LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO
DE CASO – TCC
Sou a Amanda, formada em Engenharia Civil e cursando a Especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho. Estou desenvolvendo um estudo de caso com o objetivo de analisar as mudanças que o esocial motivaram em relação a área de saúde e segurança do trabalho e gostaria de pedir permissão para realizar essa avaliação nesta empresa. Os levantamentos serão realizados nas seguintes etapas: Identificação inicial - Serão realizadas perguntas específicas sobre como era feita a gestão de saúde e segurança do trabalho, antes da obrigatoriedade de transmissão de informações de SST ao eSocial. Desde a elaboração de documentos exigidos pela legislação trabalhista e previdenciária, e as implementações desses documentos no ambiente de trabalho como processo contínuo de gestão. Cumprimentos das exigências do Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014 que instituiu o eSocial, em relação ao módulo de SST – através de questionamentos, será avaliado como aconteceu o processo, desde como foi identificado a necessidade de transmissão dessas informações, quais documentos foram necessários para o cumprimento dessa obrigatoriedade e se foram feitas atualizações desses documentos. Depois disso, será avaliado como está sendo feito o sistema de gestão de saúde e segurança do trabalho, tanto em relação ao eSocial, como as mudanças nos processos de trabalho que decorreram dessas modificações. Identificação das mudanças contínuas que o eSocial propiciou ao Sistema de Gestão de SST na empresa – considerando os documentos e os processos de trabalho, através de diálogos e observação será avaliado se essa nova obrigatoriedade contribuiu para a implantação de uma contínua política de saúde e segurança do trabalho na empresa.
Questionário
1 – A Empresa possui PPRA, PCMSO e LTCAT ou outro documento
relacionado à saúde e segurança do trabalho, de anos anteriores à 2022? Se sim, nesses documentos eram identificados os riscos ocupacionais dos trabalhadores e as medidas de controle para minimizar os riscos? A empresa desenvolvia as ações propostas, bem como o monitoramento dos riscos ocupacionais e as devidas atualizações do documento? O PPRA era apresentado aos funcionários? 2 – Os representantes da CIPA se reúnem no decorrer do ano e elaboram atas sobre as reuniões? Eles receberam treinamento compatível com a atribuição e desempenham ações de prevenção em segurança e saúde do trabalho? Eles conseguem desenvolver atividades que garantam a participação dos funcionários na identificação dos riscos e nos mecanismos de prevenção? 3 – A empresa possui ficha de controle de EPI e consegue ter controle sobre o uso efetivo e se estão em boas condições de utilização? Os EPIs possuem Certificado de Aprovação? 4 – A empresa elabora Ordens de Serviço sobre saúde e segurança do trabalho, dando ciência aos trabalhadores quando são contratados? Os funcionários realizam treinamentos inerentes a suas atribuições e em relação a saúde e segurança do trabalho, quando são contratados, periodicamente e caso haja mudança nas atividades de trabalho? 5 – A edificação possui projeto elétrico atualizado? 6 – Os funcionários da empresa já sofreram incidentes ou acidentes de trabalho com ou sem afastamento? Se sim, quais foram os tipos (Ex.: Acidente de trânsito, quedas, cortes)? 7 – Os funcionários realizam exames ocupacionais quando são admitidos, mudam de função, são afastados por mais de 30 dias, são demitidos e periodicamente. Se sim, isso se deu depois da implantação do esocial ou já era política da empresa? Já teve alguma avaliação que identificou alguma anormalidade durante esses exames? 8 – Como a empresa soube da nova exigência de transmissão de informações de Saúde e Segurança do Trabalho ao eSocial? 9 – O que mudou na gestão de saúde e segurança do trabalho na empresa, desde o início do processo de transmissão de informações de Saúde e Segurança do Trabalho ao eSocial? A empresa possui um plano de ação e está conseguindo cumpri-lo e revisá-lo quando necessário? 10 – A empresa possui Alvará de Bombeiro para funcionamento? São realizadas inspeções periódicas para avaliação do desempenho do Sistema de Prevenção e Combate a Incêdio? Os trabalhadores foram informados sobre: a utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; os procedimentos de resposta aos cenários de emergências e para evacuação dos locais de trabalho com segurança e os dispositivos de alarme existentes? As aberturas, saídas e vias de passagem de emergência são mantidas desobstruídas, identificadas e com sinalização indicando a direção da saída? 11 - Como é feita a manutenção, inspeção, preparação, ajuste, reparo e limpeza das máquinas e equipamentos? É definido uma periodicidade para esses serviços? Esses serviços são realizados por trabalhadores qualificados?
Observações importantes sobre os riscos ocupacionais identificados
Além das informações levantadas, que são mais gerais, é importante observar os riscos ocupacionais comuns nesses ambientes, para constatar as inconformidades. Verificar as máquinas e equipamentos constantes no açougue, procurar visualizar se está em conformidade com alguma ISO, se tem certificado do Inmetro e como é o seu funcionamento, se possui medidas de proteção. Procurar identificar: 1 -como foi instalada a máquina e o seu arranjo físico; 2 – Os dispositivos de partida, acionamento e parada; 3 – Sistemas de segurança; 4 - Como é feita a manutenção, inspeção, preparação, ajuste, reparo e limpeza das máquinas e equipamentos; 5 – Identificar a sinalização das máquinas e equipamentos; 6 – Se existe procedimentos de trabalho e segurança para máquinas e equipamentos; 7 – Se a operação, manutenção, inspeção e demais intervenções em máquinas e equipamentos são realizadas por trabalhadores habilitados ou qualificados ou capacitados, e autorizados para este fim. Observar se a empresa garante medidas de prevenção de riscos ergonômicos, como: pausas para propiciar a recuperação psicofisiológica dos trabalhadores, que devem ser computadas como tempo de trabalho efetivo; alternância de atividades com outras tarefas que permitam variar as posturas, os grupos musculares utilizados ou o ritmo de trabalho; alteração da forma de execução ou organização da tarefa. Observar como é feito atividades que envolvam levantamento, transporte e descarga individual de cargas – existe orientações sobre o limite de carga a ser manuseada; posturas extremas ou nocivas do tronco, do pescoço, da cabeça, dos membros superiores e/ou dos membros inferiores; existem meios técnicos facilitadores; distâncias a percorrer com as cargas; alternância com outras atividades. Observar os mobiliários dos postos de trabalho - apresentam regulagens em um ou mais de seus elementos que permitam adaptá-lo às características antropométricas que atendam ao conjunto dos trabalhadores envolvidos e à natureza do trabalho a ser desenvolvido; características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação dos segmentos corporais de forma a não comprometer a saúde e não ocasionar amplitudes articulares excessivas ou posturas nocivas de trabalho; altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; área de trabalho dentro da zona de alcance manual e de fácil visualização pelo trabalhador; para o trabalho sentado, espaço suficiente para pernas e pés na base do plano de trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto de operação e possa posicionar completamente a região plantar, podendo utilizar apoio para os pés; para o trabalho em pé, espaço suficiente para os pés na base do plano de trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível do ponto de operação e possa posicionar completamente a região plantar; Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos: altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida, sistemas de ajustes e manuseio acessíveis, características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento, borda frontal arredondada e encosto com forma adaptada ao corpo para proteção da região lombar; Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados em pé, devem ser colocados assentos com encosto para descanso em locais em que possam ser utilizados pelos trabalhadores durante as pausas. Observar a dinâmica de trabalho dos operadores de checkout - assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, e as posições confortáveis dos membros superiores e inferiores nessas duas situações; respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos movimentos, durante a execução das tarefas, evitando a flexão e a torção do tronco; garantir um espaço adequado para livre movimentação do operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada; manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; colocar apoio para os pés, independente da cadeira; adotar, em cada posto de trabalho, sistema com esteira eletromecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos checkouts com comprimento de 2,70 m (dois metros e setenta centímetros) ou mais; disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e supervisão; e manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de forma a não causar acidentes; A organização deve envidar esforços a fim de que a manipulação de mercadorias não acarrete o uso de força muscular excessiva por parte dos operadores de checkout; A disposição física e o número de checkouts em atividade (abertos) e de operadores devem ser compatíveis com o fluxo de clientes, de modo a adequar o ritmo de trabalho às características psicofisiológicas de cada operador; Verificar se é realizado treinamento para operador de checkout (Inicial de duas horas e anual de duas horas). Observar se as dimensões dos espaços de trabalho e de circulação, inerentes à execução da tarefa, são suficientes para que o trabalhador possa movimentar os segmentos corporais livremente, de maneira a facilitar o trabalho, reduzir o esforço do trabalhador e não exigir a adoção de posturas extremas ou nocivas. Verificar as condições das instalações sanitárias e bebedouro dos funcionários. Observar se as medidas de prevenção seguem a seguinte ordem de prioridade: I. eliminação dos fatores de risco; II. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva; III. minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho; e IV. adoção de medidas de proteção individual.