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1.1 Introdução
1.2 Classificação dos fatores de influência
- Soldagem de fabricação
- Soldagem de manutenção
- Fatores tecnológicos
- Fatores administrativos
- Fatores econômicos
- Fatores humanos
2. TÉCNICAS OPERATÓRIAS
5. SOLDABILIDADE
6 CONDICIONAMENTO TÉRMICO
SOLDAGEM DE MANUTENÇÃO II
SUMÁRIO
1.1 Introdução
A união de metais já era praticada no ano 1200 antes de Cristo, por forjamento a
quente ou por estanho, entretanto evoluiu muito pouco até o final do século XIX. Com o
surgimento da soldagem por arco elétrico por eletrodo metálico em 1885 marcou-se o início
de uma nova era. A partir de então a evolução da tecnologia de soldagem tem sido intensa,
buscando atender aos múltiplos segmentos industriais bem como a uma enorme variedade
de ligas metálicas desenvolvidas a partir de então.
Especificações técnicas
Projeto, formas, dimensões, tolerâncias
Soldagem de fabricação Cálculo dos esforços
Processos e procedimentos definidos
Normas e códigos aplicáveis
Condições operacionais
Dificuldades de acesso
Soldagem de manutenção Metal base desconhecido
Contaminações do produto
Experiência e habilidade
Processo de soldagem
Metalurgia da soldagem
Fatores tecnológicos Metal de base e de adição
Controle de qualidade
Ensaios não destrutivos
Manutenção corretiva
Fatores administrativos Manutenção preventiva
Manutenção preditiva
Fatores econômicos
Custo da recuperação
Tempo da recuperação
Recuperação Garantia duvidosa
2. Técnicas operatórias
A técnica de soldagem por passo peregrino é também conhecida como (passe a ré). Ela
consiste numa técnica de melhor distribuição de calor, onde a junta a ser soldada é dividida
em múltiplos segmentos e os cordões de solda são aplicados em sentido contrário ao da
evolução da soldagem, dessa forma as linhas isotérmicas (linhas de temperatura constante)
assumem um formato conveniente, onde sua somatória conduz a um formato retangular
promovendo assim uma deformação regular de fácil correção.
1º 2º 3º 4º 5º
ɸ1200 75
Junta circunferencial
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Junta radial
Passagem de solda
Essas tensões residuais serão responsáveis por uma eventual formação de trincas,
fraturas ou deformações. Também é necessária a criação de uma passagem de solda na
região onde as soldas irão se cruzar, pois, esse tipo de cruzamento irá gerar uma tri
axialidade de tensões, podendo vir a ser um ponto crítico para nucleação de trincas
A partir do segundo bloco deve ser feita uma unha utilizando uma lixadeira elétrica
com disco rígido de 100 mm, vide figura abaixo, a finalidade dessa unha é evitar deformação
do cordão, poros e retenção de escórias. É recomendada a execução de dois ou mais
blocos simultaneamente para uma melhor distribuição de tensões residuais.
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Para tanto serão utilizados dois ou mais soldadores uniformemente distribuídos. Uma
vez terminada a deposição em blocos em toda extensão da junta, os demais passes podem
ser filetados com sequência de soldagem é livre.
Essa técnica é considerada a mais comum de todas e tem grande campo de aplicação
na soldagem de forma geral, ela pode ser feita dentro do chanfro alternando-se os depósitos
do metal de adição em cada lado do chanfro, ou pode ser na distribuição dos filetes em
segmentos ao longo da junta em seu comprimento total, nesse caso devemos intercalar os
depósitos para melhor distribuição do calor introduzido. Outras formas de balanceamento
poderão ocorrer e o método de controle deverá ser visual e dimensional.
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Aplica-se para metais com estrutura cristalina frágil, como por exemplo alguns tipos
de ferro fundido, nesses casos as ligações entre a zona de diluição e o metal de base
podem possuir tensões acima do suportável pelo metal de base, dessa forma se aconselha
depositar de forma intercalada filetes de solda ortogonais à junta soldada a cada camada
de metal depositado, de maneira a melhor distribuir as tensões residuais, essa distribuição
de filetes também aumenta as interfaces entre as zonas de diluição e metal base. Nesse
caso se recomenda um metal de adição com alto valor de alongamento, por exemplo
eletrodo de níquel puro ou eletrodo de Ni Fe com 80% de níquel. A sequência de deposição
ideal está mostrada abaixo.
3º 1º 4º
3º 1º 4º
2º
2º
Reforço cruzado
Porém estando o metal contido no triângulo com resistência menor ao metal adjacente
ele se auto deformará através da fluência desse metal para fora da peça de maneira que
ao resfriar o conjunto assumirá um novo formato. É muito importante a escolha das posições
dos triângulos de calor e das suas dimensões, isso porém se obtém com a prática.
Impurezas e ou contaminações
A lavagem final das peças deverá ser feita com água seguida de secagem, a secagem
rápida impede o embaçamento e a formação de ferrugem. Para limpeza de peças
excepcionalmente sujas em soldagem de manutenção utiliza-se soluções que produzam
espuma abundante que são combinações de solventes inorgânicos, como o tricloroetileno,
com soluções de sais alcalinos. Em locais de difícil acesso essa solução é esguichada com
mangueira sob elevada pressão. Atenção o alumínio e suas ligas são atacados por
substâncias alcalinas. Nesses casos também deve haver cuidado com os operadores pois
produtos fortemente alcalinos produzem queimaduras graves.
Decapagem química
Cabos de aço
Quanto mais pernas e mais fios tiver um cabo de aço, mais flexível ele será, existem
situações que a rigidez é necessária e outras onde a flexibilidade é requerida, portanto não
se deve dizer que esse ou aquele é melhor. Cabos que enrolam e desenrolam o tempo todo
em tambores de talhas elétricas, pontes-rolantes e guinchos, costumam ser mais flexíveis.
Cabos que sofrem grande abrasão devem que ter os arames externos mais espessos,
como por exemplo do tipo “Seale”, o diâmetro do tambor tem influência na vida útil do cabo.
Se adotamos “d” como diâmetro do cabo e “D” diâmetro do tambor, tememos D/d ≥ 30 como
sendo um fator de segurança aceitável, idem para polias, onde o cabo fará ± 180º.
Exemplo: 8 x 36 WS x AACi - Cabo com oito pernas, cada perna com 36 arames, formato
“WARRINGTON SEALE” ou (1 + 7 + (7+7) + 14) e “alma de aço com cabo independente “
sendo que a alma de aço será um cabo feito separadamente. Existem diversos tipos de
cabos, eles são definidos em função da aplicação desejada, cada tipo é indicado para um
trabalho específico, dessa forma eles irão possuir vantagens e desvantagens quando
comparados entre si. A seguir veja tabela com os principais tipos de cabos.
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Carga de trabalho é a maior massa que um cabo pode sustentar. A carga de trabalho
de um cabo de aço não deve, via de regra, exceder à um quinto (1/5) da carga de ruptura
mínima efetiva do mesmo. O fator de segurança é a relação entre a carga de ruptura mínima
efetiva do cabo e a carga aplicada. Um fator de segurança adequado garante a segurança
durante a operação, evitando rupturas e também aumenta a vida útil do cabo. Para cargas
aéreas costuma-se utilizar fator 5:1. A utilização de correntes de aço deve restringida ao
mínimo, ou seja, somente para cargas leves em pequena altura que não ofereçam riscos,
pois o rompimento de um único elo pode levar ao desastre.
Os cabos de aço para uso geral no Brasil são regidos pela NBR-ISO 2408 acrescidas
das resoluções do INMETRO referentes ao Programa de Avaliação da Conformidade,
conforme regulamento aprovado pela Portaria Específica que proíbe o uso de construções
consideradas perigosas, limitando os diâmetros menores e introduzindo o uso obrigatório
de fitilho interno com a identificação do fabricante.
CARGAS DE TRABALHO - CABO 6 X 47 “WARRINGTON SEALE + AACI (IPS)” - FATOR DE SEGURANÇA 5:1
Esticador
Grampo
Gancho
Tipo – Sling
Comprimento L especificar
Olhal normal
Largura C
Comprimento L especificar
Olhal torcido
Largura C
mm Choker mm
35 S 200 200
35 D 400 200
50 S 500 220
50 D 1.000 220
60 S 1.100 260
60 D 2.500 260 Formato - Choker
80 S 1.500 300
80 D 3.000 300
100 S 2.000 300
100 D 4.000 300
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4.2 Processos de corte
1. Corte mecânico
- Tesoura guilhotina
- Serra
- Cortador de tubos
2. Corte plasma
3. Oxicorte
4. Corte com grafite “Arc Air”
5. Corte LASER
Corte mecânico
Tipos de serra: existem diversos tipos de equipamentos para o corte de metais com serra,
eles são destinados prioritariamente ao corte de perfiz e barras de aço. A escolha do tipo
mais apropriado irá depender de vários fatores, tais como: o formato de peça, o tipo de
material (natureza metalúrgica e dureza), as dimensões da peça e a quantidade de peças
por unidade de tempo desejada (produtividade). Indicamos a seguir, como exemplo, os três
equipamentos mais utilizados na indústria.
Corte plasma
Permite o corte de qualquer metal ou liga metálica ferrosa ou não ferrosa, devido à
concentração de altas temperaturas o corte é muito rápido e as deformações são
minimizadas. Esse processo permite o corte espessuras entre: 0,5 e 200 mm. Os
equipamentos mais comuns situam-se entre 500 A e 1500 A, Esse processo possui
qualidade mediana de corte quando comparado a outros processos. O corte pode ser
manual ou automático.
Oxicorte
O oxicorte ocorre pela reação do ferro com oxigênio puro. Consiste em aplicar uma
chama de aquecimento ao metal até o mesmo atingir a temperatura ideal para inicio da
reação então nesse momento um jato de oxigênio puro é liberado com alta pressão. A
oxidação do ferro nessas condições é instantânea e a reação exotérmica resultante gera
calor suficiente para manter a oxidação constante.
O processo de corte com eletrodo de grafite, também conhecido como “Arc Air”,
consiste de uma tocha especial que se assemelha ao alicate do eletrodo revestido com um
dispositivo que direciona um jato de ar comprimido na poça de fusão a fim de expulsar o
metal líquido. O eletrodo utilizado é de grafite, revestido com fina camada de cobre para
aumentar a sua resistência mecânica, o corte com eletrodo de grafite é mais empregado
para a remoção da raiz da solda, podendo também ser empregado para remoção de
descontinuidades, tais como: poros e inclusões de escória, etc.
Corte LASER
O corte laser encontra sua maior aplicação na produção de peças onde é necessária
uma maior precisão dimensional com baixa deformação, as variáveis do processo também
garantem uma pequena zona termicamente afetada devido a alta temperatura e velocidade
de corte. O equipamento laser mais comum utiliza: o dióxido de carbono CO2 para a
emissão do feixe laser, o Nitrogênio para a excitação das moléculas (gás de assistência),
e o Hélio na dissipação do calor gerado pelo campo elétrico. Esses gases combinados
produzem uma potência em torno de 5 kW para os modelos comerciais mais comuns.
O corte com jato de água consiste na separação das partes através da utilização de
um jato d’água com elevada pressão, com ou sem a adição de elementos abrasivos. Os
abrasivos mais usuais são: o carbeto de silício extraído de areia da praia e o tipo “hard rock”
extraído de rochas. As dimensões dos elementos abrasivos estão entre 0,15 e 0,18 mm. O
corte decorre da projeção de um jato d’água com uma pressão entre 2500 a 3000 bar.
Nesse processo se pode cortar aços até 100 mm de espessura e fibras de vidro até 120
mm. Dependendo do material a espessura de corte pode chegar a 250mm.
5 - bocal
6 - jato de água
7 - material a ser cortado
Dobramento
A linha de dobra deve sempre que possível estar ortogonal ao sentido de laminação
da chapa, para evitar trincas no lado externo do raio de dobra. Para evitar esmagamento
na região do raio a força de dobra não pode ser muito maior do que o valor calculado. As
chapas laminadas a serem dobradas são anisotrópicas, ou seja, as propriedades
mecânicas variam com a direção quando testados em tração. Esta característica causa
deformações nas peças e ao mesmo tempo facilita as operações de dobra desde que se
tenha um controle dos parâmetros em cada direção.
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O cálculo da recuperação elástica é possível de ser feito, porém para cada alteração
da geometria de dobra e de material, a faca e o prisma terão de ser alterados. Este
procedimento é viável desde que se tenha um volume grande de peças iguais a serem
dobradas, compensando os investimentos aplicados nas modificações e fabricação de
ferramentas.
Cálculo de dobra
A força necessária, em toneladas, para efetuar uma dobra a 90º, em aço de baixo
carbono, pode ser calculada pela expressão:
Espessura da chapa
1.5 2 3 4 5 6 8 10 12 15 20 25 30 35 40
“S”
Min. raio de dobra
2.5 3,5 5 7 8 10 16 20 24 30 40 50 60 80 90
“Ri”
Min. largura de
10 12 12 24 32 40 65 80 100 120 160 200 240 280 320
dobra “L”
Endireitamento de peças
Calandragem
Para grandes diâmetros, onde a largura da chapa não for suficiente, pode ser feita
emenda da chapa. As emendas devem ser com penetração total e os reforços das soldas
esmerilhados. Dependendo da espessura e do material utilizado pode ser necessário alívio
térmico de tensões durante o rebordeamento.
5. Soldabilidade
- Soldabilidade operatória
- Soldabilidade construtiva
- Soldabilidade metalúrgica
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As análises devem considerar o processo a ser utilizado, pois poderá haver restrições
tais como: contaminações existentes no local, posição de soldagem inviável, técnica
operatória escolhida, recursos e condições para o pré-aquecimento. O condicionamento
térmico pode ser difícil de executar devido ao acesso e ou contaminações. Os métodos de
limpeza dependerão de diversos fatores, alguns dos quais foram relatados no item 3.1.
Aporte térmico
H=
Onde:
sendo:
Boa Soldabilidade - Ceq ≤ 0,49 %
Média Soldabilidade - 0,5 % ≤ Ceq ≤ 0,65 %
Má Soldabilidade - Ceq > 0,65 %
A soldagem nos aços em geral bem como no ferro fundido, devido aos ciclos térmicos
envolvidos, implica num tratamento térmico localizado que pode causar alterações na
estrutura dos materiais e consequentemente afeta as propriedades mecânicas dos
mesmos.
Quando uma liga é resfriada lentamente a partir da fase líquida, as fases presentes
no estado sólido a cada temperatura estarão em equilíbrio termodinâmico e podem ser
previstas por diagramas que mostram as fases estáveis em função da temperatura e da
composição química, ou seja, percentual de elemento soluto. Estes diagramas são
denominados diagramas de fases. Um exemplo clássico de diagrama de fases é o diagrama
ferro-carbono, o ferro puro apresenta duas transformações alotrópicas, ou seja, de
mudanças de estrutura cristalina.
Eutético: Mistura de componentes sólidos que ao fundir ficam em equilíbrio com um líquido
da mesma composição, cuja temperatura de fusão é o mínimo na curva.
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8,4°C/seg 0,33°C/seg 0,23°C/seg 0,0062°C/seg
300
Austenita Martensita
200
100
Martensita
Martensita Ferrita
Martensita Martensita Ferrita
Ferrita Perlita
Bainita Perlita
Bainita Bainita
seg
10 100 103 104 105 103
Tratamentos térmicos
A soldabilidade pode também ser afetada por tratamentos térmicos, isso é devido ao
aquecimento localizado promovido pela soldagem, durante o processo o material ultrapassa
a temperatura de austenitização dos aços, promovendo transformações das estruturas
cristalinas no metal de base nas regiões próximas ao metal de adição, essa região é
denominada: Zona Termicamente Afetada. Isso irá alterar as propriedades mecânicas da
junta soldada na região. Nessas condições a ZTA poderá apresentar grandes alterações
estruturais, tais como: fases martensíticas ou bainiticas, com elevada dureza e risco de
fissuração por fragilização da junta soldada.
Características
Materiais Fratura Superfície em bruto Usinagem recente
Através da análise prática das fagulhas é possível considerar que: aços carbono com
teores de carbono entre 0,10% e 0,45% apresentam limite de escoamento entre 200 MPa
e 300 MPa com alongamento em torno de 22%. Essas características conferem a esses
materiais boa soldabilidade. Devemos ainda considerar que teores de carbono acima de
0,45% irão diminuir a soldabilidade, portanto haverá risco de trinca.
Nesses casos recomendamos uma análise química laboratorial, pois além de definir
o teor exato de carbono, também irá detectar a presença de outros elementos que possam
contribuir para a alteração da soldabilidade.
Gustavo Henrique Sousa, Igor Cuzzuol dos Santos, Athos Fernandes Araujo,
Jorgimara de Oliveira Braga, Guilherme Vitor de Araújo, Marcelo Alves Fonseca, e
denominado:
Resultados e discussões
1ª Zona: É a mais próxima do rebolo. Os aspectos mais importantes a observar nessa zona
são: a coloração dos raios; intensidade luminosa e quantidade de fagulha. 2ª Zona: Onde
inicia-se a observação de feixes de fagulhas, embora seja uma zona de transição e sem
limite preestabelecido. É onde começa o aparecimento das bifurcações e explosões de
carbono (“estrelinhas”). Observando-se a quantidade e tamanho das explosões, tem-se
uma ideia do teor de carbono. 3ª Zona: é a mais afastada do ponto gerador e onde apareceu
o maior número de “estrelinhas”. As imagens dos ensaios obtidas complementam os
trabalhos que investigaram o comportamento das fagulhas em alguns aços. Os autores
desse trabalho, analisaram o formato das fagulhas na medida com que o teor de carbono
se eleva. O SAE 1020 ao ser esmerilhado, apresentou longos feixes de fagulhas de cor
alaranjada onde poucas “estrelinhas” foram observados no final das fagulhas, como é
indicado por setas pretas na Figura 1a e esquematizado na Figura 1b. Isso é devido a
quantidade de carbono presente no material ensaiado, que para o SAE 1020 é 0,20% C.
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As amostras dos aços SAE 1020, 1045 e 1080 se diferenciam quanto ao tamanho
da fagulha e número de “estrelinhas” que aparecem durante o atrito. Conclui-se que uma
separação de mistura de perfis de 1020 com 1080, com base nos resultados, seria de mais
fácil detecção. Aços com teores de carbono mais próximos podem ser difíceis de separar,
como poderia ocorrer em uma mistura acidental de perfis de aços 1045 com 1080.
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Conclusões
6 Condicionamento térmico
Antes de falar dos diferentes métodos para aquecimento de peças vamos discorrer
sobre o bloqueio térmico, pois ele é fundamental para garantir uma boa eficiência do
processo de aquecimento ou de manutenção do mesmo. Ele é feito através da aplicação
de mantas térmicas fabricadas em lã de rocha ou fibra cerâmica. Essas mantas são
encontradas no formato de placas retangulares ou em rolos e as espessuras variam entre
6 até 50 mm. A lã de vidro deve ser evitada para aplicação em soldagem pois causa irritação
na pele e as mantas de amianto a muito tempo estão proibidas, por serem supostamente
cancerígenas.
lã de rocha
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Uma outra opção para bloqueio térmico é a manta de fibra cerâmica, que é
fabricada a partir de alumina (Al2O3) e sílica (SiO2), ela possui excelente resistência térmica
e apresenta bom desempenho sob atmosfera oxidante ou atmosfera redutora, é mais leve
e de fácil aplicação. Geralmente é comercializada na forma de mantas com espessuras de
6 / 13 / 25 e 50 [mm], a lã de fibra cerâmica resiste a temperaturas até 1460 °C e pode ser
fornecida no formato aluminizada, o que aumenta sua vida útil pois evita a desagregação.
lã de fibra cerâmica
Resistências elétricas
Existe uma ampla gama de resistências elétricas que podem ser utilizadas, entretanto
a fonte de energia em AC direto da rede pode ser perigosa, se recomenda utilizar
retificadores de solda em corrente contínua por serem mais seguros. Um método seguro é
utilizar resistências construídas com fios de Nikrotal 80%Ni 20%Cr, acondicionadas em
miçangas de cerâmica refratária à passagem de corrente elétrica, mas não ao calor.
Aplicação: Contato
Temperatura: até 600°C
Resistencia
Material: Ni Cr (80/20)
de contato Potência: até 4000W
Miçanga cerâmica
Resistencia
tipo baioneta Aplicação: Ar
cerâmica Temperatura: até 1200°C
Material: Ni Cr (80/20)
Potência: até 8000W
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Maçaricos
Serpentinas
Sopro de ar quente
Pré aquecimento
CE
0,41 0,43 0,45 0,47 0,49 0,51 0,53 0,55
Espessura
> 16 20 - - - - 70 80 90 100
> 20 25 - - - 90 100 120 130 150
> 25 36 - - 80 100 120 140 150 150
> 36 50 - 80 110 130 150 160 175 180
> 50 100 80 100 120 140 160 170 190 200
> 100 150 120 120 130 150 170 190 200 200
Temperaturas de pré-aquecimento em função da espessura e do carbono equivalente
Pós aquecimento
Embora existam outra formas de aliviar as tensões da soldagem como por exemplo o
martelamento e as vibrações, o alívio térmico de tensões é o único reconhecido e aceito
por diversas normas e códigos. Ele possui eficiência comprovada e pode ser executado
com parâmetros controlados, cada norma tem seu critério para execução e aceitação do
alívio térmico de tensões. No Brasil o critério mais aplicável é o ASME Code Section VIII.
Embora existam outras maneiras de aliviar as tensões da soldagem como por exemplo
o martelamento e as vibrações, o alívio térmico de tensões é o único reconhecido e aceito
por diversas normas e códigos. Ele possui eficiência comprovada e pode ser executado
com parâmetros controlados, cada norma tem seu próprio critério para execução e
aceitação do alívio térmico de tensões. No Brasil o critério mais aplicável é o “ASME Code
Section VIII”.
a) Nas juntas soldadas pertencentes a dois diferentes números “P” o tratamento térmico
após a soldagem deve ser o especificado para o material que requerer a maior
temperatura de tratamento térmico após soldagem.
c) Para estruturas soldadas complexas, com múltiplas juntas, a espessura nominal é a maior
espessura de solda que não tenha sido previamente tratada.
d) Quando a junta soldada liga partes de mesma espessura, por meio de uma junta de topo
com penetração total, a espessura nominal é a profundidade total da solda,
desconsiderado o reforço de solda, ou seja, é a espessura da chapa.
Solda de filete...
g) Se uma solda de filete for utilizada em conjunção com uma solda em chanfro, a espessura
nominal é a profundidade da solda em chanfro mais a dimensão da garganta da solda do
filete.
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Espessura nominal = B + 2A
A B A
h) Quando uma junta de topo liga partes de espessuras diferentes, a espessura nominal é a
menor espessura entre as duas partes adjacentes à soldagem.
i) A espessura do casco ou da garganta da solda de filete, optando-se para a que for maior,
nas ligações de tampos intermediários do tipo ilustrado na figura abaixo.
Nota: O alívio térmico de tensões pode ser conduzido em duas etapas (técnica da parede)
desde que a sobreposição das partes aquecidas seja igual ou maior que 1,5 m.
Carregamento do Forno
Durante o carregamento, são tomados cuidados, a fim de evitar deformações. As
peças devem ser colocadas sobre calços para permitir a circulação do ar quente para que
todas as superfícies sejam aquecidas uniformemente. A temperatura do forno para o início
do ciclo térmico não deve exceder 427°C (800°F), sendo que até atingir essa temperatura
o forno pode ser aquecido sem controle ou registro da temperatura, a partir desse ponto o
controle e o registro da curva são obrigatórios.
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Cuidados durante o alívio
Termopares
Onde conjuntos soldados são tratados em uma única carga de forno, os termopares
deverão ser colocados nas posições da carga onde possa ocorrer variações de
temperatura. Para tanto será necessário no mínimo 4 termopares, independente do peso
ou dimensão da carga, sendo que em cargas onde existe grande variação de espessuras
e eventuais zonas mais aquecidas, se recomenda utilizar seis termopares acoplados a um
registrador gráfico com controlador de potência.
Os termopares devem ser fixados na espessura mais fina e na mais grossa, no topo
e na base da carga, e se possível, o mais próximo e o mais longe da porta do forno. A
distância entre termopares, em qualquer direção, não deve exceder a 4,5 m. A fixação dos
termopares nunca deve ser feita sobre um cordão de solda do equipamento a ser aliviado.
A fixação deve ser através de porcas ranhuradas ponteadas no equipamento com dois
pontos de solda, utilizar eletrodo AWS E 309-16. Os termopares uma vez alojados nas
ranhuras, devem ser levemente pressionados contra a peça por parafuso conforme figura.
Parafuso
Termopar
Porca ranhurada
Termopar
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Gráfico para alívio de tensões - ASME Code - Section VIII
ºC
2) Taxa de aquecimento
5
3
2 4 3) Temperatura de patamar
1 6 4) Taxa de resfriamento
5) Tempo de patamar
Tempo
6) Temperatura final do tratamento
Taxa de Aquecimento
Acima de 427°C (800°F), a taxa de aquecimento não deve ser maior que 222°C/h
(400°F/h) dividido pela máxima espessura de solda das peças, em polegadas; em nenhum
caso a taxa de aquecimento deve ser maior que 222°C/h (400°F/h), vide tabela C. Em
nenhum caso a taxa de aquecimento precisa ser menor que 37°C/h (100°F/h). Durante o
período de aquecimento, as temperaturas não devem ter variação maior que 139°C (250°F).
Tabela A
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Taxa de Resfriamento
Tabela B
Tabela C
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Alívio de tensões localizado
Para uma melhor uniformidade da curva de aquecimento deve ser feita uma isolação
com mantas de fibra cerâmica em torno da junta a ser aliviada. A distribuição dos
termopares deve ser estudada caso a caso buscando a melhor regularidade na área
aquecida.
Os metais denominados ferro fundido, são ligas de ferro que possuem normalmente
teores de carbono elevados, existem diversos tipos de ferros fundidos, a saber: cinzento,
nodular, branco e maleável, entre outros e podem ser obtidos em função da adição de
elementos de liga ou de tratamentos térmicos durante a fabricação. O ferro fundido,
independentemente do tipo, é um material de baixa soldabilidade e, portanto, requer
algumas técnicas específicas para preservar sua integridade. O ferro fundido cinzento é o
tipo mais comum de ferro fundido soldável, particularmente devido a seu baixo custo
quando comparado ao tipo nodular, sendo esse último também considerado como sendo
soldável.
Considerado o mais comum dentre os vários tipos devido sua razoável soldabilidade,
possui baixo custo e boa usinabilidade além de possuir alta fluidez na fundição, permitindo
a fundição de peças com paredes finas e complexas, este tipo de material é muito utilizado
pela indústria de máquinas e equipamentos, indústria automobilística, ferroviária, naval e
outras, sendo geralmente utilizados em: buchas, polias, anéis, corpo de máquinas, flanges,
mancais, acoplamentos; cremalheiras, carretéis entre outras aplicações. O ferro fundido
cinzento tem considerável quantidade de grafita livre, o que lhe confere uma cor cinza na
superfície fraturada. O carbono no ferro cinzento é normalmente próximo a 0,8%.
O ferro fundido vermicular, também conhecido como Compacted Graphite Iron - CGI
possui uma microestrutura com grafita na forma de vermes, intermediário entre nodular e
cinzento, mais dúctil e mais resistente que o cinzento, possui propriedades de dissipação
de calor, amortecimento de vibrações e resistência à fadiga térmica. Mais caro, é o estado
da arte para blocos de motor diesel de alto desempenho.
Também conhecido como ferro fundido esferoidal ou dúctil, possui grande ductilidade
e características próximas ao aço laminado, sua usinabilidade e soldabilidade é
considerada boa. Seu custo é bem maior quando comparado ao ferro fundido cinzento, o
ferro fundido nodular é utilizado na indústria para a confecção de peças que necessitem de
maior resistência ao impacto e maior resistência mecânica. Nesse tipo de material os
grafites são convertidos em formato esferoidal que minimiza os efeitos dos entalhes e
resulta em um produto com boa resistência mecânica e boa ductilidade. São utilizados em:
componentes de máquinas sujeitos a choques; componentes hidráulicos, êmbolos, tampas
de cilindro, válvulas hidráulicas, engrenagens, porcas; eixos etc.
Esse material é um ferro fundido branco que passa por um tratamento térmico por
longo processo de recozimento, usualmente dois ou três dias, que irá mudar a disposição
do carbono no ferro uniformemente distribuído, criando ferrita e grafita livre. Este tratamento
térmico aumenta sua resistência e sua ductilidade. O ferro fundido maleável é mais
resistente que o branco ou ferro fundido cinzento e pode ser bastante flexível quando
comparado a esses. O ferro fundido branco e ferro fundido cinzento quebram de uma forma
frágil com muita pouca flexão o que não ocorre com o ferro fundido maleável. Porém quando
ele é soldado os efeitos benéficos do tratamento térmico são destruídos na região vizinha
da soldagem voltando a ser novamente ferro fundido branco e tem que ser tratado
termicamente novamente, por longo processo de recozimento, para retornar à condição de
maleável, devido a tal fato não é aconselhável a soldagem do mesmo.
A soldagem do ferro fundido cinzento é possível, desde que não seja exigida
resistência mecânica da solda compatível com o material em seu estado natural, ou seja,
não é possível executar uma soldagem estrutural com eficiência comprovada, uma vez que
não é possível qualificar o procedimento de soldagem através de ensaios mecânicos. Isso
é devido a fragilidade natural do ferro fundido. Devido esse fato, somos forçados, em alguns
casos, a utilizar metais de adição com alto alongamento, (soldagem heterógena) com
destaque para os eletrodos de níquel puro ou ligas de níquel ferro que devido seu maior
alongamento e coeficiente de expansão linear próximos ao do ferro fundido irá evitar a
formação de trincas frágeis. Na soldagem a frio, observar as seguintes variáveis:
Para soldar ferro fundido, todos os processos de soldagem são possíveis, desde que
os parâmetros e os materiais de adição estejam corretos, porém alguns fatores devem ser
considerados.
2. A soldagem oxi acetilênica é uma opção bastante utilizada, pois é uma boa
opção para minimizar o aquecimento, sendo mais fácil manter a temperatura
durante a soldagem.
53
3. A brasagem não é realmente soldagem, no entanto pode ser uma boa opção
se houver dificuldade para soldar. Verifique se as superfícies nas quais será
efetuada a brasagem estão bem limpas, pois a molhagem depende disso.
Quando o consumo for elevado uma liga com 55% níquel e 45% ferro, terá um preço
mais acessível e tem a aparência semelhante ao ferro fundido quando soldado. Produz uma
solda usinável, embora seja mais difícil que no caso anterior. Possui baixo coeficiente de
contração do metal depositado fato que minimiza o surgimento de trincas.
Liga de aço carbono custa muito menos, porém produz uma solda com cor diferente
do ferro fundido, é muito mais difícil de aplicar, pois possui propriedades de retração mais
altas. Também não é usinável, pois endurece durante o processo de soldagem.
Ligas de aço inoxidável austenítico não endurece, porém altera muito as propriedades
mecânicas do ferro fundido. O aço inoxidável se expande e contrai significativamente
durante o aquecimento e resfriamento do processo de soldagem, por isso é difícil de
usar. No entanto, é usado para soldar ferro fundido e produz uma superfície usinável.
Ligas de bronze para brasagem: Você pode aplicar com vareta por processo oxi
acetilênico ou processo GTAW. É uma boa opção para restaurar trincas sem necessidade
de chanfrar a peça, sem causar trincas ou alterar as propriedades do ferro fundido.
Localização de trincas
Uma grande parte da soldagem de ferro fundido é usada para reparar trincas que se
formam em serviço. Um método simples para encontrar as trincas de superfície é a limpeza
da área danificada com um pano embebido de querosene para remover a graxa e a poeira.
Deixe que o querosene penetre em todas as trincas, então seque e limpe a área. Passe
imediatamente por toda área giz comum de quadro negro. Após alguns minutos, mesmo as
trincas não visíveis a olho nu tornam-se evidentes pela absorção do querosene pelo giz,
ensaios com líquidos penetrantes podem ser utilizados para detectar trincas em fundidos.
54
Limpeza da junta
Preparação da Junta
Prepare a junta com um chanfro em “V” ou em “U” para tanto podemos utilizar
goivagem com grafite “Arc Air” seguido de lixamento com disco de desbaste. Tenha certeza
de que o chanfro eliminou a trinca completamente.
Pré aquecimento
Uma zona de fusão mais mole e mais dúctil é obtida se o fundido for pré-aquecido
antes da soldagem e resfriado lentamente. A temperatura de pré-aquecimento de 200 ºC é
satisfatória, mas as mais altas (até 450º C) são geralmente mais eficazes. Para melhores
resultados, mantenha o fundido nessa temperatura durante todo o tempo de soldagem.
Mantenha a temperatura durante a soldagem. Para resfriar lentamente o ferro fundido após
soldagem deve ser colocado na cal, na areia seca, ou em material isolante para não permitir
que o calor se dissipe rapidamente.
Peças fundidas pequenas podem ser soldadas sem pré-aquecimento, embora o pré-
aquecimento geralmente melhore a tenacidade da solda, porém o resfriamento lento é
sempre essencial, nesse caso deve ser utilizado eletrodos de níquel puro. Nas peças
grandes que devem ser soldadas sem pré-aquecimento, o objetivo principal é manter o
fundido tão frio quanto possível. Use eletrodos de pequeno diâmetro e correntes baixas.
Deposite pequenos cordões espaçados entre si, de modo que o mesmo possa resfriar
antes que o próximo seja depositado. Uma boa alternativa é martelar o metal depositado
antes que o mesmo sofra contração, essa técnica produz a relaxação do metal de adição,
em alguns casos o ideal é utilizar uma combinação de cordões curtos com martelamento
para reduzir as tensões residuais.
55
7.2 Soldagem de aço fundido e aço forjado
O Aço forjado é obtido de lingotes de aço que são aquecidos a altas temperaturas e
submetidos a grandes pressões mecânicas, até que o metal adquira o formato desejado, o
aço nunca é forjado à frio devido sua grande dureza. Ao passar pelo processo de forjamento
o metal adquire propriedades diferentes daquelas do aço fundido. Os lingotes que dão
origem ao aço forjado são peças obtidas através da fundição em um molde.
Para aços de limite de resistência superior a 600 MPa, e após um reparo maior,
deverá ser realizada uma normalização + revenimento.
Para aços de limite de resistência menor ou igual a 600 MPa, e após um reparo
maior, a peça deverá ser submetida a um alívio de tensões;
A desoxidação nos aços forjados pode ocorrer seja pela adição de agentes
desoxidantes ou através de tratamento por vácuo, buscando reduzir o conteúdo de oxigênio
para um tal um nível que nenhuma reação irá ocorrer entre carbono e oxigênio durante
solidificação.
Muitas falhas de fundição são causadas por fissuras que se originam em uma solda
provisória feita sem pré-aquecimento. A temperatura de interpasse deve ser considerada
juntamente com o pré-aquecimento. Para manter as condições desejáveis a temperatura
de interpasse nunca deve ficar abaixo da temperatura de pré-aquecimento. Um
martelamento adequado após cada passe reduz as tensões residuais, no entanto o
martelamento deve ser bem controlado, pois em excesso pode causar trincas, ele deve ser
feito sempre enquanto o metal de solda estiver quente. Tratamento Térmico Pós-soldagem:
A maioria dos fundidos pode ser resfriado até a temperatura ambiente após a soldagem,
mas aquelas com alto teor de liga, que são mais propensas a trincas, devem ser resfriadas
gradualmente a partir da temperatura de soldagem para garantir que não surjam trincas a
frio. O resfriamento pode ser retardado o suficiente pelo aquecimento com uma chama, ou
pela aplicação de material isolante. Todas os fundidos soldados, exceto alguns aços sem
liga e de baixo teor de carbono, devem receber tratamento de alívio de tensão. Esse
tratamento remove a maior parte das tensões residuais e ajuda a evitar trincas.
.................
59
Ensaio por Ultrassom ... ASTM E 317 / ASTM E 428 / ASTM A 388
Indicações iguais ou maiores que as reflexões recebidas dos furos de fundo plano
especificadas na ASTM E 428. Se a distância entre dois defeitos for menor que o
diâmetro do menor defeito, eles serão considerados como um único defeito.
Após pré usinagem todas as indicações precisam ser registradas e àquelas cujas
profundidades poderá permanecer após a usinagem final, precisam ser
pesquisadas por método ultrassônico.
Após a usinagem final as indicações cujas dimensões forem maiores do que 1,6
mm, não serão permitidas.
Características do cobre
Na laminação ou na trefilação à frio, o cobre fica encruado, ou seja, com maior dureza
e menor condutividade. Essa alteração pode, em alguns casos, prejudicar a utilização do
metal, caso isso ocorra pode ser feito um recozimento entre 600°C e 700°C, fazendo o
mesmo retornar ao estado original. O cobre e suas ligas devem ser tratados como tóxicos,
pois, uma quantidade de 30g de sulfato de cobre é potencialmente letal ao ser humano. Os
valores limites ambientais são de 0,2 mg/m³ para vapor de cobre e 1 mg/m³ para o pó e
névoas, ele reage com oxidantes fortes tais como cloratos, bromatos e iodatos, originando
o perigo de explosões. Na soldagem do cobre e suas ligas é obrigatório o uso de máscaras
sob pena de o soldador ficar exposto a fumaça tóxica.
O processo TIG é indicado somente para peças de pequena massa devido à baixa
energia do processo e a alta dissipação térmica do cobre. Para peças com espessura acima
de 5 mm é necessário um pré-aquecimento acima de 200°C, sendo que quanto maior a
espessura ou massa, maior deve ser a temperatura de pré-aquecimento. Para facilitar a
fusão do material base, deve-se empregar elevado aporte térmico, mantendo a tensão e
intensidade de corrente elevadas e velocidade de soldagem de média para baixa,
preferindo a polaridade direta (eletrodo negativo).
61
Processos de união para o cobre
O latão é uma liga de cobre e zinco de grande aplicação, sendo utilizada na fabricação
de objetos de uso doméstico, como tachos e bacias, de instrumentos musicais de sopro e
joias de fantasia conhecidas como bijuterias. A liga 70/30 formada por 70% de Cobre e 30%
de Zinco e tem a densidade média de 8600 Kg por metro cúbico, possui alta resistência
mecânica e resistência à corrosão. As ligas contendo alumínio, são caracterizadas por uma
densidade baixa e elevada condutividade elétrica e térmica, possuindo boa resistência à
corrosão atmosférica, seu baixo peso é importante nas aplicações em componentes da
indústria automobilística e aeroespacial.
Soldagem do latão
Para a soldagem das ligas de latão, deve-se dar preferência para latões isentos de
chumbo. A soldagem de peças de latão com grandes dimensões pode conduzir a
problemas de liquação e deve ser evitada, mas se for necessário, torna-se indicado um pré-
aquecimento entre 200°C e 300°C. Para soldagem dessas ligas, deve-se utilizar metal de
adição de composição química similar. O processo TIG é empregado em juntas pequenas,
correções de defeitos em peças fundidas e passe de raiz. O processo MIG é empregado
em juntas maiores, sendo que os parâmetros de processo são semelhantes aos
empregados para o cobre. Na soldagem de tubos, deve-se utilizar purga de Argônio ou
Hélio, para se obter proteção satisfatória na raiz.
62
Ligas de cobre - bronze
O bronze é uma liga metálica que possui o cobre como elemento base, sendo
acrescentadas diversos elementos com a intenção era obter um material com
características superiores às do cobre, tais como: estanho, chumbo, zinco, antimônio,
fósforo, entre outros, ele possui alta resistência mecânica, é resistente a corrosão, podendo
ser polido e também obter várias cores e tonalidades. O ponto de fusão do bronze varia
entre 900 ºC e 1000 ºC. Essa liga é aplicada na produção de estátuas, medalhas, armas,
maçanetas e outras ferramentas, elas são mais resistentes que os latões e possui elevada
resistência a corrosão. Algumas ligas de bronze apresentam boa resistência ao atrito, e boa
usinabilidade. Suas aplicações principais são: mancais, (bronze-fosforoso), engrenagens,
componentes de máquinas, trilhos e peças fundidas.
Soldagem do bronze
A união de cobre e suas ligas podem ser efetuadas por processos de brasagem, o
qual é adequado para componentes de dimensões relativamente pequenas, devido à
grande condutividade térmica, sendo aplicado em tubulações de refrigeração, ar-
condicionado, gás, água e óleo; barramentos, contatos, fios e cabos elétricos; uniões de
anéis de curto-circuito em rotores de motores elétricos de grande porte, podendo ser
utilizada na união de ligas de como: latão, bronze e Cuproníquel (monel), sendo aplicada
em radiadores automotivos, instrumentos musicais, metais sanitários, peças de decoração,
conectores hidráulicos etc.
Molhabilidade
Capilaridade
Existindo uma boa molhabilidade, a fase líquida tende a subir acima do nível normal
através de efeito capilar. A utilização de folgas muito pequenas, entretanto, resultam
igualmente na presença de falhas de enchimento, apesar da elevada pressão capilar.
64
Neste caso, as pequenas folgas dificultam a atuação dos agentes fluxantes, que
necessitam de um espaço mínimo para a efetiva desoxidação. Dessa forma existe um
intervalo de folga recomendado para a brasagem em função do metal de adição.
Meio fluxante
Limpeza mecânica
Desengraxamento
Caso existam contaminantes graxos nas peças a serem brasadas, elas deverão ser
desengraxadas com solventes apropriados, seja através de “spray”, imersão, pincelamento
ou pano embebido. Os solventes orgânicos removem óleos e graxas pela ação de
hidrocarbonetos clorados. Esses solventes promovem a limpeza dissolvendo rapidamente
as gorduras, resinas, ceras, parafina e asfalto. Eles não atacam os metais e não deixam
manchas ou resíduos quando aplicados diretamente. O tricloroetileno e o percloroetileno
são os principais compostos desses solventes e o fato deles não serem combustíveis fez
com que os hidrocarbonetos combustíveis tais como: a gasolina e o querosene fossem
quase que totalmente descartados. Na maioria dos casos as peças devem ser escovadas,
preferencialmente com escovas de nylon, a menos que seja possível dirigir um jato de
solvente sobre a peça numa câmara fechada, é recomendável a secagem das peças com
ar comprimido após a limpeza.
Desoxidação
Se houver oxidação no cobre ele deverá ser desoxidado utilizando uma solução com
ácido clorídrico 50% em volume e água potável 50% em volume. Aplicar na superfície da
peça a solução de desoxidação por meio de imersão, pincelamento ou com um pano
embebido na solução utilizando luvas de borracha, não deve ser utilizado spray.
65
A aplicação deverá ser feita até a remoção das manchas da superfície, sendo que
em nenhum caso, o contato contínuo da solução com a superfície da peça poderá ser
superior a 2 minutos. Após a desoxidação, após a aplicação a peça deverá ser lavada com
água limpa em abundância e seca com ar comprimido.
Limpeza Química
A aplicação deverá ser feita por meio de imersão, pincelamento ou com um pano
embebido na solução (utilizando luvas de borracha). O contato da peça com a solução
deverá ser entre 0,5 e 2 minutos. A aplicação deverá ser uniforme e não deve ser permitido
que a solução seque na superfície. Imediatamente após a aplicação a peça deverá ser
lavada com água limpa em abundância e seca com ar comprimido. A escolha do processo
de aplicação das soluções deverá ser feita em função do tamanho, forma e peso das peças,
bem como das facilidades disponíveis. Sempre que possível, o tratamento deverá ser feito
por imersão, a solução deve ser constantemente agitada. O recipiente para imersão das
peças deverá ser em material inerte, normalmente se utiliza o PVC ou o polietileno.
Processos de brasagem
Brasagem por maçarico
A brasagem por maçarico deve ser entendida como um processo manual onde se
utiliza uma tocha como fonte de calor. A tocha pode ser um maçarico a gás combustível tal
como: acetileno, GLP, oxi hidrogênio, ou podemos utilizar uma tocha ao arco elétrico TIG
ou Plasma. A temperatura de brasagem é função do metal de adição o qual poderá se
apresentar nos mais variados formatos tais como: vareta, anel, fita, pasta etc.
66
Fig. 1 Fig. 2
O processo de brasagem por indução é obtido pela passagem de uma corrente elétrica
através de uma espira com alta intensidade de corrente podendo ser em média ou em alta
frequência, essas espiras podem ter os mais diferentes formatos, de acordo com a
geometria da peça e normalmente são refrigeradas a água. É um processo bastante
produtivo onde os parâmetros podem ser controlados com grande precisão. Devido essas
características, normalmente esse processo pode ser automatizado como mostrado nas
figuras 3 e 4.
Fig. 3 Fig. 4
67
Brasagem por resistência elétrica
Fig. 5 Fig. 6
Brasagem branda
Após limpeza, a superfície deverá estar totalmente livre de carepas, oxidações, óleos,
graxas ou quaisquer outros tipos de resíduos. Nessas condições se aplica na superfície a
ser brasada um fluxo ativo à base de cloreto de zinco e controla-se a temperatura em no
máximo 300°C, pois poderá ocorrer a carbonização do fluxo tendo como consequência a
falta de aderência da liga Sn/Ag e possíveis porosidades.
QB-100 Escopo
QB-103 Responsabilidades
QB-103.1 - Brasagem: Cada organização deve conduzir os testes exigidos nesta seção
para qualificar os procedimentos de brasagem utilizados na construção de seus conjuntos
brasados bem como o desempenho dos brasadores e operadores de brasagem.
QB-103.2 - Registros: Cada organização deve manter um registro dos resultados obtidos
nos procedimento de brasagem e nas qualificações de desempenho dos brasadores ou
operadores de brasagem.
Topo
Topo chanfrada
Sobreposta
Soquete
70
O alumínio é um metal muito reativo e no estado líquido irá formar uma fina camada
de óxido de alumínio (Al2O3) que é um composto de alta estabilidade, baixa condutividade
elétrica e alta temperatura de fusão, isso é muito inconveniente pois esses óxidos irão
impedir que a poça de fusão se distenda como é devido (molhabilidade), tornando assim o
metal depositado muito rugoso e convexo. Dessa forma se recomenda utilizar CA, pois,
quando a corrente alternada é utilizada o sentido do fluxo de elétrons se alterna quebrando
a camada de óxidos e permitindo assim uma boa fluidez da poça de fusão.
(*) As lixas abrasivas, em sua maioria, são fabricadas a partir de partículas abrasivas de Al2O3, os quais
se soltam da lixa e podem penetrar na superfície do alumínio, dificultando assim a molhagem.
Os processos TIG e MIG são os mais utilizados na soldagem do alumínio e suas ligas.
No processo TIG o arco elétrico é estabelecido entre um eletrodo de tungstênio e a peça
através de uma atmosfera ionizante de um gás inerte, argônio, hélio, ou a mistura de ambos,
enquanto o metal de adição é introduzido por uma vareta com liga similar ao metal base.
No processo MIG o arco elétrico é estabelecido entre um arame e a peça em condições
análogas ao caso anterior.
A condutividade térmica do alumínio é 6 x maior que a do aço, o que pode causar falta
de fusão no começo do arco, tanto no processo TIG como no MIG. Por essa razão, a
taxa de deposição do alumínio deve ser maior do que a do aço;
O alumínio quando no estado líquido forma rapidamente uma fina camada de óxido
(Al2O3) que é refratária e possui ponto de fusão acima de 2000°C, com dureza elevada,
a qual irá dificultar a soldagem com o processo TIG. Nesse caso, os óxidos devem ser
reduzidos por meio mecânico ou químico antes de iniciar a soldagem;
Se a opção for a utilização de corrente contínua com eletrodo negativo (CC-) então
recomenda-se usar eletrodo de tungstênio com 2% de tório. Em qualquer dos casos será
utilizada alta frequência para a abertura do arco elétrico a fim de evitar contaminações.
Ponta do eletrodo
formato esférico
Dispositivo
para
tracionar
Pistola MIG com sistema “Push Pull”
o arame
Para a soldagem do alumínio com aço carbono ou inox se utiliza a soldagem por
laminação, por explosão, por fricção, por centelhamento ou por pressão a quente. Isso feito,
é possível prosseguir com a soldagem com métodos convencionais, como TIG ou MIG.
75
Dessa forma de um lado da inserção é soldado aço no aço e de outro o alumínio com
alumínio, permitindo que os materiais se juntem de maneira mais eficiente sendo muito
utilizada para aplicações estruturais como navios ou juntas soldadas por arco entre linhas
de tubos de alumínio.
LIGAS 1XXX - LIGAS COM 99% DE PUREZA DE ALUMÍNIO. Exemplos: 1050 - 1070 - 1100 - 1200.
LIGAS 2XXX - LIGAS BASE ALUMÍNIO/COBRE. Exemplos: 2011 - 2014 - 2024.
LIGAS 3XXX - LIGAS BASE ALUMÍNIO/MANGANÊS. Exemplos: 3003 - 3104 - 3105.
LIGAS 4XXX - LIGAS BASE ALUMÍNIO/SILÍCIO. Exemplos: 4104 - 4004.
LIGAS 5XXX - LIGAS BASE ALUMÍNIO/MAGNÉSIO. Exemplos: 5754 - 5052 - 5083.
LIGAS 6XXX - LIGAS BASE ALUMÍNIO/MAGNÉSIO/SILÍCIO. Exemplos: 6061 - 6082 – 6351.
LIGAS 7XXX - LIGAS BASE ALUMÍNIO/ZINCO. Exemplos: 7018 - 7021 - 7075.
“F” - Conforme fabricado - Não se aplica nenhum processo posterior laminação. Material
com acabamento bruto, durezas e características mecânicas médias. Ex. 5052-F: 55 HB.
“O” - Recozido - Material que sofre o tratamento térmico de recozimento de modo a reduzir
durezas e resistência mecânica, maior formabilidade e conformação. Ex. 5052- O: 47 HB.
“H” - Encruado - Material que sofre o processo de encruamento (esmagamento de grãos
que causa a deformação plástica abaixo da tempera) de modo a configurar as maiores
durezas e resistências mecânicas possíveis na liga. Ex. 5052-H34: 68 HB.
“T” - Temperado - Material que tem suas características mecânicas modificadas após o
tratamento térmico. A dureza é elevada em relação às condições originais. Apenas aplicável
para as ligas do grupo 6000 e 7000.
Para o alumínio conseguir ser tão versátil e ter uma vasta gama de aplicações e
características, é necessário que ele tenha diferentes configurações. A partir daí foram
criadas várias ligas de alumínio de modo que o material pudesse atender diferentes
necessidades, como maior dureza, ou maior ductilidade por exemplo.
1 duro
1/8
2 ¼ duro
4 ½ duro
6 ¾ duro
8 duro
9 extra duro
São ligas que têm como características a alta resistência à corrosão devido ao seu
alto nível de alumínio em sua composição. Têm baixa dureza e são maleáveis, de modo a
serem muito usadas em estamparias e demais processos em que se exige conformação.
Estas ligas apresentam uma dureza que varia entre 20 HB e 28 HB. Exemplos de aplicação:
As ligas do grupo 3000 são ligas que têm como características boa quantidade de
manganês em sua composição, o que dá a liga boa formabilidade e resistências mecânicas
moderadas. Estas ligas, que podem ser fornecidas em chapas lisas, bobinas ou chapas
corrugadas (xadrez), têm durezas que variam de 28 HB no estado “O” até 55 HB com
encruamento de máxima dureza. Exemplos de Aplicação:
77
Carrocerias de ônibus
Placas de veículos
Silos e containers
Tanques para indústria química
Placas de trocadores de calor
As ligas do grupo 5000 são ligas que têm como características boa quantidade
magnésio, excelente soldabilidade e alta resistência à corrosão, também têm bom
desempenho em processos de anodização e mesmo não sendo uma liga que facilita a
usinabilidade é amplamente aplicada onde não se têm grandes restrições de projeto. Estas
ligas, que podem ser fornecidas em chapas lisas, bobinas ou chapas corrugadas (xadrez),
têm durezas que variam de 47 HB no estado “O” até 77 HB com encruamento de máxima
dureza. Exemplos de Aplicação:
Tanques de combustível
Barcos e cascos
Carrocerias de ônibus
Recipientes de alta pressão
Implementos agrícolas e rodoviários
São ligas que têm como características grandes quantidades de magnésio e silício
em sua composição, elas possuem boa usinabilidade. As aplicações mecânicas destas
ligas já passam a ser mais técnicas e onde se exige uma resistência mecânica maior. Um
exemplo disso é o limite de escoamento chega aos 240 MPa e suas durezas oscilam entre
90 HB e 105 HB. Exemplos de aplicação:
São ligas que têm como característica grandes quantidades de magnésio, cobre e
zinco em suas composições, atingem altíssimas durezas e resistências mecânicas. Seu
limite de escoamento e de resistência são bem maiores que as demais ligas. Estas ligas
são geralmente comercializadas em chapas e blocos (7075 e 7021). As durezas variam de
110 HB nas ligas simples, até 160 HB nas ligas mais refinadas. Suas aplicações são muito
variadas, mas sempre tendem a uma utilização em um campo onde o material sofrerá
desgaste e onde exista alto risco, como carros de corrida, ou aviões.
0,18 -
Qtd (%) 0,40 0,50 1,20 - 2,00 0,30 2,10 - 2,90 5,10 - 6,10 87,22
0,28
79
7.5 Soldagem dos aços inoxidáveis
Inoxidável ferrítico
É uma liga composta basicamente de ferro e cromo, possui baixos teores de carbono
e após a solidificação se apresenta na forma de ferrita delta. Durante a soldagem pode
ocorrer crescimento de grãos próximo da zona termicamente afetada, e consequente
fragilização podendo surgir trincas durante o resfriamento, entretanto isso pode ser
contornado a partir da utilização de procedimentos com baixo aporte térmico, a tabela a
seguir mostra os tipos mais comuns.
Mn - 1,00
Si - 1,00 Defletores de turbina a gás e
409 0,15 12 - 14 Al - 3,5 a 4,5 revestimentos resistentes à corrosão
Ti - 0,75
Inoxidável austenítico
Inoxidável martensítico
Os aços inoxidáveis martensíticos são em princípio ligas ferro + carbono + cromo, onde
os teores de cromo são elevados situando-se entre 11% e 18%. Essas ligas são passíveis
de endurecimento através de tratamentos térmicos, por exemplo a têmpera, na prática
podemos dizer que existem três tipos aços inoxidáveis martensíticos:
81
a) baixo carbono, utilizadas na fabricação de turbinas hidráulicas,
b) médio carbono, normalmente utilizadas em cutelaria,
c) alto carbono, utilizadas para trabalhos em altas temperaturas, até 500ºC.
Mn - 1,00
403 0,15 11,5 - 13,0 -
Si - 0,50
Tipo turbina, laminas forjadas
Aços inoxidáveis PH “Precipitation Hardenable” são ligas que podem ser endurecidas
por tratamento térmico de envelhecimento, resultando numa estrutura composta por
precipitados coerentes, dispersos em matriz martensítica. No caso da liga 17-4 PH, a adição
de 3% de cobre (Cu) garante a formação destes precipitados durante o tratamento térmico
de envelhecimento.
82
Stainless
0,12 16 - 18 6 -8 1 1 1 0,2 1360 MPa 1260 MPa 7% 45
W
Inoxidável duplex
Essa é a mais recente família de aços inoxidáveis são chamados de duplex porque sua
estrutura metalúrgica consiste de duas fases, austenita CFC e ferrita CCC em proporções
aproximadamente iguais, ou seja, a fase ferrita e austenita estão geralmente presentes em
temperatura ambiente a 50% cada uma das fases.
83
C P S
Designação Nº DIN Si Mn N Cr Cu W Mo Ni
Max Max Max
AISI: UNS
1.4501 0,03 ≤1.00 1.0 0,035 0,01 0,25 25,3 - 0,75 3,7 6,85
S32760 e F55
Designação
Número Limite de Resistência a Alongamento
Escoamento [MPa] Tração [MPa] [%]
EN 10088
É importante observar que na parte central do diagrama existe uma pequena área
triangular que não é atingida por nenhum dos problemas acima relacionados. Dessa forma
os consumíveis para os aços inoxidáveis são projetados para fornecer, após diluição com
o metal base, uma solda cuja composição química possa se situar nessa região, tal região
localiza-se em torno de 21% Cr e 10% Ni.
Diagrama de Schaeffler
86
Os pontos são unidos com um segmento de reta e o ponto médio do segmento deve
ser analisado com relação a problemas de soldabilidade. O diagrama de Schaeffler pode
não bastar para soldagem dos aços inoxidáveis austeníticos.
O processo MIG-MAG é utilizado para juntas mais espessas, devido sua maior
produtividade. Transferência spray (com misturas ArO2 com 2% a 5%O2) e por curto-circuito
podem ser usadas (com misturas ArCO2 ou ArHeCO2). O processo FCAW também pode
ser utilizado com sucesso.
88
7.6 Proteção individual e coletiva
1. sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra
os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
Acidente de trabalho
Num período de sete anos (2012 a 2018), tivemos 5 milhões de vítimas por acidente
de trabalho, com 19.460 óbitos, média de 2.780 / ano, isso sem falar dos 14.500 mil
inválidos permanentes no mesmo período.
Condição Insegura: é a condição que causou o acidente ou contribuiu para sua ocorrência.
Principais equipamentos:
Extintor de Incêndio
Cortina Especial para Solda
Sistema de Exaustão
92
EPI’s para o soldador
Avental de raspa
Máscara de solda
Luva de segurança
Proteção auditiva
Óculos de proteção
Perneiras
Touca árabe
Avental de raspa
Máscara de solda
Luvas de segurança
Proteção auditiva
Os protetores auriculares ou abafadores de ruído vão
solucionar a proteção auditiva nos processos de
soldagem e corte, porém é preciso compreender o nível
de exposição de ruído em decibéis para que seja possível
escolher o EPI mais adequado.
Óculos de segurança
Perneiras
As perneiras são utilizadas para a proteção das
pernas contra diversos tipos de agentes, particularmente
para proteger contra respingos de solda.
Touca árabe
Esse tipo de radiação pode ser proveniente de fontes naturais (como os raios
ultravioleta emitidos pelo sol) e artificiais (dispositivos emissores de radiofrequência, micro-
ondas, equipamentos de laser, entre outros). De todas as formas que a radiação não
ionizante se apresenta, a luz é a única que o homem pode perceber. As demais variações
desta radiação são invisíveis, o que não significa que são menos agressivas à saúde.
Os raios solares ultravioleta (os famosos UV) talvez sejam a mais famosa fonte de
radiação não ionizante, provavelmente por ser a principal fonte de exposição humana à
radiação (especialmente os raios UVA e UVB). Trabalhadores que atuam expostos à luz
solar precisam estar atentos aos riscos causados por esta exposição, já que normalmente
pensamos no risco físico “calor” como grande vilão, porém, toda atenção a este tipo de
radiação também se faz necessária, já que também é altamente prejudicial à saúde.
Além dessas, temos também outras fontes artificiais de radiação não ionizante:
No trabalho
No ambiente
Todos nós somos expostos a radiação não ionizantes, sejam elas por meio de fontes
naturais ou produzidas pelo homem. A exposição domiciliar é muito maior em residências
próximas às torres de transmissão e distribuição de eletricidade. Outra forma de exposição
comum é a utilização de telefones celulares próximos da cabeça. Níveis muito mais baixos
de radiação têm origem nas antenas de transmissão de rádio e TV.
Medidas de controle
........................
96
8 Mecanismos de falhas nos metais
Corrosão Segregações
Erosão Precipitações
Cavitação Trincas
Inclusões Fratura
SOLDAGEM DE MANUTENÇÃO
Tensões na soldagem
Aplicação de Aplicação
martelo ou Difícil controle das insuficiente não
martelete forças introduzidas. alivia as tensões.
pneumático sobre Pode provocar Aplicação
Martelamento
o metal trincas em materiais excessiva pode
depositado de baixa mudar o sentido
durante e após ductilidade. das tensões.
soldagem.
PROCESSOS MECÂNICOS
Vibração
de forma zona de diluição e variações de
controlada metal depositado. espessuras o
durante a alívio não será
soldagem. uniforme.
Aquecimento com Adequado para
tempo e Ocorrerá relaxação estruturas
temperatura eficiente das complexas ou
Alívio de
controlados de tensões residuais, não, com ou sem
Tensões (1)
acordo com sem alteração da grandes
normas ou estrutura cristalina. variações de
códigos. espessuras.
PROCESSOS TÉRMICOS
Ocorrerá a
Aquecimento relaxação devido a Esse processo
entre 900°C e alteração da traz riscos de
Recozimento 950°C com estrutura cristalina alterações
resfriamento e a diminuição da metalúrgicas
lento. resistência indesejáveis.
mecânica
Aquecimento
Ocorrerá pequena
entre 100°C e O alivio nesse
Pré deformação plástica
200°C no entorno caso é muito
Aquecimento na zona de diluição
da junta durante a pequeno.
e metal depositado.
soldagem.
Nota (1)- Embora o Código ASME seja especifico para vasos de pressão e caldeiras, ele tem
sido bastante utilizado aqui no Brasil para estruturas soldadas em geral.
100
Deformações nos metais
Ree stab ele cimento
Fo rça de das forç as de
atraçã o
atr ação
Impurezas
Descontinuidades
Descontinuidades externas
mordeduras
respingos
reforço excessivo
cordão assimétrico
escorrimento
Descontinuidades Internas
Clivagem
Clivagem
O fósforo pela sua ação como elemento que pode acarretar a "fragilidade a frio"; o
enxofre pelos sulfetos que forma, sobretudo o de ferro que pode acarretar a "fragilidade a
quente" e o oxigênio pelos diversos óxidos que poderá formar.
A trinca mecânica é um tipo de fratura frágil que ocorre mesmo que ela esteja sendo
submetida a um nível de tensões abaixo do nível correspondente ao escoamento, ou
mesmo abaixo da tensão de trabalho. Esse tipo de trinca pode ocorrer em serviço quando
existirem elevadas tensões residuais e a elas se somarem outros esforços. Por exemplo a
trinca apresentada abaixo foi consequência da somatória dos esforços da força centrífuga,
decorrente de um disparo da máquina, com as forças oriundas da dilatação térmica de
trabalho do rotor, que ultrapassaram a tensão de ruptura do material.
A trinca percorreu em quase 360° da junta após haver sido concluída a fase 1 de
soldagem, ou seja, após ter sido depositado aproximadamente 50 mm de metal de adição.
Isso ocorreu na troca de turno dos soldadores quando aconteceu uma ligeira diminuição da
temperatura de pré-aquecimento, especificada em 150°C.
1200
200 Material:
A trinca fez seu percurso com velocidade supersônica, isso foi constatado pelo som
emitido durante a ocorrência. Inicialmente se pensou que fosse trinca por H2, e a junta foi
refeita com amanteigamento dos chanfros, porém na repetição do procedimento, ocorreu a
reincidência da trinca. Somente então passamos a analisar os fatos e buscar uma solução.
Verificou-se que a ruptura era frágil e devido ao som emitido em ambas as rupturas se
constatou que a natureza da trinca era mecânica. A solução proposta então foi aumentar a
temperatura de pré-aquecimento para 250°C com pós aquecimento de 300°C a cada
manobra realizada. No final da soldagem novamente elevou-se a temperatura para 300°C
e a peça foi imediatamente encaminhada para o forno de alívio de tensões que já se
encontrava com 300°C, partindo daí para 600°C com um patamar de 5 horas. Ao final do
tratamento o forno somente foi aberto com temperatura de 50°C. Na sequência foram feitos
os ensaios não destrutivos e a peça foi aprovada.
107
9.2 Trinca de solidificação
As trincas nos metais consistem no rompimento das ligações entre os átomos de uma
molécula, interrompendo assim a rede cristalina e promovendo a redução da resistência
mecânica da peça ou conjunto. As trincas são definidas como separação parcial de um
sólido, elas são descontinuidades muito graves e, portanto, as normas e códigos de
soldagem não admitem sua presença em qualquer nível que seja. Isso é devido a sua
instabilidade, ou seja, são descontinuidades bidimensionais com tendência a propagação
quando submetidas a esforços.
Dendrita
A condição ideal é buscar um chanfro que irá possibilitar a condução das impurezas
para fora do cordão durante a solidificação, dessa forma é possível evitar a trinca, ou na
pior das hipóteses favorecer que ela seja do tipo aflorante, que é de menor gravidade devido
a possibilidade de reparo imediato, em caso contrário a trinca ficará retida no interior do
cordão e somente será detectada após o término da soldagem forçando a uma grande
remoção de metal depositado para efetuar o reparo.
Assim sendo, é necessária uma boa relação entre a largura e a altura do cordão de
solda para prevenir a ocorrência de trincas, dessa maneira devemos buscar uma geometria
que permita uma largura maior que a altura do cordão. Uma boa relação entre largura e
altura do cordão é: L ± 1,5 x H.
H
H
Trinca de liquação
A zona de diluição é a região do metal de base que sofreu fusão parcial durante a
soldagem, e sobre a qual se inicia a solidificação do metal de solda. Em alguns materiais
esta região é bastante estreita e somente pode ser observada em nível microscópico,
podendo mesmo não ser identificada, como é o caso dos aços de baixo carbono. Porém
existem materiais austeniticos cuja presença desta região parcialmente fundida pode levar
à fissuração por liquação.
A trinca de cratera nos aços inoxidáveis é uma variante da trinca a quente, para se
corrigir esse problema é necessário voltar o arco por alguns milímetros até preencher a
poça de fusão e fechar o arco girando o eletrodo (tipo movimento de colher).
Trinca de cratera
111
9.3 Trinca por fadiga
ͳad
ͳma
x
ͳmin
CICLOS x
106
Embora uma trinca por fadiga possa ter início numa região fragilizada do material
crescendo a partir de uma micro trinca em contorno de grão, os processos de nucleação e
propagação de trincas na fadiga se caracterizam pela movimentação de discordâncias
através da aplicação de tensões de cisalhamento e, portanto, são de natureza dúctil. O
processo de trinca por fadiga envolve três estágios como segue:
- Nucleação: A nucleação de uma trinca por fadiga pode ter as seguintes origens:
- Obstrução: Ocorre quando a trinca atinge, uma dimensão em que a área da seção
resistente não suporta mais o carregamento aplicado, provocando assim uma fratura
instantânea, que será de natureza frágil.
A fadiga na maioria dos casos ocorre após alguns anos de trabalho em condições de
carregamentos cíclicos variáveis, sendo caracterizada pela propagação lenta e gradual de
trincas que levam à ruptura súbita de um componente mecânico. A fadiga é um fenômeno
complexo e pode estar vinculado a diversos fatores atuantes, tais como: geometria da peça,
tipo de carregamento, microestrutura do material, processos de fabricação, tensões
residuais, acabamento superficial, tratamentos de superfície, descontinuidades internas ou
externas, corrosão, grande diferença de tamanho de grão, entre outros.
113
Início da trinca
Bandas de
deslizamento
Marcas de praia
A indústria do petróleo tem utilizado cada vez mais os aços ARBL (Alta Resistencia
e Baixo Liga), para fabricação de componentes estruturais de suas plataformas. Os
princípios metalúrgicos utilizados para se obter as propriedades mecânicas desses aços
são, a redução dos teores de carbono a diminuição do tamanho de grão através de adição
de elementos de liga, tais como: Vanádio, Alumínio e Nióbio e por algum tratamentos que
possibilitem a diminuição das impurezas: sulfetos, carbetos e óxidos a fim melhorar a
tenacidade e homogeneizar o material. Essas técnicas têm contribuído para a diminuição
da incidência de trincas por fadiga.
Região de
provável final
da fratura
Região de
provável início
da fratura
Nos exames por microscopia eletrônica de varredura (MEV) não foi possível detectar
o mecanismo de falha nem o início da fratura, devido aos amassamentos e corrosão que
destruíram os detalhes da superfície de fratura.
Também foram realizados ensaios de dureza na escala Vickers 10 com carga de 500 grama
e tempo de penetração de 15 segundos na região de início da falha.
Face A
Face B
Região de
provável início
da trinca
Solda
Região de
provável
início
116
Ferrita em
contorno de grão
Martensita
376 HV
255HV
234 HV
142 HV
265 HV
Região da ZTA mostra o local de realização das impressões de dureza e os respectivos valores
Com base nos resultados obtidos não foi possível evidenciar o mecanismo de falha
atuante na face da fratura, devido à deterioração das superfícies. Entretanto, devido a
presença de um cordão de solda na região da fratura, com uma microestrutura grosseira, e
alta dureza, podemos supor que na região da solda tenha ocorrido a nucleação de micro
trincas, que evoluíram para um processo de fadiga, culminando na ruptura do tirante.
Os aços austeníticos são os mais susceptíveis a sensitização devido seus altos teores
de cromo. A sensitização dos aços austeníticos ocorre quando o aço é aquecido por um
período superior a 5 horas em temperaturas acima de 450º, nessas condições ocorre a
difusão do carbono para os contornos de grão e o Cr é removido da solução sólida, ficando
seu teor abaixo da porcentagem necessária para a passivação na região adjacente aos
contornos de grãos, nessas condições a corrosão ocorrerá na região empobrecida.
A sensitização é a principal razão pela qual devemos ter cuidado na soldagem dos
aços inoxidáveis austeníticos no que se refere a temperatura de interpasse, particularmente
quando a espessura for elevada. Além disso, durante o projeto se faz necessária uma
análise cuidadosa das condições de operação do equipamento, principalmente quando ele
for submetido a altas temperaturas de trabalho. Isso permitirá uma correta especificação
dos materiais, pois, se houver uma precipitação de fases secundárias, ela poderá degradar
a estrutura cristalina.
6000
Carbetos
de cromo
O sistema original de sustentação dos defletores se mostrou precário por não permitir
a livre dilatação dos mesmos, dessa forma entendemos como necessário uma reformulação
de materiais e um reestudo do “design” no sentido de evitar esforços decorrentes de
deformações ou dilatações quando em trabalho que impliquem num aumento das tensões,
e ao mesmo tempo utilizar um material que suporte as temperaturas de trabalho. Dessa
forma foi proposta a substituição dos defletores por chapas de aço resistente ao calor,
sendo escolhido o ASTM A387-22, que se trata de um aço refratário ligado ao molibdênio,
sendo adequado para trabalhos a quente até 650ºC.
Manganê
Carbono Cromo Silício
Molibdênio s
ASTM A 387 - 22
1,88 - 0,85 - 0,25 - 0,50
≤ 0,15
2,62 1,15 0,66 máx.
O ASTM A387-22 quando exposto a temperaturas entre 500ºC e 600ºC, sofre uma
corrosão por oxidação, perdendo aproximadamente 1 mm a cada 10 anos, portanto a
sugestão é adicionar ao cálculo mecânico 3 mm de sobre espessura para corrosão e o novo
defletor passou a ter 6 mm de espessura, conferindo assim uma vida teórica de 30 anos
ao equipamento. Os responsáveis pela usina consideraram adequado, uma vez que, já
estava previsto a transformação da usina para ciclo combinado nos próximos anos, com a
consequente eliminação das chaminés. Foi proposto a modificação da sustentação do
defletor alterando para munhões na parte inferior e guia na parte superior deixando assim
um maior grau de liberdade para movimentações decorrentes das dilatações.
120
Foram adicionadas nervuras verticais na face posterior das pás dos defletores para
aumentar a rigidez das pás defletoras e minimizar o turbilhonamento dos gases, além de
cortar o efeito de vórtice normal nessas condições, diminuindo assim a propensão a
vibrações.
A formação de trincas induzidas pelo hidrogênio tem por princípio a difusão do mesmo
na estrutura cristalina do material, isso pode ocorrer em diversas situações, tais como: no
processo de decapagem, na zincagem eletrolítica, ou durante a soldagem. Nos aços de alta
resistência tratados termicamente as trincas irão ocorrer quando da aplicação de
carregamento mecânico, devido à fragilização do material pela introdução do hidrogênio em
sua forma atômica, fenômeno conhecido como “Hydrogen attack” esse mecanismo consiste
na reação do hidrogênio com carbono contido nos aços, promovendo assim a
descarbonetação do material, propiciando a formação de vazios na estrutura cristalina.
A trinca por hidrogênio, também conhecida como trinca a frio, ou trinca sob cordão, é
provavelmente a de maior incidência na soldagem dos aços estruturais. Esse tipo de trinca
está intimamente ligado aos parâmetros adotados na soldagem, condições de trabalho,
limpeza e condicionamento térmico dos materiais de soldagem, seu mecanismo de
formação se baseia na combinação de três fatores: tensão, martensita e hidrogênio.
121
- Devem ser utilizados procedimentos que minimizem o aporte de hidrogênio, para tanto
se recomenda utilizar, processos com baixo hidrogênio, tais como o SMAW com
eletrodos básicos ou FCAW com arames básicos ou SAW com fluxos básicos.
- A manutenção dos eletrodos básicos deve ser em estufas com temperaturas entre
105º e 115º C, e a utilização de estufas portáteis (cochichos) durante a utilização.
ZTA
Metal de
adição
Metal de
base Trinca por
hidrogênio
adição
Trinca por H2 - formato e posições características
123
9.6 Ruptura lamelar
Nervura
As causas desse tipo de ruptura são: as impurezas presentes nas chapas de aço
laminadas a quente, o formato da junta e o grau de rigidez da estrutura.
Ruptura lamelar
Zth min
Ai Af x100%
Ai
Fatores de influência
A – Espessura da solda
B – Configuração da Junta
C – Espessura da chapa submetida à tração
D – Grau de rigidez
E – Temperatura de pré-aquecimento
125
FATORES DE INFLUÊNCIA
a 10 3
ESPESSURA 10 < a 20 6
20 < a 30 9
ZthA DA
30 < a 40 12
SOLDA 40 < a 50 15
a > 50 18
- 25
0,5 x S
-5
S
S S 0
FORMATO
ZthB DA
x
JUNTA
S S S
3
S S S 5
S S 8
S 10 mm 2
10< S 20 mm 4
ESPESSURA 20< S 30 mm 6
30< S 40 mm 8
ZthC DA CHAPA
40< S 50 mm 10
CARREGADA 50< S 60 mm 12
60< S 70 mm 14
S > 70 mm 16
Pouco rígido 0
ZthD RIGIDEZ Rígido 3
Muito Rígido 5
Com pré-aquecimento -8
ZthE TEMPERATURA
Sem pré-aquecimento 0
126
Os valores de redução de área adotados pelas usinas siderúrgicas são: 25% e 35%,
dessa forma após o ensaio de estricção, o valor obtido será confrontado com a tabela
abaixo para se determinar o fator Z (comercial) da chapa de teste.
Zth “Z”
Requerido Valores de mercado
Até 20 NA (*)
21 a 30 25
> 30 35
Exemplo de cálculo
Verificar os fatores de influência para junta abaixo, a ser soldada com pré-aquecimento.
Determinar qual será o fator de redução de área para a chapa carregada na direção Z.
A B C D E
9 8 8 5 -8
= 22
Portanto... Z = 25%
127
A simples determinação de fator “Z” na aquisição de uma chapa de aço não
garante totalmente a ausência de ruptura lamelar, isso ocorre devido que a retirada
dos corpos de prova conforme ASTM A370, podem ter encontrado uma região
favorável enquanto o restante da chapa pode estar comprometida.
1/3
2/3
Onde consideramos:
H: aporte de calor (J/mm)
H = (V. I)/(60. v) V: tensão aplicada (V)
I: corrente elétrica (A)
v: velocidade de soldagem (mm/min)
129
1 - Stick-out
2
1
2 - Extensão do eletrodo
A tenacidade da ZTA pode ser maior ou menor que o valor correspondente ao metal
de base, a microestrutura resultante tem grande influência sobre a sua tenacidade. Outros
fatores que também influenciam são: precipitações de fases secundárias e a fragilidade de
revenido. O nível de resistência ao impacto após a soldagem se deve a formação de
martensita nessa região, podendo estar associada a um efeito de revenimento devido ao
calor introduzido pela soldagem e, portanto, a tenacidade da ZTA fica normalmente acima
da correspondente ao metal de base.
A investigação de uma falha deve iniciar pelo levantamento das condições da peça ou
componente no momento da ocorrência do dano, através das plantas de montagem,
relatórios de manutenção, tempo de funcionamento, memoriais de cálculo, desenhos,
cargas aplicadas conhecidas, ferramental utilizado para manutenção e montagem,
descrição dos processos empregados na fabricação, condições ambientais tais como
temperatura, pressão, pH, umidade e outros como, por exemplo, certificados das matérias-
primas ou de componentes, informações de testemunhas, de operadores, fotos do acidente.
132
Entretanto em apenas alguns casos será possível obter informações tão completas
para a construção do cenário da falha, mas qualquer informação neste sentido pode ser da
máxima importância em casos em que, por exemplo, a peça fraturada é perdida em
decorrência do dano. Mapas de manutenção podem indicar falta de lubrificação, erros no
procedimento de montagem, troca tardia ou precoce de componentes que possam ter sido
agentes causadores da falha.
Um pré-torque subdimensionado pode levar à falha por fadiga em baixo ciclo, por
exemplo, enquanto um pré-torque exagerado pode deformar plasticamente a rosca e criar
concentradores adicionais de tensão, antecipando a falha por fadiga, assim sendo,
informações para a construção do cenário do dano são muito úteis na investigação do
mecanismo de falha.
Ruptura Final
Flexão Unidirecional
Flexão Alternada
Flexão Rotativa
45o
Uma inspeção visual deverá ser efetuada quando houver acesso suficiente para
posicionar os olhos a uma distância inferior a 600 mm e um ângulo não inferior a 30º da
superfície a ser inspecionada. Com o objetivo de melhorar o ângulo de visão, poderá ser
utilizado um espelho ou lente de aumento como auxiliar. A área deverá ser iluminada com
lâmpada que proporcione um mínimo de 500 Lux, para melhor detecção de anomalias.
Em alguns casos uma pequena lupa pode ser mais útil do que um potente
microscópio eletrônico na análise de falhas. Com um pequeno aumento, além de se
observar toda a superfície da falha de forma global, pode-se analisar com rapidez e em
detalhe, riscos, ranhuras, marcas de usinagem ou sinais de deformação nas faces não
fraturadas, estimando-se a influência destes dados na ocorrência do dano com maior
precisão que numa imagem muito ampliada, pois um aumento maior torna difícil a
comparação entre a profundidade de uma marca e o tamanho da peça.
Microscópio óptico
135
10.4 Estereoscopia
A fusão destas imagens se dá por meio de jogos de lentes e/ou espelhos construídos
de forma a se obter uma única imagem, que será projetada em uma tela ou observada
através de duas oculares, tendo ampliadas as protuberâncias ou reentrâncias verticais do
objeto observado em relação ao aumento lateral da imagem. Entretanto, há uma certa
limitação em grandes ampliações, com um aumento na distorção de formas e redução do
foco, o que restringe seu uso, normalmente, a um limite de aumento de até 80X. Cabe
lembrar que a obtenção de fractografias nestes equipamentos exige atenção especial com
as condições de iluminação sobre a amostra. A analise visual é muito importante e irá
complementar a analise estereoscópica, vejam abaixo algumas imagens características de
fraturas classificadas em função do tipo de tensão atuante durante o processo de fadiga.
136
Montagem a quente
Aplicável nos casos em que se pretende a união de eixo e bucha sem a utilização de
chavetas, nesse caso o torque será transmitido pela interferência entre as partes, é mais
recomendado quando a bucha e o eixo são feitos de materiais similares,
Aquecimento
Forno uniforme Limitação pela
Uso geral
Controle da capacidade do forno
temperatura
Limite de dimensões Rolamentos,
Aquecimento Limite de temperatura
Óleo quente buchas de
uniforme 220°C bronze, etc.
Dilatação desuniforme e
Forja Facilidade de uso Uso geral
oxidação da peça
Aquecimento
Maçarico Facilidade de uso Uso geral
desuniforme
Montagem a frio
Espessura da camada
Exigência de
Metal de Metal de Valores em m (0,001 mm)
trabalho para a
revestimento base
superfície Valores limites Valores médios
Fraca 5...10 Zn 8
Zinco Aço Média 10...20 Zn 15
Forte 25...50 Zn 40
Aço Fraca Ni 5...10 + Cr 0,2...0,4 Ni 8 3) + Cr 0,3
Média Ni 10...20 + Cr 0,2...0,4 Ni 15 + Cr 0,3
Aço / Zinco
Forte Ni 25...50 + Cr 0,2...0,4 Ni 40 + Cr 0,3
Muito forte Ni 50...100 + Cr 0,2...0,4 Ni 75 + Cr 0,3
Cromo
Fraca Ni 3...6 + Cr 0,2...0,4 Ni 5 + Cr 0,3
Média Ni 5...10 + Cr 0,2...0,4 Ni 8 + Cr 0,3
Cobre
Forte Ni 10...20 + Cr 0,2...0,4 Ni 15 + Cr 0,3
Muito forte Ni 25...50 + Cr 0,2...0,4 Ni 40 + Cr 0,3
Fraca 5...10 Cd 8
Cádmio Aço Média 10...20 Cd 15
Forte 25...50 Cd 40
Aço Fraca 5...10 Ni 8
Média 10...20 Ni 15
Aço / Zinco Forte 25...50 Ni 40
Muito forte 50...100 Ni 75
Níquel
Fraca 3...6 Ni 5
Média 5...10 Ni 8
Cobre
Forte 10...20 Ni 15
Muito forte 25...50 Ni 40
Fraca 5...10 Sn 8
Média 10...20 Sn 15
Aço
Forte 25...50 Sn 40
Estanho
Fraca 3...6 Sn 5
Cobre Média 5...10 Sn 8
Forte 10...20 Sn 15
Fraca 5...10 Pb 8
Chumbo Aço Média 10...20 Pb 15
Forte 25...50 Pb 40
Fraca 5...10 Cu 8
Aço
Cobre Média 10...20 Cu 15
Zinco Forte 25...50 Cu 40
Fraca 3...6 Ag 5
Média 10...20 Ag 15
Prata Cobre
Forte 25...50 Ag 40
Muito forte 50...100 Ag 75
142
Foram adicionados
apêndices para entrada e
saída de solda. O chanfro
no lado inferior da junta foi
executado com filetes de
solda, formando assim um
chanfro duplo V.
O componente abaixo, após a usinagem, ficou com o diâmetro externo menor que
do que o especificado. Estando o conjunto totalmente usinado, foi necessária a recuperação
por soldagem com depósito em todo o contorno, com uma cuidadosa técnica de maneira a
evitar ovalização ou empenamento.
Preparação do cadinho e
conquilha de grafite
envolvendo o trilho
Preenche o molde
A reconstrução de peças por soldagem pode ser ainda mais complexa quando
movimentações provenientes de dilatações e contrações podem comprometer o sucesso da
operação levando a adotar um processo de soldagem misto como é apresentado nesse caso.
Trata-se da caixa de engrenagens do comando do carro transversal de um torno universal
paralelo, que fraturou de forma extensiva. Sua reconstrução deve ter por princípio a
resistência mecânica do conjunto soldado aliado a uma grande precisão dimensional que
possa garantir as distancias e posições dos furos dos diversos eixos, isso é fundamental
para garantir um perfeito funcionamento das engrenagens do sistema.
A B
148
12.5 Sequência para recuperação de peças por soldagem
Se não houver documentos, retire uma amostra e envie para o laboratório metalúrgico e
solicite a composição química e a dureza, com essas informações o cenário da
ocorrência ficará mais claro. Se nenhuma das ações anteriores for viável, faça o teste
das fagulhas, isso dará uma ideia do teor de carbono e a possível presença de elementos
de liga.
Caso seja uma ruptura, busque uma forma de analisar a face da fratura, essa análise
poderá mostrar a natureza da fratura se é dúctil ou frágil. Essa análise pode ser feita com
o auxílio de lupa ou estereoscópio, em último caso utilize MEV.
Caso seja uma trinca determine qual o tipo da trinca, para tanto terá que fazer uso dos
seus conhecimentos sobre o comportamento e a morfologia típica dos diversos tipos de
trinca. O histórico das ocorrências, mapas de manutenção e informações dos
funcionários irão ajudar.
e. Caso necessário, defina uma sequência para a deposição dos cordões de solda.
Trinca na
12 alma da viga
1
Nervura de
reforço da viga
.......................................................................................
Procedimento de reparo da trinca na viga da ponte rolante
Preliminares
3. Foi informado pelo gerente da fábrica que aquela ponte estava em funcionamento há
mais de cinco anos sem apresentar qualquer problema desde sua implantação.
Procedimento de reparo
3. Executar pré-aquecimento com maçarico tipo chuveiro de forma localizada até 100ºC
para permitir a goivagem da trinca por ambos os lados pelo processo “Arc Air”
utilizando eletrodos de grafite com ɸ 8 mm. Na sequência as superfícies goivadas
devem ser esmerilhadas, para obter regularidade nos chanfros.
4. A esmerilhagem dos chanfros deve ser, com lixadeiras, limas rotativas e pontas
montadas, por ambos os lados da junta goivada, buscando a melhor regularidade
possível formando um chanfro de geometria adequada à soldagem posterior. Quando
a esmerilhagem do chanfro atingir o furo realizado para bloqueio da evolução da trinca,
deve prosseguir aproximadamente 25 mm após o furo, fazendo com que a superfície
lixada tenha uma concordância suave e uma conicidade apropriada para soldagem
veja abaixo figuras orientativas. A face da raiz e a folga devem ficar aproximadamente
com 3 mm.
25
5. Executar ensaio com líquido penetrante no chanfro conforme ASTM E 165 a fim de
garantir a ausência de descontinuidades que possam prejudicar a soldagem.
8. Preparar inserto de chapa SAE 1020, espessura 3 mm, com diâmetro igual ao do furo
para ser montado com pequena interferência, conforme figura abaixo.
Inserto montado
no furo
9. Pré aquecer de forma localizada as regiões a serem soldadas utilizando maçarico até
atingir temperaturas entre 100 ºC a 110 ºC, mantendo o entorno protegido com mantas
isolantes de fibra cerâmica, durante essa operação se deve garantir um tempo de
encharque de acordo com a espessura da viga.
10. Soldar a FASE 1 da junta, conforme parâmetros da EPS XXX, utilizando a técnica de
filetes sem oscilação lateral, os filetes de solda devem preencher toda a junta inclusive
o furo que foi tampado com o “backing”. Inverter o sentido da soldagem a cada cordão
depositado e aplicar martelete pneumático por alguns segundos. Manter temperatura
de interpasse sob controle durante toda a soldagem.
11. O aquecimento deverá ser mantido até a finalização da junta soldada, sendo que a
qualquer interrupção dos trabalhos, deverá ser feito um pós-aquecimento a 150ºC por
15 minutos para dissipar o hidrogênio.
12. Remover a raiz por goivagem com eletrodos de grafite com ɸ 8 mm e lixar para obter
boa uniformidade do chanfro após a goivagem.
15. Após o término da soldagem executar um pós-aquecimento a 150ºC por ½ hora, para
dissipar o hidrogênio remanescente e a seguir proteger com mantas de fibra cerâmica
para obter um resfriamento lento.
16. Aguardar o resfriamento da peça, até que a temperatura atinja 40ºC, para iniciar os
ensaios não destrutivos.
17. Executar 100% de LP, com método conforme ASTM E 165 e critério de aceitação
conforme: ASME Seção VIII - Div.1 Ap 8.
18. Executar ensaio por ultrassom, com método conforme ASME Seção V artigo 6, em
100% da área com critério de aceitação conforme ASME Seção VIII - Div. 1 Ap 12.
19. Em comum acordo com o proprietário do equipamento ficou decidido, não executar
tratamento térmico de alívio de tensões, por considerar a região do reparo pequena
em relação a dimensão da viga.
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Miami: AWS, 1972. v4, 467p.
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