao acesso e
distribuição da água para as populações e, por isso, deverão escrever, no interior de cada fruto, uma
palavra que represente o que esse equilíbrio pode gerar para as pessoas e para as sociedades, que
representa as características de uma fruta saborosa e de boa qualidade, que alimenta da melhor forma
aqueles(as) que a consomem. Caso não tenha como preparar os frutos, apenas distribua alguns
pincéis e peça para escreverem, diretamente na copa da árvore, no quadro ou no cartaz, a palavra
escolhida, de acordo com as orientações recebidas.
Sugere-se que observe as palavras apresentadas e busque fazer uma articulação do que foi
apresentado com as discussões realizadas, ressaltando a impossibilidade de vida sem água e o
quanto é significativo cuidar desse recurso precioso para todos os seres do planeta. Recomenda-se
fotografar a produção da turma como registro da sistematização feita.
Oriente-os a ler atentamente o roteiro que foi entregue, para que se organizem com a devida
antecedência, providenciando materiais, vestuário, adereços, objetos, acessórios, etc., dos quais
precisarão trazer para a escola na semana seguinte, de acordo com o planejamento que fizerem e da
entrega da atividade que optarem por fazer.
TUNDISI, José Galizia. Recursos hídricos no futuro: problemas e soluções. Estudos Avançados, n.
22, v. 63, p. 7-16, 2008. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ea/v22n63/v22n63a02.pdf>. Acesso
em: 27 de mar. de 2021.
BRANCO, Pércio de Moraes. Aquífero Guarani. Serviço Geológico do Brasil, sem data. Disponível
em: <http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Aquifero-Guarani-2617.html>. Acesso em: 27 de
mar. de 2021
Aulas 23 e 24
46
Habilidades:
● EMIFCG01; EMIFCG07; EM13CHS102.
Objetivos
● Identificar semelhanças e diferenças nos aspectos sociohistóricos e étnico-culturais de outros
países latino americanos em relação ao Brasil;
● Reconhecer a diversidade étnico-cultural característica da América Latina;
● Desconstruir discursos etnocêntricos acerca dos povos latino americanos;
● Valorizar as culturas latino americanas.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula: Materiais definidos no planejamento dos grupos.
Passo-a-passo
Esta é uma aula prática, uma vez que todas as orientações acerca da sua preparação foram feitas
com antecedência. Faça uma checagem com os grupos para verificar se estão com tudo preparado.
Organize a sala em círculo, ajude-os a testar equipamentos (se for o caso) e defina a ordem das
apresentações. Estabeleça que os(as) estudantes que estiverem acompanhando as apresentações
deverão fazer anotações sobre o que mais lhes chama a atenção e o que isso significa em termos de
novas aprendizagens sobre os países em questão.
Lembre que terão 17 minutos para apresentarem o resultado do trabalho feito ao longo da semana,
incluindo 2 minutos para comentários dos colegas acerca do que lhes chamou a atenção na
apresentação. A partir disso, anuncie o primeiro grupo.
● Apresentações:
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
apresentação, dando continuidade no encontro seguinte. Caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Nesse tempo final, conduza a votação para eleger o grupo “Embaixadores da aventura na
América Latina”. Você pode pedir ajuda para outros(as) colegas professores(as), alguém da Direção
47
ou Coordenação, ou mesmo criar uma estratégia para votação entre os próprios grupos. Sugere-se que
utilize como critérios, além da criatividade, adequação e coerência das apresentações, a conclusão
apresentada quanto a importância dos estudos feitos, pensando nos objetivos da aula.
Se tiver possibilidade, pode tentar conseguir alguma forma de premiação para o grupo eleito, para
estimular o comprometimento com a qualidade das atividades desenvolvidas.
Caso seja possível, pode também, com as devidas autorizações, produzir um vídeo com as
apresentações para ser compartilhado com as famílias.
● Paraguai:<http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/seu-destino/paraguai#recomendacoes-de-
viagem>.
● Uruguai: <https://turismo.gub.uy/index.php/pr/uruguai-e>.
● A diversidade dos povos indígenas na América Latina. Deutsche Welle. Disponível em:
<https://www.dw.com/pt-br/a-diversidade-dos-povos-ind%C3%ADgenas-na-
am%C3%A9rica-latina/g-45036962. >. Acesso em: 12 de mar. de 2021.
Referencial Teórico:
Aulas 25 e 26
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Tema Princípios para uma cidadania regional. O que nos une?
Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades
● EMIFCG02; EMIFCHSA03; EMIFCG07.
Objetivos
● Perceber-se sujeito latino americano;
● Conhecer os princípios para a cidadania regional;
● Identificar iniciativas da sociedade civil que favorecem o exercício da cidadania na região;
● Reconhecer a importância dos movimentos sociais contemporâneos para a consolidação da
democracia na América Latina.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
Materiais para aula: anexos impressos, pincel e quadro, fita adesiva, smartphones (se possível).
Passo-a-passo
A identidade das pessoas está conformada por diversas características (traços físicos, gostos,
valores). Algumas dessas características são individuais, outras são influência de nossas famílias, e
outras estão diretamente relacionadas com o lugar no qual nascemos. Uma forma de capturar essa
complexidade é fazendo um gráfico de identidade (Figura 1),1 que ajuda a mostrar os diversos
elementos que compõem uma pessoa, podendo também analisar um conceito complexo ou uma ideia.
Nessa aula, a ideia é incluir o pertencimento regional como elemento que faz parte da identidade do
sujeito para refletir sobre o que significa para os(as) estudantes ser Latinoamericano.Para isso, a
condução deve levar o(a) estudante a pensar sobre esse lugar de pessoa que integra a população da
América Latina e é, portanto, enquanto cidadão(ã) dessa região, corresponsável em todas as questões
que envolvem a vida coletiva.
1. Peça aos(às) estudantes para que desenhem um círculo com o seu nome no centro, com linhas
saindo dele, conforme o modelo abaixo. Em cada linha peça para que coloquem uma palavra ou frase
que lhes represente tendo a cultura (do Brasil, e da América Latina) como referência, por exemplo:
“brasileiro”, “afro-descendente”, “descendente de indígenas”, “falo português, mas quero aprender
espanhol,” “Gosto da Copa Libertadores.” Fale para eles(as) pensarem nas coisas que gostam de fazer,
de comer, nas coisas que falam, nas danças e músicas que gostam e que estão vinculados a uma
herança cultural. Busque refletir junto com eles(as) sobre o pertencimento a um espaço comum, onde
houve a influência de diferentes grupos étnicos, refletida na cultura expressa no dia a dia, chamando a
atenção para os estudos feitos até aqui e lembrando também as questões históricas e sociais que nos
fazem ser quem somos.
1
FACING HISTORY AND OURSELVES. Teaching strategy: Identity Charts . Disponível em:
https://www.facinghistory.org/resource-library/teaching-strategies/identity-charts Acesso em: 08 de jul. de 2021.
49
Figura 1
2. Uma vez finalizado, peça aos(às) estudantes para que comparem seus gráficos aos de um(a)
ou dois(duas) colegas, e conversem:
● Você compartilha alguma coisa com seus(suas) colegas? Têm coisas diferentes?
● Tem alguma parte da sua identidade cultural que você mesmo(a) escolheu? Por que?
Agora, informe que cada grupo terá acesso a uma notícia envolvendo iniciativas de pessoas e/ou
grupos na busca de soluções para problemas que afetam o exercício da cidadania na América Latina.
A mesma notícia será analisada por dois grupos diferentes, que deverão fazer suas inferências acerca
dela.
Oriente-os(as) a acessarem, através dos próprios smartphones, um dos links abaixo, de acordo
com o critério de dois grupos para a mesma notícia (outra opção imprimir o material com antecedência
e fazer a distribuição entre os grupos, caso não disponha dos recursos tecnológicos necessários):
50
Link: <https://brasil.elpais.com/internacional/2021-03-09/as-mulheres-da-america-latina-na -rua-
ou-nas-redes-clamam-contra-a-violencia-machista.html>.
2- Crianças e adolescentes ativistas na América Latina:
Link: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/03/mini-gretas-na-america-latina-vao-da- luta-
pelo-meio-ambiente-aos-direitos-de-transexuais.shtml>.
3- Campanha contra a fome durante a pandemia no Brasil:
Link: <https://www.brasildefato.com.br/2021/03/16/campanha-tem-gente-com-fome-quer -doar-
cestas-basicas-a-223-mil-familias>.
Esclareça que deverão, a partir da leitura e análise da notícia, registrar no caderno algumas
informações a partir do seguinte roteiro:
- Onde e quando a matéria foi publicada?
- Quais o(s) país(es) da América Latina relacionado(s) à matéria?
- Qual(is) a(s) causa(s) do movimento/protesto apresentado na notícia?
- De que forma a notícia nos fala sobre exercício da cidadania na América Latina?
- Quais os possíveis impactos dessas iniciativas no cenário da região?
Sugira que elejam, já no início da leitura, um(a) colega para ser relator(a) dos registros do grupo.
Circule entre os grupos para ajudar no esclarecimento de possíveis dúvidas. Ao final do tempo, peça
que retornem a organização da sala em círculo.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Peça que o(a) relator(a) do grupo compartilhe com os(as) demais estudantes os registros feitos
durante as discussões. Ao final dos relatos busque articular o que foi dito, fechando a ideia da
importância dos indivíduos assumirem o seu papel de cidadãos(ãs), contribuindo para as mudanças
necessárias ao bem comum.
Mantendo a organização da sala, distribua post-its entre os estudantes (de 3 a 4 para cada um(a)),
esclarecendo que deverão usá-los de acordo com as orientações recebidas.
Explique que fará a leitura (você pode imprimir os princípios e distribuir para a turma- Anexo I),
junto com eles(as), dos “Princípios para a cidadania regional” propostos pela UNESCO. Lembre-os que
deverão prestar bastante atenção, pois irão escolher de 3 a 4 palavras que acham mais importante
destacar, escrevendo-as nos post-its.
51
PRINCÍPIOS PARA A CIDADANIA REGIONAL
Ao final da leitura, dê mais um tempo para concluírem a escrita. Peça que levantem, na ordem
que indicar e colem no quadro (ou em outro local indicado) as palavras escolhidas. Observe se há
palavras similares ou repetidas e ajude-os(as) a organizarem, para que possam ter um panorama geral
da produção da turma. Caso disponha de recursos tecnológicos para isso, pode também fazer essa
tarefa usando algum aplicativo ou plataforma digital, a exemplo do Padlet, inserindo os post-its no
ambiente de compartilhamento criado para isso.
Com essa etapa concluída, peça para que discutam porque acreditam que essas palavras foram
escolhidas, observe as que mais se repetiram, instigue-os(as) a refletir o significado delas para uma
vivência cidadã na América Latina e qual a responsabilidade de cada um(a) nesse processo, fazendo
as devidas considerações.
● Arremate: (15min.)
Agora é o momento de assumir maior responsabilidade diante do que foi abordado na condição
de cidadão(ã) latino(a) americano(a). Peça ajuda de alguns(as) estudantes para desocupar o espaço
do quadro. Em seguida, fale para a turma que irão construir o texto de uma carta-compromisso, em
nome de todos(as), assumindo um compromisso da turma diante dos princípios estudados (pode até
reproduzi-los na íntegra em alguma parte da carta, se acharem adequado). Eleja um(a) estudante para
anotar em uma folha pautada o conteúdo produzido coletivamente no quadro, para que seja assinado
ao final. Se dispuser de recursos pode também escrever em um documento digital e imprimir para
assinatura.
Depois de concluída a carta, peça que seja feita a leitura e, em seguida, circule para que todos(as)
assinem. Pode publicar a carta no mural da sala ou mesmo da escola.
52
Enquanto a carta estiver circulando para assinatura, avise que cada estudante deverá providenciar
um caderno, bloco de notas ou pasta (como preferirem), para organizar um Diário de Bordo relativo ao
projeto que será iniciado na aula seguinte. Chame a atenção para a importância desse recurso,
deixando claro que pode ser algo muito simples, de baixo custo.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● Depois das atividades realizadas foi possível verificar que os(as) estudantes demonstram o
sentido de pertencimento como sujeito latino americano e reconhece a importância das ações
individuais e coletivas para a vivência plena da cidadania e para a consolidação de uma sociedade
efetivamente democrática na América Latina.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Princípios para a cidadania regional
● Anexo II - Modelo carta
Para saber mais
● LANDIM, Maria Luiza Braga; D´AVILA. Tiago Landim. Movimentos sociais na América Latina:
princípios e realidades do Brasil. Das Américas. v. 1, n.1, sem n/p, 2015. Disponível em:
<https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/dasamericas/article/view/17572/12947>. Acesso
em: 25 de mar. de 2021.
Referencial Teórico:
CARVALHO, Igor. Campanha “Tem Gente com Fome” quer doar cestas básicas a 223 mil famílias. Brasil
de Fato. São Paulo, 16 de mar. de 2021. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2021/
03/16/campanha-tem-gente-com-fome-quer-doar-cestas-basicas-a-223-mil-familias>. Acesso em: 31 de
mar. de 2021.
FADDUL, Juliana. Mini-Gretas na América Latina vão da luta pelo meio ambiente aos direitos de
transexuais. Folha de São Paulo. São Paulo, 13 de mar. de 2021. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/03/mini-gretas-na-america-latina-vao-da-luta-pelo-meio-
ambiente-aos-direitos-de-transexuais.shtml >. Acesso em: 31 de mar. de 2021.
PALOMINO, Sally et. al. As mulheres da América Latina, na rua ou nas redes, clamam contra a violência
machista. El País. 09 de mar. de 2021. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/internacional/2021-03-
09/as-mulheres-da-america-latina-na-rua-ou-nas-redes-clamam-contra-a-violencia-machista.html>.
Acesso em: 20 de mar. de 2021.
UNESCO. Global Citizenship Education: Take it local. Paris: UNESCO; 2018. Disponível em:<
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000265456 >. Acesso em: 25 de mar. de 2021.
UNESCO. Preparing Teachers for Global Citizenship Education: a template. Paris: UNESCO; 2018.
Disponível em: <https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000265452_eng>. Acesso em: 25 de mar. de
202
53
Observatório da cidadania latino americana
Aulas 27 e 28
Passo-a-passo:
Portanto, a partir desta aula, as atividades serão diversificadas, mas sempre voltadas ao mesmo
propósito. Cada encontro semanal representará um passo importante até chegar à realização do
evento final e avaliação do trabalho, que encerrará as atividades desta Unidade Curricular. É muito
importante que os(as) estudantes sejam estimulados(as) a aderirem integralmente à proposta, para
que tenham, a partir disso, maior comprometimento na realização de todas as tarefas.
Para dar início à aula, organize a sala em círculo. Primeiramente deve-se fazer uma rápida
retrospectiva do caminho percorrido até aqui, evidenciando quanto já se aprendeu acerca da América
Latina, partindo do significado do termo, passando pelas similaridades existentes no cenário dos
diversos países da região, com suas problemáticas e potencialidades, refletindo sobre o
reconhecimento como sujeitos pertencentes à realidade histórica, social, econômica e cultural latino
americana e identificando a importância de assumir um protagonismo frente a isso, tendo como
referência as várias iniciativas de pessoas e grupos atuantes nesse contexto. Crie situações para que
os(as) estudantes possam se expressar em relação a esse aprendizado.
[...] Por analogia aos "Observatórios Astronômicos", pode-se dizer que um Observatório é
uma “instituição” ou “grupo” que se propõe essencialmente a diligenciar, acompanhar e/ou
fiscalizar atividades promovidas por outras instituições, grupos, agrupamentos, setores ou
segmentos da sociedade.[...]. No contexto acadêmico, esta expressão ganhou espaço na
denominação de grupos de pesquisa sociais, focados em diagnosticar quali e
quantitativamente os resultados de projetos, ações e práticas sociais. (ARRABAL, 2012).
Além dos observatórios astronômicos, é possível encontrar muitos outros implantados em nosso
país, que tratam de uma diversidade de temáticas, a exemplo do Observatório Social do Brasil, que
existe em vários municípios brasileiros e se propõe a atuar “em favor da transparência e da qualidade
na aplicação dos recursos públicos”, com atuação de diversas entidades representativas da sociedade
civil. Outro exemplo é o Observatório de Pesquisa em Violência e Juventude, que está vinculado à
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e se apresenta como
“um fórum permanente de identificação e análise das situações de violência em que estão envolvidos
os adolescentes brasileiros”.
Para que os(as) estudantes tenham um contato mais direto com esse universo, distribua o texto
que apresenta o Observatório Nacional de Segurança Viária (Anexo I) e faça a exibição do vídeo
institucional disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=obeN2p-RPs8.
55
Em seguida, peça que respondam oralmente as questões sugeridas abaixo, que você pode
apresentar gradativamente. Oriente-os(as) a anotarem no caderno as observações que considerem
de maior relevância:
- O que você achou do trabalho do Observatório Nacional de Segurança Viária?
- Qual a importância de nos preocuparmos com a segurança nas vias brasileiras?
- Em que medida, a melhoria da segurança viária no local onde vivemos pode contribuir para o
bem-estar dos(as) cidadã(os)?
- Quais são as maiores preocupações do Observatório Nacional de Segurança Viária? Por que
essas seriam questões importantes?
- E na comunidade onde você vive quais são as principais questões de trânsito que precisam de
maiores cuidados?
- Como um observatório de segurança viária poderia atuar diante dessas situações?
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Esclareça como o trabalho será realizado, a importância da participação de cada um(a) para que
os resultados sejam os melhores possíveis e sobre a necessidade de entrega de um produto final
(evento de lançamento do observatório, aberto à comunidade).
Conduza a divisão dos grupos e estabeleça os procedimentos para definição dos temas. Sugere-
se que procure uma forma de distribuição dos temas que contemple, na medida possível, o interesse
do grupo pela temática tratada, buscando o consenso entre todos(as). Caso seja muito complicado
conduzir a escolha de forma democrática e consensual, pode-se realizar sorteio dos temas.
Explique que cada estudante deverá organizar um ”Diário de Bordo” (pode ser um caderno, bloco
de anotações, uma pastinha), no qual fará o registro de todas as atividades realizadas e informações
relevantes à pesquisa, a exemplo de discussões e decisões do grupo, atribuição de tarefas, fontes
para pesquisar, etc.
56
Com tudo isso explanado, apresente à turma a questão de pesquisa para a qual todos os grupos
buscarão respostas, dentro da temática abordada:
É fundamental deixar claro que eles(as) irão perseguir essa pergunta durante todas as etapas do
trabalho, sempre pensando a América Latina, seus problemas comuns e possibilidades de
intervenção, considerando os organismos existentes, as potencialidades, e as iniciativas populares,
que puderem abarcar dentro da temática que estarão pesquisando.
Chegou a hora de definir o que será preciso para criar o Observatório da Cidadania Latino
Americana (OCLA) na escola e qual a importância desse trabalho. Para isso, os grupos iniciarão as
primeiras discussões para a organização de um observatório. Peça para que se reúnam para tomarem
as primeiras decisões sobre o trabalho que irão desenvolver, sabendo que poderão incorporar novas
ideias ao longo do processo. Alerte-os(as) quanto à necessidade de iniciarem as anotações no Diário
de Bordo.
Distribua a cada grupo uma cópia do material com orientações e indicações para as pesquisas de
cada temática (Anexo II). Pode também compartilhar o documento no formato digital. Explique que
deverão ler atentamente as orientações e que cada grupo deve procurar as sugestões de materiais
para pesquisar dentro do tema do seu grupo, embora não estejam impedidos de pesquisar sobre os
demais.
É importante lembrar que a internet pode ser uma grande ferramenta de apoio ou uma armadilha,
que pode levar os(as) estudantes à desinformação. Essa é uma excelente oportunidade para abordar
as formas e técnicas seguras de realizar pesquisas na internet, evitando as fake news, sites
maliciosos, falta de foco e até mesmo um sentimento de angústia pelo excesso de informação
disponível na era digital. Sobre o hábitos de crianças e adolescentes na internet, a pesquisa TIC Kids
Online Brasil (link disponível no Referencial Teórico) apresentou informações interessantes, como por
exemplo, um aumento do uso da Internet para acompanhar notícias, apesar de ainda ser predominante
o consumo de muito entretenimento no ambiente online. Também constataram que o computador está
perdendo espaço para os celulares.
Nesse sentido, entende-se que esse espaço também pode ser aproveitado para estimular a
pesquisa, bem como evidenciar técnicas seguras de busca de informações no ambiente virtual,
sobretudo em relação a escolha de sites seguros, locais com informações confiáveis e que possam
servir de referência para a vida futura dos alunos.
É fundamental deixar claro aos(às) estudantes que num observatório deve-se levantar os
problemas e propor soluções. Por isso é muito importante que possam pensar sobre os aspectos que
identificam como significativos para o pleno exercício da cidadania na América Latina. Nesse espaço
devem ser levantados dados relevantes acerca da cidadania dos(as) estudantes, de integrantes da
comunidade escolar, do lugar onde vivem, suas famílias. Deixe claro, caso outros(as) professores(as)
57
tenham aderido à proposta do observatório, que terão o apoio desses(as) profissionais que atuam em
outras áreas e/ou disciplinas, que poderão auxiliar na correção de textos, na realização das pesquisas,
na orientação para uso de ferramentas tecnológicas, na apresentação visual dos materiais produzidos,
na tabulação dos dados das pesquisas produzindo gráficos, etc.
1- Quais as questões da cidadania são mais importantes para pensar sobre o contexto da
comunidade onde vivem?
Aqui podem ser apresentadas perguntas que ajudarão cada grupo a fazer o levantamento das
principais demandas relativas ao tema abordado:
● O que vocês acreditam ser importante para ampliar as condições de cidadania das
pessoas que vivem na sua comunidade?
● O que deveria ser mudado nos ambientes onde vocês circulam (escola, casa,
comunidade) para que essa ampliação possa acontecer?
● Quais atitudes cotidianas poderiam contribuir para essa ampliação e por parte de quem?
● Quais os locais para fortalecimento da cidadania que existem no entorno de vocês? Para
que servem?
Solicite que cada grupo apresente aos demais colegas um resumo das discussões iniciais, para
que todos(as) tenham conhecimento do que a turma apresenta como prioridades e possam, inclusive,
contribuir com sugestões. Busque evidenciar as boas ideias e chamar a atenção para alguns possíveis
problemas relacionados às abordagens feitas.
Finalize pedindo que cada grupo eleja uma palavra que descreva o seu sentimento em relação à
realização do trabalho. Faça um o encerramento comentando as palavras citadas.
58
● Anexo I - Observatório Nacional de Segurança Viária
● Anexo II - Orientações aos grupos
Para Saber Mais:
● Como fazer uma boa busca na internet. Nova Escola, 01 de abr. de 2005. Disponível em:
<https://novaescola.org.br/conteudo/2568 /como-fazer-uma-boa-busca-na-internet>. Acesso
em: 04 de abr. de 2021.
● Pesquisa na internet como recurso didático. Brasil Escola, sem data. Disponível em:
<https://educador.brasilescola .uol.com.br/orientacoes/pesquisa-na-internet-como-recurso-
didatico.htm>. Acesso em: 04 de abr. de 2021.
TIC Kids Online Brasil. Cetic.br. Disponível em: <https://cetic.br/pesquisa/kids-online/>. Acesso em:
04 de abr. de 2021.
Aulas 29 e 30
Passo-a-passo
A partir desse encontro será iniciada a etapa de Investigação e Produção, abarcando um total de
seis aulas de 45 minutos. Essa é uma etapa muito significativa do trabalho, pois é nela que serão
aprofundados os estudos que possibilitem a ampliação dos conhecimentos acerca da temática
abordada, fornecendo também elementos práticos na busca de respostas às questões investigadas em
cada Estação. Por isso é preciso de um tempo maior para desenvolvimento das atividades, partindo de
uma interlocução entre o olhar para si mesmo e para a coletividade.
Aqui será feita também a sistematização das pesquisas realizadas, de forma que possam ser
apresentadas à comunidade, associando-se a ela uma proposta de intervenção em relação à
problemática discutida. Durante os encontros, a equipe de trabalho já deverá realizar a divisão de
tarefas e verificação de todos os itens necessários para o evento final. É fundamental o seu
acompanhamento em todo esse processo, dando orientações e suporte, mas sem tirar o protagonismo
dos(as) estudantes.
No primeiro momento da aula, peça que se organizem nos grupos de trabalho e explique que
chegou a hora de aprofundar algumas questões indispensáveis à construção do OCLA na escola, por
isso, serão definidas as principais abordagens de cada estação, de acordo com as temáticas
trabalhadas. A proposta é que a reflexão seja mais focada, afunilando a pesquisa e delimitando melhor
o trabalho do grupo. Isso também é importante porque estimula o protagonismo dos(as) jovens, que
poderão decidir em grupo sobre o tipo de investigação que desperta a sua curiosidade e para a qual
deseja propor mudanças.
Lembre-os(as) que não podem perder de vista a questão norteadora, que todo o trabalho deverá
sempre estar voltado a responder essa pergunta. Significa dizer que devem ficar atentos(as) à sua
condição de sujeito latino americano, tendo essa referência como base para as reflexões, mesmo que
a investigação e as propostas de intervenção sejam mais localizadas na comunidade onde vivem.
Dito isso, conduza-os(as) a definirem, a partir dos estudos feitos ao longo de uma semana, qual a
questão que norteará todo o trabalho de investigação do grupo. Oriente todos(as) a se perguntarem
qual a curiosidade que têm em relação ao assunto que irão abordar, lembrando sempre que devem
pensar a partir de si mesmos(as), na comunidade onde vivem, nos espaços por onde circulam, para
que possam sugerir ações que venham mitigar os problemas identificados. Seguem algumas
60
sugestões de perguntas que poderiam conduzir o trabalho nas estações, para que você possa auxiliar
os grupos no cumprimento dessa tarefa:
61
Após essas explanações, peça que se dediquem a encontrar essa questão-chave para o grupo,
seguindo as orientações seguintes.
Agora que já receberam orientações e sugestões, é hora de quebrar a cabeça para encontrar um
aspecto que cause incômodo ao grupo e que irá orientar a construção da pergunta, aquilo que vai
incentivá-los(as) a buscar respostas. Lembre-os(as) que a pergunta não pode ser feita de forma que o
resultado seja apenas “sim” ou “não”, é necessário ter margem para uma investigação com muitas
possibilidades de resolução, que possam fazer análise de vários aspectos, construindo um panorama
da realidade pesquisada. Relembre os exemplos que foram dados.
Oriente-os a discutir a partir dos registros dos estudos da semana no diário de bordo. Enfatize a
importância de pensar em um cenário mais amplo, no âmbito da América Latina. Estabeleça 15 minutos
para essa tarefa. Circule entre os grupos auxiliando e estimulando as reflexões e tirando possíveis
dúvidas.
Quando concluírem a formulação da pergunta, que deverá ser registrada por todos(as) os(as)
integrantes do grupo no diário de bordo, conduza-os para uma discussão sobre como pretendem buscar
as respostas para essa pergunta, lembrando que a primeira coisa a ser feita, sempre, será o
aprofundamento dos estudos sobre a abordagem que desejam fazer em torno da temática do grupo.
Podem discutir:
- Onde queremos realizar nossa pesquisa? na escola; na minha comunidade; em uma
associação de bairro, etc.
- Queremos pesquisar um público específico? mulheres vítimas de violência; lideranças
comunitárias; pessoas violentadas em geral; jovens negros(as); mulheres negras; ativistas;
professores(as); estudantes; etc.
Concluído esse exercício e com todas as definições devidamente anotadas, vamos à tarefa
seguinte.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Nesse momento, diga para identificarem quais os materiais que já tiveram acesso e que auxiliarão
no aprofundamento dos estudos em torno da abordagem que farão. Oriente-os(as) a elencar os
principais pontos que estudaram e que estão relacionados à pergunta da pesquisa e ao público
escolhido para ser investigado. Estimule-os(as) a trocarem ideias sobre o que entenderam acerca dos
pontos elencados, de forma que todos(as) estejam sintonizados com o trabalho.
62
Com a pergunta elaborada, o ambiente e o público da pesquisa definidos e as discussões sobre a
abordagem feita, chegou o momento de pensar sobre o que querem fazer para coletar os dados que
precisarão para responder à pergunta definida pelo grupo.
Explique que existem várias formas de fazer essa etapa do trabalho, que poderão optar por
aplicação de questionários (impresso ou através de plataformas virtuais e/ou aplicativos específicos),
fazer entrevistas, analisar documentos, fazer reuniões para ouvir pessoas, etc. Lembre sempre da
importância de ter o consentimento das pessoas que participarão da pesquisa (se for o caso) e que não
precisa ser feita a identificação dos(as) participantes pelo nome. Relembre a importância dos registros
dessas definições no diário de bordo. Circule entre os grupos orientando e tirando dúvidas.
Explique que os grupos que conseguirem definir rapidamente a forma de coleta dos dados poderá
também estabelecer a quantidade de sujeitos que pretendem alcançar na pesquisa e iniciar a produção
das questões que serão aplicadas (se a opção for por algo assim). Em caso de optarem por isso,
esclareça que não deverão ter um número elevado de questões, sugira algo em torno de 5 a 7
perguntas, além de informações de identificação como sexo, idade e escolaridade, se for do interesse
do grupo.
Oriente-os(as) a dar continuidade a esse trabalho em casa. Antes de finalizar o tempo, inicie a
preparação da atividade seguinte.
Desenhe no quadro a tabela abaixo (você pode também fazer isso usando um documento
compartilhável, caso tenha os recursos tecnológicos necessários). Peça que cada grupo compartilhe
as suas informações, anotando no espaço indicado. Ao final, peça que analisem as propostas de
pesquisas e dêem sua opinião sobre o que a turma está propondo, fazendo sugestões, caso ache
necessário.
GRUPO 1
GRUPO 2
GRUPO 3
GRUPO 4
GRUPO 5
63
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo - Não há
Para saber mais
● Não há
Referencial Teórico:
● Não há
Aulas 31 e 32
Passo-a-passo
● Introdução: (10 min.)
Essa aula compõe a etapa de Investigação e Produção, como foi explicado na aula anterior.
Portanto, será dada continuidade ao que foi delineado acerca da pesquisa, ampliando as definições
nesse sentido e também estabelecendo algumas decisões e acordos relativos à entrega final, com a
realização do evento para a comunidade.
Peça que a turma se organize nos grupos de cada estação. Em seguida, solicite que cada grupo
fale um pouco sobre a experiência até aqui, os desafios encontrados, as descobertas, possíveis
entraves que precisam resolver. Concluídas as falas, explique qual será a dinâmica da aula, na qual
deverão fechar as questões para levantamento de dados da pesquisa, definir a forma como irão
comunicar os resultados da pesquisa, além das atividades obrigatórias, da qual todos os grupos deverão
participar no dia do evento com a comunidade escolar. Também deverão iniciar a lista de materiais e
equipamentos que serão necessários para uso de toda a turma e aqueles específicos das produções
de cada grupo.
64
● Momento de reflexão: (15 min.)
Distribua a cada grupo (é preciso imprimir previamente) ou oriente-os(as) a acessarem uma das
fábulas sobre o trabalho em equipe, disponíveis nos links abaixo:
Peça que leiam atentamente as histórias e discutam sobre a importância das lições apresentadas
para o trabalho do observatório. Sugere-se um tempo de 8 minutos para isso. Terminado o tempo,
solicite que um(a) representante de cada grupo resuma a leitura e apresente as conclusões tiradas a
partir das reflexões que fizeram para as demais equipes.
Explique que é chegada a hora de discutir como poderão fazer o lançamento OCLA da escola para
a comunidade, apresentando os resultados dos estudos feitos pela turma. Esclareça que nesse
processo algumas produções são obrigatórias para todos os grupos e outras poderão ser escolhidas de
acordo com o que acharem pertinente à proposta de trabalho de cada um deles. Além disso, terão que
tomar algumas decisões sobre divulgação do evento e recursos a serem usados de forma conjunta,
como responsabilidade de toda a turma.
Inicie pelas entregas obrigatórias, esclarecendo como cada grupo deverá organizar os trabalhos:
1- Será realizada uma Mesa Redonda para tratar das questões que foram abordadas em cada
estação de conhecimento. Essa atividade
Informe que cada grupo terá uma cadeira nesse encontro e ficará responsável por fazer uma
apresentação oral da pesquisa realizada, dos resultados encontrados e das conclusões da equipe,
lembrando sempre da condição de sujeito latino americano. Para isso, deverão construir, até o dia do
evento, um texto-base para a apresentação, que deverá acontecer em um total de 10 minutos, no
máximo. Se preferirem e tiverem os recursos à disposição, poderão também elaborar slides com
gráficos, imagens, tópicos das informações mais relevantes, etc.
65
A mesa redonda deverá contar com um(a) moderador(a), que assumirá a função de dar início à
reunião e aos debates, apresentará os(as) expositores(as) e também fará o fechamento da atividade,
articulando as abordagens feitas por cada um(a) dos(as) representantes dos grupos. Você poderá
discutir com a turma a quem caberia esse papel. Poderia ser alguém com interesse na temática,
convidado(a) especialmente para isso, algum(a) integrante da escola ou da comunidade, ou mesmo
um(a) estudante. Sugere-se que o(a) professor(a) da turma não assuma esse papel, para que possa
dar suporte aos grupos durante o evento, ficando livre para resolver alguma dificuldade que surja.
2- Cada grupo deverá produzir um Banner como peça de uma campanha de mobilização
relacionada ao tema abordado na estação de conhecimento. Lembrando que as campanhas servem
como estímulo para que as pessoas reflitam acerca da problemática em questão e sintam-se
sensibilizadas à reflexão e à tomada de atitudes que contribuam para melhorias diante da realidade
apresentada. O conteúdo dessa campanha eles definirão com os resultados da pesquisa em mãos,
quando também pensarão sobre a intervenção que irão propor.
É interessante esclarecer que o Banner é uma peça de divulgação muito comum em propagandas
e em eventos de diversas naturezas, sendo amplamente adotado como formato de apresentação de
trabalhos no âmbito acadêmico-científico. Ele não possui um tamanho padrão, mas pode-se adotar
tamanhos de 0,8 x 1,2 m, ou 1 x 1 m, de acordo com as possibilidades da equipe. É muito importante
dizer que a confecção desse material não precisa estar atrelada à disponibilidade de recursos
financeiros para confecção em empresas especializadas. Se a escola ou o grupo não dispuser desses
recursos, pode confeccioná-lo usando papel flip chart (indicado na imagem), por exemplo, produzindo
o conteúdo com recortes, pincéis atômicos, tintas, pincéis, etc.
Concluídas todas essas explicações, peça que discutam e anotem no diário de bordo que outros
formatos poderão usar para comunicar à comunidade o aprendizado que tiveram sobre o tema da
estação na qual atuaram. Podem pensar em produzir um jornalzinho, com notícias vinculadas ao tema,
ou fazer panfletos informativos, criar um mural com imagens relacionadas à temática, etc.
O detalhamento acerca dos materiais e recursos necessários à execução desses planos será feito
mais adiante.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Depois de refletir sobre a importância do trabalho em equipe, é o momento de definir quais materiais
e equipamentos são necessários para realizar as atividades, além de também fazer a divisão de tarefas,
cientes do papel de cada pessoa do grupo para que tudo ocorra conforme o planejado.
66
Oriente-os a listar todos os materiais e recursos que poderão precisar até a finalização de todo o
trabalho: livros, revistas, imagens, artigos científicos para pesquisa, vídeos informativos, material para
impressão de questionários e/ou anotações, computadores, tablets, celulares com acesso à internet,
impressora, equipamento de projeção e som, Softwares e outros recursos para tabulação de dados e
criação de tabelas e gráficos, bem como para a criação de blogs, sites ou canais de vídeo.
Sugira que todos(as) fiquem responsáveis pela coleta de dados da pesquisa, que pode ser feita,
inclusive, utilizando recursos tecnológicos como aplicativos para celulares ou plataformas que oferecem
essa opção, a exemplo do Google Forms. Esse também é o momento de planejar como farão para estar
com todos esses dados prontos para a aula seguinte.
Enquanto realizam essa tarefa, circule entre os grupos, dando uma olhada na lista de questões
que formularam para a coleta de dados e fazendo ajustes, caso necessário.
Existem algumas decisões que precisam ser tomadas com antecedência, para evitar inviabilidades
por falta de tempo. Por isso é interessante pensar sobre questões práticas que envolvem o coletivo da
turma. É fundamental que todos(as) estejam cientes das necessidades e comprometidos com as tarefas
para que tudo corra bem. Deve conduzir esse processo, fazendo o registro das informações no quadro
ou, se tiver os recursos, em um documento digital, que poderá ser compartilhado com todos(as)
posteriormente.
Para um planejamento adequado, é importante pensar sobre as pessoas que serão convidadas e
como a divulgação será feita. Certamente os(as) estudantes terão interesse em convidar familiares,
amigos e colegas da escola, bem como líderes comunitários, pessoas que responderam à pesquisa,
etc. Outra questão é pensar que talvez a escola tenha uma lista de convidados(as) considerados(as)
especiais, por sua representatividade diante da escola ou em relação à temática do OCLA, pela
importância da sua implantação.
A partir daí é necessário pensar sobre a divulgação, para garantir a presença do público. Devem
pensar nas melhores formas de fazer isso: cartazes, faixas, rádio comunitária ou jornal do bairro,
páginas em redes sociais, aplicativos de mensagem instantânea, etc.
Para finalizar, vamos à divisão de tarefas, listando ao lado de cada uma delas os nomes dos
responsáveis por executá-las:
➔ Preparação do local do evento (limpeza, organização, ornamentação, etc.);
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➔ Verificação do bom funcionamento dos equipamentos eletrônicos (checar também a instalação
das apresentações de slides e conexão com a internet, se for o caso);
➔ Mestres de cerimônia do evento;
➔ Suporte para a mesa para as comunicações (água, copos…)
➔ Recepção dos(as) convidados(as);
➔ Reorganização e limpeza do espaço utilizado.
● Arremate: (8 min.)
Junto com a turma, faça um check list no quadro, com todas as atividades propostas, verificando
se ficou alguma pendência no trabalho de algum grupo. Caso identifique a existência de alguma
dificuldade, discuta rapidamente o encaminhamento ou combine com o grupo uma forma de fazerem
isso em outro momento.
Parabenize o trabalho, lembrando que deverão, ao longo da semana, providenciar tudo que for
necessário para as produções da aula seguinte, que será reservada à finalização dos estudos e
planejamento do evento final. Ressalte, mais uma vez, a importância de aprofundar as pesquisas sobre
os conteúdos de interesse da estação, fazendo os registros no diário de bordo para o encontro seguinte.
SANTANA, Ana Lucia. Mesa redonda. InfoEscola, sem data. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/comunicacao/mesa-redonda/>. Acesso em: 15 de abr. de 2021.
Aulas 33 e 34
Passo-a-passo:
● Introdução: (15 min.)
Mas para iniciar com um clima favorável à elaboração das propostas de intervenção, faça a
exibição do vídeo sobre empatia disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v= OQq-
H6EfJHo>. Ao final, conduza uma reflexão, a partir da apresentação de algumas perguntas:
Depois de ouvir os(as) estudantes e anotar as respostas mais significativas, explore o que
disseram, chamando a atenção para o fato que neurocientistas afirmam ser a empatia algo natural entre
nós e no mundo animal de modo geral e que ela pode ser pensada em diferentes níveis, no quais eu
posso compreender o que o outro sente ou, de forma mais profunda, sentir com o outro. Em geral, as
pessoas costumam dizer que é a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Como visto na
animação, a empatia pode estabelecer uma ponte entre o egoísmo e o altruísmo. Considerando as
temáticas abordadas em todas as estações, é fundamental que não se perca de vista o lugar ocupado
por todas as pessoas e/ou grupos pesquisados e as possibilidades de interferir de alguma maneira,
tendo em vista uma mudança em nossa realidade como latino americanos.
Oriente-os(as) a juntarem-se nos grupos por estação de conhecimento para organizar os dados
coletados e discutir o que irão propor como intervenção diante do cenário que encontraram. Esclareça
que precisam entender o que significam as informações que obtiveram a partir das aprendizagens
construídas através dos estudos realizados.
Proponha que definam algumas prioridades na abordagem, para direcionar melhor as ações. Por
exemplo: digamos que na estação “Violência, violência de gênero, racismo” o grupo tenha optado por
fazer a pesquisa a partir da pergunta “Quais as expressões do racismo no cotidiano da nossa escola?”
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e identificou que o racismo ainda está muito presente no âmbito escolar, tanto em atitudes explícitas
como de forma velada. Recomenda-se que reflitam sobre quais ações poderiam propor para que haja
uma mudança nessa realidade, sempre levando em conta que isso faz parte de um contexto mais
amplo. É muito importante chamar a atenção que devem ser ações realistas, simples, como
campanhas, criação de um espaço de escuta, ampliação das discussões nas aulas, etc.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Além de tudo que foi feito até aqui, não se pode perder de vista a necessidade de ter segurança
acerca dos conteúdos a serem trabalhados pela equipe responsável por cada Estação. Por isso, esse
tempo está reservado para que cada grupo possa aprofundar um pouco mais os estudos e discussões
em torno da temática da estação a partir das anotações no diário de bordo e dos materiais que
possivelmente tenham levado para a sala de aula, ou mesmo alguma pesquisa na internet, se tiver
acesso na escola.
Reserve os últimos minutos para conversar com a turma acerca da produção que será feita na
aula seguinte e orientando-os a providenciar todos os materiais que precisarão para realizá-la.
Encerre o encontro enfatizando o quanto cada um(a) é importante e como a atividade que a turma
realizará pode ser impactante para todas as pessoas envolvidas nas ações.
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Referencial Teórico:
● Não há.
Aulas 35 e 36
Passo-a-passo:
● Introdução: (10 min.)
Essa será a última etapa do trabalho, voltada à Produção. Portanto, a ideia é que os grupos
dediquem esse tempo à confecção de todos os materiais que precisarão para a realização do evento.
Peça que se reúnam nas suas equipes e organizem as tarefas que serão executadas, de forma a
otimizarem o tempo disponível que têm juntos em sala. Lembre também que esse é o momento no qual
poderão fazer os últimos ajustes no planejamento feito para o evento pela equipe. Em seguida,
convoque todos(as) a realizarem um belo trabalho em equipe, colocando-se ao dispor para ajudá-
los(as) o que precisarem.
Agora é o momento de produzir os materiais que precisam para concretizar os planos do grupo.
Oriente-os(as) a focar na produção no tempo disponível em sala, evitando que fiquem muitas
pendências para casa. Talvez alguns grupos tenham planejado materiais que dependam de
equipamentos e/ou acesso à internet, que não estejam disponíveis na escola. Nesse caso, precisarão
fazer essa parte em outro local.
Lembre-os também de verificar se todos(as) estão com seus compromissos em dia, se já foi
encaminhado tudo que precisarão para o dia do evento, se tem algum material ou equipamento
específico para o trabalho do grupo que precisarão providenciar. Devem checar se está tudo ok para a
exposição na mesa redonda, se o texto base já está concluído, se irão produzir alguma apresentação
visual, etc.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
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● Mexendo a massa: (30 min.)
Esse tempo é reservado para continuarem as produções . Continue circulando e auxiliando as
equipes.
Peça a todos(as) que recolham os materiais e organizem a sala de aula. Terminada essa tarefa,
reúna a turma em um círculo e peça para darem as mãos. Em seguida, solicite uma pessoa voluntária
para iniciar a atividade. Diga-lhe para escolher um(a) colega da turma e dizer a frase: - PARABÉNS
por… completando com algo que acredita que seja um motivo para essa pessoa ser parabenizada em
relação ao desenvolvimento das atividades do observatório. Explique que, na sequência, todos(as)
deverão fazer o mesmo, sendo que não poderão escolher a mesma pessoa, de forma a contemplar
cada um(a) em suas qualidades para o grupo.
Quando a última pessoa do grupo concluir, peça uma salva de palmas para todos(as). Sugere-se
que seja dito o quanto têm razões para se orgulharem do que conseguiram fazer e como a cooperação
gera bons resultados para todos(as), lembrando que isso vale para todas as situações da vida nas
quais precisamos trabalhar coletivamente, valorizando o que cada pessoa tem de melhor para contribuir
com o grupo. Finalize lembrando o que será realizado na semana seguinte e chamando a atenção
para o potencial de todos(as) para fazerem um evento inesquecível para a turma, para a escola e para
a comunidade.
Aulas 37 e 38
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Habilidades:
● EMIFCHSA08.
Objetivos
● Compartilhar as aprendizagens alcançadas pela turma a partir da implantação do Observatório
da Cidadania Latino Americana na escola;
● Sensibilizar a comunidade quanto às problemáticas que nos afetam enquanto cidadã(os) latino
americanos;
● Propor ações que impactem positivamente no enfrentamento dos problemas comuns da América
Latina;
● Reconhecer as potencialidades de cada cidadã(o) para a transformação social no contexto latino
americano.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula: Materiais e equipamentos definidos para a realização do evento.
Passo-a-passo:
● Orientações gerais:
De acordo com o que foi explicado em aulas anteriores, esse tempo de aula está destinado ao
lançamento do Observatório da Cidadania Latino Americana (OCLA) da escola, em um evento para
compartilhar as aprendizagens dos(as) estudantes acerca dos conteúdos abordados em cada estação
de conhecimento.
Não esqueça de parabenizar e agradecer a turma pelo trabalho realizado e pela concretização do
lançamento do observatório, sugerindo que haja continuidade desse trabalho pela escola, incorporando
novos atores para alimentar os espaços criados (físicos ou plataformas digitais), a partir do projeto.
Agradeça também a todas as pessoas que colaboraram com o trabalho, incluindo colegas da escola,
direção, coordenação, famílias, participantes das pesquisas, apoiadores em diversas instâncias.
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Finalizado esse momento, acompanhe todas as atividades, auxiliando no que for necessário.
Quando as atividades foram encerradas, da mesma forma, acompanhe a limpeza e organização do
espaço, auxiliando as equipes que ficaram responsáveis por essa tarefa.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● O evento aconteceu de forma satisfatória e os(as) estudantes participaram ativamente da sua
realização, assumindo responsabilidades e demonstrando aprendizagens significativas acerca
das temáticas abordadas.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Não há.
Para saber mais
● Não há.
Referencial Teórico:
● Não há.
Aulas 39 e 40
Passo-a-passo:
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reservar, nesse momento final, um tempo para fazer algumas avaliações é de grande relevância. Não
esqueça que precisa ter em mãos as avaliações diagnósticas realizadas na Aula 1, para que os(as)
estudantes possam comparar com a atual e perceber os avanços da aprendizagem que tiveram no
processo.
Organize a sala em círculo para iniciar as discussões. Desenhe no quadro uma nuvem, pedindo
que cada estudante escreva dentro dela uma palavra que representa o seu sentimento quando precisa
se submeter a uma avaliação de qualquer natureza. Combinem uma forma de destacar alguma palavra,
caso deseje usá-la e já tenha sido escrita por algum(a) colega. Essa dinâmica pode também ser
realizada de forma digital, se tiver os recursos disponíveis, através do Mentimeter, conforme sugestão
feita na Aula 8 da unidade 2.
Depois de concluída a atividade, busque conversar sobre os sentimentos que tiveram destaque e,
se for o caso, faça uma discussão sobre as dificuldades que temos com esse processo, de nos
colocarmos sob o foco do olhar de outra pessoa, seja em qual for o aspecto da vida ao qual isso está
relacionado. Ressalte que no convívio social isso é inevitável, portanto, é fundamental aprendermos a
lidar com circunstâncias nas quais somos avaliados(as), entendendo que isso não nos define em
totalidade, mas nos indica possibilidades de fazer algo diferente, caso aquilo que nos dizem deva ser
considerado importante para o nosso crescimento em todos os aspectos.
Informe, a partir disso, que esse será um encontro para fazerem uma ampla avaliação de todo o
percurso que fizeram juntos(as), desde as questões mais amplas, que envolvem a produção coletiva,
até aquelas mais direcionadas ao desempenho individual.
Explique à turma que farão, a partir de agora, a sua autoavaliação. Ressalte o quanto isso contribui
para refletirem sobre o próprio desempenho, aprendendo a identificar e corrigir seus próprios erros.
Distribua o formulário de autoavaliação (Anexo I), informando que, ao final da atividade deverão
devolvê-lo ao(à) professor(a). Peça que leiam atentamente as perguntas e respondam com o máximo
de sinceridade a cada uma delas. Lembre-os(as) que esse é um diálogo consigo mesmo, portanto, deve
fazer uma reflexão séria e verdadeira.
Você também tem a opção, se tiver os recursos para tal, de reproduzir esse formulário em algum
aplicativo ou plataforma digital, a exemplo do Google Forms ou Socrative, compartilhando com eles(as)
o link ou código, para acessarem através dos próprios smartphones. Dessa forma, você obterá
facilmente todas as respostas, com percentuais e gráficos, que dão um panorama imediato dos
resultados da turma. Pode reservar de 15 a 18 minutos para esse primeiro momento.
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onde avançaram na aprendizagem, as dificuldades que persistiram, o que poderiam melhorar em uma
outra experiência.
Inicie um bate papo, pedindo que falem sobre como se sentem em um processo de autoavaliação
e as diferenças em relação a outras formas de ser avaliado(a). Solicite que aqueles(as) que se sentirem
à vontade para isso, compartilhem com a turma algumas impressões sobre a própria trajetória na
Unidade Curricular.
Obs: Se as duas aulas ocorrerem em dias diferentes, pode encerrar a primeira delas ao final dessa
atividade, caso contrário, dê seguimento aos trabalhos.
Com a sala organizada em círculo, lance, gradativamente, algumas perguntas para que os(as)
estudantes se posicionem. à medida que foram respondendo, anote as informações que considerar
relevantes, fazendo algumas inferências e novas questões que possam elucidar o que está sendo
exposto:
- Como eu avalio o trabalho feito na Unidade Curricular sobre Cidadania Regional? (Os conteúdos
abordados, as metodologias adotadas, o tempo de realização das atividades)
- Qual o conteúdo que mais me chamou a atenção? Por que?
- Quais os conteúdos que eu mais aprendi?
- Que sugestões eu daria para melhorar algo em relação ao que foi realizado?
- E quanto ao Observatório, como foi o desenvolvimento do projeto e de seus produtos?
- Quais foram os maiores desafios?
- O que aprendi com esse trabalho?
- Como foi realizar o trabalho em grupo?
- Como eu avalio o evento de lançamento do observatório?
- Quais os efeitos que esse projeto pode ter na escola e na minha comunidade?
- Como me sinto na condição de cidadã(o) latino americano(a) após a realização desses
trabalhos?
Faça um fechamento das discussões, destacando os aspectos que considerar mais significativos
nas discussões.
Distribua para cada estudante uma bandeira, um palito, cola e pincel atômico (caso não disponha
dos últimos itens para todos, peça que usem e passem para os demais). Deverão escrever na bandeira
uma palavra que responda a seguinte pergunta:
Em seguida, devem colar o papel no palito, compondo uma bandeirinha. Quando todos(as)
concluírem, peça que falem, em voz alta e erguendo o braço, qual a bandeira que levantam e por quê?
Depois que a última pessoa levantar sua bandeira, peça à turma para dar uma salva de palmas
para todas as lutas e conquistas das populações da América Latina. Sugira que levem a bandeira para
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casa, como lembrança da Unidade Curricular.
Ainda no clima de alegria e euforia, peça à turma para se dividir em quartetos, formando círculos.
Oriente-os(as) a se juntarem por afinidade, para favorecer o diálogo entre os participantes. Estimule um
clima de abertura, de modo que possam falar com seus corações. Cada Unidade deverá abordar essas
três questões:
1- O que eu aprendi hoje;
2- O que eu desejo para o meu futuro;
3- O que eu desejo para os meus colegas de grupo.
Solicite que, ao terminarem essa conversa, escolham uma palavra positiva que o grupo gostaria de
dedicar para toda a turma.
A dinâmica reforça as aprendizagens e permite concluir o trabalho com uma mensagem positiva,
tanto do indivíduo para si mesmo, como para os seus colegas de grupo, encerrando as atividades de
forma harmônica e descontraída.
Fase 3 - Acompanhamento da Aprendizagem
● Os(As) estudantes participam ativamente das atividades, compreendendo a importância dos
processos avaliativos em vários aspectos da vida e reconhecendo as aprendizagens alcançadas
na Unidade Curricular.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos:
● Anexo I - Autoavaliação
Para saber mais:
● CAED. Avaliação formativa. Centro de Políticas Públicas e de Avaliação da Educação- Faculdade
de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora.
● PENSANDO na educação: 4 formas de fazer uma avaliação diferente na sala de aula. Manifesto
55, 24 de abr. de 2018.. Disponível em: <https://manifesto55.com/pensando-educacao-4-formas-
de-fazer-uma-avaliacao- diferente-na-sala-de-aula/>. Acesso em: 15 de abr. de 2021.
● SOUZA FILHO, Marinho Celestino de. Texto sobre Avaliação. Só Pedagogia. 03 de set. de 2008.
Disponível em: <https://www.pedagogia.com.br/artigos/avaliacao/>. Acesso em: 15 de abr. de
2021.
● Referencial Teórico:
● BIBIANO, Bianca. Autoavaliação: como ajudar seus alunos nesse processo. Nova Escola. 01 de
mar. de 2010. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/432/autoavaliacao-como-
ajudar- seus-alunos-nesse-processo>. Acesso em: 15 de abr. de 2021.
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Aprofundamento Curricular na Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Elaboração
Clara Ramírez-Barat
Amanda Petraglia Nunes de Andrade
Paula Alves
Danilo Vergani
Ivonilda Andrade
CC BY-NC-SA
Os conteúdos originais deste caderno podem ser reproduzidos total ou
parcialmente para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito à Politize! -
Instituto de Educação Política.
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