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PROTOCOLO: REGULAÇÃO DE ACESSO À TERAPIA RENAL

SUBSTITUTIVA AMBULATORIAL

1. INTRODUÇÃO

A doença renal crônica afeta em torno 1,5% de pessoas no Brasil. Esta


doença consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da funçao
dos rins (glomerular, tubular e endócrina).Em sua fase mais avançada
(chamada de fase terminal de insuficiência renal crônica-IRC), os rins nao
conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente,
ocasionando diversos efeitos nos sistemas cardiovascular, nervoso,
respiratório, musculoesquelético, imunológico e endócrino-metabólico.Trata-se
de uma doença de curso prolongado, insidioso e que, na maior parte do tempo
de sua evolução, é assintomática.

O SUS é o responsável pelo financiamento de cerca de 90% dos tratamento


de pacientes em terapia renal susbstitutiva (TRS) no pais,que compreende
tanto a hemodialise e dialise peritoneal quanto o transplante renal.

A Hemodiálise é uma modalidade de terapia substitutiva renal, indicada para


suporte à vida nas situações de falência dos rins. Este terapia consiste na
remoção do excesso de fluído, bem como remoção de toxinas que se
acumulam nos pacientes em estágio terminal da doença renal crônica
chamadas toxinas urêmicas.

O Departamento de Regulação (DERE) procederá à regulação de vagas de


hemodiálise, exclusivamente de caráter ambulatorial, e encaminhará as
Clinicas parceiras a solicitação de vaga.

Este Protocolo foi elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde de Belém e


tem como objetivo padronizar os exames e os perfis dos pacientes que
necessitam ir para cadeira de hemodiálise.
2. OBJETIVOS

O SUS tem como princípio a garantia de acesso integral, universal e igualitário


aos brasileiros. Dessa forma, com o objetivo de assegurar que todos tenham o
mesmo tratamento, implantou-se o Protocolo que institui os critérios clínico-
laboratoriais para referência de pacientes que necessitam de terapia renal
substitutiva para Departamento de Regulação (DERE)/Belém.

3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DE ACESSO A TERAPIA RENAL


SUBSTITUTIVA

Indivíduos internados e ambulatorial com disfunção renal aguda instalada ou


que a desenvolvam durante sua permanência e que, mesmo após adequada
ressuscitação volêmica e/ou otimização hemodinâmica, seguirem com
indicação de terapia renal substitutiva.

Os encaminhamentos para Terapia Renal Substitutiva em Belém são oriundos


tanto da rede particular quanto da rede SUS através da avaliação do médico
especialista em nefrologia.

A solicitação médica é encaminhada para a Central de Regulação de Belém


para o/a reponsável técnico(a) inserir o paciente na fila de TRS e iniciar o
processo mediante apresentação da documentação adequada.

4. PRÉ-REQUISITOS PARA A SOLICITAÇÃO DE TRS AMBULATORIAL:


• Portadores de Doença Renal Crônica (DRC) em estágio 5, com indicação de
TRS, solicitada pelo médico nefrologista da rede contratada ou conveniada ao
SUS.
• O médico nefrologista assistente deverá apresentar na solicitação o conteúdo
descritivo mínimo listado abaixo.

5. CONTEÚDO DESCRITIVO MÍNIMO QUE O ENCAMINHAMENTO DEVE


TER:
• Tipo de solicitação: internado, eletivo, mudança de domicílio, transferência ou
trânsito;
• Diagnóstico de base, com a data do diagnóstico e patologias associadas;
• Medicamentos em uso;
•Tipo de acesso (fístula ou cateter);
• Especificar se o paciente possui ou não histórico de transplante anterior;
• Informar unidade solicitante (ex. NIR hospitalar, clínica ou consultório do
nefrologista responsável, unidade de diálise) e para os pacientes internados,
informar se possuem condições de alta;
• Modalidade solicitada: hemodiálise ou diálise peritoneal.

• Apresentar os documentos como RG, CPF, comprovante de residência e


Cartão sus.

1- Todos os pacientes deverão ser regulados através de cadastro prévio na


Central de Regulação do Município de Belém no DERE;

2- As vagas serão ofertadas de acordo com a fila de espera no sistema de


Regulação da SESMA/SUS/Belém;

3- Não é permitido ceder vaga de hemodiálise ambulatorial a pessoas que


solicitarem direto nas clínicas prestadoras do SUS, sempre obedecendo aos
critérios estabelecidos pelos protocolos implantados da SESMA;

4- Só serão aceitos pacientes que apresentarem exames laboratoriais que


obedeçam aos critérios da normalidade estabelecida por este protocolo e
somente os que apresentem as sorologias para HIV e Hepatites,
devidamente realizadas em laboratório;

5- Só serão aceitos no ambulatório de hemodiálise pacientes clinicamente


estáveis: hemograma completo satisfatório de acordo com a referência
técnica do laboratório credenciada pelo Sus, sem Lesão Por Pressão (LPP),
eupnéico em ar ambiente, acianótico, normotérmico, normotenso e sem
rebaixamento de nível de consciência;

6- Os prestadores deverão solicitar somente os exames preconizados pelo


SUS com a portaria vigente (itens IV e V do art 67, seção III- Das Tipologias
e Atribuições das Unidades de Atenção Especializada em DRC – cap. III da
portaria 1675 de 07/06/2023) em consonância com as Diretrizes Clínicas
para o cuidado ao paciente com DRC;

7- Os exames de triagem deverão ser solicitados de acordo com o que fica


estabelecido na portaria vigente, conforme os itens descritos abaixo:

SOROLOGIAS: Realizados no máximo há 30 dias

HIV – Permitido intervalo de 6 meses


Anti HCV
HBSAG
Anti HBC total ou IgG
Anti HBC IgM
Anti HBS
VDRL ( teste rápido)
Covid 19 ( teste rápido)

HEMOGRAMA – Realizado no máximo há 05 dias,

- Para solicitar vaga de hemodiálise às clínicas prestadoras, as Unidades da


Rede SUS/Belém deverão primeiro tratar pacientes com leucocitose,
leucopenia e infecções e outros agravos.

URÉIA, CREATININA, TGO, TGP – Realizados no máximo há 05 dias.

Observação:

TGO E TGP elevados devem ser corrigidos


Com anti HCV reagente – Solicitar RNA HCV

Pedir PCR nesse caso:


Se anti HBS não reagente – Também solicitar HBE
Se HBsAg for não reagente
Se Anti Hbc Total, ou IgG ou IgM for reagente

8- Só serão aceitos testes rápidos de sífilis e covid 19

9- As Clínicas de Hemodiálise (prestadores), Hospitais e Prontos Socorros


(PS) deverão obedecer ao critério estabelecido pelo presente protocolo
implantado pela SESMA;

10- Fica vedado às Clínicas fazer contato direto com a rede SUS e vice-
versa;
11- Os pacientes serão direcionados para o município de origem ou serão
admitidos conforme Programação Pactuada Integrada (PPI).

As informações/documentos referidas anteriormente, deverão ser enviados em


formato PDF (dere.sac@sesma.pmb.pa.br ) à Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) de Belém para solicitação de vaga em TRS.Ressaltando-se que no
espaço do “assunto”, deverá constar o nomr completo de paciente.

No caso de cancelamentos ou desistências, as Unidades Solicitantes deverão


enviar previamente de forma eletrônica solicitação de cancelamento da vaga ao
Complexo Regulador em Saúde de Belém, e este departamento poderá ceder
a vaga a outro paciente aguardondo em fila de espera.
O critério de solicitação de vaga obdecerá a Classificação de Risco:

- Vermelho: (internados) - Pacientes internados, em condições efetivas de alta


hospitalar no momento da solicitação, aguardando apenas por vaga de TRS.

É de responsabilidade da unidade solicitante manter o DERE informado das


alterações do quadro clínico do paciente e da condição de alta ou internado. A
permanência da condição de internado do paciente será conferida pela
regulação, sendo cancelado o pedido de TRS caso o mesmo receba alta
hospitalar antes da disponibilização de vaga.

Não é adequada a antecipação de pedido para reserva de vaga em lista de


espera.

- Amarelo: Portadores de DRC estágio 5, com quadro clínico estável


(ELETIVOS)

Portadores de DRC estágio 5, em seguimento ambulatorial, com quadro clínico


estável e sem indicação ou suspeita de indicação de TRS de urgência.

- Verde: Solicitações de transferência para pacientes que já estão em


hemodiálise na região, com solicitação de mudança de centro ou fonte
pagadora.

O DERE intermediará os pedidos de transferência entre os centros apenas nos


casos em que o paciente estiver de acordo, solicitar e assinar o termo de
transferência. Caso o prestador deseje por qualquer motivo a transferência do
paciente, deve ser tentada a permuta de pacientes entre os centros e, nesse
caso, o contato poderá ser feito diretamente entre os mesmos, devendo
obrigatoriamente a regulação ser informada apenas na efetivação da troca e
transferência das APACs. Situações específicas de cada centro podem ser
apresentandos à DERE e embora não sejam o foco de atuação desta, uma vez
que o paciente já tem vaga, serão avaliadas caso a caso e poderemos
eventualmente auxiliar na transferência.

Azul:

Mudança de domícilio - Paciente já em hemodiálise em outra região, com


solicitação de mudança de domicílio.

A unidade solicitante deverá sempre ser informada da indisponibilidade de vaga


de pronto e orientar o paciente a não efetivar a mudança sem disponibilização
de vaga ambulatorial.
Caso o paciente venha para a região sem confirmação de vaga, com intenção
de permanência, necessitará procurar atendimento na emergência hospitalar
para avaliação, procedimento que não é regulado. Caso permaneça internado,
poderá ser realizado novo pedido TRS na modalidade internado.
No caso de paciente que reside em outro estado, a solicitação não será feita
diretamente pela unidade no SISREG, mas através de e-mail para a regulação
e será inserida pela mesma após conferência e regulação.

Paciente em trânsito - Pacientes em hemodiálise crônica poderão solicitar


hemodiálise quando em trânsito pela região por período não superior a 30 dias
corridos.

Pacientes com quadro clínico estável e acesso vascular definitivo (pacientes


com acesso provisório não são elegíveis para a modalidade de trânsito, dados
os riscos demasiados de mau funcionamento ou infecção no destino que
comprometam seu retorno à unidade de origem).Pacientes com solicitações de
TRS com data exata da permanência e com antecedência máxima de 90 dias e
mínima de 15 dias à data preterida.

12- As solicitações de vaga deverão ser enviado em email individual, pois cada
email gera um processo diferente e as avaliações são agendadas em datas
diferentes

12- As solicitações de pacientes provenientes de outros municípios deverão


ser enviado Relatório de Transferência junto com os exames solicitados por
este protocolo.

13- Deverá ser enviado o Laudo Clínico com histórico do atual quadro clinico
paciente e as medicações em uso.

14- Os documentos deverão ser enviados em arquivo formato PDF.

15- As Clínicas de dialize devem ser enviar relatórios quinzenalmente como


modelo em anexo.

7. REFERÊNCIAS
J. Bras. Nefrol. 2004; 26 (3 suppl. 1):1-3.

Protocolos clínicos e padronização de condutas em diálise:


Unidade de Diálise do HC-FMB / André Luís Balbi ...[recurso eletrônico]
[et al.]. - Botucatu: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, Faculdade de Medicina de Botucatu, Unidade de diálise do HC-
FMB, 2017

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