10 Aula - Bloco E - Preparação Das Situações de Aprendizagem Motora (ACM - LDCFS)

27/12/2022
Aula 10
Bloco E – Preparação das situações de aprendizagem motora
Licenciatura em Desporto, Condição Física e Saúde

Aprendizagem e Controlo Motor
Ano letivo 2022/23
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA, PhD

jose.eduardo@ipg.pt
Conteúdos programáticos
(E) Preparação das situações de aprendizagem motora
1. Demonstração e instrução
2. Feedback aumentado
3. Variabilidade e especificidade da prática
4. Quantidade e distribuição da prática
5. Criação e avaliação das situações de aprendizagem
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Apresentação da prática
Practice Presentation
Considerações preliminares
Familiarização com o contexto
Opening Communication
Direcionamento da atenção
Ansiedade
Clima do ambiente de prática
(Godinho et al., 2000; Magill, 2012; Shmidt & Wrisberg, 2001; Shumway-cook et al., 2011)
Apresentação da prática
Practice Presentation
Instrução e demonstração
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Instrução
Meio de comunicação de info para a realização

de habilidades motoras
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Instrução: Implicações
Instruction: Implications
“Pistas verbais”:
 Instruções verbais podem conter info excessiva ou limitada;
 Pistas são expressões curtas, concisas “Olha para a bola”;
 Direcionam atenção para componentes reguladoras;
 Identificam aspetos críticos de execução;
“Pistas visuais e/ou verbais na fase inicial de aprendizagem:
 Simplificação;
 Seleção de informação essencial;

 Foco atencional nas consequências do movimento
e menos no padrão per si;
 Abordagem + exploratória;
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“Pistas auditivas”:
 Associadas a timing e ritmo dos padrões de

movimento;
Habilidades abertas:
 Foco nas invariantes da tarefa com referência ao

envolvimento;
 Perceção poderá ter uma dimensão inconsciente;
 Promoção de variabilidade de condições de

prática;
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Meio para comunicar como desempenhar

habilidades motoras
Exercício…
• Quantidade de instruções?
• Atenção e instrução (hipótese do efeito da ação)?
• Instruções verbais e estratégias de realização?
• (Sugestões verbais)?
Demonstração
Demonstration
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Demonstração
Demonstration
• Modelação
• Aprendizagem por observação
Exercício…
• O que observar?
• Tipo de demonstrações
• Timing e frequência da demonstração
• Teoria da mediação cognitiva (Bandura)
• Neurónios Espelho
Demonstração
Demonstration
O que é observado?
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Demonstração
Demonstration
O que é observado?
 Exemplo Marcha: relação duração de tempo entre os

movimentos de ida e volta da parte inferior da perna –
relação invariável de tempo relativo entre componentes da
marcha
Possível identificar padrões de

marcha com precisão
“Johansson experience”
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Demonstração
Demonstration
Neurónios espelho
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Como é que a observação influencia a APZ?
Teoria da mediação cognitiva (Bandura,1986)

• Quando se observa um modelo, a pessoa transfere a informação
para um código simbólico da memória – representação da
habilidade motora
• Processo de atenção
• Processo de retenção
• Processo de reprodução do movimento
• Processo de motivação
Teoria da visão dinâmica da Modelagem (Scully e Newell,1985)

• O sistema visual é capaz de, automaticamente, processar o
movimento observado de uma forma que obriga o sistema do
controlo motor agir em conformidade, sem que o aprendiz
precise de envolver processos de mediação cognitiva (memória).
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Feedback
Definição
 “(…)Termo genérico que descreve informações que as pessoas recebem sobre o seu
desempenho durante ou depois de executarem uma habilidade motora” (Magill, 2012).
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Feedback
Exercício
 “(…) Qual a importância do feedback aumentado?

 Conteúdo do e feedback?
Feedback
Conteúdo do feedback?
 Inferior sobre erros vs. sobre execução correta?

 Qualitativo vs. quantitativo?
 CR vs. CD?
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Feedback aumentado
Informação retorno sobre resultados:
 Aprendizes usam CR para avaliar o feedback intrínseco

 Podem precisar de CR por não conseguir o resultado do
desempenho
 Utilização como fator de motivação e continuação do
treino
 Estabelecimento de um ambiente de aprendizagem por
descoberta – alunos tem que resolver o problema para
alcançar o objetivo
Feedback aumentado
Informação retorno sobre resultados:
 Habilidades motoras com características específicas

 Implicações para habilidades com padrão de coordenação
complexo
 Alterar padrões de ativação
 Pode ser redundante com o F.I.
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Feedback aumentado
Tipos de conhecimento de desempenho:
 Verbal: descritivo vs. prescritivo

 Visual: vídeos e análise cinemática
Quando e com que

frequência?
Feedback aumentado simultâneo
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Condições de prática
 Variabilidade vs. Especificidade
 Quantidade e distribuição da prática
 Prática do todo e de partes
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Variabilidade vs. Especificidade
 Schmidt: desempenho de uma habilidade depende da
variabilidade da prática
 Gentile: variabilidade das características reguladoras e
não reguladoras do contexto
 Padrão dinâmico: aprendiz deve descobrir soluções
favoráveis para o problema de controlo dos graus de
liberdade associados à habilidade
 Variabilidade da prática: associada a maior quantidade
de erros durante a prática (associado a fase inicial da
aprendizagem)
 Tendencialmente promove da transferência de

aprendizagem
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 Como implementar?
 Análise das características do contexto e das
características da habilidade
 Analisar graus de similitude entre tarefas/ contextos de

pratica
Variabilidade – Variar contextos
 Variar contextos da prática
 Análise das características reguladoras e não reguladoras
do contexto
 Habilidades motoras fechadas?
 Habilidades motoras abertas?
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Desempenho
(habilidade)
Que condições de prática

Nível de poderão promover
proficiência aprendizagens mais
superior efetivas ?
Prática
(habilidade)
Nível de
proficiência atual
Aprendizagem motora
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Variabilidade!
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Variedade de características do movimento e do contexto que o indivíduo

experiencia na realização de uma habilidade (Magill, 2011)
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Variabilidade nas condições de prática

Tem expressão (diferenciada) mediante a teoria utilizada:
1) Teoria do Esquema (Schmidt, 1975);

2) Modelo de estádios de aprendizagem (Gentile, 2000);
3) Sistema dinâmicos (Bernstein, 1967; Kelso, 1984, Kugler,
P. & Turvey, M., 1987)
Transfer
Variabilidade
Desempenho
(habilidade)
Prática
(habilidade)
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O que é que a investigação tem

demonstrado sobre a relevância da
variabilidade?
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Variabilidade?
-Vantagens na experienciação do erro, sobretudo na fase inicial de aprendizagem.
Como implementar modificações na

prática no que respeita à
variabilidade?
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Variabilidade?
Características da
Características
habilidade em contexto
físicas do contexto
performativo
Análise destes pressupostos promove um transfer mais

efetivo
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Princípios de implementação da variabilidade

1) Habilidade aberta ou fechada?
2) Como é que habilidade é utilizada na “vida real” (vida

quotidiana/contexto desportivo)?
3) Considerar manipulação de condições reguladoras

e/ou não reguladoras
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Definição conceptual
Condições REGULADORAS
• São componentes essenciais para a performance;
• Influenciam diretamente o padrão de movimento;
Exemplos:
• Posição no espaço do indivíduo;
• Velocidade da bola/projétil;
• Trajetória da bola/projétil;
• Distância ao alvo;
• Tamanho e forma da bola;
Definição conceptual
Condições NÃO REGULADORAS
• Não influenciam diretamente os padrões de movimento;
• Poderá influenciar o sucesso na execução da habilidade;
Exemplos:
• Nível de fadiga do indivíduo;
• Influência do público;
• Temperatura;
• Vestuário;
• Número de tentativas;
• Espaços abertos vs espaços fechados.
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Em tarefas ABERTAS:
i) As solicitações do contexto são altamente mutáveis;
ii) Estas condições solicitam adaptações na realização das habilidades;
iii) Variabilidade nas condições não-regulatórias mas, sobretudo nas condições regulatórias;
Em tarefas FECHADAS:
i) No caso das condições reguladoras serem constantes e condições não reguladoras variarem;

Intervenção nas reguladoras enquanto se mantêm constantes as não reguladoras!
ii) No caso das condições reguladoras e n/ reguladoras variarem:


Intervenção em ambas!
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Como implementar modificações na

organização da prática?
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Tipos de organização:
1. Prática em
blocos
2. Prática
aleatória
3. Prática em
série
- 6 sessões;
- 30’ duração total
- 5’ por bloco
- 3 variações da habilidade de
lançamento
(por cima, por baixo e de
lado);
Como estruturar a prática nesta situação simulada
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Organização da prática
Interferência contextual:
• Interferência que decorre da realização de diversas tarefas/habilidades
em contexto de prática.
Demonstração de associação positiva entre

variabilidade e efetividade de aprendizagem!
Battig (1951)
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Menor interferência contextual
Maior interferência contextual
Interferência contextual intermédia
O que é que a investigação tem

demonstrado sobre interferência
contextual?
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Maior impacto positivo da prática aleatória no baseball
Hall (1994)
Fenómeno da
superaprendizagem!
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Fenómeno da superaprendizagem!
Definição conceptual:
• Alargamento do período de prática para além do nível necessário para
atingir um determinado critério de performance.
• Sustenta-se no princípio que o desenvolvimento da perícia depende

de um investimento temporal.
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Superaprendizagem
Tem expressão (diferenciada):
1) Teoria do Esquema – consolidação dos PMG

2) Sistemas dinâmicos – aumento da estabilidade dos
padrões de coordenação
Evidências:
• Evidências científicas positivas em tarefas diferenciadas (contexto militar,
reabilitação, etc.);
• Inexistência de relação linear entre nº de repetições extra e melhoria da performance

(ponto de inflexão!);
Performance pode deteriorar-se!
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Síntese:
• Processo de desenvolvimento da perícia é multifatorial (quantidade de prática,
organização da prática, tipo e frequência de feedback, etc.);
• Quantidade de prática pode não corresponder a “melhor” prática!
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Referências Bibliográficas
Obrigatória:
◦ Magill, R (2012): Aprendizagem motora e controle: Conceitos e Aplicações. 8º ed. Phorte
◦ Shumway-cook, A , Woollacott, M. (2011): Motor control: theory and practical applications. 4nd ed. Baltimore,
williams & wilkins.
Recomendada:
◦ Magill, R Godinho, M., Mendes, R. , Melo, F, & Barreiros, J. (1999): Controlo Motor e Aprendizagem: Fundamentos e
Aplicações, Ed. FMH/UTL
◦ Godinho, M., Mendes, R. , Melo, F, & Barreiros, J. (2000): Controlo Motor e Aprendizagem: Trabalhos Práticos, Ed.
FMH/UTL
◦ Kandel, R., Schwartz, J., Jessell, T. (2000): Principles of Neural Science. 4th ed. McGraw-Hill Medical
◦ Latash, M.L. (1998): Neurophysiological basis of movement. Human Kinetics.
◦ Purves, D., Augustine, P., Fitzpatrick, D., Hall, D.,LaMantia, A., Mcnamara,J. Williams,M. (2004): Neuroscience. 3rd ed.
Sinauer Associates, Inc. • Publishers
◦ Schmidt, R., & Wrisberg, C. (2010): Motor Learning and Performance. A problem-based learning approach. Human
Kinetics.
◦ Singer, R. (1986): El Aprendizaje de Las Acciones Motrices en el Deporte, Ed. Hispano Europea, S.A., Barcelona
◦ Teixeira, L. (2006): Controle Motor. Manole.
CONTACTOS:
https://www.linkedin.com/in/josé-teixeira-3b48b3b1
https://orcid.org/0000-0003-4612-3623
jose.eduardo@ipg.pt | jose.eduardo@ipb.pt
https://www.researchgate.net/profile/Jose-Teixeira-46
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA

PhD in Sports Sciences
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Obrigado pela atenção!
OBRIGADO
PELA ATENÇÃO
Thank you for your attention
José Eduardo Teixeira
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27/12/2022

Licenciatura em Desporto, Condição Física e Saúde

Ano letivo 2022/23

JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA, PhD

Familiarização com o contexto

Clima do ambiente de prática

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

Meio de comunicação de info para a realização

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Instruções verbais podem conter info excessiva ou limitada;

 Pistas são expressões curtas, concisas “Olha para a bola”;

 Direcionam atenção para componentes reguladoras;

 Identificam aspetos críticos de execução;

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

“Pistas visuais e/ou verbais na fase inicial de aprendizagem:

 Seleção de informação essencial;

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Associadas a timing e ritmo dos padrões de

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Foco nas invariantes da tarefa com referência ao

 Perceção poderá ter uma dimensão inconsciente;

 Promoção de variabilidade de condições de

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

Meio para comunicar como desempenhar

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Exemplo Marcha: relação duração de tempo entre os

Possível identificar padrões de

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

Como é que a observação influencia a APZ?

Teoria da mediação cognitiva (Bandura,1986)

Teoria da visão dinâmica da Modelagem (Scully e Newell,1985)

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 “(…) Qual a importância do feedback aumentado?

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Inferior sobre erros vs. sobre execução correta?

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Aprendizes usam CR para avaliar o feedback intrínseco

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Habilidades motoras com características específicas

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Verbal: descritivo vs. prescritivo

Quando e com que

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

Feedback aumentado simultâneo

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Tendencialmente promove da transferência de

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

 Analisar graus de similitude entre tarefas/ contextos de

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

(E) Preparação das situações de aprendizagem motora

Que condições de prática