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Colposcopia:

História e Técnica

Isabella Regina da Cunha Barros


Médica Tocoginecologista
Fellow PTGI/Colposcopia IMIP
• HISTÓRICO:

• Do grego Kólpos (cavidade) e skopé (examinar)

• Dez/1924- primeiro colposcópio desenvolvido por


Hans Hinselmann (Hamburgo, Alemanha)

Possuía apenas uma lente de aumento para dissecção


Leitz -> aprimorou ampliação, iluminação, amplitude
focal
• HISTÓRICO:

• 1925- Hinselmann: ácido acético causava coagulação do


muco cervical e tornava o epitélio alterado branco

• 1930: BR- Arnaldo de Moraes (RJ)

• 1936- pontilhados e mosaicos ~ neoplasia intraepitelial

Usou iodo para tingir o colo (preconizado por Schiller),


ltros de cor (preconizado por Kraatz) - VERDE

• Hinselmann - comparou achados colposcópio com a


histopatologia e propôs uma terminologia colposcópica
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• HISTÓRICO:

• 1951: segunda visita de Hinselmann ao Brasil

• 1960: Fischer-Wasels e Wespi: metaplasia ~ carcinogenese cervical

• 1963: Köller - ácido acético + iodo de Schiller di cultavam observação de


vasos = técnica salina

• 1972: Kolstad e Sta de Oslo descreveram a técnica salina detalhadamente

• 1976: Anais do 4ºCongresso Brasileiro de Patologia cervical Uterina e


Colposcopia
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• HISTÓRICO:

• 1960- colposcopia no diagnóstico de NIC e câncer em estágio inicial

# 1941- citologia / Papanicolaou = mais barato

# trabalhos publicados em alemão

• 1970- biópsia tornava a conização dispensável em mulheres com citologia


anormal

• Desenvolvidos métodos de destruição local para o tratamento da NIC


( substituindo a conização e a HTA como principais modalidades )
• HISTÓRICO:

• Colposcopia passou a integrar a prática


ginecológica

• Atualmente utilizada na avaliação do epitélio de


todo trato genital inferior

• Ajuda a determinar a natureza de lesões


macroscópicas = diagnóstico instantâneo

# iluminação do epitélio super cial e estroma

# Cartier : exame do tecido conjuntivo do colo e da


vagina (objeto) por meio da mucosa cervical e vaginal
( ltro)
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• HISTÓRICO:

• Melhor desempenho se associado à citologia

• Burke: “ a melhor forma de estudar


colposcopia é na cadeira do patologista”

Diagnóstico histopatológico / citológico /


colposcópico

A documentação fotográ ca das imagens


colposcópicas facilita o exercício
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• HISTÓRICO:

• 1970: International Society for the Study of Vulvovaginal Disease (ISSVD)

• 1972: fundada a International Society for Cervical Pathology and


Colposcopy

• 1975: mudou de nome para International Federation for cervical Pathology


and Colposcopy (IFCPC)

#introduziu uma terminologia internacional para padronizar os sistemas de


classi cação e termos usados no exame colposcopico
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• HISTÓRICO:

• 1990: 7º congresso Mundial em Roma - revisou a terminologia e demonstrou a


relação entre HPV e NIC / câncer cervical invasivo

• 2002: Congresso Mundial em Barcelona - nova classi cação colposcópica


( aplicação restrita ao colo)

• 2003: classi cação colposcópica similar para colo e vagina

• 2011- Terminology of the vulva of the International Federation for cervical


Pathology and Colposcopy
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• TÉCNICA :

• Acolhimento / Aconselhamento

• Histórico
• TÉCNICA :

• Histórico
• TÉCNICA :

• Consentimento informado por escrito

• Exame:

-mulheres com ciclo menstrual normal : ideal entre 8º e o 12º dia do ciclo ( muco abundante e
translúcido, OCE aberto)

- o ideal é que nenhum exame ginecológico tenha sido realizado desde o início do ciclo , por
exemplo, histerossalpingogra a, biópsia cervical, curetagem - podem alterar aspectos
colposcópicos

- Não usar lubri cante - células displasia podem ser removidas facilmente e pode aumentar
risco de sangramento

- O ideal seria não coletar a citologia na mesma data da colposcopia


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• TÉCNICA :

• Posição da paciente : Litotomia

• Escolha do espéculo: foscos, adequar à paciente

• Introdução do especulo : soro siológico diminui o desconforto da paciente /


perpendicular

- cuidado para não erodir a cérvice


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• TÉCNICA :

• Método clássico ou ampliado:

1) remoção do excesso de muco com swab de algodão embebido em soro


siológico

2) Visualização com ltro da cor verde

3) Aplicar quantidade generosa de ácido acético (3-5%)

Todos os epitélios com alta relação nucleocitoplasmática se tornam brancos

Ação transitória e desaparece em 1-3 min


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• TÉCNICA :

• Método clássico ou ampliado:

Não atritar nem bater o swab- abrasão -> comprimir

4) Identi car a JEC - se não estiver na ectocérvice procure na endocérvice


( espéculos endocervicais- ácido acético 30s)

5) Identi car alterações acetobrancas (1 min) - quanto mais se espera o epitélio


anormal se torna cada vez mais branco
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• TÉCNICA :

• Método clássico ou ampliado:

🚨não esquecer de examinar


fórnices e as paredes vaginais -
mobilizar colo lateralmente

6) Teste do Iodo (Lugol 50%) -


usar base aquosa
• TÉCNICA :

• Quando será considerada insatisfatória ?

- se a nova JEC não for de nida em toda sua extensão

- sangramentos

- visualização do colo incompleta


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• TÉCNICA :

• Classi cação

De acordo com a Classi cacao Internacional


recomendada

7) CURETAGEM ENDOCERVICAL - CEC

Se colposcopia insatisfatória e se lesão se estende


para dentro do canal cervical e não pode ser
biopsiada
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• TÉCNICA :

• BIÓPSIA :

Sempre sob orientação colposcópica

Sempre a área mais suspeita

Pinça tipo punch


• TÉCNICA :
• DESCRIÇÃO DO EXAME
# Utilizar terminologia atualizada e recomendada (Rio 2011)

#Especi car a visibilidade da junção escamocolunar:

ZT tipo 1 é completamente ectocervical e completamente visível, de pequena ou


grande extensão.

ZT tipo 2 tem componente endocervical completamente visível e pode ter


componente ectocervical de pequena ou grande extensão.

ZT tipo 3 componente endocervical que não é completamente visível e pode ter


componente ectocervical de pequena ou grande extensão.
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• TÉCNICA :
• DESCRIÇÃO DO EXAME
Descrever achados anormais:

1- a localização (dentro ou fora da ZT e a localização de acordo com a posição do relógio) e o tamanho da


lesão (número de quadrantes do colo uterino envolvidos pela lesão; tamanho da lesão em porcentagem do
colo uterino).

2- características dos epitélios após a aplicação do Acido acético a 3 ou 5%

Grau 1 (menor): epitélio acetobranco no, de borda irregular ou geográ ca; mosaico no; pontilhado no.

Grau 2 (maior): epitélio acetobranco denso, acetobranqueamento de aparecimento rápido, orifícios glandulares
espessados; mosaico grosseiro; pontilhado grosseiro; margem demarcada; sinal da margem interna.

#Incluir achados anormais não especí cos: leucoplasia (queratose, hiperqueratose); erosão; teste de Schiler
(impregnação do lugol positiva/negativa).

Descrever a captação do Lugol (corado ou não corado) ou teste de Schiller (negativo ou positivo).
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• TÉCNICA :
• TÉCNICA :
Obrigada
Fontes:
A colposcopia no Brasil e a aproximação com a
ciência alemã em meados do século XX:
http://www.encontro2014.mg.anpuh.org/
resources/anais/
34/1401472041_ARQUIVO_TextoVanessaLanaAnpu
hMG.pdf

Colposcópica Prática/ Cartier & Cartier ; [traducao Ildete


Soares Caldas] — Aracaju- SE; 3ª edição / Editora ROCA

https://colposcopia.org.br/wp-content/uploads/
História da Colposcopia : do Invento de Hinselmann aos ensaios 2018/05/roteiro-para-laudo-colposcopico-do-
Clínicos atuais colo-editado-974592004.pdf
Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/20624 / acessado em
10/3/23

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3279084/

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