Você está na página 1de 271

Apresentado por Lígia Fernandes e Ricardo Antas Oliveira

1
Capítulos do manual
1. Encerramento de contas e SAF-T (PT) relativo à contabilidade
2. Aspetos contabilísticos e fiscais
3. Declaração Modelo 22
4. Benefícios fiscais
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados e preparação
das demonstrações financeiras – modelo reduzido NCRF-PE
6. Dossiê fiscal
7. Prestação de contas

2
Pág. 8

Iremos utilizar uma “empresa-modelo” para as aplicações práticas, com


Caraterização da entidade:

as seguintes caraterísticas:
aplicações práticas

• Designação social: Micro Fábrica, Lda.

• Sede, direção efetiva e atividade: concelho de Nordeste (Ilha de São


Miguel)

• A entidade tem 7 trabalhadores ao seu serviço, com contratos de


trabalho sem termo, sendo detida por dois sócios, pessoas
singulares, com participações de 60% e de 40%.

3
Pág. 8

A entidade apresentou, nos períodos de 2021 e de 2022, os seguintes


indicadores:
Caraterização da entidade:

2021
aplicações práticas

• Total de balanço: € 1.000.000;


• Volume de negócios líquido: € 15.000.000;
• Número médio de empregados durante o período: 7.
2022
• Total de balanço: € 1.500.000;
• Volume de negócios líquido: € 17.500.000;
• Número médio de empregados durante o período: 7.

4
Pág. 216

A qualificação da empresa como micro ou PME à luz do Decreto-Lei n.º


372/2007, de 6 de novembro, é essencial para o aproveitamento de
Caraterização da entidade:

taxas reduzidas e de alguns benefícios fiscais.


aplicações práticas

Não deve confundir-se esta qualificação com os limites previstos para


efeitos da normalização contabilística.

5
Pág. 216

Conceito de PME Small Mid Cap


Caraterização da entidade:

Volume de negócios
Dimensão Número de efetivos ou
aplicações práticas

Balanço total

≤ 50 milhões de euros
PME < 250
≤ 43 milhões de euros

Micro < 10 ≤ 2 milhões de euros

Pequena < 50 ≤ 10 milhões de euros

Média As PME que não forem micro ou pequenas empresas

6
Pág. 216

Consideram-se microentidades aquelas que, à data do balanço, não


ultrapassem 2 dos 3 limites seguintes:
Caraterização da entidade:

• Total do balanço: € 350.000


aplicações práticas

• Volume de negócios líquido: € 700.000

• Número médio de empregados durante o período: 10

As microentidades devem aplicar a Norma Contabilística para


Microentidades (NC-ME), compreendida no SNC, podendo optar pelo
regime geral ou pelo regime das pequenas entidades (Modelo 22).

7
Pág. 216

Consideram-se pequenas entidades aquelas que, à data do balanço, não


ultrapassem 2 dos 3 limites seguintes:
Caraterização da entidade:

• Total do balanço: € 4.000.000


aplicações práticas

• Volume de negócios líquido: € 8.000.000

• Número médio de empregados durante o período: 50

A Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades


(NCRF-PE) apenas pode ser adotada, em alternativa ao restante
normativo (conjunto total de NCRF), pelas pequenas entidades.

8
Pág. 8

Categoria de entidade para efeitos do SNC em 2023: Pequena entidade,


por ter ultrapassado 2 dos 3 limites previstos no art.º 9.º do Decreto-Lei
Caraterização da entidade:

n.º 158/2009 para as microentidades, nos 2 últimos períodos.


aplicações práticas

Norma contabilística do SNC aplicada: NCRF-PE

A entidade está classificada como microempresa, tendo obtido a


respetiva certificação do IAPMEI, nos termos do Anexo ao Decreto-Lei
n.º 372/2007.

A entidade está a adotar o sistema de inventário permanente.

9
Capítulo 1.
Encerramento de contas
e SAF-T (PT) relativo
à contabilidade

10
SAF-T (PT) relativo à contabilidade
1. Encerramento de contas e

1.1. SAF-T (PT) relativo à contabilidade: adiamento


1.2. Associação de taxonomias ao plano de contas
1.3. Como efetuar os registos contabilísticos do encerramento de
contas
1.4. Quais os cuidados a ter no encerramento de contas
1.5. Organização e controlo contabilísticos

11
Pág. 15-18

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.1. SAF-T (PT) relativo à contabilidade: adiamento
1. Encerramento de contas e

Prazo atual de adiamento


• O Decreto-Lei n.º 85/2022, de 21 de dezembro, no seu art.º 7.º, veio mais uma
vez a adiar a introdução em vigor dos anexos A e I da IES e do SAF-T relativo à
contabilidade para o período de tributação de 2024, a entregar em 2025, o
que na prática adia a implementação prévia do SAF-T relativo à contabilidade
para ser apenas submetido a partir de 2025.

• Nota: provavelmente, será adiado para 2025 a entregar em 2026.

12
Pág. 19-21

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.2. Associação de taxonomias ao plano de contas
1. Encerramento de contas e

Como criar ou preparar o Plano de Contas com as taxonomias?

• Importância das Taxonomias – destinadas ao pré-preenchimento das


demonstrações financeiras nos anexo A e I da IES (e outros campos de
cruzamento de informação)

• Regras na criação e estrutura do Plano de Contas – é obrigatória a utilização


da codificação e estrutura das contas prevista no Código de Contas do SNC
(aprovada pela Portaria n.º 218/2015, de 23 de julho)

13
Pág. 21-22

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.3. Como efetuar os registos contabilísticos do encerramento de contas
1. Encerramento de contas e

• Extração de um ficheiro SAF-T com qualidade necessária e sem erros na


validação que permita o preenchimento da IES

• SAF-T (PT) relativo à contabilidade extraído do software com estrutura de


dados da Portaria n.º 302/2016, bem como regras SVAT

• Procedimentos de apuramento dos resultados

• Registos contabilísticos do encerramento de contas que não são considerados


de apuramento dos resultados

14
Pág. 22-24

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1. Encerramento de contas e

1.4. Quais os cuidados a ter no encerramento de contas

• Extração do SAF-T da contabilidade

• Alteração de Contabilista Certificado (ou de programa de contabilidade) no


decorrer do período de relato

• Saldos iniciais e finais

• Anulações/correções de lançamentos e estornos

15
Pág. 24-28

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.5. Organização e controlo contabilísticos
1. Encerramento de contas e

• Utilização de diários, meses contabilísticos e tipos de movimentos

I. Diários

II. Registos em sequência cronológica

III. Meses contabilísticos

• Classificação dos documentos contabilísticos e fiscais relevantes

• Registo de faturas e outros documentos (por documento ou por resumo)

16
Pág. 28-31

SAF-T (PT) relativo à contabilidade


1.5. Organização e controlo contabilísticos
1. Encerramento de contas e

• Contabilidade Analítica

• Cumprimento do prazo de 90 dias para a execução da contabilidade (durante


o exercício e prestação de contas)

• Receção e controlo dos documentos

• Regras contabilísticas do Selo de Validação da AT (SVAT) – saldos esperados


das contas

17
Capítulo 2.
Aspetos contabilísticos e fiscais

18
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2.2. Meios financeiros líquidos
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços
2.4. Fornecedores de bens e de serviços
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal
2.6. Estado e outros entes públicos

19
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2.8. Investimentos financeiros
2.9. Investimentos não financeiros
2.10. Capital próprio
2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
2.12. Acontecimentos após a data do balanço

20
Pág. 35-36

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Seleção e aplicação de políticas contabilísticas

• Consistência de políticas contabilísticas

• Alterações nas políticas contabilísticas

• Aplicação retrospetiva

• Alterações nas estimativas contabilísticas

• Aplicação prospetiva

• Erros contabilísticos

• Reexpressão retrospetiva (NCRF-PE – afeta resultados transitados)

21
Pág. 36
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros

Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo de revalorização)

• A entidade Micro Fábrica possui um equipamento, classificado como um item do ativo fixo
tangível (equipamento básico), pretendendo passar a mensurá-lo pelo modelo de
revalorização previsto no parágrafo 7.11 da NCRF-PE.

• Este equipamento básico é uma linha de produção, sendo o único equipamento da mesma
classe de ativos fixos tangíveis.

22
Pág.36-37

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo de revalorização)


Dados:
• Custo inicial: € 100.000
• Data de início de utilização: 01/01/2021
• Vida útil estimada: 7 anos (código 1080 da tabela I do DR 25/2009)
• Depreciações acumuladas a 31/12/2023: 100.000 x 14,28% x 3 anos = € 42.840
• Quantia escriturada antes da revalorização, a ser efetuada a 31/12/2023:
€ 100.000 – € 42.840 = € 57.160
Existe mercado ativo para o equipamento básico, tendo sido estimado um justo valor (valor de
mercado) à data da revalorização de € 150.000 (a escassez atual de equipamentos da mesma
natureza disponíveis no mercado determinou um aumento do seu valor de mercado).

23
Pág. 36-37

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo de revalorização)

Cálculos auxiliares:
• (1) Excedente de revalorização: € 150.000 – € 57.160 = € 92.840
Taxa efetiva de IRC (16,2%) (14,7% + 1,5% derrama)
• (2) Passivo por imposto diferido referente ao excedente: € 92.840 x 16,2% = € 15.040,08

24
Pág. 36-37

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 1 – Alteração de política contabilística (modelo de revalorização)


Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Anulação das depreciações 4383 – Dep. acumuladas –
42.840
acumuladas Equipamento básico
433 – Equipamento básico 42.840
Excedente de revalorização (1) 433 – Equipamento básico 92.840
5891 – Excedentes de
92.840
revalorização
Passivo por imposto diferido (2) 5892 – Imposto diferido 15.040,08
2742 – Passivos por impostos
15.040,08
diferidos
Enquadramento fiscal
A variação patrimonial positiva referente ao excedente de revalorização não tem relevância para
a determinação do lucro tributável de IRC, nos termos da alínea b) do n.º 1 do art.º 21.º do CIRC.
25
Pág. 37-38
2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros
Aplicação prática 2 – Alteração de política contabilística (alteração das fórmulas de custeio)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica utiliza a fórmula de custeio do FIFO para mensurar os inventários
(produtos acabados). Atendendo a que as entidades do mesmo setor de atividade utilizam,
por regra, o custo médio ponderado, a entidade optou por alterar a mensuração dos
produtos acabados do FIFO para o custo médio ponderado, com o objetivo de obter
informação mais relevante em termos de comparabilidade com as restantes entidades do
setor de atividade onde opera.
• De acordo com a NCRF-PE, essa alteração de política contabilística tem um efeito
retrospetivo.
• O efeito dessa alteração das fórmulas de custeio determina uma redução em € 100.000 no
custo do inventário de produtos acabados, sendo € 20.000 relacionada com o período
corrente e € 80.000 de períodos anteriores.
26
Pág. 37-38

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 2 – Alteração de política contabilística (alteração das fórmulas de custeio)


Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Efeito da alteração do 731 – Variação nos
20.000
custo dos produtos inventários da produção
acabados do período
corrente 341 – Produto A 20.000

Efeito da alteração do custo 56 – Resultados transitados 80.000


dos produtos acabados dos
períodos anteriores
341 – Produto A 80.000

27
Pág. 37-38

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 2 – Alteração de política contabilística (alteração das fórmulas de custeio)


Enquadramento fiscal

• As aplicações retrospetivas por alterações de políticas contabilísticas com efeito em


resultados de períodos anteriores têm relevância fiscal na determinação do lucro tributável
do período corrente, nos termos do n.º 1 do art.º 18.º do CIRC.

• Variação patrimonial negativa relevante nos termos do n.º 1 do art.º 24.º do CIRC (dedução
no campo 704 do Q07 da Modelo 22).

Informação vinculativa – Processo n.º 2014 002444 (PIV 7432), de 19/12/2014


Fabricação de moldes em aço para produção de peças plásticas: enquadramento da
produção em curso no final do período contabilístico

28
Pág. 38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 3 – Alteração de estimativas contabilísticas – Alteração de vida útil

• A entidade Micro Fábrica no período de 2023, procedeu à depreciação do seu equipamento


de transporte, tendo efetuado, para uma das suas viaturas, uma revisão da vida útil, por
utilização de uma taxa superior à utilizada em períodos anteriores mas inferior à taxa máxima
permitida pela legislação fiscal, contrariamente ao ocorrido nos períodos anteriores em que
foram praticadas as taxas mínimas.

• A justificação para este facto prende-se com o aumento da utilização dessa viatura no
transporte de bens para os clientes, prescindido de recorrer à contratação de entidades do
setor dos transportes rodoviários de mercadorias.

29
Pág.38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 3 – Alteração de estimativas contabilísticas – Alteração de vida útil

Dados:

• Viatura ligeira de mercadorias

• Custo inicial: € 80.000

• Data de início de utilização: 01/01/2022

• Vida útil estimada: 8 anos (código 2375 da tabela II do DR 25/2009)

• Valor residual estimado: € 5.000

• No período de 2023, alterou-se a vida útil total para 6 anos.

30
Pág. 38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 3 – Alteração de estimativas contabilísticas – Alteração de vida útil

Cálculo auxiliares:

• Depreciação do período de 2022: (€ 80.000 – € 5.000) / 8 = € 9.375

• Quantia escriturada a 31/12/2022: € 80.000 – € 9.375 = € 70.625

• Quantia depreciável a 31/12/2022: € 70.625 – € 5.000 = € 65.625

• A estimativa do valor residual mantém-se em € 5.000

• Depreciação do período de 2023: (€ 70.625 – € 5.000) / 5 = € 13.125

31
Pág. 38-40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


Aplicação prática 3 – Alteração de estimativas contabilísticas – Alteração de vida útil
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Depreciação do período da 6424 – Gastos de
13.125
viatura de mercadorias depreciação
4384 – Depreciações
13.125
acumuladas
Enquadramento fiscal
• Para efeitos fiscais, na determinação do lucro tributável, o gasto de depreciação do período é
dedutível, atendendo ao disposto no DR 25/2009, que aceita depreciações entre as taxas
máxima e a mínima.

• Quota máxima: (€ 80.000 – € 5.000) / 4 = € 18.750

32
Pág. 40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


Aplicação prática 4 – Erros contabilísticos (gastos de períodos anteriores)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica rececionou em novembro de 2023 a fatura de um prestador de


serviços de assistência técnica informática.
• O serviço foi contratado e realizado no período de 2022, sendo relativo à reparação do
software para operar uma máquina da linha de produção.
• Por lapso, não foi efetuado o reconhecimento do acréscimo do gasto nos resultados do
período de 2022, período em que o serviço foi prestado e utilizado.

• Trata-se de um erro contabilístico que afetou resultados de períodos anteriores. Apesar da


fatura ter sido apenas rececionada em novembro de 2023, como o serviço contratado foi
utilizado em 2022, o mesmo deveria ter sido reconhecido como acréscimo de gastos de 2022.

• A fatura é de montante igual a € 10.000 (+ IVA).

33
Pág. 40

2.1. Políticas contabilísticas, estimativas e erros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 4 – Erros contabilísticos (gastos de períodos anteriores)

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
30/11/2023 Fatura de serviços de 2022
56 – Resultados transitados 10.000

2432 – IVA dedutível 2.300

221 – Fornecedores c/c 12.300

Enquadramento fiscal
As correções de erros contabilísticos com efeito em resultados de períodos anteriores não têm
relevância fiscal na determinação do lucro tributável do período corrente, nos termos do n.º 1 do
art.º 18.º do CIRC.

34
2.2. Meios financeiros líquidos

2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Caixa
i. Fundo fixo
ii. Contagem física – diferenças entre a contagem e a contabilidade
• Depósitos bancários
i. Reconciliação bancária
ii. Obrigação de possuir e utilizar conta bancária
iii. Proibição de pagamento em numerário
• Outros instrumentos financeiros
i. Enquadramento contabilístico
ii. Distinção entre as contas 14 e 41
iii. Enquadramento fiscal

35
Pág. 41-42

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Caixa

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)

Segregação de funções

Transações de pequeno valor

Fundo fixo

Folha de caixa periódica (diária, mensal, …)

Conferência dos documentos de suporte

Documentação para a contabilidade

36
Pág. 41-43

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Caixa

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Conferência dos documentos de suporte

Transações de pequeno valor

Conferência de saldos

Conferência dos registos contabilísticos

Caixa em outras divisas

Demonstração de fluxos de caixa

37
Pág. 43

2.2. Meios financeiros líquidos – Caixa


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 5 – Fundo fixo de caixa

• A entidade Micro Fábrica criou, em dezembro de 2023, um fundo fixo de caixa para fazer face
a pequenas despesas diárias.

• O fundo fixo de caixa é de € 1.000, sendo reposto mensalmente.

• Durante o mês de dezembro de 2023, foram suportadas despesas com a expedição de correio
no valor de € 200, tendo sido incorridas despesas com táxis para deslocações de
colaboradores à conservatória no montante de € 100.

38
Pág. 44

2.2. Meios financeiros líquidos – Caixa


Aplicação prática 5 – Fundo fixo de caixa
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
31/12/2023 Constituição do fundo fixo
111 – Caixa – Fundo fixo 1.000

121 – Depósitos à ordem 1.000


Pela contabilização das 6262 – Fornecimentos e
despesas serviços externos – 200
Comunicação
6252 – Transportes de
100
pessoal
111 – Caixa – Fundo fixo 300
Pela reposição do fundo
111 – Caixa – Fundo fixo 300
(cheque emitido)

121 – Depósitos à ordem 300

39
Pág. 45

2.2. Meios financeiros líquidos – Caixa


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 6 – Correções ao valor de caixa

• A entidade Micro Fábrica efetuou uma contagem física do valor de caixa, tendo sido
determinado um valor de € 500, representado por notas e moedas existentes em 31/12/2023.
Constatou-se que o saldo devedor na contabilidade a essa data é de € 2.500.

• Após reconciliação da conta de caixa, foi identificado um erro contabilístico referente a


despesas que foram pagas por caixa no período de 2023, mas que não foram objeto de registo
na contabilidade por lapso da área administrativa da entidade.

• As despesas em causa tratam-se de levantamentos de caixa no valor de € 2.000, efetuados


pelo gerente ao longo do ano de 2023, que não estão documentados.

40
Pág. 46

2.2. Meios financeiros líquidos – Caixa


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 6 – Correções ao valor de caixa


Registos contabilísticos

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pela correção de despesas 6888x – Outros gastos – Outros –
2.000
não documentadas Despesas não documentadas
111 – Caixa 2.000

Enquadramento fiscal
Nos termos da alínea b) do n.º 1 do art.º 23.º-A do CIRC, não são aceites como gastos fiscais para
a determinação do lucro tributável as despesas não documentadas.
Esse gasto deve ser acrescido no campo 716 do Q07 da Modelo 22.
Adicionalmente, o montante das despesas não documentadas está sujeito a tributações
autónomas à taxa de 35% no valor de € 700 (€ 2.000 x 35%).

41
Pág. 47

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Depósitos bancários

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Validação dos documentos de suporte

Meios de pagamento e processo de autorização

Depósito de recebimentos diários

Documentação para a contabilidade

42
Pág. 47-50
2.2. Meios financeiros líquidos
Procedimentos de controlo de Depósitos bancários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Conferência dos documentos de suporte

Base de Dados de Contas (Banco de Portugal)

Criação de subcontas

Reconciliação bancária mensal

Reconciliação bancária – saldos

Reconciliação bancária – análise e investigação de transações

Contas bancárias em outras divisas

Juros bancários obtidos

Conferência dos registos contabilísticos

Demonstração de fluxos de caixa


43
Pág. 50
2.2. Meios financeiros líquidos – Depósitos bancários
Aplicação prática 7 – Reconciliação bancária
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica efetuou uma reconciliação bancária em 31/12/2023 da conta do


Banco A, tendo sido detetadas as seguintes diferenças entre o saldo da conta 121 e o saldo
bancário:
Saldo do Banco A – Cf. Extrato bancário: € 45.000
• Registado pelo Banco e não pela entidade
Despesas bancárias de manutenção da conta: € 50 a crédito (saída do banco)
• Registado pela entidade e não pelo Banco
Cheque emitido ao fornecedor A em 30/12/2023, ainda não descontado no banco:
€ 1.500 (crédito da conta 121)
• Saldo da conta 121: € 43.550 (€ 45.000 + € 50 – € 1.500)

44
Pág. 51
2.2. Meios financeiros líquidos – Depósitos bancários
Aplicação prática 7 – Reconciliação bancária
Registos contabilísticos
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pelas despesas bancárias de 6268 – Outros serviços 50
manutenção da conta (1)
121 – Banco A 50
Pela transferência da conta 121 – Banco A 1.500
12 para conta 2221 (2) 2221 – Fornecedores – Títulos
1.500
a pagar – fornecedores gerais
Explicações
(1) Registo das despesas bancárias no período em que ocorreram, mediante o comprovativo (fatura) emitido pela
entidade bancária.
(2) Atendendo ao princípio da substância sobre a forma (parágrafo 35 da Estrutura Concetual do SNC), notamos que o
pagamento ao fornecedor não foi realizado, tendo sido emitido apenas uma ordem de pagamento através do
cheque emitido, o qual será apenas descontado no banco no período seguinte. Propõe-se a reclassificação da dívida
de fornecedores c/c para fornecedores títulos a pagar e não o desreconhecimento do ativo (crédito da conta 12) e
do passivo (débito da conta 221).
Após estes registos de regularização, o saldo da conta 121 será de € 45.000 devedor, sendo idêntico ao saldo de
depósitos à ordem no Banco A.
45
Pág. 55

2.2. Meios financeiros líquidos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Outros instrumentos financeiros

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimento e outras informações

Documentação para a contabilidade (contratos, indicação de objetivo de aquisição e detenção)


Da responsabilidade do Contabilista Certificado
Conferência dos documentos de suporte

Enquadramentos contabilísticos e fiscais

46
Pág. 58

2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros

• A entidade Micro Fábrica adquiriu em 02/01/2023, 30.000 ações a € 2/cada, do capital social
da entidade X, cotada em bolsa, o que representa menos de 5% do capital da entidade X.

• A entidade Micro Fábrica suportou despesas com a transação no valor de € 750.

• O objetivo da aquisição das ações é a sua detenção para negociação, pretendendo-se obter
ganhos com a valorização em bolsa.

47
Pág. 58-59

2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros

• Ocorreram as seguintes operações durante 2023:

Dia Cotação Ganho/ Perda


02/01/2023 (compra) € 2,00 -------------
30/06/2023 (venda 15.000 ações) € 2,10 15.000 x (€ 2,10 – € 2)
31/12/2023 (atualização) € 2,05 15.000 x (€ 2,05 – € 2,10)

48
Pág. 58-59
2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros
Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
02/01/2023 Pela aquisição das ações 142 – Instrumentos financeiros
60.000
com instrumentos detidos detidos para negociação
para negociação (1) 121 – Banco A 60.000
Pelas despesas de transação 6268 – Outras despesas 750
(1)
121 – Banco A 750
30/06/2023 Pela venda de 15 000 ações 12 – Banco A 31.500
a 2,10 por ação (2) 142 – Instrumentos financeiros
30.000
detidos para negociação
7862 – Rendimentos nos
restantes ativos financeiros – 1.500
Alienações

49
Pág. 58-59
2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros
Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros
Data Descrição Conta Débito Crédito
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

30/06/2023 Pela atualização para o justo 142 – Instrumentos financeiros


1.500
valor das ações detidas (3) detidos para negociação
771 – Ganhos por aumentos de
justo valor – Em instrumentos 1.500
financeiros
31/12/2023 Pela atualização para o justo 771 – Ganhos por aumentos de
valor das ações detidas (4) justo valor – Em instrumentos 750
financeiros
142 – Instrumentos financeiros
750
detidos para negociação
(1) 30.000 x € 2 = € 60.000 (custo de aquisição – justo valor à data de aquisição)
Os custos de transação são reconhecidos como gastos do período, não fazendo parte do custo do instrumento
financeiro adquirido (parágrafo 17.10 da NCRF-PE).
(2) Rendimento pela alienação das ações: 15.000 x (€ 2,10 – € 2,00) = € 1.500
(3) Atualização para o justo valor das ações detidas após a venda para a cotação à data da alienação: 15.000 x (€ 2,10 – €
2,00) = € 1.500 (data relevante)
(4) Atualização do justo valor à data de relato (data relevante): 15.000 x (€ 2,05 – € 2,10) = (€ 750)
50
Pág. 58-59
2.2. Meios financeiros líquidos – Outros instrumentos financeiros

Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal

• Em termos de IRC, o rendimento obtido pela alienação das ações é tributável em sede de IRC,
nos termos do n.º 9 do art.º 18.º do CIRC, não se aplicando o art.º 46.º do CIRC [nos termos
da alínea b) do n.º 1 do art.º 46.º do CIRC].

• O ganho obtido por aumentos de justo valor é um rendimento tributável nos termos da alínea
a) do n.º 9 do art.º 18.º do CIRC, sendo relevante para a determinação do lucro tributável.

• Em ambas as situações, não há que efetuar qualquer correção no Q07 da Modelo 22.

51
2.2. Meios financeiros líquidos – Jurisprudência e orientações administrativas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Informação vinculativa – Processo n.º 2019 000694 (PIV 15076), de 24/04/2019

Acórdão do CAAD – Processo n.º 218/2022-T (30/01/2023)

Acórdão do CAAD – Processo n.º 111/2023-T (27/06/2023)

52
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços

• Clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

i. Mensuração subsequente de contas de clientes e outras contas a receber

ii. Enquadramento fiscal

iii. Perdas por imparidade de dívidas a receber de clientes

iv. Clientes de cobrança duvidosa

v. Créditos incobráveis

• Vendas e prestações de serviços

i. Enquadramento contabilístico do rédito pela venda de bens e de prestações de serviços

ii. Diferenças de câmbio


53
Pág. 60-63

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Clientes, vendas e prestações de serviços

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Faturas, documentos de transporte e demais documentos fiscalmente relevantes

Notas de crédito

Conferência de documentos de faturação

Clientes de cobrança duvidosa e clientes incobráveis

Documentação para a contabilidade

54
Pág. 60-63

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Clientes, vendas e prestações de serviços

Da responsabilidade do Contabilista Certificado


Enquadramento fiscal das operações

Conferência dos documentos de faturação

Conferência dos registos contabilísticos

Conferência de saldos de clientes

Transações e saldos em moeda estrangeira

Letras e contratos de factoring

Imparidade de clientes

55
Pág. 65
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Vendas e prestações de serviços

Aplicação prática 9 – Reconhecimento do rédito de vendas (vendas em moeda estrangeira)


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica efetuou uma venda de produtos acabados a um cliente na Suécia,
pelo valor de 150.000 coroas suecas (SEK), no dia 29/12/2023. Em 11/11/2023, foi recebido
um adiantamento por conta de vendas, para adjudicação da encomenda, no montante de
75.000 SEK. Os bens foram colocados à disposição do adquirente no dia 29/12/2023, de
acordo com o incoterm FOB, tendo a fatura sido emitida e paga no dia 03/01/2024.

• A taxa de câmbio da coroa sueca para o Euro em 11/11/2023 foi de 1 SEK equivale a 0,091 Euros.

• A taxa de câmbio da coroa sueca para o Euro em 29/12/2023 foi de 1 SEK equivale a 0,085 Euros.

• A taxa de câmbio da coroa sueca para o Euro em 31/12/2023 foi de 1 SEK equivale a 0,080 Euros.

56
Pág. 65
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Vendas e prestações de serviços
Aplicação prática 9 – Reconhecimento do rédito de vendas (vendas em moeda estrangeira)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
11/11/2023 Pelo adiantamento por 121 – Banco A 6.825
conta de vendas (1) 276 – Adiantamentos por conta
6.825
de vendas
29/12/2023 Pelo acréscimo do rédito da 276 – Adiantamentos por conta
6.825
venda de bens de inventário de vendas
e anulação do adiantamento 2721 – Devedores por
6.375
por conta de vendas (2) acréscimos de rendimentos
712 – Vendas – Produtos
13.200
acabados
29/12/2023 Pelo gasto das vendas dos 731 – Variação nos inventários
7.500
produtos acabados da produção
(variação nos inventários da
produção) (3) 34 – Produtos acabados 7.500

57
Pág. 65
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Vendas e prestações de serviços
Aplicação prática 9 – Reconhecimento do rédito de vendas (vendas em moeda estrangeira)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pela diferença de câmbio do 6887 – Diferenças de câmbio
375
item monetário (acréscimo desfavoráveis
de rendimentos) à data de 2721 – Devedores por
375
balanço (4) acréscimos de rendimentos
(1) 75.000 SEK x 0,091 = € 6.825. Os adiantamentos por conta de vendas não são itens monetários
(parágrafo 15 da NCRF 23, por aplicação supletiva da NCRF-PE), sendo mensurados pela taxa de câmbio
à data da transação; neste caso, não se reconhecerão diferenças de taxas de câmbio.
(2) Atendendo a que a fatura ainda não foi emitida, mas os bens já foram colocados à disposição do
adquirente em 29/12/2023, há que proceder ao reconhecimento do rédito, sendo mensurado à taxa de
câmbio da data da operação. O rédito a reconhecer será de 75.000 SEK x 0,085 = € 6.375 (parte
convertida para euros à data da transação) e parte do adiantamento por conta de venda (75.000 SEK x
0,091 = € 6.825), num total de € 13.200.
(3) Gasto das vendas = € 7 500 (dado)
(4) 75.000 SEK x (0,085 – 0,080) = € 375. A dívida a receber, representada pelo acréscimo de rendimentos,
é atualizada para a taxa de câmbio à data de balanço (por ser um item monetário).

58
Pág. 66

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Vendas e prestações de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 9 – Reconhecimento do rédito de vendas (vendas em moeda estrangeira)

Enquadramento fiscal

• Em termos de IRC, o rédito da venda dos bens de inventário é um rendimento tributável no


momento em que ocorre, nos termos da alínea a) do n.º 1 do art.º 18.º do CIRC. O gasto das
vendas é também dedutível para efeitos fiscais, nos termos da mesma disposição.

• O gasto reconhecido pela diferença de câmbio desfavorável é também aceite para efeitos de
IRC, nos termos da alínea c) do n.º 2 do art.º 23.º do CIRC.

• Não existe qualquer correção no Q07 da Modelo 22.

59
Pág. 71-72

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


Na entidade Micro Fábrica identificaram-se, a 31/12/2022, as seguintes situações:

• O cliente A tem uma dívida de € 10.000 em mora há 16 meses.

• O cliente B tem uma dívida de € 5.000 em mora há 3 meses.

• A dívida de € 20.000 do cliente C está reclamada judicialmente.

• O cliente D tem uma dívida de € 30.000 em mora há 8 meses.

• O cliente E estava desaparecido, com a dívida de € 15.000 em mora há 14 meses.

• Por indicações da gerência, estavam constituídas perdas por imparidade para todas as dívidas
indicadas, exceto para o cliente D.

Assim, a conta “219 – Perdas por imparidade acumuladas” apresenta um saldo de € 50.000.

60
Pág. 72

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes


Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Estavam verificados todos os requisitos para a dedução fiscal das perdas por imparidade
reconhecidas, com exceção da mora, nos termos e condições definidos nos artigos 28.º-A e 28.º-
B do CIRC. Assim, o valor acumulado das perdas por imparidade em créditos fiscalmente
dedutíveis em 31/12/2022 pode ser assim determinado:

Limite fiscal
Cliente Dívida Enquadramento legal
% Valor (€)
Cliente A 10.000 50% 5.000 art.º 28.º-B, n.º 1, al. c) e n.º 2, al. b)
Cliente B 5.000 0% – Não enquadrado no art.º 28.º-B
Cliente C 20.000 100% 20.000 art.º 28.º-B, n.º 1, al. b)
Cliente E 15.000 50% 7.500 art.º 28.º-B, n.º 1, al. c) e n.º 2, al. b)
Total 50.000 32.500

61
Pág. 71-73
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Em 31/12/2023, verifica-se a seguinte evolução:

• O cliente A tem uma dívida de € 10.000 em mora há 28 meses.

• O cliente B tem uma dívida de € 5.000 em mora há 15 meses.

• Relativamente à dívida de € 20.000 do cliente C, foi feito um acordo com plano de pagamento
em 15 prestações mensais, sem juros, e com início em 01/06/2024.

• O cliente D tem uma dívida de € 30.000 em mora há 20 meses.

• O cliente E apareceu e pagou a sua dívida de € 15.000.

• A gerência reanalisou a situação com o cliente D e deu indicações para se considerar a


respetiva perda por imparidade.

62
Pág. 71-73
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Evidenciação na contabilidade 2174 – Clientes de cobrança
30.000
de dívida de cobrança duvidosa – Cliente D
duvidosa
21114 – Clientes c/c – D 30.000
31/12/2023 Reforço das perdas por 6511 – Perdas por
imparidade (1) imparidade – Em dívidas a 30.000
receber – Clientes
2194 – Perdas por
imparidade acumuladas – 30.000
Cliente D

63
Pág. 71-73

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes


Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
Em 2023 Pelo recebimento do cliente E 121 – Banco A 15.000
2175 – Clientes de cobrança
15.000
duvidosa – Cliente E
31/12/2023 Reversão da perda por 2195 – Perdas por
imparidade do cliente E (1) imparidade acumuladas – 15.000
Cliente E
76211 – Reversões – De
perdas por imparidade – 15.000
Clientes

(1) Existe uma reversão da perda por imparidade da dívida a receber do cliente E de € 15.000, atendendo a
que o cliente pagou a dívida, anteriormente reconhecida em perdas por imparidade. Adicionalmente,
existe uma nova perda por imparidade no montante de € 30.000 referente ao cliente D.
A conta “219 – Perdas por imparidade acumuladas” apresenta em 31/12/2023 um saldo de € 65.000.
64
Pág. 73-75
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos de IRC, vamos determinar o valor acumulado das perdas por imparidade em
créditos fiscalmente dedutíveis em 31/12/2023, admitindo que continuam verificados todos
os requisitos para a dedução fiscal, nos termos e condições definidos nos artigos 28.º-A e
28.º-B do CIRC. Assim, temos:
Limite fiscal
Cliente Dívida Enquadramento legal
% Valor (€)
Cliente A 10.000 100% 10.000 art.º 28.º-B, n.º 1, al. c) e n.º 2, al. d)
Cliente B 5.000 50% 2.500 art.º 28.º-B, n.º 1, al. c) e n.º 2, al. b)
Cliente C 20.000 0% - Não enquadrado no art.º 28.º-B
Cliente D 30.000 75% 22.500 art.º 28.º-B, n.º 1, al. c) e n.º 2, al. c)
Total 65.000 35.000

65
Pág. 73-75

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes

Enquadramento fiscal

Resumo
Aceitação fiscal em Aceitação fiscal em
Cliente Dívida Diferença (+/-)
2022 2023
Cliente A 10.000 50% = 5.000 100% = 10.000 + 5.000
Cliente B 5.000 0% = 0 50% = 2.500 + 2.500
Cliente C 20.000 100% = 20.000 0% = 0 - 20.000
Cliente D 30.000 0% = 0 75% = 22.500 22.500
Cliente E 15.000 50% = 7.500 0 - 7.500
Total - 32.500 35.000 2.500

66
Pág. 73-75

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes

Enquadramento fiscal

Correções no Q07 da Modelo 22:

• Acresce no campo 718: € 20.000 (cliente C) (que tem um plano de pagamentos, mas ainda não
iniciou o pagamento) + € 7.500 (cliente D) (parte não aceite) = € 27.500

• Dedução no campo 762: € 7.500 (cliente E) (pois 50% não foi dedutível no período anterior)

• Dedução no campo 781: € 5.000 (cliente A) + € 2.500 (cliente B) (dedução adicional por perdas
por imparidade tributadas em períodos de tributação anteriores) = € 7.500

• No caso, aumenta em € 2.500 (€ 35.000 – € 32.500), pelo que se obtém um gasto fiscal adicional
deste valor.

67
Pág. 75

2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes


Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

A entidade Micro Fábrica vendeu, em 2021, produtos acabados no montante de € 10.000 ao seu
cliente F.
No período de 2022, constituiu perdas por imparidade desse montante, tendo sido aceite 50%
para efeitos fiscais (mora entre 12 e 18 meses).
Registos contabilísticos

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2022 Pelo reconhecimento de 6511 – Perdas por imparidade
perdas por imparidade – – Em dívidas a receber – 10.000
Cliente F Clientes
2196 – Perdas por imparidade
10.000
acumuladas – Cliente F

68
Pág. 76
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes
Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Em termos de IRC, no Q07 da Modelo 22 do período de tributação de 2022, foram acrescidos


€ 5.000 no campo 718 (aceitação fiscal em 50%).

• Em 2023, foi decretada a insolvência de caráter limitado do cliente F, tendo a mesma


transitado em julgado [com verificação dos requisitos da alínea b) do n.º 1 do art.º 41.º do
CIRC], sendo certo que a dívida se tornou incobrável.

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pelo desreconhecimento da 2196 – Perdas por imparidade
10.000
dívida a receber acumuladas – Cliente F
2176 – Clientes de cobrança
10.000
duvidosa – Cliente F

• Em termos de IRC, é deduzido no campo 762 do Q07 da Modelo 22 do período de 2023 o


montante de € 5.000, que corresponde ao montante da perda por imparidade tributada em
2022, por nesse ano ter sido acrescido no Q07, já que excedia o limite fiscalmente dedutível.

69
Pág. 77
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Clientes
Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
Realçamos que, em 2023, a incobrabilidade da dívida não tem impacto no resultado contabilístico
e a perda fiscal dos € 10.000 acaba por ficar refletida, para efeitos fiscais, do seguinte modo:
• Dedução fiscal de € 5.000 em 2022, correspondente à perda por imparidade dedutível;
• Dedução fiscal de € 5.000 em 2023, pela dedução desse valor no campo 762 do Q07.
• Esta dedução fiscal em 2023 pode ser vista como a dedução fiscal do crédito incobrável que é
gasto ou perda do período de tributação, para cujo montante não foi admitida perda por
imparidade ou esta se tenha mostrado insuficiente, nos termos do art.º 41.º do CIRC. No caso,
a perda por imparidade admitida fiscalmente mostrava-se insuficiente.
• Os créditos incobráveis que não se enquadrem no art.º 41.º do CIRC são acrescidos no campo
722 do Q07 da Modelo 22.

70
2.3. Clientes, vendas e prestações de serviços – Jurisprudência
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Acórdão do CAAD – Processo n.º 536/2016-T (30/03/2017)

Acórdão do CAAD – Processo n.º 36/2019-T (17/12/2019)

Acórdão do CAAD – Processo n.º 90/2017-T (19/01/2018)

Acórdão do CAAD – Processo n.º 722/2020-T (10/09/2021)

71
2.4. Fornecedores de bens e de serviços
• Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Perdas por imparidade – Saldos devedores ou adiantamentos – Contabilidade e IRC


• Aquisição de bens e serviços – Enquadramento contabilístico e fiscal
• Critérios de imputação temporal e análise documental dos gastos
• Conceito de gasto fiscalmente dedutível: art.º 23.º do CIRC
• Periodização do lucro tributável: art.º 18.º do CIRC
• Critério geral de dedutibilidade dos gastos
• Suporte documental: n.º 3 do art.º 23.º do CIRC
• Despesas não documentadas vs. encargos não devidamente documentados
• Detalhe de encargos específicos (conservação e reparação, encargos com combustíveis,
deslocações e estadas vs. despesas de representação)

72
Pág. 77-78

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Fornecedores de bens e de serviços

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Conferência de faturas

Documentação para a contabilidade

73
Pág. 79-88

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Fornecedores de bens e de serviços

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Conferência dos documentos de faturação emitidos pelos fornecedores

Conferência dos registos contabilísticos

Conferência de saldos de fornecedores

Transações e saldos em moeda estrangeira

Letras e confirming

74
Pág. 88

2.4. Fornecedores de bens e de serviços

Aplicação prática 12 – Encargos suportados


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

A entidade Micro Fábrica suportou os seguintes encargos no período de 2023:

1. Manutenção periódica de máquina integrante da linha de produção, classificada como item


do ativo fixo tangível, no montante de € 2.500 (mais IVA);

2. Substituição do motor do empilhador, classificado como item do ativo fixo tangível, no


montante de € 7.000 (mais IVA). O motor avariado e substituído tem uma quantia
escriturada de € 3.000.

75
Pág. 88

2.4. Fornecedores de bens e de serviços


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 12 – Encargos suportados

A entidade Micro Fábrica suportou os seguintes encargos no período de 2023:

3. Pagamento de deslocações e estadas ao gerente, para deslocação ao estrangeiro em


conjunto com um fornecedor, para visitar uma feira de apresentação de novos produtos
relacionados com a atividade da entidade, no montante de € 2.500, sendo € 1.250
suportados em relação ao gerente e € 1.250 suportados em relação ao fornecedor. As
despesas estão suportadas por faturas e outros documentos emitidos em nome da entidade;

4. Encargo com combustível para abastecimento de viatura de mercadorias da entidade,


abonado ao empregado, no valor de € 75 (IVA incluído), tendo apenas sido apresentada
fatura sem indicação do NIF da entidade e sem a matrícula da viatura.

76
Pág. 89
2.4. Fornecedores de bens e de serviços
Aplicação prática 12 – Encargos suportados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


Em Pelo reconhecimento do gasto do 6226 – Conservação e reparação 2.500
2023 período relacionado com as 2432 – IVA dedutível 575
manutenções periódicas (1) 2211 – Fornecedores c/c 3.075
Pelo reconhecimento do item do ativo 433 – Equipamento básico 7.000
fixo tangível (2) 2432 – IVA dedutível 1.610
2711 – Fornecedores de
8.610
investimentos
Pelo desreconhecimento do motor 6873 – Abates 3.000
substituído (2) 433/438 – Equipamento básico 3.000
Pelo reconhecimento das deslocações 6251 – Deslocações e estadas 1.250
e estadas e despesas de representação 6266 – Despesas de representação 1.250
(3) 278x – Outros devedores e credores
2.500
– Gerente
Pelo reconhecimento dos encargos 6242 – Combustíveis 75
com combustíveis suportados com a 278x – Outros devedores e credores
75
viatura de mercadorias da entidade (4) – Empregado X

77
Pág. 89
2.4. Fornecedores de bens e de serviços

Aplicação prática 12 – Encargos suportados


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

(1) Nos termos do parágrafo 13 da NCRF 7 (aplicação supletiva da NCRF-PE), as manutenções


periódicas de itens do ativo fixo tangível são reconhecidas como gastos do período.

(2) Parágrafo 14 da NCRF 7 (aplicação supletiva da NCRF-PE) – a quantia escriturada das peças
que são substituídas é desreconhecida.

(3) São consideradas como despesas de deslocações e estadas os encargos com a deslocação à
feira do gerente e como despesas de representação a deslocação do fornecedor, abonadas ao
gerente. As despesas de representação estão sujeitas a tributação autónoma no valor de € 87,50
(€ 1.250 x 7%).

(4) Em termos de IRC, a despesa com combustível não está devidamente documentada, não
sendo aceite em termos fiscais (não estando sujeita a tributação autónoma) – montante a
acrescer no campo 731 do Q07 da Modelo 22.

78
2.4. Fornecedores de bens e de serviços – Jurisprudência e orientações administrativas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Informação vinculativa – Processo n.º 2022005766 (PIV 24043), de 28/12/2022

Informação vinculativa – Processo n.º 24211, de 05/09/2023

Acórdão do TCA Sul – Processo n.º 187/04.3BELSB (16/09/2021)

Acórdão do TCA Sul – Processo n.º 20035/16.0BCLSB (07/04/2022)

79
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal
• Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados


• Estimativa de férias e subsídios de férias – cálculo da estimativa em 2023 a pagar em
2024
• Participação nos lucros e gratificações
• Enquadramento contabilístico
• Enquadramento fiscal em sede IRC

• Participação nos lucros – Segurança Social


• Participação nos lucros – IRS
• Benefícios de cessação de emprego

• Enquadramento contabilístico e fiscal


80
Pág. 89-94

2.5. Pessoal e gastos com o pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de processamento salarial e gastos com o pessoal

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Programa informático de processamento salarial

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Procedimentos de execução e controlo

81
Pág. 94

2.5. Pessoal e gastos com o pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias

A entidade Micro Fábrica tem os seguintes dados relacionados com os empregados em


31/12/2023:

Remunerações mensais permanentes


Empregado
(remuneração base e prémios/subsídios regulares)
Gerente (1) 5.000
Responsável da fábrica (1) 2.500
Empregados de fábrica (4) 4.400 (4 x 1.100)
Empregado administrativo (1) 800

82
Pág. 95

2.5. Pessoal e gastos com o pessoal


Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Os encargos com a segurança social são de 23,75%.

• Os encargos com seguros de acidentes de trabalho 1%.

• Estão previstos aumentos de 8% para os empregados de fábrica e administrativos para o


ano de 2024.
Estimativa de férias e subsídio de férias Órgãos sociais Pessoal
Mês de férias 5.000 8.116
Subsídio de férias 5.000 8.116
Total 10.000 16.232
Encargos com a Seg. Social 2.375 3.855,10
Seguros de acidentes de trabalho 100 162,32
Total 12.475 20.249,42

83
Pág.
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal
Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Estimativa de férias e subsídio de férias:


Gerente:
• Remunerações permanentes: € 5.000 x 2 = € 10.000
• Encargos com a segurança social: € 10.000 x 23,75% = € 2.375
• Seguros de acidentes de trabalho: € 10.000 x 1% = € 100
Responsável da fábrica:
• Remunerações permanentes: € 2.500 x 2 = € 5.000
• Encargos com a segurança social: € 5.000 x 23,75% = € 1.187,50
• Seguros de acidentes de trabalho: € 5.000 x 1% = € 50
Pessoal da fábrica e administrativo:
• Remunerações permanentes: (€ 4.400 x 2 + € 800 x 2 = € 10.400)
• Aumentos: € 10.400 x 1,08 = € 11.232
• Encargos com a segurança social: € 11.232 x 23,75% = € 2.667,60
• Seguros de acidentes de trabalho: € 11.232 x 1% = € 112,32

84
Pág. 95

2.5. Pessoal e gastos com o pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e subsídio de férias

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pelo reconhecimento da 631 – Remunerações – Aos órgãos
10.000
estimativa de férias e sociais
subsídio de férias 632 – Remunerações – Ao pessoal 16.232
635 – Encargos sobre remunerações 6.230,10
636 – Seguros de acidentes no
262,32
trabalho
2722 – Credores por acréscimos de
32.724,42
gastos

85
Pág. 98-99
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal

Aplicação prática 14 – Participações nos lucros dos empregados


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica obteve, no período de 2023, uma vez mais, excelentes
resultados, pelo que atribuiu ao seu sócio-gerente (que detém 60% do capital) e aos seus
empregados participações nos lucros relativos ao período de 2023. Como se encontravam
reunidas as condições necessárias, o gasto foi reconhecido no período em que os
empregados e o gerente prestaram serviço, ou seja, no período de 2023.

• Efetuados os cálculos do valor a atribuir a cada empregado, constatou-se que o valor da


gratificação a receber pelo gerente é € 15.000 e que o valor a atribuir aos empregados é
de € 6.000 (€ 1.000 por cada empregado).

86
Pág. 99
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal
Aplicação prática 14 – Participações nos lucros dos empregados
Registos contabilísticos
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Pelo reconhecimento do gasto 631 – Remunerações – Aos órgãos
15.000
com a participação nos lucros sociais
dos empregados 632 – Remunerações – Ao pessoal 6.000
2722 – Credores por acréscimos de
21.000
gastos
Enquadramento fiscal
• O gerente detém 60% do capital social da entidade. A sua remuneração mensal é de € 5.000.
• Valor da gratificação a atribuir ao gerente: € 15.000 (a ser paga ou colocada à disposição até
ao final de 2024).
• Remuneração média mensal do gerente: € 5.000 x 14 / 12 = € 5.833,33
• Limite fiscal: 2 x € 5.833,33 = € 11.666,67
• Valor que ultrapassa o limite: € 15.000 – € 11.666,67 = € 3.333,33
• Acresce no campo 735 do Q07 da Modelo 22 de 2023: € 3.333,33.
• Os restantes encargos com as participações nos lucros dos empregados são aceites como
gastos fiscais, pressupondo o pagamento até ao final de 2024.
87
Pág. 98-99
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal
Aplicação prática 14 – Participações nos lucros dos empregados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

88
2.5. Pessoal e gastos com o pessoal – Orientações administrativas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Informação vinculativa – Processo n.º 2015 001262 (PIV 8668), de 12/08/2015

Informação vinculativa – Processo n.º 2321/2017, de 28/07/2017

Informação vinculativa – Processo n.º 2019 002006 (PIV 15662), de 27/09/2019

Informação vinculativa – Processo n.º 2019 3224 (PIV 16152), de 12/08/2019

89
Pág. 101

2.5. Pessoal e gastos com o pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 15 – Cessação de emprego

• A entidade Micro Fábrica despediu, em novembro de 2023, um empregado, que irá


receber uma indemnização no valor de € 16.000, não sujeita a imposto sobre
rendimento de trabalho dependente nem a segurança social, a qual lhe será
colocada à disposição em março de 2024.

90
Pág. 101

2.5. Pessoal e gastos com o pessoal


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 15 – Cessação de emprego


Registos contabilísticos

Data Descrição Conta Débito Crédito


30/11/2023 Reconhecimento do gasto com
634 – Indemnizações 16.000
os benefícios de cessação de
emprego 2722 – Credores por acréscimos de
16.000
gastos
Enquadramento fiscal

• Em termos de IRC, devemos acrescer € 16.000 no campo 715 do Q07 da Modelo 22 do


período de 2023 (n.º 12 do art.º 18.º do CIRC).

• Na Modelo 22 do período de 2024, devemos deduzir € 16.000 no campo 761 do Q07.

91
Pág. 101-106
2.6. Estado e outros entes públicos
Procedimentos de controlo de Estado e outros entes públicos
Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)


Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Acessos ao portal das finanças e demais sítios de internet


Da responsabilidade do Contabilista Certificado:
Procedimentos gerais de controlo
Conta “241 – Imposto sobre o rendimento”
Estimativa do imposto sobre o rendimento
Conta “242 – Retenção de impostos sobre rendimentos”
Conta “243 – Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)”
Conta “245 – Contribuições para a Segurança Social”
Conta “246 – Tributos das autarquias locais” e conta “248 – Outras tributações”
92
Pág. 106

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Pagamentos por conta: artigos 104.º e 105.º do CIRC

• Modelo 22 e portal das finanças: a consulta dos pagamentos por conta poderá ser
efetuada no portal das finanças em:

https://sitfiscal.portaldasfinancas.gov.pt/movfin

• Cálculo do pagamento por conta (art.º 105.º do CIRC)

• A OCC disponibiliza simuladores do cálculo dos pagamentos por conta e dos pagamentos
adicionais por conta (incluindo a simulação para o Continente, Região Autónoma da
Madeira e Região Autónoma dos Açores).

• Estes simuladores estão disponíveis em:

https://www.occ.pt/pt/noticias/simuladores-occ/

93
Pág. 107
2.6. Estado e outros entes públicos
• Pagamentos por conta: artigos 104.º e 105.º do CIRC
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Volume de negócios
Fórmula de cálculo (cada prestação) Fonte dos elementos (M22 ano anterior)
ano anterior

Campo 351 (Coleta); campo 359


≤ 500.000 80% x (coleta – retenções na fonte) / 3 (retenções na fonte); campo 411
(volume de negócios)
Campo 351 (Coleta); campo 359
> 500.000 95% x (coleta – retenções na fonte) / 3 (retenções na fonte); campo 411
(volume de negócios)

• Os pagamentos por conta são deduzidos no campo 360 do Q10 da Modelo 22.

94
Pág. 107
2.6. Estado e outros entes públicos

• Prazos dos pagamentos por conta (art.º 104.º do CIRC)


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• julho (1.º PPC): obrigatório


• setembro (2.º PPC): obrigatório
• 15 de dezembro (3.º PPC): pode ser suspenso ou limitado
• Pagamentos por conta: art.º 107.º do CIRC (suspensão ou limitação do 3.º PPC)
• Suspensão: Se o montante do pagamento por conta já efetuado é igual ao superior ao
imposto que será devido;
• Limitação: Se o montante do pagamento por conta já efetuado acrescido da terceira
entrega é superior ao imposto que será devido, pode limitar o pagamento a essa
diferença.
=» Se 80% x PPC devido – PPC efetuado > C367 do Q10 da M22 de 2023 (valor estimado) =>
montante a regularizar = C367 do Q10
=» Se 80% x PPC devido – PPC efetuado <= C367 do Q10 da M22 de 2023 (valor estimado) =>
montante a regularizar = 0,8 x PPC devido – PPC efetuado
95
2.6. Estado e outros entes públicos – Jurisprudência
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Acórdão do TCA Sul – Processo n.º 3855/15.0BELRS (13/07/2023)

96
Pág. 108
2.6. Estado e outros entes públicos

• Pagamento especial por conta (PEC) – Art.º 106.º do CIRC


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Revogado

• Dedução à coleta: art.º 93.º do CIRC

PEC dedutíveis à coleta Período de utilização Período de tributação Prazo pedido de


de 2023 (n.º de anos) limite para a dedução reembolso
PEC 2017 Ano + 6 2023 31/03/2024
PEC 2018 Ano + 6 2024 31/03/2025
PEC 2019 Ano + 6 2025 31/03/2026
PEC 2020 Ano + 6 2026 31/03/2027
PEC 2021 Ano + 6 2027 31/03/2028

97
Pág. 109

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Derrama municipal

• Derrama estadual (art.º 87.º-A do CIRC)

• Derrama regional (regiões autónomas) – Decreto Legislativo Regional n.º 21/2016/A, de 17 de


outubro (art.º 2.º)

• Estimativa de IRC (No caso prático, capítulo 5 do manual)

• Encargos (impostos e outros) sobre terceiros [art.º 23.º-A, n.º 1, al. f) do CIRC]

• Imposto adicional ao IMI (AIMI)

• Multas, coimas, juros compensatórios [art.º 23.º-A, n.º 1, al. e) do CIRC]

• Tributações autónomas
98
Pág. 114
2.6. Estado e outros entes públicos

• Prejuízos fiscais: art.º 52.º do CIRC


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Deixa de existir a limitação temporal na dedução dos prejuízos fiscais.


• Aplicável aos PEF de 2023 e àqueles que ainda são dedutíveis a 01/01/2023 (OE 2023:
65% LT / OE suplementar 2020 – aumento de 10 p.p. para PEF de 2020 e de 2021)
PEF obtidos no período N.º anos dedução Período limite dedução
2014 Ilimitado Ilimitado
2015 Ilimitado Ilimitado
2016 Ilimitado Ilimitado
2017 Ilimitado Ilimitado
2018 Ilimitado Ilimitado
2019 Ilimitado Ilimitado
2021 Ilimitado Ilimitado
2022 Ilimitado Ilimitado
2023 Ilimitado Ilimitado
99
Pág. 120

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro

• A entidade Micro Fábrica, em julho de 2023, adquiriu um serviço de manutenção e reparação


de um edifício localizado em Espanha, pelo valor de € 2.000 (valor sem IVA). O fornecedor
espanhol, na fatura emitida, liquidou o respetivo IVA à taxa de 21%.

• No mesmo mês, a entidade recebeu uma fatura de uma entidade consultora francesa, no
valor de € 600 (IVA incluído à taxa de 20%).

100
Pág. 120

2.6. Estado e outros entes públicos


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro

• Em outubro, a entidade Micro Fábrica solicitou o reembolso do IVA aos estados


espanhóis e franceses.

• Em novembro, o estado espanhol reembolsou o valor solicitado. O estado francês


recusou o reembolso alegando que não há direito ao reembolso na medida em que
o IVA foi indevidamente liquidado pela consultora francesa.

101
Pág. 120
2.6. Estado e outros entes públicos

Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
julho Fatura do fornecedor espanhol 6226 – Conservação e reparação 2.000
2471 – IVA suportado noutros países
420
– Espanha
22111 – Fornecedores c/c 2.420
julho Fatura do fornecedor francês 6224 – Honorários 500
2472 – IVA suportado noutros países
100
– França
22111 – Fornecedores c/c 600
novembro Reembolso do estado espanhol 12 – Depósitos à ordem 420
2471 – IVA suportado noutros países
420
– Espanha
Indeferimento do estado francês 6224 – Honorários 100
2472 – IVA suportado noutros países
100
– França

102
Pág. 120-122

2.6. Estado e outros entes públicos


Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal

Em termos de IRC, importa fazer referência à Circular n.º 14/2008, de 11 de julho, nos termos
da qual “Sempre que não seja exercido o direito ao reembolso do IVA, o montante do IVA
contabilizado como custo não é dedutível para efeitos de determinação do lucro tributável em
IRC, porque não se verifica o requisito exigido pelo n.º 1 do artigo 23.º do respetivo Código”.

Assim, no fecho de contas, deve-se verificar se existe para cada país IVA superior a € 50, por
forma a questionar o sujeito passivo da possibilidade de reembolso. Caso haja essa
pretensão, avança-se com o pedido de reembolso, ficando-se a aguardar resposta. No caso de
não se pretender efetuar o pedido de reembolso, avança-se para a sua regularização
contabilística e posterior acréscimo no Q07 da Modelo 22.

103
Pág. 120-122

2.6. Estado e outros entes públicos

Aplicação prática 17 – IVA suportado no estrangeiro


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal

Nos casos em que o IVA é inferior a € 50, não sendo passível de pedido de reembolso, avança-se
para a sua regularização contabilística, sem acréscimo no Q07 da Modelo 22.

Sempre que não seja exercido esse direito ao reembolso (sendo esse reembolso possível), o
montante do IVA reconhecido como gasto não é dedutível para efeitos de determinação do lucro
tributável em IRC, porque não se verifica o requisito exigido pelo n.º 1 do art.º 23.º do respetivo
Código.

No caso da entidade Micro Fábrica, o IVA suportado em França foi indevidamente liquidado pelo
fornecedor, pelo que, não sendo possível recuperar esse montante, deverá ser reconhecido como
gasto contabilístico, mas acrescido no campo 752 do Q07 da Modelo 22.

104
2.6. Estado e outros entes públicos – Jurisprudência
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Acórdão do STA – Processo n.º 0372/16 (15/11/2017)

105
Pág. 122
2.6. Estado e outros entes públicos

• Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Taxas de tributação autónoma viaturas ligeiras: n.º 3 do art.º 88.º do Código do IRC

Custo de aquisição
(valores em €) “Normais” Híbridas plug-in* Movidas a GNV Elétricas**

Inferior a 27.500 7% 1,75% 1,75% 0%


Igual ou superior a 27.500 e
19,25% 5,25% 5,25% 0%
inferior a 35.000
Igual ou superior a 35.000 24,5% 10,5% 10,5% 0%

Superior a 62.500 - - - 7%

(*) Para viaturas híbridas plug-in que tiverem uma autonomia mínima, no modo elétrico, de 50 km e emissões oficiais
inferiores a 50 gCO2/km
(**) O limite do custo de aquisição para as viaturas elétricas é de € 45.000 para 2011, € 50.000 para 2012 a 2014 e
€ 62.500 a partir de 2015
106
Pág. 123
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Em fevereiro de 2023, a entidade Micro Fábrica celebrou com um trabalhador um acordo escrito
de utilização a título pessoal de uma viatura ligeira de passageiros, adquirida em 10 de janeiro de
2020 por € 50.000. Para efeitos do processamento mensal de remunerações, teríamos:
Rendimento a tributar em fevereiro de 2023 em IRS:
• (0,75% x valor de mercado da viatura x 1 mês), em que,
• Valor de mercado da viatura (idade da viatura é 2 anos) = Valor de aquisição – (Valor de
aquisição x Coeficiente de desvalorização acumulado da Portaria n.º 383/2003)
Valor de mercado = € 50.000 – (€ 50.000 x 0,35)
Valor de mercado = € 50.000 – € 17.500 = € 32.500
• Assim, o rendimento a considerar será de: 0,75% x € 32.500 = € 243,75
https://portal.occ.pt/pt-pt/simulador-viatura
107
Pág. 123-124
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Rendimento a tributar em fevereiro em segurança social:

• Base = 0,75% x valor de aquisição da viatura = 0,75% x € 50.000 = € 375

Da responsabilidade do trabalhador:

• € 375 x 11% = € 41,25

Da responsabilidade da entidade empregadora:

• € 375 x 23,75% = € 89,06

• Estes montantes deverão ser objeto de inclusão no recibo de vencimento (remuneração em


espécie) bem como na DMR AT mensalmente e, eventualmente, na declaração de
remunerações para a segurança social (se aplicável).

108
Pág. 123-124
2.6. Estado e outros entes públicos
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Informação vinculativa – Processo n.º 2364/2018, de 18/09/2018

109
Pág. 125-131
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
Procedimentos de controlo de inventários, custo dos inventários e variação da produção
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Sistema de inventário permanente

Gestão informática dos inventários

Segregação de funções

Manual de procedimentos e outras informações

Operações internas com inventários e afetações a outros fins

Contagem física

Contabilidade analítica
Regime de bens em circulação e comunicação dos inventários à Autoridade Tributária e
Aduaneira (AT)
Documentação para a contabilidade

110
Pág. 131

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Procedimentos de controlo de inventários, custo dos inventários e variação da produção
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Regime de bens em circulação e comunicação dos inventários à Autoridade Tributária e
Aduaneira (AT)
Sistema de inventário permanente e contabilidade analítica
Conferência dos registos contabilísticos

111
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
• Sistemas de inventário (permanente e intermitente)
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Enquadramento contabilístico
• Mensuração dos inventários
• Custo e valor realizável líquido
• Custo de aquisição e custo de produção
• Custos de empréstimos obtidos
• Técnicas e fórmulas de custeio para a mensuração dos inventários
• Enquadramento fiscal
• Critérios de mensuração fiscal – art.º 26.º do CIRC (“Inventários”)
• Perdas por imparidade em inventários (art.º 28.º do CIRC)
• Comunicação dos inventários à AT (valorização apenas para inventário permanente –
acordo de concertação social)
112
Pág. 138

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Durante o mês de dezembro de 2023, são conhecidos os seguintes dados da entidade Micro
Fábrica (valores em €):
• Compras de matérias para a produção: 32.500
• Gastos com o pessoal da produção: 8.000
• Eletricidade da fábrica: 1.500
• Depreciações das máquinas: 10.000
• Outros: 1.500
• Relativamente às matérias para a produção, sabe-se que a existência inicial estava mensurada
por € 7.500 e a existência final tem o valor de € 9.000.
• Durante o mês foram produzidas 10.000 unidades.

113
Pág. 139

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados

Registos contabilísticos da compra das matérias-primas


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Compras das matérias para a 312 – Compras – Matérias-primas,
32.500
produção subsidiárias e de consumo
2432 – IVA dedutível 7.475
22111 – Fornecedores c/c – A 39.975
Entrada em armazém 312 – Compras – Matérias-primas,
32.500
subsidiárias e de consumo
331 – Matérias-primas, subsidiárias
32.500
e de consumo – Matérias-primas

114
Pág. 139

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados

Registo contabilístico dos consumos das matérias-primas


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Consumos das matérias 331 – Matérias-primas, subsidiárias
31.000
(incorporação dos materiais na e de consumo – Matérias-primas
produção) 612 – CMVMC – Matérias-primas,
31.000
subsidiárias e de consumo

Consumos = EI + Compras – EF

Consumos = € 7.500 + € 32.500 – € 9.000

Consumos = € 31.000

115
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos dos outros custos


Os restantes gastos incorridos que estejam direta ou indiretamente relacionados com a produção
devem ser reconhecidos como gastos de acordo com a respetiva natureza (v.g. mão-de-obra do
pessoal da produção, depreciações de equipamentos da fábrica, rendas de instalações fabris).
Assim, neste caso, os restantes gastos estão reconhecidos nas seguintes contas:

Descrição Conta Valor (€)


Gastos com o pessoal da 632 – Remunerações do pessoal
8.000
produção 635 – Encargos sobre remunerações
Eletricidade da fábrica 6241 – Eletricidade 1.500
6423 – Gastos de depreciação e de
Depreciações das
amortização – Ativos fixos tangíveis – 10.000
máquinas
Equipamento básico
Outros 62x – FSE 1.500

116
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados

Cálculo do custo de produção

Matérias consumidas 31.000


MOD 8.000
GGF 13.000
Custo Produção Acabada 52.000*

(*) Assumindo que não há produção em curso

117
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados

Registo contabilístico da produção acabada


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Custo da produção acabada 341 – Produtos acabados – Produto A 52.000
731 – Variações nos inventários da
produção – Produtos acabados e 52.000
intermédios

118
Pág. 139-140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 19 – Compras e consumos e valorização de produtos acabados

Foram vendidas as 10.000 unidades, valorizadas a € 52.000, por € 100.000. Foi utilizado o custo
específico.

Registo contabilístico do rédito pela venda de produtos acabados

Data Descrição Conta Débito Crédito


dezembro Pelo rédito das vendas de 211 – Clientes 123.000
produtos acabados 712 – Produtos acabados 100.000
2433 – IVA liquidado 23.000
Pelo gasto das vendas 731 – Variações nos inventários da
produção – Produtos acabados e 52.000
intermédios
341 – Produtos acabados – Produto A 52.000

119
Pág. 140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 20 – Quebras de inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Ainda no mês de dezembro, a entidade Micro Fábrica apurou as seguintes quebras nas matérias:

Quantidades(un.) Valor (€)


✓ Quebras normais 200 500
✓ Quebras anormais 600 1.500

O que fazer às quantidades?


• Perante quebras em inventários, é necessário, antes de mais, aferir se estamos perante quebras
consideradas normais ou anormais.
Quebras normais – são aquelas verificadas com alguma regularidade e resultantes do exercício da
atividade, porque inerentes ao processo produtivo e ou ao manuseamento de certos bens.
• Estas não são alvo de relevação contabilística individualizada ficando refletidas posteriormente no
apuramento do CMVMC – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (conta 61).
Quebras anormais – são aquelas de verificação imprevisível, eventual e resultantes de factos alheios
ao exercício da atividade, como por exemplo acidentes, roubos, incêndios, entre outros.
120
Pág. 140

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 20 – Quebras de inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Independentemente do valor das quebras, para regularizar o inventário, deve ser elaborado
um documento que identifique a quantidade e o valor (preço de custo, sem IVA) das quebras,
servindo este documento de suporte ao movimento contabilístico.
• Estas perdas derivadas de quebras podem ser relevadas na contabilidade periodicamente,
socorrendo-se de um registo extra contabilístico onde se enumerem e quantifiquem estas
situações que se pretendam relevar, o qual suportará, documentalmente, o lançamento
contabilístico.
• Contabilisticamente, as quebras normais são relevadas no apuramento do CMVMC (conta 61),
as outras quebras, não sendo consideradas normais, terão o seguinte reflexo:
• Débito: 6842 – Quebras
• Crédito: 38x – Reclassificação e regularização de inventários e ativos biológicos

121
Pág. 141

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 20 – Quebras de inventários

Registos contabilísticos quebras de inventários


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Quebras normais 612 – CMVMC – Matérias-primas, subsidiárias e de
500
consumo
331 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo –
500
Matérias-primas
Quebras 6842 – Perdas em inventários – Quebras 1.500
anormais 383 – Reclassificação e regularização de inventários e
ativos biológicos – Matérias-primas, subsidiárias e de 1.500
consumo
383 – Reclassificação e regularização de inventários e
ativos biológicos – Matérias-primas, subsidiárias e de 1.500
consumo
331 – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo –
1.500
Matérias-primas

122
Pág. 141

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 20 – Quebras de inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos fiscais, este gasto será aceite dado que as perdas de inventários resultantes de
quebras fazem parte do exercício da atividade.
• É sempre aconselhável fazer a comunicação de abates de inventários ao serviço de finanças
com uma antecedência mínima de 15 dias para a AT poder fazer deslocar um agente de
fiscalização para presenciar o ato se assim o entender. A presença desse agente da AT confere
o máximo de segurança em relação às consequências fiscais relacionadas com o abate
(aceitação do gasto fiscal e inexistência de regularização do IVA).
• A comunicação do abate dos inventários pode ser efetuada de acordo com os procedimentos
similares previstos no n.º 3 do art.º 31.º-B do CIRC, para os ativos não correntes.

123
Pág. 141

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 20 – Quebras de inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos os bens que se encontrem em qualquer
dos locais em que o sujeito passivo exerce a sua atividade e presumem-se transmitidos os
bens adquiridos, importados ou produzidos que se não encontrem em qualquer desses locais
(art.º 86.º do CIVA).

Ofício-Circulado n.º 35264, de 24/10/1986, da Direção de Serviços do IVA

Acórdão do CAAD – Processo n.º 701/2014-T (08/05/2015)

124
Pág. 142

2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção


Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade em inventários
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica, após análise aos inventários finais dos produtos acabados, detetou
que existem 50 unidades em que o preço de venda é inferior ao preço de custo. O preço de
custo destas unidades é de € 5,20/unidade e o preço de venda é de € 2/unidade.
Enquadramento contabilístico
• Em termos de mensuração, o parágrafo 11.1 da NCRF-PE refere que os inventários devem ser
mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.
• O procedimento contabilístico previsto nos parágrafos 11.20 a 11.24 da NCRF-PE estabelece
que quando algum item de inventários, ou itens semelhantes, sofram alguma desvalorização,
o seu custo (de aquisição ou de produção) deve ser reduzido para o respetivo valor
recuperável, que é o valor realizável líquido.

125
Pág. 142
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção

Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade em inventários


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Imparidades em inventários 652 – Perdas por imparidades – Em
160
inventários
349 – Perdas por imparidade
160
acumuladas

• Para suportar estes registos contabilísticos deve ser comprovada a redução de valor dos bens,
nomeadamente por deterioração do seu estado físico, da desvalorização permanente do seu
preço de mercado ou de qualquer outra razão que justifique o reconhecimento da perda por
imparidade.
• Essa comprovação pode ser efetuada através de documentos internos de análise técnica dos
itens do inventário, como por exemplo um relatório do responsável técnico pela produção ou
armazenagem dos bens, cotações oficiais de preços, os últimos preços praticados pela
entidade ou também através de relatórios emitidos por entidades terceiras.
126
Pág. 143
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção
Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade em inventários
Enquadramento fiscal
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• O art.º 28.º do CIRC prevê um tratamento semelhante ao estabelecido nas normas


contabilísticas. No entanto, esta norma fiscal estabelece uma definição específica de valor
realizável líquido, que pode não ser exatamente idêntico ao estabelecido em termos
contabilísticos.
• Essa regra fiscal determina que o valor realizável líquido deve ser determinado pelos preços
de venda constantes de elementos oficiais ou os últimos que em condições normais tenham
sido praticados pelo sujeito passivo ou ainda os que, no termo do período de tributação,
forem correntes no mercado, desde que sejam considerados idóneos ou de controlo
inequívoco.
• Atendendo a estas regras fiscais, para suportar a perda em inventários resultante da situação
de perda por imparidade, a entidade deve obter toda a documentação ou outro tipo de
informação disponível, que comprove a quebra ou redução de preços, a obsolescência, os
danos ou qualquer outro motivo.
• No caso da entidade Micro Fábrica, caso não seja possível reunir a documentação que
comprove de forma inequívoca e idónea a quebra ou redução do valor dos inventários, a
perda por imparidade reconhecida não será aceite fiscalmente e deverá ser acrescida no
campo 718 do Q07 da Modelo 22.
127
2.7. Inventários, custo dos inventários e variação da produção – Orientações administrativas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Informação vinculativa – Processo n.º 2019 000479 (PIV 15019), de 19/02/2019

Informação vinculativa – Processo n.º 1536/21 (PIV 20802), de 01/07/2021

128
Pág. 146
2.8. Investimentos financeiros
Procedimentos de controlo de investimentos financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Mensuração dos investimentos financeiros
Suporte documental
Documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Conferência dos registos contabilísticos
Demonstrações financeiras consolidadas
Recebimento de lucros ou dividendos
Empréstimos concedidos e juros obtidos
Alienação de partes de capital
Saldos e operações em outras divisas

129
Pág. 151
2.8. Investimentos financeiros
• Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

REGIME Investimentos em partes de capital de outras entidades – Mensuração

Não cotadas Custo menos perdas por imparidades acumuladas

Justo valor com alterações em resultados, caso sejam negociados em


Cotadas mercado líquido e regulamentado (e não sejam classificados como
subsidiárias, associadas ou controlo conjunto)
NCRF – PE Método da equivalência patrimonial:
• Tal como previsto na NCRF 13 – Interesses em empreendimentos
Opção conjuntos e investimentos em associadas
• Se a entidade optar pelo MEP, esta opção tem de ser aplicada a todos
os investimentos da mesma natureza

130
Pág. 151-152

2.8. Investimentos financeiros


• Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Mensuração do goodwill e do negative goodwill


• Mensuração subsequente – método da equivalência patrimonial (MEP)
• Distribuição de lucros pela participada
• Outras alterações nos capitais próprios da participada
• Percentagem de interesse na participada
• Ajustamentos nas demonstrações financeiras da participada para a aplicação do MEP
• Descontinuação da aplicação do MEP
• Lucros não atribuídos (aditamento do n.º 3 ao art.º 32.º do CSC)
• Interrupção da aplicação / obrigatoriedade de utilização
• Perdas por imparidade
• Participações no capital próprio de outras entidades
131
Pág. 152-158

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Enquadramento fiscal

• Impacto fiscal das imparidades

• Impacto fiscal da aplicação do justo valor

• Impacto fiscal da utilização do MEP (imputação do resultado, variações patrimoniais,


dividendos recebidos)

• Impacto fiscal no recebimento de dividendos quando não existe aplicação do MEP

• Impacto fiscal da alienação de investimentos financeiros (mais e menos-valias fiscais)

132
Pág. 158

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 22 – Aplicação do MEP – Reconhecimento inicial da participada

• A entidade Micro Fábrica adquiriu, em setembro de 2023, uma participação social de 70% na
Sociedade C, pelo valor de € 56.000. O capital próprio da subsidiária (sociedade C), na data da
aquisição, era de € 60.000 e representava o justo valor líquido dos ativos, passivos e passivos
contingentes identificáveis.

• A entidade optou por reconhecer os investimentos financeiros pelo MEP.

• Dado que a entidade Micro Fábrica adota a NCRF-PE, efetivamente resulta do parágrafo 17.7
da NCRF-PE que poderá optar pelo MEP para o reconhecimento dos investimentos financeiros
em subsidiárias, associadas ou entidades conjuntamente controladas.

133
Pág. 158

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 22 – Aplicação do MEP – Reconhecimento inicial da participada

Registos contabilísticos

Data Descrição Conta Débito Crédito


setembro Aquisição da 4111 – Investimentos em subsidiárias – Participações
participação na 42.000
de capital – método da equivalência patrimonial
sociedade C (1)
441 – Goodwill 14.000
12 – Depósitos à ordem 56.000

(1) Goodwill = € 56.000 – 70% x € 60.000 = € 14.000

134
Pág. 158

2.8. Investimentos financeiros

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das participadas


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica detém duas participações, tendo optado pelo MEP para
reconhecimento contabilístico dos investimentos financeiros. Relativamente ao ano de 2023,
sabe-se a seguinte informação:

Sociedade A (participação de 40%)

• Em março de 2023, a entidade A deliberou a distribuição de lucros no valor de € 50.000

• Em 2023 foi apurado um lucro de € 100.000

Sociedade C (participação de 70%)

• Em 2023 foi apurado um prejuízo de € 20.000

135
Pág. 159

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das participadas

Registos contabilísticos da distribuição dos lucros


Data Descrição Conta Débito Crédito
março Pela distribuição
de dividendos 278x – Resultados atribuídos – Entidade A 20.000
deliberada pela
4121 – Investimentos em associadas – Participações de
entidade A (1) 20 000
capital – método da equivalência patrimonial
abril Pelo recebimento
12 – Depósitos à ordem 20.000
dos lucros
278x – Resultados atribuídos – Entidade A 20.000

(1) € 50.000 x 40% = € 20.000

136
Pág. 159
2.8. Investimentos financeiros
Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das participadas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Considerando que a entidade Micro Fábrica recebeu lucros da sua participada (sociedade A)
no ano de 2023, o valor efetivamente recebido (€ 20.000) deve ser acrescido no campo 712 do
Q07 da Modelo 22.
• Considerando que a entidade Micro Fábrica reúne todos os requisitos previstos no art.º 51.º
do CIRC, os lucros recebidos (€ 20.000) não são tributados, pelo que devem ser deduzidos no
campo 771 (eliminação da dupla tributação económica dos lucros distribuídos).
• De notar que, no momento da distribuição dos lucros, por parte da sociedade A, não houve
lugar à retenção na fonte, nos termos da alínea c) do n.º 1 do art.º 97.º do CIRC. Esta alínea
refere que não existe obrigação de retenção nos:
• Lucros e reservas distribuídos a que seja aplicável o regime estabelecido no n.º 1 do art.º
51.º, desde que a participação no capital tenha permanecido na titularidade da mesma
entidade, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua colocação à
disposição.

137
Pág. 159

2.8. Investimentos financeiros

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das participadas


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registos contabilísticos da imputação dos resultados


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Pela imputação 4121 – Investimentos em associadas – Participações
dos resultados 40.000
de capital – método da equivalência patrimonial
positivos da
7851 – Rendimentos em subsidiárias, associadas e
sociedade A (1)
empreendimentos conjuntos – Aplicação do método 40 000
da equivalência patrimonial
dezembro Pela imputação 6852 – Gastos em subsidiárias, associadas e
dos resultados empreendimentos conjuntos – Aplicação do método 14.000
negativos da da equivalência patrimonial
sociedade C (2) 4111 – Investimentos em subsidiárias – Participações
14.000
de capital – método da equivalência patrimonial

(1) € 100.000 x 40% = € 40.000


(2) € 20.000 x 70% = € 14.000

138
Pág. 160

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP – Imputação dos resultados das participadas

Enquadramento fiscal

• Tal como já referido, a adoção do MEP não é aceite fiscalmente, pelo que, em termos fiscais, a
entidade Micro Fábrica terá de eliminar o efeito contabilístico do MEP.

• Assim, o valor reconhecido na conta 7851 deve ser deduzido no campo 758 do Q07 da Modelo
22.

• O valor reconhecido na conta 6852 deve ser acrescido no campo 712 do Q07 da Modelo 22.

139
Pág. 160

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP – Amortização do Goodwill

Da aplicação prática anterior resultou que a entidade Micro Fábrica, pela aquisição da
participação na sociedade C, apurou um goodwill no valor de € 14.000.

Enquadramento contabilístico

O tratamento do goodwill encontra-se previsto no parágrafo 52 da NCRF 13 e nos parágrafos


43 a 47 da NCRF 14 (aplicação supletiva do parágrafo 17.7 da NCRF-PE).

Após o reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar o goodwill obtido na aquisição de


instrumentos de capital próprio noutra entidade (ou obtido numa concentração de atividades
empresariais) pelo custo menos amortizações acumuladas, menos quaisquer perdas por
imparidade acumuladas. As amortizações serão reconhecidas ao longo da sua vida útil (nos
termos da NCRF 6) ou em 10 anos, caso a sua vida útil não possa ser estimada com fiabilidade.

140
Pág. 160

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP – Amortização do Goodwill

Registos contabilísticos da amortização do Goodwill


Data Descrição Conta Débito Crédito
dezembro Pela amortização
do Goodwill (1) 643 – Amortização – Ativos intangíveis 1.400

448 – Amortizações acumuladas 1.400

(1) € 14.000 / 10 anos = € 1.400

141
Pág. 160-161

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP – Amortização do Goodwill
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos de IRC, as amortizações do goodwill não são fiscalmente aceites, porque não estão
compreendidas nas situações previstas no art.º 29.º do CIRC.
• Por seu lado, o n.º 1 do art.º 45.º-A do CIRC prevê a possibilidade de dedução fiscal, em partes
iguais, durante 20 anos, para o goodwill adquirido numa concentração de atividades
empresariais. Esta disposição não se aplica ao goodwill respeitante a participações sociais
[alínea b) do n.º 4 do art.º 45.º-A do CIRC].
• O art.º 12.º da Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro, determina que a referida dedução fiscal só se
aplica relativamente a ativos intangíveis e goodwill adquiridos em períodos de tributação que
se tenham iniciado em, ou após, 1 de janeiro de 2014.
Em termos da Modelo 22, a sociedade Micro Fábrica deve:
• Acrescer a amortização reconhecida na contabilidade (€ 1.400) no campo 719 do Q07.

142
Pág. 161

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Em novembro de 2023, a entidade Micro Fábrica alienou a participação que detinha na


sociedade B desde a sua constituição, pelo valor de € 100.000. Na data da alienação, o valor
contabilístico desta participação é de € 120.000. A sociedade B foi constituída em 2013, tendo
a sociedade Micro Fábrica entregue como realização do capital social o valor de € 150.000.
Enquadramento contabilístico
• A alienação de investimentos financeiros em instrumentos de capital próprio de outra
entidade, classificados como investimentos em subsidiárias, associadas ou empreendimentos
conjuntos, e mensurados pelo método da equivalência patrimonial (MEP), devem implicar a
determinação de um ganho ou uma perda (mais ou menos-valia) em função da diferença
entre o montante da contraprestação obtida e a quantia escriturada do investimento
financeiro, o qual estará influenciado pela aplicação do MEP.
143
Pág. 161

2.8. Investimentos financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 25 – Alienação de participação

Registo contabilístico da alienação da participação


Data Descrição Conta Débito Crédito
novembro Pela alienação
da participação 12 – Depósitos à ordem 100.000
na sociedade B
6853 – Gastos e perdas em subsidiárias,
associadas e empreendimentos conjuntos – 20.000
Alienações
4111 – Investimentos em subsidiárias –
(1) 14.000 euros / 10 anosParticipações
= 1.400
patrimonial
de capital – método da equivalência
euros 120.000

144
Pág. 162

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos fiscais, no âmbito do art.º 46.º do CIRC, devem ser determinadas as respetivas
mais ou menos-valias decorrentes da alienação da participação social.
• O valor de aquisição é o valor referente ao custo (histórico) de aquisição da participação,
eventualmente líquido de perdas por imparidade, não sendo influenciado pela mensuração
pelo MEP. Este valor de aquisição deve incluir o valor dos instrumentos de capital próprio
(ações ou quotas), bem como de outros instrumentos de capital próprio.
• Se a alienação das partes de capital se referir a uma participação adquirida há mais de 2 anos,
deve ser aplicado o respetivo coeficiente de desvalorização monetária, nos termos do art.º
47.º do CIRC. Esse coeficiente apenas pode ser aplicado às partes de capital (e não aos outros
instrumentos de capital próprio).
• Em termos fiscais, quando uma mais-valia ou menos-valia, decorrente de uma alienação,
resultar de uma participação social noutra entidade e se cumpram os requisitos previstos no
art.º 51.º-C do CIRC e nas alíneas a), c) e e) do n.º 1 do art.º 51.º do CIRC, bem como o
requisito previsto na alínea d) do n.º 1 ou no n.º 2 do mesmo artigo, esta não é relevante na
determinação do lucro tributável de IRC.
145
Pág. 162

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Cumprindo esses requisitos, nomeadamente a participação não ser inferior a 10% e desde que
a participação no capital tenha permanecido na titularidade da mesma entidade, de modo
ininterrupto, por um período não inferior a 12 meses, essa mais-valia fiscal não é tributada em
sede de IRC na esfera da entidade participante, nem a menos-valia é dedutível.
• A prova do cumprimento destes requisitos deve ser efetuada através de declarações ou
documentos confirmados e autenticados pelas entidades públicas competentes, nos termos
do art.º 51.º-B do CIRC.
• No caso da entidade Micro Fábrica, o cálculo da mais ou menos-valia pela alineação da
participação é o seguinte:
• € 100.000 – (€ 150.000 x 1,12*) = (€ 68.000) (menos-valia fiscal)
• (*) Portaria n.º 340/2023, de 8 de novembro – atualização dos coeficientes de desvalorização da moeda a aplicar aos
bens e direitos durante o ano de 2023

146
Pág. 163

2.8. Investimentos financeiros


Aplicação prática 25 – Alienação de participação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
Preenchimento da Modelo 22
Menos-valia contabilística
• O valor da menos-valia contabilística (€ 20.000) deve ser acrescido no campo 736 do Q07.
• Se existir uma menos-valia fiscal, que possa ser dedutível por não se reunirem os requisitos do
art.º 51.º-C do CIRC, esta deve ser deduzida no campo 769 do Q07.
• Verificados os requisitos indicados, às menos-valias fiscais aplica-se o regime de “participation
exemption” previsto no art.º 51.º-C do CIRC.
• Neste caso, a menos-valia fiscal deixa de ser relevante fiscalmente, devendo ser retirada da
imputação ao lucro tributável de IRC. Isto é, assumindo que a entidade Micro Fábrica cumpre
com os requisitos do art.º 51.º-C do CIRC, a menos-valia fiscal não concorre para o lucro
tributável. Nestas condições, não deve ser preenchido o campo 769 do Q07.
• Não se aplicando o art.º 51.º-C do CIRC, a menos-valia fiscal obtida é fiscalmente relevante.

147
Pág. 166-168

2.9. Investimentos não financeiros


Procedimentos de controlo de investimentos não financeiros
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Gestão informática dos ativos não correntes
Manual de políticas contabilísticas e de procedimentos internos
Documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:


Gestão informática dos ativos não correntes
Procedimentos de execução
Conferência dos registos contabilísticos
Controlo individualizado dos itens do ativo não corrente (“fichas de imobilizado”)

148
Pág. 169

2.9. Investimentos não financeiros

• Propriedades de investimento
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Definição e âmbito (imóveis para arrendamento ou valorização de capital)

• Enquadramento contabilístico (NCRF-PE: reconhecidas como ativos fixos tangíveis)

• Ativos fixos tangíveis

Enquadramento contabilístico

• Modelo do custo / Modelo da revalorização

• Depreciação (métodos, estimativas da vida útil e do valor residual)

• Perdas por imparidade

• Alienação e abates

149
Pág. 170

2.9. Investimentos não financeiros

• Ativos fixos tangíveis


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal

• Depreciações e valor residual

• Depreciações não dedutíveis para efeitos fiscais (art.º 34.º do CIRC)

• Depreciações excessivas [alínea c) do n.º 1 do art.º 34.º do CIRC]

• Depreciações e amortizações praticadas para além do período máximo de vida útil


[alínea d) do n.º 1 do art.º 34.º do CIRC]

• Depreciações viaturas [alínea e) do n.º 1 do art.º 34.º do CIRC]

• Imparidade, abates e desvalorizações excecionais (art.º 31.º-B do CIRC)

• Mais valias e reinvestimento (artigos 46.º e 48.º do CIRC)

150
Pág. 172

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Ativos intangíveis

Enquadramento contabilístico

• Cumprimento da definição de ativo intangível e critérios de reconhecimento

• Estimativa da vida útil (finitas e indefinidas)

Enquadramento fiscal

• Regime fiscal dos ativos intangíveis com vida útil indefinida – art.º 45.º-A do CIRC

151
Pág. 181

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento

• A entidade Micro Fábrica efetuou, em dezembro de 2023, a venda de um imóvel,


classificado como ativo fixo tangível, por € 200.000.

• O VPT à data da venda é de € 210.000.

• O imóvel foi adquirido por € 150.000 em janeiro de 2019, tendo sido objeto de
depreciações de 2019 a 2022 no montante de € 28.125.

• O VPT à data de aquisição era de € 200.000.

• A entidade pretende efetuar o reinvestimento da totalidade do valor de realização obtido


na aquisição de outro imóvel, a classificar como item do ativo fixo tangível.

152
Pág. 181

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento

• Mais-valia ou menos-valia Contabilística = Valor de realização – (Custo de aquisição –


Depreciações acumuladas – Perdas por imparidade acumuladas)

• Este cálculo extracontabilístico permite determinar desde logo se a alienação irá determinar
uma mais ou menos-valia (ganho ou perda).

Assim, pela alienação do imóvel, a Micro Fábrica apurou:

• € 200.000 – (€ 150.000 – € 28.125) = € 78.125 (mais-valia)

153
Pág. 182

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento


Registo contabilístico da alienação do imóvel

Data Descrição Conta Débito Crédito


dezembro Pela anulação das 438 – Depreciações acumuladas 28.125
depreciações acumuladas
e perdas por imparidades 432 – Edifícios e outras construções 28.125
acumuladas
Pelo desreconhecimento do 278 – Outros devedores e credores 200.000
imóvel (1)
431 – Terrenos e recursos naturais 37.500
432 – Edifícios e outras construções 84.375
7871 – Rendimentos e ganhos em
investimentos não financeiros – 78.125
Alienações

(1) Assumindo que o terreno corresponde a 25% do valor do imóvel.

154
Pág. 182

2.9. Investimentos não financeiros


Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos de IRC, há que determinar a mais ou menos-valia fiscal nos termos do art.º 46.º e
seguintes do CIRC.
• Mais-valia fiscal = Valor de realização – (Custo de aquisição – Depreciações aceites fiscalmente
– Perdas por imparidade aceites fiscalmente) x Coeficiente desvalorização monetária
• Como esta mais-valia se refere a um imóvel, há ainda que ter em atenção o disposto no art.º
64.º do CIRC.
• De acordo com este artigo, se o Valor Patrimonial Tributário (VPT) definitivo determinado à
data da venda for superior ao valor de realização (do contrato de venda), deve ser esse VPT a
ser considerado na determinação do resultado fiscal.
• Mais-valia fiscal = € 200.000 – (€ 150.000 – € 28.125) x 1,09* = € 67.156,25

• (*) Portaria n.º 340/2023, de 8 de novembro – atualização dos coeficientes de desvalorização da moeda a
aplicar aos bens e direitos durante o ano de 2023
155
Pág. 183
2.9. Investimentos não financeiros
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e reinvestimento
Enquadramento fiscal – Preenchimento da Modelo 22
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Mais-valia contabilística
• Dedução no campo 767 do Q07, no valor de € 78.125
Mais-valia fiscal
• Acréscimo no campo 739, no valor de € 67.156,25 (sem intenção de reinvestimento)
• Ou acréscimo no campo 740, no valor de € 33.578,13 (com intenção de reinvestimento)
Correções do valor de aquisição e de alienação para o VPT
• Acréscimo da diferença positiva entre o VPT e o VR [conforme alínea a) do n.º 3 do art.º 64.º
do CIRC], no campo 745 do Q07 [diferença entre o VPT à data da venda e o VR, isto é, € 10.000
(€ 210.000 – € 200.000)]
• Dedução da diferença positiva entre o VPT e o VA [conforme alínea b) do n.º 3 do art.º 64.º do
CIRC], no campo 772 do Q07 [diferença entre o VPT à data de aquisição e o VA, isto é, € 50.000
(€ 200.000 – € 150.000)]
Assim, no caso da Micro Fábrica, o resultado tributável resultante da alienação do imóvel será:
• Mais-valia fiscal = € 33.578,13 (assumindo que existe intenção de reinvestimento)
• Correção do VPT/VR = € 10.000
• Correção do VPT/VA = (€ 50.000)
• Resultado tributável = (€ 6.421,87)
156
Pág. 188
2.9. Investimentos não financeiros

Aplicação prática 27 – Questão dos websites


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica contratou uma entidade para o desenvolvimento de um website.


Durante o ano de 2023 foram suportados dispêndios no valor de € 15.000. No final do ano, os
trabalhos de desenvolvimento do website ainda não estavam finalizados.

• Se o objetivo do website for o de apenas promover e publicitar os produtos e serviços da


entidade, o correspondente dispêndio deve ser reconhecido como gasto quando incorrido,
uma vez que não é expectável que fluam para a entidade benefícios económicos que
ultrapassem o período contabilístico.

• Se o website, para além dos aspetos publicitários, constituir uma plataforma para a realização
de vendas online, esperando-se, por conseguinte, que do seu uso fluam benefícios
económicos futuros para a entidade, então o seu custo poderá ser reconhecido como um
ativo intangível se se encontrarem reunidas todas as condições previstas no capítulo 8 da
NCRF-PE – Ativos intangíveis.

157
Pág. 188

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 27 – Questão dos websites

O objetivo será a criação de uma plataforma de vendas online, sendo reconhecido como ativo
intangível.

Registo contabilístico
Data Descrição Conta Débito Crédito
2023 Pela contratação dos
454 – Ativos intangíveis em curso 15.000
serviços para o
desenvolvimento do
2711 – Fornecedores de investimentos 15.000
website

158
Pág. 188

2.9. Investimentos não financeiros


Aplicação prática 28 – Dispêndios com formação
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• A entidade Micro Fábrica adquiriu um novo módulo de gestão para o arquivo documental e
workflows de aprovações. Na fatura de aquisição consta a quantia de € 25.000 para a
aquisição do módulo, o valor de € 5.000 para a instalação e € 1.500 para a formação dos
colaboradores.
• Estando perante a aquisição de um módulo para a melhoria da eficiência da gestão da
entidade, podemos assumir que estão reunidos todos os requisitos previstos no capítulo 8 da
NCRF-PE, para o reconhecimento como ativo intangível.
• Quanto à mensuração, devemos atender ao parágrafo 8.4 da NCRF-PE, o qual refere que um
ativo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.
• Os parágrafos 8.10 a 8.13 da NCRF-PE abordam alguns dispêndios que deverão ser
reconhecidos como gastos, nos quais se incluem as despesas com formação [alínea c) do
parágrafo 8.12].
159
Pág. 188

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 28 – Dispêndios com formação

Registo contabilístico

Data Descrição Conta Débito Crédito


2023 Pela aquisição do
443 – Ativos intangíveis – Programas de
Módulo de Gestão 30.000
computador

638 – Outros gastos com o pessoal 1.500

2711 – Fornecedores de investimentos 31.500

160
Pág. 189

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 29 – Marcas

• A entidade Micro Fábrica adquiriu, em janeiro de 2015, a propriedade de uma prestigiada


marca pelo montante de € 200.000. Tendo em consideração as regras de reconhecimento e
mensuração constantes no capítulo 8 da NCRF-PE, a marca foi considerada como um ativo
intangível com vida útil indefinida.

• O tratamento contabilístico e fiscal das operações no período de 2023, considerando uma


vida útil indefinida e a sua repercussão fiscal, será o que se segue.

161
Pág. 189

2.9. Investimentos não financeiros


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 29 – Marcas

Registo contabilístico

Data Descrição Conta Débito Crédito


2023 Registo contabilístico 643 – Gastos de depreciação e de
da amortização 20.000
amortização – Ativos intangíveis

448 – Amortizações acumuladas 20.000

162
Pág. 190

2.9. Investimentos não financeiros


Aplicação prática 29 – Marcas
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Em termos fiscais e de acordo com o disposto no art.º 45.º-A do CIRC, pode-se deduzir uma
vigésima parte do custo do ativo no apuramento do lucro tributável, originando uma diferença
entre o valor contabilístico e o valor fiscal. No caso em concreto, a entidade inscreveu o valor
de € 10.000 no campo 792 do Q07 da Modelo 22.
• Em termos fiscais, a amortização da marca (vida útil indefinida) não é aceite apesar de o
procedimento contabilístico (em 2016) ter sido alterado, passando a prever a amortização.
• Estes ativos continuam a não ter uma vida útil definida, pelo que também não possuem uma
vigência temporal limitada, o que determina que o gasto com amortização continua a não ser
dedutível para efeitos de IRC.
• A dedução fiscal prevista no art.º 45.º-A do CIRC não deve ser confundida com a dedução
fiscal da amortização contabilizada, tratando-se de dois procedimentos distintos, com âmbito
e propósito diferentes.
• Assim, a entidade deve acrescer o valor da amortização de € 20.000 no campo 719 do Q07 da
Modelo 22 e deduzir no campo 792 do mesmo Q07 o montante de € 10.000 (montante que a
entidade deduz desde o período de 2015).
163
Pág. 190

2.10. Capital próprio


Procedimentos de controlo de capital próprio
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Suporte documental e envio de documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Conferência dos registos contabilísticos


Procedimentos de execução e controlo

164
Pág. 189 -193

2.10. Capital próprio


Enquadramento legal / contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Conceito de capital
• Aplicação dos resultados
• Reservas legais (conta 551) – obrigatoriedade de constituição e limites
• Limite de distribuição aos sócios
• Perda de metade do capital – art.º 35.º do CSC
• Ações e quotas próprias (aquisição e alienação)
• Outros instrumentos de capital próprio (prestações suplementares e acessórias)
• Doações
• Subsídios
• Outros

165
Pág. 193

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 30 – Aplicação dos resultados

• A Assembleia Geral de sócios da entidade Micro Fábrica aprovou a aplicação do resultado


líquido do período de 2022 em 29 de março de 2023, no valor de € 100.000, do seguinte
modo:

• Reserva legal: € 1.000

• Reservas livres: € 1.000

• Distribuição de lucros: € 50.000

• Resultados transitados: € 48.000

• Os lucros foram pagos aos sócios em 30 de abril de 2023.

166
Pág. 194

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 30 – Aplicação dos resultados

Registos contabilísticos
Data Descrição Conta Débito Crédito
01/01/2023 Pela transferência do 818 – Resultado líquido 100.000
resultado líquido no
início do período 56 – Resultados transitados 100.000
29/03/2023 Pela aplicação do 56 – Resultados transitados 52.000
resultado de 2022 551 – Reservas legais 1.000
5521 – Reservas livres 1.000
264 – Sócios – Resultados atribuídos 50.000
30/04/2023 Pela colocação à 264 – Sócios – Resultados atribuídos 50.000
disposição dos 242 – Retenção na fonte de IRS (28%) 14.000
dividendos
265 – Sócio – Lucros disponíveis 36.000
30/04/2023 Pelo pagamento de lucros 265 – Sócio – Lucros disponíveis 36.000
aos sócios 12 – Depósitos à ordem 36.000

167
Pág. 194

2.10. Capital próprio


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 30 – Aplicação dos resultados

Registos contabilísticos

Data Descrição Conta Débito Crédito


19/05/2023 Pelo pagamento da retenção 242 – Retenção na fonte de IRS (28%) 14.000
na fonte sobre lucros aos
sócios 12 – Depósitos à ordem 14.000

168
Pág. 194

2.10. Capital próprio


Aplicação prática 30 – Aplicação dos resultados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• As variações patrimoniais resultantes da aplicação do resultado do período descritas no
presente exemplo não têm relevância fiscal. Com efeito, as saídas, em dinheiro ou em espécie,
em favor dos titulares do capital, a título de remuneração ou de redução do mesmo, não
constituem variação patrimonial negativa dedutível (art.º 24.º do CIRC).
• Esses rendimentos obtidos pelos sócios serão, contudo, tributados na esfera destes, de acordo
com as regras aplicáveis em IRS (sócios pessoas singulares) ou IRC (sócios pessoas coletivas).
Importa ter em conta as regras de eliminação da dupla tributação económica que possam ser
aplicáveis.
• Na esfera das pessoas singulares, chama-se a atenção para o facto de a retenção na fonte
efetuada nos termos do art.º 71.º do Código do IRS ter natureza liberatória.
• Com efeito, em IRS, os rendimentos provenientes de lucros são considerados rendimentos de
capitais, conforme a alínea h) do n.º 2 do art.º 5.º do CIRS, sujeitos a retenção na fonte à taxa
liberatória de 28%, quer se trate de residentes ou de não residentes, conforme prevê a alínea
a) do n.º 1 do art.º 71.º do CIRS.
169
Pág. 195

2.10. Capital próprio


Aplicação prática 30 – Aplicação dos resultados
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento fiscal
• Os sujeitos passivos residentes podem optar pelo englobamento (números 8 e 9 do art.º 71.º
do CIRS), ficando, nesse âmbito, obrigados a englobar a totalidade dos rendimentos da mesma
categoria, conforme dispõe o n.º 5 do art.º 22.º do CIRS.
• Na opção pelo englobamento, os lucros são considerados em apenas 50% do seu valor,
conforme prevê a alínea a) do n.º 1 do art.º 40.º-A do CIRS. Contudo, conforme estabelecido
no referido n.º 9 do art.º 71.º do CIRS, feita a opção pelo englobamento, a retenção que tiver
sido efetuada tem a natureza de pagamento por conta do imposto devido a final, o que
significa que é deduzida a totalidade do imposto retido, ainda que o rendimento seja apenas
tributável em 50%.
• A opção, ou não, pelo englobamento deve ser mencionada nos campos 01 ou 02 do Q.4-A do
Anexo E, com preenchimento, no caso de opção, do Q.4-B da declaração modelo 3 de IRS.
• Os rendimentos englobados devem ser declarados em apenas 50% do respetivo montante.

170
Pág. 204

2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Procedimentos de controlo de Subsídios e outros apoios das entidades públicas

Da responsabilidade do órgão de gestão da entidade:


(mas que podem ser recomendados pelo Contabilista Certificado)
Suporte documental e envio de documentação para a contabilidade

Da responsabilidade do Contabilista Certificado:

Conferência dos registos contabilísticos


Procedimentos de execução e controlo

171
Pág. 204

2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas


Enquadramento contabilístico
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Reconhecimento inicial
• Princípio do balanceamento entre rendimentos e gastos
• Subsídios reembolsáveis
• Empréstimos sem juros ou taxas inferiores às do mercado
• Subsídios não reembolsáveis
• Subsídios relacionados com ativos
• Subsídios relacionados com rendimentos
Enquadramento fiscal
• Artigos 20.º e 22.º do CIRC

172
Pág. 208

2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 31 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos

A entidade Micro Fábrica recebeu, em 01/02/2023, um subsídio não reembolsável, no montante


de € 20.000, para a aquisição de um terreno para a construção de um armazém, para o qual não
se encontra estabelecido qualquer período obrigatório para a manutenção do ativo.

173
Pág. 209
2.11. Subsídios e outros apoios das entidades públicas
Aplicação prática 31 – Subsídios não reembolsáveis relacionados com ativos
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Registo contabilístico
Data Descrição Conta Débito Crédito
01/02/2023 Pelo recebimento do subsídio 12 – Depósitos à ordem 20.000
5931 – Subsídios atribuídos 20.000
Enquadramento fiscal
• Art.º 22.º, n.º 1, al. d) do CIRC: quando os subsídios não respeitem aos ativos referidos
nas alíneas anteriores, devem ser incluídos no lucro tributável, em frações iguais, durante
os períodos de tributação em que os elementos a que respeitam sejam inalienáveis, nos
termos da lei ou do contrato ao abrigo dos quais os mesmos foram concedidos, ou, nos
restantes casos, durante 10 anos, sendo o primeiro o do recebimento do subsídio.
• Assim, durante um período de 10 anos, há que efetuar um acréscimo ao lucro tributável
de € 20.000/10 = € 2.000, no campo 702 do Q07 da Modelo 22.

174
Pág. 209

2.12. Acontecimentos após a data do balanço


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Enquadramento contabilístico

• Acontecimentos após a data do balanço – acontecimentos, favoráveis e desfavoráveis,


que ocorram entre a data do balanço e a data em que as demonstrações financeiras
forem autorizadas para emissão, pelo órgão de gestão

• Acontecimentos que dão lugar a ajustamentos

• Acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos

175
Pág. 210-211

2.12. Acontecimentos após a data do balanço


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a data do balanço

Na entidade Micro Fábrica ocorreram as seguintes situações após 31/12/2023:

1. O cliente A interrompeu pagamentos a partir de 02/03/2024, tendo-se conhecimento que o


cliente está praticamente insolvente. A entidade tem sobre ele um crédito datado de
novembro de 2023.

Embora a dívida do cliente possa ainda nem sequer estar em mora, o conhecimento, no período
subsequente, de que o cliente está na iminência de entrar em processo de insolvência, é um
facto que confirma que à data do balanço já existia uma perda por imparidade, que deverá ser
reconhecida nas demonstrações financeiras da entidade em 2023.

176
Pág. 211

2.12. Acontecimentos após a data do balanço

Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a data do balanço


2. Aspetos contabilísticos e fiscais

• Este é, portanto, um acontecimento que dá lugar a ajustamento, que dependerá dos


eventuais registos que a entidade já tenha efetuado relativamente a esta dívida.

• Se a entidade já reconheceu em 2023 uma perda por imparidade sobre a totalidade da


dívida do cliente – não terá de efetuar mais nenhum ajustamento, apenas eventualmente
atualizar as divulgações no anexo;

• Se a entidade reconheceu em 2023 uma perda por imparidade por um montante inferior
ao valor total da dívida do cliente – deverá ajustar a respetiva quantia de perda por
imparidade para o valor total da dívida e atualizar as respetivas divulgações no anexo;

• Se a entidade não reconheceu em 2023 qualquer perda por imparidade para a dívida do
cliente – deverá reconhecer a perda por imparidade pelo valor total da dívida e atualizar
as respetivas divulgações no anexo.
177
Pág. 211
2.12. Acontecimentos após a data do balanço
Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a data do balanço
2. Aspetos contabilísticos e fiscais

2. A entidade tem um processo judicial em curso desde outubro de 2023, movido por um ex-
empregado que reclama uma indemnização à entidade, no valor de € 10.000, por doença
profissional. Em 14/02/2024 foram conhecidos os resultados dos exames médicos periciais,
realizados ao ex-empregado, que confirmam a presença de danos em órgãos internos
provocados pela máquina que operava. A entidade não efetuou até à data o reconhecimento
deste facto nas suas demonstrações financeiras.
• O conhecimento dos resultados dos exames médicos periciais efetuados ao ex-empregado
aumentam, muito provavelmente, o risco de a entidade ter de pagar a indemnização
requerida em tribunal, ou seja, vem reforçar uma condição que já existia à data do balanço de
2023, i.e., uma obrigação presente, devendo dar lugar a um ajustamento em 2023.
• Como a entidade não efetuou qualquer registo, deve reconhecer uma provisão nas
demonstrações financeiras de 2023, pela melhor estimativa do valor da perda potencial, a
qual poderá ser o valor requerido em tribunal, ou seja, € 10.000.

178
Capítulo 3.
Declaração Modelo 22

179
3.1. Prazos
3. Declaração Modelo 22

3.2. Taxas

3.3. Taxas de tributação autónoma

3.4. Qualificação da empresa

3.5. Isenções e taxas reduzidas de derrama sujeitos à regra de minimis a


partir de 2019

180
Pág. 215

3.1. Prazos
3. Declaração Modelo 22

• Até ao último dia do mês de maio, independentemente desse dia ser útil ou não útil
(por transmissão eletrónica);

• No caso de sujeitos passivos com período especial de tributação, até ao último dia do
5.º mês posterior à data do termo desse período (dia útil ou não útil).

181
Pág. 215

3.2. Taxas
Para o período de 2023, as taxas de IRC são as seguintes:
3. Declaração Modelo 22

Descrição Taxas
Taxa geral 14,7%
Taxa reduzida para PME e 11,9% para os primeiros € 50.000
small mid cap de matéria coletável

• Tendo em conta que a taxa reduzida indicada tem um âmbito de aplicação limitado às
PME e small mid cap, encontra-se sujeita às regras europeias aplicáveis em matéria de
auxílios de minimis, pelo que os sujeitos passivos que beneficiem deste escalão de taxa
devem preencher o Q09 do anexo D da Modelo 22.

• Este benefício da redução de taxas deve ser inscrito no campo 904-B do anexo D.

182
Pág. 215-216

3.3. Taxas de tributação autónoma

O Orçamento do Estado para 2023 criou, para 2022 e 2023, um regime excecional no
3. Declaração Modelo 22

âmbito do IRC, que consiste no desagravamento das taxas de tributação autónoma (não
aplicação do aumento de 10 p.p. em caso de prejuízo fiscal), quando:

• O sujeito passivo tenha obtido lucro tributável em um dos três períodos de tributação
anteriores e as obrigações declarativas previstas nos artigos 120.º e 121.º do CIRC
(Modelo 22 e IES), relativas aos dois períodos de tributação anteriores, tenham sido
cumpridas nos termos neles previstos;

• Estes correspondam ao período de tributação de início de atividade ou a um dos dois


períodos seguintes.

É de assinalar que na Modelo 22 está previsto o quadro 13 para assinalar o início de


atividade para efeitos da validação do desagravamento de taxa.

183
Pág. 216

3.4. Qualificação da empresa


3. Declaração Modelo 22

É importante salientar que o conceito de PME é uma classificação económica que em nada
interfere com os conceitos contabilísticos.

Com efeito, uma microentidade pode, segundo o Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de


novembro, ser considerada uma média empresa, por força dos conceitos de empresas
associadas e empresas parceiras constantes do diploma.

184
Pág. 218

3.5. Isenções e taxas reduzidas de derrama sujeitos à regra de minimis a partir de 2019
• De entre as alterações à Lei das Finanças Locais (LFL) que entraram em vigor no dia
01/01/2019 (art.º 18.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro), o n.º 1 do art.º 18.º da LFL
3. Declaração Modelo 22

passou a prever que os municípios podem deliberar lançar uma derrama, de duração anual
e que vigora até nova deliberação, até ao limite máximo de 1,5% sobre o lucro tributável.
Esta deliberação deixou de ser obrigatoriamente anual e foram aditados os números 22 a
25 ao referido artigo, importando salientar o disposto no n.º 25:
• “Os benefícios fiscais previstos nos números anteriores estão sujeitos às regras europeias
aplicáveis em matéria de auxílios de minimis.”.
• O benefício fiscal que o sujeito passivo tem pelo facto de o município onde se encontra
deliberar a aplicação de taxas reduzidas ou de isenção de derrama municipal deve ser
inscrito no campo 904-E do anexo D à Modelo 22 (obrigatoriamente a partir de 2019).
• O montante do benefício a declarar corresponde à diferença da coleta de derrama
municipal calculada entre a taxa normal e a taxa reduzida ou, no caso de isenção, ao
montante apurado por aplicação da taxa normal.
185
Pág. 218

3.5. Isenções e taxas reduzidas de derrama sujeitos à regra de minimis a partir de 2019
3. Declaração Modelo 22

186
Capítulo 4.
Benefícios Fiscais

187
4.1. Enquadramento e alterações recentes

4.2. Remuneração convencional do capital social (RCCS)


4. Benefícios Fiscais

4.3. Lei n.º 20/2023, de 17 de maio

4.4. Benefícios fiscais que terminaram a sua vigência

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões Autónomas


– art.º 41.º-B do EBF

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF

4.7. Incentivo fiscal à valorização salarial – art.º 19.º-B do EBF

4.8. Medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias

188
4.9. Donativos

4.10. Quotizações a favor de associações empresariais


4. Benefícios Fiscais

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

4.12. SIFIDE II – Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento


Empresarial II

4.13. Deduções à coleta – art.º 6.º do DLR 2/99/A, de 20 de janeiro, que adapta o
sistema fiscal nacional à Região Autónoma dos Açores

4.14. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção agrícola

4.15. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados com eletricidade e gás

189
Pág. 221
4.1. Enquadramento e alterações recentes

• Os sujeitos passivos que usufruam de benefícios fiscais estão obrigados a entregar o anexo D
à Modelo 22.
4. Benefícios Fiscais

• As alterações mais relevantes verificadas nos últimos anos e que podem ter impacto no
cálculo do imposto em 2023 são:

Lei n.º 21/2021, de 20 de abril – prorrogação de benefícios fiscais e medida extraordinária no


âmbito do regime fiscal do reinvestimento em sede de IRC.

• RFAI e SIFIDE II, este diploma estabelece uma suspensão de prazos para efeitos do
reporte das respetivas dotações. A desconsideração dos prazos de reporte nos períodos
de 2020 e 2021 tem efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2020.

• Note-se que o prazo de reporte do RFAI é de 10 anos e o do SIFIDE II é de 8 anos,


“ganhando” os sujeitos passivos 2 anos com a referida prorrogação.

190
Pág. 221

4.1. Enquadramento e alterações recentes

• Lei do Orçamento do Estado para 2022 (Lei n.º 12/2022) – veio consagrar significativas
4. Benefícios Fiscais

alterações legislativas em matéria de benefícios fiscais, destacando-se o novo quadro de taxas


máximas de auxílio previstas no art.º 43.º do CFI (em vigor desde 1 de janeiro de 2022), o
qual é relevante para efeitos dos limites máximos aplicáveis aos benefícios fiscais concedidos
às empresas no âmbito do regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo
e do RFAI. Os limites são majorados em 10 pontos percentuais para as médias empresas e em
20 pontos percentuais para as micro e pequenas empresas.

191
4. Benefícios Fiscais 4.1. Enquadramento e alterações recentes

192
Pág. 221

4.1. Enquadramento e alterações recentes

• Lei do Orçamento do Estado para 2023 (Lei n.º 24-D/2022) – trouxe as seguintes alterações
mais relevantes:
4. Benefícios Fiscais

• O benefício fiscal da remuneração convencional do capital social (RCCS), previsto no art.º


41.º-A do EBF foi revogado. Contudo, continua a aplicar-se às entradas realizadas até
31/12/2022 relativamente às importâncias aplicadas até essa mesma data.

• Foi igualmente revogada a DLRR, prevista do Código Fiscal do Investimento (CFI).

• Em “substituição” deste dois, é criado um novo benefício designado por Incentivo à


Capitalização das Empresas (ICE).

193
Pág. 222

4.2. Remuneração convencional do capital social (RCCS)

Regime transitório
4. Benefícios Fiscais

• Caso uma determinada entidade tenha beneficiado do regime previsto no art.º 41.º-A do EBF
(RCCS) relativamente a aumentos do capital efetuados com recurso aos lucros gerados no
período de tributação de 2022, não poderá, relativamente às mesmas importâncias,
beneficiar do novo regime previsto no art.º 43.º-D do EBF (ICE), ainda que estas fossem
passíveis de ser consideradas “aumentos de capitais próprios elegíveis” para efeitos deste
regime (ICE).

194
Pág. 223-224
4.3. Lei n.º 20/2023, de 17 de maio
• Alterações introduzidas a diversas normas por esta Lei incluem alterações ao art.º 92.º do
CIRC (resultado da liquidação).
• A partir de 1 de julho de 2023, passaram a ficar excluídos do ajustamento do resultado da
4. Benefícios Fiscais

liquidação os seguintes benefícios fiscais:


• Incentivo fiscal à valorização salarial (art.º 19.º-B do EBF)
• Criação líquida de postos de trabalho para empresas que exerçam atividade em
territórios do interior e nas Regiões Autónomas
• Donativos de bens alimentares efetuados ao Estado, a IPSS e a ONG sem fins lucrativos
(art.º 62.º do EBF)
• Por outro lado, passa a estar consagrado que as normas do CIRC que atribuam “benefícios
fiscais” não são abrangidas pelo ajustamento do resultado da liquidação, já que tais normas
do CIRC constituem regras de determinação do lucro tributável.

195
Pág. 225-229

4.4. Benefícios fiscais que terminaram a sua vigência

• Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI II) – constante do Anexo V (a que se refere
4. Benefícios Fiscais

o art.º 16.º) da Lei n.º 27-A/2020, de 24 de julho (OE 2020 Suplementar)

• Incentivo Fiscal à Recuperação (IFR) – constante do Anexo III (a que se refere o art.º 307.º) da
Lei n.º 12/2022, de 27 de junho (OE 2022)

• Dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR) – artigos 27.º a 34.º do CFI

• Remuneração convencional do capital social (RCSS) – art.º 41.º-A do EBF

Apesar de terminada a sua vigência, importa assegurar as condições impostas pelos benefícios para
períodos futuros, não esquecendo também os direitos de reporte e de utilização dos benefícios (ver
manual).

196
Pág. 229

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões Autónomas

• Às empresas que exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica em


territórios do interior, que sejam qualificadas como micro, pequenas ou médias empresas ou
4. Benefícios Fiscais

empresas de pequena-média capitalização (small mid cap), nos termos previstos no anexo ao
Decreto-Lei n.º 372/2007, é aplicável a taxa de IRC de 8,75% (art.º 38.º do Orçamento da RAA
para 2023) aos primeiros € 50.000 de matéria coletável.

• Comunicado do Conselho do Governo de 28/04/2023 – aprova a Resolução da Assembleia


Legislativa da RAA n.º 11/2023/A, sobre a identificação das áreas territoriais beneficiárias
para efeitos de aplicação do EBF nos Açores, que declara todos os concelhos da RAA como
áreas territoriais beneficiárias da taxa de 8,75% acima indicada.

• O benefício máximo é de € 2.975 [(14,7% – 8,75%) x € 50.000).

197
Pág. 230

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões Autónomas

• As condições para usufruir deste benefício são:

• Exercer a atividade e ter direção efetiva nas áreas beneficiárias (Portaria n.º 208/2017, de
4. Benefícios Fiscais

13 de julho – define os territórios do interior do Continente);

• Não ter salários em atraso;

• A empresa não resultar de cisão efetuada nos dois anos anteriores à usufruição dos
benefícios;

• A determinação do lucro tributável ser efetuada com recurso a métodos diretos de


avaliação ou no âmbito do regime simplificado de determinação da matéria coletável.

198
Pág. 230

4.5. Benefícios fiscais aplicáveis aos territórios do Interior e às Regiões Autónomas

• Na determinação do lucro tributável das empresas elegíveis, os encargos correspondentes à


criação líquida de postos de trabalho são considerados em 120% do respetivo montante,
4. Benefícios Fiscais

reconhecido como gasto do período.

• Apenas são considerados os postos de trabalho referentes a trabalhadores a tempo


indeterminado que aufiram rendimentos de trabalho dependente que residam, para efeitos
fiscais, em territórios do interior.

• Os benefícios fiscais mencionados (redução de taxa e criação líquida de postos de trabalho)


estão sujeitos às regras de minimis mas não se encontram sujeitos aos limites do resultado da
liquidação constante do art.º 92.º do CIRC.

199
Pág. 230-231

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF

Aplicável

• Sujeitos passivos de IRC (que exercem, a título principal, uma atividade de natureza
4. Benefícios Fiscais

comercial, industrial ou agrícola)

• Não sejam instituições financeiras ou seguradoras

• Disponham de contabilidade regularmente organizada

• O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos

• Tenham a situação fiscal e contributiva regularizada

Cálculo do benefício

Dedução ao rendimento – taxa de 4,5% (5% se micro, PME ou small mid cap) ao montante
dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis.

200
Pág. 232

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF

Conceitos

Aumentos de capitais próprios elegíveis:


4. Benefícios Fiscais

• As entradas realizadas em dinheiro no âmbito da constituição de sociedades ou do aumento


do capital social da sociedade beneficiária;

• As entradas em espécie realizadas no âmbito de aumento do capital social que


correspondam à conversão de créditos em capital;

• Os prémios de emissão de participações sociais;

• A aplicação dos lucros contabilísticos passíveis de distribuição, de acordo com a legislação


comercial, em resultados transitados ou, diretamente, em reservas ou no aumento do
capital.

201
Pág. 233

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF

Conceitos

São aumentos líquidos de capitais próprios elegíveis:


4. Benefícios Fiscais

• A diferença, positiva ou negativa, entre:

• Os aumentos dos capitais próprios elegíveis; e

As saídas:

• Em dinheiro ou em espécie, a favor dos titulares do capital, a título de redução do mesmo ou


de partilha do património,

• E as distribuições de reservas ou de resultados transitados.

202
Pág. 234

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF

Limitação ao benefício

A dedução (taxa aplicável x aumento líquido dos capitais próprios elegíveis) não pode exceder,
4. Benefícios Fiscais

em cada período de tributação, o maior dos seguintes limites:

• € 2.000.000; ou

• 30% do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e


impostos, nos termos do art.º 67.º do CIRC (limitação à dedutibilidade de gastos de
financiamento), ou seja, o chamado EBITDA fiscal.

203
Pág. 234

4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF
Norma antiabuso
Não são elegíveis as entradas em dinheiro no âmbito da constituição de sociedades ou do
aumento do capital da sociedade beneficiária:
4. Benefícios Fiscais

• Que sejam financiadas por aumentos de capitais próprios elegíveis na esfera de outra
sociedade;
• Por entidade com a qual o sujeito passivo esteja em situação de relações especiais que
sejam financiadas através de mútuos concedidos pelo próprio sujeito passivo ou por
outra entidade com a qual essa entidade e o sujeito passivo estejam em situação de
relações especiais;
• Por uma entidade que não seja residente para efeitos fiscais noutro EM da UE ou no EEE
ou noutro Estado com que esteja em vigor uma CDT, acordo bilateral ou multilateral que
preveja a troca de informações.
Esclarecimentos e exemplos de aplicação
• No Ofício-Circulado n.º 20261/2023, de 16 de outubro
204
Pág. 235
4.6. Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas – art.º 43.º-D do EBF
Aplicação prática 33 – Regime fiscal de incentivo à capitalização das empresas (ICE)
• Os sócios da entidade Micro Fábrica efetuaram um aumento do capital social, por entradas em
dinheiro, no montante de € 10.000, durante o ano de 2023.
• Adicionalmente, relativamente ao resultado líquido de 2022, no montante de € 100.000,
4. Benefícios Fiscais

foram aplicados € 48.000 em resultados transitados e € 2.000 em reservas.


Cálculo do benefício fiscal do ICE
Aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis:
• Aumento do capital social: € 10.000 (releva);
• Aplicação do resultado líquido de 2022 em resultados transitados: € 48.000 (releva);
• Aplicação do resultado líquido de 2022 (distribuível) em reservas: € 2.000 (releva);
• A distribuição de lucros do resultado líquido de 2022 (€ 50.000) não releva;
• O excedente de revalorização do ativo fixo tangível também não releva.
Benefício fiscal: € 10.000 + € 48.000 + € 2.000 = € 60.000 x 5% (PME) = € 3.000 (dedução na
determinação do lucro tributável, no campo 774 do Q07 da Modelo 22).

205
Pág. 235

4.7. Incentivo fiscal à valorização salarial – art.º 19.º-B do EBF


• Começamos por referir que este benefício, apesar de ter entrado em vigor em 1 de janeiro de
2023, vai ser objeto de alterações estruturantes em 2024, dadas as dúvidas que suscitou e
que foram interpretadas pela AT com base na redação em vigor em 2023, mas que serviu de
4. Benefícios Fiscais

suporte às propostas de alteração legislativa para 2024 (e que ainda não se encontram
legalmente concretizadas). Estas interpretações constam do Ofício-Circulado n.º 20260/2023,
de 14 de setembro.
• Tal significa que o entendimento transmitido no manual decorre dessas interpretações, que
nem sempre encontram correspondência no texto da lei.
• Designadamente, no que respeita ao aspeto mais relevante, a interpretação administrativa é
a de que apenas são elegíveis os encargos que decorram, cumulativamente, de aumento
salarial individual em, pelo menos, 5,1%, no ano de 2023, da remuneração do trabalhador e
da existência de IRCT dinâmica aplicável àquela relação contratual que promova aumentos
salariais em percentagem igual ou superior a 5,1%, no ano de 2023.
• De acordo com o n.º 2 do art.º 282.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023, esta norma
cessa a sua vigência em 31 de dezembro de 2026.
206
Pág. 236

4.7. Incentivo fiscal à valorização salarial – art.º 19.º-B do EBF


Quadro-resumo

Assunto Art.º 19.º-B do EBF Ofício-Circulado 20260/2023


4. Benefícios Fiscais

Benefício fiscal Majoração em 50% dos encargos Se os aumentos salariais não forem
correspondentes ao aumento determinado determinados por IRCT, ou se o mesmo
por IRCT dinâmica relativos a determinar aumentos que se traduzam
trabalhadores com contrato de trabalho numa percentagem inferior a 5,1%,
por tempo indeterminado. ainda que sejam praticados aumentos
salariais iguais ou superiores a 5,1%, no
Encargos relativos a trabalhadores cuja ano de 2023, a entidade empregadora
remuneração tenha aumentado em pelo não pode beneficiar do presente regime
menos 5,1% face ao ano anterior e acima relativamente a esses trabalhadores ou
da RMMG. categoria de trabalhadores.

207
Pág. 237

4.7. Incentivo fiscal à valorização salarial – art.º 19.º-B do EBF


Quadro-resumo

Assunto Art.º 19.º-B do EBF Ofício-Circulado 20260/2023


4. Benefícios Fiscais

Encargos Correspondentes ao É exigido o preenchimento dos seguintes critérios


correspondentes ao aumento determinado cumulativos:
aumento determinado por IRCT dinâmica (i) Aumento salarial individual em, pelo menos,
por IRCT dinâmica relativos a trabalhadores 5,1%, no ano de 2023, da remuneração do
com contrato de trabalho trabalhador;
por tempo (ii) Existência de IRCT dinâmica aplicável àquela
indeterminado são relação contratual que promova aumentos salariais
considerados em 150% em percentagem igual ou superior a 5,1%, no ano
do respetivo montante. de 2023.

208
Pág. 240

4.8. Medidas de apoio ao transporte rodoviário de passageiros e de mercadorias


O art.º 70.º EBF consagra, até 2026, um benefício ao setor do transporte rodoviário, relativa à
dedução ao lucro tributável dos gastos suportados com a aquisição, em território português, de
combustíveis para abastecimento de veículos, correspondente a 120% do respetivo montante.
Este benefício fiscal não é aplicável aos gastos suportados com a aquisição de combustíveis que
4. Benefícios Fiscais

tenham beneficiado do regime de reembolso parcial para gasóleo profissional (Lei n.º 24/2016,
de 22 de agosto). A dedução deve constar no campo 774 do Q07 da Modelo 22 e no campo 408
do Q04 do anexo D.
Os veículos abrangidos são:
• Veículos afetos ao transporte público de passageiros, com lotação igual ou superior a 22
lugares que estejam registados como elementos do ativo fixo tangível (AFT) de sujeitos
passivos de IRC que estejam licenciados pelo IMT, I. P.;
• Veículos afetos ao transporte rodoviário de mercadorias, público ou por conta de outrem,
com peso bruto igual ou superior a 3,5 t, registados como elementos do AFT de sujeitos
passivos de IRC e que estejam licenciados pelo IMT, I. P.;
• Veículos afetos ao transporte em táxi, registados como elementos do AFT dos sujeitos
passivos de IRS ou de IRC, com contabilidade organizada e que estejam devidamente
licenciados.
209
Pág. 240

4.9. Donativos

Noção de donativo constante do art.º 61.º do EBF:

• Para efeitos fiscais, os donativos constituem entregas em dinheiro ou em espécie, concedidos,


4. Benefícios Fiscais

sem contrapartidas que configurem obrigações de caráter pecuniário ou comercial, às


entidades públicas ou privadas, previstas nos artigos seguintes, cuja atividade consista
predominantemente na realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental,
desportiva ou educacional.

210
Pág. 241

4.9. Donativos

O EBF estabelece os seguintes benefícios relativos a mecenato:

• Mecenato científico: art.º 62.º-A do EBF


4. Benefícios Fiscais

• Donativos ao Estado: art.º 62.º, n.º 2 do EBF

• Donativos no âmbito do mecenato social: art.º 62.º, números 3, 4 e 5 do EBF

• Outros (desportivo, educacional, ambiental): art.º 62.º, números 6 e 7 do EBF

• Mecenato cultural: art.º 62.º-B do EBF

Obrigações acessórias – art.º 66.º do EBF

• Emitir documento comprovativo dos montantes dos donativos recebidos

• Possuir registo atualizado das entidades mecenas

• Submissão da Modelo 25 até ao final do mês de fevereiro

211
Pág. 242

4.10. Quotizações a favor de associações empresariais

• É considerado gasto do período de tributação, para efeitos da determinação do lucro


tributável, o valor correspondente a 150% do total das quotizações pagas pelos associados a
4. Benefícios Fiscais

favor das associações empresariais em conformidade com os estatutos (n.º 1 do art.º 44.º do
CIRC).

• O montante referido não pode, contudo, exceder o equivalente a 2‰ do volume de negócios


respetivo (n.º 2 do art.º 44.º do CIRC).

212
Pág. 242

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

Diplomas relevantes

• Artigos 22.º a 26.º do Código Fiscal do Investimento (CFI)


4. Benefícios Fiscais

• Portaria n.º 282/2014, de 30 de dezembro

• Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro

• Orientações relativas a Auxílios com finalidade Regional: publicadas no Jornal Oficial da União
Europeia, n.º C209, de 23 de julho de 2013

• Regulamento Geral de Isenção por Categoria (RGIC): Regulamento (UE) n.º 651/2014

213
Pág. 243

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

Benefício fiscal

• Em sede de IRC, as entidades que realizem investimentos elegíveis para efeitos do RFAI nas
4. Benefícios Fiscais

áreas elegíveis, que, para o período de 2022 a 2027, foram redefinidas conforme consta do
novo mapa nacional de auxílios estatais com finalidade regional (art.º 43.º do CFI), são
suscetíveis de usufruir das seguintes deduções à coleta do imposto:

• 30% das aplicações relevantes, relativamente ao investimento realizado até ao montante


de € 15.000.000;

• 10% das aplicações relevantes, relativamente à parte do investimento realizado que


exceda o montante de € 15.000.000.

214
Pág. 244

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

Benefício fiscal

• A dedução à coleta é efetuada na liquidação de IRC (no campo 355 do Q10 da Modelo 22 e no
4. Benefícios Fiscais

quadro 7 do respetivo anexo D) respeitante ao período de tributação em que sejam realizadas


as aplicações relevantes, com os seguintes limites:

• No caso de investimentos realizados no período de tributação do início de atividade e nos


dois períodos de tributação seguintes, exceto quando a empresa resultar de cisão, até à
concorrência do total da coleta do IRC apurada em cada um desses períodos de
tributação;

• Nos restantes casos, até à concorrência de 50% da coleta do IRC apurada em cada
período de tributação.

215
Pág. 249

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento


Investimentos relevantes
Os ativos fixos tangíveis afetos à exploração empresarial, adquiridos em estado de novo, com
exceção de:
4. Benefícios Fiscais

• Terrenos, salvo no caso de se destinarem à exploração de concessões mineiras, águas


minerais naturais e de nascente, pedreiras, barreiros e areeiros em investimentos na indústria
extrativa;
• Construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, salvo se forem
instalações fabris ou afetos a atividades turísticas, de produção de audiovisual ou
administrativas;
• Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas;
• Mobiliário e artigos de conforto ou decoração, salvo equipamento hoteleiro afeto a
exploração turística;
• Equipamentos sociais;
• Outros bens de investimento que não estejam afetos à exploração da entidade.
216
Pág. 249

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

Investimentos relevantes

• São também elegíveis os ativos intangíveis afetos à exploração da entidade, constituídos por
4. Benefícios Fiscais

despesas com transferência de tecnologia, nomeadamente através da aquisição de direitos de


patentes, licenças, know-how ou conhecimentos técnicos não protegidos por patente.

No caso de sujeitos passivos de IRC que não se enquadrem na categoria das PME, as aplicações
relevantes em ativos intangíveis não podem exceder 50% das aplicações relevantes.

217
Pág. 250

4.11. RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

Investimento inicial

• Os investimentos em causa têm que integrar o conceito de “investimento inicial”,


4. Benefícios Fiscais

considerando-se como tal:

• Os investimentos relacionados com a criação de um novo estabelecimento;

• O aumento da capacidade de um estabelecimento já existente;

• A diversificação da produção de um estabelecimento no que se refere a produtos não


fabricados anteriormente nesse estabelecimento;

• Ou uma alteração fundamental do processo de produção global de um estabelecimento


existente.

• Portaria n.º 297/2015, de 21 de setembro

218
Pág. 251

4.12. SIFIDE II

Este benefício encontra-se regulado nos artigos 35.º a 42.º do Código Fiscal do Investimento e é
relativo a investimento em despesas de investigação e de desenvolvimento.
4. Benefícios Fiscais

Consideram-se:

• Despesas de investigação, as realizadas pelo sujeito passivo de IRC com vista à aquisição de
novos conhecimentos científicos ou técnicos; e

• Despesas de desenvolvimento, as realizadas pelo sujeito passivo de IRC através da exploração


de resultados de trabalhos de investigação ou de outros conhecimentos científicos ou
técnicos com vista à descoberta ou melhoria substancial de matérias-primas, produtos,
serviços ou processos de fabrico.

219
Pág. 252

4.12. SIFIDE II
As despesas associadas a atividades de I&D incluem:
• Aquisições de ativos fixos tangíveis, à exceção de edifícios e terrenos, desde que criados ou
adquiridos em estado novo e na proporção da sua afetação à realização de atividades de
4. Benefícios Fiscais

investigação e desenvolvimento;
• Despesas com pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro Nacional de
Qualificações, diretamente envolvido em tarefas de investigação e desenvolvimento;
• Despesas com a participação de dirigentes e quadros na gestão de instituições de
investigação e desenvolvimento;
• Despesas relativas à contratação de atividades de investigação e desenvolvimento junto de
entidades públicas;
• Custos com registo e manutenção de patentes;
• Despesas com auditorias à investigação e desenvolvimento;
• Participação no capital de instituições de investigação e desenvolvimento e contribuições
para fundos de investimento, públicos ou privados, destinados a financiar empresas
dedicadas sobretudo a investigação e desenvolvimento.
220
Pág. 253

4.12. SIFIDE II

Só a partir de 1 de janeiro de 2024, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 21/2023, é que se
verificarão mudanças relevantes na elegibilidade dos investimentos em despesas efetuadas em:
4. Benefícios Fiscais

• Participação no capital de instituições de I&D;

• Contribuições para fundos de investimento que realizem investimentos de capital próprio e


de quase-capital, em empresas dedicadas sobretudo a I&D.

Assim, para 2023, mantém-se a possibilidade de as despesas efetuadas nas atividades indicadas
beneficiarem, ainda, da taxa incremental de 50% do acréscimo das despesas realizadas naquele
período em relação à média aritmética simples dos 2 períodos anteriores, possibilitando assim
deduções à coleta que podem ir até 82,5% do investimento realizado.

221
Pág. 254

4.12. SIFIDE II

Aplicação prática 34 – SIFIDE II

• A entidade Micro Fábrica efetuou, pela primeira vez, no período de 2023, no âmbito do SIFIDE
4. Benefícios Fiscais

II, investimento elegíveis em despesas de investigação e de desenvolvimento no montante de


€ 100.000.

• O projeto de candidatura foi submetido em fevereiro de 2024.

Cálculo do benefício fiscal:

• € 100.000 x 82,5% = € 82.500

Este montante é dedutível à coleta do IRC, pretendendo-se que seja utilizado já na Modelo 22 de
2023, com inscrição no campo 355 do Q10.

222
Pág. 229

4.13. Deduções à coleta – art.º 6.º do DLR 2/99/A

Os sujeitos passivos do IRC podem deduzir à coleta, até ao limite da mesma, os lucros comerciais,
industriais e agrícolas reinvestidos na importância correspondente a:
4. Benefícios Fiscais

• 20% para os investimentos realizados nas ilhas de São Miguel e Terceira, que terão ainda uma
majoração de 25% nos investimentos concretizados nos concelhos de Nordeste e Povoação;

• 30% para os investimentos realizados nas ilhas de São Jorge, Faial e Pico;

• 40% para os investimentos realizados nas ilhas de Santa Maria, Graciosa, Flores e Corvo.

Considera-se relevante todo o investimento em ativo fixo diretamente afeto à exploração, com
exceção de bens de luxo, supérfluos, mera decoração e benfeitorias voluntárias.

Anualmente, no decreto legislativo regional que aprova o Orçamento serão determinados, entre
os setores estratégicos da economia da RAA, os lucros comerciais, industriais e agrícolas
beneficiários da dedução à coleta.
223
Pág. 254

4.14. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção agrícola

O art.º 232.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023 determina a majoração em 40% dos
encargos suportados na produção agrícola, no apuramento do lucro tributável de 2023, em
moldes iguais aos que vigoraram para 2022.
4. Benefícios Fiscais

Podem ser majorados em 40% os gastos e perdas incorridos ou suportados pelo sujeito passivo
referentes à aquisição dos seguintes bens, quando utilizados no âmbito das atividades de
produção agrícola:

a) Adubos, fertilizantes e corretivos orgânicos e minerais;

b) Farinhas, cereais e sementes, incluindo misturas, resíduos e desperdícios das indústrias


alimentares, e quaisquer outros produtos próprios para alimentação de gado, aves e outros
animais, destinados à alimentação humana; e

c) Água para rega;

d) Garrafas de vidro.
224
Pág. 254-255

4.14. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção agrícola

• O benefício encontra-se sujeito às regras de auxílios de minimis.

• De acordo com a regra geral de minimis, prevista no Regulamento (UE) n.º 1408/2013, da
4. Benefícios Fiscais

Comissão, de 18 de dezembro, na sua redação atual, dada pelo Regulamento (UE) n.º
2022/2046, da Comissão, de 24 de outubro, o montante total dos auxílios de minimis
concedidos por Estado-membro a uma empresa única, no setor agrícola, não pode exceder o
montante de € 20.000 em qualquer período de três exercícios financeiros.

• Por fim, este benefício fiscal está também sujeito à limitação do art.º 92.º do Código do IRC
(resultado da liquidação) por não se encontrar expressamente excluído.

225
Pág. 255

4.15. Regime extraordinário de apoio a encargos suportados com eletricidade e gás

• Este regime consta do art.º 231.º da Lei do Orçamento do Estado para 2023 para o período de
tributação que se iniciasse em ou após 1 de janeiro de 2022.
4. Benefícios Fiscais

• À data, não se encontra em vigor para os períodos de tributação com início em ou após 1 de
janeiro de 2023, embora tal intenção legislativa conste da Proposta do Orçamento do Estado
para 2024.

226
Capítulo 5. Estimativa de IRC, apuramento
de resultados e preparação das
demonstrações financeiras de acordo com
o modelo reduzido NCRF-PE

227
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

5.1. Estimativa de IRC

5.2. Apuramento dos resultados

5.3. Preparação e apresentação das demonstrações financeiras

228
Pág. 259

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)

5.1. Estimativa de IRC


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• Estimativa de IRC = [(Resultado antes de impostos +/- Correções fiscais – Prejuízos


fiscais dedutíveis – Benefícios fiscais por dedução ao lucro tributável) x Taxa de IRC] –
Deduções à coleta + Tributações autónomas + Derrama + Resultado da liquidação (art.º
92.º do CIRC) + IRC de anos anteriores.

• No final do período de tributação, há ainda que proceder ao apuramento do IRC a


pagar ou a recuperar, tendo em conta a referida estimativa de imposto e os
pagamentos por conta e retenções na fonte efetuadas por terceiros.

229
Pág. 259

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


5.1. Estimativa de IRC

Neste sentido, sugerem-se os seguintes registos contabilísticos:


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Pela estimativa de imposto corrente

• Débito da conta “8121 – Imposto sobre o rendimento do período – Imposto estimado para o
período”

• Crédito da conta “2413 – Imposto sobre o rendimento – Imposto estimado”

Pela transferência da estimativa de imposto para a conta de apuramento

• Débito da conta “2413 – Imposto sobre o rendimento – Imposto estimado”

• Crédito da conta “2415 – Imposto sobre o rendimento – IRC apuramento”

230
Pág. 259

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


5.1. Estimativa de IRC

Neste sentido, sugerem-se os seguintes registos contabilísticos:


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Pela transferência dos pagamentos por conta para a conta de apuramento (se existirem)

• Débito da conta “2415 – Imposto sobre o rendimento – IRC apuramento”

• Crédito da conta “2412 – Imposto sobre o rendimento – Pagamentos por conta”

Pela transferência das retenções na fonte efetuadas por terceiros (se existirem)

• Débito da conta “2415 – Imposto sobre o rendimento – IRC apuramento”

• Crédito da conta “2414 – Imposto sobre o rendimento – Retenções na fonte efetuadas por
terceiros”

231
Pág. 260

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) 5.1. Estimativa de IRC

Caso o montante da estimativa de IRC seja inferior ao montante dos pagamentos por conta e
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

das retenções na fonte efetuadas por terceiros:

• Débito da conta “2417 – Imposto sobre o rendimento – IRC a recuperar”

• Crédito da conta “2415 – Imposto sobre o rendimento – IRC apuramento”

Caso o montante da estimativa de IRC seja superior ao montante dos pagamentos por conta
e das retenções na fonte efetuadas por terceiros:

• Débito da conta “2415 – Imposto sobre o rendimento – IRC apuramento”

• Crédito da conta “2416 – Imposto sobre o rendimento – IRC a pagar”

232
Pág. 260

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


5.1. Estimativa de IRC

No momento da autoliquidação de IRC (em N+1, após a submissão da Modelo 22), existindo IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

a pagar:

• Débito da conta “2416 – Imposto sobre o rendimento – IRC a pagar”

• Crédito da conta “12 – Depósitos à ordem”

Por outro lado, caso exista IRC a reembolsar:

• Débito da conta “12 – Depósitos à ordem”

• Crédito da conta “2417 – Imposto sobre o rendimento – IRC a recuperar”

233
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


5.1. Estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• Verificando-se que o imposto liquidado pela AT é superior ao imposto estimado, a diferença


pode ser reconhecida a débito da conta “6885 – Outros gastos – Outros – Insuficiência da
estimativa para impostos”.

• Se o imposto liquidado pela AT for inferior ao imposto estimado, estaremos perante um


desagravamento do resultado contabilístico que deve ser reconhecido a crédito da conta
“7882 – Outros rendimentos – Outros – Excesso da estimativa para impostos”.

• De notar que as diferenças de estimativa devem ser corrigidas no Q07 da Modelo 22 do


período em que são reconhecidas.

234
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) 5.1. Estimativa de IRC

Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• A entidade Micro Fábrica identificou os seguintes dados para efeitos da determinação da


estimativa de IRC:

• Resultado antes de impostos (RAI): 279.810

Prejuízos fiscais dedutíveis:

• 2014: € 1.000

• 2015-2019: € 0

• 2020: € 110.000

• 2021: € 5.000

• 2022: € 0
235
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) 5.1. Estimativa de IRC

Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras


5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• Balancete em 31/12/2023, após movimentos de encerramento de contas, antes de


apuramento dos resultados

• Consultar manual

236
Pág. 261

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 1 – Alteração de política
Não é relevante 0
contabilística (modelo de revalorização)
Aplicação prática 2 – Alteração de política
contabilística (alteração das fórmulas de Dedução campo 704 (80.000)
custeio)
Aplicação prática 3 – Alteração de estimativas
Não é relevante 0
contabilísticas – Alteração de vida útil
Aplicação prática 4 – Erros contabilísticos
Não é relevante 0
(gastos de períodos anteriores)

237
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 5 – Fundo fixo de caixa Não aplicável 0
Aplicação prática 6 – Correções ao valor de caixa Acrescer no campo 716 2.000
Aplicação prática 7 – Reconciliação bancária Não aplicável 0
Aplicação prática 8 – Instrumentos financeiros Não é relevante 0
Aplicação prática 9 – Reconhecimento do rédito
de vendas de bens (vendas em moeda Não é relevante 0
estrangeira)
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade
Acrescer no campo 718 27.500
em dívidas a receber de clientes
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade
Dedução no campo 762 (7.500)
em dívidas a receber de clientes

238
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 10 – Perdas por imparidade
Dedução no campo 781 (5.000)
em dívidas a receber de clientes
Aplicação prática 11 – Créditos incobráveis Dedução no campo 762 (5.000)
Aplicação prática 12 – Encargos suportados Acrescer no campo 731 75
Aplicação prática 13 – Estimativa de férias e
Não aplicável 0
subsídio de férias
Aplicação prática 14 – Gratificações a membros
Acrescer campo 735 3.333
dos órgãos sociais
Aplicação prática 15 – Cessação de emprego Acrescer no campo 715 16.000
Aplicação prática 16 – Derrama estadual Não aplicável 0
Aplicação prática 17 – IVA suportado no
Acrescer campo 752 100
estrangeiro
239
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 18 – Tributações autónomas Não aplicável 0
Aplicação prática 19 – Compras e consumos e
Não aplicável 0
valorização de produtos acabados
Aplicação prática 20 – Quebras de inventários Não é relevante 0
Aplicação prática 21 – Perdas por imparidade de
Acrescer campo 718 160
inventários
Aplicação prática 22 – Aplicação do MEP –
Não aplicável 0
Reconhecimento inicial da participada
Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP –
Acrescer no campo 712 20.000
Imputação dos resultados das participadas
Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP –
Deduzir no campo 771 (20.000)
Imputação dos resultados das participadas
240
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP –
Deduzir no campo 758 (40.000)
Imputação dos resultados das participadas
Aplicação prática 23 – Aplicação do MEP –
Acrescer no campo 712 14.000
Imputação dos resultados das participadas
Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP –
Acrescer no campo 719 1.400
Amortização do Goodwill
Aplicação prática 24 – Aplicação do MEP –
Não é relevante 0
Amortização do Goodwill
Aplicação prática 25 – Alienação de participação Acrescer no campo 736 20.000
Aplicação prática 25 – Alienação de participação Deduzir no campo 769 0

241
Pág. 265

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e
Deduzir no campo 767 (78.125)
reinvestimento
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e
Acrescer no campo 740 33.578
reinvestimento
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e
Acrescer no campo 745 10.000
reinvestimento
Aplicação prática 26 – Mais-valias, VPT e
Deduzir no campo 772 (50.000)
reinvestimento
Aplicação prática 27 – Questão dos websites Não aplicável 0
Aplicação prática 28 – Dispêndios com formação Não é relevante 0
Aplicação prática 29 – Marcas Acrescer no campo 719 20.000
Aplicação prática 29 – Marcas Dedução no campo 792 (10.000)
242
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023 após
Resultado antes de impostos 279.810
apuramento dos resultados
Correções no Q07
Aplicação prática 30 – Aplicação dos resultados Não é relevante 0
Aplicação prática 31 – Subsídios não
Acrescer no campo 702 2.000
reembolsáveis relacionados com ativos
Aplicação prática 32 – Acontecimentos após a
Não aplicável 0
data de balanço
Aplicação prática 33 – Regime fiscal de incentivo
Deduzir no campo 774 3.000
à capitalização das empresas (ICE)
Aplicação prática 34 – SIFIDE II Não aplicável (dedução à coleta) 0

243
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023
Resultado antes de impostos 279.810
após apuramento dos resultados
Correções no Q07
Total de correções (122.479)
Lucro tributável 157.331
Prejuízos fiscais deduzidos Ver quadro dedução de PF (116.000)
Matéria coletável 41.331
Coleta Taxa de 8,75% (art.º 41.º-B do EBF) 3.616
Deduções à coleta
Aplicação prática 34 – Benefício fiscal SIFIDE 100% da coleta 3.616
IRC liquidado 0

244
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Determinação da estimativa de IRC Observações Valores


RAI – Balancete de 31/12/2023
Resultado antes de impostos 279.810
após apuramento dos resultados
Tributações autónomas
Aplicação prática 6 – Correções ao valor de
Despesas não documentadas (35%) 700
caixa
Aplicação prática 12 – Encargos suportados Despesas de representação (7%) 88
1,5% sobre o lucro tributável
Derrama municipal 2.360
(Nordeste – Derrama de 2022)
IRC estimado 3.148
Legenda:
Não é relevante – gasto aceite em termos fiscais ou rendimento tributável, no período
corrente
Não é aplicável – sem impacto fiscal

245
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
• Cálculos auxiliares para a estimativa de IRC
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Dedução de prejuízos fiscais


Lucro tributável 157.331
65% Lucro tributável 102.265
Dedução Prejuízos fiscais
PF 2014 (1.000)
PF 2020 (110.000)
PF 2021 (5.000)
75% Lucro tributável 117.998
Prejuízos deduzidos (116.000)

246
Pág. 266

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)


Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Registo contabilístico – estimativa de IRC

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Estimativa de IRC 8121 – Imposto estimado para o
3.148
período
2413 – Estimativa de IRC 3.148
Apuramento de IRC 2413 – Estimativa de IRC 3.148
2415 – Apuramento de IRC 3.148
Apuramento de IRC 2415 – Apuramento de IRC 2.500
2412 – Pagamentos por conta 2.500
IRC a pagar 2415 – Apuramento de IRC 648
2416 – IRC a pagar 648

247
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Registos contabilísticos – Apuramento dos resultados
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

Data Descrição Conta Débito Crédito


31/12/2023 Transferência das contas da 811 – Resultado antes de impostos 1.374.520
classe 6 para o RAI (1) 6x – Gastos 1.374.520
Transferência das contas da 7x – Rendimentos 1 654 330
classe 7 para o RAI (2)
811 – Resultado antes de impostos 1.654.330
Transferência do RAI para o 811 – Resultado antes de impostos 279.810
RLP (3) 818 – Resultado líquido 279.810
Transferência do IRC 818 – Resultado líquido 3.148
estimado para o RLP 8121 – Imposto estimado para o
3.148
período
(1) Total de gastos = € 1.374.520
(2) Total de rendimentos = € 1.654.330
(3) RAI = € 1.654.330 – € 1.374.520 = € 279.810
(4) RLP = € 279.810 – € 3.148 = € 276.662

248
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Balanço em 31/12/2023
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

RUBRICAS NOTAS DATAS


31/12/2023 31/12/2022
ATIVO

Ativo não corrente


Ativos fixos tangíveis 183.590
Ativos intangíveis 207.600
Investimentos financeiros 128.100
Créditos e outros ativos não correntes 0
519.290

249
Pág. 267

e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE) Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
Balanço em 31/12/2023
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

RUBRICAS NOTAS DATAS


31/12/2023 31/12/2022
Ativo Corrente
Inventários 191.840
Clientes 58.000
Estados e outros entes públicos 0
Capital subscrito e não realizado 0
Outros créditos a receber 237.200
Diferimentos 0
Outros ativos financeiros 30.750
Caixa e depósitos bancários 337.795
855.585
Total do ativo 1.374.875
250
Pág. 267
Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)
Balanço em 31/12/2023
RUBRICAS NOTAS DATAS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO


Capital próprio
Capital subscrito 200.000
Quotas próprias 0
Outros instrumentos de capital próprio 0
Prémios de emissão 0
Reservas legais 50.000
Outras reservas 1.000
Resultados transitados 271.895
Excedentes de revalorização 77.800
Outras variações no capital próprio 20.000
Resultado líquido do período 276.662
Total do capital próprio 897.357
251
Pág. 268
Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)
Balanço em 31/12/2023
RUBRICAS NOTAS DATAS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

PASSIVO
Passivo não corrente
Provisões 10.000
Passivos por impostos diferidos 15.040
Outras dívidas a pagar 155.110
Passivo corrente
Fornecedores 147.570
Estado e outros entes públicos 25.238
Financiamentos obtidos 0
Diferimentos 0
Outros passivos correntes 124.560
297.368
Total do passivo 477.518
Total do capital próprio e do passivo 1.374.875 252
Pág. 268
Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)
Demonstração dos resultados de 2023
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS PERÍODOS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

2023 2022
Vendas e serviços prestados 1.346.455
Subsídios à exploração 0
Variação nos inventários da produção 172.500
Trabalhos para a própria entidade 0
Custos das mercadorias vendidas e das
331.500
matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos 53.975
Gastos com o pessoal 847.485
Imparidade de inventários (perdas/reversões) 160
Imparidade de dívidas a receber
15.000
(perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções) 10.000
Outras imparidades (perdas/reversões) 0

253
Pág. 268
Aplicação prática 35 – Estimativa de IRC, apuramento de resultados e demonstrações financeiras
e preparação das demonstrações financeiras (NCRF-PE)
Demonstração dos resultados de 2023
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS PERÍODOS
5. Estimativa de IRC, apuramento de resultados

2023 2022
Aumentos/reduções de justo valor 750
Outros rendimentos 119.625
Outros gastos 40.875
Resultado antes de depreciações, gastos de
340.335 0
financiamentos e impostos
Gastos/reversões de depreciação e de
60.525
amortização
Resultado operacional (antes de gastos de
279.810 0
financiamento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos 0
Juros e gastos similares suportados 0
Resultado antes de impostos 279.810
Imposto sobre o rendimento do período 3.148
Resultado líquido do período 276.662
254
Capítulo 6.
Dossiê fiscal

255
6.1. Importância e obrigatoriedade
6. Dossier Fiscal

6.2. Conteúdo

6.3. Prazo de organização / entrega

256
Pág. 277

• A obrigação da organização e preparação do dossiê fiscal está prevista no art.º 130.º do CIRC
e no art.º 129.º do CIRS.
6. Dossier Fiscal

• A Portaria n.º 51/2018, de 16 de fevereiro, veio proceder à alteração da Portaria n.º 92-
A/2011, de 28 de fevereiro, modificando o conjunto de documentos integrantes do dossiê
fiscal, aplicando-se tal alteração aos períodos de tributação iniciados em, ou após, 1 de
janeiro de 2017.

257
Pág. 277

6.1. Importância e obrigatoriedade

• Quem é que está obrigado a organizar o dossiê fiscal?


6. Dossier Fiscal

• Sujeitos passivos de IRC (residentes e não residentes)

• Sujeitos passivos de IRS

• Entidades não abrangidas

• Entidades abrangidas e obrigadas à entrega em conjunto com a IES

258
Pág. 280

6.2. Conteúdo

Conteúdo obrigatório
6. Dossier Fiscal

Anexo I da Portaria n.º 51/2018 (check-list no manual)

Conteúdo conveniente

Sugestões no manual

259
Pág. 281

6.3. Prazo de organização / entrega

• O dossiê fiscal deve ser organizado com respeito a cada período de tributação, devendo estar
organizado até ao final do prazo para a entrega da IES, normalmente até ao dia 15 de julho do
ano seguinte ao período de tributação a que respeita (ou até ao 15.º dia do 7.º mês após o
6. Dossier Fiscal

final do período de tributação, quando este não coincida com o ano civil), e mantido durante
um período de 10 anos.

• Para as entidades incluídas na lista dos grandes contribuintes ou acompanhas pela UGC, e
para aqueles que optaram pela aplicação do RETGS, o dossiê fiscal deve ser entregue no
mesmo prazo da IES. Os restantes sujeitos passivos apenas entregam o dossiê fiscal quando
existir uma solicitação expressa da AT.

260
Capítulo 7. Prestação de contas

261
7. Prestação de contas

7.1. Documentos que compõem a prestação de contas

7.2. Aspetos da legislação comercial

262
Pág. 285

7.1. Documentos que compõem a prestação de contas


7. Prestação de contas

Entidades que estejam a adotar a NCRF-PE para a prestação de contas individuais

• O registo da prestação de contas consiste no depósito, pela submissão da IES, da


informação constante dos seguintes documentos (n.º 1 do art.º 42.º do CRC):

• Ata de aprovação das contas do exercício e da aplicação dos resultados

• Balanço, Demonstração dos Resultados e Anexo;

• Certificação legal das contas e parecer do órgão de fiscalização, quando existam.

263
Pág. 285

7.2. Aspetos da legislação comercial

• Assembleia geral de aprovação das contas


7. Prestação de contas

• Dispensa de convocatória

• Assembleias universais (n.º 1 do art.º 54.º do CSC)

• Dispensa de assembleia geral de aprovação das contas (apenas para as sociedades por
quotas) – art.º 263.º do CSC

• Prazo e ordem do dia

• Elaboração das atas das assembleias gerais

• Atas (art.º 63.º do CSC)

264
Pág. 288
7.2. Aspetos da legislação comercial
• Preenchimento do Quadro 07 da IES
7. Prestação de contas

265
Pág. 289
7.2. Aspetos da legislação comercial
• Preenchimento do Quadro 07 da IES
7. Prestação de contas

266
Pág. 289

7.2. Aspetos da legislação comercial


7. Prestação de contas

• Relatório de gestão (art.º 66.º do CSC)

• Conteúdo

• Perda de metade do capital – art.º 35.º do CSC

• Microentidades

267
Quais as datas limite

31.Dez Data de referência para Encerramento SA+SQ: [Art.ºs 65º-A do CSC]: Admitindo coincidência entre o período
das Contas económico e o período civil
1.Mar SA: Convocatória da AG. SA: [Art.º 376 e 377º do CSC]: A convocação compete ao presidente da mesa (no
SA+SQ: Apresentar as contas ao caso da AG anual, a pedido do CA), devendo a convocatória ser publicada
Conselho Fiscal e ao ROC (http:publicções.mj.pt). Quando sejam nominativas todas as acções pode
substituir-se a publicação: a] por cartas registadas; ou b] por correio electrónico
15.Mar SQ: Convocatória da AG; com recibo de leitura
SA+SQ: Disponibilização do Relatório e SQ: [Art.º 248º do CSC]: A convocação compete a qualquer dos gerentes e deve
Contas aos sócios (e no site da Internet) ser feita por meio de carta registada, expedida com a antecedência mínima de
[263º e 289º do C.S.C.] quinze dias.
31.Mar
SA+SQ: Data limite AG (s/ consolidação e
s/ mep)
31.Mai SA+SQ: [Art.ºs 65 n.º5 e 376º do CSC]
SA+SQ: Data limite AG (c/ consolidação ou
c/ mep)
Entrega da M22
15.Jul
Entrega da IES e pagamento do depósito

* As datas apresentadas no cronograma são datas limite e, no que respeita a obrigações fiscais, consideram identidade entre o ano fiscal e o económico.

Fonte: Sérgio Pontes 268


Indicador Descrição

Autonomia Financeira Indica a % de Capital Próprio no total de Capitais da Empresa (considera curto,
= Capitais Próprios / Ativo médio e longo prazo)

Endividamento Indica a % de Passivo no total de Capitais da Empresa (considera curto, médio


= 1- Autonomia Financeira e longo prazo)
= Capitais Alheios / Ativo

Maturidade do Financiamento Indica a % de Passivo de Curto prazo no total de Passivo da Empresa


= Passivo Curto prazo / Total Passivo

Perfil do Financiamento
Representa a % do passivo que origina custo (Dívida Financeira corresponde à
= Dívida Financeira / Total Passivo
Dívida que dá lugar ao pagamento de juros)

Representa o número de anos de EBITDA necessários para pagar a Dívida


Dívida financeira líquida (“Net Debt”) para EBITDA
= Dívida financeira líquida1) / EBITDA financeira líquida (Dívida financeira líquida corresponde à Dívida que dá
lugar ao pagamento de juros deduzida das aplicações financeiras que dão
lugar ao recebimento de juros)

1) Utiliza o valor médio da Dívida

269
Indicador Descrição

Margem Bruta (%) ▪ % que a Empresa retira dos proveitos depois de considerar os custos
= Margem Bruta / Proveitos Operacionais das mercadorias vendidas e matérias consumidas

Margem de Lucro Operacional Monetária (%) ▪ Restringimos a análise operacional à vertente monetária (pois aqui não
EBITDA / Proveitos Operacionais1) consideramos amortizações)

Margem de Lucro Operacional Económica (%)


= EBIT / Proveitos Operacionais ▪ % de criação de valor decorrente da atividade operacional da Empresa
Margem de Lucro Global (%) ▪ A margem de lucro global representa a % de proveitos operacionais que
= Res. Líquido / Prov. Operacionais se transformam em resultados líquidos

Grau de Cobertura de Juros ▪ Representa uma medida de risco quanto à capacidade de uma entidade
= EBIT / Resultados Financeiros conseguir satisfazer os seus compromissos financeiros

Custo da “Dívida financeira” ▪ Custo que a Empresa tem com os Passivos que dão origem ao
= Custos financeiros / Dívida originadora de custos2) pagamento de juros

Alavancagem Operacional ▪ Permite anaçisar o impacto nos resultados resultante de alterações nas
= Variação em % do EBIT / Variação % das Vendas vendas, tendo em consideração a estrutura de custos (fixos e variáveis)

270
Obrigado
Bom Trabalho!

271

Você também pode gostar