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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 2020-2021 1

GUIA DE
ATUAÇÃO
PARA
OBSERVADORES
FUTEBOL
ÉPOCA 2023-2024

1
GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 2

Introdução

Com o início de uma nova época desportiva, como também cultivar o gosto pela função que
verifica-se que é de todo conveniente, efetuar lhe foi confiada.
algumas alterações ao atual guia do observa-
dor; documento este que serve exclusivamente O papel do observador, torna-se num aspeto im-
para apoio à elaboração do relatório técnico do portante do conhecimento e procura de novos
observador que foi nomeado para determinado valores, por isso, a ferramenta (relatório) que
jogo. tem ao seu dispor, contém disposições amplas
para o auxiliar, num trabalho cada vez mais exi-
Importa referir que cada vez mais, a função do gente, pelo que se justifica alguns dos ajustes, a
observador é direcionada para a formação e implementar na época que agora se inicia.
deteção de novos talentos, mas sem esquecer a
avaliação de desempenho do árbitro e árbitros
assistentes do jogo.

O Formador cada vez mais, deve ter um papel


preponderante, no que ao ensinar diz respeito, A Seção de Classificações - CAAFC

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 3

INDICE

I CAPÍTULO – Normas genéricas – atuação 4

II CAPÍTULO – Normas de preenchimento do relatório 6


1 – Identificação 6
2 – Escala de avaliação 6
2.1. Correção de decisões 9
2.2. Conceitos associados 10
3 – Descrição das incidências disciplinares 11
4 – Dificuldade do jogo 12
5 – Comentário geral à atuação do árbitro e recomendações para a sua formação 13
5.1 - A1 - Aplicação e interpretação das leis do jogo, controlo 13
e abordagem do mesmo
5.2 - A2 – Controlo disciplinar, gestão de jogadores e representantes 14
das equipas
5-3 - A3 – Personalidade 14
5.4 - A4 – Condição física e movimentação / colocação 14
5.5 - A5 – Colaboração entre a equipa de arbitragem 14
5.6 - A6 – Enquadramento dos incidentes, como poderiam não ter ocorrido 14
e/ou como foram resolvidos. conselhos e recomendações. Análise crítica
5.7 - B – Fatores importantes do desempenho. 15
5.8 - C – Informação adicional 15

III CAPÍTULO – Normas complementares de atuação 16

IV CAPÍTULO – Situações práticas a considerar no processo de observação 17

V CAPÍTULO – VAR e AVAR 20

VI QUADRO DE APOIO I 21

QUADRO DE APOIO II 22

VII CAPÍTULO – Disposições finais 23

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 4

I CAPÍTULO - NORMAS GENÉRICAS – ATUAÇÃO cos, de justiça e equidade que o processo merece;
5. Após o jogo, e dentro das instalações do clu-
1. A Secção de Classificações do Conselho de be, sempre que possível, é recomendável que
Arbitragem (CA) da Associação de Futebol de reflita durante algum tempo, antes de atribuir a
Coimbra, enquanto tutora de todas as matérias pontuação definitiva, analisando o desempenho
relacionadas com os observadores de árbitros, da mesma, num local adequado e tranquilo;
levará a cabo um conjunto de ações que visam 6. O observador, ainda nas instalações do está-
proporcionar as condições técnicas e pedagó- dio, e sempre antes da eventual reunião peda-
gicas que permitam uma justa avaliação do gógica, tem de enviar SMS para o CA com a nota
desempenho das equipas de arbitragem, que proposta para a avaliação do desempenho do
possam, simultaneamente, ter uma forte com- árbitro e dos árbitros assistentes (Formato “Id-
ponente formativa; JogoA-x,x;R-0-0;Obs”), até 75 (setenta e cinco)
2. O observador de árbitros auxilia o CA, ava- minutos após o final do jogo.
liando as prestações do árbitro em competição.
No seu relatório, deve mencionar entre outras
matérias, os fatores positivos e os fatores a me-
lhorar dos árbitros;
3. O observador deve chegar ao estádio onde o
encontro se vai realizar pelo menos com 30
minutos antes do início do jogo;
4. O observador tem de avaliar o desempenho dos
árbitros seguindo escrupulosamente princípios éti-

PP Pontapé de Penalti FJ Fora de jogo

CV Cartão vermelho GA Golo anulado

CA2 2º Cartão amarelo OUTR Outras situações

Nota: Podem descrever um pouco caso entendam para o seu melhor esclarecimento.

1
Lance suscetível de alterar a nota do relatório (Adiante designado por LSANR)
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7. O relatório deve ser elaborado na plataforma de Observação dos árbitros são os seguintes:
destinada para o efeito pela Associação de a. Obter uniformidade na avaliação
Futebol de Coimbra, no prazo de 36 (trinta e seis) qualitativa dos árbitros;
horas após o final do jogo. b. Atribuir nota avaliativa devidamente
8. O Observador deve seguir as indicações e enquadrada na escala indicada e que
aplicar os critérios de avaliação e classificação reflete o desempenho individual de cada
publicados no presente documento, que são um, suportado com exemplos concretos
condição sine qua non para designações futuras; ocorridos no jogo.
9. Os principais objetivos da observação dos 11. Está vedada a utilização de qualquer meio de
árbitros são os seguintes: comunicação com terceiros para clarificar lances
a. Fornecer ao CA da Associação de controversos.
Futebol de Coimbra um relatório com a 12. Os casos omissos serão resolvidos pela Sec-
apreciação sobre o desempenho das ção de Classificações do Conselho de Arbitragem.
equipas de arbitragem;
b. Assegurar que a aplicação das Leis
de Jogo e os regulamentos das
competições foi efetuada de forma
criteriosa e uniforme;
c. Fornecer uma avaliação
do seu desempenho;
d. Identificar árbitros com talento;
e. Dar indicações sobre a forma
como os árbitros podem melhorar
o seu desempenho.
10. Os principais objetivos do Relatório Técnico

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II CAPÍTULO - NORMAS DE resultado final será o que resultar desse mesmo


PREENCHIMENTO DO RELATÓRIO período.
No caso de recurso aos pontapés da marca de
1_ IDENTIFICAÇÃO penalti, deve ser mencionado em 3-Sub-capítulo
O cabeçalho encontra-se previamente preen- A, qual o resultado final obtido.
chido, com a identificação do árbitro, árbitros As situações de incidentes críticos (positivos e
assistentes, quarto árbitro e observador. menos conseguidos), devem ser colocados de
Os nomes das equipas, número do jogo, local, forma resumida, na primeira folha do relatório e
data e jornada, também se encontra identificado o tempo em que ocorreu. Assim como os cartões
na plataforma. amarelos omitidos ou exibidos indevidamente e
O observador deverá colocar o resultado final do considerar também as expulsões dos elementos
jogo. Quando haja lugar a prolongamento o oficiais nos bancos.

Incidentes/Tempo

2 _ ESCALA DE AVALIAÇÃO

NOTA DESEMPENHO
9,00 A 10,00 Excelente

8,50 A 8,90 Muito Bom

8,30 A 8,40 Bom

8,00 A 8,20 Suficiente

7,50 A 7,90 Insuficiente

7,00 A 7,40 Muito insuficiente

6,00 A 6,90 Fraco

≤5,90 Inaceitável

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2 _ Escala de Avaliação 8, 00 a 8, 20
A escala de avaliação está situada entre 10,00 › Jogo de dificuldade normal e pouco exigente.
(excelente desempenho) e «= 5,90 (Inaceitável) › Desempenho adequado às exigências do jogo.
Deve ter em consideração os seguintes parâme- › Situações técnicas e disciplinares bem resolvi-
tros para a atribuição de nota: das e sem grandes exigências.
› Este intervalo avalia um desempenho satisfa-
9,00 a 10,00 tório com alguma (s) área (s) a melhorar.
› Jogo de grau de dificuldade classificado muito › Deve ser descrito com pormenor qual a (s) área
difícil (s) que leva a atribuição da nota abaixo da de
› Situações do foro disciplinar (expulsões) bem referência.
resolvidas
› Ambiente de jogo muito adverso 7,50 a 7,90
› Situações técnicas (Ex: vários pontapés de › Um jogo onde pelo menos uma das partes foi
penálti, fora de jogo), pelo menos duas destas classificada como difícil ou muito difícil e que
situações de difícil análise tenha sido cometido um único erro considera- do
› Outros aspetos dignos de registo (Ex: condições relevante, pode ser classificado no limite deste
atmosféricas muito adversas, prolongamento) patamar. Caso seja considerado um jogo normal,
tenham sido cometidos, no máximo, 2 erros
8,50 a 8,90 relevantes, deve a nota ser enquadrada no
› Jogo de grau de dificuldade numa das partes intervalo entre 7,50 a 7,70.
classificado como difícil › Um jogo onde o árbitro tenha cometido um
› Situações do foro disciplinar (expulsões) bem erro relevante e um erro com impacto, a nota
resolvidas máxima deve ser de 7,70.
› Ambiente do Jogo
› Situações técnicas (Ex: pontapé de penálti, fora 7,00 a 7,40
de jogo) pelo menos uma destas situações de › Foram cometidos três ou quatro erros relevan-
difícil análise tes, ou um erro de direito.
› Outros aspetos dignos de registo (Ex: condições
atmosféricas adversas, jogos com prolongamento) 6,00 a 6,90
› Foram cometidos cinco ou mais erros relevan-
8,30 a 8,40 tes ou dois erros de direito.
› Jogo de dificuldade normal.
› Nível desempenho esperado e adequado às exi- ≤5,90
gências do jogo, mas com uma área a melhorar a › Arbitragem inaceitável.
evidenciar (8,3), ou caso não se verifique (8,4).
» Reforça-se que a nota de partida deve ser a
mais elevada deste patamar (8,4)

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Notas do capítulo 2:
6. Num jogo com um elevado número de cartões
1. Caso o observador verifique um conjunto de amarelos e/ou cartões vermelhos e/ou ponta-
erros, que não considere relevantes, mas que pé(s) de penálti(s) corretamente assinalados ou
foram evidenciados na atuação do árbitro, ex- situações similares, o Observador pode conside-
cecionalmente, a nota pode baixar ao patamar rar passar o nível de dificuldade para “bastante
inferior. O observador deve fundamentar devi- exigente”.
damente o que o levou a considerar o desempe-
nho com esta nota. 7. Uma nota entre 8.5 – 8.9, é para um desem-
penho muito bom num jogo bastante exigente
2. Uma nota superior a 8,4 é possível mesmo se / muito exigente com várias decisões tomadas
a dificuldade do jogo seja “normal”. Se um jogo corretamente.
“normal” devido ao desempenho do árbitro ou
se uma decisão crucial e importante foi tomada 8. A decisão ou decisões importantes ou a
corretamente deve ser considerado um ponto contribuição do árbitro devem ser claramente
positivo para o árbitro. Nestas circunstâncias, salientadas no item 6 do relatório do Obser-
uma nota de 8,5 seria considerada apropriada. vador, relativa ao árbitro (Comentários gerais,
Ao atribuir uma nota superior a 8,4, o Observa- aconselhamento quanto ao desempenho e per-
dor deve descrever os elementos (com referên- sonalidade).
cia aos minutos) que colocaram o desempenho
acima do intervalo de referência normal.

3. Ao calcular a nota final de todos os elementos


da equipa de arbitragem num jogo normal, deve
partir de uma nota base de 8,4.

4. Ao calcular a nota final de todos os elementos


da equipa de arbitragem num jogo bastante exi-
gente / muito exigente deve partir de uma nota
base de 8.5

5. Se um jogo de “normal” devido ao desem-


penho do árbitro ou se uma decisão crucial e
importante foi tomada corretamente, deve ser
considerado um ponto positivo para o árbitro.
Nestas circunstâncias, uma nota de 8.5 será con-
siderada apropriada.

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2.1. Correção de decisões (não se aplica a inter- sua decisão imediatamente, não é necessária
venção VAR): qualquer dedução. Se o erro for imediatamente
corrigido por um dos restantes elementos da
a. Um árbitro altera imediatamente de decisão, equipa de arbitragem, deve ser deduzido pelo
e passa um pontapé de penálti, para um ponta- menos o valor de 0,1 da nota final do árbitro. Se o
pé-livre fora da área de penálti; após a correta erro não for corrigido, o mesmo é considerado
intervenção de um dos restantes elementos da um erro relevante de arbitragem.
equipa de arbitragem. Estas circunstâncias não
devem ter qualquer impacto na nota final do e. Se um jogador for advertido incorretamente
árbitro. devido a erro de identidade (e corrigido), deve
ser deduzido o valor de 0,1 da nota
b. Um arbitro altera imediatamente de decisão, final.Contudo se tal ocorrer imediatamente, não
passa um pontapé de penálti, para um pontapé- haverá lugar a qualquer dedução.
-livre indireto, na sequência de uma simulação e
após a correta intervenção de um dos restantes f. Deve ser deduzido o valor de 0,2 (erro
elementos da equipa de arbitragem. Estas cir- relevante) à nota de um árbitro, se uma decisão
cunstâncias não devem ter qualquer impacto na incorreta resultar indiretamente na ocorrência
nota final do árbitro. dos seguintes incidentes:
a. Pontapé-livre assinalado
c. Um árbitro altera imediatamente de decisão, incorretamente que resulta na marcação
passa de decisão por simulação para um pontapé de um golo;
de penálti após a correta intervenção de um dos b. Falta clara não identificada que leva
restantes elementos da equipa de arbitragem. à marcação de um golo;
Estas circunstâncias não devem ter qualquer c. Situação clara de pontapé de canto
impacto na nota final do árbitro. assinalado incorretamente que leva à
marcação de um golo;
d. Um árbitro exibe um segundo cartão amarelo,
mas apercebe-se imediatamente que o jogador g. Nas situações mencionadas anteriormente, à
não foi advertido anteriormente. Se alterar a nota a atribuir ao elemento da equipa de ar-
bitragem que levou à correção do erro, poderá
ser valorizado de 0,2 ou 0,1 se a iniciativa da
correção, não partir de quem a cometeu.

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2.2. Conceitos associados:

Crucial
O conceito de crucial está associado a um golo,
ciente da sua responsabilidade, para alcançar
quer esse seja bem avaliado na tomada de deci-
um bom desempenho na condução do jogo.
são, ou corretamente anulado por infração.
A Gestão de conflitos é uma tarefa fundamental de
No entanto não se aplica a estes casos, lances de
liderança. Por vezes os conflitos são inevitáveis.
pontapé de penálti que ficariam a depender da
Neste contexto, haverá que considerar na ava-
concretização ou não de um golo (trata-se sim,
liação de uma situação de conflito, como um
de um erro relevante).
momento de gestão de jogo, pelo que se deve
ter em conta:
Relevante
› Imagem que deixou para o exterior
O conceito de relevante está associado a situa-
› A sua intervenção e aceitação dos intervenientes
ções de dificuldade acrescida para o jogo, com
› O tempo que mediou o início do conflito e o
intervenção ou impacto positivo ou negativo,
seu términus (apesar da colaboração de outros
tais como:
elementos da equipa de arbitragem)
Expulsões, fora de jogo, pontapés de penálti,
Assim, a avaliação quando as situações se mos-
infrações não sancionadas e que imediatamente
trem negativas, não deve ser superior a 8,0 ou 8,1.
resultam em golo.

Esta situação deve ser fundamentada no descri-


Impacto
tivo do relatório do observador.
O conceito de impacto está associado à influên-
cia que resulta do lance e à imagem que deixa da
Se o árbitro agir em conformidade, não obriga
ação ou omissão.
algum valor, mas deve em parte valorizar (valo-
rizar +0,1 ou 0,2).
Imediatamente
Imediatamente significa – Uma decisão instantâ-
nea sem reação visível ou intervenção/protesto Outros Conceitos
do jogador
• Sempre que o árbitro não exiba ou exiba
Nota:
erradamente o cartão amarelo a um
1 - Se tiver um impacto reduzido (sem erros jogador, deverá ser deduzido 0,1 à nota a
graves) não é tratado como erro relevante, mas atribuir, até ao limite mínimo de 8,0;
o observador não deixa de deduzir o valor de • Sempre que o árbitro não cumpra com as
0,2 ou 0,3 à nota que estava prevista “Normas Regulamentares”, deverá ser
atribuir. deduzido 0,1 à nota a atribuir, até ao limite
mínimo de 8,0;
2 - Quando o árbitro não exibe um cartão
• O observador deve referir no seu relatório
amarelo a um jogador quando este era devido
se o árbitro se fez acompanhar do Spray
e mais tarde o jogador acaba por lhe ser
(obrigatório nos jogos definidos no
exibido um cartão amarelo, não tratar como
respetivo Protocolo). Caso existam
um erro relevante; mas esta situação deve-se situações em que a utilização do Spray se
enquadrar como de impacto reduzido, com a tornaria especialmente vantajoso e ele não
retirada de 0,1. foi utilizado, deverá ser avaliado o seu
eventual impacto na gestão das barreiras;
• Todas as situações relevantes que sejam
incorretamente tratadas pela equipa de
Gestão de jogo arbitragem devem ser incluídas no(s)
O conceito de gestão de jogo no futebol, tem respetivo(s) capítulo(s) do Relatório;
a ver com a estratégia do árbitro, o qual está 10
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3 _ DESCRIÇÃO DAS INCIDÊNCIAS DISCIPLINARES


As descrições disciplinares do jogo aplicadas
pelo árbitro devem ser registadas, no quadro da
folha de rosto do relatório e tomando o seguinte
exemplo:

MIN EQUIPA Nº CARTÃO CLASSIFICAÇÃO MOTIVO


25 A 15 CA RASTEIRA NEGLIGENTE SOBRE ADVERSÁRIO

83 B 27 CV ANULOU UMA CLARA OPORTUNIDADE DE


GOLO

Deve ser ainda considerado:


› Quando não concordar com o cartão exibido
› Este quadro serve para registar somente os deve efetuar aqui o registo e depois mencionar
cartões exibidos pelo árbitro. A omissão de nos comentários a sua opinião, mencionando no
cartão deve ser mencionada nos comentários à campo da classificação do motivo que o cartão
atuação do elemento da equipa de arbitragem foi exibido indevidamente.
e no quadro das incidências.
› Registo de advertências ou expulsões para
› A ordem é cronológica do 1’ ao 90’ minuto. Um elementos do banco, no local do número, deve
cartão exibido no tempo de compensação deve colocar um T (no caso de treinador), um D (no
ser registado por exemplo 45+2 ou 90+3. caso de um delegado) e O (para os restantes
elementos).
› Quando há lugar a prolongamento deve indicar
o tempo como o exemplo: 7 P ou 20 P. › Deverá igualmente registar as situações de
exibição do Cartão Branco (CB).
› Deve classificar sempre o motivo que identifi-
cou e que mereceu a exibição do cartão.

Erro de direito – punição em resultado da observação

Um erro de direito não deixa de ser um desconhecimento


“…apesar do erro cometido (descrever), a sua decisão apenas
das regras ou na aplicação das mesmas de maneira
denotou falta de atenção (se for o caso), mas não influenciou
errônea.
o resultado final.
No que respeita a uma avaliação do observador e a
transportar para o seu arelatório, haverá que levar em
consideração o seguinte:
a. O árbitro desconhece e/ou não sabe aplicar a Lei (mostra-
se convicto na sua decisão). O observador deve avaliar o
erro de direito, dentro dos parâmetros da tabela inserida no
presente guia.
b.O árbitro não estava atento, não se apercebeu e não
houve impacto na decisão tomada (não há influência no que
respeita ao resultado final), é possível o observador retirar
0,2 ou 0,3, referindo sempre: 11
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4 _ DIFICULDADE DO JOGO decorrer do jogo (denominados também lances


críticos);
Breve descrição do Jogo
Deve indicar neste espaço os motivos que consi- b. A dificuldade de cada período de jogo (1ª e
derou para classificar o grau de dificuldade para a 2ªP). No caso de prolongamento o grau a consi-
totalidade do jogo ou para cada uma das partes. derar para efeitos de preenchimento do rosto no
Deve também mencionar quando existe diferen- relatório será a quadrícula da 2ªP.
ça na atribuição do Grau de Dificuldade para os
restantes elementos da equipa de arbitragem. c. No seu relatório, o observador deve registar
também a razão pela qual o jogo foi ou se tor-
Alguns aspetos a mencionar que podem carac- nou «normal» ou «difícil». Um jogo não se torna
terizar o jogo: necessariamente difícil de arbitrar por ser um
› Velocidade em que decorreu o jogo; derby, por terem existido incidentes anteriores
› Ambiente do jogo; entre os dois clubes ou apenas por existir in-
› Incerteza do resultado; certeza no resultado. O fator decisivo é a forma
› Lances críticos do jogo (mencionar minuto e como as equipas jogaram durante o encontro.
remeter para o capítulo correspondente);
› A ação/reação do árbitro, árbitro assistente ou d. O Grau de Dificuldade de qualquer jogo não
quarto árbitro perante as situações de maior deve ser valorizado com uma qualificação mais
exigência. elevada (de “Normal” para “Difícil”, ou de “Difí-
» Condições do terreno de jogo (exemplo: mau cil” para “Muito difícil”), se o mesmo se tornar
estado do relvado). difícil ou muito difícil devido a decisões ou con-
» Condições climatéricas (exemplo: muita chuva, muito dutas menos corretas dos elementos da equipa
vento). de arbitragem.
Considerar ainda:

e. Não será correto descrever que tudo decorreu dentro da


a. Os aspetos relevantes e cruciais associados ao
normalidade, quando existiram lances importantes a serem
mencionados. As incidências importantes do jogo devem
ser equacionadas na avaliação, quanto à dificuldade do
mesmo.

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 13

5 _ COMENTÁRIO GERAL À ATUAÇÃO DO ÁRBITRO lance) qualquer pontapé de penalti bem ou não
E RECOMENDAÇÕES PARA A SUA FORMAÇÃO assinalado e respetiva implicação disciplinar (caso
não aconteça deverá ser justificado porquê).
A1 - APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS LEIS DO
JOGO, CONTROLO E ABORDAGEM AO MESMO O observador deve no seu relatório (Itens/Co-
Deve ser registada a ação geral desenvolvida mentários), obrigatoriamente identificar antes
pelo árbitro em consonância com os parâmetros de qualquer descritivo, as diversas partes da sua
do título deste capítulo, particularmente se este apreciação ao trabalho do árbitro. Assim, devem
identificou bem as características do jogo, quer ser seguidas as seguintes regras:
técnica quer de controlo e gestão do jogo,
adaptando-se bem às suas variantes, níveis de Itens
atenção e concentração. A1 - Aplicação e interpretação das leis do jogo,
As referências positivas ou negativas com controlo e abordagem ao mesmo
impacto no desenrolar do jogo, devem ser des- …..
critas em “Comentários/Itens”, nomeadamente A2 - Controlo disciplinar, gestão de jogadores e
pontapés de penálti bem ou mal assinaladas ou representantes das equipas
por assinalar e golos validados ou invalidados …..
que geraram alguma polémica. A3 - Personalidade
Não devem relatar as «pequenas falhas» muitas …..
delas na zona central do terreno de jogo e sem A4 - Condição física e movimentação/colocação
qualquer impacto para o desenvolvimento do …..
próprio jogo, a menos que essa situação venha A5 - Colaboração entre a equipa de arbitragem
depois a ter consequências no lance seguinte. …..
A6 – Enquadramento dos incidentes, como
Alguns aspetos a referir que podem ser salienta- poderiam não ter ocorrido e/ou como foram
dos nos comentários: resolvidos. Conselhos e recomendações. Análise
› Quando resulta vantagem; crítica. (Este item contém uma parte
› Controlo do comportamento dos Guarda Redes; importante do relatório do observador.
› Distinção de mão na bola e bola na mão; Necessáriamente os aspectos formativos
› Ataque prometedor/clara oportunidade de golo; devem aqui estar evidenciados).
› Reação e adaptação à mudança do jogo;
› Permitir a fluidez do jogo e sem se preocupar Forma de descrição em cada item
com aspetos menos significativos. Em primeiro lugar uma sucinta abordagem
seguindo o título do ITEM e só depois uma
Deve ser descrito sucintamente (tempo de jogo, evidência do(s) lance(s) que entende salientar,
jogadores envolvidos, caracterização e local do neste caso iniciar o descrito do lance tal como o
exemplo que se segue:

MIN-56’-………..

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 14

A2 - CONTROLO DISCIPLINAR, GESTÃO DE O simples facto de o árbitro por vezes ter um


JOGADORES E REPRESENTANTES DAS EQUIPAS contacto involuntário com a bola, não é relevan-
Deve ser indicado a forma como o árbitro aplicou te para o seu desempenho, a menos que essa
os poderes disciplinares. situação possa ter um desenvolvimento com
As referências positivas e negativas são obri- consequências para o próprio jogo.
gatoriamente descritas em reforço à apreciação Deve ainda em comentários e de forma resumida,
do observador e que serve para a componente emitir uma opinião acerca do trabalho do árbitro,
formativa que é desejável. desenvolvido ao longo do jogo.
Alguns aspetos a referir que podem ser salien-
tados:
› Exibição de cartões consistente e previsível; A5 - COLABORAÇÃO ENTRE
critério definido desde o início; A EQUIPA DE ARBITRAGEM
› Intolerância com jogadores, jogadores suplen- Aqui deve ser registada a colaboração entre os
tes ou substituídos e elementos oficiais que elementos da equipa de arbitragem, correspon-
“ataquem” elementos da equipa de arbitragem; dendo atempadamente aos sinais dos árbitros
› Cartão vermelho para entradas que ponham em assistentes atendendo-os ou não, mas identifi-
perigo a integridade física de um adversário/ cando-os; os aspetos positivos e os menos conse-
combate ao jogo violento; guidos, com a sua devida clarificação.
› Discussões limitadas e contenção de gestos para No caso de estar presente o quarto árbitro e
jogadores (após decisão). porque não há lugar a relatório, se ocorrer uma
situação com impacto positivo ou negativo, com
intervenção daquele, esta deve ser comunicada à
A3 - PERSONALIDADE Secção de Classificações, via e-mail no mesmo
Deve ser registado as características do árbitro no prazo de envio de relatório, com a descrição do
âmbito da sua personalidade, imagem, firmeza, acontecimento.
confiança, segurança, calma, discrição, relaciona-
mento com os intervenientes (sua aceitação), se
insensível a influências (ambiente) externas, etc. A6 - ENQUADRAMENTO DOS INCIDENTES,
COMO PODERIAM NÃO TER OCORRIDO
E/OU COMO FORAM RESOLVIDOS. CONSELHOS
A4 - CONDIÇÃO FÍSICA E RECOMENDAÇÕES. ANÁLISE CRÍTICA.
E MOVIMENTAÇÃO/COLOCAÇÃO Este ponto destina-se a enquadrar os incidentes
Aqui devem ser registadas as capacidades físicas registados no campo especifico deste relatório,
do árbitro, a forma como se movimenta no terre- explicitando, com espirito formativo, a forma como
no, procurando e acompanhando os lances com poderiam ser evitados, ou seja, o que deveria o árbi-
uma visão lateral sem interferir com os mesmos, tro ter feito para mitigar a sua ocorrência (de modo
o enquadramento com os árbitros-assistentes, a a que não cometa o mesmo erro no futuro) e quando
sua colocação em situações de bola parada, estilo corretamente decididos, também devem constar do
de corrida, etc. relatório como elemento positivo da atuação.

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 15

Como conclusão, deve mencionar as dificuldades B – FATORES IMPORTANTES DO DESEMPENHO


sentidas na direção do jogo e a forma como as Colocar em cada um dos fatores dois ou três as-
ultrapassou ou não (neste caso indicar como de- petos mais relevantes e que levaram à atribuição
veria ter agido), salientando decisões relevantes da nota (Fatores positivos e a melhorar).
e cruciais tomadas com influência no resultado Identificar cada um dos pontos de uma forma
do jogo se existirem, a atenção e concentração resumida, tais como:
demonstradas bem como a sua envolvência no › Condição física;
jogo identificando positivamente ou não as suas › Combate ao jogo violento;
características. › Punição de simulações;
Em termos gerais e objetivos, numa ótica forma- › Colaboração da equipa de arbitragem;
tiva e construtiva, e complementando o descrito › Personalidade;
nos pontos anteriores, descrever, de forma sucin- › Reação à mudança de jogo.
ta, os fatores que deverá trabalhar o árbitro para › Etc...
ter um desempenho (ainda) mais conseguido. Nota: Quando não existirem fatores a melhorar,
Análise crítica - Por vezes ocorrem situações de deve mencionar: Não foram visíveis e ou detetados
fatores a carecer de melhoria.
resultados desnivelados, equipas que se apre-
sentam em inferioridade numérica, local para
C - INFORMAÇÃO ADICIONAL
avaliar o árbitro, qualidade do terreno de jogo
Registar neste capítulo o seguinte:
etc… O observador pode e deve emitir a sua opi-
› Menção a qualquer tipo de cerimónia;
nião técnica e que a avaliação do árbitro, não foi
› Incidentes;
prejudicada por esse(s) fator(es).
› Atraso no início ou reinício do jogo;
› Deve indicar o local da reunião pedagógica,
Nota condicionada: Quando a nota atribuída se
duração (máximo 15 minutos) e quais os temas
deve sobretudo a uma decisão errada, conside-
tratados;
rada relevante ou crucial, deve aqui indicar, via
› Todas as situações de exibição do Cartão Bran-
SMS, a nota atribuída e no minuto que considera
co (CB);
erro, colocar da seguinte forma - 8m PP (Errado)
› Qualquer situação que não se justifique referen-
e também a nota a atribuir caso o erro relevante
ciar nos restantes capítulos;
não tivesse ocorrido.
› Se o jogo não teve público e qualquer outro
› Nota atribuída de 7,8 ou menos - a nota deve ir
condicionalismo; (nomeadamente incidentes
de 8,0 a 8,3;
com o referido publico).
› Nota atribuída de 7,9 - a nota deve ir até 8,4, po-
› Caso não seja realizado o relatório dos árbitros
dendo justificadamente atingir o patamar de 8,5.
assistentes deverão aqui ser referidos os aspetos
relevantes da atuação dos mesmos. Exemplo: Muito
atento às situações de fora de jogo, nomea-
damente 23 e 45 minutos.

15
GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 16

III CAPÍTULO - NORMAS


COMPLEMENTARES DE
ATUAÇÃO

1. Os observadores devem realizar os testes


escritos e práticos, quando convocados para o
efeito;

2. Periodicamente, será efetuada uma avaliação


de qualidade do relatório;

3. Em situações em que se verifique


comportamentos menos dignos e que
compaginem uma eventual medida disciplinar,
o observador ficará excluído da lista da época
ou caso seja incluído, ficará suspenso até
decisão do Conselho de Disciplina, ou quando
a imagem do próprio possa ser colocada em
causa, por atos resultado desses
comportamentos;

4. Os casos omissos serão resolvidos pela


Secção de Classificações.

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 17

1.4. Ainda a salientar em termos de colaboração


do árbitro assistente com o árbitro:
a. Se uma falta é cometida por um defen-
IV CAPITULO – SITUAÇÕES PRATICAS
sor dentro da área de penálti, fora do campo de
A CONSIDERAR NO PROCESSO DE OBSERVAÇÃO
visão do árbitro, especialmente na zona próxima
do árbitro assistente, este deve, em primeiro
lugar estabelecer contacto visual com o árbitro
1. SITUAÇÕES DE PONTAPÉ DE PENALTI
para ver onde é que ele está colocado e se tomou
COM A PARTILHA DO ÁRBITRO ASSISTENTE
alguma decisão. Se o árbitro não tomou nenhuma
É cada vez mais comum a partilha de responsa-
decisão, o árbitro assistente deve então levantar
bilidades no seio da equipa de arbitragem. Nas
a sua bandeira e fazer o sinal “beep”, deslocando-
situações onde fica patente que o árbitro assis-
-se depois ao longo da linha lateral em direção à
tente poderia colaborar, havemos de considerar:
bandeira de canto. Caso não tenha tido qualquer
intervenção e o árbitro decida corretamente, não
1.1. Se no lance ocorre uma infração com as mãos,
tem impacto na nota a atribuir, caso contrário,
zona do Árbitro Assistente (definido aqui como
tratar como erro relevante;

b. Se uma falta é cometida por um defensor


interior da área de penálti e do poste do lado do
fora da área de penálti (perto da linha limite da
Árbitro Assistente até ao limite da referida área),
área), o árbitro assistente deve estabelecer
considerar um erro com impacto, cuja avaliação
contacto visual com o árbitro para ver onde é que
não pode ser superior a 8,0.
ele está colocado e que decisão tomou, e levantar
a bandeira, se necessário. Em situações de contra-
1.2. Trata-se de situações excecionais, quando o
ataque, o árbitro assistente deve ser capaz de
árbitro não tinha qualquer hipótese de ter visto a
indicar se foi ou não cometida uma falta e se a falta
infração (de forma alguma).
foi cometida dentro ou fora da área de penálti. Ele
deve também precisar qual a sanção disciplinar a
1.3. Nesta linha de raciocínio, e num âmbito mais
tomar. O árbitro assistente deve mo- ver-se
alargado a outras situações de erros relevantes,
claramente ao longo da linha lateral em direção à
adota-se a medida indicada no ponto 1.1 (atribuir
linha de meio-campo para indicar se a infração foi
8,0), quando o árbitro não tinha qualquer hipó-
cometida fora da área de penálti. No caso de erro
tese de ter visto a infração (de forma alguma);
do árbitro assistente, não agir desta forma,
Agressão de um jogador a adversário ou colega
considerar erro relevante;
ou outro em local distinto daquele onde o jogo
c. Se for claro que a bola atravessou
se está a desenrolar; Atitudes e gestos provoca-
total- mente a linha de baliza, o árbitro assistente
tórios e/ou inflamatórios públicos e notórios de
deve estabelecer um contacto visual com o
elementos do banco técnico (dirigente, treinador,
árbitro, sem fazer qualquer sinal adicional.
massagista, suplente, etc.), quando o jogo está a
Nas situações em que seja marcado golo, mas não
decorrer e o árbitro, naturalmente, está a acom-
seja claro se a bola atravessou a linha, o árbitro
panhar o seu desenrolar.
assistente deve primeiro levantar a bandeira para
atrair a atenção do árbitro e depois confirmar o
golo.

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 18

2. SITUAÇÕES DE FORA DE JOGO


Caso se confirme a intervenção do árbitro assis-
tente, a situação deve ser evidenciada no rela-
2.1. Fora de jogo não assinalado que não dá golo
tório, como boa decisão e no caso de erro, como
em clara oportunidade de golo, ou porque o joga-
relevante e atribuída nota condicionada.
dor falhou a bola ou rematou ao lado - situação
com algum impacto no jogo. A nota a atribuir
1.5. Na mesma medida, mas com intervenção do
deve situar-se entre 8,0 a 8,1;
Árbitro Assistente (visível), cumprir com o que as
Exemplo: Remata ao lado da baliza
normas já determinam. Se em fase de pronuncia
ou falhou o remate.
se verificar que o Árbitro Assistente colaborou e o
Árbitro não aceitou, cumpre-se com o previsto na
2.2. Fora de jogo não assinalado em clara oportu-
guia de atuação do observador.
nidade de golo que o árbitro apita antes da bola
entrar e com o jogador isolado, ou que o resultado
dá golo. Tratar como erro relevante (7,8 ou 7,9);
Exemplo: Isolado para a baliza ou quando
o jogador remata e a bola acaba por
entrar na baliza

2.3. Fora de jogo interrompido erradamente que


deriva de um ataque prometedor. Nota para o
árbitro assistente entre 8,2 a 8,3;
Exemplo: Não há conclusão do ataque
e este foi erradamente interrompido.

2.4. Tratar o erro do assistente ao não assinalar o


fora-de-jogo como erro com algum impacto (8,1 a
8,2).

2.5. Ocorre uma situação de fora de jogo e se o


árbitro assinalar o pontapé de penalti ou cartão
vermelho (2ª situação, tratar como correta para o
árbitro a sua decisão. Contudo, se o árbitro cor-
rigir a situação, após consulta a colega de equipa
ou VAR, deverá considerar a 1ª situação. Imputar
o erro ao árbitro assistente (ver 2.4).

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 19

2.6. Na mesma situação referida no ponto ante- 3.2. O árbitro assinala Pontapé livre, zona fron-
rior, mas se o árbitro indevidamente depois do tal, deixa os suplentes junto ao poste e um deles
fora de jogo, assinalar pontapé de penalti ou car- entra em campo, mas sem contacto com a bola
tão vermelho e depois reverter e bem a situação - Situação com algum impacto - por omissão do
(assinala fora de jogo), o observador não deverá árbitro. Nota a atribuir: 8,0 a 8,1;
deixar de considerar erro com algum impacto.
3.3. Lançamento lateral - Dois jogadores em
1 - O intervalo da nota terá a ver com jogo nor- simultâneo a lançar. O árbitro interrompe e re-
mal ou com uma das partes difíceis, tal como está começa com a repetição do Lançamento Lateral
previsto neste documento de apoio à atuação do para a mesma equipa, aplicar: 8,0 a 8,1. A mesma
observador. nota para o Árbitro Assistente se não deu a indi-
cação atempada.
Parte-se mais para uma desatenção do que des-
conhecimento da Lei.
3. DESATENÇÕES QUE RESULTAM EM ERROS
NOTAS:
3.1. O árbitro revoga a decisão de um golo. A 1 - Neste caso a situação não está associada a um
equipa ainda está a festejar o golo e de imediato golo. Caso contrário classificar como um erro de
a outra equipa aproveita-se e parte para o ata- direito. Exige-se grande rigor e concentração
que: Se resultar em golo deve atribuir no final 7,8 neste tipo de recomeço de jogo.
ou 7,9. Se não resultar em golo, considerar 8,1 ou
8,2. Impacto ou algum impacto. 2 - Quando qualquer elemento da equipa de ar-
Este exemplo pode-se aplicar a outras situações, bitragem não preste a devida colaboração, deve
tal como a marcação de um pontapé-livre sem também ter consequências e tratar a situação
autorização do árbitro, numa zona frontal e que como erro relevante. Essa avaliação é efetuada
resulta golo, com o árbitro a validar o mesmo. pelo observador, pelo que é obrigatório no seu
relatório, descrever o porquê de estender a res-
ponsabilidade aos restantes elementos da equipa
de arbitragem.

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 20

CAPÍTULO V - VAR E AVAR


1 - O Árbitro
NOTA
1 O árbitro assinala devidamente PP e vai consultar VAR, mantém a sua decisão inicial Expetável

2 O árbitro assinala devidamente PP e vai consultar VAR, altera a sua decisão inicial 7,7

3 O árbitro assinala erradamente um PP o VAR corrige e bem 8,0

4 O árbitro não assinala falta e depois dá PP, o VAR corrige e bem 8,0

5 O árbitro assinala erradamente um PP e o VAR não corrige 7,8 ou 7,9

6 O árbitro não expulsa e bem um jogador e vai consultar o VAR, mantém a sua decisão Expetável

7 O árbitro expulsa devidamente um jogador e vai consultar o VAR, altera a sua decisão 7,7

8 O árbitro expulsa indevidamente um jogador o VAR corrige e bem 8,0

9 O árbitro expulsa erradamente e consulta o VAR e mantém a decisão 7,7

10 O árbitro valida erradamente golo procedido de falta e o VAR corrige e bem 8,0

11 O árbitro invalida erradamente golo sem motivo e depois o VAR corrige e bem 8,0

12 O árbitro valida ou inválida bem o golo, consulta o VAR e mantém posição inicial Expetável

13 Correção de identidade dos jogadores pelo VAR 8,1

14 Golo - possível falta início da jogada- Corrigido VAR 8,1

15 O árbitro não expulsa jogador. Consulta o VAR e mantém erradamente a decisão 7,7

2 - O Árbitro Assistente
NOTA
1 O AA indica devidamente fora de jogo e depois da consulta ao VAR mantém-se decisão inicial Expetável

2 O AA indica indevidamente fora de jogo (golo) e depois da consulta ao VAR altera decisão inicial-difícil 8,1

3 O AA indica indevidamente fora de jogo (golo) e depois da consulta ao VAR altera decisão inicial 8,0

5 O AA não colabora na sua zona de ação/falta ou infração e depois há uma situação na área (bem ou mal) 8,0

6 O AA sem justificação indica uma infração na área que invalida um golo o VAR corrige 7,8 ou 7,9

7 Falta no início da jogada ou fora de jogo e na sequência dá golo - corrigido pelo VAR 8,1

8 O AA não indica FJ e ocorre PP. Após consulta VAR corrige. 8,1

Nota de partida após consulta ao VAR = 8,0 ou 8,1 (ver 13 A ou 2 AA)

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 21

CAPÍTULO VII

Quadro de Apoio I

Fator Onde deve justificar

Conjunto de características que distinguem um indivíduo


1 - Personalidade
de outros indivíduos (ver A3)

Avalia a existência de uma linha condutora de atuação


constante e equidistante ao longo do tempo e para
2 - Critério
ambas as equipas (decisão idêntica no mesmo tipo de
lance)
3 - Imagem Avalia a imagem transparecida pelo árbitro
Avalia a capacidade de adaptação ocorrida na sua
4 - Adaptação às exigências do jogo atuação de acordo com as diferentes cambiantes do jogo
ao longo do tempo – Flexibilidade
5 - Colaboração entre a equipa de Avaliação da interação entre a equipa – Espirito de
arbitragem equipa
6 - Condição física e movimentação Avalia a competência física do árbitro
7 - Procedimentos de substituições / Avalia o cumprimento dos preceitos regulamentares nas
tempo adicional/Lesões situações descritas
8 - Sinalética Avalia a sinalética de acordo com as regras definidas
Avalia a capacidade de liderança na gestão da relação
9 - Relacionamento com os diversos
com os jogadores, treinadores, médicos, massagistas,
intervenientes do jogo
etc
Avalia a forma como serão geridos os conflitos e
10 - Gestão de conflitos potenciais conflitos. Deve ser valorizada a proatividade
que minimizou a possibilidade de ocorrerem conflitos.
Avalia, na globalidade, as tomadas de decisão de âmbito
11 - Decisões técnicas aplicadas
técnico
12 - Decisões disciplinares aplicadas Avalia, na globalidade, as decisões disciplinares
Avalia, na globalidade, a ausência da tomada de decisão
13 - Decisões técnicas omitidas
de âmbito técnico quando tal era oportuno.
Avalia, na globalidade, a ausência de decisões
14 - Decisões disciplinares omitidas
disciplinares que se justificavam
15 - Qualificação final do
Em termos gerais, como mensurou o desempenho
desempenho

1. GRAU DE DIFICULDADE DO JOGO

Para cálculo do grau de dificuldade do jogo, deverá ser utilizada como instrumento de auxílio a seguinte
escala:
• Até 32 pontos = Normal
• De 33 a 42 pontos = Difícil
• De 43 a 52 pontos = Muito Difícil

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 22

Quadro de Apoio II

FACTORES NORMAL (x2) DIFÍCIL (x3) MUITO DIFÍCIL (x4)


Condições Temperatura Vento forte. Muito frio.
Vento. Frio. Chuviscos
climatéricas normal. Nublado Chuva intensa
Condições do Seco, algumas Molhado. Alagado. Irregular.
relvado irregularidades Escorregadio. Pesado.
Lenta ou Rápido. Intermitente. Veloz; Alterações no
Velocidade do jogo
Intermitente Traiçoeiro. ritmo; Todo o terreno
Nivelado ou alternado Nivelado e/ou
Resultado Desnivelado. e incerto até aos alternado e incerto até
últimos 15 minutos ao fim
3 a 4 carrinhos alguns 5 ou mais carrinhos
Contactos físicos. Até 2 carrinhos;
agressivos; 2 ou mais alguns agressivos;
Entradas violentas. 1 Lesão de
lesões com contacto Lesões graves e
Carrinhos. Lesões. circunstância.
físico excessivo. substituição
3 ou mais situações
Pontapés de Penalti 1 Situação possível 2 Situações possíveis
possíveis
P. Livres e
1 a 2 Situações 4 ou mais situações
simulações junto à 3 Situações possíveis
possíveis possíveis
área
Golos ou foras de
jogo de difícil 1 Situação crucial ou 2 2 ou mais situações
1 Situação possível
decisão, mas normais cruciais
decisivos
Expulsões por clara
oportunidade de 1 Situação possível 2 Situações 3 ou mais situações
golo
Advertências por
Ataques 3 e 4 situações 5 e 8 situações 9 ou mais situações
promissores
Exigências para A e
Conduta desportiva AA normais. 2 vezes a jogar com Jogadores agressivos. 2
dos jogadores no Comportamento agressividade. 1 vez ou mais protestos
terreno de jogo correto ao longo protestos veementes. veementes.
jogo
Protestos frequentes.
Comportamento
Bom Contestaram 2 ou mais Contestando árbitro
dos elementos na
comportamento. vezes as decisões. após decisões
área técnica
impopulares
Até 100. Saudável Entre 100 e 300. Mais de 300.
ambiente. Cânticos Ambiente tenso e Arremesso de objetos
Comportamento
positivos. Sem ruidoso. Distúrbios e bombas de fumo.
dos espetadores
“explosões” entre adeptos. Vaias e insultos por
emocionais Explosões emocionais cânticos.

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GUIA DE ATUAÇÃO PARA OBSERVADOR - ÉPOCA 23-24 23

CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS 3. Em determinadas situações depois do envio da


nota o observador verifica que a nota não está
1. O observador tem a obrigação de acordo com correta. Nestes casos, deve remeter imediata-
o Regulamento de Arbitragem de manter sigilo mente (máximo 3 horas) um e: mail a todos os
sobre o relatório elaborado. elementos da Secção de Classificações a justificar
a alteração pretendida.
2. O novo paradigma de observação, está direcio-
nado para o aspeto formativo e deteção de novos 4. A Secção de Classificações a todo o tempo pode
valores para a arbitragem portuguesa, todas as solicitar esclarecimentos sobre determinada ava-
indicações devem em primeiro lugar, realçar esta liação e por iniciativa do observador, este pode
vertente, pelo que no caso de estarem perante pedir a alteração de nota.
um árbitro que denota sinais de uma grande
progressão, esta referência deve constar do re- A Secção de Classificações
latório, em termos telegráficos e conclusivos, no
final da apreciação ao desempenho do árbitro. Coimbra, 6 de setembro de 2023

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