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05/06/2023

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Introdução


Unidade de Naviraí
Curso de Engenharia de Alimentos
 Água Recurso Natural Renovável;

 Importância para o desenvolvimento dos ecossistemas e vital para todos os


seres vivos;
Disciplina de Ciência Ambiental e
Tratamento de Resíduos  Principais usos no Brasil: agropecuária, indústria, abastecimento urbano,
preservação de flora e fauna, geração de energia, mineração, aquicultura,
navegação, turismo e lazer
Conteúdo: Águas Residuais  Tem valor econômico;
Profa. Dra. Simone Cândido Ensinas Maekawa
E-mail: simone-ensinas@uems.br

Naviraí-MS

Introdução Introdução
Litros de água gastos nas atividades
 Cenário de demanda da água x poluição hídrica
1 kg de carne bovina 15 mil
 A não ser que existe grande disponibilidade, nenhuma água de boa
qualidade deve ser utilizada para usos que toleram águas de qualidade 1 kg de carne de porco 4,9 mil
inferior;
1 kg de frango 3,5 mil
 Gestão dos Recursos hídricos – Política Nacional de Recursos hídricos lei Um hambúrguer 2,5 mil
n° 9.433 de 2007, tem como objetivo, assegurar, à atual e às futuras
gerações, a necessária disponibilidade de água e padrões de qualidade e 1 kg de arroz 2,4 mil
quantidade adequados aos respectivos usos;
1 kg de açúcar 1,9 mil

1 kg de cevada 1,65 mil

1 kg de trigo 1,3 mil

1 L de leite 1 mil

1 L de vinho 900

1 L de suco de maça 960

Introdução Introdução
Tipos de consumo urbano de água

Uso doméstico Descarga de bacias sanitária


Asseio corporal, cozinha, bebida, lavagem de roupas, rega de jardins
e quintais, limpeza em geral, lavagem de automóveis

Uso comercial Lojas (sanitários), bares e restaurantes (matéria-prima, sanitários e


limpeza), postos e entrepostos (processos, veículos, sanitários e
limpeza)
Uso industrial Água como matéria-prima, água consumida em processo industrial,
água utilizada para resfriamento, água para instalação sanitárias,
refeitórios.
Uso público Limpeza de logradouros públicos, irrigação de jardins públicos, fontes
e bebedouros, limpeza de redes de esgotamento sanitário e de
galerias de águas pluviais, edifícios públicos, escolas e hospitais,
piscinas públicas e recreação.
Usos especiais Combate à incêndios, instalações desportivas, ferrovias e metrôs,
portos e aeroportos, estações rodoviárias.
Perdas e Perdas na adução, no tratamento, na rede de distribuidora,
Desperdícios domiciliares e desperdícios.

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Classificação da Água Qualidade da água


Qualidade física da água
Resolução CONAMA n° 357/2005 –
Classificação básica de acordo com a presença de sais dissolvidos Envolve aspectos de ordem estética e psicológica

Água salina ou salgada a) Temperatura: responsável pela transferência de calor em um meio;


• Água com salinidade igual ou superior a 30 ppm;
• Tipo mais comum no planeta, representa 97,5% do total; b) Sabor e odor: associada a reações químicas ou biológicas, como gases
dissolvidos e atuação de alguns microrganismos;
Água doce
• Água com salinidade igual ou inferior a 0,5 ppm;
c) Cor: produzida pelo reflexo da luz, varia de acordo com a presença de
• Água encontrada em rios, lagos e ribeiras.
substâncias dissolvidas na água;
• Tipo de água utilizada para consumo humano, agricultura,
pecuária e indústria. Representa 2% da água encontrada
no planeta; d) Turbidez: presença de sólidos em suspensão na água que interfere na
passagem de luz através dela;
Água salobra
• Água com salinidade superior a 0,5 ppm e inferior a 30 ppm e) Sólidos: podem se apresentar em suspensão (sedimentáveis e não
• Aparência turva e possui grande quantidade de substâncias sedimentáveis) ou dissolvidos (voláteis e fixos);
dissolvidas;
• Encontrada região de mangue
• Imprópria para consumo

Qualidade da Água Qualidade da Água


Qualidade química da água Qualidade química da água
São características de grande importância por suas consequências sobre o
organismo dos consumidores. h) Fluoretos: apresentam grande afinidade pelos metais bi e trivalentes, como
manganês, ferro e o cálcio.
a) Potencial hidrogeniônico (pH): representa a intensidade das condições ácidas
ou alcalinas do meio líquido, abrangendo faixa de 0 a 14. i) Ferro e manganês: podem causar problemas de ordem estética ou prejudicar
determinados usos industriais da água;
b) Alcalinidade: mede a capacidade da água neutralizar os ácidos;
j) Oxigênio dissolvido: expressa a qualidade de um ambiente aquático;
c) Acidez: mede a capacidade da água resistir às mudanças de pH causadas
l) Matéria orgânica (DBO e DQO): são utilizados para indicar a presença de matéria
pelas bases;
orgânica na água;
d) Dureza: indica a concentração de cátions multivalentes em solução na água.

e) Cloretos: em altas concentração conferem sabor salgado à água ou


propriedades laxativas;

f) Série nitrogenada: participação bactérias no processo

g) Fósforo: importante para o crescimento de plantas aquáticas.

Qualidade da Água Qualidade da Água


Qualidade biológica da água
• Refere-se a parte viva da água;

• São organismos que também constituem impurezas (bactérias, vírus,


protozoários e algas)

• O papel dos microrganismos no ambiente aquático está fundamentalmente


vinculado à transformação da matéria orgânica (biodegradação);

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Águas residuárias Águas residuárias


 Reuso da água é vantajoso;
Definição água residuária: É aquela que ao ser utilizada em qualquer
processo tem a sua qualidade alterada pela presença de substâncias e
 Outorga, cobrança pelo uso e o enquadramento dos corpos de água em
contaminantes, resultantes do processo do qual a água fez parte, em relação
classes = reuso;
àquela com a qual foi captada do manancial.
 Reuso da água diminui a necessidade de retirada de água em igual volume ao
que está reutilizando e diminui a quantidade de esgoto lançado no corpo  Águas residuárias agroindustriais = resultantes do processamento de
receptor; alimentos, fibras, de madeira, da produção de álcool e de açúcar,
processamento de animais em abatedouros, de laticínios, do beneficiamento
 A determinação dos padrões para cada tipo de reuso ou destinação deve estar do café, laranja;
embasada:
 Águas residuárias domésticas = produzidas pelas atividades nas
a)Eficiência e segurança obtidas no tratamento efluentes; residências, restaurantes, supermercados, bares e contêm elevada
b)Conhecimento dos possíveis riscos; concentração de agentes patogênicos que podem provocar inúmeras
c)Conhecimento das características dos efluentes; doenças;
d)Conhecimento das condições ambientais;
e)Conhecimento dos problemas epidemiológicos;
f)Conhecimento das condições tecnológicas

Águas residuárias Classificação das Águas – Resolução CONAMA 357/2005

 As águas residuárias domésticas e agroindustriais apresentam elevadas cargas de


poluição, podendo quando lançadas ao meio ambiente, contaminas o solo, às águas
superficiais e subterrâneas e os seres vivos;
Forma de reúso Riscos à saúde

Agrícola Contaminação de consumidores;


Contaminação do público por aerossóis;
Contaminação direta dos trabalhadores;
Contaminação de consumidores de animais contaminados
Industrial Conexão cruzada entre sistemas de água potável e de reuso;
Pode haver contaminação de produtos comestíveis, quando a água de reuso é
utilizada em processos industriais;
Contaminação direta dos trabalhadores
Recreacional Doenças de veiculação hídrica;
Contaminação direta de trabalhadores
Ingestão de contaminantes químicos ou irritação olhos e mucosas
Recarga de Contaminação direta dos trabalhadores;
aquífero Contaminação dos aquíferos utilizados como fonte de água potável
Reúso urbano Contaminação de trabalhadores;
não potável Contato com água contaminada utilizada para irrigação de jardins;
Conexão cruzada entre sistemas de água de reuso e potável
Reúso potável Contaminação direta de trabalhadores
Ingestão de contaminantes químicos e biológicos

Classificação das Águas – Resolução CONAMA 357/2005 Condições e padrões para lançamento de efluentes

Resolução CONAMA 357/2005


 Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados,
direta ou indiretamente, nos corpos de água, após devido tratamento e desde que
obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta resolução e em
outras normas aplicáveis;

 Art. 26. Os órgãos ambientais federal, estaduais e municipais, no âmbito de sua


competência, deverão, por meio de norma específica ou no licenciamento da
atividade ou empreendimento, estabelecer a carga poluidora máxima para o
lançamento de substâncias passíveis de estarem presentes ou serem formadas nos
processos produtivos;

 Art. 27. É vedado, nos efluentes, o lançamento dos poluentes orgânicos


persistentes;

 Art. 34. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados,
direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam às condições e
padrões previstos, resguardadas outras exigências cabíveis:

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Condições e padrões para lançamento de efluentes Sistema de coleta para condução dos efluentes

Resolução CONAMA 357/2005 -Condições de lançamento de efluentes

I-pH entre 5 e 9;

II- Temperatura: inferior a 40°C, sendo que a Temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3°C na zona de mistura;

III- materiais sedimentáveis: até 1 mL/L. Para lançamento em lagos e lagoas, cuja
velocidade de circulação, seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis
deverão estar virtualmente ausentes;

IV – regime de lançamento em vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do


período de atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela
autoridade competente;

V- Óleos e graxas: óleo mineral até 20 mg/L e óleo vegetal e gorduras animais até
50 mg/L

VI- Ausência de materiais flutuantes;

Sistema de coleta para condução dos efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Efluentes Domésticos  Analisar os seguintes requisitos: nível de tratamento desejado, os objetivos e


• Gerado pela atividade humana; a destinação final dos efluentes;

• Parte levado para a estação de tratamento, onde sofre uma redução no teor  Processo de tratamento é desenvolvido essencialmente por processos
de sólidos suspensos, originando Lodo e água residuária biológicos em conjunto com as operações físicas de concentração e
separação de sólidos;
Efluentes Agroindustriais
• Estes efluentes geralmente são tratados na própria unidade onde são gerados;  Tratamento biológico dividido em dois grandes grupos: aeróbios e anaeróbios

• Seguir quatro caminhos:  Etapas efluentes líquidos: preliminar, primário, secundário e terciário;
a) passar, se necessário, por um pré-tratamento e ser lançado na rede de esgoto;

b) passar, por um tratamento para reuso na agroindústria, para atividades de


consumo dentro do próprio sistema produtivo, e até mesmo, para o consumo
humano;

c) Ser tratado para lançamento no corpo hídrico;

d) Ser tratado para utilização em área agrícola;

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Sistema de Tratamento Poluentes a remover

(Desarenadores, sedimentação, Material sólido em suspensão e decantável


gradeamento, peneira, caixa de
gordura)1
(lagoas de estabilização, lodo Material orgânico biodegradável
ativado, disposição no solo)3,
(filtros anaeróbicos, reatores
anaeróbicos)3
(Lagoas de maturação, Patogênicos
desinfecção com produto
químico, radiação ultravioleta)3
disposição no solo2
(Processo físico-químico, Material orgânico e nitrogênio
nitrificação/denitrificação)4,
disposição no solo3
(Processos físico-químico, Fósforo
remoção biológica)4
1tratamento em nível preliminar, 2tratamento em nível primário, 3tratamento em
nível secundário, 4tratamento em nível terciário;

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Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes


Tratamento Preliminar Gradeamento

• Consiste a etapa inicial do tratamento da água residuária; Objetivos: as grades tem por objetivo a remoção de sólidos grosseiros com grandes
dimensões, como folhas, madeira, osso, cascas;
• Não há remoção DBO, consiste em uma preparação dos esgotos para o
tratamento posterior; Finalidade: Facilitar o tratamento posterior, proteger o efluente do sistema de transporte,
diminuir o tempo gasto na limpeza do sistema de tratamento;
• Objetivo: Remoção de sólidos grosseiros, óleos e graxas, objetivando proteger
dispositivos de transporte das águas e as unidades subsequentes do tratamento e Manejo do sistema: deve ser realizada limpeza contínua da grade, material removido deve
ser encaminhado a outros destinos (incineração, compostagem, aterro sanitário);
minimizar o impacto em corpos receptores;
Gradeamento necessário no tratamento preliminar de processamento de grutas e hortaliças
• Recipientes utilizados: grades, telas, peneiras, caixas de área, caixas de gordura; e em abatedouros;

• Medidores de vazão: instalado na entrada dos sistemas de tratamento para Colocada em um canal, espaçamento das barras em função do diâmetro das partículas a
auxiliar no controle da quantidade de afluente que entra para ser tratado; remover e a remoção do material da grade pode ser manual ou mecanizado.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Peneiramento Desarenadores ou caixas de areia

Finalidade: mesma do gradeamento, acrescentando a remoção parcial de sólidos Remover poluentes por métodos físicos – mecanismos de
sedimentáveis, gorduras e graxas. sedimentação:
Partículas com peso específico muito maior que o da
Possuem abertura de 0,25 a 2,5 mm água irão sedimentar, enquanto o material orgânico de
baixo peso específico e sedimentação lenta ficará em
Podem ser estática ou rotativas; suspensão, indo para a unidade de tratamento
subsequente.

Objetivo: remoção de sólidos grosseiros decantáveis


(areia, cascalho, grãos de café, milho, ração, restos de
frutas e hortaliças, pedaços de osso)

Finalidade: Evitar problemas de abrasão nos


equipamentos, reduzir problemas de obstrução e avarias
na tubulação e minimizar problemas de assoreamento
nos corpos receptores, bem como tanques e tubulações.

Manejo do sistema: deve ser realizada a retirado do


material quando ele ocupar 2/3 do comprimento da caixa
de areia.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Remoção de gordura e de sólidos flutuantes Tratamento Primário

Materiais sólidos flutuantes têm menor densidade que o líquido circulante, ficando Objetivo: Remover material em suspensão não grosseiro e solutos flutuantes
na superfície dos decantadores, onde são coletados e removidos para tratamentos restantes após o tratamento preliminar, por decantação e reduzir a carga de DBO
posterior; conduzida a tratamentos posteriores;

Objetivo: Remoção de material flutuando (óleos, graxas, ceras, gorduras); 1. Decantador primário: equipamento utilizado para remover parte do material
orgânico sedimentável, diminuindo a necessidade de aeração do afluente;
Finalidade: Evitar aderência em peças especiais da rede hidráulica; e minimizar
problemas de odores desagradáveis e a proliferação moscas durante o tratamento; 2. Fossa séptica: equipamento, constituído basicamente por um sistema de
decantação, onde o afluente permanece por um longo tempo, removendo-se os
Extremamente importante para laticínios e matadouros; sólidos sedimentáveis após um período de 3-5 anos;

Manejo do sistema: Limpeza periódica para remover óleos e gorduras; 3. Filtro e reator anaeróbio: utilizado para o tratamento anaeróbio complementar
aos tanques sépticos;

4. Filtros orgânicos: remover o material orgânico em suspensão

Após o tratamento primário, a água pode ser aplicada no solo.

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Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

1. Decantação 1. Decantação
Constitui um sistema de operação unitária para remover material particulado, em
função da diferença de peso específico entre as partículas sólidas e o líquido.

Decantação primária exerce papel importante no processo de tratamento, aliviando


as unidades subsequentes com cargas menores e trazendo economia em relação à
utilização de coagulantes;

Objetivos: remoção de material particulado suspenso nos decantadores primários e


de flocos biológicos mais finos em decantadores secundários;

Tipos de decantadores: retangular de escoamento longitudinal e os de seção


circular;

Eficiência no tratamento: esgoto doméstico remoção de 75% de sólidos


sedimentáveis, 50-70% sólidos em suspensão e 25-40% DBO.

Manejo dos resíduos sólidos: Lodo agroindustrial deve ser retirado periodicamente
e conduzido a digestores, posteriormente, a aterros sanitários ou à disposição no
solo.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

2. Tanque Séptico 2. Tanque Séptico


São unidades de tratamento primário de esgoto doméstico, fazem a separação e a
transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto.

Esgoto “in natura” deve ser lançado no tanque, para que, com menor fluxo da água,
parte sólida se deposite, liberando a parte líquida. Bactérias anaeróbias agem sobre
a parte sólida decompondo-o (remove até 40% da DBO).

Objetivos: Tratamento de efluente em nível preliminar e primário por processo de


sedimentação, flutuação e digestão.

Aplicação: águas residuárias domésticas e também em águas residuárias


biodegradáveis.

Tipos de tanque séptico: Com câmara única, com câmara sobreposta e com
câmara em série.

Destino do efluente: se não tiver condições para lançar-se em corpo receptor, deve
receber tratamento subsequente (filtro anaeróbico); utilizado em fertirrigação

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes


3. Filtro Anaeróbico 3. Filtro Anaeróbico
São tanques em formato cilíndrico ou prismático, em seção quadrada, com fundo
perfurado, preenchidos com material inerte poroso;

Utiliza meios físicos e biológicos para remover poluentes;

Objetivos: Tratamento de efluentes em nível primário, por tanques preenchidos por


material inerte em sistema anaeróbico, complementado o tratamento realizado nos
tanques sépticos;

Aplicação: tratamento águas residuárias domésticas;

Estabilização da DBO e fluxo do líquido: A DBO é estabilizada por bactérias aderidas a


um meio suporte constituído por material inerte dentro do reator; fluxo líquido ocorre no
sentido ascendente no meio filtrante;

Destino do efluente: precisar de maior depuração, lançado em lagoa facultativa ou para


uso agrícola lançado diretamente na lavoura.

Vantagens: Boa adaptação a diferentes tipos de concentração de águas residuárias e


resistência à variação de carga orgânica.

Desvantagens: exigi tratamento em lagoa facultativa.

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Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

3.1. Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente (RAFA) 3.1. Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente (RAFA)

Objetivos e constituição: Tratamento de efluente em nível primário, em que a


biomassa cresce num meio disperso e não aderido a um meio suporte, como nos
filtros anaeróbios;

Formação de gases: reações anaeróbicas formas gases (metano e gás carbônico),


metano pode ser aproveitado como fonte de energia ou queimado, caso não seja
viável;

Concentração de biomassa: É elevada, requerendo menor volume, quando


comparado a outros sistemas de tratamento;

Destino do efluente: Dispensa decantação primária e pode ser utilizado sem


tratamento posterior, para disposição no solo. Para lançamento em corpos
receptores é necessário tratamento secundário (lagoas facultativas);

Vantagens: Baixo requisito de área. Estabilização do lodo no próprio reator, baixa


produção de lodo;

Desvantagens: sensível à variação de carga orgânica e início lento do processo.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes


4. Tratamento por Filtração 4. Tratamento por Filtração
Objetivos: Remoção de parte dos sólidos em suspensão e de bactérias do grupo
coliforme, utilizando processos físicos, químicos e biológicos. Filtros orgânicos
também podem remover parte dos sólidos dissolvidos;

Finalidades: minimizar a formação de lodo em águas ricas em material orgânico e


facilitar as operações em sistemas de tratamento subsequente, visa-se também
evitar problemas de entupimentos em bombas, tubulações e emissores, no caso uso
fertirrigação;

Tipos de filtro
a) Quanto ao elemento filtrante: material inorgânico (quartzo, antracita, escória de
alto forno, vidro moído) ou material orgânico (casca de arroz, cascas de frutos de
café, bagaço de cana)

b) Forma de operar: intermitentes (filtros em operação em batelada) ou contínua


(Filtros em operação por vários dias);

c) Velocidade de filtragem: rápidos ou lentos

d) Direção do fluxo: descendente, ascendente ou lateral.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Tratamento Secundário Lagoas de Estabilização

Objetivo: Remover material orgânico fino em suspensão, não removido no Definição: São tanques construídos em terra, de forma a receber os esgotos
tratamento primário, ou preliminar, decorrente das transformações bioquímicas continuamente, garantindo-lhes elevados tempos de retenção e propiciando
produzidas pelos microrganismos que se alimentam desse material orgânico na mecanismo naturais para degradas a matéria orgânica e para reduzir a
forma de sólidos dissolvidos e eventualmente nutrientes. concentração de microrganismos.

1. Microrganismos aeróbicos Podem ser tipo anaeróbia, facultativa, anaeróbia-facultativa e aerada e de


maturação.
2. Microrganismos anaeróbicos

Mecanismos mais utilizados: filtros biológicos, tratamento anaeróbio, lagoas de


estabilização, lodo ativado, tratamento por disposição no solo.

Eficiência: Remoção de DBO e bactérias coliformes 60 a 99%

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Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Lagoas Anaeróbias Lagoas Anaeróbias

Definição: São escavações mais profundas com altura útil variando na faixa de 3 a
5 metros e que retêm os esgotos durante 4 a 6 dias, obtendo-se a digestão e a
sedimentação do material orgânico.

Objetivos: Tratamento em nível primário de águas residuárias domésticas,


agroindustriais e industriais visando a remover parte dos poluentes.

Princípio do processo: Microrganismos anaeróbicos degradam parcialmente o


material orgânico dissolvido em suspensão.
Bactérias facultativas convertem matéria orgânica a ácidos voláteis (ácido acético) e
depois é definitivamente oxidada a metano e gás carbônico por bactérias
anaeróbias.

Destino do efluente: Disposição no solo

Manejo do sistema: As lagoas devem ser limpas sempre que o lodo atingir
aproximadamente a metade da altura útil.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Lagoas Facultativas Lagoas Facultativas


Definição: São escavações mais rasas, com profundidades típicas na faixa de 1,5 a
2,0 m.

Finalidade: Estabilizar o material orgânico contido nas águas residuárias.

Princípio do processo: material orgânico sedimenta-se constituindo o lodo no


fundo. Lodo é decomposto por bactérias anaeróbias, em gás carbônico, água,
metano, restando no fundo dos lagos apenas a fração não biodegradável.
Material orgânico dissolvido, juntamente com o material orgânico em suspensão é
decomposto por microrganismos facultativos.

Manejo das lagoas: Coloração do líquido na lagoa;

Vantagens: resistência à variação de carga orgânica, eficiência na remoção de DBO


e de agentes patogênicos, baixo custo de operação, de manutenção e implantação.

Desvantagens: necessidade de grandes áreas, desempenho variável com o clima e


possibilidade de desenvolvimento de insetos.

Eficiência: DBO > 80% e 99% de coliformes fecais

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Lagoas Anaeróbias – Lagoas Facultativas Lagoas Aeradas Facultativas

Princípio do processo: A água residuária bruta entra em uma primeira lagoa de Princípio do processo: O turbilhonamento no líquido não propicia mistura de
dimensões menores e mais profundas (3 a 5 m) reduzindo a penetração da luz e a bactérias e sólidos; os sólidos sedimentam e constituem o lodo decomposto
produção de algas fotossintetizantes, privilegiando reações anaeróbias. anaerobiamente, enquanto a DBO fina suspensa é decomposta aerobicamente.

3 a 5 dias a decomposição do material orgânico é parcial com DBO atingindo 50 a


60% reduzindo a carga a tratar na lagoa facultativa que terá dimensões menores em
relação às lagoas para tratamento apenas facultativas;

Vantagens em relação à lagoa facultativa: eficiência superior, menor requisito de


área e mais eficiência na remoção de patógenos e de DBO.

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Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Lagoas Aeradas de Mistura completa-lagoa de decantação Lagoas Aeradas

Princípio do processo: O turbilhonamento é suficiente para manter o material Manejo em lagoas aeradas: O tempo de permanência do líquido proveniente de
orgânica e a biomassa microbiana dispersos no meio líquido, ou em mistura esgoto doméstico é 2 a 4 dias (lagoa aerada) e de 2 dias na de decantação. O lodo
completa, produzindo-se a maior concentração de bactérias e a interação entre elas deve ser retirado após a decomposição.
e o meio orgânico.
Vantagens:
• Construção relativamente simples menor área em relação a todos os sistemas de
lagoas de estabilização;
• Reduzida possibilidade de odores;
• Maior independência das condições climáticas;

Desvantagens:
• Introdução de equipamentos e sofisticação;
• Requisitos de energia elevados;
• Remoção contínua do lodo;
• Maiores complicações em termos de operação e de manutenção em comparação
as lagoas facultativas convencionais.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Sistemas por Lodo Ativado Sistemas por Lodo Ativado

Pode ser enquadrado como tratamento aeróbio, de crescimento em suspensão na


massa líquida e com retenção de biomassa.

Constituição: É constituído por decantador primário, seguido de lagoa aerada e


decantador secundário, fazendo-se o fornecimento de oxigênio por aeradores
mecânicos ou por ar difuso.

Princípio do processo: recirculação dos sólidos por bombeamento, sedimentados


no decantador secundário objetivando aumentar o tempo de contato das bactérias
com o líquido.

Vantagens: Elevada eficiência na remoção de DBO, remoção de N e P, baixo


requisito de área e baixa possibilidade de maus odores, de proliferação de insetos e
de vermes.

Desvantagens: Elevado custo de implantação e operação, elevado consumo de


energia e de índice de mecanização, necessidade de conhecimento técnico para a
operação, sensibilidade a cargas tóxicas e problemas de ruído.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

Tratamento por Disposição no Solo 1. Sistema por Infiltração-Percolação

Alternativa para tratamento de água residuária agroindustrial, geralmente com O objetivo é fazer, do solo, um filtro para as águas residuárias, servindo a água
elevada concentração de nutrientes de interesse agrícola; percolada de recarga do lençol freático, ou sendo por uma rede de drenagem
subsuperficial, ou poços freáticos.
Taxa de aplicação depende da textura do solo e tipo de cultura na área receptora.
Formas de aplicação: Deve ser feita de forma intermitente;
Princípio do processo: Remoção de poluentes é realizada por processos químicos
(precipitação, adsorção, troca iônica, complexação), físicos (filtração, sedimentação, Vantagens: Remoção de DBO estimada em 90 a 99%, N de 60 a 80% e P de 70 a
desidratação) e biológicos (biodegradação, predação). 95%, reduzido custo de implantação, de operação e de manutenção e permanência
do lodo no próprio local de tratamento;
Pode ser realizado por infiltração-percolação, fertirrigação, escoamento superficial e
áreas alagadas. Desvantagens: Risco de contaminação das águas subterrâneas, eficiência no
tratamento depende das características químicas, físicas e mineralógicas do solo,
possibilidade de ocorrência de maus odores e desenvolvimento de insetos e vermes.

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Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

2. Sistema por Escoamento Superficial 3. Sistema por Fertirrigação

O objetivo é fazer, do solo, um filtro para as águas residuárias, servindo a água Fertirrigação prioriza o aproveitamento de nutrientes presentes no efluentes (N, P e
percolada de recarga do lençol freático, ou sendo por uma rede de drenagem K);
subsuperficial, ou poços freáticos.
Formas de aplicação: Pode ser por sulcos, aspersão ou por irrigação localizada;
Formas de aplicação: Efluente é aplicado a taxas superiores à capacidade de
infiltração do solo, em terrenos regulares com baixa declividade, cultivados com Vantagens: Eficiência na remoção de poluentes (DBO, N, P);
vegetação rasteira, por onde se desloca morra abaixo até um sistema de coleta no
final da rampa. Desvantagens: Necessidade de maior área por unidade de água tratada.

Vantagens: remoção de DBO estimada em 90%, N de 70-90% e P de 50-60%,


menor risco de contaminação do lençol freático;

Desvantagens: Dependência da permeabilidade e da declividade do solo.

Sistemas para o tratamento de Efluentes Sistemas para o tratamento de Efluentes

4. Sistema por Áreas Alagadas Tratamento Terciário

Mecanismos envolvidos são filtração, degradação da matéria orgânica pelos  Remoção de organismos patogênicos e também de nutrientes inorgânicos dos
microrganismos do solo, adsorção de nutrientes e outros; esgotos;

Plantas utilizadas: espécies de plantas utilizadas são as halófitas;  Procedimento utilizado quando o efluente tratado tem destinação para
lançamento ou reuso para finalidades humanas;
Requisitos da áreas: Sistemas em tanques de concreto, ou área impermeabilizada
com lona ou outro material.  Visa a remoção de poluentes específicos como metais pesados ou substâncias
tóxicas, compostos não biodegradáveis, agentes patogênicos, N, P, e poluentes
Vantagens: não degradados na fase secundária;
Baixo custo de implantação e manutenção
Eficiência na remoção de DBO e de nutrientes;  São divididos em métodos de tratamento que visam à desinfecção do esgoto e os
métodos de tratamentos que visam à remoção de nutrientes;

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Processos utilizados por desinfecção 2. Ozonização

 Finalidade a remoção dos organismos patogênicos; Ozônio possui alto poder germicida conta uma grande variedade de microrganismos
patogênicos;
 Cloração, Ozonização e radiação ultravioleta;
Devido a sua instabilidade, o ozônio é produzido no próprio local através da
1. Cloração aplicação de uma corrente elétrica em fluxo de ar ou oxigênio que ocasiona:
Finalidade extermínio de organismos patogênicos com a aplicação de cloro
-Oxidação da matéria orgânica;
Cloro aplicado na forma de gás, de soluções de hipoclorito, de dióxido de cloro;
-Alvejamento e melhoria da cor;
Átomos de hidrogênio são substituídos por halogênios (cloro, flúor, bromo e iodo)
formando clorofórmio, dibromo clorometano, bromodiclorometano e bromofórmio; -Redução teores de ferro e manganês;

Vantagens: Baixo custo, flexibilidade nas dosagens, eficiência no processo de -Ação sobre ácido húmicos, formando produtos biodegradáveis;
desinfecção com cloro residual, tecnologia conhecida, oxida compostos orgânicos e
inorgânicos, ação efetiva para grande variedade de organismos patogênicos; -Desintegração de fenóis;

Desvantagens: Geram trihalometanos, aumenta sólidos totais dissolvidos, cloro -Remoção de certas substâncias orgânicas não biodegradáveis;
residual tóxico e instável, patógenos são resistentes e todas formas de cloro são
tóxicas e corrosivas;

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05/06/2023

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3. Radiação ultravioleta 3. Radiação ultravioleta


Vantagens:
A radiação UV é reconhecida como eficiente desinfectante; Método com alto grau de inativação de microrganismos;

Inativa os organismos por absorção de luz, causa reação fotoquímica, alterando Processo físico independe de manuseio, transporte e estocagem;
componentes moleculares essenciais para as funções das células;
Não geram resíduos prejudiciais à saúde animal;
A radiação UV é gerada artificialmente por lâmpadas especiais, são inseridas em um
reator fotoquímico construídas de material refletor, para aumentar a eficiência do De fácil controle pelos operadores e Baixo tempo de contato;
processo, e utilizam energia elétrica.
Requer menos espaço comparado a outros métodos

Desvantagens:
Baixas dosagens podem não ser efetivas;

Necessita de programa preventivo para controle de formação de biofilmes nos tubos;

Turbidez e sólidos suspensos totais podem prejudicar a eficiência na inativação

Impacto da radiação varia para cada espécie e fase do microrganismo.

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Remoção de nutrientes

Remoção do N
Desnitrificação

Remoção do P
Precipitação química com sais de ferro (cloreto férrico ou sulfato de alumínio)

Gerenciamento de Resíduos
Plano de Atendimento a Emergência (PAE) – Revisão

Elabore o PAE

Treine o PAE

Investigue acidentes

Analise criticamente após a ocorrência de acidentes

OBRIGADA!!!

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