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Capítulo 1

Introdução

1.1 A análise ergonômica do trabalho

A análise ergonômica do trabalho é uma ferramenta fundamental para garantir a saúde, a


segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Ela visa identificar e avaliar os riscos ergonômicos
presentes no ambiente de trabalho, ou seja, as condições que podem afetar negativamente a
saúde e o desempenho dos trabalhadores.

A ergonomia é uma ciência que estuda a relação entre o homem e o trabalho, buscando
adaptar as condições de trabalho às características físicas, cognitivas e psicológicas dos
trabalhadores. A análise ergonômica do trabalho é uma das principais ferramentas da
ergonomia, pois permite identificar os pontos críticos do ambiente de trabalho que podem
causar fadiga, desconforto, lesões ocupacionais, doenças ocupacionais, estresse e outros
problemas de saúde.

Ao realizar a análise ergonômica do trabalho, é possível identificar os principais riscos


ergonômicos presentes no ambiente de trabalho, como posturas inadequadas, esforços
repetitivos, movimentos bruscos, vibrações, iluminação e temperatura inadequada, ruídos,
entre outros. Com base nessas informações, é possível tomar medidas para reduzir ou eliminar
os riscos identificados, por exemplo, por meio de adaptações no ambiente de trabalho,
alterações nos equipamentos ou treinamento dos trabalhadores.

Fazendo de sua importância não apenas para garantir a saúde e a segurança dos
trabalhadores, mas também para melhorar a produtividade e a qualidade do trabalho. Ao
adaptar as condições de trabalho às características dos trabalhadores, é possível reduzir a
fadiga, aumentar o conforto, prevenir lesões ocupacionais e melhorar o desempenho dos
trabalhadores. Além disso, a análise ergonômica do trabalho pode contribuir para a redução do
absenteísmo, do presenteísmo e dos custos com tratamentos médicos e afastamentos por
problemas de saúde relacionados ao trabalho.

Em resumo, a análise ergonômica do trabalho é uma ferramenta importante para garantir a


saúde e a segurança dos trabalhadores, bem como para melhorar a produtividade e a
qualidade do trabalho. É uma abordagem preventiva que busca adaptar o trabalho às
características dos trabalhadores, reduzindo os riscos ergonômicos e melhorando as condições
de trabalho.

Grandjean, E. (1998). Fitting the Task to the Human: A Textbook of Occupational Ergonomics.
Taylor & Francis.
Iida, I. (2005). Ergonomia: Projeto e Produção. Edgard Blucher.
Guérin, F., Laville, A., Daniellou, F., Duraffourg, J., & Kerguelen, A. (2001). Compreender o
trabalho para transformá-lo: A prática da ergonomia. EDIÇÕES APCE - ASSOCIAÇÃO
PORTUGUESA DE CULTURA E EDUCAÇÃO.
Karwowski, W. (2012). International Encyclopedia of Ergonomics and Human Factors (3rd ed.).
CRC Press.

A Norma Regulamentadora 17 (NR-17) é uma norma do Ministério do Trabalho e Previdência


Social que estabelece as diretrizes e os requisitos mínimos para a ergonomia no ambiente de
trabalho. A NR-17 estabelece que as empresas devem realizar a Análise Ergonômica do
Trabalho (AET) em todos os seus postos de trabalho, visando identificar os riscos ergonômicos
e propor medidas para eliminá-los ou reduzi-los.

A AET é obrigatória para todas as empresas que possuem atividades que possam causar
danos à saúde dos trabalhadores. Essa análise deve ser realizada por profissionais
especializados em ergonomia e deve levar em consideração as características do trabalho e as
condições em que ele é realizado.

A NR-17 estabelece também que a AET deve ser atualizada sempre que houver mudanças nos
processos, nos equipamentos ou nas condições de trabalho. Além disso, a norma define os
critérios para avaliação dos riscos ergonômicos, tais como posturas inadequadas, esforços
repetitivos, movimentos bruscos, vibrações, iluminação inadequada, ruídos, temperatura
inadequada, entre outros.

Portanto, a NR-17 tem uma relação direta com a AET, já que estabelece a obrigatoriedade
dessa análise para todas as empresas e define os critérios para avaliação dos riscos
ergonômicos no ambiente de trabalho. A norma busca garantir que as empresas adotem
medidas para reduzir ou eliminar os riscos identificados na AET, visando a proteção da saúde e
segurança dos trabalhadores.

O não cumprimento da NR-17 pode acarretar em multas e sanções para as empresas, além de
colocar em risco a saúde e a segurança dos trabalhadores. Por isso, é importante que as
empresas se atentem às exigências estabelecidas pela norma e implementem medidas
preventivas para garantir o bem-estar e a segurança dos mesmos.

Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora 17 - Ergonomia. Disponível em:


http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf. Acesso em: 26 abr. 2023.

Portal Sua Obra. O que é Análise Ergonômica do Trabalho (AET)? Disponível em:
https://www.suaobra.com.br/analise-ergonomica-do-trabalho-aet/. Acesso em: 26 abr. 2023.

Prefeitura Municipal de Indaiatuba. Ergonomia e NR 17. Disponível em:


https://indaiatuba.sp.gov.br/secretarias/saude/ergonomia-e-nr-17/. Acesso em: 26 abr. 2023.

LEVANTAMENTO, TRANSPORTE E DESCARGA INDIVIDUAL DE MATERIAIS:


O transporte manual de cargas é uma atividade realizada por muitos trabalhadores em diversos
setores de atividade, envolvendo o levantamento, transporte e disposição de cargas, seja ela
realizada de forma contínua ou descontinua. No entanto, essa atividade pode representar
riscos à saúde e segurança dos trabalhadores, especialmente quando envolve o transporte de
cargas pesadas e/ou repetitivas.

Com base nisso, a legislação brasileira, por meio da Norma Regulamentadora 17 (NR-17) do
Ministério do Trabalho e Previdência, estabelece medidas de prevenção para garantir a saúde
e segurança dos trabalhadores envolvidos no transporte manual de cargas.

Dentre as medidas estabelecidas pela NR-17, destaca-se que não deverá ser exigido nem
admitido o transporte manual de cargas por um trabalhador cujo peso seja suscetível de
comprometer sua saúde ou segurança, devem ser considerados fatores como sua condição
física, sua capacidade de força e sua experiência prévia. Sendo assim, é importante que as
empresas realizem avaliações regulares das condições de trabalho de seus funcionários e
adotem medidas preventivas para evitar acidentes e lesões ocupacionais decorrentes do
transporte manual de cargas. Além disso, trabalhadores designados para o transporte manual
regular de cargas devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos
de trabalho que deverão utilizar, visando salvaguardar sua saúde e a prevenção de acidentes.

Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser usados meios
técnicos apropriados, tais como carrinhos, empilhadeiras, guinchos, entre outros. O uso desses
meios técnicos adequados pode reduzir significativamente os riscos ergonômicos e acidentais
associados ao transporte manual de cargas. Também fazendo necessário considerar as
diferenças de gênero e idade na realização do transporte manual de cargas. Quando mulheres
e trabalhadores jovens forem designados para essa atividade, deve-se levar em conta que sua
capacidade física pode ser diferente da dos homens, e, portanto, o peso máximo das cargas a
serem transportadas deve ser reduzido para garantir sua saúde e segurança. Essa medida é
essencial para prevenir lesões musculoesqueléticas e outras doenças ocupacionais
decorrentes do esforço físico excessivo.

Por fim, o trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação
manual também deve ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador
seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa sua saúde ou segurança.

Dessa forma, é fundamental que as empresas cumpram as exigências da legislação e adotem


medidas preventivas para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos no
transporte manual de cargas, promovendo um ambiente de trabalho seguro e saudável para
todos.

MOBILIÁRIO DOS POSTOS DE TRABALHO


O uso de mobiliário adequado é fundamental para garantir o bem-estar físico e mental dos
trabalhadores e
prevenir lesões musculoesqueléticas, que podem ser causadas por uma postura inadequada e
prolongada durante o trabalho. Além disso, o mobiliário correto pode contribuir para a eficiência
e produtividade do trabalho.

Para garantir a adequação do mobiliário dos postos de trabalho, é fundamental considerar


diversos fatores, como as características das atividades realizadas, a estatura do trabalhador e
a distância dos olhos ao campo de trabalho. Por exemplo, em atividades que exigem muito
esforço visual, é imprescindível que a altura da mesa e a posição da tela do computador
estejam ajustadas adequadamente para evitar fadiga ocular. Além disso, para assegurar a
integridade corporal do trabalhador e garantir uma boa postura, é essencial que a distância dos
olhos ao campo de trabalho e a altura do assento estejam adequadas. A área de trabalho
também deve ser de fácil alcance e visualização, e as dimensões da superfície devem permitir
o posicionamento e a movimentação adequados dos segmentos corporais, a fim de prevenir
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Assim, é importante que o mobiliário dos
postos de trabalho seja projetado com base em critérios ergonômicos que garantam conforto,
segurança e saúde aos trabalhadores, contribuindo para a prevenção de danos relacionados
ao trabalho.

Outro aspecto importante é a ergonomia dos assentos utilizados nos postos de trabalho. Os
assentos devem ser confortáveis e ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da função
exercida, com borda frontal arredondada e encosto levemente adaptado ao corpo para
proteção da região lombar.

A escolha dos assentos para os postos de trabalho é crucial para o bem-estar do trabalhador e,
consequentemente, para a produtividade da empresa. Para atender aos requisitos mínimos de
conforto, os assentos devem possuir altura ajustável de acordo com a estatura do trabalhador e
a natureza da função exercida. Além disso, é importante que a base do assento tenha
características de pouca ou nenhuma conformação, que a borda frontal seja arredondada e que
o encosto apresente forma levemente adaptada ao corpo, para proteção da região lombar.

Para atividades que demandam o trabalho sentado, é possível exigir, a partir da análise
ergonômica do trabalho, um suporte para os pés que se adapte ao comprimento da perna do
trabalhador, contribuindo para uma postura correta e confortável durante a jornada de trabalho.

https://www.segurancadotrabalho.ufv.br/analise-ergonomica/

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