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EMBARCAÇÕES AHTS:
OPERAÇÕES EM TERMINAIS OCEANICOS
RIO DE JANEIRO
2023
EDUARDO LEITE MAGGI
EMBARCAÇÕES AHTS:
OPERAÇÕES EM TERMINAIS OCEANICOS
RIO DE JANEIRO
2023
EDUARDO LEITE MAGGI
EMBARCAÇÕES AHTS:
OPERAÇÕES EM TERMINAIS OCEANICOS
BANCA DE PROFESSORES:
___________________________________________________
Prof. M.Sc. Laís Raysa Lopes Pereira
___________________________________________________
Prof. M.Sc Paulo Roberto Batista Pinto
___________________________________________________
Prof. M.Sc Marcelo Costa Alves
NOTA FINAL:________________
_______________________________________________________
Assinatura do Aluno
Dedico este trabalho aqueles que tornaram isso
possível, CIAGA aos professores, meus
colegas de APNT.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2 CARACTERÍSTICAS DO AHTS ...................................................................... 12
2.1 MANUSEIO DE ÂNCORAS ................................................................................ 13
2.2 SUPRIMENTO A PLATAFORMAS .................................................................... 13
2.3 EXPLORANDO AS POSSIBILIDADE SUBMARINAS: ROV .......................... 14
2.4 REBOQUE ............................................................................................................. 15
2.5 COMBATE A INCÊNDIO .................................................................................... 16
2.6 APOIO A TERMINAIS OCEÂNICOS ................................................................. 17
3 EQUIPAMENTOS DE UM AHTS ..................................................................... 19
3.1 GUINCHO DE MANUSEIO ................................................................................. 21
3.2 TAMBORES DE GUINHO ................................................................................... 22
3.3 GUINCHOS AUXILIARES .................................................................................. 23
3.4 PINOS HIDRÁULICOS ........................................................................................ 24
3.5 SHARK JAW ......................................................................................................... 25
3.6 ROLO DE POPA ................................................................................................... 26
4 EQUIPAMENTOS OU INSTALAÇÕES ADICIONAIS PARA
OPERAÇOES TO ................................................................................................ 27
4.1 ALC – ABERTURA LATERAL NO COSTADO ................................................ 27
4.2 ÁREA PARA MANUSEIO DE MANGOTES - (COLETOR DE RESÍDUOS
OLEOSOS - CRO). ................................................................................................ 28
4.3 BOTE DE SERVIÇO (WORK BOAT) ................................................................. 29
4.4 SISTEMA DE LAVAGEM DE LINHA DE MANGOTE DE OFFLOADING ... 31
4.5 SISTEMA DE TESTE DE ESTANQUEIDADE DA LINHA .............................. 31
4.6 SISTEMA DE LIMPEZA EM GERAL ................................................................. 32
4.7 LANÇA RETINIDA .............................................................................................. 32
5 CONCEITOS BASICOS PARA ENTENDIMENTO DO TO ......................... 32
5.1 DESCARREGAMENTO DE OLEO EM TERMINAIS OCEANICOS
(OFFLOADING).................................................................................................... 32
5.2 MANGOTES (MANGUEIRAS) ........................................................................... 33
5.3 TIPOS DE ACONDICIONAMENTO DE MANGOTES EM UNIDADES
MARITIMAS ......................................................................................................... 34
5.4 SISTEMAS DE ANCORAGEM ........................................................................... 36
5.4.1 Single Point Morring (Spm) ................................................................................ 37
5.4.2 Ancoragem com turret.......................................................................................... 38
5.4.3 Spred Mooring (SM) ............................................................................................ 40
5.5 POSICIONAMENTO DINÂMICO (DP) .......................................................... 41
5.5.1 OPERAÇÃO DE PORTAS LINHA DE MANGOTE ...................................... 43
5.6 CABO DE SACRIFICIO ESPECIFICAÇÕES MÍNIMAS (OBRIGATÓRIAS): 44
5.6.1 OPERAÇÃO COM AS LINHAS DE MANGOTE ........................................... 44
5.6.2 ROV para Inspeção de Linha de Mangotes ....................................................... 46
6 SEGURNÇA NA OPERAÇÃO DE APOIO A TERMINAL OCEÂNICO .... 47
6.1 ATRIBUIÇOES EM OPERAÇÕES TO ................................................................ 47
6.2 PLANEJAMENTO E ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO .............................. 47
6.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) .................................. 50
6.4 POLÍTICA DE PARAR O TRABALHO .............................................................. 50
6.5 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES DURANTE OPERAÇÃO TO .............. 51
6.6 DESCONEXÃO DE EMERGÊNCIA ................................................................... 52
6.7 NOVOS SOLUÇÕES ............................................................................................ 53
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 54
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 55
12
1 INTRODUÇÃO
Como o próprio nome diz, AHTS (Anchor Handling Tug Supply), esta embarcação é
capaz de realizar funções como manuseio de âncoras (anchor handling), funções de reboque
(tug) e suprimento a plataformas (supply). Além do que está explicito no nome, o AHTS
também pode realizar operações com ROV, combate ao incêndio e apoio a terminais
oceânicos que será a abordada nesse trabalho.
13
O manuseio de âncoras consiste no trabalho com âncoras que por vezes pode tornar-se
um processo difícil devido a fatores externos. Â âncora é um objeto pesado devendo ser
manuseado por equipamentos adequados.
"It is influenced by such factors as the weight and shape of the anchor, the nature of
the soil, the depth of the water, the weather conditions, the available handling
equipment and the type and weight of mooring line" (VRYHOF ANCHORS, 2010,
p.57)
atividade que ocorre regularmente. No entanto, sempre que possível, as empresas contratantes
aproveitam oportunidades durante viagens ao porto para transportar carga adicional (SOUZA,
2012, p.30).
Fonte: http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/2003-2006/Fabio2X/relat1/,
acessado em 17/10/2023
Operações com ROV (Veículo de Operação Remota) são uma parte crucial das
atividades submarinas. ROVs são robôs altamente manobráveis projetados especificamente
para operações subaquáticas. Diferentemente de veículos tripulados, os ROVs não têm
tripulação a bordo e são controlados por uma equipe que opera a partir de uma embarcação
(DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS, 2009, p.32).
A evolução das embarcações AHTS mais modernas considera a integração de suportes
mecânicos para ROVs, o que simplifica significativamente o processo de adaptação e
operação desses dispositivos nas atividades submarinas (DIRETORIA DE PORTOS E
COSTAS, 2009, p.32).
Os ROVs são essencialmente mini-submarinos equipados com câmeras de vídeo e
uma variedade de sensores. Eles desempenham um papel fundamental na observação e
15
Figura 3 ‒ ROV
2.4 REBOQUE
Fonte: Fulkrum Technical Resources anuncia grande expansão no Brasil | Marcos | Notícia (oceannews.com) ,
acessado em 20/10/2023
com eficácia. Os canhões situados no tijupá permitem direcionar jatos de água de alta
pressão para o foco do incêndio, proporcionando uma ação de resfriamento e controle.
A capacidade de combate a incêndio de um AHTS é crucial, pois essas
embarcações frequentemente operam em ambientes desafiadores, como plataformas de
petróleo, onde há um risco aumentado de incêndios devido à presença de substâncias
inflamáveis. Além disso, como parte de seu papel de apoio em operações offshore, os
AHTS devem estar preparados para responder rapidamente a qualquer situação de
emergência que envolva incêndio.
A imagem ilustrativa mostra um AHTS realizando operações de combate a
incêndio, destacando a importância desses navios na mitigação de riscos e na segurança
das operações offshore.
Figura 5 ‒ AHTS realizando combate a incêndio
Fonte:
Http://Www.Oceanica.Ufrj.Br/Deno/Prod_Academic/Relatorios/2010/Debora_Luizfernando/Relat1/Relat1.Htm,
Acessado 23/10/2023
Podem ser:
Figura 6 ‒ Monoboia
3 EQUIPAMENTOS DE UM AHTS
A imagem apresenta uma visão geral dos equipamentos que compõem um AHTS
(Anchor Handling Tug Supply Vessel), oferecendo uma visão detalhada das diversas partes e
componentes que tornam essas embarcações altamente funcionais e versáteis para suas
múltiplas tarefas. A seguir, descreveremos alguns dos principais equipamentos numerados na
imagem:
Fonte:
http://lh5.ggpht.com/_poOMUbd3H4k/TUgtDG34WaI/AAAAAAAAAQQ/HMuwmaP2LvM/s800/Anchor%20
Handling%20Tug%20Supplier%20%28AHTS%29.jpg, acessado em 12/10/2023
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na segurança das operações, garantindo que os cabos e amarras sejam manipulados com
precisão e controle.
Portanto, as "Maxilas de Tubarão" são elementos essenciais para as operações de um
AHTS, contribuindo para a segurança, a eficiência e o sucesso das tarefas de manuseio de
cabos e amarras em ambientes marítimos desafiadores. Elas representam uma peça
fundamental no arsenal de equipamentos de um AHTS, projetadas para lidar com as
demandas e tensões das operações de ancoragem.
minimizar o atrito e prevenir danos aos mangotes e flanges. A ALC deve possibilitar a
movimentação do mangote sem ultrapassar o raio mínimo de curvatura de 3m, além de ter sua
saída o mais próxima possível da linha d’água. A instalação da ALC deve ser realizada à
boreste ou bombordo da embarcação, facilitando a passagem dos mangotes.
popa) deve ser segurado por uma corrente presa no Fork. O mangote dentro do coletor deve
ter suas extremidades a uma distância mínima de 1m das bordas à vante e à ré do CRO,
considerando também rampas que adentrarão o coletor.
A borda à ré do CRO deve estar posicionada ante-a-vante (AAV) do Fork, a uma
distância D de 6,7m. Admite-se um afastamento superior, desde que se forneça os meios
necessários para a fixação da linha de mangote, assegurando que os flanges da seção a ser
manipulada permaneçam dentro do CRO.
A embarcação deve estar equipada com um "Work Boat" do tipo Polar Cirkel ou
equivalente, apresentando as características a seguir:
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A embarcação deve ser equipada com uma bomba de lavagem, com capacidade
mínima de vazão de 250m³/h, capaz de superar uma coluna de água de 40 metros para a
execução da lavagem da linha de mangotes. A referida bomba deve ter a capacidade de captar
água do mar e injetá-la na linha.
Adicionalmente, a embarcação é responsável por prover as mangueiras, devidamente
dimensionadas para a vazão e pressão especificadas, e adequadas ao produto em questão.
Deve haver um estoque apropriado a bordo dessas mangueiras, assim como engates, válvulas
de não retorno e peças sobressalentes, assegurando que a operação não seja interrompida. O
sistema em questão deve incluir uma válvula de retenção (Check Valve) montada a montante
da mangueira, com a finalidade de prevenir o refluxo de resíduos oleosos.
A embarcação deve estar equipada com uma bomba cuja pressão mínima seja de 9 bar,
com a capacidade de manter essa pressão por, no mínimo, 30 minutos, sem vazão. A medição
dessa pressão deve ser realizada no nível do convés principal, sendo obrigatória a instalação
de um manômetro pela contratada para essa finalidade. O Armador tem a responsabilidade de
fornecer as conexões compatíveis necessárias para a realização dos testes.
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A embarcação deve ser equipada com uma bomba de alta pressão, similar a um lava-
jato, composta por uma pistola de água com controle de jato e conexões, acompanhada por
uma mangueira de água de alta pressão com 50 metros de comprimento. Essa bomba deve ser
projetada para realizar limpezas intensivas, seguindo o padrão de "high pressure cleaner",
com pressão mínima de 190 bar e um bico rotativo.
A embarcação deve ser provida de uma lança retinida pneumática, seguindo o modelo
Restech Norway ou equivalente.
5 CONCEITOS BASICOS PARA ENTENDIMENTO DO TO
O Mangote Marítimo é uma mangueira curta com flanges, composta por material
especial, projetada para transferência de fluidos entre terminais oceânicos e navios petroleiros.
Existem três tipos padronizados de mangotes marítimos:
Mangote Catenária
Mangote Flutuante
Mangote Submarin
Uma unidade flutuante, seja ela uma embarcação ou plataforma, está constantemente
sujeita a uma série de forças externas que podem causar deslocamentos em relação à sua
posição inicial. Para evitar esses deslocamentos indesejados e garantir a estabilidade da
unidade, é essencial a presença de um sistema de ancoragem. Esse sistema é projetado para
permitir que a unidade permaneça dentro de uma área específica em relação à sua localização
original de projeto. Esse deslocamento, medido em relação ao ponto de projeto inicial, é
conhecido como "offset" da unidade, conforme explicado por Loureiro (2007).
No contexto do ponto de conexão da linha de ancoragem com a plataforma, conhecido
como "fairlead", a ancoragem pode ser realizada de duas maneiras distintas: ponto único ou
quadro de ancoragem. Essas abordagens têm características e aplicações específicas que se
ajustam às necessidades de ancoragem da unidade flutuante.
Existem três tipos principais de sistemas de ancoragem que podem ser empregados em
estruturas flutuantes, conforme definido pela Diretoria de Portos e Costas (2009):
Figura 20 ‒ Turret
restringir tanto movimentos lineares quanto angulares tornam esses sistemas fundamentais
para o sucesso de uma variedade de operações offshore.
Esses são tópicos abrangentes que envolvem diversas operações. Ao abordar cada um
desses pontos, é fundamental seguir procedimentos especializados para garantir a segurança e
eficiência de cada operação. Vamos destacar a necessidade de procedimentos de manutenção
especializada para cada uma dessas operações:
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O Comandante é responsável pelo planejamento detalhado da operação, para isso, solicitará todas
as informações pertinentes à Unidade Marítima (UM) para a execução segura da operação. Essas
informações incluem:
Para prevenir o contato direto do cabo mensageiro com o rolo de popa, é imperativo
utilizar uma Unidade Marítima de cabo de sacrifício.
O cabo de sacrifício, confeccionado em polipropileno, deve apresentar uma proteção
de borracha para amplificar sua resistência à abrasão no rolo de popa da embarcação.
As especificações mínimas obrigatórias são as seguintes:
No caso das linhas de mangotes no REEL, a embarcação deve, sempre que possível,
posicionar-se conforme a posição 3. Quando não for possível, pode-se adotar as posições 1 e
2, mantendo contato direto com um vigia a bordo da unidade de tomada de carga. A linha de
mangotes deve estar o mais próximo possível de uma semicircunferência.
Se a correnteza estiver direcionando o seio da linha para cima da unidade, a operação
deve ser abortada.
Para linhas de mangotes em REEL, principalmente em unidades do tipo "spread
moored", a posição 4 é admitida devido à direção da correnteza, desde que todas as lideranças
envolvidas estejam de acordo. Para as linhas de mangotes catenária, a embarcação deve
sempre posicionar-se atrás do FPSO, "popa a popa", alinhada conforme a Posição 3 definida
no desenho acima.
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A operação deve ser sempre realizada no Bordo Favorável, e é crucial garantir que o
ROV se afaste do costado da embarcação. O modelo Falcon, de propriedade da empresa
subcontratada do cliente especializada em serviços de manutenção de sistemas de offloading,
será o ROV utilizado na operação.
Botas de Segurança,
Capacete,
Luvas de proteção,
Protetores auriculares,
Óculos de segurança,
Macacão de trabalho (deve estar completamente fechado e sem dobras nas
mangas durante todo o período de trabalho) e
Colete salva-vidas classe IV (obrigatório quando se trabalha próximo à popa da
embarcação).
Somente após a ordem do passadiço e feedback do lançador da retinida (eco) é que se pode
lançar a retinida. O passadiço deve dar a ordem de “preparar para o disparo/lançamento” e,
após a autorização da Unidade (ou outra embarcação) e observação de que pode ser efetuado
um disparo/lançamento seguro, dar a ordem de “Efetuar o disparo/lançamento”. O lançador da
retinida deve dar o feedback de que entendeu a mensagem – “OK, efetuar o
disparo/lançamento” antes de efetuar o disparo/lançamento.
Em Monobóia e Unidades FPSO com o SISTEMA TURRET, é necessário
monitoramento constante do giro da mesa rotativa e da Unidade de acordo com a resultante
ambiental. O Oficial de Serviço (Operador de DP) na manobra deve considerar a previsão de
deslocamento da plataforma com base nas condições ambientais. A embarcação pode estar em
posição estratégica caso a U.M. inicie um deslocamento repentino.
Durante operações com risco de deslocamento, considere configurações do DP, como
alteração para High Gain e/ou uso do modo JOYSTICK DP quando necessário. Além disso,
observe e analise a previsão do tempo. A comunicação com a Unidade Marítima via rádio é
crucial para informar qualquer mudança nas condições meteorológicas, como altura das
ondas, vento e correnteza, que possam afetar a segurança da operação. (PROCEDIMENTO
TO ASGGARD BOURBON)
Fonte: Conversão da embarcação PSV Belov Mares em OTSV: projeto detalhado – Proper Marine – Projetos
navais e Offshore - acessado 20/10/2023
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS