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UC - Gestao Da Produção e Logistica para o Agronegocio
UC - Gestao Da Produção e Logistica para o Agronegocio
Gestão da Produção e
Logística para o Agronegócio
Formação Técnica
Gestão da Produção e
Logística
Brasília, 2015
S474c SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
ISBN: 978-85-7664-101-8
Inclui bibliografia.
CDU: 658.5
Sumário
Introdução à Unidade Curricular––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 6
2. Projeto de processos–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 2 2
1. Função produção––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 2 5
2. Objetivos da produção–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 2 6
Encerramento do tema–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3 0
Atividades de aprendizagem––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3 2
2. Suprimento e demanda––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3 8
3. Atividades de planejamento––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3 9
1. Conceito de estoque–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 4 8
Encerramento do tema–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 5 3
Atividades de aprendizagem––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 5 5
1. Cadeia de suprimentos–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 5 8
1. Produtor rural–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 6 4
2. Agroindústrias––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 6 4
3. Varejo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 6 5
1. Cadeia da carne––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––6 9
2. Cadeia do leite––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 7 9
3. Cadeia de grãos–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 81
4. Cadeia sucroenergética––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 8 5
Encerramento do tema–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 8 8
Atividades de aprendizagem––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 8 9
Tema 4: Sistemas logísticos––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 91
2. Evolução da logística–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9 3
1. Transporte–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––9 8
Gabarito––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 129
Introdução à Unidade
Curricular
Introdução à Unidade Curricular
Bem-vindo à Unidade Curricular Gestão da Produção e Logística. Aqui, você entenderá a
importância estratégica da gestão da produção rural nas cadeias produtivas. A compreensão
das cadeias produtivas e da aplicação dos conhecimentos da gestão de operações ao
agronegócio permitirá que você estabeleça as estratégias mais adequadas para cada segmento
de produção rural com base no perfil da região produtiva em que você se encontra.
Objetivos de aprendizagem
Como futuro técnico em agronegócio, é importante saber que de nada adiantaria produzir
as mais diversas culturas agrícolas sem eficiência e sem ter como entregar esses produtos
nos diversos mercados consumidores. Portanto, após o estudo desta unidade, você terá
desenvolvido os conhecimentos essenciais para a gestão de operações produtivas e de
logística no que se refere ao agronegócio.
Bom aprendizado!
A administração não é apenas algo voltado à vida das pessoas, mas se refere também à
vida das organizações. As organizações são organismos vivos, compostas de um conjunto
de pessoas com diferentes culturas, hábitos, conhecimentos, habilidades que precisam ser 9
organizadas, alinhadas ao interesse da organização e gerenciadas.
Fonte: Shutterstock
Atenção
Para as cadeias produtivas do agronegócio, isso não é diferente. Decisões sobre o quanto e
como produzir e em que período são essenciais para que não se produza mais ou menos do
que se necessite ou não se comprometa toda a cadeia. Assim, é preciso analisar o mercado e
saber em que época plantar, o quanto plantar, de acordo com as exigências do consumidor, e
quem efetivamente pagará a conta de todo o processo de produção.
Bom estudo!
O objetivo é que, ao final deste tópico, você seja capaz de compreender os fundamentos e
as principais teorias da administração da produção, assim como promover ideias e ações
inovadoras na propriedade.
Para entender um pouco mais a respeito, vamos ver duas definições de administração da
produção e operações. Slack, Brandon-Jones e Johnston (2013, p. 3) explicam que “Administração
Insumos
A partir dessas definições, podemos entender que a administração de todos os recursos, como
matéria-prima, máquinas e equipamentos que visam produzir determinado tipo de produto
ou serviço, vêm a ser a administração da produção e operações. Assim, quando se trata de um
produto, dizemos que é administração de produção; quando se trata de um serviço, gestão
de operações.
Você poderá encontrar apenas o termo “administração da produção” para indicar os dois
conceitos, uma vez que uma operação nada mais é do que a produção de um serviço. Para
entender melhor esses conceitos aplicados ao agronegócio, acompanhe o exemplo a seguir.
Exemplo
Imagine que uma empresa ou pessoa adquiriu uma propriedade rural para produzir soja.
Essa empresa precisará administrar a quantidade de sementes necessárias, a gestão dos
trabalhadores, a gestão das semeadeiras e colheitadeiras, a gestão do processo de plantação
e colheita e tudo que se refere à produção do grão em si. O que essa empresa está fazendo é
o que chamamos de administração da produção.
11
Fonte: Shutterstock
Esse tipo de produção pouco foi alterado durante os séculos, exceto com o surgimento
das rotas comerciais e das grandes navegações. Entretanto, não era possível a produção
de determinados produtos em algumas regiões, apenas naquelas favoráveis à agricultura
e pecuária. Assim, muitas vezes, o que se fazia era levar sementes para semear em outras
regiões ou a simples comercialização e troca de mercadorias em pequenas quantidades.
Durante a era das grandes navegações, o potencial econômico estava nos domínios dos
mares e das regiões de produção na América. Franceses, espanhóis, holandeses, portugueses
e ingleses disputam a soberania no mar e o domínio das terras na América e na Ásia.
A Revolução Industrial e suas unidades fabris fizeram com que a produção manual fosse
substituída pelo uso de máquinas e equipamentos, fomentando o surgimento do processo de
industrialização de produtos que ficaria conhecido como manufatura.
Atenção
Comentário do autor
Atividades práticas
A dimensão volume talvez seja a mais fácil de compreender das quatro dimensões. O volume
nada mais é do que a capacidade de produção de uma instalação fabril ou produtiva.
Dica
Fonte: Shutterstock
Essa condição faz com que seja interessante para o produtor investir em máquinas, sementes
e equipamentos que aumentem o volume produzido de soja, pois seus ganhos estão ligados
ao volume produzido.
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Por fim, a dimensão visibilidade refere-se a quanto uma atividade de produção ou operação
é percebida pelo cliente final. Geralmente, as atividades de produção rural são pouco visíveis.
Comentário do autor
d presuntos.
Do ponto de vista de administração de produção, a soja é um sistema perfeito, uma vez que o
volume de produção é alto, não tem quase nenhuma variedade, pois se planta soja normal
ou transgênica, porém a variação de oferta é alta em razão da safra e a visibilidade perante
o consumidor é baixa.
O objetivo é que, ao final deste tópico, você seja capaz de compreender os processos de
produção, assistir o técnico em agronegócio ou o produtor nas suas atividades de gestão
da propriedade rural, aplicar técnicas modernas de produção animal e vegetal e identificar
custos de produção para viabilizar novos investimentos.
1. Modelo de transformação 19
Para entendermos um sistema de produção, precisamos compreender o conceito e o
funcionamento de sistema. Gaither e Freizer (2002) indicam que o pioneiro na teoria de
sistemas foi Russel Ackoff, o qual havia estabelecido que:
“Um sistema é um todo que não pode ser separado sem que
ocorra a perda de suas características essenciais, necessitando
ser estudado como um todo.”
Uma avaliação do nosso dia a dia permite afirmar que convivemos e interagimos com muitos
tipos de sistemas. Por exemplo, o nosso próprio corpo é um sistema, a placa principal do
computador, um refrigerador, ou seja, podemos considerar um sistema tudo aquilo que,
para funcionar, precise que suas partes estejam integradas, desenvolvendo uma atividade
específica.
20
Retroalimentação
Exemplo
Vamos exemplificar melhor. Imagine que você necessita pagar uma conta no banco, então
você vai até a agência. Nesse momento, você está na entrada do sistema. Quando o caixa
bancário chama para atendimento, você está na fase de processamento do sistema. Quando
realiza o pagamento e finaliza a operação, você entra no estágio de saída do sistema.
Agora, suponha que você esqueceu o cartão do banco e necessita voltar a sua casa. Nesse
momento, você entra no processo de retroalimentação do sistema, pois precisará novamente
retornar ao banco para pagar a conta, passando novamente por todo o sistema.
Com base nessa ideia é que a administração da produção e operações criou o que denominamos
de modelo de transformação. Esse modelo nada mais é que uma forma gráfica de representar
o processo de produção por meio de um sistema, daí o nome sistema de produção.
Modelo de transformação
Dica 21
No campo podemos também verificar os sistemas, por exemplo, na produção de
' carne por meio da engorda: os recursos a serem transformados são os bezerros,
os recursos transformadores são o vaqueiro, a ração, o pasto, as instalações da
fazenda. O processo de transformação é o crescimento e a engorda do animal. A
saída é o bovino pronto para ser abatido.
Vamos inicialmente entender o que é projeto de processos. Imaginemos que você deseja
iniciar uma criação de suínos para comercialização da carcaça com os frigoríficos da região em
que mora. Certamente você precisará de galpões, divididos em baias, com corredores.
O desenvolvimento da telefonia móvel é um exemplo disso. O telefone celular foi criado para
facilitar a comunicação pessoal, mas, no momento do seu surgimento, não havia uma demanda
explícita, pois a necessidade de comunicação era devidamente atendida pela telefonia fixa.
Nos dias atuais, percebemos uma clara necessidade por alimentos prontos devido à falta de
tempo que as famílias urbanas enfrentam no seu cotidiano, preferindo alimentos fáceis e
rápidos de serem preparados.
Dica
Dessa forma, podemos concluir que os produtos primários do agronegócio não precisam
ser inventados, pois geralmente são produzidos há muito tempo para atender a demandas
explícitas da sociedade. Todavia, na sociedade contemporânea, os produtos devem estar
associados a um conjunto de serviços que garanta que o produto chegue ao mercado
consumidor de maneira adequada ou possa ser retornado sem transtornos ao consumidor.
Nesses serviços podemos listar o transporte, a armazenagem e assistência técnica.
Um exemplo disso é o café! O café tem o seu valor aumentado à medida que se desenvol-
ve uma estratificação de seus grãos, formando misturas altamente customizadas, ou seja,
adequadas aos diferentes tipos de consumidores e suas preferências.
Fonte: Shutterstock
Dica
De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), a função produção é essencial para as
organizações porque produz bens e serviços, porém não é a única; existem também a função
marketing, a função desenvolvimento de produto/serviço e as funções de apoio.
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Objetivo de
Produção de soja
produção
Exemplo
Assim, o sudoeste de Goiás, Dourados e Brasília estão entre as microrregiões maiores produ-
toras e todas se localizam na região Centro-Oeste.
A explicação para essa mudança geográfica da produção está no que você acabou de
apreender, ou seja, nos objetivos de produção. A carne de frango tem um baixo valor de
comercialização, por isso seu objetivo de produção é a redução máxima de custo – precisa
ter custos baixos de produção para conseguir obter lucro.
Como o preço do milho, principal insumo da produção de frangos, é menor na região Centro-
Oeste, a produção vem se deslocando para a região, que é grande produtora de milho,
buscando reduzir o principal custo de produção para manter a competitividade.
Atenção
As ações estratégicas da produção, segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), são adotadas
a partir de quatro perspectivas.
De cima
para baixo
De baixo
para cima
As estratégias de produção podem ser estabelecidas de baixo para cima quando a função
produção é tão importante para organização que define a estratégia de comercialização
adotada.
Dica
29
A estratégia de produção aqui é tão importante que define como será comercializado o pernil.
Nesse caso, não é possível modificar o processo produtivo e nem o tempo de armazenagem,
porque são diretamente responsáveis pelo resultado final do produto e seu resultado
comercial.
As estratégias de produção podem ser estabelecidas de cima para baixo quando a direção
da empresa toma as decisões que devem ser acatadas pela função produção.
Dica
' As usinas de etanol, por exemplo, têm adotado uma estratégia de diversificação
da matéria-prima utilizada na produção de etanol.
Dica
Isso acontece porque essas plantas são de ciclos curtos e não interferem no ciclo de produção
da soja, que é o produto principal; ou seja, a decisão é baseada na capacidade dos recursos,
que, no caso apresentado, é a disponibilidade de terra para cultivo por um curto período.
As estratégias de produção podem, ainda, ser estabelecidas com base no mercado. Nesse
tipo de estratégia de produção, são produzidos os itens que o mercado demanda.
Dica
' Alguns povos do Oriente Médio, por exemplo, demandam produtos que devem
seguir preceitos religiosos. As aves não devem sofrer no abate, e o sangue
precisa ser drenado por meio de lavagem e salgamento.
Assim, produtores de aves adaptam sua produção para atender uma necessidade de um
mercado que pode ser bem rentável. Nesse caso, a estratégia de produção foi baseada no
mercado.
Encerramento do tema
Neste tema estudamos os principais conceitos de produção, seus objetivos e suas estratégias.
Agora, é possível compreender o quão importante a função produção é para as organizações
e como influencia no desenvolvimento de suas estratégias, inclusive no agronegócio. Dessa
forma, conseguimos alcançar os objetivos de expor e exemplificar o funcionamento dos
sistemas de produção rural.
Leitura complementar
c No seu material complementar, você poderá ver como funciona uma usina de
açúcar e etanol. Procure relacionar os conceitos e exemplos que apresentamos
neste tema com as atividades na usina.
Atividades de aprendizagem
2. Se você fosse contratado para gerenciar a produção de uma usina de açúcar e etanol, como
você consideraria as dimensões da produção volume, variedade, variação e visibilidade da
usina?
b) baseada em recursos.
d) baseada no mercado.
(( )Luz a) I, I, I, M
(( )Fertilizante b) M, I, I, I
(( )Semente c) M, M, M, I
(( )Água d) I, I, I, M
e) I, I, M, I
c) São a forma como pessoas, máquinas, equipamentos etc. são combinados e utilizados
para a produção de produtos e/ou serviços
Você já parou para pensar onde quer estar daqui a cinco ou dez anos? Pretende ter uma renda
melhor, estar aposentado, ter seu próprio negócio? O planejamento é fundamental para tudo
o que fazemos, e nas organizações isso não é diferente.
Ambos são fundamentais para toda e qualquer pessoa ou empresa, seja esta última de
varejo, fabricação ou produção agrícola. Neste tema você aprenderá a elaborar planejamento
considerando os processos de execução, controle e avaliação. Saberá como assistir o produtor
nas suas atividades de gestão da propriedade rural.
Fonte: Shutterstock
Ao final deste tópico, você será capaz de elaborar um planejamento considerando os processos
de execução, controle e avaliação e de assistir o técnico em agronegócio ou o produtor nas
suas atividades de gestão da propriedade rural.
Para exemplificar, pense em uma fazenda que comercializa suínos e bovinos para frigoríficos
na região Centro-Oeste e Sudeste. A produção de suínos é feita em alguns galpões, próximos
uns aos outros, com ligações internas. Já os bovinos são criados na pastagem e, no processo
final de engorda, ficam em um espaço de confinamento.
35
Fonte: Shutterstock
Atenção
Essas atividades são algumas entre tantas que servem para a administração da
Agora que você percebeu a importância do planejamento e controle por meio do exemplo,
vamos entender melhor os seus conceitos. Os professores Slack, Brandon-Jones e Johnston
(2013, p. 214) explicam que “planejamento e controle dizem respeito à conciliação entre o
que o mercado requer e o que os recursos de operação podem fornecer”. Concluem, ainda,
que “as atividades de planejamento e controle fornecem os sistemas, os procedimentos e as
decisões que mostram os diferentes aspectos do suprimento e demanda” (SLACK; BRANDON-
JONES; JOHNSTON, 2013, p. 214).
O planejamento, então, pode ser visto como uma visão de futuro que se pretende alcançar.
Esse planejamento pode ser dividido no curto, médio e longo prazo.
É aquele cujas decisões têm efeito direto no processo produtivo e consistem em ações que serão
executadas no curto prazo, como programar a produção da próxima semana, quinzena ou mês.
Como exemplo, pense em um frigorífico que define que em determinada semana fará abate de
suínos e que na semana seguinte somente de bovinos; o que está sendo feito é o plano de ação
ou o planejamento de curto prazo.
Abrange decisões mais intermediárias, com períodos maiores que o planejamento de curto
prazo, geralmente ações que envolvem de um semestre até um ano. Nesse caso, um exemplo
pode ser o de determinar os meses em que a produção irá parar para manutenção de
equipamentos, processos que serão modificados ou melhorados.
Envolve ações que afetam as empresas num período acima de um ano, sendo geralmente
dividido por etapas, como três, cinco ou dez anos. A decisão de uma agroindústria de ampliar sua
capacidade de produção ou de uma fazenda que deseja inserir uma nova cultura produtiva são
exemplos de planejamento de longo prazo.
Comentário do autor
d
que se pretende que aconteça. Por exemplo, ao fazer o plantio da soja em
agosto/setembro, temos a expectativa de colhê-la entre janeiro e março do ano
seguinte.
Assim, podemos concluir que, no agronegócio, o planejamento é tudo que fazemos em relação
a estabelecer um processo de plantio, colheita e entrega. Já o controle serve para verificar se
conseguiremos atingir o planejado ou não. Atualmente, as grandes empresas que atuam no
ramo de produção rural têm um planejamento e controle da produção rigorosos para evitar
quebras ao longo da cadeia de suprimentos, conforme você estudará a seguir.
Leitura complementar
Exemplo
Imagine que você necessite organizar uma festa, em que muitas questões de planejamento
e controle precisam ser determinadas, como número de convidados, bebidas necessárias,
quantidade de salgados, de pessoas para servir durante a festa, quais entretenimentos serão
disponibilizados aos convidados, como eles serão recebidos e acomodados, quais músicas
tocar, entre outros.
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Demanda dependente
Demanda independente
Aquela que não depende de nenhum fator histórico, e sim apenas da previsão do planejador
da produção. Uma agroindústria que crie um novo tipo de suco sem igual no mercado não
tem como prever quanto desse suco conseguiria vender no varejo. Nesse caso, a demanda
é independente e o sucesso da estratégia depende da experiência do planejador que fará a
previsão de consumo e fabricação.
Demanda conhecida
Aquela gerada a partir dos pedidos dos clientes. No ramo industrial, é muito comum empresas
que produzem seus produtos sob encomenda. Já na agricultura e pecuária, isso não é tão
comum, pois são produções de ciclo longo. 39
3. Atividades de planejamento
Para fazer o planejamento da produção, a primeira condição é saber qual o tipo de produção
que a organização executa ou irá executar. A produção é para estoque? É sob encomenda?
Siga em frente para conhecer os tipos de produção.
Produzir sob encomenda significa que a produção só será entregue após a encomenda do
cliente. Um frigorífico pode abater os suínos apenas depois da entrada do pedido do cliente,
indicando a quantidade de carcaças que deseja comprar.
Dica
Obter recursos sob encomenda é o ciclo máximo entre tempo de demanda (pedido) e tempo
de fazer (execução). Nessa situação, usando ainda o exemplo do frigorífico, este só vai obter
os suínos para abate depois do pedido do cliente. No caso anterior, o frigorífico já tinha um
pedido de suínos que seriam processados e direcionou para o cliente.
Dica
' Neste caso, o frigorífico irá adquirir os suínos com o produtor rural após o
pedido do cliente.
Controle
Replanejar
Fonte: Slack, Brandon-Jones, Johnston (2013).
Leitura complementar
Em uma indústria isso é mais fácil, pois depende da capacidade das máquinas e dos
equipamentos instalados, bem como da área. Na produção agrícola, a restrição à capacidade
atualmente está condicionada, em especial, ao tamanho da área. Além disso, como iremos
discutir, a produção agrícola tem muitos gargalos logísticos.
Reflexão
J
diversas atividades estão vinculadas a setores diferentes, como produtores
rurais, transportadores, governo, associações, cooperativas, empresas de
comercialização.
Como você acha que essas empresas deveriam lidar com o planejamento e
controle da capacidade da produção agrícola brasileira?
Custo de oportunidade
Consiste no custo econômico que temos quando optamos por determinada ação, e não por
outras. O retorno que dariam as atividades não realizadas com os recursos é o custo de
oportunidade, ou seja, são as oportunidades perdidas por aplicar os recursos no seu negócio.
Imagine que você decida cursar uma faculdade. O seu custo de oportunidade consiste em
tudo que você terá de abrir mão para fazer o curso de graduação, como: o dinheiro pago
pelas mensalidades, o tempo não despendido com a família, o valor que poderia ganhar se
estivesse trabalhando nas horas que está estudando, os juros que deixou de ganhar se tivesse
aplicado o dinheiro. Tudo isso compõe o seu custo de oportunidade por estudar.
Capital de giro – uma das soluções para coordenar a oferta e demanda é produzir para
estoque. A lógica é que se mantém, ao longo do tempo, a mesma produção, produzindo para
estoque no período de baixa demanda, que servirá para cobrir o período de alta demanda.
Entretanto, produzir para estoque indica que a empresa deve financiar a produção e, portanto,
precisa de capital de giro.
43
Fonte: Shutterstock
Atenção
Confiabilidade – é afetada pelo alto uso de capacidade. Quanto mais a produção estiver
próximo da capacidade, menor a margem para eventuais paradas destinadas a manutenção,
o que afeta a confiabilidade de que o produto será entregue no prazo.
demanda
Etapa 2 - Identificar os planos
de capacidade alternativos
Estimativa da
capacidade atual
Tempo
Dica
' Numa produção agrícola, o primeiro passo seria verificar se vamos ter demanda
para o milho que pretendemos plantar, por exemplo, e o quão confiáveis são
esses números.
A segunda etapa é verificarmos se conseguiremos ter planos alternativos que podem ser
adotados em caso de flutuação da demanda. Se produzirmos demais, teremos onde estocar o
milho caso a demanda flutue para baixo? Desse modo, estamos validando se temos condições
de soluções alternativas se necessário.
A demanda precisa ser calculada em valores que são mensuráveis para a produção; não
adianta saber quantos milhões de reais venderei de soja, e sim quantas toneladas poderão
ser vendidas.
Atenção
` A demanda deve ser o mais precisa possível, para evitar excesso de carga de
produção, ou seja, alocação de mais máquinas, empregados e área do que
necessário.
Comentário do autor
Para facilitar seu entendimento, vamos pensar sobre o caso dos famosos ovos de
chocolate comercializados na Páscoa. Eles têm uma demanda sazonal, ou seja,
d só são vendidos durante um curto período de tempo. Essa sazonalidade interfere
diretamente no planejamento da capacidade de uma indústria de chocolates,
tendo de dimensionar a produção e os estoques que serão demandados no 45
curto período sazonal.
Atividade prática
Calculando a capacidade I:
Desse modo, sabemos que, para produzir três unidades de acordo com a
proporção da demanda apresentada, o tempo é de 50 minutos por ciclo (é
importante observar que estamos considerando o corte como apenas uma
unidade, ou seja, como se todos os cortes do frango fossem uma única peça,
para efeito de capacidade de produção).
capacidade de produção =
[ (8 x 60 minutos)
50
] x 3 = 28,8 = unidades/dia
Atividade prática
Suponha que uma usina de açúcar e etanol tem capacidade de projeto de 10 mil 47
litros de etanol por hora e que a produção trabalhe 7 dias por semana e 16 horas
por dia (7 x 16 = 112 horas/semana).
Agora suponha que, durante a semana, a usina ficou parada 10 horas para
manutenção, houve investigação por falhas de qualidade em mais 12 horas e
interrupção de mais 10 horas na produção do etanol para produção de outros
produtos. Isso alterou a capacidade efetiva:
...
j
utilização= = 0,71 = 71%
1.120.000
E a eficiência:
Ao final deste tópico, você será capaz de aplicar o raciocínio lógico-matemático nas diferentes
atividades de gestão: cálculo, análise, informática, entre outros.
1. Conceito de estoque
Imagine que você tenha acordado cedo para capinar o jardim. Trabalha sob sol forte até o
meio-dia, quando decide ir almoçar. Entra em casa todo feliz, abre a geladeira e descobre
que não tem nada. Olha a despensa, e o cenário é o mesmo. Antes que entre em desespero,
a primeira solução é ligar para um restaurante e pedir comida ou, se preferir, ir até um.
Existe também a solução de ir até o supermercado e comprar novos alimentos. Agora, todo
o problema poderia ser facilmente resolvido se tivesse guardado temporariamente alguns
alimentos na sua despensa e na geladeira ou planejado a reposição da despensa antes de
acabarem os mantimentos existentes.
Para evitar essas falhas é que os sistemas dependem de estoques. Estoques nada mais são
do que a guarda temporária de produtos. Na produção eles estão espalhados por diversas
operações. Se eles forem grandes demais, trarão risco para empresa por excesso de capital
investido parado e risco de ficarem ultrapassados. Se faltarem, colocarão em risco toda a
operação da empresa e levarão à perda de clientes.
Uma boa definição de estoques é dada por Slack, Brandon-Jones e Johnston (2013, p. 188):
Assim, todo sistema pode ser visto como um modelo de transformação, ou sistema de
transformação, e, portanto, está sujeito aos estoques. A produção de grãos seria inviável se
não houvesse estruturas de armazenagem ao longo da cadeia produtiva que permitissem que
esses estoques se acumulassem, regulando a oferta e demanda e viabilizando o processo de
comercialização e distribuição.
49
Atenção
Esses estoques que permitem atender uma demanda dos mais variados sabores são
conhecidos como estoques de ciclo, ou seja, armazenam os lotes de produção. Na agricultura
um exemplo é a produção de soja e depois milho na mesma terra: ciclo da soja e ciclo do
milho.
• Estoque de antecipação – muito comum em operações sazonais, como os ovos de chocolate
na Páscoa, que são produzidos o ano inteiro e colocados no estoque de antecipação para
serem comercializados nesse curto período.
• Estoque de distribuição – esse tipo de estoque existe porque não é possível fabricar e
entregar um produto imediatamente. Então são gerados estoques ao longo do canal de
distribuição para facilitar a entrega dos produtos aos clientes finais nos prazos adequados.
Just-in-Time
Sistema de produção que visa à redução de estoques, uma vez que o fornecimento é realizado
no momento da produção e os produtos são fabricados sob encomenda e com rigoroso controle
do tempo de entrega à indústria.
As razões a favor de se manter estoques, segundo Ballou (2006), consistem no fato de que
os estoques melhoram a qualidade do serviço prestado, pois permitem uma disponibilidade
imediata do produto para atendimento da demanda.
Dica
Entretanto, existem alguns fatores negativos de se manter estoques, como apresentam Slack,
Brandon-Jones e Johnston (2013):
• vinculam o dinheiro como capital de giro, que fica indisponível para outros usos;
c
Você sabe fazer o planejamento de estoque?
Encerramento do tema
Neste tema vimos os principais conceitos do planejamento e controle da produção, seus
objetivos e suas estratégias. O planejamento e o controle são essenciais para o processo
de produção nas diversas áreas do agronegócio. Durante este estudo, você conheceu duas
atividades muito importantes do controle da produção, que são: o planejamento e controle da
capacidade e o planejamento e controle dos estoques.
Leitura complementar
Desse modo, finalizamos a parte dos conceitos de gestão da produção. A partir da próxima
unidade, vamos estudar os conceitos de cadeias de suprimentos e de logística com foco no
agronegócio. 53
Atividades de aprendizagem
1. Das alternativas a seguir indique aquela que NÃO corresponde a uma das atividades do
planejamento e controle da produção.
a) carregamento da produção
b) sequenciamento
c) programação
e) gestão de estoque
b) Conhecer a demanda.
e) Fazer a alocação dos recursos homem e máquina para saber qual a capacidade que tem
de produção.
a) estoque de segurança.
b) capacidade de projeto.
c) Just-in-Time.
d) sequenciamento.
e) STP.
(( )Estoques vinculam o dinheiro como capital de giro, que fica indisponível para outros
usos.
a) V, F, F, V
b) V, F, F, F
c) V, V, V, F
d) F, F, V, V
e) F, V, V, F
55
57
Fonte: Shutterstock
Você sabia que as suas ações como técnico em agronegócio vão muito além do campo? Elas
têm influência em todo o sistema, e, portanto, precisamos analisar as atividades em um
sistema de rede, mais conhecido como cadeias de suprimentos.
Mas, afinal, o que são essas cadeias? Como podemos defini-las? De que maneira elas
influenciam seu trabalho como técnico em agronegócio?
Neste tema você conhecerá alguns tipos de produtos agropecuários em suas cadeias
produtivas e compreenderá o conceito e a caracterização dos principais componentes da
cadeia logística do agronegócio.
Ao final deste tópico, você será capaz de incentivar o associativismo e o cooperativismo como
oportunidades de desenvolvimento econômico e social, promover ideias e ações inovadoras
na propriedade e avaliar mercados e analisar produtos a fim de propor estratégias inovadoras
de comercialização.
1. Cadeia de suprimentos
Para entendermos a cadeia de suprimentos, vamos compreender melhor a definição de cada
uma dessas palavras.
Cadeia
Suprimento
Como você pode perceber, o primeiro conceito para cadeia é o de corrente, na qual os elos
são unidos com a finalidade de prover um sistema de força e tração. Assim, correntes são
fortes devido à união dos seus elos. Quando analisamos o segundo significado de cadeia,
Agora, analisando mais a fundo o termo “suprimentos”, este pode ser definido como uma ação
de suprir algo, ou seja, fornecer. Assim, podemos traçar o paralelo, em que as cadeias devem
suprir as necessidades. Por muito tempo essas necessidades eram vistas como o atendimento
aos clientes diretos, mas atualmente temos considerado que não suprimos apenas o cliente
direto, mas participamos de uma cadeia que tem o objetivo de suprir o consumidor final.
Podemos complementar essa definição com a dos professores Francischini e Gurgel (2002),
os quais explicam que cadeias de suprimentos integram processos que formam determinado
negócio e envolve desde os fornecedores originais até o usuário final, proporcionando
produtos, serviços e informações que agregam valor.
Consumidores/Clientes Varejistas
Todos esses agentes deveriam trabalhar em colaboração para que possamos ter os produtos
de que necessitamos. Essa colaboração pode ocorrer por parcerias ou simples relação de
compra e venda.
De acordo com Handfield e Nichols (1999), a gestão da cadeia de suprimentos envolve todas
as atividades relacionadas com o fluxo e a transformação de mercadorias, desde o estágio da
matéria-prima (extração) até o usuário final, bem com os respectivos fluxos de informações.
Atenção
O que os autores querem dizer é que as cadeias de suprimentos precisam ser administradas
e o relacionamento entre empresas aperfeiçoado, para que possam ter uma vantagem
competitiva.
Informação extra
Você sabia que a vantagem competitiva nada mais é do que obter uma vantagem
em relação ao concorrente que lhe permita vencer a competição no mercado
em que atua? Na produção de grãos, por exemplo, a vantagem competitiva da
O
cadeia de suprimentos brasileira está na alta produtividade por hectare obtida
em vários produtos.
Atividades práticas
Exemplo
Por exemplo, o aviário do Sr. João não está mais concorrendo com o aviário do Sr. Pedro,
pois ambos, dentro da cadeia de suprimentos avícola, estão concorrendo com a cadeia de
suprimentos de suínos e bovinos. Eles estão concorrendo, em amplo sentido, por insumos e
recursos transformadores (mão de obra, terra, ração, aplicação de tecnologia, consultoria,
veterinários etc.) e pelo mercado consumidor interno e externo, oferecendo diversos produtos
e subprodutos (buscando atender as exigências dos consumidores quanto a bem-estar animal
e sustentabilidade).
62 Agora que você sabe o que é cadeia de suprimentos e por que é importante gerenciá-la, talvez
esteja se perguntando o motivo pelo qual esse termo não é comum no agronegócio, já que o
mais comum nesse setor é “cadeia produtiva”.
Você sabe o que é uma cadeia produtiva? E qual a diferença em relação à cadeia de suprimentos?
Mas isso não é a cadeia de suprimentos? De certo modo sim, porém a diferença está no
conceito. Nas cadeias de suprimentos, o foco está no relacionamento entre as empresas e no
produto único em si (o leite), e não no conjunto de produtos.
Dica
'
ao laticínio A e outra ao laticínio B, porque o foco está no relacionamento entre
os agentes.
É por isso que você irá observar que, quando tratamos sobre cadeias de suprimentos, o foco
está nas organizações: fornecedor, fabricante, distribuidor, varejista etc.
Por sua vez, quando tratamos da cadeia produtiva, o foco está no processo, nas atividades
necessárias para entregar os diversos tipos de produtos que relacionam as empresas.
Compare a seguir o fluxo da cadeia de suprimentos e da cadeia produtiva (no caso, do frango).
Cadeia de suprimentos
Frigorífico
Avozeiro Matrizeiro Incubatório Aviário Varejo
(abate e corte)
63
Pensando na gestão da produção, qual dos dois tipos de cadeias precisamos conhecer?
A resposta é ambos, porque o conceito de cadeia de suprimentos nos ajuda entender quem são
os fornecedores e clientes e o nosso papel dentro daquela cadeia. Isso ajuda as organizações
a negociarem melhor os contratos e desenvolverem parcerias de ganhos múltiplos. Já a cadeia
produtiva nos auxilia a entender o que e como fazemos. Só melhorando a qualidade de cada
processo é que seremos mais competitivos.
Para concluir esse assunto, perceberemos que essas cadeias são tratadas como iguais pelos
profissionais de campo, mas você, como técnico em agronegócio, sabe a diferença e isto pode
ajudá-lo a planejar melhor as atividades em que está ou estará em atuação.
Ao final deste tópico, você será capaz de distinguir os diversos atores que compõem essas
cadeias, por exemplo, o produtor rural, as agroindústrias, o varejo e os intermediários.
1. Produtor rural
O produtor rural tem um importante papel em várias cadeias produtivas, como leite, carne,
grãos e diversos produtos alimentícios. Mas não é só nessas cadeias que o produtor rural
atua. Por exemplo, um produtor de algodão fornece matéria-prima para a indústria de tecido,
e esse material pode ser usado para fabricação de roupas e até estofamentos automotivos.
Fonte: Shutterstock
2. Agroindústrias
No que tange às cadeias produtivas, o papel das agroindustriais é de processar produtos a
partir da matéria-prima fornecida pelo produtor rural. Exemplos de agroindústrias são os
laticínios, as usinas de açúcar e álcool, os frigoríficos etc.
3. Varejo
É no varejo que os consumidores finais têm acesso aos produtos fornecidos pelas diversas
cadeias produtivas e de suprimentos. Exemplo de varejo são os supermercados, as mercearias,
os açougues, as padarias etc.
65
Transportadores
São responsáveis pelas movimentações de matérias-primas entre os fornecedores (produtor
rural) até os fabricantes (agroindústrias) e dos fabricantes até os varejistas (supermercados).
Geralmente, são formados por operadores autônomos (caminhoneiros), que operam seu
próprio veículo, ou por empresas dedicadas à prestação do serviço de transporte.
Atenção
Traders
São as empresas responsáveis por negociar a produção nos mercados de grandes volumes.
Esses traders produzem ou compram grandes quantidades de produtos agrícolas e revendem
para outros mercados, onde serão comercializados no varejo.
Dica
Essas empresas atuam de duas formas: a primeira e mais tradicional é comprando e vendendo
produtos adquiridos de terceiros, como a soja; a segunda é produzindo em fazendas próprias
parte de suas necessidades para comercialização.
Fornecedores de insumos
Sem os insumos, nenhuma cadeia poderia existir. A produção agropecuária necessita de
componentes/elementos que garantam o sucesso da atividade, como fertilizantes (nitrogênio,
fósforo, potássio), defensivos (herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas), máquinas e
equipamentos agrícolas (tratores, colheitadeiras), rações (alimentação para avicultura de
corte e postura, suinocultura, pecuária de corte e leite).
Outros intermediários
Dentro das cadeias produtivas, pode haver mais ou menos intermediários, dependendo das
características de cada cadeia. Por exemplo, a cadeia de produção de grãos conta com a
intermediação de cerealistas, que também servem como apoio logístico ao produtor, com a
armazenagem do grão, ou apoio mercadológico, com a classificação e compra do grão junto
ao produtor para revender no mercado.
67
Fonte: Shutterstock
Exemplo
O abacaxi pode ser produzido, por exemplo, no Triângulo Mineiro ou em Tocantins. Admi-
nistrar isso a partir de São Paulo não seria tarefa fácil. Daí o papel do intermediário (ou
atravessador) que viabiliza, entre os diversos produtores de abacaxi do país, o acesso ao
mercado da região metropolitana de São Paulo.
Evidentemente, esse serviço precisa ser remunerado para que possa mobilizar o interesse
dos intermediários. À medida que as cadeias agroindustriais compreendem a importância
de se atuar em rede e que o lucro deve ser distribuído adequadamente entre todos os seus
elos, ganha importância e consistência o papel positivo dos intermediários.
Agora que você já conhece alguns dos atores envolvidos na cadeia de suprimentos e na cadeia
produtiva, siga em frente para conhecer as principais cadeias produtivas do agronegócio. Bom
estudo!
1. Cadeia da carne
A cadeia da carne pode ser dividida em três tipos principais: avicultura, bovinocultura e
suinocultura.
Avicultura de corte
A avicultura de corte consiste na produção de aves com a finalidade de fornecer o frango
inteiro ou em cortes para consumo. Faz parte da avicultura também a produção de ovos, por
meio das galinhas poedeiras. Neste item vamos nos concentrar na produção de frangos para
corte.
O consumo de frango per capita (por pessoa) no Brasil é alto, alcançando 42 kg por pessoa/
ano. A carne de frango é também a mais presente na mesa dos brasileiros e tem o menor
preço entre as carnes.
Varejo Distribuição
• Frango inteiro • Transporte e
• Cortes comercialização
para varejo
• Exportação
70
Insumos
Itens necessários para criação de frangos, como os equipamentos e utensílios para avicultura,
pintainhos, rações, premix, vacinas e medicamentos. Nesta cadeia produtiva os insumos
geralmente são fornecidos pelo integrador, que é o frigorífico/empresas que compram as aves
para abate e comercialização.
Produção de frangos
Consiste na criação das aves para abate, o que leva, em média, 45 dias. Cabe ao produtor garantir
a engorda desses animais, recebendo pelo ciclo de produção, ou seja, um valor fixo por ave. Os
frangos são enviados para o frigorífico em caminhões específicos, e os custos do frete geralmente
são pagos pelo frigorífico.
Fonte: Shutterstock
Processamento
Fonte: Shutterstock
Uma vez processados os cortes de frango, a ave inteira e os miúdos são enviados para
distribuição em embalagens específicas. A distribuição é feita pelo próprio frigorífico ou por
distribuidores que levam esses itens ao mercado consumidor.
Varejo
Bovinocultura de corte
A bovinocultura de corte consiste na produção de gado de corte, no abate, na preparação e
na comercialização da carne. Para entender a importância dessa cadeia para o Brasil, vamos
observar o volume de animais abatidos por região.
Podemos perceber que as regiões Centro-Oeste, com 37,5% da produção, e Sudeste, com
19,5%, são as responsáveis por quase 60% dos animais de corte abatidos em 2014.
Varejo Distribuição
• Carne in natura • Transporte e
• Carne embalada comercialização
a vácuo para varejo
• Derivados • Exportação
Confira a seguir o que acontece em cada uma das etapas da cadeia produtiva da bovinocultura
de corte.
• Insumos – diferentemente das aves, na bovinocultura de corte o produtor determina a
sua base genética com touros próprios, inseminação artificial e embriões. Outros insumos
de produção envolvem máquinas e equipamentos, vacinas e medicamentos, sal mineral,
rações e volumosos.
• Produção rural – no Brasil a maior parte do gado ainda é criado em pastagens. Cabe ao
produtor rural o manejo e o acompanhamento da engorda dos animais. Após atingirem
• Processamento – o processamento dos animais é realizado nos frigoríficos, onde são feitos
os abates e os cortes para serem distribuídos/comercializados. Algumas agroindústrias
podem processar essas carnes para serem utilizadas em outros subprodutos.
• Distribuição – consiste em colocar o produto no varejo, o que pode ser feito pela própria
agroindústria ou por distribuidor.
Suinocultura
Globalmente, entre as cadeias da carne, a da carne suína é a mais relevante e a que mais
se destina aos produtos industrializados. De acordo com os dados do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos, em 2014 a produção mundial de carne suína foi de 110,47
milhões de toneladas.
Informação extra
74
Insumos Produção rural Processamento Varejo
• Animais • Criação • Processamento • Açougues
• Rações • Manejo 1ª transforma- • Mercados
• Medicamentos • Transporte para ção: abate, • Feiras
o frigorífico carne in natura,
• Máquinas e • Restaurantes
embutidos
equipamentos • Pode ser
integrado ou • Processamento
independente 2ª transforma-
ção: ração,
cortes, alimen-
tos pré-prontos
• Exportações
• Distribuição
Confira a seguir o que acontece em cada uma das etapas da cadeia produtiva da carne suína.
• Insumos – as empresas especializadas comercializam o material genético para inseminação
das porcas diretamente na fazenda, independentemente do sistema de produção adotado
(intensivo, semi-intensivo ou extensivo).
Atenção
Atenção
75
Fonte: Shutterstock
No segundo caso, as chamadas UPL, onde trabalham especialistas voltados para o crescimento
e desenvolvimento dos leitões, geralmente recebem os animais desmamados aos 21 dias e
tratam dos leitões até a fase de terminação, idade aproximada de 60 dias.
Assim, após a passagem pelas UPL, os leitões com 60 dias de idade são encaminhados para as
UT, que é o terceiro modelo de produção. Nesta fase, os leitões são tratados por especialistas
de engorda e terminação, permanecendo nas unidades por aproximadamente 90 a 100 dias,
dependendo do tipo de produto que se pretende obter.
77
Fonte: Shutterstock
Assim como na avicultura, a suinocultura tem a vantagem de trabalhar com ciclos de produção
mais curtos do que a bovinocultura, o que favorece a produção de suínos e reduz os custos de
produção. Atualmente, o ciclo de produção do cevado padrão corresponde de 155 a 160 dias,
dependendo do tipo de produto que o produtor deseja oferecer à indústria.
Quando o produto é diferenciado, como tender e parma, este ciclo pode variar para menos
ou mais. Diferentemente do que muitos pensam sobre a cadeia da carne suína, esta pode
oferecer diversos produtos ao mercado, o que chamamos de produtos diferenciados, ou seja,
o produtor pode oferecer um produto tender, padrão, parma e orgânico.
Sistema integrado
Surgido na década de 1950, o sistema de integração teve início na região Sul e hoje já abrange
65% dos produtores do país. O restante mantém o regime independente de comercialização
entre produtor e indústria (DIAS, 2011).
Fonte: Shutterstock
E sua principal desvantagem está relacionada à tomada de decisão sobre sua produção, ou
seja, não cabe mais ao produtor decidir o tamanho do seu lote de produção ou o tipo de suíno
que irá produzir, a genética utilizada, as práticas empregadas e o segmento de mercado que
pretende atender.
2. Cadeia do leite
A cadeia do leite é uma importante cadeia produtiva brasileira. Ela também é conhecida como
bovinocultura de leite. A produção prevista de leite para 2015 é de 37,2 bilhões de litros
(MAPA, 2015).
79
O leite é produzido nas fazendas por meio de sistemas manuais e automatizados e armazenado
em tanques de refrigeração nas próprias fazendas. No momento da coleta, é feito um teste para
classificar o leite e verificar sua qualidade. Caso esteja dentro das especificações estabelecidas
pela agroindústria, esse leite é coletado.
• Produção rural – os animais são cuidados de modo a permitir a maior produção de leite
possível, e, em fazendas de alta produção, mais de uma ordenha por animal é feita por dia.
• Varejo – o leite e seus derivados possuem uma ampla rede de comercialização que envolve
supermercados, padarias, mercearias etc. Entretanto, seu maior desafio está em lidar com
um produto altamente perecível, ou seja, que tem prazo de validade curto.
Atenção
` Por ser um produto muito perecível, a logística tem um papel essencial na cadeia
produtiva do leite.
Geralmente, o que ocorre nos grandes centros é que os veículos que entregam também 81
recolhem o material vencido para o devido descarte, aumentando, assim, significativamente
os custos dessa cadeia produtiva.
Informação extra
O Para saber mais sobre o processo de coleta do leite, assista ao vídeo “Produção e
coleta de leite”, disponível no AVA.
3. Cadeia de grãos
O Brasil produz diversos tipos de grãos como milho, soja, feijão, arroz, café, entre outros. Os
grãos têm particularidades em seus processos de acordo com o tipo de plantio e cuidados de
produção.
Para ilustrar um pouco da cadeia de grãos, vamos estudar em mais detalhes a cadeia do milho e
da soja, que são os principais grãos brasileiros. Além disso, essas cadeias são complementares,
pois se utilizam do mesmo sistema, ou seja, compartilham terra, armazenagem e transporte.
A região Centro-Oeste produz 43,3% da produção de milho brasileira e outros 30% são
produzidos na região Sul. A produção do Centro-Oeste baseia-se no sistema de primeira safra
e segunda safra, conhecida como “milho safrinha”, na qual o milho é plantado após a safra da
soja, permitindo, assim, duas safras de grãos por ano.
Analise a figura seguinte para também conhecer a dimensão da produção de soja, a qual
funciona de forma muito similar à do milho.
A produção brasileira de soja está concentrada nas regiões Centro-Oeste, com 45,9%, e
Sudeste, com 34,4%. Quase metade da produção brasileira de soja e milho está no Centro-
Oeste brasileiro, o que torna a região estratégica dentro do cenário do agronegócio. De um
modo geral, podemos estabelecer ambas as cadeias no esquema apresentado a seguir.
Varejo Distribuição
• Comercialização • Transporte e
de grãos, comercialização
produtos para o varejo
derivados e • Exportação
ração
A seguir, conheça cada uma das etapas das cadeias produtivas de milho e soja.
• Produção rural – a produção de milho e soja tem ciclos que envolvem etapas como
plantio, colheita, armazenamento e transporte para exportação ou para as indústrias de
processamento. Os ciclos de plantio e colheita do milho e da soja por estado e por período
do ano pode ser visualizado nas figuras seguintes.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
RO
TO
MA
PI
BA
MG
ES
RJ
SP
PR
SC
RS
MS
MT
GO
DF
Plantio Colheita
Legenda: Milho – 1.ª safra.
Fonte: IBGE (2013).
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
BA
MG
SP
PR
MS
MT
Plantio Colheita
Legenda: Milho – 2.ª safra.
Fonte: IBGE (2013).
Plantio Colheita
Legenda: Soja.
Fonte: IBGE (2013).
4. Cadeia sucroenergética
Um setor muito importante da economia agrícola brasileira é o de sucroenergia. Esse setor é
composto da produção de açúcar e álcool de cana e produção de energia elétrica por meio da
queima do bagaço de cana.
Informação extra
Informação extra
Cultivares de cana
Indústria Agroquímicos
de insumos Máquinas e implementos
Produtores com contratos,
produtores arrendatários e
produção integrada de usinas Produção
Produção de cana (2008-2009): rural
569 milhões de toneladas
(SP = 60%)
No de usinas no Brasil:
aproximadamente 350
Agentes fomentadores Indústria
No estado de São Paulo
Indústria de bens de capital processadora estão localizadas 59%
desse total
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Encerramento do tema
Neste tema estudamos os principais conceitos de cadeias de suprimentos e cadeias produtivas.
Entendemos quem são os agentes pertencentes a essas cadeias e como se relacionam e estão
envolvidos com a produção agroindustrial. Conhecemos também diversos tipos de cadeias
produtivas que nos permitiram entender um pouco mais sobre a importância do agronegócio
brasileiro.
No próximo tema vamos nos concentrar nos estudos dos sistemas logísticos e como estes se
relacionam ao que aprendemos neste tema.
Atividades de aprendizagem
a) Grupo de empresas que atuam em conjunto para entregar determinado tipo de produto.
a) Agroindústria.
b) Produção rural.
d) Intermediário.
e) Consumidor.
3. Qual das cadeias produtivas a seguir possui o maior grau de integração vertical de suas
operações?
a) Avicultura.
b) Suinocultura.
c) Sucroenergética.
d) Bovinocultura de corte.
e) Grãos.
4. A agroindústria tem buscado formas de diversificar sua produção, e uma delas vem a ser
a geração de bioenergia. Qual das alternativas seguintes apresenta uma cadeia produtiva
que pode gerar bioenergia oriunda dos dejetos de sua produção?
a) Grãos.
b) Sucroenergética.
c) Suinocultura.
d) Piscicultura.
89
e) Apicultura.
a) traders.
b) elementos de produção.
c) prestadores de serviço.
d) terceirizados.
e) varejistas.
91
Fonte: Shutterstock
Ao final deste tema, você será capaz de descrever e analisar as áreas de atuação da logística,
conhecer os diferentes processos da logística e aplicá-los ao negócio rural e identificar as
principais estratégias para armazenagem, manuseio, acondicionamento e transporte de
produtos do agronegócio.
Fonte: Shutterstock
A primeira coisa que precisamos entender são as palavras “planejar”, “executar” e “controlar”.
Como vimos nos dois primeiros temas, planejar é projetar as metas que queremos alcançar e
definir os passos que devemos seguir para atingir os objetivos. Feito o planejamento, devemos
colocá-lo em execução e controlar essa execução para verificar se tudo está sendo realizado
Por fim, o objetivo da logística é atender as exigências dos clientes. Confira, a seguir, a definição
de logística no agronegócio.
Assim, devemos entender que o transporte de uma fazenda de grãos até a trading (empresa
de comercialização), o armazenamento pelas tradings, a movimentação do óleo bruto gerado
a partir do esmagamento dos grãos e todas as atividades que envolvam o transporte e a
armazenagem de produtos agrícolas e pecuários in natura, em processo ou processados,
estão relacionados à logística no agronegócio.
2. Evolução da logística
Onde e como surgiu a logística? A logística se originou na área militar e se aperfeiçoou ao
longo dos séculos.
93
A história da humanidade é repleta de guerras, e foi nesse contexto que a logística se
desenvolveu. Alexandre, rei da Macedônia entre 336 a.C. e 323 a.C., assumiu o trono com
apenas 20 anos e conquistou um império que se estendeu da Europa à Ásia, passando pelo
Egito, no continente africano. Entre as suas inovações estava um planejamento logístico no
qual soldados viajavam com pouco peso, e os recursos necessários para alimentação eram
conseguidos à força por cavaleiros que invadiam as cidades por onde passavam seus exércitos.
Isso permitiu que suas tropas marchassem 32 km por dia, em vez dos 5 km comuns à época.
A logística militar da forma que conhecemos é tratada pela primeira vez como definição no
reinado de Luiz XV, na França, onde desenvolveu o cargo do marechal de Logis, que tinha
como função organizar a logística das tropas francesas.
Você sabia que a logística que conhecemos é chamada de logística empresarial e tem nos
norte-americanos seus grandes desenvolvedores? Nos anos 1950 e 1960, as universidades de
Michigan e Ohio desenvolveram os primeiros cursos sobre logística.
Legenda: Palete.
Fonte: Shutterstock
3. Atividades da logística
A logística é composta de diversas atividades. Aqui vamos discutir aquelas que são importantes
para o agronegócio. A logística envolve quatro atividades principais: gestão de estoque, gestão
de transporte, gestão de armazenagem e gestão de pedidos.
Gestão de Gestão de
estoques transporte
Gestão de Gestão de
pedidos armazenagem
Gestão de estoques
Os materiais podem estar armazenados ou em processo. A gestão de estoque consiste na
gestão da matéria-prima, dos materiais em processo e dos produtos acabados ao longo das
cadeias de suprimentos. As decisões logísticas relacionadas à gestão de estoque envolvem: a
determinação dos lotes de compra e produção, a quantidade de material armazenado e em
processo, os índices de renovação de estoque, o tamanho do estoque de segurança necessá-
rio etc.
Fonte: Shutterstock
Gestão de transporte
Sem o transporte, os materiais e os produtos não poderiam chegar ao cliente. É uma atividade-
chave da logística, pois, sem o transporte, ela não existiria. A gestão de transporte envolve
todo um conjunto de decisões logísticas como: quando transportar, como transportar, tempo
de transporte, equipamento a ser utilizado etc.
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Gestão de armazenagem
Envolve decisões de como guardar e movimentar os produtos nas áreas de estocagem. As
decisões em logística que a envolvem são como armazenar e movimentar, de que modo fazer
a separação dos pedidos, definir os tipos de estrutura e embalagens a serem utilizadas etc.
97
Fonte: Shutterstock
98
O Para saber mais sobre a logística, como equipamentos, inovação, estudos
de caso de empresas e novidades, você pode acessar o portal da revista
“Tecnologística”, em www.tecnologistica.com.br
Ao final, você será capaz de identificar as principais estratégias para armazenagem, manuseio,
acondicionamento e transporte de produtos em agronegócios.
1. Transporte
O transporte, como vimos, interliga os diversos elos em uma cadeia de suprimentos e
produtiva. Tem a função de interligar os agentes e permitir que as trocas aconteçam entre um
e outro ator da rede. O transporte no agronegócio pode ser essencialmente de cinco tipos:
aéreo, dutoviário, ferroviário, rodoviário e aquaviário (marítimo e navegação interior).
Transporte aéreo
O transporte aéreo é realizado por meio de aviões de carga e de passageiros. As aeronaves
transportam cargas de alto valor agregado. Esse tipo de transporte é caro devido aos seus
altos custos operacionais e de investimento, o que inviabiliza o transporte de grandes volumes,
como é o caso dos grãos. Geralmente é utilizado no agronegócio para o transporte de frutas
de alto valor e que têm vida útil curta, pelas quais os clientes pagam valores maiores.
Legenda: Dutovia.
Fonte: Shutterstock
Transporte ferroviário
O transporte ferroviário foi inventado no século XVIII e é realizado por locomotivas e vagões
em dois trilhos paralelos. O trem tem como diferencial sua grande capacidade de carga, afinal
cada vagão pode transportar o equivalente a dois caminhões bitrem com capacidade de 80
toneladas de carga. No agronegócio é muito utilizado para o transporte de grãos, quando
disponível na região. No Brasil, além desse uso, é empregado para o transporte de minério de
99
ferro, combustíveis e alguns tipos de materiais semiprocessados, como bobinas de aço.
Transporte rodoviário
O transporte rodoviário é o sistema mais tradicional empregado no agronegócio brasileiro,
sendo realizado por rodovias e estradas. Esse tipo de transporte é realizado por caminhões,
que podem ser de dois tipos:
Como podemos observar na imagem anterior, o caminhão rígido tem a sua carroceria fixada
sobre o chassi, portanto não é possível modificar o tipo de carroceria. Esse caminhão é usado
mais para o transporte dentro das cidades devido a seu menor comprimento. Um caminhão
101
Atenção
O grande volume de grãos que precisa ser escoado tem levado ao surgimento de outras
combinações de veículos de transportes nas estradas, como os bitrens.
Os caminhões do tipo bitrem são compostos de dois semirreboques articulados, que permitem
altas capacidades de carga, de 40 a 46 toneladas, dependendo do comprimento, de 21 ou 25
metros aproximadamente. Os produtores de grãos têm preferido a utilização desse tipo de
veículo em suas operações de transporte.
Transporte aquaviário
O transporte aquaviário é dividido em dois tipos: marítimo, realizado por meio dos mares por
navios, geralmente interligando dois países; e navegação interior, ou transporte hidroviário,
que é realizado por barcaças e trafega por hidrovias. O transporte marítimo também pode ser
na costa de um país e, muitas vezes, adentrar os rios, como é o caso dos navios que adentram
o Porto de Manaus (AM).
Dica
' Quando a viagem é feita na costa de um único país, o transporte marítimo fica
conhecido como cabotagem.
Esse tipo de modal é utilizado para o transporte de produtos agrícolas em grandes quantidades,
daí o principal uso para grãos. O transporte marítimo é o principal meio de transporte para
exportação de produtos, pois tem o menor custo por tonelada transportado. Em geral, as
cargas de produtos industrializados são transportadas em contêineres; já os grãos in natura
são transportados a granel em navios dedicados, conhecidos como navios graneleiros.
Para se ter uma relação do custo, estudos realizados durante os anos de 2014 e 2015 definem
que, em média, o custo da tonelada de grão transportada da região Centro-Oeste por km por
caminhão até o porto é de 11 centavos de reais, enquanto em hidrovia é de apenas 1 centavo
Porém, devido aos investimentos públicos insuficientes em hidrovias, ao reduzido número de
vias em condições de navegação, o sistema é pouco utilizado no Brasil, mesmo o país tendo
a maior bacia hídrica do mundo (POMPERMAYER; CAMPOS NETO; PAULA, 2014; REIS; TOLOI;
FREITAS, 2015).
Leitura complementar
2. Armazenagem e conservação
No agronegócio, não basta cultivar e melhorar a produtividade. É necessário conservar e
armazenar o que está sendo colhido com a finalidade de adequar suprimento e demanda,
como vimos anteriormente.
105
Por que devemos armazenar? A armazenagem é um processo muito importante para todas
as cadeias produtivas do agronegócio, por isso é fundamental que você tenha conhecimento
técnico do que está armazenando. Produtos como café, trigo, milho, soja, carnes etc. têm
características diferenciadas que devem ser levadas em consideração no momento da
armazenagem, independentemente da etapa.
Para entender um pouco mais sobre a importância da armazenagem, leia o texto a seguir.
Exemplo
Durante muito tempo, o produtor rural de grãos acreditava que o seu papel era apenas pro-
duzir os grãos que o mercado necessitava e o cliente deveria se responsabilizar pelo escoa-
mento do produto que comprou.
Assim, a soja comercializada antes da safra tinha um preço, durante a safra outro preço e
no decorrer da entressafra um terceiro preço. Se o produtor não tivesse onde estocar o pro-
duto, teria de vender pelo menor preço na safra para garantir que o produto não perecesse.
Dica
Elevadores de caneca
Sistema para elevação vertical de cargas. Recebe esse nome por ser composto de recipientes
móveis que coletam o material e despejam a carga automaticamente ao alcançarem o nível
superior.
Atividades práticas
Você saberia dizer o que é mais importante para o produtor rural: produzir ou
j distribuir?
Pense bem sobre o que aprendeu até aqui e relacione a importância dos
sistemas de produção e da logística para o agronegócio.
Encerramento do tema
Neste tema, estudamos os sistemas logísticos do agronegócio. Aprendemos um pouco sobre
logística, como esta evoluiu ao longo dos anos e quais são as suas principais atividades. Também 109
tivemos a oportunidade de conhecer os principais sistemas de transporte no agronegócio,
bem como os equipamentos utilizados. Por fim, vimos a importância da armazenagem e os
tipos de equipamentos empregados para esse fim.
Fonte: Shutterstock
Atividades de aprendizagem
1. Indique a seguir qual das atividades não corresponde a uma atividade da logística no
agronegócio.
a) gestão de pedidos
b) gestão de estoques
c) gestão de armazenagem
d) gestão de transportes
e) gestão de equipamentos
2. Você precisa escoar uma produção de 100 mil toneladas de grãos. De uma forma geral, se
você pudesse escolher qualquer modo de transporte, qual você utilizaria, considerando a
capacidade de carga?
a) Aéreo.
b) Rodoviário.
c) Dutoviário.
d) Ferroviário.
e) Hidroviário.
a) Zero.
b) Um.
c) Dois.
d) Três.
e) Quatro.
a) marítimo.
b) rodoviário. 111
c) aquaviário.
d) dutoviário.
e) cabotagem.
113
Fonte: Shutterstock
Nesse contexto, vamos inicialmente discutir um pouco mais essa problemática no cenário da
produção agroindustrial. Siga em frente e bom estudo!
Atividades práticas
Atenção
` Esse gargalo afeta a operação de esmagamento, que trabalha apenas com 50%
da capacidade de produção.
Por sua vez, se esse problema fosse resolvido, o gargalo também seria resolvido, mas criaria
um novo gargalo, que é a operação de transporte, em que o gerente industrial poderia
contratar mais veículos de transporte para resolver esse novo gargalo.
Em síntese, a ideia de redução de gargalo é simples, mas as implicações nem sempre. Para
toda ação, você gera o que chamamos de trade-off, ou seja, para cada solução geramos um
novo problema para solucionarmos.
Trade-off
É uma expressão inglesa que indica uma situação na qual você deve escolher entre duas coisas
opostas ou que você não pode ter ao mesmo tempo.
Isso acontece porque as soluções nem sempre são lineares e precisamos tomar uma série de
decisões que afetam custo e produtividade. Vamos exemplificar um pouco:
115
Exemplo
Imagine que você fez um investimento para aumentar a capacidade de armazenagem, mas
houve redução da demanda ou da produção agrícola e você ficará com área ociosa e talvez
não tenha o retorno do investimento ou, pior, terá capital preso a custos fixos.
Portanto, é preciso ter cuidado na tomada das decisões que visem reduzir esses gargalos. É
necessário entender que existe um conjunto de várias decisões que devem ser levadas em
consideração ao mudarmos a capacidade de processo.
116 Uma função que tem um papel importante na produção agroindustrial é a mão de obra. Sem
esta, as operações não poderiam ocorrer. Na produção em larga escala, a quantidade de mão
de obra tem diminuído devido à automatização.
Atenção
Algumas agroindústrias são muito automatizadas, como as usinas de açúcar e etanol, que têm
pouca influência da mão de obra no processo. Nos frigoríficos, entretanto, embora tenham
um grande número de sistemas automatizados, existe uma grande quantidade de mão de
obra na linha de produção.
Fonte: Shutterstock
O processo de gestão agrícola ou agroindustrial precisa conseguir adequar a sua mão de obra
para atender os novos requisitos da produção moderna. No entanto, a baixa remuneração
em algumas atividades e/ou baixo grau de instrução dos empregados ainda afeta em muito a
competitividade das cadeias agroindustriais.
Comentário do autor
Assim, o primeiro desafio que precisa ser enfrentado é a grande dependência de insumos
importados. Embora o Brasil tenha solos férteis, a produção em larga escala não permite
que a produção seja feita considerando apenas a natureza do solo. Diversos componentes
químicos são adicionados ao solo para que possa aumentar a produtividade e resistir ao um
plantio continuo ano após ano.
Atenção
Fonte: Shutterstock
Atenção
` produtos.
Esse enorme desafio precisa ser superado, uma vez que a sustentabilidade é a
palavra desse novo século, mas a produção crescente para atender a demanda
também é indispensável.
A alteração climática é outro desafio para a produção agroindustrial. O mundo vem sofrendo
com o aquecimento global, e as variações climáticas afetam diretamente a agricultura, que
depende de chuva em quantidades exatas e nos períodos certos e de temperaturas adequadas
a cada tipo de plantio. Assim, o tempo cada vez mais desempenha um papel essencial no
agronegócio.
Neste tópico vamos ver mais a fundo essa questão e tentar entender o papel da logística no
agronegócio.
1. Os gargalos logísticos
Como vimos no tópico anterior, o gargalo nada mais é do que a restrição ao fluxo da operação.
119
O ideal para o Brasil seria equilibrar sua matriz de transporte em relação aos países de primeiro
mundo, conforme podemos ver na figura a seguir. Embora o caminhão não vá desaparecer do
processo, isso traria uma redução dos custos da logística interna.
80
60
40
20
0
Rússia Canadá Estados Unidos Brasil Austrália México
Os Estados Unidos, por exemplo, nosso principal competidor no agronegócio, possui uma
matriz de transporte muito mais equilibrada, e isso se reflete nos custos de transporte interno.
Informação extra
2. A competição internacional
As cadeias de suprimentos estão sujeitas a competição internacional. O custo do transporte
brasileiro de grãos é cinco vezes maior do que o norte-americano. Como resultado, sobra
mais dinheiro no bolso do produtor americano do que no do produtor brasileiro, mesmo com
o valor da soja no porto sendo o mesmo.
Informação extra
Se você quiser saber mais sobre os desafios da logística e como isso influencia
O no agronegócio, pesquise o site do Instituto de Logística e Supply Chain. Lá você
encontrará diversos materiais e artigos que tratam sobre o tema: <http://www.
ilos.com.br/web/artigos-2>.
Fonte: Shutterstock
Siga em frente para realizar a atividade de aprendizagem deste tema e, na sequência, siga
para o encerramento desta unidade curricular.
Atividades de aprendizagem
a) Infraestrutura.
d) Falta de hidrovias.
3. Entre os diversos problemas relacionados com a mão de obra que afeta a competitividade
no agronegócio, qual é o mais importante/preocupante?
a) Alta remuneração.
4. Na exigência por produtos mais saudáveis, com baixo teor de gordura, o rastreamento
será um desafio para quem?
a) Pecuária.
b) Agricultura.
c) Indústria.
d) Varejo.
e) Distribuidor.
a) da produção
b) agrícola
c) logístico
d) rural
e) do varejo
Os seus estudos não devem parar por aqui, e você deve buscar novos materiais e desafios que
lhe permitam tornar-se um profissional cada vez mais capacitado para enfrentar os desafios
atuais e futuros do agronegócio.
125
Complementares
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA
(ABIPECS). Estatística: destinação: principal destinação da carne suína brasileira, 2006-2014.
Disponível em: <http://www.abipecs.org.br/uploads/relatorios/ingles/destinations/main-
destinations>. Acesso em: 9 set. 2015.
______. Livestock and poultry: world markets and trade. April 2015. United States Department of
Agriculture. Disponível em: <http://apps.fas.usda.gov/psdonline/circulars/livestock_poultry.
pdf>. Acesso em: 9 set. 2015.
GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2002
HANDFIELD, R. B.; NICHOLS, E. L. Introduction to supply chain management. New Jersey: Prentice
Hall, 1999.
MENDES, A. A. Panorama da avicultura nacional e perspectivas do setor. Brasília, DF: ABPA, 2014.
Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/PNSA/Reuni%C3%A3o%20
PNSA_%20_Sanidade%20Av%C3%ADcola-Fortaleza%20Nacional_/2%20Dr_%20Ariel%20-%20
Panorama%20da%20avicultura%20nacional%20e%20perspectivas%20para%20o%20setor.
pdf>. Acesso em: 3 nov. 2015.
REIS, J. G. M.; TOLOI, R. C.; FREITAS, M. J. Análise da viabilidade de custos do transporte de soja
de Mato Grosso via Hidrovia Tietê–Paraná. In: EINEPRO, 1., São João da Barra, RJ. Anais... Juiz
de Fora: Einepro, 2015.
SALIN, D. Soybean transportation guide: Brazil. May 2013. U.S. Dept. of Agriculture, Agricultural
Marketing Service, 2013.
SANTINI, G. A.; PINTO, L. B.; QUEIRÓZ, T. R. Cana-de-açúcar como base da matriz energética
nacional. Revista de Política Agrícola, n. 1, p. 89-99, 2011.
Questão 1
a) A alternativa A está incorreta. Comercializar o trigo é uma função de marketing, como vimos
no tópico 3, que engloba o departamento de vendas. Cabe à administração da produção
informar as quantidades em estoque e a previsão de produção. Reveja os tópicos 1 e 3.
Questão 2
a) A alternativa correta é a A. O volume de uma usina de produção de açúcar e etanol é 129
alto para o maior aproveitamento da unidade produtiva. A variedade é baixa, visto que só
se usa como matéria-prima a cana-de-açúcar e os produtos são essencialmente o etanol e
o açúcar. A variação é alta porque, como vimos no texto, as usinas chegam a ficar quatro
meses sem operação. A visibilidade é baixa haja vista o consumidor final ter pouco acesso
às usinas de açúcar e etanol.
b) A alternativa B está incorreta. O volume de uma usina de produção de açúcar e etanol não
é baixo, visto que, para o maior aproveitamento da unidade produtiva, deve-se produzir
em larga escala. A variedade não é alta porque só se usa como matéria-prima a cana-
de-açúcar e os produtos são essencialmente o etanol e o açúcar. A variação não é baixa,
porque as usinas não funcionam durante todo o ano. A visibilidade não é alta porque o
consumidor final tem pouco acesso às usinas de açúcar e etanol. Reveja o tópico 1 e o
material complementar.
c) A alternativa C está incorreta. O volume de uma usina de produção de açúcar e etanol não
é baixo, pois, para o maior aproveitamento da unidade produtiva, deve-se produzir em
larga escala. A variedade realmente é baixa, pois só se usa como matéria-prima apenas
Questão 3
a) A alternativa A está incorreta. A estratégia de produção só poderia ser considerada de
baixo para cima se o novo presunto fosse oferecido mediante a capacidade de produção
em desenvolver um presunto de baixo teor de gordura. Nesse caso, essa capacidade ainda
não existe. Reveja o tópico 3.
b) A alternativa B está incorreta. Da mesma forma que a estratégia de baixo para cima, a
estratégia de produção só seria baseada em recursos se a função produção descobrisse
que possui os empregados habilitados para o trato dos animais e a criação de suínos com
pouca gordura. Além disso, precisaria ter os recursos industriais adequados, que não é o
caso aqui também.
Questão 4
a) Alternativa incorreta. Luz e fertilizante são insumos, mas a semente é uma matéria-prima,
pois será transformada, e a água também é um insumo.
b) Alternativa incorreta. Luz é um insumo, e não uma matéria-prima. Fertilizante e água são
insumos, mas as sementes não.
c) Alternativa incorreta. Luz, água e fertilizante são insumos, e não matéria-prima, pois são
complementares ao processo produtivo.
d) Alternativa incorreta. Luz e fertilizante são insumos, porém sementes são matéria-prima e
a água é insumo.
Questão 5
a) Alternativa incorreta. Conceito de customização, e não de processo.
Tema 2
Questão 1
a) A alternativa A está incorreta. O carregamento da produção é essencial para o planejamento
e controle da produção, pois permite alocar recursos nas operações, como hora-máquina
e hora-homem no processo de colheita. Se você errou, releia o tópico 1 do tema 2.
Questão 2
a) A alternativa A está incorreta. Como estudamos, o custo de oportunidade é custo econômico
que temos quando optamos por determinada ação e, embora seja importante para uma a
tomada de decisão do gestor, este não é o primeiro fator a se considerar no planejamento
de capacidade. Reveja o tópico 2 desse tema.
d) A alternativa D está incorreta. O capital de giro é aquele que a empresa utiliza para financiar
sua produção. Entretanto, esse não deve ser o primeiro fator a ser levado em conta para
o planejamento da capacidade, e sim para a manutenção das operações. Reveja o tópico
2 desse tema.
e) A alternativa E está incorreta. Alocar os recursos com a operação a ser realizada é uma
atividade de carregamento da produção, que se trata de uma atividade do planejamento e
controle de produção. Faça uma revisão dos tópicos 1 e 2 desse tema e tente novamente.
Questão 3
A alternativa correta é a E. Os passos para calcular a capacidade do projeto são:
Semana = 7 dias
7 X 8 = 56 horas/semana
Questão 4
a) Alternativa incorreta. Toda operação tem uma oferta e demanda que são muito difíceis
de serem reguladas. O ideal seria que a quantidade produzida fosse a vendida. Assim,
estoque de segurança é a quantia mínima existente em um sistema para que este não
pare de funcionar.
e) Alternativa incorreta. A sigla STP é utilizada para designar o sistema Toyota de produção,
ou seja, é reconhecida como sinônimo do sistema de produção japonês.
Questão 5
a) Alternativa correta. Estoques vinculam o dinheiro como capital de giro, reduzindo a 133
capacidade de investimento da empresa (verdadeiro); estoques representam custo de
armazenamento e não aumentam necessariamente a competitividade da empresa (falso);
estoques se tornam obsoletos com o passar do tempo (falso); estoques realmente podem
trazer perigos no armazenamento, como é o caso dos inflamáveis (verdadeiro).
Tema 3
Questão 1
a) A alternativa A está correta. A cadeia de suprimentos é um conjunto de empresas que
estão interligadas como elos em uma corrente que objetivam entregar determinado tipo
de produto a partir de sua atuação em conjunto.
c) A alternativa C está incorreta. Essa é a definição do dicionário sobre corrente, que nos
ajuda a chegar ao conceito de cadeia de suprimentos. Faça uma revisão do tópico deste
tema antes de prosseguir.
d) A alternativa D está incorreta. Essa é a definição do dicionário sobre suprimentos que nos
ajuda a chegar ao conceito de cadeia de suprimentos. Faça uma revisão do tópico deste
tema antes de prosseguir.
Questão 2
a) Alternativa incorreta. A agroindústria é responsável pelo processamento dos produtos
agrícolas e pecuários. Ela pode até contratar o transporte, mas essa atividade é realizada
por um intermediário dentro dessas cadeias.
Questão 3
a) Alternativa incorreta. A avicultura possui também um elevado grau de integração, em que
a agroindústria fornece os pintainhos e a ração para o produtor. Depois realiza o abate e
os cortes e, finalmente, a distribuição dos produtos ao varejo. Todavia, entre as cadeias
apresentadas na alternativa, essa não apresenta o maior nível de integração vertical.
e) Alternativa incorreta. As cadeias de grãos possuem baixo índice de integração e são mais
distribuídas como redes de parceiros que produzem, distribuem e processam esses grãos.
Questão 4
a) Alternativa incorreta. Nos grãos, a soja, por exemplo, pode ser usada apenas para a
produção de biodiesel, sendo gerada a partir do óleo, mas não é dejeto.
d) Alternativa incorreta. A piscicultura não produz bioenergia. Pesquisas têm sido realizadas
para analisar a possibilidade e viabilidade da geração de biogás dos dejetos oriundos da
piscicultura, porém os resultados ainda são tímidos e não garantem a produção suficiente.
Questão 5
a) Alternativa correta. As traders, como o próprio nome diz, são empresas especializadas,
intermediárias, responsáveis pelo processo de comercialização da produção rural com os
mercados internacionais, principalmente de grãos.
c) Alternativa incorreta. As traders não são prestadoras de serviço, pois compram a produção
dos produtores rurais e revendem a preços mais altos nos mercados, obtendo, assim,
lucratividade.
Tema 4
Questão 1
a) A alternativa A está incorreta. Como vimos, a gestão de pedidos é processo inicial da cadeia
logística. Sem pedido não há produto, e sem produto não existe necessidade da logística.
Faça uma revisão do tópico 1 do tema 4.
Questão 2
a) A alternativa A está incorreta. Se você está transportando produtos em grandes volumes
e de baixo valor agregado, certamente o transporte aéreo não é para você, pois este
é indicado para cargas de alto valor agregado. Faça uma revisão do tópico 2 antes de
prosseguir.
c) A alternativa C está incorreta. O sistema dutoviário tem sido usado com sucesso para
combustíveis e gases, mas grãos têm características peculiares de umidade e necessitam
de impulso, fazendo do transporte dutoviário uma forma não recomendada. Faça uma
revisão do tópico 2 antes de prosseguir.
e) A alternativa E está correta. Se o modal hidroviário estiver disponível, este será sua
escolha. O seu grande volume torna os custos da operação do modal hidroviário pequenos
e aumenta sensivelmente a competitividade da sua carga de grãos.
137
Questão 3
a) Alternativa incorreta. A função do secador, como o próprio nome diz, é secar, reduzir a
umidade.
c) Alternativa incorreta. O objetivo não é eliminar a umidade do grão, pois ele precisa de um
pouco de umidade, sendo este um dos requisitos da qualidade do grão: a taxa de umidade.
b) Alternativa incorreta. Os caminhões com um semirreboque reinaram por muito tempo nas
estradas e no transporte rodoviário, mas passaram a ser substituídos por veículos com
maior capacidade de carga.
e) Alternativa incorreta. Caminhões com quatro ou mais semirreboques não são viáveis
operacional e comercialmente.
Questão 5
a) Alternativa incorreta. É o transporte realizado por embarcações (navios) entre dois ou mais
países, conhecido também como navegação de longo curso.
Tema 5
Questão 1
a) A alternativa A está incorreta. A infraestrutura é um dos gargalos logísticos enfrentados no
agronegócio. Revise o tema 5.
Questão 2
• A resposta a essa questão é que o gargalo está na capacidade de congelamento, pois é
a atividade com menor capacidade de processamento. A solução seria ampliar a área de
congelamento. Como a demanda é maior do que a oferta, a ampliação não apresenta risco
de investimento para a empresa.
Questão 3
a) Alternativa incorreta. Embora altas remunerações gerem problemas de caixa e
competitividade, a remuneração no operacional do agronegócio ainda é baixa.
e) Alternativa incorreta. Essa é uma realidade, mas, com as máquinas modernas no campo,
diminui muito a interação do homem.
Questão 4
a) Alternativa correta. O desafio na pecuária será produzir produtos mais saudáveis, com
baixo teor de gordura, possibilitar rastreamento dos animais do nascimento até a chegada
da carne ao varejo, o bem-estar animal e a condição do produto servido ao consumidor.
Questão 5
a) Alternativa incorreta. A produção acontece dentro das fazendas ou das agroindústrias,
logo o melhoramento do escoamento da produção não envolve a produção, pois é externo
a essa.
WWW.SENAR.ORG.BR/ETEC
WWW.SENAR.ORG.BR