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UERJ

Trabalho de Cultura Clássica I


Professora: Márcia Regina
Aluno: Thiago da Silva Penna

Glossário:

Palavra Páthos:

Segundo o dicionário Lidell e Scott, a palavra páthos (πάθος) é um substantivo


neutro, que em uma de suas acepções significa qualquer coisa que acontece a alguém,
como um incidente ou um acidente. Já em outra acepção, o verbete registra ser algo que
alguém sofreu ou algo que tenha experimentado, sempre com o sentido de passividade.
No dicionário Le grand Bailly, Pathós é, em uma de suas acepções, definido
como algo que alguém experimenta ou sente em oposição a algo que se faz, i.e., tudo
aquilo que afeta o corpo ou a alma, para o bem ou para o mal – mas, sobretudo para o
mal. Complementando, o verbete ainda traz a seguinte acepção: estado de alma agitada
por circunstâncias exteriores; disposição moral, agitada em boa parte (como sentimentos
generosos ou agradáveis, sentimentos de piedade, amor, prazer etc.) ou em má parte
(como sentimentos de pesar, aflição, tristeza, cólera, ódio etc.).
Na Retórica de Aristóteles, vemos o emprego da palavra Páthos como o artificio
usado pelo orador capaz de comover o ouvinte, criando neste uma disposição de espírito
que o leva a aceitar o discurso. Trata-se, portanto, de um apelo emocional dirigido a
plateia, na busca de sua adesão. Para ele, páthos constitui junto com ethos e lógos os
modos de persuasão à disposição do orador.

Referências bibliográficas:

Lidell e Scott, Greek- English Lexicon, Oxford, 1996.

Le Grand Bailly, Dictionnaire grec-français, Hachette, 2000.

The Complete Works of Aristotle, Volume Two, Princeton University Press,


1995.

Lógica:

A lógica é a ciência que estuda as relações entre as proposições, entre as


premissas e as conclusões inferidas. A lógica não se ocupa de todo o conteúdo do
raciocínio – haja vista ser essa uma atribuição da psicologia –, mas tão somente de sua
correção ou não, à luz de seus métodos.
No processo de inferência lógica, extraímos sempre um argumento, que
corresponde a um grupo de proposições que afirma ser cada uma dessas derivadas da
outra. Na análise da estrutura do argumento assomam os termos: premissas (maior e
menor) e conclusão, sendo esta a proposição que se afirma daquelas. Assim, vemos que
as premissas e a conclusão não são termos inseparáveis, muito que pelo contrário,
porquanto não podemos concebê-los senão como termos relativos ligados, em regra, por
uma expressão (então, logo, ergo etc.).
Esses argumentos podem ser dedutivos ou indutivos. São dedutivos os que
possuem como característica a extração de uma verdade geral que se aplica a casos mais
específicos, enquanto na indução segue-se o caminho inverso, i.e., ao se partir de casos
particulares chega-se a uma generalização aplicável, por analogia, a casos singulares
que se assemelham àqueles.
Segundo Quine, o alcance do termo lógica variou muito de escritor para escritor
ao longo dos séculos, mas teve sempre um fundo comum: que trata a logica como
ciência da inferência necessária.
Na antiguidade clássica, podemos afirmar que antes mesmo de Aristóteles já
havia quem tivesse argumentado, porém, aquele foi o primeiro a conceber o método da
inferência correta de uma forma sistemática. Em seu livro “Primeiros Analíticos” vemos
o tratamento teórico que conferiu à silogística. Seus livros lógicos foram posteriormente
reunidos num título denominado de Organon (“Instrumento”) – uma espécie de
compêndio de seus tratados lógicos.
Somente no século XX, com as ideias de Gottlob Frege e Bertrand Russell entre
outros, a lógica ganhou ares mais modernos; máxime, com o desenvolvimento da lógica
matemática. No entanto, as contribuições do gênio do Estagirita continuam inspirando a
lógica, que atualmente, além de sua abordagem clássica, subdivide-se em diversos
ramos: como a lógica modal, a lógica paraconsistente etc.

Referências bibliográficas:

Jonathan Barnes (Org.), Aristóteles, Ideias e Letras, 2009

Irving M. Copi, Introdução à Lógica, Ed. Mestre Jou, 1978

Willard Van Orman Quine, Elementary logic, Ed. Harvard, 1980

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