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DEPARTAMENTO DE SOLDAGEM
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
3. SOLDABILIDADE
7. RECURSOS COMPLEMENTARES
8. APRESENTAÇÃO DE CASOS
R. Conz - 2009
2
1. INTRODUÇÃO
artesanal para uma tecnologia com bases científicas bastante sólidas. A união de metais já era
praticada no século XII a.C. por forjamento à quente ou por estanho, entretanto evoluiu muito
pouco até próximo ao final do século XIX. Com o surgimento do eletrodo metálico em 1885
marcou-se o inicio de uma nova era, a partir de então a evolução da tecnologia de soldagem
tem sido intensa, buscando atender aos múltiplos segmentos industriais, bem como a enorme
variedade de ligas metálicas desenvolvidas a partir de então. Tal evolução não aconteceu de
normalização para fixar as variáveis e limites dos processos, projetos, métodos de ensaio, bem
de base desconhecido, contaminações e emergências, sendo que tudo isso ainda pode vir
quebradas, trincadas e desgastadas, com ou sem usinagem posterior, consiste em unir, refazer
Caso a caso
SOLDAGEM DE MANUTENÇÃO Dificuldades operacionais
Metal de base desconhecido
Contaminações diversas
Depende da habilidade do soldador
Custo da recuperação
Recuperação Tempo
Eventual garantia
3. SOLDABILIDADE
Operatória
Construtiva
Metalúrgica
Aporte térmico
Tensões x deformações
Alteração do diagrama de equilíbrio
Transformações da estrutura cristalina
Impurezas e defeitos
Tratamentos térmicos
As variantes que podem surgir quando combinamos os fatores acima definidos, com a
imensa quantidade de ligas metálicas existentes é praticamente infinita, inviabilizando assim a
definição de uma receita ou regra geral, dessa forma precisamos entender todos esses
fenômenos e cuidadosamente associá-los para a definição dos parâmetros de condicionamento
térmico.
Onde:
H = V. I / Va
Onde:
V = Tensão [ Volt ]
I = Corrente [ Ampère ]
Va = Velocidade de avanço [ mm / s ]
Quanto mais alto for o aporte de calor (energia de soldagem), maior será a quantidade
de calor transferido a peça, conseqüentemente, maior será a poça de fusão, mais larga a zona
aquecida e menor será o gradiente térmico entre a solda e o metal de base. A eficiência de
transmissão “η” pode ser considerada constante para um mesmo processo, pois exprime a
parcela de energia efetivamente transferida à peça. Perdas decorrentes do aquecimento de
cabos e eletrodos, respingos e resfriamento pelo meio ambiente, fazem diminuir o valor de “η”.
% Mn % Mo %Cr + %V % Ni %Cu % P % Si
Ceq% = %C + + + + + + + ≤ 0,49
6 4 5 15 13 2 24
sendo:
Ceq ≤ 0,49 % - Boa Soldabilidade
0,5 % ≤ Ceq ≤ 0,65 % - Média Soldabilidade
Ceq > 0,65 % - Má Soldabilidade
Limite elástico: É a máxima tensão aplicada ao material sem que se produza qualquer
deformação permanente. É de difícil determinação pois depende totalmente da
sensibilidade dos instrumentos de medição, por isso na prática não é considerado.
b
τ
b τ Reestabelecimento
Força de das forças de
atração
atração
9
O processo de deslizamento de planos consiste no escorregamento de um plano
cristalino em relação aos demais. Este escorregamento causa um deslocamento permanente,
ou melhor, um deslocamento dos planos cristalinos em relação às suas posições originais até
uma nova condição de equilíbrio. A repetição deste processo evidencia, no nível macroscópico,
a deformação plástica do material.
Marcas Radiais
Marcas de praia
Inicio da trinca
Bandas de
deslizamento
Final da fratura
A soldagem nos aços em geral bem como no ferro fundido, devido aos ciclos térmicos
envolvidos, implica num tratamento térmico localizado que pode causar alterações na estrutura
dos materiais e conseqüentemente afeta as propriedades mecânicas dos mesmos. Essas
alterações podem comprometer o desempenho em trabalho da junta soldada e portanto devem
ser minimizadas, nas soldagem de produção isso é relativamente fácil, uma vez que contamos
com a possibilidade da escolha do aço em função das características desejadas no projeto da
junta. Por outro lado isso não ocorre na soldagem de manutenção, onde freqüentemente vamos
encontrar aços com altos teores de carbono ou mesmo com elementos de liga que favorecem a
formação de estruturas frágeis durante o resfriamento. O caso mais comum é o do ferro
fundido, que é muito utilizado na fabricação de maquinas e equipamentos, e que possui
elevados teores de carbono.
Quando uma liga é resfriada lentamente a partir da fase líquida, as fases presentes no
estado sólido a cada temperatura estarão em equilíbrio termodinâmico e podem ser previstas
por diagramas que mostram as fases estáveis em função da temperatura e da composição
química, ou seja, percentual de elemento soluto.
A figura abaixo mostra o diagrama da liga binária FeC para teores de carbono até 6,7%.
O diagrama é assim representado pois o Fe3C, carboneto de ferro, apresenta saturação a partir
desse limite, embora as ligas acima de 4,5% de carbono não apresentem nenhum interesse
comercial. As transformações de uma fase para outra ou a variação de composição de uma
certa fase, envolvem o rearranjo dos átomos do material, o tempo necessário para essas
alterações depende da temperatura e da complexidade da alteração.
11
Eutético = Mistura de componentes sólidos que ao fundir-se fica em equilíbrio com um líquido
da mesma composição que a sua, e cuja temperatura de fusão é um mínimo na curva.
°C
723
8,4°C/seg 0,33°C/seg 0,23°C/seg 0,0062°C/seg
300
Austenita Martensita
200
100
Martensita
Martensita Ferrita
Martensita Martensita Ferrita
Bainita Ferrita Perlita
Bainita Perlita
Bainita
seg
10 100 103 104 105 103
♦ Impurezas
♦ Defeitos externos
mordeduras
respingos
reforço excessivo
cordão assimétrico
escorrimento
♦ Defeitos Internos
Os defeitos internos podem ter as mais diversas origens, sendo em alguns casos
bastante complexa sua interpretação e sua conseqüente prevenção, é bastante comum termos
um defeito não com uma única causa, mas sim com diversas causas. Os defeitos internos
dividem-se em bidimensionais e tridimensionais.
Os defeitos bidimensionais são os mais graves devido sua tendência à propagação, são
eles a falta de fusão e as trincas.
Limpeza incorreta;
Ausência de limpeza;
Seqüência de filetes inadequada;
Chanfro Inadequado;
Ângulo do eletrodo incorreto;
Técnica operatória inadequada.
a) Eletrodo úmido
Neste caso devem ser examinados os cuidados de armazenagem e ressecagem dos
eletrodos, sendo que para tanto são necessários fornos especialmente projetados.
b) Amperagem inadequada
Ajuste a amperagem em função do tipo de eletrodo, é importante trabalhar sempre
dentro das faixas recomendadas pelos fabricantes, ou determinadas na EPS.
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c) Chapas úmidas ou oleadas
Deve-se sempre proceder mais comuns de limpeza são: o jateamento com areia ou
granalhas de aço e decapagem química ,podendo também utilizar-se de lixadeira ou
escovas.
A soldabilidade pode também ser afetada por tratamentos térmicos, isso é devido ao
aquecimento localizado promovido pela soldagem, durante o processo o material ultrapassa a
temperatura de austenitização dos aços, promovendo assim transformações estruturais na
zona intermediaria entre o metal de base e o de adição, denominada ZTA - Zona Termicamente
Afetada, alterando por conseqüência as propriedades mecânicas da junta soldada nessa
região. Nessas condições essa região pode apresentar alterações estruturais bastante
evidentes, tais como fases martensíticas ou bainiticas, com elevada dureza e risco de
fissuração por fragilização da junta soldada.
Pode ainda o metal de base estar na condição de temperado e revenido e nesse caso
poderão ocorrer alterações ainda mais complexas durante a soldagem, nesse caso deve-se
minimizar o aporte térmico através do controle dos parâmetros da soldagem.
• AÇO CARBONO
• AÇO LIGA
• CLASSIFICAÇÃO
• AÇOS INOXIDÁVEIS
• INOXIDÁVEL FERRÍTICO
É uma liga composta basicamente de ferro e cromo, possui baixos teores de carbono e
após a solidificação apresenta-se na forma de ferrita delta. Durante a soldagem pode ocorrer
crescimento de grãos próximo da zona termicamente afetada, e conseqüente fragilização
podendo surgir trincas durante o resfriamento, entretanto isso pode ser contornado a partir da
utilização de procedimentos com baixo aporte térmico, a tabela a seguir mostra os tipos mais
comuns.
Mn - ≤ 1,00
405 ≤ 0,08 11 - 14
Si - ≤ 1,00
Tubos para trocadores de calor
Mn - ≤ 1,00
Si - ≤ 1,00 Defletores de turbina a gás e revestimentos
409 ≤ 0,15 12 - 14
Al - 3,5 a 4,5 resistentes à corrosão
Ti - ≤ 0,75
Cu - 0,9 a 1,25
Utilizado na industria química possui alta
443 ≤ 0,20 18 - 23 Si - ≤ 0,75
resistência à temperatura e corrosão
Ni - ≤ 0,50
• INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO
• INOXIDÁVEL MARTENSÍTICO
Os aços inoxidáveis martensíticos são em principio ligas ferro + carbono + cromo, onde
os teores de cromo são elevados situando-se entre 11% e 18%. Essas ligas são passíveis de
endurecimento através de tratamentos térmicos, como por exemplo, a têmpera na pratica
podemos dizer que existem três tipos aços inoxidáveis martensíticos:
Nesse tipo de material, a alta resistência e, portanto a dureza, são indispensáveis o que
implica em maiores cuidados com os ciclos e condicionamentos térmicos durante a soldagem,
pois poderão ocorrer fragilizações na ZTA, dessa forma deve-se aplicar o menor aporte térmico
possível, além de se reduzir a velocidade de resfriamento, isso é possível com pré-aquecimento
e manutenção da temperatura de interpasse de forma eficiente.
Mn - ≤ 1,00
403 ≤ 0,15 11,5 - 13,0 - Tipo turbina, laminas forjadas
Si - ≤ 0,50
• INOXIDÁVEL DUPLEX
Essa foto foi escolhida pois ela possui características ambíguas, ou seja embora
evidencie a presença de dimples, por outro lado nota-se que a ruptura foi intergranular, uma
característica comum na ruptura frágil, porém a que ressaltar as deformações observadas que
nesse caso não deixam dúvidas sobre a natureza dúctil desta ruptura. Essas considerações
são muito importantes e portanto devem ser feitas sempre com muita consistência pois elas
irão orientar as decisões sobre a forma de reparo mais adequada.
A separação intergranular requer baixa energia pois, neste caso, a trinca segue os
contornos de grãos e ocorre quando estes são mais frágeis que a rede cristalina. Esta
fragilização, ou redução na energia para a fratura, pode ocorrer devido à ação de diversos
agentes como radiação, absorção de Hidrogênio, precipitação de intermetálicos ou fases
frágeis junto aos contornos de grãos, fluência, etc.
22
Quando se verifica pouca ou nenhuma deformação plástica aparente a ruptura é
classificada como frágil. A formação de superfícies lisas ou regulares de fratura, com aspecto
brilhante, ou ainda a presença de marcas em V denominadas: “chevrons”, caracterizam uma
ruptura frágil, como evidenciado na foto.
4.1 Clivagem
Clivagem
23
A separação intergranular requer baixa energia pois, neste caso, a trinca segue os
contornos de grãos e ocorre quando estes são mais frágeis que a rede cristalina. Esta
fragilização, ou redução na energia para a fratura, pode ocorrer devido à ação de diversos
agentes como radiação, absorção de Hidrogênio, precipitação de intermetálicos ou fases
frágeis junto aos contornos de grãos, fluência, etc. Em alguns casos podem ser verificados
sinais de deformação plástica extensiva nas paredes dos grãos. Nestes casos, não é
conveniente a associação deste mecanismo com a fratura frágil.
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• mecânica
• solidificação
• lamelar
• fadiga
• corrosão intergranular
• fragilização pelo hidrogênio
A trinca mecânica é um tipo de fratura frágil que ocorre mesmo que ela esteja sendo
submetida a um nível de tensões abaixo do nível correspondente ao escoamento, ou mesmo da
tensão de trabalho. Esse tipo de fratura freqüentemente têm origem em segregações no metal
de base, ou descontinuidades causadas por defeitos na soldagem, pois nestes pontos sempre
haverá tendência a concentração indesejável de tensões e deformações.
Esse tipo de trinca pode ocorrer em serviço quando existirem tensões residuais, e a elas
se somarem outros esforços, a trinca apresentada na figura 22, foi conseqüência da somatória
de esforços da força centrífuga com a dilatação térmica e tensões residuais, que ultrapassaram
a tensão de ruptura do material. No reparo optou-se pela desvinculação da cinta em relação ao
disco no inicio e no final da fratura, isso foi possível por tratar-se de uma tampa de fechamento,
sem uma efetiva responsabilidade estrutural.
A trinca mecânica também pode ocorrer durante a soldagem quando os esforços forem
superiores à resistência do metal de base como mostrado na figura, onde a geometria circular
da junta soldada fez com que as tensões de contração fossem máximas.
1200
200 Material:
Existem cinco tipos diferentes de estrutura de solidificação, que são: a planar, a celular,
a celular dendrítica, a colunar dendrítica e a equiaxial dendrítica. O que determina o tipo de
solidificação que será predominante no metal de solda é o grau de resfriamento no material,
que por sua vez depende da composição química da liga e do gradiente de temperaturas
formado pelo procedimento de soldagem imposto.
A trinca a quente ocorre na região central do cordão, figura 24, e será tanto mais
favorecida sua formação quanto maiores forem os níveis de impurezas existentes no metal de
base. As impurezas a que nos referimos são notadamente: os óxidos, sulfetos ou silicatos
eventualmente encontrados dispersos nos aços laminados.
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Essas partículas não metálicas, durante o processo de fusão do metal, não se fundem e
permanecem dispersas no banho de metal líquido.
Trinca à quente
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Trinca de liquação
A zona de diluição é a região do metal de base que sofreu fusão parcial durante a
soldagem, e sobre a qual se inicia a solidificação do metal de solda. Em muitos materiais esta
região é pequena e somente pode ser observada em nível microscópico, podendo mesmo não
ser identificada, como é o caso dos aços de baixo carbono. Porém existem materiais,
austeníticos, por exemplo, cuja presença desta região parcialmente fundida pode levar à
fissuração por liquação. Algumas ligas metálicas quando em estado líquido, são muito
susceptíveis a precipitações em contornos de grão, principalmente devido à granulação
grosseira e presença de fases eutéticas.
Materiais conformados por forjamento também podem apresentar este tipo de problema,
relacionados à linhas de deformação, fases de diferentes pontos de fusão, etc. Normalmente os
cuidados para minimizar trincas de solidificação não são efetivos para evitar trincas de liquação
sendo importante neste caso minimizar o tensionamento residual da junta soldada através da
utilização de técnicas de amanteigamento.
Junta crítica
Nervura
A partir desses dados consegue-se determinar teoricamente, qual deverá ser a extricção
mínima do material, que será determinada pelo ensaio de tração em um corpo-de-prova
retirado no sentido ortogonal à espessura da chapa, onde será medida a extricção do material.
O método de ensaio consiste em medir, com precisão centesimal, o diâmetro do corpo-de-
prova antes de iniciar o ensaio e após a ruptura do mesmo, o valor de extricção do material
será dado pela seguinte equação:
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Zth min =
(Di − Df ) x100%
Di
Os valores de extricção adotados pelas usinas siderúrgicas são: 15%, 25% e 35%,
dessa forma após o ensaio de extricção, o valor obtido será confrontado com a tabela abaixo
para se determinar o fator Z (comercial) da chapa de teste.
Zth “Z”
Requerido Valores de mercado
Até 10 5
11 a 20 15
21 a 30 25
> 30 35
Fatores de influência:
A – Espessura da solda
B – Configuração da Junta
C – Espessura da chapa submetida à tração
D – Grau de rigidez
E – Temperatura de pré-aquecimento
30
FATORES DE INFLUÊNCIA
a ≤ 10 3
ESPESSURA
10 < a ≤ 20 6
20 < a ≤ 30 9
ZthA DA
30 < a ≤ 40 12
40 < a ≤ 50 15
SOLDA
a > 50 18
0,7. S
-25
S
0,5. S
-5
S
S S 0
FORMATO
ZthB DA
x
JUNTA S S S
3
S S S 5
S S
8
s ≤ 10 mm 2
10< s ≤ 20 mm 4
ESPESSURA
20< s ≤ 30 mm 6
30< s ≤ 40 mm 8
ZthC DA CHAPA
10
40< s ≤ 50 mm
50< s ≤ 60 mm 12
CARREGADA
60< s ≤ 70 mm 14
s > 70 mm 16
Pouco rígido 0
ZthD RIGIDEZ Rígido 3
Muito Rígido 5
Com pré-aquecimento -8
ZthE TEMPERATURA Sem pré-aquecimento 0
31
A redução de área no sentido transversal curto, mínima aceitável de uma determinada
chapa é de 5%, independente do valor de Zth teórico requerido para a junta, já que o mesmo
poderá se negativo, conforme pode ser visto na tabela acima.
Os valores de extricção adotados pelas usinas siderúrgicas são: 15%, 25% e 35%,
dessa forma após o ensaio de extricção, o valor obtido será confrontado com a tabela abaixo
para se determinar o fator Z da chapa de teste.
Exemplo de cálculo
22
A B C D E
9 8 8 5 0
Σ = 30
37.5
Portanto... Z = 25%
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Muitas vezes o metal se rompe, quando solicitado a repetidos carregamentos, com níveis
de tensão inferiores aos valores admissíveis, estaticamente. O limite de fadiga de um material,
ou de uma junta soldada é estimado através da solicitação do mesmo a carregamentos cíclicos
padronizados.
Embora uma trinca por fadiga possa ter início numa região fragilizada do material
crescendo a partir de uma micro trinca em contorno de grão, os processos de nucleação e
propagação de trincas na fadiga se caracterizam pela movimentação de discordâncias através
da aplicação de tensões de cisalhamento e, portanto, são de natureza dúctil. O processo de
trinca por fadiga envolve três estágios de desenvolvimento, a saber:
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Estágio I - Nucleação
A nucleação ou inicio de uma trinca por fadiga em um conjunto soldado pode ter
diversas origens entre as quais destacamos:
Ocorre quando a trinca atinge, uma dimensão em que a área da seção resistente não é
suficiente para suportar o carregamento aplicado, provocando assim a fratura.
1
2
A
3 4
Existem duas categorias de corrosão que podem levar uma junta soldada à ruptura, a
corrosão sob tensão que pode ser intergranular, transgranular ou mista, e que se caracteriza
por ser um fenômeno eletroquímico onde o metal tende a se ionizar na presença de um
eletrólito, ou pela ação galvânica entre metais de diferentes potenciais elétricos, o processo
corrosivo pode ser agravado nas juntas soldadas pela presença de mordeduras ou
sobreposições “over lap”.
A segunda maneira é a chamada sensitização, que ocorre mais notadamente nos aços
inoxidáveis austeníticos, particularmente quando os mesmos são expostos a temperaturas
elevadas, acima de 500° C, nessas condições poderão ocorrer, precipitações de carbetos de
cromo nos contornos de grãos, fragilizando a estrutura e ao mesmo tempo empobrecendo a
região vizinha aos mesmos, pela diminuição do elemento cromo (Séférian, 1965). Esses grãos
assim afetados darão inicio ao um processo corrosivo e a partir daí poderão surgir
microfissuras, que em função dos esforços atuantes sobre o componente poderão se
transformar em trincas.
Projeto
Procedimentos
- Fluxos básicos para o processo arco submerso (SAW) e arames tubulares básicos
também devem ser mantidos em ambientes secos.
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Conforme Million (1971) as influências do hidrogênio sobre as propriedades dos aços são
descritas como sendo extremamente variadas e tem sido objeto de muitos estudos até o
momento. Porém a mais freqüente das afirmações é a redução da ductilidade e da tenacidade
dos aços sob influência de pequenas quantidades de hidrogênio. Isso equivale a dizer que,
nessas condições, irá ocorrer uma diminuição das propriedades plásticas e da resistência a
ruptura. A grande interação existente entre os átomos de hidrogênio e os de carbono, resulta
que o hidrogênio dificulta a saída do carbono da solução sólida agindo, portanto como um
estabilizador da martensita, o hidrogênio dissolvido na estrutura cristalina do aço também
provoca um crescimento de dureza.
A figura abaixo mostra uma trinca de hidrogênio, ocorrida em uma junta circunferencial, o
conjunto foi construído em chapa extra grossa de aço laminado S 355 J2, o processo utilizado
foi o FCAW, com pré aquecimento de 120º C. Nesse caso foi executado um pós aquecimento a
150º C por 30 minutos para difundir o hidrogênio remanescente, o pré aquecimento estava
coerente com o carbono equivalente do metal de base, e apesar disso a trinca ocorreu, devido
à hiper vinculação decorrente da junta circular.
Obviamente, em apenas alguns casos será possível obter informações tão completas
para a construção do cenário da falha, mas qualquer informação neste sentido pode ser da
máxima importância em casos onde, por exemplo, a peça fraturada é perdida em decorrência
do dano. Mapas de manutenção podem indicar falta de lubrificação, erros no procedimento de
montagem, troca tardia ou precoce de componentes que possam ter sido agentes causadores
da falha.
Características
Fratura Superfície em bruto Usinagem recente
Materiais
Evidencias do molde ou da
Alumínio e ligas Branca Lisa, muito branca
laminação, cinza muito claro
Chumbo Branca cristalina Branca a cinza, lisa aveludada Muito lisa e branca
Formação cristalina
Evidência de molde de areia,
Ferro fundido branco sedosa, muito fina e Raramente usinada
cinza fosco
branco-prateada
A inspeção visual, por vezes, é a etapa da investigação que fornece as informações mais
importantes para a análise do mecanismo de falha. Algumas vezes, a inspeção visual indica o
modo de fratura e a causa provável em poucos segundos, sendo que as outras técnicas são
empregadas, nestes casos, apenas para confirmar a hipótese levantada nesta etapa. A inspeção
a olho nu permite, certamente, levantar as hipóteses mais prováveis sobre o mecanismo de falha,
direcionando a investigação quanto a seqüência de emprego das técnicas de análise e a
interpretação dos dados por estas obtidos.
A análise de uma fratura deve ter sempre como referência o aspecto global da superfície.
Os processos de fratura deixam marcas significativas nas superfícies fraturadas que permitem,
muitas vezes, a identificação das regiões de nucleação, propagação de trincas e fratura final. Tais
informações indicam, qualitativamente, os níveis de tensão aplicados e o modo de carregamento.
LIPSON e JACOBY esquematizaram esta relação entre o aspecto da fratura e o tipo e
intensidade do carregamento, em mapas que mostram a distribuição das diferentes regiões
formadas pelo processo de fratura. A figura abaixo elaborada por Lipson e Jacoby, é empregada
para peças com seção transversal circular, como eixos e pinos, e considera a presença de
concentradores de tensões. É importante observar que não foi considerada a possibilidade de
nucleação a partir de falhas internas.
Ruptura Final
Flexão Unidirecional
Flexão Alternada
Flexão Rotativa
45o
Em muitos casos, uma pequena lupa é muito mais útil do que um potente microscópio
eletrônico na análise de falhas. Com um pequeno aumento, além de se observar toda a superfície
da falha de forma global, pode-se analisar com rapidez e em detalhe, riscos, ranhuras, marcas de
usinagem ou sinais de deformação nas faces não fraturadas, estimando-se a influência destes
dados na ocorrência do dano com maior precisão que numa imagem muito ampliada, pois um
aumento maior torna difícil a comparação entre a profundidade de uma marca e o tamanho da
peça. A figura abaixo mostra a representação esquemática dos aspectos das superfícies de
fraturas macroscopicamente frágeis ou dúcteis em relação ao carregamento.
Tração-Tração ou Tração-Compressão
Flexão Unidirecional
Flexão Reversa
Ainda, em casos ocorridos no campo, onde a superfície fraturada não pode ser removida
devido às dimensões do componente e/ou à necessidade de se reparar rapidamente o dano, a
inspeção com lupa é a única alternativa viável (como no caso da fratura de tubos em instalações
de indústria química, que são reparados por soldagem).
43
6.3.3 Observação em microscópio óptico
A temperatura deve, sempre que possível, ser verificada com um instrumento de rápida
indicação. Um meio simples para o controle da temperatura, normalmente existente nos locais de
instalações é o dos lápis de cor de medição de temperatura, (Thermochrom, Thermocolore), a
temperatura máxima admissível não pode ser ultrapassada. Um aquecimento em profundidade
do eixo deve ser evitado absolutamente, uma vez que com isto a estrutura do material pode ser
alterada de forma prejudicial.
Como a flexão do eixo apresenta durante o aquecimento uma boa amplitude, em função
do tempo de duração e da intensidade de aquecimento, usa-se um relógio comparador, que é
aplicado e cuidadosamente observado durante a operação de aquecimento, do lado oposto ao
lugar a ser aquecido. Antes de cada operação de aquecimento, deve ser controlada a
temperatura do eixo, a qual deve ser igual à temperatura do ambiente.
ATENÇÃO
NÃO AQUECER O MESMO LUGAR
MAIS DO QUE DUAS VEZES.
Nas rotações de 1500 até 6000 rpm, é suficiente, em regra, o endireitamento até os
valores de 0,04 até 0,02 mm. Para eixos com rotações abaixo de 1500 rpm, são suficientes
valores de aproximadamente 0,05 mm. O empenamento admissível, depende muito do lugar do
empenamento, distância entre mancais e comprimento de todo o eixo e, deve-se consultar a
Norma NEMA.
Os eixos endireitados devem, em todo caso, ser controlados com relação ao seu
balanceamento e, quando necessário, devem ser balanceados. Após o endireitamento, deve ser
realizado um controle de fissura. O mesmo deve ser realizado por Líquido Penetrante ou por
Ultra-som.
46
7.2 Dobramento de chapas
A linha de dobra deve sempre que possível estar ortogonal ao sentido de laminação da
chapa, para evitar trincas no lado externo do raio de dobra. Para evitar esmagamento na região
do raio a força de dobra não pode ser muito maior do que o valor calculado pela fórmula abaixo.
Como não se tem o controle total das propriedades mecânicas, o valor calculado é o
mínimo necessário e serve como ponto de partida para o início das operações. O comprimento
de dobra depende da potência hidráulica da prensa.
Recuperação Elástica
Este procedimento é viável desde que se tenha um volume grande de peças iguais a
serem dobradas, compensando os investimentos aplicados nas modificações e fabricação de
matrizes e punções.
A força necessária, em toneladas, para efetuar uma dobra a 90º, para aço ao carbono do
tipo ASTM A36 pode ser calculada pela expressão:
1,7 ⋅ s ⋅ b ⋅ T
F=
B ⋅1000
Onde:
Espessura da chapa
1.5 2 3 4 5 6 8 10 12 15 20 25 30 35 40
“s”
Min. raio de dobra
2.5 3,5 5 7 8 10 16 20 24 30 40 50 60 80 90
“R”
Min. largura de
10 12 12 24 32 40 65 80 100 120 160 200 240 280 320
dobra “L”
Min. boca do prisma
15 15 25 40 50 70 110 120 160 190 250 320 380 450 510
“B”
48
7.3 Montagem de peças com interferência
Aplicável nos casos onde se pretende a união de eixo e bucha sem a utilização de
chavetas, nesse caso o torque será transmitido pela interferência entre as partes, é mais
recomendado quando a bucha e o eixo são feitos de materiais similares,
Aquecimento uniforme
Limitação pela
Forno Bom controle da Uso geral
capacidade do forno
temperatura
Dilatação desuniforme e
Forja Facilidade de uso Uso geral
oxidação da peça
Aquecimento
Maçarico Facilidade de uso Uso geral
desuniforme
Fórmula Teórica
T= dL .
αD
49
Onde: t = temperatura de aquecimento (°C)
dL= dilatação térmica (mm)
D = diâmetro do furo (mm)
α = coeficiente de dilatação (mm/mm/°C)
Neste caso, a montagem está baseada na contração que é menor que o coeficiente de
dilatação, mas pode-se utilizar com boa aproximação α = 1mm/mm/100°C.
t = Tempo de Patamar
Tp = Temperatura de Patamar
Nessa faixa de temperatura não é necessário controle de velocidade pois não ocorrem
transformações metalúrgicas nessas temperaturas.
5000
Cálculo da velocidade de aquecimento: Va = (°C / h)
e
Onde: h = horas
e = máxima espessura do componente em mm.
Onde: h = horas
Em alguns casos essas curvas de tratamento térmico poderão ser utilizadas para
minimizar tensões durante ou depois de determinados processos de conformação, como por
exemplo, no rebordeamento de tampos torisféricos, elípticos e semi-elípticos.
2. Quando a junta soldada liga partes de mesma espessura, por meio de uma junta
de topo com penetração total, a espessura nominal é a profundidade total da
solda, desconsiderado o reforço de solda, ou seja, é a espessura da chapa.
5. Se uma solda de filete for utilizada em conjunção com uma solda em chanfro, a
espessura nominal é a profundidade da solda em chanfro mais a dimensão da
garganta da solda do filete.
Fig. A
12. A espessura da solda, medida no ponto de ligação, quando uma parte não sujeita
à pressão é soldada a uma parte sujeita à pressão.
Quando o tratamento térmico não pode ser feito em uma só etapa (quando o comprimento
do equipamento é maior que o comprimento do forno), o tratamento térmico após soldagem pode
ser conduzido em duas etapas (técnica da parede) desde que a sobre-posição das partes
aquecidas seja igual ou maior que 1,5 m.
7.5.3 Precauções
7.5.5 Termopares
Onde um ou mais vasos de pressão são tratados em uma carga de forno, termopares
deverão ser colocados em diversas posições da carga onde possa ocorrer variações de
temperatura, de maneira que a temperatura real seja indicada. Para tanto se recomenda um
mínimo de 4 termopares, independente do peso ou dimensão da carga, sendo que em cargas
onde existe grande variação de espessuras e eventuais zonas mais aquecidas, se recomenda
utilizar seis termopares, todos acoplados a um registrador gráfico e com controle de potência
automático.
Os termopares devem ser fixados na espessura mais fina e na mais grossa, no topo e na
base da carga, e se possível, o mais próximo e o mais longe da porta do forno. A distância entre
termopares, em qualquer direção, não deve exceder a 4,5 m. A fixação dos termopares nunca
deve ser feita sobre um cordão de solda do equipamento a ser aliviado.
Termopar Parafuso
Porca ranhurada
Fig. B
Termopar
56
7.5.6 Procedimento
3
3) Temperatura de patamar
2 4 4) Taxa de resfriamento
1
5) Temperatura final do tratamento
5
Tempo
Acima de 427°C (800°F), a taxa de aquecimento não deve ser maior que 222°C/h
(400°F/h) dividido pela máxima espessura de solda das peças, em polegadas; em nenhum caso
a taxa de aquecimento deve ser maior que 222°C/h (400°F/h), vide tabela C. A taxa de
aquecimento não precisa ser, em nenhum caso, menor que 37°C/h (100°F). Durante o período de
aquecimento, as temperaturas registradas não devem ter variação maior que 139°C (250°F).
Tabela B
Tabela C
58
7.6 Temperatura de pré-aquecimento em função do Carbono Equivalente
CE
0,41 0,43 0,45 0,47 0,49 0,51 0,53 0,55
Espessura
> 16 ≤ 20 - - - - 70 80 90 100
> 20 ≤ 25 - - - 90 100 120 130 150
> 25 ≤ 36 - - 80 100 120 140 150 150
> 36 ≤ 50 - 80 110 130 150 160 175 180
> 50 ≤ 100 80 100 120 140 160 170 190 200
> 100 ≤ 150 120 120 130 150 170 190 200 200
Para materiais com carbono equivalente superiores a 0,55 a soldabilidade fica bastante
prejudicada, pois a susceptibilidade de formação de fase martensítica é muito grande, o que
aumenta em muito a fragilidade do material, nesse caso recomenda-se o pré-aquecimento
ligeiramente acima da temperatura de inicio de formação da martensita (ms), o que certamente
será bastante desconfortável para o soldador, porém trará uma maior garantia.
7.7 Eletrodeposição
Para casos particulares, poderão ser utilizadas tolerâncias mais finas. Também existe
caso contrário; por exemplo: perfis profundos, onde se encontra às vezes maiores diferenças de
espessuras de camadas do revestimento.
Quando uma camada de níquel é depositada sobre uma camada intermediária de cobre,
a camada total do revestimento deve atingir só o valor indicado e camada de cobre não deve
ultrapassar a metade da camada total, essa regra se aplica também para revestimentos
compostos de mais de duas espessuras de camadas.
59
Espessura da camada
Exigência de
Metal de Metal de Valores em µm (0,001 mm)
trabalho para a
revestimento base
superfície Valores limites Valores médios
Fraca 5...10 Zn 8
Zinco Aço Média 10...20 Zn 15
Forte 25...50 Zn 40
Aço Fraca Ni 5...10 + Cr 0,2...0,4 Ni 8 3) + Cr 0,3
Média Ni 10...20 + Cr 0,2...0,4 Ni 15 + Cr 0,3
Aço / Zinco
Forte Ni 25...50 + Cr 0,2...0,4 Ni 40 + Cr 0,3
Muito forte Ni 50...100 + Cr 0,2...0,4 Ni 75 + Cr 0,3
Cromo
Fraca Ni 3...6 + Cr 0,2...0,4 Ni 5 + Cr 0,3
Média Ni 5...10 + Cr 0,2...0,4 Ni 8 + Cr 0,3
Cobre
Forte Ni 10...20 + Cr 0,2...0,4 Ni 15 + Cr 0,3
Muito forte Ni 25...50 + Cr 0,2...0,4 Ni 40 + Cr 0,3
Fraca 5...10 Cd 8
Cádmio Aço Média 10...20 Cd 15
Forte 25...50 Cd 40
Aço Fraca 5...10 Ni 8
Média 10...20 Ni 15
Aço / Zinco Forte 25...50 Ni 40
Muito forte 50...100 Ni 75
Níquel
Fraca 3...6 Ni 5
Média 5...10 Ni 8
Cobre
Forte 10...20 Ni 15
Muito forte 25...50 Ni 40
Fraca 5...10 Sn 8
Média 10...20 Sn 15
Aço
Forte 25...50 Sn 40
Estanho
Fraca 3...6 Sn 5
Cobre Média 5...10 Sn 8
Forte 10...20 Sn 15
Fraca 5...10 Pb 8
Chumbo Aço Média 10...20 Pb 15
Forte 25...50 Pb 40
Fraca 5...10 Cu 8
Aço
Cobre Média 10...20 Cu 15
Zinco Forte 25...50 Cu 40
Fraca 3...6 Ag 5
Média 10...20 Ag 15
Prata Cobre
Forte 25...50 Ag 40
Muito forte 50...100 Ag 75
Nota: Como metais de base, entende-se para “Zinco” o zinco e suas ligas e para “Cobre” o cobre suas ligas.
60
8. APRESENTAÇÃO DE CASOS
São considerados defeitos maiores as escavações cuja profundidade seja maior do que
25 mm ou 20% da espessura, o que for menor, ou cuja área for maior do que 64 cm2, reparos
acima dessas dimensões são considerados especiais e necessitam de uma análise cuidadosa,
pois nessas condições a integridade e ou aplicabilidade do reparo estarão comprometidas. Para
defeitos maiores, deverão ser mapeadas as escavações com suas localizações, áreas e
profundidades antes do início da soldagem.
São considerados defeitos menores todos aqueles cujas escavações tenham dimensões
iguais ou menores àquelas acima descritas.
(a) Executar ensaio com líquido penetrante nas escavações. O critério de aceitação deve
ser aquele especificado originalmente, caso essa informação não esteja disponível
utilizar a norma ASTM E165.
(b) Após a soldagem e o resfriamento, executar ensaio visual, liquido penetrante e ultra-
som. Trinca e falta de fusão não são aceitáveis qualquer que seja sua dimensão.
(c) Peças fundidas submetidas a reparos por solda devem ser tratadas termicamente
conforme indicado na norma do metal de base, quando a norma do material não
indicar tratamento, será utilizado o seguinte critério:
- Para aços de limite de resistência superior a 600 MPa, e após um reparo maior,
deverá ser realizada uma normalização + revenimento,
- Para aços de limite de resistência menor ou igual a 600 MPa, e após um reparo
maior, a peça deverá ser submetida a um alívio de tensões;
♦ Eletrodos recomendáveis
Níquel puro ou liga ferro níquel devido sua maior ductilidade e conseqüente alto valor de
alongamento. A soldagem com maçarico utilizando metal similar ao ferro fundido é de qualidade
precária, pois depende excessivamente da perícia do executante além de exigir altas
temperaturas de pré aquecimento.
3. Soldar com arco curto e o eletrodo totalmente vertical em relação à poça de fusão
2. Não deve ser incluída, ou pelo menos deve ser evitada a inclusão de segmentos de
metal-base (bacalhau).
Foram adicionados
apêndices para entrada
e saída de solda. O
chanfro no lado inferior
da junta foi executado
com filetes de solda,
formando assim um
chanfro duplo V.
As curvas de aquecimento
e resfriamento do alivio de
tensões foram controladas
por painel de comando
com 4 quatro canais de
pirometria.
O componente abaixo, após a usinagem, ficou com o diâmetro externo menor que do que
o especificado. Estando o conjunto totalmente usinado, foi necessária a recuperação por
soldagem com depósito em todo o contorno, com uma cuidadosa técnica de maneira a evitar
ovalização ou empenamento.
Preparação do cadinho e
da conquilha de grafite
envolvendo o trilho
A reconstrução de peças por soldagem pode ser ainda mais complexa quando
movimentações provenientes de dilatações e contrações podem comprometer o sucesso da
operação levando a adotar um processo de soldagem misto como é apresentado nesse caso.
A melhor solução nesse caso foi a utilização de prisioneiros roscados em um dos lados da
junta e ponteado no lado oposto, de maneira a conseguir um bom posicionamento e uma maior
garantia de que as partes não se movimentarão durante a soldagem. Para permitir uma boa
conformação do chanfro deve-se fazer, com o auxilio de uma lixadeira angular, alguns entalhes no
lado onde os prisioneiros serão ponteados, conforme pode ser visto na foto a seguir.
68
A prepararação caixa de engrenagens para a soldagem, foi cercada de alguns cuidados
como por exemplo: para se obter um melhor posicionamento das partes foi deixada a fratura
original em aproximadamente um terço da espessura durante a execução dos chanfros por
esmerilhamento.
Se durante o ponteamento dos parafusos prisioneiros, ocorrer uma ligação entre bordas
do encaixe do mesmo e o conjunto estiver totalmente frio então ocorre uma trinca na zona de
ligação entre os metais de adição e de base, vide foto A. A solução nesse caso é pré-aquecer o
conjunto, com maçarico ou resistência elétrica, a uma temperatura de 60 ºC e soldar apenas um
lado do parafuso prisioneiro e permitindo assim que o metal depositado possa contrair livremente
sem trincar, vide foto B.
A B
Verificou-se que 50% das bandejas estavam com trincas e as mesmas apresentavam
morfologia e orientações semelhantes, ou seja, radialmente de dentro para fora em relação ao
rotor e mudando eventualmente de direção provavelmente em busca da região mais tensionada.
O aspecto da ruptura era rugoso e opaco, característico de ruptura frágil, não apresentando
sinais de coalecimento do metal, o que pode significar uma diminuição importante a elasticidade
do mesmo.
Nervura de
sustentação
Furação existente
A Norma NBR ISO 9001-2000 define que para a validação de um processo de produção
deve-se ter em conta o seguinte principio:
Existem diversas normas que tratam desse assunto, sendo que, o código ASME para
caldeiras e vasos de pressão é um dos mais difundidos e aceitos no mundo, inclusive para a
construção de componentes estruturais. O mesmo foi desenvolvido de forma a abranger uma
ampla gama de tipos de junta, e no código ASME Seção VIII divisão 1 são considerados os
cálculos da eficiência da junta em função do nível de controle.
Os materiais de base previstos nesse código são conforme norma ASTM tendo sido
agrupados conforme sua natureza metalúrgica visando reduzir a quantidade de qualificações
necessárias, e os materiais de adição são classificados rigorosamente conforme AWS.
8.5 Brasagem
Como a fluidez do metal de adição é muito maior que a do fluxo, o metal irá deslocar o
mesmo e substituí-lo na junta, durante o resfriamento o fluxo remanescente permanece em torno
da junta servindo ainda de proteção, porém após o resfriamento o mesmo deve ser removido com
água e escova, pois ele é quimicamente agressivo podendo em função da natureza do metal base
causar corrosão. Podemos classificar a brasagem em função da fonte de calor como segue:
maçarico, indução, resistência elétrica.
A brasagem ao maçarico deve ser entendida como um processo manual onde se utiliza
uma tocha como fonte de calor. A tocha pode ser um maçarico a gás combustível tal como:
acetileno, GLP, oxi hidrogênio, ou podemos utilizar uma tocha ao arco elétrico TIG ou Plasma. A
temperatura de brasagem é função do metal de adição o qual poderá se apresentar nos mais
variados formatos tais como: vareta, anel, fita, pasta, etc. A faixa de temperatura prevista para as
diversas ligas é apresentada no código “ASME Section II - Part C - SFA 5.8”. O metal de adição é
considerado uma variável essencial do procedimento.
74
O metal de adição pode ser posicionado na junta antes do inicio da brasagem ou durante
o processo, e até mesmo em ambas as situações simultâneas. Na figura 1 é mostrada a brasagem
de uma barra de cobre em uma junta tipo bujão, onde é necessária uma grande fluidez da liga de
prata, para tanto emprega-se uma liga com maior teor de prata como, por exemplo, o BAg 2 que
possui: 35% Ag + 26% Cu + 21% Zn + 18% Cd, o maçarico nesse caso está utilizando a mistura
oxigênio + acetileno.
Fig. 1
O processo de brasagem por indução é obtido pela passagem de uma corrente elétrica
através de uma espira com alta intensidade de corrente podendo ser em média ou em alta
freqüência, essas espiras podem ter os mais diferentes formatos, de acordo com a geometria da
peça e normalmente são refrigeradas a água. É um processo bastante produtivo onde os
parâmetros podem ser controlados com grande precisão. Devido essas características,
normalmente esse processo pode ser automatizado como o exemplo mostrado nas figuras 2 e 3
onde estão sendo brasadas as bobinas polares de um gerador.
Fig. 2 Fig. 3
75
8.5.4 Brasagem por resistência elétrica
O calor necessário para a brasagem por resistência elétrica provém da circulação de uma
corrente elevada através de eletrodos e da peça a ser brasada, os eletrodos podem ser metálicos
ou de grafite e o metal de adição é colocado normalmente antes de iniciar o processo, mas
também pode ser adicionado como complemento. A brasagem por esse processo apresenta um
controle de parâmetros bastante fino e agrega uma outra vantagem que é a fácil utilização em
canteiro de obra devido à portabilidade do equipamento.
Fig. 5 Fig. 6
Devido à baixa temperatura “liquidus” da brasagem branda (abaixo de 450 °C) as zonas
de difusão entre o metal de adição, normalmente ligas de estanho, e o metal de base, não são
tão resistentes. O resultado obtido, dessa forma, é bem menor em relação a brasagem forte. A
brasagem branda é utilizada predominantemente para produzir estanqueidade ou para melhoria
de contato elétrico. O uso de lixas ou jato de areia não são recomendáveis, pois deixam resíduos
de elementos refratários que irão prejudicar a molhabilidade da liga. Após limpeza, a superfície
deverá estar totalmente livre de carepas, oxidações, óleos, graxas ou quaisquer outros tipos de
resíduos. Nessas condições aplique na superfície a ser brasada um fluxo ativo à base de cloreto
de zinco e controle a temperatura em no máximo 300°C, pois poderá ocorrer a carbonização do
fluxo tendo como conseqüência a falta de aderência da liga Sn/Ag e possíveis porosidades.
76
A chama não deve atingir o fluxo, após a fusão do mesmo se deve continuar aquecendo
até atingir o intervalo de fusão da liga que vai de 220°C até 240°C, dentro dessa faixa de
temperatura aplica-se o barrete ou fio de metal de adição sobre a superfície fluxada até seu total
recobrimento, imediatamente após a deposição aplicar uma espátula para retirar o excesso de
estanho e uniformizar a superfície, essa espátula deve ser de material não metálico resistente à
temperatura.
Molhabilidade
Meio fluxante
O objetivo do meio fluxante é a redução, dissolução e retirada dos óxidos que se formam
durante o processo de brasagem são os chamados fluxos decapantes. A temperatura efetiva do
meio fluxante ou fluxo decapante deve ser inferior a temperatura de fusão do metal de adição.
Existem diversos produtos atualmente industrializados que cumprem com sucesso essa função
decapante e eles devem ser escolhidos em função dos metais que estão sendo brasados.
O meio fluxante mais utilizado para o cobre é uma pasta a base de “bórax”. Existem
também varetas ou fitas de ligas prata ou de cobre que dispensam o uso de meios fluxantes
químicos, pois possuem altas taxas de fósforo em suas composições, sendo que o elemento
fósforo atua como fluxante e decapante durante a fusão do metal de adição na junta.
A preparação das partes a serem brasadas requer cuidados especiais conforme segue:
77
Limpeza mecânica
Desengraxamento
Desoxidação
Se ocorrer oxidações do cobre o mesmo deverá ser desoxidado utilizando uma solução
com ácido clorídrico 50% em volume e água potável 50% em volume. Aplicar na superfície da
peça a solução de desoxidação por meio de imersão, pincelamento ou com um pano embebido
na solução (Não deve ser usado spray) A aplicação deverá ser feita até a remoção das manchas
de óxido da superfície, sendo que em nenhum caso, o contato contínuo da solução com a
superfície da peça poderá ser superior a 2 minutos. Se necessário, a peça poderá ser lavada com
água potável e a operação repetida. Após a desoxidação, lavar a peça com bastante água
potável.
Limpeza Química
A aplicação deverá ser feita por meio de imersão, pincelamento ou com um pano
embebido na solução. O contato da peça com a solução deverá ser entre 0,5 e 2 minutos. A
aplicação deverá ser uniforme e não deve ser permitido que a solução seque na superfície.
Imediatamente após a aplicação a peça deverá ser lavada com água potável em abundância e
seca com ar comprimido.
A escolha do processo de aplicação das soluções deverá ser feita em função do tamanho,
forma e peso das peças, bem como das facilidades disponíveis. Sempre que possível, o
tratamento deverá ser feito por imersão, mantendo-se a solução constantemente agitada. O
78
recipiente para imersão deverá ser em material inerte (PVC ou polietileno). O tempo de imersão
deverá ser definido levando-se em conta o estado da superfície e a área a ser limpa.
As peças limpas deverão ser manuseadas com o uso de luvas, evitando-se o contato
direto com as mãos. O armazenamento deverá ser feito em local limpo e seco. Para
armazenamento prolongado, recomenda-se utilizar embalagem em material plástico. Por se
tratarem de substâncias tóxicas e inflamáveis, devem ser seguidas as regras básicas de
segurança e higiene, tais como:
Na posição vertical descendente a máxima divergência angular de fluxo permitida é ±75 deg.
Na posição vertical ascendente a máxima divergência angular de fluxo permitida é ±75 deg.
QB 200.1
c) A EPB utilizada na fabricação, deve estar disponível para o inspetor autorizado como
documento de referência para suas verificações e análises a mesma observação é
válida para os canteiros de obra.
81
QB 200.2
c) Mudanças no QPB não são permitidas, exceto aquelas de natureza editorial, como pôr
exemplo um P Nº que foi registrado errado, ou algo decorrente de uma alteração do
código através de adenda ou reedição, em qualquer dos casos deve ser re-emitido o
certificado com datas atualizadas pelo seu emitente original.
d) O formato pode ser qualquer desde que contenha as variáveis previstas no QB-250, e
apresente os resultados dos testes com seus respectivos números de corpos de prova,
um modelo é apresentado no QB-482.
e) A QPB deve estar a qualquer momento disponível para verificação por parte do Inspetor
Autorizado.
f) Um QPB pode sustentar diversos EPB’s desde que respeitados os limites estabelecidos pelo
Código, por exemplo, um QPB para tubos na posição vertical ascendente, pode dar cobertura
para um EPB vertical ascendente e outro descendente.
82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN WELDING SOCIETY. Welding handbook - Metals and their weldability. 6.ed. Miami:
AWS, 1972. v4, 467p.
AMERICAN WELDING SOCIETY. Welding handbook - Welding processes. 7.ed. Miami: AWS, 1978.
v2, 592p.
CALLISTER, W. D. Jr. Materials science and engineering, an introduction. John Wiley & Sons Inc., 4a
ed., 1997. 785p.
L.R.O. HEIN. Princípios e métodos de análise de falhas em metais. FEG - UNESP, 2001
LINNERT, G. E. Welding metallurgy carbon and alloy steels. 3.ed. New York: ASM, v1, sd.
THE AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS. Section VIII - D.1. New York
VAN VLACK, L. H. Princípios de ciência dos materiais. SP Edit. Edgard Blücher, 1970. 427p.
DRAPINSKI, J. Solda de manutenção. Rio de Janeiro: McGraw Hill, 1979. 280 p. (livro texto).
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