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Edição 1

CONTABILIDADE DE
CUSTOS
Contabilidade de
Custos
Prof. Delma da Silva

Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:
Prof. Delma da Silva

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

Impresso por:
Apresentação
Olá, estudante!
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Contabilidade de Custos!
Neste material, você conhecerá os conceitos básicos relacionados
ao tema e sua aplicabilidade no dia a dia de uma empresa industrial e no
comércio.
A temática é importante porque a competitividade afeta todos os
tipos de organizações, independentemente de seu segmento. Além disso,
atualmente, os consumidores estão mais espertos e exigentes, procurando
aliar qualidade e preço. Assim, as empresas precisavam alcançar a
lucratividade a partir de baixos custos e gastando pouco para não perder
a qualidade de seus produtos, tendo os fornecedores como aliados, a fim
de gerar vendas significativas. Para que isso seja uma realidade, a empresa
precisa conhecer as necessidades do mercado.
Portanto, a fim de melhorar as informações internas, os gestores
utilizam estratégias ligadas à contabilidade de custos, área em que se
concentram os cálculos para explicar o custo dos produtos fabricados ou
vendidos e os serviços prestados.
Nesse sentido, diante desse contexto, fique atento ao conteúdo que
preparamos para aprender conceitos, terminologias e demais aplicabilidades
da contabilidade de custos, bem como os melhores elementos utilizados para
a tomada de decisão.
Bons estudos!
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!
LEMBRETE

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro


que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


Sumário
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento ............................................................................................9
TÓPICO 1 - Introdução, definição e terminologias da contabilidade de custos............................13
TÓPICO 2 - Tipificação de custos e despesas.....................................................................................25
TÓPICO 3 - Diferença entre gastos e custos......................................................................................37
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque.................................45
TÓPICO 1 - Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida .....49
TÓPICO 2 - Contabilidade de Custos Industrial e Comercial..........................................................63
TÓPICO 3 - Métodos de custeios: por absorção, variável e ABC.....................................................73
UNIDADE 3 - Prática da Contabilidade de Custos............................................................................87
TÓPICO 1 - Apuração dos custos de fabricação.................................................................................91
TÓPICO 2 - Formação de preço..........................................................................................................105
TÓPICO 3 - Contabilização de custos................................................................................................113
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................129
UNIDADE 1

Entendendo o Planejamento

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• entender o propósito da atividade da contabilidade de custos;

• identificar a importância da área para a gestão de uma empresa;

• conhecer as terminologias da contabilidade de custos;

• compreender a relevância do objetivo da contabilidade de custos em au-


xiliar no planejamento das empresas;

• analisar as informações que o setor de custo das organizações detêm para


a determinação do processo de produção.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.

TÓPICO 1 - Introdução, definição e terminologias da contabilidade


de custos

TÓPICO 2 - Tipificação de custos e despesas

TÓPICO 3 - Diferenças entre gastos e custos.

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

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2
Introdução da Unidade
A contabilidade de custos é uma parte da ciência contábil dedicada
ao estudo coerente dos custos incorridos para se obter vendas ou bens de
consumo, sejam eles produtos ou mercadorias, sejam eles serviços.

O departamento com a função financeira é responsável por


acumular, organizar, analisar e interpretar o custo de produtos, estoques,
serviços, componentes organizacionais, planos operacionais e atividades de
distribuição. Assim, pode-se determinar os lucros, controlar as operações
e auxiliar as operações, permitindo aos gestores estarem mais cientes no
processo de tomada de decisão (MARTINS, 2018).

Desse modo, com esta unidade, você aprenderá a determinar


com precisão o custo de produtos e serviços, entenderá como aplicar seu
conhecimento em custos de produtos e serviços para determinar preços de
venda, licitar contratos e analisar a lucratividade relativa dos itens desejados.

Além disso, aprenderá como utilizar a tecnologia para medir gerentes


e subordinados no desempenho do departamento da organização, como
projetar um sistema de contabilidade adequado para os sistemas de produção
e distribuição da organização e como usar o sistema de contabilidade
enquanto uma ferramenta para motivar os gerentes a perseguirem as metas
organizacionais.

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4
TÓPICO 1
UNIDADE 1

1. Introdução, definição e terminologias da


contabilidade de custos

1.1 Introdução do tópico


Vamos iniciar nossa trilha de conhecimento e aprendizado sobre a
contabilidade de custos estudando a respeito de definições e terminologias
relacionadas ao assunto. Dessa maneira, antes da largada para os cálculos —
que serão inúmeros ao longo da disciplina! —, iniciaremos compreendendo o
conceito da contabilidade de custos. Provavelmente você já deve ter ouvido ou,
até mesmo, conhece esse conceito, mas, aqui, irá entender sua aplicabilidade na
rotina de uma empresa e/ou de um comércio.

No decorrer da leitura, imagine-se um empresário, sedo que cada operação


e transação devem ser visualizadas como se estivessem ocorrendo em tempo real.
Vamos, então, desbravar esse seu lado empresário? Acompanhe o conteúdo!

1.2 Introdução à contabilidade de custos


A contabilidade de custos nos fornece uma compreensão abrangente
quanto aos conceitos de custos, seu comportamento e às técnicas relacionadas ao
tema. Também nos possibilita o entendimento de como essas particularidades são
aplicadas nas empresas de manufatura e serviços.

Eliseu Martins (2018, p. 10), em seu livro Contabilidade de Custos, define os


custos da seguinte forma:

O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é,


como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens
e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um
serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que
imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo
de sua estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um
bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante do bem
elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica
ativado até sua venda.

De modo geral, as entidades consomem todos os dias matéria-prima,


materiais de embalagens, energia elétrica e demais insumos. As despesas,
então, podem ser usadas para gerenciar, vender produtos, produzir, contratar
transportadoras, pagar salários de colaboradores, transportar e treinar
funcionários, gerenciar um projeto ou uma área, realizar a manutenção de
equipamentos, pagar o aluguel, entre outras possibilidades.

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UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

Figura 1 - Sistema de informações gerenciais

Sistema de informações gerenciais

Contabilidade Contabilidade
financeira gerencial

Contabilidade Sistema
de custos orçamentário

Fonte: Martins (2018, p. 15).

Em suma, não importa se o escopo de negócios da empresa é comercial,


prestadora de serviços ou indústria. Sempre envolverá muitas despesas.

Estudiosos acreditam que a contabilidade de custos surgiu na Revolução


Industrial, com o objetivo de avaliar a quantidade de estoque das empresas
por meio do processo de inventário das matérias-primas utilizadas no processo
produtivo, bem como a quantidade de produtos que estão em processo de
fabricação ou que já foram finalizados. A respeito desse assunto, Martins (2018,
p. 3) nos explica que, “Até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia
a contabilidade financeira (ou geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista,
estava razoavelmente bem estruturada para servir as empresas comerciais”.

Figura 2 - Contabilidade de custos

Fonte: Pixabay (2021).

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Introdução, definição e terminologias da contabilidade de custos

Logo, temos que a contabilidade de custos fornece dados de custos


detalhados necessários para que o gestor tenha controle das operações atuais e
consiga planejar o futuro. Ela é a base de todas as atividades empresariais, utilizada
como ferramenta para planejar e controlar a produção dos produtos, assim como
para tomar decisões quanto aos custos indiretos e diretos das matérias-primas e
de mão de obra.

ATENCAO

De acordo com Martins (2018), a fórmula aplicada para estoque, por


exemplo, é dada por compras, menos estoque, resultando no custo de mercadorias
vendidas.

Temos, ainda, que princípios e convenções são utilizados na contabilidade


de custos, como competência, registro pelo valor original e prudência
(conservadorismo). Observe a figura a seguir para entender melhor!

Figura 3 - Princípios e convenções aplicados à contabilidade de custos

Princípio da
Competência
Princípio do Registro Convenção do
pelo Valor Original Conservadorismo

Princípios e
Princípio da Convenções Convenção da
Prudência Contábeis Materialidade
(Conservadorismo)

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

A grosso modo, os princípios e as competências funcionam do seguinte


modo:

• princípio da competência: estabelece que os efeitos das transações


e demais eventos sejam confirmados dentro do prazo em que são
cotados, independentemente de recebimento ou pagamento;
• princípio do registro pelo valor original: estabelece que os
componentes do patrimônio devem ser registrados primeiramente no
valor original da transação, expresso em moeda nacional;
• princípio da prudência (conservadorismo): sempre que forem
propostas alternativas de alteração do valor patrimonial líquido que
sejam efetivas, deve-se determinar o menor valor do ativo e o maior
valor do passivo;

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UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

• convenção do conservadorismo (uniformidade): os padrões


utilizados na convenção para determinar fatos e ações administrativas
não devem ser alterados com frequência, ou seja, após um período,
métodos e padrões uniformes devem ser usados para registrar fatos
contábeis e preparar demonstrações financeiras;
• convenção da materialidade (relevância): do ponto de vista de
registro e controle, certas contas não devem ser relacionadas a valores
ou fatos não relacionados.

Os princípios da contabilidade de custos foram desenvolvidos para


permitir que os fabricantes consigam lidar com muitos custos diferentes
associados à fabricação, fornecendo seus próprios recursos de controle.

Figura 4 - Aplicabilidade da contabilidade de custos

Fonte: Anna Nekrashevich, Pexels (2021).

As informações geradas pelo sistema de contabilidade de custos fornecem


uma base para determinar os custos dos produtos e preços de venda, ajudando a
administração a planejar e controlar as operações organizacionais.

Com essa pequena introdução da contabilidade de custos, já podemos


perceber quantas definições e quantos termos podem ser relacionados à área, não
é mesmo? Por isso, no próximo item, conheceremos a definição da contabilidade
de custos.

8
Introdução, definição e terminologias da contabilidade de custos

1.3 Definição da contabilidade de custos


Quando o processo produtivo da empresa se dava de forma totalmente
manual, o cálculo do custo de produção era alcançado a partir de dois fatores:
mão de obra e matéria-prima consumida. Para Martins (2018, p. 11):

Pela própria definição de custo, podemos entender, ainda mais


sabendo da origem histórica, por que se generalizou a ideia de que
contabilidade de custos se volta predominantemente para a indústria.
É aí que existe a produção de bens e onde a necessidade de seu
custeamento se torna presença obrigatória.

Em inúmeras empresas de serviços, todavia, passou-se a utilizar


seus princípios e suas técnicas de maneira apropriada em função da
absoluta similaridade de situação, principalmente nas entidades em
que se trabalha por projeto (empresas de engenharia, escritórios de
auditoria, de planejamento etc.).

Com o crescimento da economia e das empresas, o acirramento da


concorrência e os recursos cada vez mais escassos, houve a necessidade de
aprimoramento dos mecanismos de planejamento e controle das atividades
empresariais. Além disso, as inúmeras possibilidades de uso de fatores de
produção determinam mudanças quase ilimitadas no comportamento dos custos
de renda.

Figura 5 - Mão de obra

Fonte: Free-Photos, Pixabay (2021).

9
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

Portanto, a contabilidade de custos é essencial para qualquer empresa,


principalmente em uma economia capitalista e competitiva como a nossa.

Desse modo, sem conhecimento, é difícil tomar decisões confiáveis


e assertivas para obter uma margem de segurança satisfatória. Nesse sentido,
as informações sobre custos de produção e/ou comercialização — desde que
organizadas, resumidas e reportadas de forma adequada — são essenciais.
Ainda, existem muitos métodos de aplicação, o qual irá variar de acordo com a
finalidade do custeio.

1.4 Terminologias da contabilidade de custos


No trançado da contabilidade de custos, nos deparamos com nomes e
termos para conceituar e especificar o processo produtivo em uma empresa, a
prestação de serviço, entre outras denominações. Diante disso, vamos conhecer
algumas dessas terminologias e seus exemplos para uma melhor compreensão?

Um dos termos mais comentados diz respeito aos gastos, os quais estão
ligados à aquisição de produto e/ou serviço, gerando para a empresa um sacrifício.
Temos como exemplos os gastos com mão de obra ou compra de matéria-prima.

Em contrapartida, o custo está relacionado ao gasto para aquisição de


bem e/ou serviço para utilização no processo produtivo da empresa. Nesse caso,
podemos citar como exemplos a energia elétrica e o pagamento do aluguel de
espaço.

Já a despesa é um serviço e/ou bem de consumo direto ou indireto que


gerará receita. Podemos mencionar como exemplo a comissão de vendedores.

O desembolso, por sua vez, está ligado ao pagamento de bem e/ou serviço.
Importante destacar que a empresa, para fazer o registro de recebimentos e
pagamentos, adota dois regimes, a saber: regime de caixa (registro do recebimento
ou pagamento no momento da transição comercial) e regime de competência
(registro da transição comercial após o seu pagamento).

Temos, ainda, o investimento, que são os gastos para a aquisição de bens,


direitos ou serviços (ativos da empresa); e a perda, que são os restos decorrentes
do processo produtivo, de maneira previsível.

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Introdução, definição e terminologias da contabilidade de custos

NOTA

A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o entendimento


e a comunicação. De acordo com Martins (2018), custo e despesa não são sinônimos,
tendo sentido próprio, assim como investimento, gasto e perda. O gasto é a compra
de um produto ou serviço que gera desembolso para a entidade. Já o desembolso é o
pagamento da aquisição do bem ou serviço. Investimento é o gasto em função de sua
vida útil ou de benefícios atribuíveis a um período futuro. Custo é o gasto relativo a um
bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. A despesa é o bem
ou serviço consumido direta ou indiretamente para se obter receitas. Por fim, a perda é
o bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária.

Relevante mencionar, também, que podemos classificar os custos de


várias maneiras, de acordo com a sua finalidade. Essa classificação é aplicada no
cálculo de sistemas de custos variáveis. O importante é diferenciá-los dos custos
fixos, a fim de obter subsídios com base nas flutuações dos custos para definir os
preços de venda.

11
AUTOATIVIDADE

1. Como já pudemos descobrir, a contabilidade de custos é uma área


da contabilidade que tem por objetivo calcular os valores para que a empresa,
a partir da transformação de matéria-prima, consiga produzir seus produtos.

Nesse sentido, relacione os termos listados a seguir às suas respectivas


características.

I - Custo.

II - Investimento.

III - Gastos.

IV - Despesa.

V - Desembolso.

( ) Atividades com base na vida útil ou nos benefícios que podem ser
atribuídos a períodos futuros.

( ) Bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção


de receita.

( ) Pagamentos para a compra de bens ou serviços que podem ser


feitos antes, durante ou depois da entrada dos utilitários comprados.

( ) Bens ou serviços consumidos de forma anormal ou involuntária.

( ) Compra de algo que trará prejuízo financeiro para a empresa a


partir de um sacrifício representado pela entrega ou promessa de entrega de
ativos.

Agora, assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) I, III, V, II e IV.

( ) IV, II, I, III e II.

( ) II, I, V, IV e III.

( ) I, II, III, IV e V.

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2. Ao longo de nossos estudos, pudemos identificar algumas diferenças
entre determinadas terminologias utilizadas com frequência na contabilidade de
custos. Entre essas terminologias, temos as despesas e os custos.

Diante desse contexto, o que são as despesas para uma empresa industrial
e o que são os custos para um comércio? Cite exemplos das suas situações.

3. Para alguns especialistas, a contabilidade de custos fornece informações


para a contabilidade financeira quanto à contabilidade gerencial. A partir desses
dados obtidos, o gestor da empresa consegue se orientar para a tomada de decisão.

Diante disso, com base em nossos estudos a respeito do assunto, analise


as afirmativas a seguir e a relação proposta entre elas.

I - Por medir e avaliar os custos de acordo com os padrões contábeis,


a contabilidade de custos é usada para atingir os objetivos da contabilidade
financeira

PORQUE

II - quando usada internamente, pode satisfazer a contabilidade de


gerenciamento fornecendo informações de custos sobre produtos, clientes,
serviços, projetos, processos, atividades etc.

Agora, assinale a alternativa correta.

( ) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa


da I.

( ) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição


falsa.

( ) As afirmativas I e II são proposições falsas.

( ) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

13
AUTOATIVIDADE

4. O objetivo da contabilidade é estudar o patrimônio da empresa.


Suas principais funções são: registrar, organizar, provar, analisar e seguir
as modificações de igualdade devido à atividade econômica ou social que a
empresa exerce no contexto econômico.

Sendo assim, descreva o princípio da competência e sua aplicabilidade


na contabilidade de custos.

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5. Normalmente, o processo de produção está diretamente ligado aos
custos de matérias-primas, mas é possível transformar um custo indireto em
custo direto, caso possamos quantificar o objeto de custo.

Nesse contexto, pensando a respeito das terminologias da contabilidade


de custos, analise as afirmativas a seguir e a relação proposta entre elas.

I - Custo é todo gasto incorrido na produção de um bem ou na prestação


de um serviço

PORQUE

II - tudo que é usado para produzir um bem ou serviço para ser vendido
no mercado.

Agora, assinale a alternativa correta.

( ) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma


justificativa da I.

( ) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição


falsa.

( ) As afirmativas I e II são proposições falsas.

( ) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

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UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

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TÓPICO 2
UNIDADE 1

2. Tipificação de custos e
despesas

2.1 Introdução do tópico


A competição no mercado está se tornando cada vez mais acirrada, ao
passo que os consumidores estão exigindo preços mais baixos todos os dias. No
entanto, normalmente, é o mercado que determina o preço de um produto ou
serviço, não apenas o empresário que o está produzindo.

Figura 6 - Tipificação de custos

Fonte: falovelykids, Pixabay (2021).

No contexto de concorrência generalizada, é importante identificarmos se


estamos “ganhando dinheiro” quando produzimos e vendemos nossos produtos
e/ou serviços. Isso porque, se não tivermos lucro, a empresa não conseguirá
continuar no mercado competitivo.

No tópico anterior, pudemos conhecer a definição de dois termos muito


utilizados na contabilidade, que é a despesa e o custo. Agora, a partir deste
momento, conheceremos os tipos de custos e despesas aplicados na contabilidade
de custo. Para tanto, buscaremos novos contextos para que possa entender a
importância dessa área não apenas para o lado empresarial, mas para o seu dia a
dia também.

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UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

Em uma empresa, muitos gastos estão envolvidos. Estes podem ser


divididos em despesas e custos, sendo que, dentro do âmbito dos custos, ainda
podemos dividi-los em custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. As despesas,
por sua vez, podem ser divididas em ficas e variáveis.

Para complementar essa definição, vale mencionar que o custo se trata das
despesas da empresa relacionadas aos produtos ou serviços produzidos por ela.
Portanto, está diretamente relacionado às atividades da organização.

Figura 7 – Influência do custo e da despesa no balanço patrimonial

Custo
Integra o produto, vai para
o estoque e aumenta o ativo
circulante.

Despesa
Reduz o lucro e vai para
o resultado, reduzindo o
patrimonio líquido

Fonte: Ribeiro (2016, p. 19).

Diante disso, vamos estudar cada tipo de custo e despesa para compreender
de que forma eles influenciam na contabilidade de custos? Acompanhe o conteúdo!

2.2 Custos diretos


O custo direto é aquele que pode ser diretamente atribuível a determinado
produto ou serviço. No entanto, também podemos dizer que é o custo diretamente
incluído no cálculo do valor do produto fornecido. Assim, estamos nos referindo
aos custos que podem ser medidos de forma clara e objetiva.

É possível citar como exemplos de custos diretos as matérias-primas


utilizadas diretamente no processo produtivo, bem como a mão de obra
relacionada e os serviços terceirizados, mas estes estão diretamente ligados à
atividade fim da empresa.

18
Tipificação de custos e despesas

2.3 Custos indiretos


Ao contrário dos custos diretos, os custos indiretos se referem aos
incorridos com o cálculo do valor da mercadoria fornecida por rateio. Nesse
sentido, podemos dizer que os custos indiretos estão ligados aos custos que não
podem estar diretamente relacionados à atividade fim da organização.

Diante dessa definição, temos como exemplos de custos indiretos os


gastos com energia, água, aluguel etc. Estes interferirão nos produtos fornecidos
pela empresa, mas não estão diretamente relacionados a eles. Isto é, os gastos com
custos indiretos não serão incluídos diretamente nos custos do produto, pois é
necessário realizar uma avaliação para inclui-los no preço final.

Martins (2003) nos apresenta os seguintes custos de produção:

Figura 8 - Custos de produção

Matéria-prima $ 2.500.000
Embalagens $ 600.000
Materiais de Consumo $ 100.000
Mao-de-obra $ 1.000.000
Salários da supervisão $ 400.000
Depreciação das Máquinas $ 300.000
Energia Elétrica $ 500.000
Aluguel do Prédio $ 200.000
Total $ 5.600.000
Fonte: Martins (2003, p. 31).

A matéria-prima e as embalagens podem ser apropriadas aos produtos


que a empresa em questão está produzindo, pois foi possível identificar quando
cada um consumiu desses itens. Os materiais de consumo, por sua vez, podem
estar ligados aos lubrificantes das máquinas, por exemplo. Dessa maneira, eles
não podem ser associados a cada produto diretamente. Além disso, outros
desses materiais são de pequeno valor, então é provável que também não serão
associados (MARTINS, 2003).

A mão de obra, por outro lado, pode estar relacionada a cada produto
oferecido pela organização, pois normalmente se contabiliza o quanto cada
trabalhador se empenhou na produção e o quanto esses colaboradores custam
para a empresa. Entretanto, importante mencionar que parte dessa mão de
obra está ligada aos chefes de equipes de produção, sendo que, nesse caso, não
conseguimos verificar quanto atribuir disso diretamente aos produtos (MARTINS,
2003).

19
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

Já os salários de supervisão são ainda mais complicados de alocar por


meio de uma verificação direta e objetiva que a mão de obra dos chefes de equipes
de produção. Afina, essa supervisão é a geral da fábrica. Nesse sentido, Martins
(2003) nos explica que esse custo representa o gasto com a supervisão dos chefes
de equipes.

No caso da depreciação das máquinas, é comum que as empresas


depreciem linearmente em valores iguais por período, mas não por produto. Ela
até poderia ser apropriada ao produto, mas precisaria ser contabilizada de outra
maneira.

Martins (2003) cita que parte da energia elétrica pode ser alocada em
alguns produtos, já que as máquinas envolvidas podem consumir mais força por
possuírem um medidor próprio. Com isso, a empresa consegue verificar quanto
consome cada item produzido. Contudo, o restante da energia é medido de forma
geral. Por exemplo, dos R$ 500 mil apresentados, R$ 350 mil podem ser alocáveis,
mas R$ 150 mil não.

Finalmente, temos o aluguel do prédio, que é impossível de ser medido


diretamente o quanto pertence a cada produto.

Com base nessas explicações e no exemplo dado pelo autor, podemos


chegar à conclusão de que algumas despesas podem ser alocadas diretamente aos
produtos e/ou serviços oferecidos pela organização, necessitando do consumo
exato (quantidade de quilos consumidos, embalagem, horas consumidas,
eletricidade consumida etc.).

2.4 Custos fixos


Os custos fixos têm certa regularidade e não mudam de acordo com as
necessidades de produção. Exemplos claros desse tipo são os custos indiretos, o
que pode incluir o espaço ocupado pela empresa locada, como o escritório; e um
salário semanal fixo, ou seja, o salário e as funções da equipe de gerenciamento que
não serão alterados com as mudanças nas vendas. A depreciação do equipamento
também é quase sempre considerada uma despesa fixa.

Vamos entender a respeito do custo fixo realizando uma aplicação de


cálculo? Confira o recurso a seguir com atenção!

20
Tipificação de custos e despesas

UNI

Imagine que a empresa de embalagem Doces e Travessuras, no mês de


setembro de 2019, teve seus custos fixos totalizando R$ 5.000,00. No mês de outubro
do mesmo ano, ela produziu R$ 2.000,00 em produtos para vender. Dessa maneira, o
cálculo diante das informações apresentadas é feito da seguinte maneira:
• somam-se todos os custos fixos (R$ 5.000,00);
• somam-se todos os itens produzidos (R$ 2.000,00);
• divide-se o custo fixo pela quantidade de itens produzidos ( ), a fim de
obter o valor médio para a produção de cada item (R$ 2,50 por item).
No exemplo em questão, portanto, o custo para fabricar cada item vendido pela empresa
é de R$ 2,50. Assim, fica clara a importância de sabermos os custos para definir o custo
de venda dos produtos no mercado!

Alguns custos fixos podem ser reduzidos para melhorar o fluxo de caixa,
mas isso exige que algumas decisões sejam tomadas, como mudar para um local
de trabalho mais barato ou reduzir o número de funcionários. Por outro lado,
outros custos fixos — a exemplo da depreciação — não melhorarão o fluxo de
caixa da organização, mas podem melhorar o balanço patrimonial.

Para a maioria das empresas, um bom exemplo de custo fixo é o aluguel do


local onde a organização exerce suas funções. Independentemente da produção,
esse aluguel é sempre o mesmo, ainda que se tenha um mês de alta ou baixa
demanda.

2.5 Custos variavéis


Os custos variáveis são aqueles que dependem diretamente dos requisitos
de produção para definir o seu valor. Eles incluem itens como:

• matérias-primas (insumos diretos): quanto mais materiais diretos a


empresa comprar, mais gastará com eles;
• embalagens: quanto mais mercadorias a serem enviadas, maiores
serão os custos envolvidos em envio e embalagem;
• impostos diretos sobre as vendas: ICMS, simples, ISS, PIS, COFINS,
IPI, IRPJ ou contribuição social;
• mão de obra industrial: quanto mais produtos ou serviços a empresa
oferecer, mais tempo os funcionários trabalharão;
• comissões: quanto mais os vendedores vendem, mais comissões
serão pagas.

21
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

A fórmula para encontrarmos os custos variáveis totais é dada pelo


número total de um bem ou serviço vendido, vezes o custo variáveis por unidade.
Vamos aplicar esse cálculo para uma melhor absorção do conteúdo? Acompanhe!

UNI

Suponha que a empresa Traçados e Linhas possui um negócio que vende


camisetas. Ela vende 1.800 camisetas por mês. O custo por unidade ou para ser
vendida cada camiseta é de R$ 17,75. Assim, os custos variáveis totais são dados por
. Isto é, o custo variável será de R$ 31,95.

Porém, vale ficarmos atentos à relação entre custos variáveis e vendas,


pois se estas aumentarem, os custos variáveis também aumentarão. Do contrário,
se as vendas caírem, consequentemente os custos variáveis cairão.

O aumento dos custos variáveis nem sempre é uma má notícia para o


negócio. Isso porque, como mencionamos, quando as vendas aumentam, é
preciso fabricar mais produtos ou se preparar para realizar mais serviços. O valor
gasto em custos variáveis aumentará. No entanto, esse aumento nas vendas trará
mais receita para o negócio.

Importante ressaltar, em contrapartida, que a receita precisa crescer mais


rápido que as despesas. Se os custos variáveis aumentarem mais rápido que a
receita, não haverá lucro. Outro fator importante para determinar a lucratividade
em uma empresa é a margem de contribuição variável (receita marginal). Ela é
conhecida pela diferença entre a receita e os custos variáveis.

A respeito da margem de contribuição variável, para determiná-la,


precisamos seguir um passo a passo, conforme exposto na sequência:

• primeiro, deve-se encontrar o preço de um produto e/ou serviço ou a


quantidade desse produto vendido para a empresa;
• depois, determina-se o custo variável do produto ou serviço. Os
custos variáveis variam de acordo com as vendas, incluindo materiais
diretos, mão de obra direta e custos de transporte;
• por fim, é preciso subtrair os custos variáveis do preço. A receita
marginal variável é a solução para esse cálculo (custo variável - preço).

22
Tipificação de custos e despesas

UNI

Imagine que, na pastelaria Massa Roma, o valor do pastel grande à moda


da casa é de R$ 15,00. Para fazer e embalar, o proprietário do negócio tem um custo de
R$ 5,50. Diante disso, podemos mencionar que a margem de contribuição variável do
pastel é de R$ 9,50, pois R$ 15,00 – R$ 5,50 = R$ 9,50.

Podemos utilizar a receita marginal variável para analisar quanto dinheiro


resta para cobrir os custos fixos. Conforme o resultado, é possível comparar
o custo fixo total com o benefício marginal variável. Se o custo fixo for menor
que a receita marginal variável, conseguimos identificar quanto lucro líquido se
alcançou.


Figura 9 - Custo fixo x custo variável

Custo fixos
São aqueles cujos valores Custos variaveis
permanecem constantes São aqueles diretamente
dentro de determinada relacionados à produção.
capacidade de produção

Fonte: Elaborada pela autora (2021)

Agora, sabendo a diferença entre cada tipo de custo, podemos observar


que os custos são pontos críticos para a saúde financeira da empresa. Práticas
erradas podem levar a perdas, como preços e planejamento de orçamento de
negócios ruins. Assim, eles fazem parte da ferramenta de negócios, uma vez que
não existe produto sem custo. Logo, devemos implementar estratégias de redução
de custos para melhorar a rentabilidade do empreendimento.

Com isso em mente, o relatório contábil utilizado de forma gerencial se


tornará um importante suporte para se saber quando e quando é gasto, a fim de
verificar a origem do maior custo do recurso. Os custos variáveis são os mais
difíceis para cortar, pois estão diretamente relacionados à produção, mas não
são impossíveis. Por meio de análise, pesquisa e planejamento aprofundado,
resultados frutíferos podem ser alcançados.

23
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

2.6 Despesas variaveis e fixas


No que diz respeito às despesas, podemos definir como todas aquelas
relacionadas à gestão da empresa, a exemplo de negócios, marketing,
desenvolvimento de produtos e finanças. São, portanto, gastos necessários para
manter o bom funcionamento da estrutura, mas que não contribuem diretamente
para a produção de novos itens a serem comercializados pela organização.

As despesas afetam as demonstrações contábeis financeiras, especialmente


a demonstração do resultado, que relata o desempenho financeiro durante
um período específico. No caso das despesas variáveis, tratam-se daquelas
proporcionais ao volume de vendas (quanto maior o volume de vendas, maior o
gasto). Elas permanecem inalteradas em seus aspectos unitários.

Alguns exemplos de despesas variáveis são os fretes e as multas por


atraso na entrega de produtos aos clientes, as comissões de venda, o gasto com
combustível dos veículos da empresa e os incidentes ou acidentes na produção.

Dizemos que as despesas variáveis estão em algum lugar entre o custo e


a despesa. Isso porque, por não estarem diretamente relacionadas à quantidade
de produtos produzidos ou vendidos, aparecem como “despesas”, mas ainda
mantêm uma relação estreita com as atividades de produção e vendas.

Já as despesas fixas não mudarão com a quantidade produzida ou


vendida. Isso significa que uma taxa mensal será cobrada, independentemente
de a empresa ter um bom desempenho nos negócios ou não. Alguns exemplos
seriam as contas de água, energia elétrica e telefone, o salário dos funcionários, o
aluguel do imóvel onde o negócio se localiza, as taxas bancárias e outros gastos
frequentes da empresa.

Figura 10 – Despesas

Fonte: stevepb, Pixabay (2021).

24
Tipificação de custos e despesas

Para calcular as despesas fixas e variáveis em uma empresa, o gestor


precisará fazer duas coisas: mapear todas as entradas e saídas de dinheiro e
estar familiarizado com alguns conceitos financeiros. Apesar da simplicidade, a
maioria dos gestores ainda perde a oportunidade de se familiarizar com os termos
financeiros e ignora esse ponto enquanto parte de uma decisão importante para o
desenvolvimento do negócio.

DICAS

Lembre-se de que, se você aprender a classificar as despesas e controlar


receitas e despesas mensais, alcançará seus objetivos financeiros com maior facilidade.
Para tanto, precisa entender as definições financeiras de despesas (fixas e variáveis) e
receitas (receita líquida, receita total e lucro).

Para finalizarmos e você ter em mente os conceitos a que estamos nos


referindo, vale anotar o seguinte para sempre consultar quando necessário:

• receita bruta: é, basicamente, todo o dinheiro que entra na empresa;


• receita líquida: é o resultado da receita bruta, menos suas devoluções,
os impostos destacados na nota fiscal e os descontos comerciais;
• lucro: é definido como a diferença entre receita líquida, menos todos
os custos e as despesas envolvidos.

Não é necessariamente bom ou ruim para uma empresa ter mais despesas
fixas ou variáveis. No fim, tudo dependerá da combinação das variações de lucro
e custo do produto e/ou serviço produzido e comercializado pela organização!

25
AUTOATIVIDADE

1. Considerando nosso material de estudos, podemos afirmar que


os custos estão relacionados à atividade fim da empresa, ou seja, ao que ela
produz, ao passo que as despesas não estão ligadas a essa atividade.

Diante disso, no ambiente de uma empresa, podemos afirmar que:

( ) os custos diretos são apropriados aos produtos, como a matéria-


prima.

( ) os custos indiretos podem ser alocados em cada produto, como a


embalagem.

( ) os custos variáveis não variam no produto em seu processo


produtivo, como o frete de mercadorias.

( ) os custos fixos têm relação direta com a quantidade produzida,


como o aluguel.

2. O gerente de uma empresa terá maior controle sobre os custos e


as despesas quando tem ao seu alcance um programa de otimização de
recursos contínuo, tornando a organização mais competitiva em seu mercado
comercial.

Diante disso, com base em nossos estudos, temos alguns tipos de


custos que podem ser analisados. Cite exemplos de custos variáveis.

3. Conhecer e entender os custos e as despesas que incorrem no processo


produtivo de uma empresa é fundamental para que os gestores possam tomar
decisões assertivas e, principalmente, para identificar a rentabilidade dos
negócios.

Sendo assim, considerando as terminologias estudadas, conceitue e


exemplifique os custos fixos e as despesas variáveis.

4. Muitas despesas são automaticamente convertidas em despesas,


enquanto outras entram primeiro no estágio de custo. Também temos aquelas
que passam pelos estágios de investimento, custo, investimento e, em seguida,
tornam-se despesas, de fato.

Diante disso, com base em nossos estudos a respeito do assunto,


analise as afirmativas a seguir e a relação proposta entre elas.

I - Entre as principais vantagens de um cálculo correto de custos e


despesas, podemos destacar a análise da margem de contribuição por produto

26
PORQUE

II - esse cálculo ajuda as empresas a melhorarem os preços e,


consequentemente, a margem opressiva.

Agora, assinale a alternativa correta.

( ) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa


da I.

( ) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição


falsa.

( ) As afirmativas I e II são proposições falsas.

( ) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

5. Suponha que uma empresa gratifique seus vendedores exclusivamente


por meio de um percentual incidente sobre o valor das vendas realizadas. Nesse
caso, quanto mais eles venderem, mais serão bonificados.

Nesse sentido, considerando nossos estudos a respeito do assunto,


podemos dizer que a remuneração dos vendedores, para a empresa, é:

( ) uma despesa variável.

( ) um custo fixo.

( ) uma despesa fixa.

( ) um custo variável.

27
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

28
TÓPICO 3
UNIDADE 1

3. Diferença entre gastos e custos

3.1 Introdução do tópico


Muitas pessoas confundem os conceitos de despesas, custos e gastos, uma
vez que eles parecem estar relacionados à mesma coisa, não é? No entanto, a
verdade é que cada um traz sua definição adequada. Assim, entender a diferença
entre essas terminologias é fundamental para equilibrar as finanças empresariais
e pessoais, o que permite uma maior tranquilidade financeira.

Pensando nisso, ao longo deste tópico, estudaremos qual é a diferença


entre gastos e custos, uma vez que já compreendemos quanto às despesas.

3.2 Diferença entre gastos e custos


De forma simples, podemos dizer que o gasto é a despesa financeira e
todo sacrifício feito pela entidade para obter bens ou serviços. Por outro lado, o
conceito de despesa é muito amplo e difícil de ser colocado em poucas palavras.

Como exemplos de gastos, podemos citar a compra de máquinas,


equipamentos, veículos, móveis e ferramentas. As despesas podem se tornar um
investimento, sendo que este, por sua vez, tornará-se um custo e uma despesa ao
mesmo tempo.

Ribeiro (2016, p. 19) faz a definição de despesas e custos para que possamos
entender que há uma diferença na linguagem da contabilidade de custos:

Essas duas palavras (despesa e custos), embora, quando utilizada pela


contabilidade de custo tecnicamente representem coisas diferentes,
quando utilizadas na nossa linguagem comum ou integrando
terminologias de outras profissões, em certos casos, podem representar
coisas semelhantes.

Custo é um gasto, ou seja, um sacrifício financeiro que uma entidade


suporta quando usa fatores de produção para realizar bens ou serviços. No
comércio, a aquisição de mercadorias é o custo, enquanto que, na indústria, essa
mesma aquisição é entendida como de matérias-primas, insumos e mão de obra
na produção de mercadorias.

29
UNIDADE 1 Entendendo o Planejamento

Figura 11 – Gastos e custos

Fonte: stevepb, Pixabay (2021).

Conforme Ribeiro (2016), o gasto pode ser definido como uma parte da
despesa e parte custo. Isso nos deixa um pouco confusos, não é? Esse assunto
é complexo, mas a contabilidade de custos envolve os custos que beneficiam
tanto as áreas de produção quanto as áreas administrativa e comercial. Assim, é
necessário separar a parte que será classificada como despesa da parte que será
classificada como custo.

UNI

Suponha que a empresa Linhas e Traçados comprou 4.000 unidades de


matéria-prima, mas utilizou apenas 1.800 unidades no processo de transformação em
determinado período, sendo a diferença ativada a título de estoque de matéria-prima.
Desse modo, o gasto foi relativo às 4.000 unidades, ao passo que o custo foi de 1.800
unidades.

30
Diferenças entre gastos e custos

O custo não deve considerar apenas o ganho com dinheiro, visto que há
outros meios de se obter o que é necessário, como a força física.

Diante dessas definições, é possível concluir que há uma mudança a qual


pode causar confusão, mas vamos simplificar da seguinte forma: as despesas
podem se tornar um investimento, mas este se torna um custo e uma despesa ao
mesmo tempo. Devemos diferenciá-los considerando a finalidade dos produtos
e/ou serviços consumidos, bem como seus impactos no orçamento. E mais
importante do que defini-los, é saber controlá-los, independentemente de ser
despesas, gastos ou custos!

31
AUTOATIVIDADE

1. No conceito contábil, despesas, custos e gastos não representam


a mesma coisa. Entender essa diferença é importantíssimo para qualquer
empresa, em especial para que se possa identificar o que deve ser ajustado ou
o que pode ser mantido.

Diante desse contexto, imagine a seguinte situação: a empresa


Pascoina, no mês de fevereiro de 2021, iniciou a produção para a páscoa de
40.000 unidades de salgados. Ela teve os seguintes gastos:

Chocolate meio amargo (CV) 1.000,00

Margarina (CV) 80,00

Depreciação do fogão (CF) 200,00

Comissão do vendedor (CV) 2.000,00

Ovos (CV) 70,00

Salário do pessoal da produção (CF) 2.480,00

Embalagem (CF) 150,00

Gás (CF) 20,00

Honorários fixos (CF) 3.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Com base nos dados da tabela anterior, qual é o custo variável total e
o custo fixo total?

2. Como bem sabemos, a contabilidade de custos atua nas empresas


como uma investigadora das informações que irão ajudar na decisão e no
planejamento do custo de produção para a formação do preço de venda.

Assim, considerando a temática e nossos estudos a respeito, por que é


correto afirmar que gastos são quaisquer despesas realizadas por indivíduos
ou entidades, a fim de obterem produtos ou serviços?

32
3. Suponha o seguinte caso: o gestor da empresa Camiseta & Bermunda
Ltda. apresentou as seguintes informações relacionadas ao seu processo de
produção de dois produtos, informando o custo unitário e a quantidade
produzida.

Quantidade produzida Custo unitário Custo total

2.000 unidades R$ 7,00 R$ 14.000,00


Camiseta
baby
3.000 unidades R$ 7,00 R$ 21.000,00

4.000 unidades R$ 7,00 R$ 28.000,00

Quantidade produzida Custo unitário Custo total

2.000 unidades R$ 15,00 R$ 30.000,00


Camiseta
lange
3.000 unidades R$ 10,00 R$ 30.000,00

3.750 unidades R$ 8,00 R$ 30.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Com base nas informações dispostas, podemos dizer que os custos das
camisetas baby e lange, em relação à unidade de produto, são, respectivamente:

( ) variável e fixo.

( ) fixo e fixo.

( ) fixo e direto.

( ) variável e variável.

33
AUTOATIVIDADE

4. As empresas industriais são caracterizadas por suas atividades


de produção, ou seja, por transformarem matérias-primas em produtos
industriais. Tal atividade de transformação é conhecida como produção
industrial.

Nesse sentido, podemos dizer que os custos de amortização e


depreciação dos equipamentos que a empresa utiliza no processo produtivo
de mais de um produto, os salários de supervisores de produção, o aluguel de
fábrica e a eletricidade (que não podem ser associados ao produto) devem ser
classificados como custos:

( ) com materiais diretos.

( ) diretos.

( ) variáveis.

( ) indiretos.

5. Imagine a seguinte situação: a empresa Trânsito & Confusão mantém,


entre os diversos itens componentes de sua estrutura de gastos mensais, itens
como a taxa mensal constante de energia elétrica, a matéria-prima consumida,
o aluguel do galpão da fábrica, a depreciação de equipamentos calculada
com base em unidades produzidas e o contrato de seguro do prédio da
administração geral.

Nesse sentido, podemos afirmar que:

( ) a taxa mensal de energia elétrica e a matéria-prima consumida são


custos fixos.

( ) o aluguel do galpão da fábrica e a depreciação de equipamentos


são custos diretos.

( ) a matéria-prima consumida é um custo variável.

( ) o contrato de seguro do prédio da administração geral é um custo


direto.

34
RESUMO
A contabilidade de custos possui diversos objetivos básicos. Por sua vez,
a aplicação do pensamento sistêmico explora e tenta provar a conexão entre os
objetivos ideais da organização e os reais. Em alguns casos, esses objetivos podem
ser determinados por ações em vez de ideais imaginários.

As empresas adquirem matéria-prima para serem transformadas em


produtos, sendo que o produto final é o resultado da agregação de diferentes
materiais e esforços de produção. Diante dessa realidade, as pessoas acharam
necessário revitalizar o sistema contábil estabelecendo uma metodologia
de controle de custos, a qual fornece informações para usuários externos e
investidores.

No entanto, saber o custo de cada item utilizado e envolvido é essencial


para entender se o produto a ser oferecido é lucrativo por determinado preço.
Do contrário, deve-se analisar a possibilidade de reduzir os custos para alcançar
resultados melhores.

Assim, ao longo de nossos estudos sobre a contabilidade de custos,


o desenrolar dos conceitos e a aplicabilidade se tornarão pontos de fácil
compreensão, incluindo outras variáveis relacionadas ao tema, como os métodos
de custeio.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando


em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e
veja as novidades que preparamos para seu estudo.
UNIDADE 2

Contabilidade de Custos: Métodos


de Inventário de Estoque
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• visualizar a aplicação dos métodos de custeios;

• compreender a contabilidade de custos na visão do comércio;

• analisar a contabilidade de custos sob a visão da indústria.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.

TÓPICO 1 - Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da


mercadoria vendida;

TÓPICO 2 - Contabilidade de custos industrial e comercial;

TÓPICO 3 - Métodos de custeios: por absorção, variável e ABC.

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

45
46
Introdução da Unidade
O objetivo da contabilidade é acumular informações financeiras para
serem utilizadas na tomada de decisões econômicas. Logo, pode-se definir
que a finalidade da contabilidade financeira é coletar dados que possam
ser aplicados para preparar as demonstrações financeiras, atendendo às
necessidades de investidores, credores e outros usuários externos quanto às
informações financeiras da organização.

As declarações incluem balanço, demonstração de resultados,


demonstração de resultados retidos e demonstração de fluxo de caixa.
Embora tais demonstrações financeiras sejam úteis para gerentes e usuários
externos, elas não são suficientes. Assim, outros relatórios, listas de verificação
e análises devem ser considerados para uso interno em planejamento e
controle.

A gestão passa muito tempo avaliando os problemas e as


oportunidades dos vários departamentos da empresa, em vez de verificar a
organização como um todo. Como resultado, as demonstrações financeiras
externas pouco ajudam a administração nos momentos das tomadas de
decisões diárias.

A contabilidade de custos, por sua vez, fornece outras informações


necessárias para esses relatórios especiais de gerenciamento, bem como
dados preciosos para preparar as demonstrações financeiras. Por isso, nesta
unidade, conheceremos a contabilidade de custos na indústria e no comércio.
O material exigirá um pouco mais de atenção da sua parte, mas, com uma
leitura atenta, certamente irá tirar de letra!

47
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

48
TÓPICO 1
UNIDADE 2

1. Custos dos serviços prestados, do


produto vendido e da mercadoria vendida

1.1 Introdução do tópico


Os empresários devem considerar a contabilidade como uma aliada do
negócio, mas, para além disso, os profissionais contábeis devem entender quanto
aos recursos relacionados e garantir informações precisas para que os gestores
possam tomar as decisões corretas, firmando uma vantagem competitiva.

O fato é que, independentemente de ser na indústria, nos negócios ou nos


setores de serviços, a visão das contas corporativas não pode ser tão pragmática.
A relação entre vendas e faturamento deve incluir um item essencial: o custo.
Na prática, isso significa que os custos de produção ou compra de produtos e
prestação de serviços devem ser subtraídos das vendas. Assim, eis que surge o
custo dos produtos vendidos (CPV), o custo das mercadorias vendias (CMV) e o
custos dos serviços vendidos (CSV).

Esses três indicadores calculam o custo direto de produção e compra de


produtos ou serviços da empresa em determinado período. Por esse motivo,
além dos custos operacionais específicos, os saldos inicial e final dos estoques ou
serviços em andamento também estão incluídos nessas contas.

Dessa forma, CPV, CMV e CSV não considerarão o custo dos produtos em
estoque ou dos serviços que ainda estão sendo implementados, mas consideram
os itens que foram vendidos ou serviços prestados. Vamos nos aprofundar a
respeito?

1.2 Custo dos produtos vendidos (CPV)


O custo dos produtos vendidos (CPV) inclui todos os custos de produção
e armazenamento do produto até a sua venda. Quando vendemos o produto, o
valor da transação é incluído na conta da loja, certo? Porém, para saber o lucro
dessa venda, é necessário deduzir do preço final as despesas que gastamos na
produção ou obtenção do produto e armazenamento do produto.

Tais despesas podem ser calculadas como o custo dos produtos vendidos
para mostrar o lucro bruto, que é a diferença entre a despesa e a receita da
transação.

49
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Figura 12 - Custo de vendas

Fonte: Freepik (2021).

Importante lembrar que, deduzindo o custo das vendas do produto do


preço de venda, conseguimos obter um lucro bruto. Para saber o lucro líquido, é
necessário descontar outros valores, como aluguel e salários.

O CPV está diretamente relacionado aos processos industriais, por isso,


além do saldo de estoques, despesas gerais de fabricação, custos de matéria-
prima e mão de obra, o indicador também é utilizado como variável.

A fórmula do CPV é dada por , sendo que:

= custo dos produtos vendidos;

= estoque inicial;

= insumos (matérias-primas, materiais de embalagem e outros)


aplicados nos produtos vendidos;

= mão de obra direta aplicada nos produtos vendidos;

= gastos gerais de fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de


obra indireta etc.) aplicados nos produtos vendidos;

= estoque final (inventário final).

50
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

Por exemplo, imagine que determinada empresa queira apurar o lucro


bruto do primeiro mês em que seu novo produto ficou no mercado. Para tanto,
ela deve calcular o custo dos produtos vendidos e compará-lo com o faturamento,
que foi de R$ 450.000,00. A contabilidade repassou os seguintes dados:

• estoque inicial de R$ 150.000,00;


• insumos de R$ 70.000,00;
• mão de obra de R$ 20.000,00;
• gastos gerais de fabricação de R$ 30.000,00;
• estoque final de R$ 15.000,00.

Com tais informações, podemos realizar as substituições necessárias na


fórmula anterior. Logo, temos o seguinte cálculo:

Dessa maneira, temos que o custo dos produtos de vendidos da empresa,


no mês em questão, foi de R$ 255.000,00. Para chegar ao lucro bruto, faremos o
seguinte cálculo: R$ 400.000 - R$ 255.000 = R$ 195.000,00.

Ribeiro (2016, p. 31), quanto aos custos dos produtos vendidos, menciona
que:

Os produtos que tiveram seus processos de fabricação iniciados em


períodos anteriores e encerrados no período atual receberão cargas
de custos proporcionais ao processo de fabricação em cada um dos
períodos durante os quais estiveram em fabricação. Essas cargas de
custos são atribuídas no final de cada período, para que os referidos
produtos inacabados possam ser devidamente avaliados para integrar
os estoques finais de produtos em elaboração no término de cada um
desses períodos.

Portanto, temos que o custo dos produtos vendidos nos ajuda a realizar
um controle financeiro correto, mostrando a situação real da empresa e auxiliando
na formulação de preços adequados de acordo com a meta de lucro da empresa.

51
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Ribeiro (2016) apresenta em sua obra o modelo da demonstração do custo


dos produtos vendidos, assim como as expressões técnicas utilizadas para o
preenchimento dessa demonstração. Observe o quadro na sequência.

Quadro 1 - Demonstração do custo dos produtos vendidos


1 Estoque inicial de matérias-primas
2 (+) Compras líquidas de matérias-primas
3 (=) Custo das matérias-primas disponíveis (1 + 2)
4 (–) Custo das matérias-primas não aplicadas na produção
5 Estoque final de matérias-primas
6 Custo das vendas de matérias-primas
7 Subprodutos acumulados no período
8 Outros
9 (=) Custo das matérias-primas aplicadas (3 - 4)
10 (+) Mão de obra direta
11 (=) Custo primário (5 + 6)
12 (+) Outros custos diretos
13 Materiais secundários
14 Materiais de embalagem
15 Outros materiais
16 Gastos gerais de fabricação diretos
17 (=) Custos diretos de fabricação (7 + 8)
18 (+) Custos indiretos de fabricação
19 Materiais indiretos
20 Mão de obra indireta
21 Gastos gerais de fabricação indiretos
22 (=) Custo de produção do período (9 + 10)
23 (+) Estoque inicial de produtos em elaboração
24 (=) Custo de produção (11 + 12)
25 (–) Estoque final de produtos em elaboração
26 (=) Custo da produção acabada no período (13 - 14)
27 (+) Estoque inicial de produtos acabados
28 (=) Custo dos produtos disponíveis para venda (15 + 16)
29 (–) Estoque final de produtos acabados
30 (=) Custo dos produtos vendidos (17 - 18)

Fonte: Adaptado de Ribeiro (2016).

Na figura a seguir, podemos observar algumas expressões utilizadas na


demonstração do custo dos produtos vendidos e o que cada uma representa.

52
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

Figura 13 - Expressões técnicas utilizadas no DCPV


Custo das • Compreende o total das matérias-primas que a empresa teve à sua disposição durante
matérias-primas o período para aplicar na produção.
disponíveis • Fórmula dada por CMPD = EIMP + CLMP

• Custo das matérias-primas disponíveis diminuído da somatória dos seguintes valores:


custo do estoque final de matérias-primas, custo das vendas de matérias-primas, valor
Custo das
dos subprodutos acumulados durante o período (parte do custo dos subprodutos derivada
matérias-primas
de sobras de matérias-primas) e outros eventos que venham a reduzir o custo das
aplicadas matérias-primas disponíveis, como as baixas por perecimento, sinistro, furtos etc.
• Fórmula dada por CMPA = CMPD – EF – V – SP – O'

• Compreende os gastos com matérias-primas aplicadas, mais os gastos com


Custo
mão de obra direta.
primário
• Fórmula dada por CP = MP + MOD

• Embora o título não esteja evidenciado na DCPV, compreende a soma dos gastos com
Custo de mão de obra (direta e indireta) e gastos gerais de fabricação (diretos e indiretos)
transformação aplicados na transformação dos materiais em produtos.
• Fórmula dada por CT = MOT + GGFT

Custo de produção • Compreende a soma dos custos incorridos na produção do período dentro da fábrica.
do período • Fórmula dada por CPP = Materiais + MO + GGF

• Compreende o custo de produção do período, mais o estoque inicial de produtos


Custo de produção em elaboração.
• Fórmula dada por CP = EIPE + CPP

Custo da produção • Compreende o custo de produção, menos o estoque final de produtos em elaboração.
acabada no período • Fórmula dada por CPA = CP – EFPE

Fonte: Adaptada de Ribeiro (2016).

Agora que pudemos entender sobre o custo dos produtos vendidos, no


próximo item estudaremos quanto ao custo das mercadorias vendidas.

1.3 Custo das mercadorias vendidas (CMV)


O custo das mercadorias vendidas (CMV) é mais utilizado no comércio,
porém pode incluir quaisquer atividades que não sejam necessárias ao setor,
bastando que as empresas adquiram alguns produtos para revenda, como
aqueles vendidos por salões de beleza aos clientes. Esse custo representa o custo
do revendedor, distribuidor ou fabricante, desde a compra do produto até a sua
venda ao cliente. Portanto, se o resultado for negativo, a receita de vendas, menos
o custo das mercadorias vendidas, representará o lucro ou prejuízo bruto.

E
IMPORTANT

O CMV se trata, então, de um cálculo de gerenciamento utilizado para medir


o custo direto de produção e compra de um produto durante um período.

53
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

O CMV é amplamente utilizado por grandes empresas como um


indicador para medir a lucratividade das vendas. Ele é relatado na demonstração
de resultados do ano corrente e pode ser tratado como uma despesa durante o
período contábil.

A fórmula do CMV é dada por , sendo que:

= custo das mercadorias vendidas;

= estoque inicial;

= compras;

= estoque final (inventário final).

Peguemos o exemplo anterior. Suponhamos, agora, que a empresa queira


apurar o lucro bruto do mês de abril de 2021, quando o produto novo foi para o
mercado. Seu faturamento no mês de março do mesmo ano foi de R$ 160.000,00.
Além disso, temos:

• estoque inicial de R$ 40.000,00;


• compras de R$ 100.000,00;
• estoque final de R$ 25.000,00.

Com tais informações, também podemos realizar as substituições


necessárias na fórmula anterior. Dessa maneira, temos o seguinte cálculo:

Dados postos, conseguimos chegar ao resultado, sendo que o custo


da mercadoria de vendidas no mês em questão foi de R$ 155.000,00. Já para
chegarmos ao lucro bruto, faremos o seguinte cálculo: R$ 160.000 - R$ 115.000 = R$
45.000,00. Ao combinar os custos incorridos com a receita de vendas, o princípio
da consistência contábil pode ser alcançado.

54
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

Portanto, a fórmula CMV é particularmente importante para a gestão


porque não só pode ser utilizada como um indicador de lucratividade, mas,
também, pode ajudar os gestores da empresa a analisarem o modo como
compram e vendem produtos. Geralmente, os cálculos melhoram esses processos
e aprimoram o controle operacional.

Figura 14 - Mercadorias vendidas

Fonte: sunnygb5, Freepik (2021).

Sem dúvida, o cálculo do custo das vendas é uma etapa muito relevante
na avaliação da situação financeira da empresa. Contudo, vale mencionar que
essa medida também pode trazer outros benefícios para o negócio. Uma delas é
verificar se a política de compras está de acordo com as tendências de consumo.
Por exemplo, uma empresa pode investir demais em um produto que não é mais
atraente para o público-alvo. Desse modo, quando observamos essa situação,
podemos gerenciar mais facilmente as despesas, comprando bens ou matérias-
primas.

Além disso, os cálculos CMV também são úteis para uma melhor gestão
de estoque. Uma vez que existem informações relevantes sobre os produtos mais
vendidos ou que ficaram mais tempo no armazém. A empresa, então, poderá
tomar medidas para utilizar o espaço disponível, ajudando na redução de custos
e no aumento da receita.

55
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

1.4 Custo dos serviços vendidos (CSV)


O custo dos serviços vendidos diz respeito a um cálculo que pode
mostrar o quanto a empresa gastará para vender cada um de seus produtos em
determinado período. Assim, ao descobrir quanto custará a execução de cada
serviço vendido, o empresário poderá analisar melhor sua gestão.

A fórmula do CSV é dada por , sendo


que:

= custo dos serviços vendidos;

= saldo inicial dos serviços em andamento;

= mão de obra direta aplicada nos serviços vendidos;

= gastos diretos (locação de equipamentos, subcontratações etc.)


aplicados nos serviços vendidos;

= gastos indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de


equipamentos etc.) aplicados nos serviços vendidos;

= saldo final dos serviços em andamento.

Por exemplo, imaginemos que determinada empresa queira mensurar os


custos de seus serviços vendidos no mês de abril de 2021 para outra organização.
Os dados apurados podem ser observados a seguir:

• saldo inicial de R$ 30.000,00;


• mão de obra direta de R$ 20.000,00;
• gastos diretos de R$ 8.000,00;
• gastos indiretos de R$ 6.000,00;
• saldo final de R$ 10.000,00.

56
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

Novamente, fazendo as substituições na fórmula de CSV, temos que:

Com os cálculos realizados, podemos entender que o valor de R$ 54.000,00


é referente aos custos dos serviços vendidos no mês de abril de 2021. Ao compará-
los ano a ano, conseguimos, inclusive, monitorar o aumento ou a diminuição
dessas despesas.

Ribeiro (2016) complementa que o CSV pode ser entendido como o


valor do salário e dos encargos do trabalhador que executou a tarefa. Com ele,
conseguimos verificar qual departamento está mudando ou exigindo mais
atenção e, se necessário, traçar estratégias para reduzir despesas sem perder a
produtividade.

A Receita Federal brasileira distingue os serviços vendidos dos serviços


prestados, levando em consideração que os primeiros dizem respeito a quando
os segundos estão relacionados à mão de obra de terceiros, como os médicos em
hospitais. Nesse caso, o que é disponibilizado é o tempo para a prestação direta
de serviços. Outro exemplo seria a instalação de aparelhos de ar-condicionado ou
a pintura de casas. No entanto, essa distinção não tem implicações financeiras.

57
AUTOATIVIDADE

1. Considerando o que estudamos até o momento, imagine a seguinte


situação: a empresa Parafusos e Pregos S.A., no mês de março de 2021, teve
movimentações de compra e venda de mercadorias conforme a tabela a seguir.

Data Operação Valor


02/03/2021 Compra R$ 300,00
10/03/2021 Venda R$ 70,00
15/03/2021 Compra R$ 250,00
17/03/2021 Compra R$ 500,00
25/03/2021 Compra R$ 600,00
25/03/2021 Venda R$ 750,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Considerando os dados anteriores e sabendo que os estoques no final


dos meses de fevereiro e março de 2021 foram de R$ 950,00 e R$ 1.650,00,
respectivamente, qual foi o custo de mercadoria vendida (CMV) da empresa?

2. Suponha o seguinte caso: a empresa Tuca e Tucano presta serviços


de instalação de fibra óptica na cidade de Menorzinha do Sul. Devido à
pandemia do COVID-19, no mês de outubro de 2020, a organização faturou
R$ 395.000,00. Além disso, temos mais algumas informações para nos ajudar
com os cálculos:

• saldo inicial dos serviços em andamento de R$ 60.000,00;


• mão de obra direta de R$ 90.000,00;
• gastos diretos de R$ 10.250,00;
• gastos indiretos de R$ 3.500,00;
• saldo final dos serviços em andamento de R$ 29.650,00.

Considerando os dados apresentados e nossos estudos, qual foi o


custo do serviço vendido (CSV) pela empresa em questão?

58
3. Imaginemos o seguinte: a empresa Ômega Máscaras Ltda., devido
à pandemia do COVID-19, precisou apurar o lucro bruto referente ao mês de
novembro de 2020, considerando o lançamento de um produto. Seu faturamento
foi de R$ 375.000,00, mas ainda temos outros valores a contabilizar:

• estoque inicial de R$ 50.000,00;


• insumos de R$ 35.000,00;
• mão de obra de R$ 19.560,00;
• gastos gerais de fabricação de R$ 24.250,00;
• estoque final de R$ 15.000,00.

Diante disso, qual é o custo dos produtos vendidos (CPV) pela empresa
em questão?

( ) R$ 120.657,00.

( ) R$ 113.810,00.

( ) R$ 115.765,00.

( ) R$ 98.867,00.

59
AUTOATIVIDADE

4. O cálculo dos custos de mercadorias vendidas é muito importante


para a empresa. Com ele, a organização consegue identificar algumas
informações que, muitas vezes, auxiliam nas tomadas de decisões assertivas,
gerando vantagens competitivas.

Nesse sentido, como podemos conceituar o custo de mercadoria


vendida?

( ) É a soma das despesas para produzir e armazenar uma mercadoria


até que a venda seja efetivada.

( ) É um cálculo utilizado considerando a medição de custo, a qual


está diretamente relacionada ao processo de produção ou à distribuição do
produto.

( ) É o valor médio pago pelo cliente quando este clica em um anúncio


patrocinado.

( ) É o custo ideal por clique, o qual será determinado pelo ROI


desejado ou pelo investimento que se quer fazer.

5. Como pudemos estudar até o momento, a empresa, para realizar


uma contabilização correta de seus gastos e custos envolvidos na produção
e venda de seus itens, precisa contar com a usa de indicadores e cálculos
específicos.

Nesse sentido, com base em nossos estudos sobre a temática, relacione


os itens listados a seguir aos seus respectivos exemplos.

I - Custo de mercadoria vendida (CMV).

II - Gastos diretos.

III - Gastos indiretos.

IV - Insumos.

V - Gastos gerais de fabricação.

60
( ) Mão de obra indireta, luz e depreciações de equipamentos.

( ) Materiais de embalagem, matérias-primas e outros materiais.

( ) Energia, depreciações, aluguéis e mão de obra indireta.

( ) Saldo de estoque final, compras e estoque final são utilizados para seu
cálculos.

( ) Subcontratações e locação de equipamentos.

Agora, assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) I, III, IV, V, II.

( ) V, II, I, IV, III.

( ) II, IV, III, I, V.

( ) III, I, IV, V, II.

61
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

62
TÓPICO 2
UNIDADE 2

2. Contabilidade de Custos
Industrial e Comercial

2.1 Introdução do tópico


Para a fabricação de um produto ou a realização de um serviço, precisamos
considerar que materiais, trabalho, eletricidade, combustível, entre outros itens
são necessários no processo. Portanto, o custo é a união de todas as despesas para
a produção de um bem ou o fornecimento de um serviço.

O custo difere das despesas, uma vez que os custos são utilizados em
produção, enquanto as despesas são aplicadas direta ou indiretamente para se
obter renda.

Pensando nesse contexto, ao longo deste tópico, estudaremos em mais


detalhes sobre a contabilidade de custo em dois cenários: industrial e comercial.
Aliás, você saberia dizer qual é a diferença envolvida nos dois âmbitos? Vamos
descobrir!

2.2 Contabilidade de custo industrial


A contabilidade industrial é a aplicação dos princípios contábeis gerais
para registrar e gerenciar o capital de empresas industriais. A exceção é a
contabilidade, que é a única diferença de uma conta empresarial.

Figura 15 - Operacionalização do custo industrial

FINANCEIRO

COMERCIAL

PRODUÇÃO

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

63
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Em essência, as empresas industriais usam inteligência de negócios e


política tributária, resultando em contabilidade industrial em três níveis da
indústria, a saber:

• ciclo industrial ou de produção: inclui todas as atividades envolvidas


para transformar os insumos em produtos;
• ciclo mercantil ou comercial: consolida todas as operações, desde a
compra de matéria-prima até a entrega ao cliente;
• ciclo financeiro: envolve todas as operações e transações financeiras.

Os preços industriais são ajustados ao custo total gerado na produção


durante determinado período. Os custos consistem em três componentes:
materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação (CIF).

A contabilidade de custo industrial, define como material direto todo


produto (insumo) que faz parte do processo produtivo de uma empresa, de acordo
com os custos e a finalidade de melhorar a cadeia produtiva, otimizando-a.

Podemos classificar como materiais diretos:

• matéria-prima: é o principal ingrediente utilizado no produto final,


mas isso muda no processo de fabricação. Em muitos aspectos, os
materiais são amplamente usados na produção. Os recursos da terra,
por exemplo, são aplicados como bens diretamente em produto,
tornando-se custos industriais quando convertidos de matérias-
primas em sistemas industriais. A madeira é usada para fazer móveis;
• material secundário: não é o material original do equipamento, mas
pode ser facilmente identificado. Temos como exemplo os pregos
em uma fábrica de móveis, os quais são utilizados para firmar os
materiais primários;
• material de embalagem: é utilizado para preparar produtos ou
embalagens para embarque. Temos como exemplo o papelão que
envolve os móveis prontos.

64
Contabilidade de custos industrial e comercial

TUROS
ESTUDOS FU

Importante apontar, nesse contexto, que a maioria das empresas tem


o padrão de adotar centro de custos para realizar uma gestão eficiente do custo na
administração e, até mesmo, do financeiro da organização. Vamos ver para frente como
é operacionalização, no tópico Método de Custeio.

Já a mão de obra direta, como podemos imaginar, está ligada diretamente


ao processo produtivo. Ribeiro (2016) a define como sendo o esforço do ser
humano aplicado no processo de fabricação dos produtos. Podemos dizer, então,
que o custo da mão de obra direta não envolve apenas salários, mas todos os
cargos, como INSS, FGTS, férias etc., além de benefícios legais, como seguro
saúde, despesas de transporte, fundos de pensão e benefícios adicionais (seguro
de vida especial, por exemplo).

Trazendo o conceito de mão de obra direta pela visão de Martins (2018, p.


121), podemos afirmar que se trata daquela

[…] relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto


em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo
despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem
necessidade de qualquer alocação indireta ou rateio. Se houver
qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões
proporcionais, desaparece a característica de “direta”.

Figura 16 - Mão de obra direta

Fonte: yanalya, Freepik (2021).

65
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Vale distinguirmos que o custo de mão de obra direta diz respeito aos
salários do setor produtivo, ou seja, ao que é pago aos trabalhadores que estão
ligados diretamente ao processo produtivo (mão de obra). Sendo assim, pode
ocorrer variação de acordo com a produção, sendo que a folha de pagamento do
setor produtivo é fixa.

Temos, ainda, os custos indiretos de fabricação, que são os gastos


aplicados no processo produtivo e que dão origem ao produto ou serviço de forma
direta ou indireta. A contabilidade de custos caracteriza como custos indiretos de
fabricação, por exemplo, o gasto com a depreciação das máquinas, os gastos para
a manutenção dos equipamentos utilizados no processo produtivo, entre outras
possibilidades.

Vamos realizar um cálculo para entendermos os conceitos na prática?

Peguemos, por exemplo, o gasto com energia elétrica de determinada


empresa, sendo que todo consumo é informando em apenas uma fatura de
energia. Vamos supor que o rateio do consumo de energia elétrica um certo mês
foi de R$ 1.500,00 para três produtos que a empresa produz (200 unidades de
camisa verde, 100 unidades de calça azul e 10 unidades de casaco marrom).

Considerando os dados mencionados, precisamos dividir o consumo total


(R$ 1.500,00) pela quantidade de produtos (três). Desse modo, chegamos ao valor
de R$ 500,00. A produção total resultou em 310 unidades. Assim, fazendo mais
uma divisão (R$ 1.500 310), encontramos o valor de cada item: R$ 4,83.

Agora, precisamos calcular o valor do consumo de energia elétrica para


cada produto, conforme a quantidade produzida. Acompanhe a tabela a seguir!

Tabela 1 - Cálculos do exemplo


Produto Quantidade produzida Total
Camisa verde 200 unidades R$ 4,83 200 = R$ 967,74
Calça azul 100 unidades R$ 4,83 100 = R$ 483,87
Casaco marrom 10 unidades R$ 4,83 10 = R$ 48,39

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Para finalizarmos, precisamos entender, também, que o custo indireto de


fabricação representa os gastos com a função de produção para a comercialização,
ou seja, não pode ser associado ao produto em si.

66
Contabilidade de custos industrial e comercial

2.3 Contabilidade de custo comercial


Um comércio é basicamente composto pela compra, pelo título e pela
venda de mercadorias. A princípio, esse processo pode parecer simples, mas
envolve pequenas ações que visam à rentabilidade, ou seja, ao resultado.

Entre as pequenas ações envolvidas, temos os controles, que são os


registros de todos os custos de uma empresa para que se possa entender como
eles ocorrem. Porém, o que se percebe é que os empreendedores são muito mais
hábeis em comprar e vender do que manter o controle de custos.

Na contabilidade de custo comercial, para a apuração deste, é necessário


o empresário levar em consideração alguns critérios, como:

• registro das mercadorias no controle de inventário, sendo que, caso


a empresa já esteja informatizada, essas contas serão realizadas com
maior agilidade;
• cálculo do preço de venda de mercadorias, sendo que outras despesas
ainda devem ser contabilizadas nesse caso, a exemplo dos impostos
de vendas, das comissões de vendedores e dos encargos fixos;
• acompanhamento e avaliação dos resultados de vendas, em que se
observa o volume que a empresa vende e verifica se ele está gerando
lucro ou não;
• acompanhamento do ganho bruto de cada produto vendido, a fim
de verificar a necessidade de se criar uma promoção para reduzir o
estoque e/ou liquidar o estoque parado.

Com esses dados em mãos e contabilizados adequadamente, consegue-


se apurar a contabilidade comercial e identificar o que pode ser melhorado ou
permanecer como está. Do contrário, pode ocorrer de o empresário tomar decisões
equivocadas ou que lhe trarão prejuízos no longo prazo.

67
AUTOATIVIDADE

1. Imagine a seguinte situação: a empresa Bare & Bare quer elaborar o


orçamento dos custos indiretos de fabricação. Ela nos traz três cenários, sendo
que, no primeiro, foram produzidas 10 mil peças, no segundo, 20 mil peças e,
no terceiro, 40 mil peças. Além disso, os custos indiretos variáveis são de R$
5,00 por peça, enquanto os custos indiretos fixos totalizam R$ 50.000,00.

Nesse sentido, com base em nossos estudos e nas informações dispostas


anteriormente, como fica o orçamento da empresa por peça?

2. Suponha o seguinte caso: a empresa Mate & Suco, fabricante de


bebidas, apresentou as seguintes informações quanto ao ano de 2020.

Receita de vendas R$ 280.000,00

Mão de obra direta R$ 60.000,00

Mão de obra indireta R$ 77.000,00

Depreciação dos equipamentos R$ 1.500,00

Seguro do parque fabril R$ 300,00

Energia elétrica da empresa R$ 1.200,00

Compras de matéria-prima R$ 94.000,00

Materiais indiretos R$ 2.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Para complementar o cálculo, a empresa também informou o estoque


referente ao ano de 2019 e 2020, como podemos observar na próxima tabela.

Estoque 2019 2020

Matéria-prima R$ 40.000,00 R$ 36.000,00

Produtos acabados R$ 32.600,00 R$ 24.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Considere que o custo primário é igual à matéria-prima, mais a mão


de obra direta. Já o custo de transformação é igual à mão de obra, mais os
gastos gerais de transformação. Com isso em mente, qual o valor total de
custo primário e custo de transformação?

68
3. A contabilidade de custos do produto visa processar o custo do item
em desenvolvimento, bem como os custos total e unitário de produtos e serviços
para fins administrativos. Também pode cobrir a distribuição, o armazenamento,
a venda e o custo de administração, além de custos financeiros e fiscais.

Sendo assim, podemos classificar os custos primários como:

( ) matéria-prima e componentes adquiridos.

( ) custos diretos e indiretos.

( ) mão de obra direta e indireta.

( ) mão de obra direta e matéria-prima.

69
AUTOATIVIDADE

4. Os custos incorridos na empresa e que não foram diretamente


atribuídos aos produtos, ou seja, não estão diretamente relacionados ao
processo produtivo, identificam-se como custos indiretos de fabricação (CIF).

Diante desse contexto, analise a tabela a seguir.

Contas Valor em R$

Salário dos supervisores da fábrica R$ 85.000,00

Salário dos operadores de produção R$ 145.000,00

Energia elétrica do escritório de vendas R$ 5.000,00

Salário dos vigilantes da fábrica R$ 18.000,00

Embalagem utilizada na produção R$ 3.000,00

Salário da secretária do escritório de vendas R$ 2.500,00

Matéria-prima utilizada na produção R$ 39.000,00

Aluguel da fábrica R$ 15.000,00

Receita de vendas R$ 1.100.000,00

Impostos sobre vendas R$ 190.000,00

Energia elétrica da fábrica R$ 5.000,00

Depreciação das máquinas de produção R$ 7.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Diante das informações anteriores, podemos afirmar que a soma dos


custos indiretos de fabricação (CIF) da empresa em questão é de:

( ) R$ 125.000,00.

( ) R$ 132.500,00.

( ) R$ 130.000,00.

( ) R$ 115.000,00.

70
Contabilidade de custos industrial e comercial

5. Com base em nosso material de estudos e no que vimos até o momento,


podemos afirmar que são os custos dos insumos que convertem os materiais em
produtos. Esses custos em questão são considerados custos de transformação.

No caso, o que podemos entender como custos de transformação?

( ) Mão de obra direta e materiais diretos.

( ) Matéria-prima e custos indiretos de fabricação.

( ) Mão de obra direta e custos indiretos de fabricação.

( ) Matéria-prima, mão de obra direta e materiais diretos.

71
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

72
TÓPICO 3
UNIDADE 2

3. Métodos de custeios: por absorção,


variável e ABC

3.1 Introdução do tópico


Os métodos de custeio dizem respeito a uma forma de calcular o preço de
um produto ou serviço para cada organização, com base no projeto do fabricante.
Afinal, o gestor da empresa, no momento da tomada de decisão quanto a
determinado produto, utiliza informações das áreas contábil e comercial. A área
de contabilidade, em particular, é responsável por gerar estratégias para reduzir
os preços dos produtos e das matérias-primas durante o processo produtivo, sem
reduzir a qualidade do item.

Dessa forma, cabe ao gestor decidir para que tenha um processo produtivo
de qualidade, evite desperdícios e encontre a alternativa mais adequada ao
processo. Na área de negócios, esses profissionais, portanto, podem utilizar tais
informações para preparar os preços de venda de seus produtos.

Pensando nisso, ao longo deste tópico, conheceremos em maiores detalhes


a respeito dos métodos de custeio: por absorção, variável e ABC. Acompanhe!

3.2 Método de custeio por absorção


O método de custeio por absorção inclui custo fixo, custo variável, custo
direto e/ou custo indireto. Nesse método, os custos diretos (como mão de obra e
materiais gastos diretamente no processo produtivo) são estimados com base na
quantidade consumida. Outros custos (custos indiretos), por sua vez, devem ser
estimados de forma proporcional, com base em cálculos previamente realizados
pelo departamento.

NOTA

No Brasil, a regulamentação contábil adota o método de absorção como


o mais viável, visto que os gestores utilizam os resultados obtidos para a tomada de
decisão. No entanto, por meio da análise de custos, são permitidos desvios na alocação
desses custos durante o processo produtivo, causando prejuízos à produção. Isso
interfere no resultado das empresas e no processo produtivo.

73
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Temos, então, que o custeio por absorção consiste na apropriação de


todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis) causada pela produção de
recursos, dentro do ciclo de operação interno. Isto é, todas as despesas indiretas
utilizadas na fabricação são rateadas para os produtos fabricados.

De acordo com Martins (2018, p. 22), esse tipo de custeio

[…] é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade


geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste
na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados,
e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção
são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.

Vamos a um exemplo de DRE do método de custeio por absorção.

Tabela 2 - DRE por método de absorção


DRE - Método por absorção

Receita de vendas R$ 432.500,00

Custo dos produtos vendidos (R$ 302.125,00)

Lucro bruto R$ 130.375,00

Despesas variáveis (R$ 21.625,00)

Despesas fixas (R$ 93.000,00)

Resultado operacional R$ 15.750,00

IRRF (R$ 2.362,50)

CSLL (R$ 1.471,50)

Resultado líquido R$ 11.970,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

É válido ressaltar que os custos fixos dos produtos, mesmo que estes sejam
vendidos ou não, continuarão a existir. Os custos de absorção incluem a alocação
de todos os custos (fixos ou variáveis) para o período de produção. Despesas não
fabris (despesas), no caso, são excluídas.

No custeio por absorção, os resultados não acompanham


necessariamente a direção das vendas, sendo muitíssimo influenciados
pelo volume de produção; seu montante, aliás, depende diretamente
não só das receitas e volume produzido no período, mas também da
quantidade feita no período anterior, já que isto afeta o custo unitário
do estoque que passa a ser baixado no período seguinte. (MARTINS,
2018, p. 188)

A principal diferença no custo de absorção são os custos e as despesas.


Observe a figura a seguir para entender melhor o método de custeio por absorção.

74
Métodos de custeios: por absorção, variável e ABC

Figura 17 - Custeio por absorção

Custeio por Absorção


Empresas de Manufatura

Despesas Custos

Estoque de
produtos

Demonstração de resultados
Receita
Vendas CPV
Lucro bruto
Despesas
Lucro operacional

Fonte: Martins (2018, p. 23).

A separação entre custos e despesas, aliás, é relevante porque o custo


já está incluído imediatamente nos resultados do período. Apenas os custos
associados aos produtos vendidos serão tratados da mesma forma.

3.3 Método de custeio variável


O método de custeio variável direto considera o estoque dos produtos
apenas atribuídos aos custos variáveis, ou seja, os custos variáveis incorporados
como custos dos produtos. Já os custos fixos e outros existentes no processo são
considerados como despesas, lançados no demonstrativo de resultados.

E
IMPORTANT

O demonstrativo do resultado do exercício (DRE) é um documento contábil


em que são registradas as receitas e despesas da empresa no referente período, mediante
seu resultado, após a dedução do Imposto de Renda, no qual a alíquota é de 15%. Caso
o valor do resultado operacional antes do Imposto de Renda e da contribuição social for
superior a R$ 20.000,00, há um adicional de 10%. No que se refere à contribuição social,
a alíquota é de 9% sobre o resultado.

O custeio variável é baseado na separação das despesas variáveis e dos


encargos fixos, ou seja, na saída, que oscila proporcionalmente ao volume de
produção/venda e despesas. Há alteração no volume da produção, enquanto os
custos permanecem constantes.

75
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

O sistema cria informações importantes, como a margem de contribuição


(MC), e fornece os subsídios necessários para tomar decisões. No entanto, esse
método de custo não é aceito para demonstrações externas, porque fere os
princípios reconhecidos no Brasil e é desconsiderado na legislação tributária.

NOTA

Os custos variáveis, também conhecidos como custos diretos, nos traz que
seus valores dependem diretamente do volume gerado no processo produtivo. Desse
modo, é uma consequência do volume de vendas do produto.

A separação de custos variáveis e fixos fornece ao gestor da empresa


maior facilidade de planejamento para obter lucros, uma vez que, com ela, é
possível simular o resultado que será alcançado. Vamos pensar em um exemplo
para entender melhor?

Considere que determinada empresa apresentou as seguintes informações


referentes à sua produção do mês abril de 2021:

• produção de 1.000 unidades acabadas;


• custos variáveis no valor de R$ 20.000,00;
• custos fixos no valor de R$ 12.000,00;
• despesas variáveis no valor de R$ 4.000,00;
• despesas fixas no valor de R$ 6.000,00;
• vendas líquidas de 800 unidades.
• preço unitário de R$ 60,00;
• estoque final de produtos acabados de 200 unidades;
• custo unitário de R$ 20,00.

Para realizarmos os cálculos, primeiramente, vamos considerar o seguinte:

• vendas liquidas = 800 unidades = 800 x 60 = 48.000,00


• estoque final de produtos acabados = 200 x 20 = 4.000 unidades;
• custo do produto acabado = 20.000 ÷ 1.000 = R$ 20,00;
• custo de produtos vendidos = 800 x R$ 20,00 = 16.000 unidades.

Sabemos que há estoques inicial e final de produtos em elaboração. Assim,


o cálculo da DRE deve ser feito conforme a próxima tabela. Confira!

76
Métodos de custeios: por absorção, variável e ABC

Tabela 3 - DRE por método variável


DRE - Método variável

Receita de vendas R$ 48.000,00

Custo dos produtos vendidos (R$ 16.000,00)

Despesas variáveis (R$ 4.000,00)

Margem de contribuição R$ 28.000,00

Custos fixos (R$ 12.000,00)

Despesas fixas (R$ 6.000,00)

Resultado líquido R$ 10.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

No método de custeio variável, os custos fixos são considerados uma


perda (prejuízos) porque, se a empresa não estiver em atividade, ou seja, o setor
produtivo estiver parado e sem fabricação, não gerará produtos para a venda e,
consequentemente, não haverá venda. Porém, continuará a ter custos fixos, o que
resultará em um resultado negativo.

3.4 Método de custeio baseado em atividades (ABC)


Por fim, temos que o método de custeio baseado em atividades (método
ABC) é aquele em que as atividades realizadas no processo de produção
fornecem eficiência e distribuição no cálculo de custos indiretos, reduzindo os
erros causados divisão, ou seja, a departamentalização dos custos.

Nesse método, os custos indiretos de fabricação (CIFs) são atribuídos


aos produtos de forma mais precisa que os métodos anteriores, visto que as
atividades consomem recursos, enquanto os produtos consomem atividades.
Desse modo, ao adotar os custos indiretos de fabricação para as atividades, é
possível identificar o consumo quando comparamos, por exemplo, com o método
por absorção.

NOTA

Alguns autores da área chamam o método ABC como a primeira geração


de métodos de custo. Inclusive, ele ganhou indicações em meados da década de 1980,
sendo o resultado que se procurava para a distribuição de custos, especialmente nos
produtos.

77
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Por exemplo, imaginemos que a empresa Descomplica é especialista em


atender o público que não sabe como se passa uma peça de vestuário. Isto é,
ela faz esse trabalho para o cliente. Sendo assim, no mês de fevereiro de 2021,
conforme alguns levantamentos, a organização teve a seguinte produção:

Tabela 4 - Produção da empresa

Produto Produção mensal Preço unitário Total das vendas

Camisetas 10.000 unidades R$ 8,00 R$ 80.000,00

Camisas 5.000 unidades R$ 12,00 R$ 60.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Iniciamos, então, o cálculo do método de custeio ABC, pelos custos diretos


por unidade. Acompanhe a próxima tabela para entender os dados de forma mais
clara.

Tabela 5 - Custos diretos por unidade

Custos diretos por unidade

Camisetas Camisas

Tecido R$ 2,00 R$ 2,00

Mão de obra direta R$ 0,50 R$ 0,80

Total por unidade R$ 2,50 R$ 2,80

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

A empresa também apresentou seus custos indiretos e suas despesas, os


quais podemos observar com a tabela na sequência.

Tabela 6 - Custos indiretos e suas despesas

Aluguel R$ 15.000,00

Material de consumo R$ 10.000,00

Despesas com vendas R$ 8.000,00

Total R$ 33.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Com todos esses números em mãos, vamos aplicar a metodologia seguindo


três passos: identificar as atividades relevantes de cada departamento, atribuir os
custos às atividades, fazer o levantamento dos direcionadores das atividades e da
quantidade de direcionadores para cada produto.

78
Métodos de custeios: por absorção, variável e ABC

Primeiramente, então, teremos que identificar as atividades relevantes de


cada departamento. Para tanto, fazemos o seguinte:

Quadro 2 - Atividades de cada departamento

Departamentos Atividades
Compras Comprar os materiais

Corte e costura Cortar e costurar

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Depois, seguindo os passos necessários, precisamos atribuir os custos às


atividades, conforme observamos na próxima tabela.

Tabela 7 – Custos x atividades

Departamentos Atividades Custos diretos

Compras Comprar os materiais 15.000 ÷ 5.000

Corte e costura Cortar e costurar 18.000 ÷ 20.000


Total 33.000 ÷ 25.000

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

No terceiro passo, realizamos o levantamento dos direcionadores das


atividades e da quantidade desses direcionadores para cada produto. Vejamos a
seguir.

Tabela 8 – Direcionados

Departamentos Atividades Direcionadores de atividades

Compras Comprar os materiais Número de pedidos

Corte e costura Cortar e costurar Tempo de corte e costura

Direcionadores de atividades Camisetas Camisas

Número de pedidos 100 unidades 150 unidades

Tempo de corte e costura 1.500 horas 2.000 horas

Total 250 3.500 horas

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Com todas essas informações, podemos verificar qual é o custo de cada


atividade de acordo com os direcionadores. Acompanhe a tabela a seguir.

79
UNIDADE 2 Contabilidade de Custos: Métodos de Inventário de Estoque

Tabela 9 – Custos das atividades

Comprar os materiais

Custo total R$ 15.000,00 ÷ 5.000

Direcionador Número de pedidos

Camisetas Camisas Total

Número de pedidos 100 150 250

Proporção (n. de pedidos /


40% (100/250) x 100 60% (150/250) x 100 100%
total de pedido) 100

Custo para comprar os 40% x 15.000 ÷ 5.000 60% x 15.000 ÷ 5.000


R$ 15.000,00 ÷ 5.000
materiais R$ 6.000 ÷ 2.000 R$ 9.000 ÷ 3.000

Cortar e costurar

Custo total R$ 18.000,00/20.000

Direcionador Tempo de corte e costura

Camisetas Camisas Total

Tempo de corte e costura 1.500 horas 2.000 horas 3.500 horas

Proporção (n. de pedidos /


42,85% 57,15% 100%
total de pedidos)

42,85 % x 18.000 ÷ 20.000 57,15 % x 18.000 ÷ 20.000 =


Custo de cortar e costurar R$ 18.000 ÷ 20.000
= 7.713 ÷ 8.570 10.287 ÷ 11.430

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

80
Métodos de custeios: por absorção, variável e ABC

Após todos os procedimentos de cálculos, podemos apresentar o


demonstrativo do resultado, que resume os custos de produção de forma direta
e indireta por atividade.

Tabela 10 – DRE do exemplo analisado

Camisetas Camisas Total

Receita de vendas R$ 80.000,00 R$ 60.000,00 R$ 140.000,00

(-) Tecido R$ 20.000,00 R$ 10.000,00 R$ 30.000,00

(-) Mão de obra direta R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 R$ 9.000,00

Custos diretos - subtotal R$ 25.000,00 R$ 14.000,00 R$ 39.000,00

(-) Comprar os materiais R$ 6.000,00 ÷ 2.000 R$ 9.000,00 ÷ 3.000 R$ 15.000,00 ÷ 5.000

(-) Cortar e costurar R$ 7.713,00 ÷ 8.570 R$ 10.287,00 ÷ 11.430 R$ 18.000,00 ÷ 20.000

Custos indiretos - subtotal R$ 13.713,00 ÷ 10.570 R$ 19.287,00 ÷ 14.430 R$ 33.000,00 ÷ 25.000

(=) Resultado antes do


R$ 41.287,00 ÷ 44.430 R$ 35.713,00 ÷ 31.570 R$ 68.000,00 ÷ 76.000
Imposto de Renda

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Logo, temos que a ideia básica é atribuir atividades em custos privados e,


em seguida, para os produtos. Primeiro, temos a busca pelos custos relacionados
à atividade, ou seja, o que liderou esses custos. Depois, seguimos com a melhora
da qualidade nos custos dos produtos. Como consequência, identificamos as
atividades que alocam os custos totais.

81
AUTOATIVIDADE

1. Imagine o seguinte: determinada companhia nos informou que, no


mês de fevereiro de 2018, produziu 1.000 unidades, com o custo de R$ 9.000,00
de materiais e R$ 3.000,00 de despesas operacionais. Foram vendidas 800
unidades a um preço unitário de R$ 200,00, com uma receita de R$ 16.000,00.
O custo unitário de fabricação é R$ 9,00.

Pensando nisso e em nossos estudos, adotando o método de custeio


por absorção, podemos afirmar que o lucro obtido no mês de fevereiro foi de:

( ) R$ 5.760,00.

( ) R$ 9.000,00.

( ) R$ 4.000,00.

( ) R$ 16.000,00.

2. Como bem sabemos e pudemos aprender com nossos estudos,


utilizado como uma ferramenta para calcular o custo de produção de
determinado produto, o método de custeio é fundamental para precificação
desse item.

A respeito do assunto, sabendo que cada método de custeio possui


características próprias com relação aos cálculos e às estratégias adotados,
assinale a alternativa a seguir quanto ao conceito correto de um desses
métodos.

( ) O método de custeio por absorção tem por objetivo dividir, no


processo produtivo, todos os elementos do custo variável em cada etapa de
produção.

( ) O método do custeio rateado é um sistema que estabelece o custo


de produção dos produtos de linha.

( ) O método de custeio ABC é um sistema com base nas atividades do


processo de produção, o qual qualifica os custos indiretos para os produtos.

( ) O método de custeio variável nos traz que os custos diretos e


indiretos são adequados para os custos de produção.

( ) No método de custeio ABC não atribui custos às atividades para


distribuí-los aos produtos.

82
3. Ao longo de nosso material, pudemos conhecer alguns métodos de
custeio que auxiliam as organizações no controle de suas contas. Desse modo,
fica mais fácil tomar decisões e compreender os custos envolvidos na produção.

Diante disso, qual método a seguir atende aos princípios fiscais e é


permitido pela legislação brasileira, incluindo custos fixo, variável, direto e/ou
indireto?

( ) Método direto.

( ) Método por absorção.

( ) Método por estimativa.

( ) Método ABC.

4. Imagine o caso a seguir: a empresa Camisa & Camisetas, no mês de


outubro de 2020, apresentou alguns dados para a produção de 600 unidades de
camisas sociais, com um total de vendas de 400 dessas unidades ao preço unitário
de R$ 120,00. No mesmo período, foram coletadas as informações a seguir:

• custo variável unitário = R$ 20,00;


• total de custos fixos = R$ 18.000,00;
• despesas variáveis de vendas = R$ 2,00 por unidade;
• inexistência de estoque inicial de produtos no período.

Com base nas informações expostas, feitas as devidas apurações, calcule


o custo dos produtos vendidos, o estoque final de produtos, o lucro líquido do
período tanto pelo método de custeio por absorção quanto pelo método de custeio
variável.

5. Pensemos o seguinte: uma empresa atacadista de móveis de Bela Vista


do Salto/RS, no mês de agosto de 2020, incorreu nos seguintes custos:

Salários e encargos sociais R$ 295.650,00


Depreciação de equipamentos R$ 39.000,00
Viagens e estadias R$ 45.655,00
Aluguel R$ 9.636,00
Outros* R$ 5.925,00
*Custos de atividades de apoio ao próprio departamento. Devem ser
alocadas às atividades fim, com base no custo do salário.

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

83
AUTOATIVIDADE

As atividades relevantes desempenhadas em determinado


departamento foram: projetar novos produtos, elaborar fichas técnicas e
treinar funcionários. O quadro de pessoal do departamento, seus respectivos
salários (com encargos) e o tempo disponível são dados observados na tabela
a seguir.

Cargo Tempo Disponível (h) Salário ($)


1 gerente 2.000 R$ 60.000,00
1 secretária* 2.000 R$ 12.000,00
3 engenheiros 6.000 R$ 120.000,00
2 estagiários 2.000 R$ 12.000,00
*75% do tempo da secretária eram utilizados para dar assistência ao gerente; o restante, aos
três engenheiros.

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Por meio de entrevistas e análises de processos, verificou-se que o


tempo era gasto, nas atividades mais relevantes, da seguinte maneira:

Projetar novos Elaborar fichas Treinar


Cargo
produtos técnicas funcionários
Gerente 0,7 - 0,3
Secretária - - -
Engenheiros 0,5 0,2 0,3
Estagiários - 1,0 -

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Além disso, com a análise da razão e investigação dos registros


disponíveis, foi possível rastrear as seguintes proporções de consumo de
recursos das atividades:

Projetar novos Elaborar fichas Treinar


produtos técnicas funcionários
Depreciação 0,3 0,2 0,5
Viagens 1,0 - -
Aluguel 0,4 0,1 0,5

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Não se conseguiram rastrear os demais custos às atividades.

Sendo assim, considerando todas as informações dispostas


anteriormente e nossos estudos quanto à temática, calcule o custo de cada
atividade.

84
RESUMO
Ao longo desta unidade, pudemos compreender que, quando a empresa
realiza as compras materiais, pode incorrer em custos, além daqueles que serão
pagos ao fornecedor. A organização ainda é responsável pelo pagamento de
transportes, seguros, armazenamento e outras despesas com a aquisição. Se o
material for importado, bilhões de bens ou produtos aéreos, despesas aduaneiras
e outros custos alfandegários e de transporte estarão envolvidos.

Dessa maneira, deve ser recordado que as empresas, enquanto prestadoras


de serviços e/ou industriais, geralmente trabalham com ações materiais
comumente usadas. No caso da indústria e do comércio, tem-se um estoque de
produtos ou mercadorias acabados, respectivamente, para responder aos pedidos
de clientes.

Assim, em uma empresa industrial, por exemplo, o custo dos materiais


corresponde aqueles que foram consumidos apenas na produção. Em um
prestador de serviços, o custo dos materiais inclui aqueles usados para realizar o
serviço.

Ademais, é comum, tanto em empresas industriais quanto em empresas


comerciais, existirem perdas de materiais durante a produção ou a realização
do serviço. Tais perdas fazem parte do processo de fabricação ou execução. Elas
podem ser minimizadas, mas raramente evitadas. São chamadas, na verdade, de
perdas normais, integrando os custos materiais.

Os métodos de custeio, então, fazem a gestão do custo unitário de um


produto — passo fundamental na definição de preços —, bem como a análise
do desempenho financeiro e o cálculo da lucratividade da empresa. Conforme
as atividades da empresa ganham volume, torna-se mais difícil de controlar
descontos diretos e indiretos aos produtos. Assim, o custo do cálculo reforça
a importância dos métodos de custeio. Com eles, é possível ter uma visão
mais precisa e detalhada da produção, independentemente da diversidade e
complexidade da organização.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

85
UNIDADE 3

Prática da Contabilidade de Custos

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender como apurar os custos de um processo produtivo;

• entender de que modo é feita a contabilização das operações com merca-


dorias;

• saber precificar o produto;

• conhecer o sistema de controle de estoque.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.

TÓPICO 1 - Apuração dos custos de fabricação

TÓPICO 2 - Formação de preço

TÓPICO 3 - Contabilização de custos

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

87
88
Introdução da Unidade
Já sabemos que a classificação dos itens de custo enquanto diretos
ou indiretos está ligada ao grau de facilidade ou dificuldade de seu cálculo.
No que tange à produção, a mão de obra atribuída é considerada um item
de custo direto. Por outro lado, outros itens, como energia elétrica, mão de
obra de supervisão, depreciação de máquinas e mão de obra de gerência têm
sua alocação aos produtos de forma mais complicada, demandando critérios
de rateio ou direcionadores que, muitas vezes, são arbitrários ou difíceis de
compreender. Por conta disso, são considerados itens de custo indireto.

A empresa, para buscar o lucro, deve ter produtos para venda, por
isso, precisa realizar a produção de estoque para atender aos pedidos de
compras. No estoque, mesmo que os produtos tenham um valor unitário
diferente, não alteram a política da empresa em adotar um procedimento de
controle por meio dos métodos de custeio.

Revisando esses conceitos, podemos passar para a contabilização


de custos, não é mesmo? Afinal, a contabilidade de custos envolve diversos
fatores relacionados à empresa, incluindo o inventário de materiais. Este
se trata da contagem de todos os itens e produtos que estão estocados
na organização, estando diretamente ligado à contabilidade de custos e
contabilidade geral.

Dessa maneira, ao longo desta unidade, entenderemos a apuração de


custos de fabricação, a formação de preço de mercado e a contabilização dos
custos, evidenciando, logicamente, a importância da contabilidade de custos
para as empresas.

89
90
TÓPICO 1
UNIDADE 3

1. Apuração dos custos de


fabricação

1.1 Introdução do tópico


Para separar os custos envolvidos no processo produtivo de uma empresa,
é crucial termos familiaridade com os conceitos de custos diretos, indiretos,
variáveis e fixos. O cálculo de cada um deles é nada mais que o resultado de
várias rotinas e inúmeros movimentos realizados durante o mês.

O inventário do estoque é essencial para que a empresa tenha o controle


de seus itens, a fim de desempenhar de forma ágil suas funções e obter os dados
consolidados de todas essas informações diferentes para atingir o valor final.

Pensando nesse contexto, no decorrer deste primeiro tópico, aprenderemos


como calcular cada tipo de despesa que compõe o custo final da produção. Assim,
para melhor compreender a apuração dos custos de fabricação, focaremos na
composição do cálculo do custo final de produção. Acompanhe!

1.2 Custo dos materiais comprados


O controle da recepção do material é o processo que gera informações
sobre os custos de materiais comprados. Diante disso, as matérias-primas e os
componentes adquiridos pela empresa devem ser controladas pelo cálculo do
custo médio ponderado, ou seja, cada material recebido é atualizado nos valores
integrados ao preço e multiplicado pelo valor do item no inventário, dividido
pelo valor total. Obtém-se, então, um custo médio ponderado. Aliás, sua fórmula
é dada por: (valor do produto (NF) x quantidade recebida) + (custo unitário x
quantidade de estoque) ÷ (quantidade de estoque + quantidade recebida).

Por exemplo, imaginemos um estoque inicial, em 1 de setembro, composto


por 30 unidades de postes. Estes foram adquiridos por R$ 400,00 cada um,
totalizando R$ 12.000,00. Observe a figura a seguir para analisar as demais baixas!

Tabela 11 - Custo médio ponderado


Data Descrição Quantidade Valor unitário Valor total
2 setembro Compra 10 R$ 420,00 R$ 4.200,00
3 setembro Venda 3 R$ 500,00 R$ 1.500,00
4 setembro Venda 28 R$ 450,00 R$ 12.600,00
5 setembro Compra 5 R$ 410,00 R$ 2.050,00
6 setembro Venda 10 R$ 480,00 R$ 4.800,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).


91
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

Agora, verifique o exemplo a seguir, que calcula o custo médio de um


produto específico. Primeiramente, temos o cálculo de custo médio em cada saída
e, em seguida, o cálculo levando em conta a saída no final do mês.

Tabela 12 - Custo médio ponderado com resultado final

Data Entrada Saída Saldo

Quant V.U Total Quant V.U Total Quant V.U Total

01/set 30 R$ 400,00 R$ 12.000,00

02/set 10 R$ 420,00 R$ 4.200,00 40 R$ 405,00 R$ 16.200,00

03/set 3 R$ 405,00 R$ 1.215,00 37 R$ 405,00 R$ 14.985,00

04/set 28 R$ 405,00 R$ 11.340,00 9 R$ 405,00 R$ 3.645,00

05/set 5 R$ 410,00 R$ 2.050,00 - 14 R$ 406,79 R$ 5.695,00

06/set 10 R$ 406,79 R$ 4.067,86 4 R$ 406,79 R$ 1.627,14

Soma 15 R$ 6.050,00 41 R$ 16.622,86 4 R$ 406,79 R$ 1.627,14

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

O custo médio ponderado é o método de avaliação em que podemos


definir o valor de produtos do estoque. Em cada unidade adquirida, o cálculo sofre
atualizações e, consequentemente, o estoque também devido à compra de outras
unidades com um preço diferente. Assim, o método do custo médio ponderado
tem importância porque, com ele, o gestor consegue visualizar o comportamento
de seus produtos na expedição.

Ainda sobre os custos dos materiais comprados, podemos comentar a


respeito dos critérios de inventários de materiais. No final de cada período, a
empresa faz a apuração dos resultados por meio da elaboração das demonstrações
contábeis e do inventário de todos os materiais que estão em estoque.

E
IMPORTANT

Os critérios de inventários mais conhecidos são o PEPS (primeiro que


entra, primeiro que sai), o UEPS (último que entra, primeiro que sai) e o custo médio
ponderado, que conhecemos e estudamos anteriormente.

O PEPS é a sigla para a expressão “primeiro que entra, primeiro que sai”.
Nesse método, podemos dizer que os estoques são avaliados pelos custos de
aquisições mais recentes. Por exemplo, peguemos o mesmo caso anterior, com os
mesmos dados. Pelo método em questão, temos o seguinte:

92
Apuração dos custos de fabricação

Tabela 13 - Contabilização do PEPS


Data Entrada Saída Saldo
Quant V.U Total Quant V.U Total Quant V.U Total
01/set 30 R$ 400,00 R$ 12.000,00

10 R$ 420,00 R$ 4.200,00 30 R$ 400,00 R$ 12.000,00


02/set
10 R$ 420,00 R$ 4.200,00

3 R$ 500,00 R$ 1.500,00 27 R$ 400,00 R$ 10.800,00


03/set
10 R$ 420,00 R$ 4.200,00

27 R$ 400,00 R$ 10.800,00 9 R$ 420,00 R$ 3.780,00


04/set
1 R$ 420,00 R$ 420,00

5 R$ 410,00 R$ 2.050,00 - 9 R$ 420,00 R$ 3.780,00


05/set
- - 5 R$ 410,00 R$ 2.050,00

- 9 R$ 420,00 R$ 3.780,00
06/set
- 1 R$ 410,00 R$ 410,00 4 R$ 410,00 R$ 1.640,00

Soma 15 R$ 6.250,00 41 R$ 16.910,00 4 R$ 410,00 R$ 1.640,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Com o método PEPS, a empresa consegue reduzir a necessidade de manter


produtos parados em seu estoque. A redução de armazenamento gerará, então,
uma rotatividade de produtos, havendo lucro de forma mais rápida.

Já o UEPS vem da expressão “último que entra, primeiro que sai”. Trata-
se de um método que apresenta os estoques com valores mais reduzidos e custos
dos produtos vendidos mais elevados. Ainda com base no exemplo, anterior,
temos que:

Tabela 14 - Contabilização do UEPS


Data Entrada Saída Saldo
Quant V.U Total Quant V.U Total Quant V.U Total
01/set 30 R$ 400,00 R$ 12.000,00
10 R$ 420,00 R$ 4.200,00 30 R$ 400,00 R$ 12.000,00
02/set
10 R$ 420,00 R$ 4.200,00
3 R$ 420,00 R$ 1.500,00 30 R$ 400,00 R$ 12.000,00
03/set
7 R$ 420,00 R$ 2.940,00
7 R$ 420,00 R$ 2.940,00 9 R$ 420,00 R$ 3.600,00
04/set
21 R$ 400,00 R$ 8.400,00
5 R$ 410,00 R$ 2.050,00 - 9 R$ 400,00 R$ 3.600,00
05/set
- - 5 R$ 410,00 R$ 2.050,00
- 5 R$ 410,00 R$ 2.050,00
06/set
- 5 R$ 400,00 R$ 2.000,00 4 R$ 410,00 R$ 1.640,00
Soma 15 R$ 6.250,00 41 R$ 16.910,00 4 R$ 410,00 R$ 1.640,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

93
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

O UEPS é um dos métodos de controle de inventário mais eficiente


para planejamento de produção, permitindo rápidos ajustes aos preços e às
quantidades que devem ser fabricados após o consumo concretizado. Assim,
os últimos produtos que entram no estoque devem ser vendidos. Claro que há
um consumo médio desse tempo para que o previsto de novos produtos esteja
disponível.

O objetivo desses métodos é separar o custo dos produtos entre o que


foi vendido e o que permaneceu em estoque. A próxima tabela nos traz um
comparativo dos três métodos de inventários para melhor compreendermos cada
um deles.

Tabela 15 - Comparativo entre métodos

CMP PEPS UEPS

Vendas R$ 18.900,00 Vendas R$ 18.900,00 Vendas R$ 18.900,00

(-) CMV R$ 16.622,80 (-) CMV R$ 16.610,00 (-) CMV R$ 16.500,00

(=) RCM R$ 2.277,20 (=) RCM R$ 2.290,00 (=) RCM R$ 2.400,00

Estoque final R$ 1.627,20 Estoque final R$ 1.640,00 Estoque final R$ 1.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

No Brasil, o método de avaliação de estoque para as empresas é muito


importante, pois os gestores conseguem fazer um planejamento e controle da
produção.

1.3 Custo de mão de obra


Os custos de mão de obra estão relacionados às despesas com o pessoal
envolvido diretamente na produção de um serviço ou produto específico. Em
outras palavras, esse custo diz respeito aos valores do pagamento de profissionais
responsáveis pelo que a empresa faz ou fabrica para seus clientes e consumidores.

Martins (2018, p. 122), conceitua como custos de mão de obra:

[…] a parte relativa ao tempo realmente utilizado no processo de


produção, e de forma direta. Se alguém deixa, por qualquer razão,
de trabalhar diretamente o produto, esse tempo ocioso ou usado em
outras funções deixa de ser classificado como mão de obra direta.

Ainda podemos dizer que esse tipo de custo é a funcionalidade da força de


trabalho direto. Ele nos permite medir, do ponto de vista contábil, a quantidade
de trabalho utilizada para produzir cada mercadoria oferecida pela organização.

94
Apuração dos custos de fabricação

NOTA

A legislação brasileira, no âmbito trabalhista, nos traz que o funcionário,


ao chegar no fim do mês com 220 horas trabalhadas, será remunerado com o salário
acordado. Isso representa um gasto mensal fixo para o negócio. No entanto, os
profissionais de contabilidade de custos alertam que, mesmo que o funcionário esteja
disponível 220 horas, isso não significa que, na verdade, ele produziu em todos os
momentos.

Martins (2018), inclusive, em seu livro Contabilidade de Custos, faz uma


estimativa do número máximo de horas que um trabalhador pode oferecer à
empresa, considerando um exemplo possível. Veja a tabela a seguir.

Tabela 16 - Horas do funcionário à disposição da empresa

Número total de dias por ano 365 dias

(-) Repousos semanais remunerados* 48 dias

(-) Férias 30 dias

(-) Feriados 12 dias

(=) Número máximo de dias à disposição do funcionário 275 dias


x jornada diária (em horas) 7,3333 horas

(=) Número máximo de horas à disposição por ano 2.016,7 horas

*Deduzidas quatro semanas já computadas nas férias

Fonte: Adaptada de Martins (2018).

95
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

Ainda sobre o assunto, Martins (2018) exemplifica o cálculo de remuneração


anual de um funcionário. Observemos a próxima tabela.

Tabela 17 - Cálculo de remuneração anual

Salários = 2.016,7 horas R$ 10,00 R$ 20.167,00

Repousos semanais = 48 7,3333 = 352 horas R$ 10,00 R$ 3.520,00

Férias = 30 dias 7,3333 = 220 horas R$ 10,00 R$ 2.200,00

13º Salário = 220 horas R$ 10,00 R$ 2.200,00

Adicional constitucional de férias = 1/3 das férias R$ 733,33

Feriados = 12 7,3333 horas = 88 horas R$ 10,00 R$ 880,00

Total R$ 29.700,33

Fonte: Adaptada de Martins (2018).

Vale lembrarmos que cada funcionário é obrigado a pagar os tributos e as


contribuições mensalmente. Por conta disso, muitas empresas fazem o cálculo do
custo do funcionário para empresa, conforme podemos observar na sequência.

Tabela 18 - Contribuições mensais


Previdência Social 20%

Fundo de Garantia 8%

Seguro de acidentes do trabalho 3%

Salário-educação 2,5%

SESI ou SESC 1,5%

SENAI ou SENAC 1%

INCRA 0,2%

SEBRAE 0,6%

Total 36,8%

Fonte: Adaptada de Martins (2018).

O cálculo do custo total anual para o empregador será, então, dado por:

R$ 29.700,33 x 1,368 = R$ 40.630,05

R$ 40.630,05 ÷ 2.016,7 = R$ 20,14

96
Apuração dos custos de fabricação

Martins (2018, p. 124) complementam que “Os encargos sociais mínimos


provocaram, então, um acréscimo de (20,14 ÷ 10,00) – 1 = 101,4% sobre o salário-
hora contratado”. Nesse caso, esses hobbies não são mais classificados como forma
de trabalho direto e tempo, sendo incluídos como custos indiretos para a taxa de
produção.

Em resumo, a folha de pagamento é considerada um custo fixo quando se


obedece às 220 horas e não há possibilidade de comissões. No entanto, o custo do
trabalho direto é variável porque pode sofrer mudanças na função da produção.

1.4 Custos indiretos


Podemos definir os custos indiretos como os gastos que não apropriamos
diretamente no processo produtivo, apenas no final. Diz respeito a um preço
comum para tipos diferentes de mercadorias, sem separar o pacote de cada
produto referente à quantidade unitária no exato momento em que ocorre o
rateio.

Martins (2018, p. 69) nos explica que “[…] todos os custos indiretos só
podem ser alocados, por sua própria definição, de forma indireta aos produtos,
isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de
custos etc.”. De acordo com o autor, podemos apresentar um exemplo que mostra
a importância dos custos indiretos em um departamento na empresa:

• custo fixo por mês de mão de obra indireta, seguros, depreciação,


parte do aluguel, entre outras inclusões = R$ 800.000,00;
• custo variável de materiais, consumo de energia, ferramentas etc. =
R$ 500,00/hm.

Frente a esses dados, a fim de verificarmos o potencial que cada


departamento retrata enquanto beneficiário dos serviços de manutenção,
pensemos que a empresa em questão elaborou uma média dos últimos cinco
anos, concluindo que:

• departamento de furação = 25% dos trabalhados da manutenção;


• departamento de fresagem = 40% dos trabalhados da manutenção;
• pintura = 15% dos trabalhados da manutenção;
• laboratório = 20% dos trabalhados da manutenção.

97
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

Em determinado mês, contabilizou-se um total de 1.800 horas de trabalho


(530 horas para furação, 880 horas para fresagem, 390 horas para laboratório e
nada para pintura). Com isso, o custo total da manutenção pode ser observado a
seguir.

Tabela 19 - Custo total da manutenção


Custo fixo R$ 800.000,00

Custo variável R$ 900.000,00

Total R$ 1.700.000,00

Fonte: Adaptada de Martins (2018).

É importante compreendermos que os custos indiretos fazem parte da


composição do preço final do produto, porém não são mensuráveis.

Tabela 20 - Rateio de manutenção


Função Fresagem Pintura Laboratório

Parte fixa
com base no 25% 40% 15% 20% 100%
potencial (média $ 200.000 $ 320.000 $ 200.000 $ 160.000 $ 800.000
últimos anos)

Parte variável
com base no 530h x $ 500/h = 880h x $ 500/h = 390h x $ 500/h =
- $ 900.000
número de $ 265.000 $ 440.000 $ 195.000
horas utilizadas

Total $ 465.000 $ 760.000 $ 120.000 $ 355.000 $ 1.700.000

Fonte: Adaptada de Martins (2018).

A respeito desse exemplo, o autor nos traz o seguinte:

Entre outras verificações que poderiam ser feitas, bastaria lembrar


que, se a distribuição fosse com base somente no potencial, a pintura
receberia R$ 255.000 (15% de R$ 1.700.000), recebendo parte do custo
variável pelo qual ela não foi absolutamente responsável e, caso
houvesse a alocação somente por horas de trabalho, a pintura não
receberia nada, apesar de a manutenção ter parte de seus custos fixos
também devido à necessidade de ter condições de prestar serviços à
pintura. (MARTINS, 2018, p. 124)

Os custos indiretos, quando apropriados ao produto, nos indica que,


quando o item saiu da linha de produção, inicia-se a vinculação dos gastos.
Desse modo, temos o rateio dos gastos proporcionalmente à sua participação na
composição do produto.

98
Apuração dos custos de fabricação

Figura 18 - Diferença entre mão de obra indireta, materiais indiretos e outros custos indiretos

Mão de obra indireta


Materiais indiretos
É representada pelo trabalho
nos departamentos auxiliares, Outros custos indiretos
serviços ou prestadores de São materiais utilizados em
serviços que não são atividades de produção Estão relacionados à presença
mensuráveis em qualquer auxiliares ou cuja relação com de fabricação ou prestação de
produto ou serviço executado, o produto é irrelevante, como serviços, como amortização,
como supervisores de mão de gorduras e lubrificantes, seguro, manutenção de
obra, controle de qualidade, lixamento etc. equipamentos etc.
entre outros.

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Embora tenhamos que saber que há despesas e entender o quanto elas


representam para os cofres da empresa, não é possível determinar exatamente
quanta energia foi gasta com cada porta produzida, por exemplo. Nesse caso,
a solução é usar o que chamamos de critério aparente, que é estabelecer uma
proporção aproximada.

99
AUTOATIVIDADE

1. Imagine o seguinte: no departamento de estoque da empresa São


Paulo Ltda. trabalha Chico, que tem um salário de R$ 5,00 por hora trabalhada.
O regime de trabalho em questão é de 44 horas semanais, sendo que Chico
trabalha 15 dias por ano.

Os encargos e as contribuições que incidem sob a folha de salário são:

20% para INSS;

8% para FGTS;

5,8% para entidade “S” (SENAI, SENAI etc.);

3% para seguro contra acidentes do trabalho.

Trabalhando cinco dias de trabalho, sabendo que o funcionário não


costuma requerer abono pecuniário de férias, temos o seguinte:

Total dias do ano 365


(-) Domingo (48)
(-) Sábado (48)
(-) Férias (30)
(-) Faltas abonadas e férias (15)
Dias de trabalho na empresa 224

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Ao todo, podemos considerar que Chico trabalha 44 5 = 8,8 horas por


dia.

Diante dessas informações, qual é o custo total do funcionário para a


empresa por ano? Qual é a média de horas que o funcionário fica à disposição
da empresa por ano? Qual é o custo médio de horas que o funcionário fica à
disposição da empresa por ano?

Já para a média de horas que o funcionário fica à disposição da empresa


por ano, devemos considerar: 8,8 horas por dia 224 dias = 1.971,20 horas.

Para identificar o custo médio de horas que Chico fica à disposição da


empresa por ano, pegamos o custo total e divididos pela média de horas: =
R$ 11,95 por hora.

100
2. Considerando nossos estudos, sabemos que as empresas podem utilizar
a contabilidade e suas particularidades para controlar gastos, ganhos e outras
informações pertinentes ao negócio, não é mesmo? Assim, imaginemos que uma
empresa apresentou as seguintes movimentações na conta estoque de mercadoria:

• dia 5 = compra de 10 unidades por R$ 25,00 cada;


• dia 10 = venda de quatro unidades por R$ 35,00 cada;
• dia 15 = venda de cinco unidades por R$ 40,00 cada;
• dia 20 = compra de cinco unidades por R$ 30,00 cada;
• dia 25 = venda de 10 unidades por R$ 40,00 cada.

Utilizando o método do primeiro que entra, primeiro que sai, mais


conhecido como PEPS, podemos chegar a qual conclusão?

3. Para controlar seus dados e, principalmente, as informações de estoque


e mercadorias, as organizações podem utilizar os métodos de custeio. Com eles,
tem-se uma visão mais apurada para a tomada de decisões assertivas.

Nesse sentido, imagine que determinada empresa apresentou as seguintes


movimentações na conta estoque de mercadoria, em determinado mês:

Data Descrição Quantidade Valor unitário Valor total


02/06/2016 Estoque inicial 100 R$ 750,00 R$ 75.000,00
02/06/2016 Venda 60 R$ 800,00 R$ 48.000,00
10/06/2016 Compra 90 R$ 850,00 R$ 76.500,00
23/06/2016 Venda 80 R$ 875,00 R$ 70.000,00
25/06/2016 Compra 90 R$ 950,00 R$ 85.500,00
29/06/2016 Venda 150 R$ 1.010,00 R$ 151.500,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Considerando o método de custo médio ponderado, é correto afirmar que


a quantidade total, o valor unitário total e o total são de, respectivamente:

( ) 10 unidades, R$ 56,56 e R$ 565,63.

( ) 15 unidades, R$ 45,40 e R$ 657,00.

( ) 20 unidades, R$ 59,80 e R$ 897,98.

( ) 15 unidades, R$ 45,50 e R$ 750,98.

101
AUTOATIVIDADE

4. Com base no que estudamos até o momento, sabemos que o custo


de inventário de estoque traz uma lista completa de todos os produtos
preservados no estoque da empresa. Esse inventário identifica, classifica e
determina o valor de cada produto.

Sendo assim, em uma empresa que avalia o estoque final pelas compras
mais recentes, enquanto o custo das mercadorias vendidas é avaliado pelas
aquisições antigas, dizemos que ela pratica o método:

( ) PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai).

( ) UEPS (último que entra, primeiro que sai).

( ) custo médio ponderado.

( ) inventário normal.

102
Apuração dos custos de fabricação

5. Como já sabemos e aprendemos ao longo deste material, alguns gastos


não têm relação direta com o produto, a exemplo dos salários do departamento
administrativo, das despesas com copa e do material de expediente.

Nesse sentido, estamos nos referindo ao quê?

( ) À mão de obra direta.

( ) Ao custo indireto.

( ) Ao custo direto de fabricação.

( ) À mão de obra indireta.

103
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

104
TÓPICO 2
UNIDADE 3

2. Formação de preço

2.1 Introdução do tópico


Um dos maiores desafios daqueles que querem entrar no mercado com um
produto ou serviço inovador é definir quanto cobrar pelos produtos e/ou serviços
oferecidos e de que modo fazer esse cálculo. Afinal, é necessário considerar alguns
fatores para especificar um preço equilibrado e dentro da média de mercado.

Martins (2018, p. 205, grifo nosso) descreve a formação de preço:

Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer


o custo do produto; porém essa informação, por si só, embora seja
necessária, não é suficiente. Além do custo, é preciso saber o grau de
elasticidade da demanda, os preços de produtos dos concorrentes, os
preços de produtos substitutos, a estratégia de marketing da empresa
etc.; e tudo isso depende também do tipo de mercado em que a
empresa atua, que vai desde o monopólio ou do monopsônio até a
concorrência perfeita, mercado de commodities etc.

Esse processo é importante porque permite que consideremos um preço


que, simultaneamente, compete com relação aos concorrentes, mas também é
atraente para os clientes, cobrindo custos e possibilitando que a empresa seja
lucrativa.

Nesse sentido, a partir deste tópico, explicamos o que é a formação de


preços, como funciona seu cálculo, de que maneira devemos calcular os preços
dos parceiros e quais são os principais métodos de preços que podemos utilizar
no processo.

2.2 Formação do preço de venda baseado nos


investimentos
A empresa pode optar pela aquisição de uma nova máquina que será
utilizada no processo de produção, por exemplo, o que representa um investimento.
As despesas desse investimento estarão presentes na formação do preço de venda
do produto relacionado. Assim, no momento de estudar a formação de preço do
produto, a empresa deve considerar o valor de tal investimento para que tenha o
retorno dele.

105
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

A fórmula para cálculo é dada pelo custo pleno, mais a porcentagem


de retorno, vezes o capital investido, divididos pelo volume. Por exemplo,
imaginemos que determinada empresa apresenta as seguintes informações:

• custo pleno no valor de R$ 6,50;


• retorno desejado de 20%;
• capital investido no valor de R$ 10.000,00;
• volume de vendas de 1.000 unidades.

Nesse caso, temos que o preço de venda = R$ 6,50 + (0,20 x 10.000) / 1.000.
Fazendo as contas, o PV totaliza R$ 8,50.

2.3Formaçãodopreçodevendabaseadonamaximização
dos lucros e nos gastos
No que tange à maximização dos lucros, cabe à empresa, no momento de
realizar o cálculo da precificação do produto, acrescentar o percentual desejado.
Dessa forma, ela buscará as estimativas (projeções) para obter o máximo benefício.

No entanto, atualmente, as empresas estão procurando por sistemas de


informação para melhorar o controle de seus custos no processo de produção.
Isso facilita a formação dos preços de seus produtos conforme os gastos, uma vez
que a organização passa a conhecer seus custos de produção.

Dessa forma, o empresário estabelece as políticas que chamamos de


vantagens competitivas, realizando uma gestão de todo o processo de produção,
desde a compra de matéria-prima (custos fixos e variáveis) que chegam na entrega
do seu produto (custos fixos e variáveis) até a finalização do item. A base de preço
é a marcação.

2.4 Formação do preço de venda pelos métodos de


custeio
A formação do preço de venda de acordo com o método de absorção
considera que os custos dos produtos consistem nas despesas incorridas no
processo produtivo, como matérias-primas totais consumidas em trabalho
direto, custos indiretos e preço de venda dos itens. Porém, ao aplicarmos todos os
custos incorridos na comercialização de um produto ou na oferta de um serviço,
devemos nos atentar ao fato de que o preço de venda calculado pode resultar em
um valor maior que o produto ou serviço.

Já a formação do preço de venda pelo método de custo variável nos traz


que o valor total de custos e os encargos fixos da organização são projetados
em determinado período. A soma desses gastos (despesas) com o valor de lucro
desejado nos permite realizar simulações de vários preços em função do volume
de produção até o intervalo da margem de contribuição.
106
Formação de preço

A fórmula para cálculo diante do método de custo variável é dada por:


P = (CT) + R% x CI) / V, em que P é o preço, CT diz respeito aos custos totais,
R% é o retorno, CI é o custo de investimento e V está relacionado aos produtos
produzidos.

Vejamos um exemplo para melhor entendimento: certa empresa fez a


aquisição de uma máquina no valor de R$ 50.000,00 para aperfeiçoar o processo
produtivo. O setor de custos, então, planejou que o capital investido nessa
aquisição proporcionasse um retorno de 20%. Os custos eram os seguintes:

• salários no valor de R$ 24.000,00;


• materiais diretos no valor de R$ 18.000,00;
• depreciação no valor de R$ 8.000,00;
• outros gastos no valor de R$ 20.000,00.

No mês de julho de 2017, a empresa desejava produzir 800 mil biscoitos


de chocolates. Diante dos dados, qual seria o preço mínimo a ser cobrado para
cada do biscoito? Vamos realizar os cálculos para descobrir esse valor?

Lucro auferido = R$10.000,00 (20% x 50.000)

P = (CT + R% × CI) / V

P = (70.000 + 20% 50.000) / 800.000

P = R$ 0,10

A formação de preço pode ser calculada de diversas formas, mas o


importante é que, na base de custo, lembremos do custo de produção (se for
indústria) ou do custo de aquisição (se for comércio). Ainda, ela resulta na tomada
de decisão da empresa, observando que custos, despesas e gastos formarão o
preço de venda.

Diante disso, um dos métodos para a formação de preço utilizado pelas


empresas é o markup, que iremos estudaremos a seguir. Continue a leitura do
material!

2.4.1 Markups multiplicador e divisor


O markup é um índice aplicado no somatório dos custos de um produto
com a finalidade de formar o preço de venda. Ele pretende que o preço final do
produto cubra toda a margem de custos, sendo a produção variável e os custos
de ganho adequados à margem de cada produto. Aliás, esse índice pode ser
calculado de duas maneiras: multiplicando, que multiplica o custo para obter o
preço de venda; e dividindo, que divide o custo para se obter o preço de venda.

107
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

O método de markup significa adicionar uma margem de lucro ao custo do


produto ou à unidade de serviço para obter o preço de venda. Precisamos, então,
calcular a marcação que os impostos, as comissões, as despesas administrativas,
as despesas financeiras e as ações de lucro desejadas são necessárias. Com o
índice em mãos, a empresa garantirá que o preço do produto ou serviço abrange
despesas e ganhos.

A fórmula do markup multiplicador é dada pelo preço de venda dividido


pelo custo variável e por 1, dividido por 1, menos a soma das taxas percentuais.
Por outro lado, a fórmula do markup divisor é dada pelo custo variável, dividido
pelo preço de venda e por 1, menos a soma das taxas percentuais. Isto é:

Markup multiplicador =

Markup multiplicador =

Markup divisor =

Markup divisor =

Vejamos um exemplo de markup divisor em que descobriremos o custo


total de venda (CTV): suponha que tenhamos comprado um produto por R$ 30,00
(CMU = 30), sendo que o seu ICMS é de 18%, a taxa de despesas administrativas é
de 6,45%, a participação do frete é de 2,75% e o lucro desejado é de 10%.

Com essas informações, temos que o custo total de venda (CTV) é dado
por:

Tabela 21 - Custo total de venda do exemplo

ICMS 18%
Despesas administrativas + 6,45%
Frete + 2,75%
Lucro desejado + 10%
Custo total de vendas (CTV) = 37,2%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Agora, descobriremos o markup divisor (MKD): com o custo total de venda


e o custo da mercadoria por unidade em mãos, podemos aplicar a fórmula MKD
= (PV – CTV) / 100. Note que o preço de venda deve ser correspondente a 100%,
logo, temos que:

MKD = (100 – 37,2%) / 100

MKD = 62,8 / 100

MKD = 0,628

108
Formação de preço

Em um terceiro momento, encontraremos o preço de venda. Com o markup


divisor calculado anteriormente, podemos descobrir a qual valor o produto
deve ser vendido para que a empresa possa obter o lucro desejado. Para tanto,
utilizamos a fórmula PV = CMU / MDK, em que temos o seguinte:

PV = 10 / 0,627

PV = R$ 15,95

Portanto, podemos concluir que o produto deve ser vendido pelo valor
de R$ 15,95, caso a organização busque uma taxa de lucro de 10%, considerando,
ainda, todos os custos envolvidos no caso apresentado.

Vejamos, agora, o markup multiplicador, que é muito útil para os cenários


em que temos custos operacionais em todo o estabelecimento. Com ele, se os
gastos forem padronizados, é possível aplicar o mesmo índice em tudo!

Nosso primeiro passo será encontrar o markup multiplicador (MKM).


Ainda com base nos dados do exemplo anterior, temos o markup divisor de 0,627,
certo? Pegando esse valor e aplicando na fórmula MKM = 1 / MKD, chegamos ao
seguinte:

MKM = 1 / 0,627

MKM = 1,59

Feito isso, encontraremos o preço de venda aplicando a fórmula PV = PC


MKM, lembrando, claro que nosso preço de custo é de R$ 10,00. Assim, temos
que:

PV = 10 1,59

PV = R$ 15,95

Como podemos notar em nosso exemplo, a aplicação do markup


multiplicador é mais rápida e simples que o divisor, mas isso só é possível quando
obtemos as mesmas condições de custos e desejamos o mesmo lucro sob todos os
produtos. Do contrário, é mais vantajoso utilizar o markup divisor.

109
AUTOATIVIDADE

1. Pense no seguinte caso: atualmente, você paga R$ 3,50 pelo quilo


da chapa de aço (custo). O ICMS envolvido é de 18%, assim como há PIS
e CONFINS de 4,65%, mais comissão do vendedor de 3,5%, despesas
administrativas de 7,5%. O lucro que deseja obter ante o imposto é de 10%.
Com isso, temos que:

Preço de venda (PV) 100,00%


ICMS na venda 18,00%
PIS e COFINS 4,65%
Comissões 3,50%
Despesas administrativas 7,5%
Lucro antes dos impostos 10,00%
Total custo total venda (CTV) 56,35%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Nesse sentido, qual seria o markup divisor, considerando as informações


dispostas?

( ) MKD = R$ 2,30.

( ) MKD = R$ 1,00.

( ) MKD = R$ 4,50.

( ) MKD = R$ 3,40.

2. O markup multiplicador é índice aplicado ao custo de um produto e/


ou serviço para a precificação, com base na margem de contribuição, acrescido
do valor do custo unitário. Nesse sentido, considerando a mesma empresa da
primeira questão, temos:

Preço de venda (PV) 100,00%


ICMS na venda 18,00%
PIS e COFINS 4,65%
Comissões 3,50%
Despesas administrativas 7,5%
Lucro antes dos impostos 10,00%
Total custo total venda (CTV) 56,35%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Diante disso, já com o markup divisor em mãos, qual seria o markup


multiplicados, considerando as informações dispostas?

( ) MKM = R$ 2,60.

110
( ) MKM = R$ 2,29.

( ) MKM = R$ 5,10.

( ) MKM = R$ 1,70.

3. O preço de vendas é a decisão de compra. No entanto, vivemos em meio


a um mercado extremamente competitivo, fazendo com que o cliente desembolse
valores diferenciados para a aquisição de bens e serviços necessários.

Vamos, então, pensar em uma situação que nos traz os seguintes dados:

• custo direto variável = R$ 20,00;


• despesas variáveis = 7%;
• despesas fixas = 30%;
• lucro líquido = 8%.

Com base na fórmula CU / 100% - (%CV + %DF + %ML), qual seria o valor
de markup?

( ) R$ 45,60.

( ) R$ 34,75.

( ) R$ 36,36.

( ) R$ 54,89.

4. O preço de venda é um determinante para que a empresa tenha sucesso


diante de um mercado tão competitivo quanto o nosso. Sem ele, é possível que
os clientes sigam por outros caminhos devido à falta de cuidado nesse quesito.

Sendo assim, defina com as suas palavras o conceito de preço de venda.

5. É importante lembrarmos que o valor que permanece no cálculo do


markup é a margem de chamada do post. Podemos entender como os pequenos
valores os quais devem ser adicionados. No final do mês, deve ser suficiente para
pagar todos os custos, enquanto o restante será o resultado que se teve com a
produção.

Nesse sentido, com base em nossos estudos, explique o que é o markup.

111
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

112
TÓPICO 3
UNIDADE 3

3. Contabilização de custos

3.1 Introdução do tópico


A contabilização de custos pode parecer simples em um primeiro
momento, mas isso se deve ao fato de que muitos cálculos são, de fato, mais
fáceis de serem resolvidos. No entanto, também existem outros que exigem maior
atenção devido à sua alta complexidade. É o caso dos custos que veremos ao
longo deste tópico.

Figura 19 - Esquema básico da contabilidade de custos

Custos Despesas

Indiretos Diretos

Vendas
Rateio

Produto A

Produto B

Produto C

Estoque

Custo dos
Produtos vendidos

Resultados

Fonte: Martins (2018, p. 47).

Antes de iniciarmos, precisamos conceituar o método das partidas


dobradas: com ele, para cada lançamento contábil em débito deve haver um
lançamento em crédito correspondente. A contabilização de custos deve cumprir
os padrões de débito e crédito. Além disso, a escrituração deve ser nos livros caixa
e razão, também seguindo a prática da contabilidade geral. Lembrando, claro,
que o débito representa os bens e direitos, ao passo que o crédito representa as
obrigações.

113
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

Aliás, dentro desse contexto, você já ouviu falar dos livros caixa, diário e
razão? Pois este será o assunto do nosso primeiro item. Acompanhe o conteúdo
com atenção!

3.2 Livros caixa, diário e razão


Na escrituração contábil, utilizamos o livro diário, em que são registrados,
em ordem cronológica, todos os fatos contábeis de uma empresa. Já o livro razão
é detalhado com o nome das iniciativas no livro diário, agrupado em conta.

No que diz respeito à semelhança entre esses dois livros, podemos


mencionar: ordem cronológica de lançamentos, obrigatoriedade em haver
abertura e encerramento, obediência ao método das partidas dobradas e
apresentação da escrituração contábil digital (ECD) ou SPED contábil. Além disso,
eles são utilizados no período de escrituração, a partir das mesmas informações.
Não devem conter entrelinhas, rasuras ou qualquer indício que faça com que os
registros sejam duvidosos.

Na contabilidade, para o registro dos fatos ocorridos nas operações, as


empresas utilizam as contas contábeis para registrar os resultados, aplicando
os razonetes. Por exemplo, imaginemos que determinada empresa foi realizar
a contabilização do custo de um novo produto. O setor de produção apurou
as informações referentes ao processo produtivo e repassou para o setor de
contabilidade realizar os lançamentos.

Inicialmente, conforme as indicações, deveriam ser lançados todos os


custos (diretos e indiretos) para uma conta chamada “custo de produção”.

Tabela 22 - Custos diretos e indiretos


Matéria-prima consumida R$ 3.000,00
Mão de obra (produção) R$ 6.000,00
Energia elétrica consumida R$ 1.500,00
Depreciação das máquinas R$ 500,00
Aluguel da fábrica R$ 1.500,00
Gastos gerais da fábrica R$ 600,00
Mão de obra (supervisão) R$ 900,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

No razonete, então, teremos algo como a tabela na sequência.

114
Contabilização de custos

Tabela 23 - Razonete dos lançamentos


Matéria-prima Energia elétrica Depreciação das
Mão de obra (produção)
consumida consumida máquinas
R$ 3.000,00 R$ 1.500,00 R$ 500,00 R$ 6.000,00
R$ 3.000,00 R$ 1.500,00 R$ 500,00 R$ 6.000,00
Mão de obra
Aluguel da fábrica Gastos gerais da fábrica Custo total de produção
(supervisão)
R$ 1.500,00 R$ 600,00 R$ 900,00 R$ 14.000,00
R$ 1.500,00 R$ 600,00 R$ 900,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Outro ponto é que deveriam ser lançados todos os custos de produção aos
estoques de cada produto, conforme podemos observar a seguir.

Tabela 24 - Custos de produção


Estoque de calças R$ 5.000,00
Estoque de camisas R$ 3.400,00
Estoque de jaquetas R$ 5.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Já no razonete, teremos algo como a tabela na sequência.

Tabela 25 - Razonete dos outros lançamentos


Estoque de calças Estoque de camisas Estoque de jaquetas Custo total de produção
R$ 5.000,00 R$ 3.400,00 R$ 5.600,00 R$ 14.000,00
R$ 14.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Também deveriam ser lançados todos os custos dos produtos vendidos de


cada item. Com isso, temos, então, as seguintes informações.

Tabela 26 - Custos dos produtos vendidos


Estoque de calças R$ 3.600,00
Estoque de camisas R$ 2.200,00
Estoque de jaquetas R$ 3.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Novamente precisamos criar o razonete, conforme nos traz a próxima


tabela.

Tabela 27 – Razonete de estoques


Estoque de calças Estoque de camisas Estoque de jaquetas Custo total de produção
R$ 5.000,00 R$ 3.400,00 R$ 5.600,00 R$ 9.400,00
R$ 3.600,00 R$ 2.200,00 R$ 3.600,00
R$ 1.400,00 R$ 1.200,00 R$ 2.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

115
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

Com as informações que temos até o momento, já é possível calcular o


resultado do período. Realizando os cálculos, temos os dados a seguir.

Tabela 28 - Apuração do resultado

Custo dos produtos vendidos R$ 9.400,00

Despesas de depreciação de escritório R$ 300,00

Aluguel do escritório R$ 700,00


Despesa financeira R$ 400,00
Gastos gerais de escritório R$ 200,00

Despesas de vendas R$ 400,00

Vendas a resultado R$ 15.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Para o razonete, com base nos cálculos anteriores, temos que:

Tabela 29 - Razonete conforme exemplo


Depreciação dos
Gastos gerais de
equipamento de Aluguel do escritório Despesas financeiras
escritório
escritório
R$ 300,00 R$ 700,00 R$ 400,00 R$ 200,00
R$ 300,00 R$ 700,00 R$ 400,00 R$ 200,00
Custo dos produtos
Despesas de vendas Vendas Resultado
vendidos
R$ R$ R$
R$ 400,00 R$ 9.400,00 R$ 9.400,00
15.000,00 11.400,00 15.000,00
R$
R$ 400,00 R$ 3.600,00
15.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Apuramos, então, um lucro líquido de R$ 3.600,00. Com isso, temos que:

Tabela 30 - Apuração do resultado do exemplo


Resultado
R$ 11.400,00 R$ 15.000,00
R$ 3.600,00
R$ 3.600,00
Lucro acumulado
R$ 3.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

116
Contabilização de custos

Na sequência, podemos realizar a apresentação do balanço patrimonial


da empresa em questão em 31/12/2020, bem como a demonstração de resultado
do exercício, conforme analisamos na próxima tabela.

Tabela 31 - Balanço patrimonial da empresa


Balanço patrimonial
Ativo circulante Passivo circulante
Caixa R$ 1.000,00 Duplicatas a pagar R$ 2.500,00
Banco conta em movimento R$ 2.400,00 Impostos a pagar R$ 1.500,00
Duplicatas a receber R$ 3.600,00 Total circulante R$ 4.000,00
Estoques Patrimônio líquido
Calças R$ 1.400,00 Capital social R$ 14.000,00
Camisas R$ 1.200,00 Lucros acumulados R$ 3.600,00
Jaquetas R$ 2.000,00 Total R$ 17.600,00
Total estoques R$ 4.600,00
Total circulante R$ 11.600,00
Ativo não circulante
Máquinas e equipamentos R$ 10.000,00
Total não circulante R$ 10.000,00
Total do ativo R$ 21.600,00 Total do passivo R$ 21.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Agora, vejamos como fica a demonstração de resultados do exercício.

Tabela 32 - Demonstração do resultado do exercício da empresa


Demonstração do resultado do exercício
Vendas R$ 15.000,00
(-) Custo dos produtos vendidos (R$ 9.400,00)
(=) Lucro bruto R$ 5.600,00
(-) Despesas operacionais (R$ 2.000,00)
(=) Lucro operacional R$ 3.600,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Observamos, assim, que o produto dará para a empresa um lucro


operacional no valor de R$ 3.600,00. Contudo, o importante aqui é apresentar a
formalização dos lançamentos contábeis na contabilidade de custos.

Vamos a um segundo exemplo?

117
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

A empresa Lãs Finas, por meio do método de custeio por absorção, quer
contabilizar e avaliar o seu estoque no final do exercício. Desse modo, vamos
iniciar pela separação dos custos e das despesas. A empresa informou os seguintes
gastos:

Tabela 33 - Gastos incorridos


Comissões de vendedores R$ 80.000,00
Salários da fábrica R$ 120.000,00
Matéria-prima consumida R$ 350.000,00
Salários da administração R$ 90.000,00
Depreciação da fábrica R$ 60.000,00
Seguros da fábrica R$ 10.000,00
Despesas financeiras R$ 50.000,00
Honorários da diretoria R$ 40.000,00
Materiais diversos da fábrica R$ 15.000,00
Energia elétrica da fábrica R$ 85.000,00
Manutenção da fábrica R$ 70.000,00
Despesas de entrega R$ 45.000,00
Correios, telefone, telex R$ 5.000,00
Material de consumo do escritório R$ 5.000,00
Total R$ 1.025.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Teremos como custos de produção os itens informados a seguir.

Tabela 34 - Custos de produção


Salários da fábrica R$ 120.000,00
Matéria-prima consumida R$ 350.000,00
Depreciação da fábrica R$ 60.000,00
Seguros da fábrica R$ 10.000,00
Materiais diversos da fábrica R$ 15.000,00
Energia elétrica da fábrica R$ 85.000,00
Manutenção da fábrica R$ 70.000,00
Total R$ 710.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Importante informar que os custos de produção são parte integrante


do custo dos produtos. Já as despesas vamos dividir em dois departamentos:
o primeiro é o departamento administrativo, enquanto o segundo será o
departamento de vendas.

118
Contabilização de custos

Tabela 35 – Departamentos e suas despesas


Departamento administrativo
Salários da administração R$ 90.000,00
Honorários da diretoria R$ 40.000,00
Correios, telefone e telex R$ 5.000,00
Material de Consumo do escritório R$ 5.000,00
Total R$ 140.000,00

Departamento de vendas
Comissões de vendedores R$ 80.000,00
Despesas de entrega R$ 45.000,00
Total R$ 125.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Despesas que não estão incluídas nos custos de produção e que totalizaram
no final do período o valor de R$ 315.000,00, fazem parte diretamente do resultado
do período, porém sem serem atribuídos aos produtos.

Agora, suponhamos que a organização em questão tem na sua linha de


produção três produtos diferentes, chamados A, B e C. Precisamos distribuir os
custos de produção direta para os três elementos. Também assumiremos que,
nessa empresa, além da matéria-prima, há custos diretos por parte da força de
trabalho e de energia elétrica.

Queremos saber, então, quanto de toda a matéria-prima utilizada,


do trabalho direto e da energia elétrica direta foi aplicado em A, B e C. Para o
consumo de matéria-prima, a empresa mantém um sistema de requisição. Desse
modo, também precisaremos descobrir quanto foi usado de material retirado do
armazém.

A partir desses dados, a seguinte distribuição é conhecida:

Tabela 36 - Distribuição
Produto A R$ 75.000,00
Produto B R$ 135.000,00
Produto C R$ 140.000,00
Total R$ 350.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

A mão de obra é um pouco mais complexa de ser distribuída, uma vez


que é necessário verificar os R$ 120.000,00. Para analisar esse ponto, a empresa
mantém uma declaração (verificação) da maneira como os trabalhadores atuam
em cada produto no mês e por quanto tempo. Esses detalhes e valores calculados
nos trazem o seguinte:

119
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

Tabela 37 - Mão de obra


Mão de obra
Indireta R$ 30.000,00
Direta
Produto A R$ 22.000,00
Produto B R$ 47.000,00
Produto C R$ 21.000,00 R$ 90.000,00
Total R$ 120.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Portanto, os R$ 90.000,00 serão atribuídos diretamente aos produtos,


enquanto os R$ 30.000,00 restantes serão adicionados à função de custo indireto.

A verificação do consumo de energia elétrica nos mostra que, após o


consumo anotado na fabricação de produtos durante o mês, R$ 45.000,00 são
diretamente atribuíveis, ao passo que R$ 40.000,00 são atribuíveis por critérios
aparentes.

Tabela 38 - Energia elétrica


Energia elétrica
Indireta R$ 40.000,00
Direta
Produto A R$ 18.000,00
Produto B R$ 20.000,00
Produto C R$ 7.000,00 R$ 45.000,00
Total R$ 85.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Após essas informações, apresentamos a tabela a seguir com o resumo


para que possamos realizar a apropriação na próxima etapa. Acompanhe!

Tabela 39 - Totalização dos custos diretos


Gastos Produto A Produto B Produto C Indiretos Total
Matéria-prima R$ 75.000,00 R$ 135.000,00 R$ 140.000,00 - R$ 350.000,00
Mão de obra R$ 22.000,00 R$ 47.000,00 R$ 21.000,00 R$ 30.000,00 R$ 120.000,00
Energia elétrica R$ 18.000,00 R$ 20.000,00 R$ 7.000,00 R$ 40.000,00 R$ 85.000,00
Depreciação - - - R$ 60.000,00 R$ 60.000,00
Seguros - - - R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
Materiais
- - - R$ 15.000,00 R$15.000,00
diversos
Manutenção - - - R$ 70.000,00 R$ 70.000,00
Total R$ 115.000,00 R$ 202.000,00 R$ 168.000,00 R$ 225.000,00 R$ 710.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Por esse resumo, podemos entender que o custo de produção (custos


diretos) se dá pelo valor de R$ 485.000,00. Já os custos que ainda precisamos
fazer a apropriação, ou seja, os custos indiretos, totalizam R$ 225.000,00. Essa
apropriação dos custos indiretos é o nosso próximo passo!
120
Contabilização de custos

Analisaremos o modo ou a possibilidade de associar os custos indiretos


de R$ 225 000.00. Uma alternativa simplificada seria a concessão de produtos
A, B e C proporcionais ao que todos já receberam de custos diretos. Esse
critério é utilizado se os custos diretos forem a grande parte do custo total, não
havendo outra visualização mais objetiva. Quanto menos indiretamente, menos
arbitrariamente B e C podem ser concedidos. Teríamos então, algo como a tabela
a seguir.

Tabela 40 - Totalização dos custos diretos e indiretos


Produtos Custos diretos Custos indiretos Totais
R$ % R$ %
Produto A R$ 115.000,00 23,71% R$ 53.351,00 23,71% R$ 168.351,00
Produto B R$ 202.000,00 41,65% R$ 93.711,00 41,65% R$ 295.711,00
Produto C R$ 168.000,00 34,64% R$ 77.938,00 34,64% R$ 245.938,00
Total R$ 485.000,00 100% R$ 225.000,00 100% R$ 710.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).


Em outra situação, se temos conhecimento do tempo de produção de cada
item vendido, a distribuição de custos indiretos apresenta os valores em tempo
real.

Tabela 41 - Custos indiretos


Produtos Custos diretos Custos indiretos
R$ % R$ %
Produto A R$ 22.000,00 24,44% R$ 55.000,00 24,44%
Produto B R$ 47.000,00 52,22% R$ 117.500,00 52,22%
Produto C R$ 21.000,00 23,33% R$ 52.500,00 23,33%
Total R$ 90.000,00 100% R$ 225.000,00 100%

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Chegamos, assim, à totalização do custo total de cada produto.

Tabela 42 - Totalização do custo de cada produtos


Produtos Custo direto Custo indireto Total
Produto A R$ 115.000,00 R$ 55.000,00 R$ 170.000,00
Produto B R$ 202.000,00 R$ 117.500,00 R$ 319.500,00
Produto C R$ 168.000,00 R$ 52.500,00 R$ 220.500,00
Total R$ 485.000,00 R$ 225.000,00 R$ 710.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Esses diferentes valores de custos indiretos e totais também são distintos


para cada produto, podendo não apenas causar análises desordenadas, mas,
também, reduzir o grau de credibilidade em relação às informações de custo.

121
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

ATENCAO

A forma de escrituração contábil desse procedimento pode ser variada.


Existem dos critérios mais simples para os mais complexos. Em nosso exemplo, não há
muita complexidade, mas em outros, pode ser muito diferente.

Pelo critério simples, realizamos a contabilização de custos pelas


informações da contabilidade financeira, considerando as contas apropriadas e
a transferência direta de inventários, uma vez que os produtos são concluídos
apenas no final do período, sem o registro das etapas de rateio. Temos, assim, o
razonete a seguir.

Tabela 43 - Critério simples


Matéria-prima
Mão de obra (sal. fábrica) Depreciação de fábrica Seguro de fábrica
consumida
R$ 350.000,00 R$ 120.000,00 R$ 60.000,00 R$ 10.000,00
Materiais diversos da
Energia elétrica da fábrica Manutenção da fábrica
fábrica
R$ 15.000,00 R$ 85.000,00 R$ 70.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

O importante é conseguirmos fazer a distinção dos critérios de


contabilização, pois são as representações gráficas das transações e dos registros
das contas contábeis realizados por meio do método das partidas dobradas.

Vejamos outro razonete conforme exemplo.

Tabela 44 - Razonetes dos estoques dos produtos


Estoque produto A Estoque produto B Estoque produto C
R$ 170.000,00 R$ 319.500,00 R$ 220.500,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Talvez você possa pensar que tais lançamentos simplificados não fornecem
uma boa visão de como a distribuição de custos foi realizada. No entanto, com
um bom sistema de banco de dados, as melhores fontes das referidas informações
de distribuição serão sempre os próprios arquivos, não a apresentação dos livros
diário e razão contábil.

Pensando em contabilizar a partir do critério complexo, seria ter os custos


contábeis representados pelo registro contábil, no mesmo grau de detalhe de
mapas e arquivos de custo.

122
Contabilização de custos

Tabela 45 - Apropriação dos custos indiretos aos produtos


Débito
Mão de obra direta R$ 90.000,00
Mão de obra indireta R$ 30.000,00
Total R$ 120.000,00
Crédito
Mão de obra (sal. fábrica) R$ 120.000,00
Débito
Energia elétrica direta R$ 45.000,00
Energia elétrica indireta R$ 40.000,00
Total R$ 85.000,00
Crédito
Energia elétrica de fábrica R$ 85.000,00
Débito (estoques)
Produto A R$ 75.000,00
Produto B R$ 135.000,00
Produto C R$ 140.000,00
Total R$ 350.000,00
Crédito
Matéria-prima consumida R$ 350.000,00
Débito (estoques)
Produto A R$ 22.000,00
Produto B R$ 47.000,00
Produto C R$ 21.000,00
Total R$ 90.000,00
Crédito
Mão de obra direta R$ 90.000,00
Débito (estoques)
Produto A R$ 18.000,00
Produto B R$ 20.000,00
Produto C R$ 7.000,00
Total R$ 45.000,00
Crédito
Energia elétrica direta R$ 45.000,00
Débito (estoques)
Produto A R$ 55.000,00
Produto B R$ 117.000,00
Produto C R$ 52.500,00
Total R$ 225.000,00
Crédito
Mão de obra indireta R$ 30.000,00
Energia elétrica indireta R$ 40.000,00
Depreciação de fábrica R$ 60.000,00
Seguros de fábrica R$ 10.000,00
Materiais diversos de fábrica R$ 15.000,00
Manutenção de fábrica R$ 70.000,00
Total R$ 225.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

123
UNIDADE 3 Prática da Contabilidade de Custos

As contas ficariam da seguinte maneira:

Tabela 46 - Razonetes do exemplo


Matéria-prima Mão de obra (sal.
Depreciação de fábrica Seguro de fábrica
consumida fábrica)
R$ R$ R$ R$
350.000,00 120.000,00 60.000,00 10.000,00
R$ R$ R$ R$
350.000,00 120.000,00 60.000,00 10.000,00
Materiais diversos da Energia elétrica de
Energia elétrica direta Energia elétrica indireta
fábrica fábrica
R$ R$ R$ R$
15.000,00 45.000,00 40.000,00 85.000,00
R$ R$ R$ R$
15.000,00 45.000,00 40.000,00 85.000,00
Mão de obra direta
R$
90.000,00
R$
90.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

124
Contabilização de custos

Os lançamentos dos razonetes nos trazem uma interpretação gráfica


quanto ao aumento ou à diminuição das contas contábeis para que possamos
entender como funcionam os registros das operações de uma empresa.

Tabela 47 - Apuração de estoque


Mão de obra indireta Estoque do produto A Estoque do produto B Estoque do produto C
R$ 30.000,00 R$ 75.000,00 R$ 135.000,00 R$ 140.000,00
R$ 30.000,00 R$ 22.000,00 R$ 47.000,00 R$ 21.000,00
R$ 18.000,00 R$ 20.000,00 R$ 7.000,00
R$ 55.000,00 R$ 117.500,00 R$ 52.500,00
R$ 170.000,00 R$ 319.500,00 R$ 220.500,00

Fonte: Adaptada de Martins (2018).

Essa forma de contabilidade está perto de todas as etapas do próprio custo


e distribuição. Ela somente deve ser recomendada na prática se as informações
contábeis analíticas forem necessárias.

Martins (2018) conclui que o método mais complexo da contabilização


deve ser evitado, visto que dificulta a contabilidade financeira devido ao número
de lançamentos requeridos. Ainda, devido à dificuldade de manipulação das
informações, aqueles que não tem conhecimento e experiência na área contábil
devem optar por algo mais simples.

125
AUTOATIVIDADE

1. Vamos imaginar o seguinte: a indústria Tubos e Conexões fabricou,


durante o mês de dezembro, apenas um tipo de produto. Não havia produtos
em elaboração no início e no final do mês. As informações a seguir auxiliarão
em nossos cálculos.

Materiais R$ 60.000,00
Mão de obra direta. R$ 40.000,00
Gastos gerais de fabricação R$ 30.000,00

Fonte: Elaborada pela autora (2021).

Além disso, foram produzidas 200 unidades para enviar como amostra.

Diante dessas informações calcule o custo de produção, o custo unitário


e como deve ser montado o razonete para apresentarmos os lançamentos.

2. Considerando nosso material de estudos, já sabemos que o razonete


é a representação gráfica dos registros individuais das contas contábeis, as
quais são apresentadas de forma mais didática.

Nesse contexto, assinale a alternativa a seguir que traz um lançamento


contabilizado pelo método complexo da compra de um equipamento pago à
vista com caixa.

( ) Débito com máquinas e equipamentos e crédito com fornecedores.

( ) Débito com máquinas e equipamentos e crédito com caixa.

( ) Débito com caixa e crédito com máquinas e equipamentos.

( ) Débito com fornecedores e crédito com caixa.

3. Antes de fechar o balanço patrimonial, a empresa faz a apuração de


resultado com base nas despesas e receitas incorridas no processo produtivo.
Nesse momento, é apurado o resultado líquido.

A respeito dessa apuração, podemos afirmar que:

( ) ela é realizada para analisarmos o resultado da empresa, se positivo


(lucro) ou negativo (prejuízo).

( ) sua escrituração deve mencionar o rateio dos métodos de custeio


utilizados no período contabilizado.

( ) ela é feita para verificarmos se os saldos das contas contábeis


patrimoniais estão ajustados.

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( ) ela favorece o entendimento do contador da empresa para a tomada
de decisão.

4. Com base em nosso material, aprendemos que, na contabilidade de


custos, o uso da departamentalização tem por objetivo a elaboração, de forma
clara, e atribuição dos custos por meio de rateios.

Sendo assim, assinale a alternativa que define a departamentalização.

( ) Despesas incorridas no processo produtivo, incluindo custos indiretos.

( ) Os custos diretos adotam a condição de não oferecer a medida objetiva


na aplicação do produto.

( ) Apropriação dos gastos referentes às etapas do processo produtivo.

( ) Os custos indiretos de fabricação guardam relação com o volume de


produção e a quantidade de estoque do produto.

5. Imaginemos o seguinte: a empresa XWQ apresentou os seguintes


números para a elaboração da demonstração de resultado do exercício (DRE):

• receita de vendas = R$ 2.000.000,00;


• despesas gerais = R$ 450.000,00;
• despesas comerciais = R$ 400.000,00;
• custo de produto vendido = R$ 760.000,00.

Agora, o administrador da empresa quer saber qual será o lucro


operacional. Realize os cálculos e informe o resultado para ajudarmos a empresa
com sua decisão.

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RESUMO
Assim, chegamos ao fim do nosso material de estudos entendendo sobre
a contabilização de custos. Aqui, pudemos realizar uma comparação com a
contabilidade geral e concluirmos que a forma de escrituração e alocação das
despesas e dos custos seguem a mesma lógica nos dois casos.

Além disso, pudemos compreender sobre a formação de preço, em que


todos os cálculos vistos até o momento formam a base para a precificação do
produto ou serviço. Aliás, pudemos conhecer o cálculo do markup, que nos ajuda
nessa questão.

Esperamos que, com o que foi proposto, você possa aplicar os


conhecimentos na prática e realizar uma correta contabilização dos gastos
empresariais e — por que não? — pessoais. Certamente o conteúdo é de grande
valia em sua caminhada!

CHAMADA

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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
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REFERÊNCIAS
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Altas, 2018.

RIBEIRO, M. O. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2016.

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