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India Gizela Afonso Sefane

O inpacto da produção do carvao vegetal sobre o meio ambiente no posto admistrativo de


Tica - Nhamatanda.

(Licenciatura em Enino de Física)

Universidade Licungo

2023
India Gizela Afonso Sefane

O intacto da produção do carvão vegetal sobre o meio ambiente no posto administrativo de


Tica - Nhamatanda.

(Licenciatura em Enino de Física)

Trabalho científico apresentada ao curso de Física na


Faculdade de Ciências Naturais e tecnológicas, com
a exigência da disciplina com a exigência da
disciplina apresentado de metodologia de
investigação (MEIC)

Orientador: Rui Muchaiabanbe

Universidade Licungo

2023
Índice

Conteúdo
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
1. Introdução....................................................................................................................................4
1.1 Problematização.........................................................................................................................4
1.2.1 Objectivo geral........................................................................................................................5
1.2.2 Objectivos específicos............................................................................................................5
1.3 Justificativa...............................................................................................................................5
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................7
2.1 Contextualização........................................................................................................................7
Carvão vegetal.................................................................................................................................7
Impactos decorrentes da produção do carvão vegetal.....................................................................8
Degradação de florestas nativas.......................................................................................................8
Más condições de trabalho...............................................................................................................9
Avaliação de impactos no ciclo vida.............................................................................................10
Desflorestação e Biodiversidade....................................................................................................11
Sistema forno fornalha...................................................................................................................13
CAPITULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................15
3.1 Tipo de pesquisa......................................................................................................................15
3.1.1 Quanto à natureza.................................................................................................................15
3.1.3 Quanto aos objectivos...........................................................................................................15
3.1.4 Quanto aos procedimentos....................................................................................................16
População.......................................................................................................................................16
Amostra..........................................................................................................................................16
Técnicas de colecta de dados.........................................................................................................16
3.3.1 Observação estruturada.........................................................................................................17
3.3.2 Entrevista..............................................................................................................................17
3.4 Técnica de apresentação, analise e interpretação dos dados....................................................17
3.5 Cronograma de Actividade......................................................................................................18
4 Resultados esperados..................................................................................................................19
5 Referências Bibliográficas..........................................................................................................20
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução
Este capítulo visa fazer um retrato da problemática sobre da produção de carvão vegetal
esta associada a uma série de efeitos prejudiciais no posto administrativo de Tica - Nhamatanda.
O carvão vegetal produzido e fornecido às grandes cidades,em Moçambique, teve o seu
início no período pós-independência, em 1975, durante o qual as florestas nativas das principais
cidades (Maputo, Beira e Nampula) eram as principais fontes de carvão (BTG, 1990).
É nesta vertente que o presente trabalho visa buscar compreender as acções da produção
do carvão para ecológia e recursos naturais.
Ao longo do trabalho tecer-se-ão algumas considerações acerca de certos conceitos e
certos pontos de vistas de alguns autores acerca do processo de produção de carvão vegetal. Mas
também, faz-se uma descrição minuciosa do historial do contributo do carvão mineral nas
familias Moçambicana bem . Para tal, Gil (2008), “ a pesquisa consiste no processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico” (p. 27). Portanto, nos auxiliamos com o
método bibliográfico para pudermos efectivar o trabalho em desenvolvimento.

1.1 Problematização
A produção de carvão vegetal esta associada a uma série de efeitos prejudiciais, como o uso
desenfreado dos recursos naturais, contribuindo desta forma para a degradação ecológica. O
desmatamento desordenado eintenso das florestas ocasiona a extinsao de espécies, elevação de
temperaturas e aumento de processos erosivos. Outra pratica problemática de destruição do meio
ambiente e a queima ilegal, utilizada para desmatar grandes regiões vegetais. A forma actual
como geramos a energia vegetal e lidamos com os resíduos e insuficiente para a manutenção dos
ciclos naturais do planeta e para mante lo preparado para receber as gerações futuras.

A produção de carvão vegetal está vinculada há diversos setores, impactando a sociedade em


diferentes aspectos. No contexto socioeconômico, esta atividade é caracterizada por gerar muitos
empregos, porém é historicamente associada a péssimas condições de trabalho (Calle et al.,
2005, apud Moura)

Para Martins (2011). Entretanto, é uma importante fonte de renda para agricultores familiares
Carrier-Souza et al (2014, 29) No setor tecnológico, grande parte da produção de carvão não
apresentou evolução, por razões diversas, como a pouca organização do setor, pouco
investimento em pesquisas e suporte técnico por parte do governo. Ainda é possível citar como
fatores a localização geográfica descentralizada, baixo grau de conhecimento técnico e de
profissionalização, transporte do produto muitas vezes é realizado em veículos não específicos
para este fim (SABLOWSKI, 2008). No cenário ambiental, a produção de carvão vegetal está
intrínseca ao desmatamento, monocultura, geração de resíduos sólidos e a poluição atmosférica.

Mediante a esses paradigmas, levanta-se a seguinte questão: qual é o impacto da produção do


carvão vegetal

1.2.1 Objectivo geral


• Compreender o inpacto da produção do carvao vegetal sobre o meio ambiente no posto
admistrativo de Tica - Nhamatanda.

1.2.2 Objectivos específicos


• Identificar as oportunidades de melhoria dos processos de produção de carvao vegetal;

• Apresentar um modelo sustentável de produção do carvão vegetal;

• Explicar a importância do carvão vegetal na sociedade

1.3 Justificativa
Com a escolha do tema prentende-se compreender os processos de produção do carvão
vegetal devido a sua importância e o facto que esta ligado ao seu uso como fonte energética
renovável, ela renova se em uma escala de tempo humana.

A motivação da escolha do presente tema deve-se primeiramente pelo facto de este


fenómeno constituir um assunto de controvérsias e interpretações das mais diversas áreas, são
levantados poucos estudos e como si não bastasse o número de casos aumenta como se nenhum
efeito as pesquisas trazem, porem, com espectativa de poder contribuir nesta área, e pelo facto da
Comunidade, constituir uma comunidade conhecida pela autora da pesquisa e vivenciando os
factos no seu quotidiano surge deste modo a necessidade de poder realizar o estudo naquela
comunidade.

Portanto, socialmente, o estudo torna-se relevante na medida em que os resultados do


mesmo irão contribuir para informar e criar uma discussão mais ampla sobre as políticas e
questões adjacentes a produção do carvão desde processos desmatamento ao produto final. E
cientificamente, trará mais-valia a nível de informações adicionais sobre o tema em referência
que mesmo tendo sido muito abordado, ainda e muito pouco, carecendo de mais e mais.

Mas também, na tentativa de poder contribuir com um manancial de conhecimentos para


a sociedade, a camada intelectual (estudantil) acerca o processo de produção de carvão vegetal.
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Contextualização

Carvão vegetal
Segundo Juvillar, (1980) O carvão vegetal é proveniente da queima parcial da madeira. Na era
primitiva, o homem utilizava pedaços de madeira em chamas para iluminar as cavernas ou
aquecer-se. Possivelmente não tardou a perceber que, ao utilizar a madeira queimada, de aspecto
preto e friável, esta não produzia chama e nem tanta fumaça, gerando calor de forma mais
controlável que aquele produzido pela queima direta da madeira, marcando a descoberta do
carvão vegetal e seu uso como combustível

Callet al. (2005), apud Moura; Martins, (2011) A produção de carvão vegetal está vinculada há
diversos setores, impactando a sociedade em diferentes aspectos. No contexto socioeconômico,
esta atividade é caracterizada por gerar muitos empregos, porém é historicamente associada a
péssimas condições de trabalho. Entretanto, é uma importante fonte de renda para agricultores
familiares segundo Carrieri- Souza et al. (2014). No cenário ambiental, a produção de carvão
vegetal está intrínseca ao desmatamento, monocultura, geração de resíduos sólidos e a poluição
atmosférica.

Neste contexto, a produção de carvão vegetal é, e continuará a ser, pelo menos a curto e médio
prazos, uma prática social, económica e cultural importante pelo que, a revisão das práticas
produtivas merece uma análise holística e integrada da cadeia de valor. Embora a produção de
carvão per se raramente seja uma causa directa de desmatamento1 , muitas vezes é uma prática
associada à degradação florestal2 (Mwampamba et al. 2013; Ceagre e Winrock, 2016). Por
exemplo, Sedano et al. (2021) indicam que, entre 2013 e 2019, a procura de carvão vegetal foi
responsável por uma degradação anual de cerca de 175 km2 de florestas de Mopane na província
de Gaza, Sul de Moçambique. A consequência imediata dessa degradação inclui a perda de
biodiversidade, da capacidade de sequestro de carbono, e a mudança (ou perda) na
disponibilidade de outros serviços dos ecossistemas, incluindo diversos produtos florestais não
madeireiros dos quais as populações rurais dependem (Woollen et al. 2016).

Apesar da problemática associada à produção de carvão vegetal a partir de florestas nativas,


Chidumayo et al. (2013) destacam exemplos de exploração sustentável no sector de carvão em
vários países de África. De facto, o maneio sustentável de florestas nativas é um caminho com
potencial para atender às necessidades energéticas a curto e médio prazos, enquanto vão sendo
testados e comprovados outros meios alternativos de fonte de energia. Para tal, é importante o
desenho de legislação adequada ao contexto actual sem descurar a importância de outras fontes
alternativas de energia. Neste âmbito, o sector florestal deve continuar a desenhar políticas e
estratégias orientadas à regulamentação do maneio de florestas para a produção de carvão.

Este Destaque Rural (DR) pretende contribuir para o debate sobre o Anteprojecto de Lei de
Florestas, em curso no país, através da análise do potencial das florestas nativas para fornecerem
energia de biomassa por meio da exploração sustentável. Baseia-se no trabalho de pesquisa
colaborativa entre a Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) da Universidade
Eduardo Mondlane (UEM) e a Universidade de Edimburgo no Reino Unido, desde 2014. O
objectivo principal da investigação aplicada, que vem sendo feita por estas universidades, é
analisar os aspectos biofísicos e socioeconómicos da produção de carvão vegetal no distrito de
Mabalane, Província de Gaza, que representa, neste momento, a principal fonte de carvão para os
grandes centros urbanos de Maputo, Matola e Xai-Xai. Assim, o trabalho em Mabalane
representa um estudo de caso importante para a reflexão a nível nacional.

Impactos decorrentes da produção do carvão vegetal

Degradação de florestas nativas


Nos dias atuais, apesar de existirem maiores fiscalizações para evitar a extração vegetal de
madeira nativa e do número de florestas plantadas estar crescendo, ainda existe a derrubada de
vegetação nativa para a produção de carvão vegetal. Conforme apresentado no anuário estatístico
do IBÁ (2020), apesar do grande avanço no consumo de florestas plantadas, em 2019, cerca de
300 mil toneladas de madeira provenientes de matas nativas foram consumidas para a produção
de carvão vegetal, ocasionando impactos negativos para a biodiversidade brasileira. Desse modo,
para que haja um equilíbrio entre as necessidades socioeconômicas e ambientais, o uso de
madeira proveniente de florestas nativas ainda é um problema que precisa ser combatido no
Brasil. No mundo, 49 esse problema é ainda maior, pois a quantidade de florestas plantadas para
produção de carvão é baixa, sendo consumido majoritariamente madeira de florestas nativas
(IBÁ, 2017; Rodrigues e Junior, 2019). O carvão vegetal produzido a partir de madeira da
silvicultura pode ser visto como uma opção para combate ao desflorestamento. De acordo com
IBÁ (2017), as florestas plantadas reduzem a pressão sobre florestas nativas, contribuindo para a
conservação da biodiversidade, contribuem com o controle do clima, com a conservação do solo,
com a regulação do fluxo hídrico, entre outros benefícios. Entretanto, existem controvérsias em
relação ao cultivo de eucalipto, devido aos seus impactos socioambientais consequentes de sua
monocultura, como a concentração fundiária, o êxodo rural e as alterações no equilíbrio
dinâmico dos sistemas ambientais citado por Texeira & Rodrigues, (2018).

Más condições de trabalho


Apesar de ser uma importante fonte de renda e geração de empregos, a produção de carvão
vegetal no Brasil ainda está associada a más condições de trabalho, quando se trata de pequenos
produtores informais. Grande parte da produção de carvão vegetal no Brasil, cerca de 70% da
produção, ocorre em fornos menos tecnológicos, como os fornos do tipo rabo-quente e fornos de
superfície, por pequenos e médios produtores (Oliveira et al., 2017). Esses fornos necessitam de
mão de obra humana, o que ocasiona na exposição dos trabalhadores a fumaça e ao calor que
saem dos fornos (Souza et al., 2010). A carbonização dura entre 3 e 4 dias e, apesar de ser um
ambiente aberto, durante esse período, o carvoeiro inala gases tóxicos, fuligem e cinzas, além
disso, a alta temperatura do forno pode provocar desidratação e queimaduras de 1º grau
(Canettari et al., 2013). Em contrapartida, grandes unidades de carbonização possuem fornos
mais tecnológicos e mecanizados, além de relações de trabalhos formais, o que torna as
condições de trabalho melhores.

Emissões atmosféricas pela produção de carvão vegetal

A poluição atmosférica é caracterizada pela dispersão de substâncias que resultam em um efeito


adverso sobre o ambiente. A poluição atmosférica ocorre pela dispersão de gases, particulados
ou ainda na forma de aerossóis (Hinrichs; Kleinbach; Reis, (2014). A origem dos poluentes da
atmosfera pode ser de origem natural, como no caso das erupções vulcânicas e incêndios
florestais. Ou de origem antropogénica, como processos de combustão, provenientes das
indústrias e de substâncias químicas. De acordo com Cavalcanti (2010), as fontes das emissões
atmosféricas podem ser classificadas em fontes fixas ou estacionárias ou em fontes móveis. As
fontes fixas permitem uma avaliação direta no local, visto que ocupam uma área relativamente
limitada. Já as fontes móveis se dispersam pela atmosfera, não sendo possível avalia-las na base
da fonte, é o caso dos meios de transporte que utilizam motores a combustão.
Avaliação de impactos no ciclo vida
Fase da avaliação do ciclo de vida com objetivo de compreender e avaliar a magnitude e
significância dos impactos ambientais potenciais de um produto ou atividade. Existem 2
categorias:

Midpoint – A caracterização Midpoint usa indicadores localizados ao longo do mecanismo


ambiental antes de chegar ao ponto final da categoria. Entendese como mecanismo ambiental o
sistema de processos físicos, químicos e biológicos para uma dada categoria de impacto,
vinculando os resultados da análise do inventário do ciclo de vida aos indicadores de categoria e
aos pontos finais da categoria citado por Mendes et al, (2013).

Endpoint - A caracterização Endpoint considera todo o mecanismo ambiental até o seu ponto
final. Portanto, refere-se a um dano específico relacionado com a área mais ampla de proteção,
que pode ser saúde humana, ambiente natural ou recursos naturais. A área de proteção é um
conjunto de pontos finais da categoria de valor reconhecido pela sociedade (saúde humana,
recursos naturais, ambiente natural e ambiente antrópico) Mendes et al, (2013)

Categorias de impacto abordadas: mudança climática, depleção de ozônio, acidificação terrestre,


eutrofização aquática de água doce, eutrofização aquática marinha, toxicidade humana, formação
de oxidantes fotoquímicos, formação de matéria particulada, ecotoxicidade terrestre,
ecotoxicidade aquática de água doce, ecotoxicidade aquática marinha, radiação ionizante, uso do
solo agrícola, uso do solo urbano, transformação de terra natural, esgotamento de recursos
fósseis, esgotamento de recursos minerais e esgotamento de recursos de água doce. - Impact
2002+ Avaliação é também combinada (midpoint + endpoint), e sua aplicação é válida apenas
para a Europa. Categorias de impacto midpoint abordadas: toxicidade humana, efeitos
respiratórios, radiação ionizante, depleção de ozônio, formação de ozônio fotoquímico,
ecotoxicidade aquática, ecotoxicidade terrestre, acidificação aquática, eutrofização aquática,
acidificação e eutrofização terrestre, ocupação do solo, aquecimento global, uso de energia
renovável e extração mineral. Categorias endpoint: saúde humana, qualidade do ecossistema,
mudança climática e recursos

- CML 2002 Abordagem é midpoint, e sua aplicação é global para a maioria das categorias de
impacto, exceto para as categorias de acidificação e formação de foto-oxidantes, que possuem
aplicação apenas para a Europa. Categorias de impacto abordadas: depleção de recursos
abióticos, uso da terra, mudança climática, depleção de ozônio estratosférico, toxicidade humana,
ecotoxicidade aquática de água doce, ecotoxicidade aquática marinha, ecotoxicidade terrestre,
formação de foto-oxidantes, acidificação e eutrofização. Categorias de impacto adicionais que
podem ser abordadas, a depender do estudo: perda de função de suporte à vida, perda de
biodiversidade, ecotoxicidade em água doce (sedimentos), ecotoxicidade marinha (sedimentos)
impactos da radiação ionizante, mau cheiro do ar, barulho, calor residual, acidentes, letais, não
letais, depleção de recursos bióticos, dessecação e mau cheiro da água. A escolha do método de
avaliação de impacto deve ser de acordo com o produto ou atividade do estudo em questão. Por
exemplo, para ACV de processo carbonização com reaproveitamento de gases, sabendo que a
combustão dos gases da carbonização reduz as emissões de GEE na atmosfera, seria interessante
escolher uma categoria de impacto que abranja o impacto de mudanças climáticas

Desflorestação e Biodiversidade
Ao se admitir que o carvão vegetal pode ser uma excelente fonte de energia renovável para o
mundol deve-se considerar que se ele for produzido a partir de matéria-prima de florestas
nativas, ao menos que haja exploração na forma de manejo sustentável muito bem conduzida,
estaremos produzindo energia por meio da destruição da biodiversidade de biomas como a
Amazónia, o Pantanal, a Caatinga e o Cerrado.

Como afirmam M. I. G. Higuchi & N. Higuchi (2012), as florestas precisam ser vistas como um
capital natural, fornecedor de uma rede permanente de benefícios e serviços, que suporta,
fortalece e protege o desenvolvimento económico e a qualidade de vida. A abundância da
floresta é um facto, mas a sociedade tem sido pouco eficiente na antecipação da escassez. O
suprimento de madeira dos países asiáticos vem diminuindo com o passar do tempo, enquanto
cresce a participação do Brasil no mercado internacional. A demanda mundial por madeira
tropical é de aproximadamente 60 milhões de metros cúbicos de toras por ano, enquanto o
estoque de madeira comercial da Amazónia é de aproximadamente 4 bilhões de metros cúbicos.
Não se pode apresentar o segmento florestal no Brasil da mesma forma como as demais cadeias
do agronegócio, onde cada agente tem sua função: o produtor tem a função de produzir matéria-
prima, e a indústria tem a função do seu processamento. No sector florestal isto não acontece por
questões de ordem legal, ligada à utilização ilegal de florestas nativas; de ordem técnica, ligada à
característica da atividade florestal ser de longo prazo; até mesmo de ordem cultural, que fizeram
a produção se desenvolver de forma concentrada, pois o rápido crescimento da tecnologia de
produção instalada nas indústrias de base 47 florestal, principalmente de papel e celulose, forçou
a busca por mais madeira que não se encontrava no mercado (Mendes, 2013). A vasta maioria da
exploração ilegal de madeira ocorre nas florestas tropicais da bacia Amazónica, da África
Central e do Sudeste da Ásia. O valor económico desta exploração, incluso o processamento,
está estimado entre 30 e 100 bilhões de dólares americanos (Nelleman, 2012). Porém, a madeira
ilegal originária desses recursos florestais, como na Amazónia, na maioria das vezes é queimada
no próprio local da extração, por não ter sido aceita pela indústria madeireira da região (de baixa
tecnologia). 48 Dos cerca de 173 milhões de hectares de pastagens no Brasil, 117 milhões de
hectares são de pastagens cultivadas. Estima-se que mais de 70% das pastagens cultivadas
estejam em algum estágio de degradação (Macedo, Zimmer, Kichel, Almeida & de Araújo,
2013). Infelizmente, na exploração de florestas nativas brasileiras verificam-se fraudes na
elaboração, na aprovação, na vistoria e na condução dos projetos de licenciamento de planos de
manejo, por parte do seguinte tripé: o detentor do manejo ou exploração florestal, que deseja
produzir de forma fictícia créditos florestais a partir dos quais é possível legalizar material
vegetal obtido de forma ilícita; o fiscal ambiental corrupto, que valida a exploração ilegal; e o
técnico responsável pela elaboração e condução do projeto fraudado (Dittmar, 2013). Os resíduos
da exploração ilegal das florestas nativas algumas vezes são transformados em carvão e outras
vezes são utilizados para a geração de energia, mas a maior parte é queimada, pois o objetivo é
limpar a área desflorestada. Isso mostra o grau de insustentabilidade da exploração das florestas
nativas do país. Peças com pequenos defeitos são descartadas e queimadas.

Toras de madeira nativa são queimadas porque apresentam algum defeito ou porque a espécie
florestal não tem bom valor de mercado. Se extrai as espécies mais valiosas e queima-se o
restante, gerando poluição e desperdício. Logo após, realiza-se a semeadura a lanço de sementes
da gramínea braquiária, produzindo pastagens de baixa qualidade, mas buscando com isso
comprovar a posse das áreas invadidas e valorizar a terra.

Sistemas de redução de emissões atmosféricas para a produção de carvão vegetal

O carvão vegetal é uma fonte renovável de energia, porém grande parte da produção de carvão
vegetal ainda ocorre em fornos modestos, que apresentam baixo rendimento gravimétrico
ocasionando perda econômica e uma maior área plantada para atender a demanda. O controle
durante o processo de carbonização é baseado em aspetos subjetivos, como a cor da fumaça. Os
trabalhadores ficam expostos por longos períodos à emissão de gases tóxicos e altas
temperaturas. E muitas vezes não há recuperação de subprodutos provenientes da carbonização
(CARNEIRO et al. 2012). Entretanto, alguns sistemas e adaptações podem ser adotados para
aprimorar aspetos ambientais, econômicos e proporcionar melhores condições de trabalho na
produção de carvão vegetal.

Sistema forno fornalha


Cardoso et al. (2010), em sua pesquisa confecionou um sistema forno fornalha para queima de
gases da carbonização, visando a redução da emissão de poluentes. O forno retangular construído
tem capacidade para 10 m estéreos de madeira, com fornalha para combustão dos gases e
chaminé. Há quatro aberturas laterais no forno, sendo uma delas maior para iniciar a ignição, e as
outras para controle da carbonização. A fornalha também apresenta quatro aberturas laterais,
para controle da oxigenação dentro da câmara de combustão. A passagem dos gases do forno
para a fornalha ocorre por uma conexão feita com tijolos maciços na espessura de 20 cm, o teto é
feito de laje e todo o seu interior foi revestido de manta cerâmica. Entre o forno e a fornalha há
uma guilhotina, esta serve para controle dos gases para dentro da câmara de combustão. O custo
total do sistema forno fornalha foi de R$ 3.640

Oliveira et al. (2014) também realizou experimentos referentes ao sistema forno fornalha, e
descreveu os procedimentos que ocorrem na fornalha. Inicialmente, a fornalha é alimentada com
material lignocelulósico e acesa logo após a ignição dos fornos. É necessário seguir abastecendo
a fornalha para manter a temperatura da mesma. O abastecimento é suspenso quando os gases
gerados durante a carbonização no forno atingem 120° C, pois de agora em diante os gases são
capazes de manter a combustão. A partir deste momento, a chama dentro da câmara de
combustão da fornalha permanece acesa até o fim da carbonização. Cardoso et al. (2010)
constatou que a temperatura máxima atingida para queima dos gases ocorreu a 500° C, após 52
horas de carbonização. Não houve emissão de gases pela chaminé durante o processo de queima
destes, apenas liberação de calor. Os gases metano e monóxido de carbono, que contribuem para
o efeito estufa, foram reduzidos consideravelmente devido ao uso da fornalha, quantia emitida
foi reduzida a 96% e 93%, respectivamente. Quando o sistema não operou com a queima dos
gases, os valores de 36 concentração de CO2 foram de 4,11% e 6,29% com a queima. Este valor
indica o aumento das reações de oxidação durante a combustão dos gases na fornalha. Gases
como CO, CH4 e outros foram oxidados a CO2, H2O e energia. O carvão vegetal obtido possui
rendimento gravimétrico de 28,70% e teor de carbono fixo de 82,56%. Oliveira (2012) observou
em seus estudos que a queima dos gases no interior da fornalha ocorreu na faixa de temperaturas
de 650 e 1150° C, proporcionando a combustão completa do alcatrão, do licor pirolenhoso, dos
fenóis e dos gases CO e CH4, reduzindo-os em CO2 e H2O. O sistema apresentou rendimento
gravimétrico médio em carvão vegetal de 33%, valor considerado satisfatório. Os materiais e
custos de construção do sistema forno fornalha, com três fornos totalizaram R$ 3.603,15.
CAPITULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo é apresentado os procedimentos metodológicos, tipos de pesquisas,
técnicas e instrumentos de coletas de dados, técnicas de análise de dados.

3.1 Tipo de pesquisa

3.1.1 Quanto à natureza

Para este projecto usar-se-á a pesquisa básica ou teórica.

A pesquisa teórica ou básica, possibilita articular conceitos e sistematizar a produção de uma


determinada área de conhecimento, visa a criação de novas questões num processo de
incorporação e superação daquilo que já se encontra produzido para melhorar o próprio
conhecimento (Minayo,2002; Almeida, 2011).

3.1.2 Quanto à abordagem

Por ser uma pesquisa de caracter social, quanto a abordagem, usar-se-á para este trabalho,
a pesquisa qualitativa.

Para Goldenberg (1997, p.34), “ essa pesquisa não se preocupa com representatividade
numérica, mais sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização.”

Na pesquisa qualitativa há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é,
um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicos
no processo de pesquisa qualitativa. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de dados e
o pesquisador é o instrumento chave. (Gil, 2002).

3.1.3 Quanto aos objectivos


Quanto aos objectivos, usar-se-á a pesquisa explicativa que consistirá em identificar os
factores que determinam ou que contribuem para produção do carvão vegetal e o papel dos
líderes no assunto.
Para GIL (2008), é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque
explica a razão, o porquê das coisas.

3.1.4 Quanto aos procedimentos

Do ponto de vista aos procedimentos, usar-se-á para este trabalho, a pesquisa de Campo.
De acordo com Gil (1999) o delineamento da pesquisa de campo apresenta semelhanças com
levantamento, diferenciando-se deste em vários aspectos:
• O estudo de campo tem maior profundidade enquanto o levantamento tem maior
abrangência;

• O estudo de campo visa o aprofundamento do problema proposto enquanto o


levantamento procura ser representativo de uma população;

• O estudo de campo investiga um grupo único em termos de estrutura social enquanto o


levantamento visa identificar as características dos indivíduos de uma determinada
população de acordo com certas variáveis.

Percebe-se, assim, que o estudo de campo procura observar os factos em seu ambiente
natural, sem isolamento ou controle sobre as varáveis. Mas, apesar disso, possibilita inferências
sobre relações causais nos eventos observados.

População

Segundo Lakato e Marconi (2004, p.54) “População é o conjunto de seres animados ou


inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. Assim sendo constituirá
população do presente plano de investigação, 150 residentes da mesma comunidade.

Amostra

Lakatos e Marconi (2001, p.163) afirmam que amostra “é uma porção ou parcela,
convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do universo“. Nesta
ordem de ideia para a amostra serão selecionados 40 produtores de carvão vegetal e 15 residentes
deles 10 moradores daquela região e 5 técnicos florestais.
Técnicas de colecta de dados
Quanto as técnicas de recolha de dados, a proponente usará a Observação Estruturada e a
Entrevista.

3.3.1 Observação estruturada

É o tipo de observação que consiste na especificação do que deve ser observado e como
deve ser registrado. Para Gil (2008, p.100), ela apresenta como principal vantagem, a de os
factos serem percebidos diretamente, sem qualquer intermediação. Aqui, a proponente usará o
método de observação directa no campo de modo a se familiarizar com o problema que se
pretende resolver, nesse caso, trata-se de identificar casos de casamentos prematuros.

3.3.2 Entrevista
Conforme Lakato e Marconi (2003, p.197) é um tipo de técnica onde o entrevistador tem
liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direcção que considere adequada. É uma
forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e
podem ser respondidas dentro de uma conversação informal. Neste caso o proponente
entrevistará os líderes comunitários do posto administrativo de Mutepua, cidadãos civis e
organizações ligadas a casamentos prematuros na província e em especial no distrito. Onde
através de conversas informal e perguntas não estruturadas, serão colhidos depoimentos destes,
acerca da questão de casamentos prematuros e o papel dos líderes tradicionais no combate deste
fenómeno.

3.4 Técnica de apresentação, analise e interpretação dos dados

Quanto as técnicas de apresentação, usar-se-á a técnica de Representação escrita e


gráfica. A primeira consistirá em apresentar os dados em formas de texto escrito, que é
característico em casos de uso de documentos, informações e livros e a segunda consistira em
apresentar os dados em um gráfico, de modo a facilitar a compreensão dos casos de intervenção
dos líderes comunitários na problemática de casamentos prematuros. E por uma questão
preservação da imagem dos entrevistados a o proponente usará códigos que servirão para
identificar os entrevistados. Portanto, usar-se-á as letras (A,B,C,D… e os números 1,2,3…) para
designar os entrevistados. Ex. E1, E2, E3…11.
3.5 Cronograma de Actividade

Actividades 2023

Jun. Jul. Ag. Sept. Out.

Levantamento XX X X X
bibliográfico

Delimitação da X
metodologia

Elaboração da X X
pesquisa

Redação da pesquisa X X X

Entrega do projecto X
de pesquisa

Coleta dos dados X

Tratamento de X X
Dados

Relatório final X

Revisão / Correção X
do texto
4 Resultados esperados
Este DR demonstra que a regulamentação da produção de combustíveis lenhosos a partir de
forestas nativas é importante, mas deve considerar o papel económico, social, cultural e
ecológico da actividade. Foram, igualmente, analisados exemplos que demonstram que o
banimento dos moldes actuais de produção e uma mudança para plantações energéticas não irá
surtir os efeitos desejados a curto e médios prazos. Portanto, um processo de transição que
garanta um melhor envolvimento e investimento no maneio

Em resumo, as recomendações principais deste DR são:

1. A Lei de Florestas não deve banir a produção de combustíveis lenhosos a partir de espécies
nativas.

2. Os investimentos públicos e regulamentação devem priorizar o maneio comunitário de


florestas nativas, através de:

a) definição de planos de gestão específicos a nível de comunidades, concebidos e


implementados com instituições a nível local-distrital e com as comunidades envolvidas,

b) promoção de técnicas de exploração que respeitem as leis sobre as dimensões das árvores a
abater,

c) promoção do aproveitamento de resíduos florestais para fins energéticos (lenha),

d) avaliação da eficiência de fornos melhorados,

e) envolver técnicas de restauração florestal após a exploração madeireira,

f) assegurar a retenção de rendimentos nas comunidades locais através da criação de associações,


concessão de licenças e reforço da capacidade interna de gestão dos recursos naturais, e

g) Os substitutos da energia de biomassa devem ser uma aposta de longo-prazo.

Estes podem incluir o uso de mecanismos de energia limpa e/ou novas tecnologias (gás,
electricidade, energia solar, fogões melhorados, entre outros), para reduzir o uso de carvão
vegetal florestal sustentável para a produção de carvão deve ser a aposta.
5 Referências Bibliográficas
Andrade, Maria. (2001). Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. (7ª ed.), Atlas, São
Paulo.

Gil, António Carlos. (2008). Como elaborar projectos de pesquisa. (4. Ed.). São Paulo: Atlas.

GDM (Governo de Moçambique). 2020. Portal do Governo de Moçambique. Disponível em


https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Imprensa/Noticias/

PEREIRA, C. (1989). Levantamento da situação do abastecimento da lenha e carvão na cidade


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1980. 393 p. (Série Publicações Técnicas, n. 8).

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS. Anuário


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http://www.abraflor.org.br/estatisticas/anuario-ABRAF-2007.pdf.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério da Ciência e


Tecnologia, Ministério de Minas e Energia e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. Diretrizes de política de agroenergia 2006-2011. Brasília, 2005.

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