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Nara Rossetti
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Sobre os professores/autores
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Sumário
INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 4
UNIDADE 1 ............................................................................................................................................. 5
UNIDADE 2 ........................................................................................................................................... 14
UNIDADE 3 ........................................................................................................................................... 22
UNIDADE 4 ........................................................................................................................................... 30
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GESTÃO DE CUSTOS
INTRODUÇÃO
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UNIDADE 1
CONCEITOS INICIAIS
Antes de iniciar os conceitos e classificações de custos, deve-se entender quais são os tipos
de gastos de uma organização. Os investimentos são gastos realizados hoje pela empresa
que tem por objetivo um benefício esperado maior no futuro. Os custos são gastos
realizados com o processo produtivo ou o serviço prestado pela organização e as despesas
referem-se aos gastos administrativos da empresa.
Porém essa diferença entre despesas e custos nem sempre tem sua mensuração clara e
objetiva, então outra forma de diferenciá-los seria reconhecer todos os gastos até o
momento em que o produto está pronto para venda como custos, e todos os gastos do
produto após este momento como despesa.
Mesmo tendo estas “regrinhas” que nos permitem diferenciar custos de despesas, muitas
vezes as empresas adotam seus próprios critérios para que o processo de separação se
torne mais claro. Por exemplo, se os valores são irrelevantes no contexto orçamentário da
organização e repetitivos, os gestores muitas vezes optam por classificá-los como despesa,
para que isso não cause distorções na hora de avaliar os custos atribuídos ao produto.
Porém, que fique claro que essa separação não depende apenas da gestão da empresa,
pois existem leis que regem a contabilidade no Brasil, já discutidas e informadas no
material de Análise Financeira de Empresas.
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CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
De acordo com Martins (2018) os custos de produção podem ser divididos em:
Custos de Produção do Período: são custos incorridos no processo produtivo
durante determinado período.
Custos da Produção Acabada: custos incorridos na produção acabada do período e
pode conter custos de produção de períodos anteriores.
Custos dos Produtos Vendidos: são os custos do produto acabado que já foram
vendidos e entregues ao consumidor final, pode conter custos de produção de
diversos períodos.
Porém, torna-se necessário o reconhecimento de “o que” ou “quem” será custeado, ou
terá seus custos reconhecidos. Este “o que” ou “quem” chamamos de objeto de custo. Os
objetos de custo podem ser o produto, um departamento da empresa, o cliente, uma
atividade específica etc. De acordo Horngren et. al. (2000, p. 19) objeto de custo é
“qualquer coisa para a qual se deseja uma mensuração de custo”.
Os custos podem ser classificados como: Direto, Indireto, Variável e Fixo.
Os Custos Diretos são aqueles que possuem apropriação direta ao objeto de custo, ou
seja, são de mais fácil mensuração pois já se conhece o montante utilizado em cada
unidade de produto, por exemplo. Os custos diretos podem ser, por exemplo, mão de obra
direta, material direto, matéria prima, embalagens etc.
Os Custos Indiretos são os que não possuem apropriação direta, sendo necessário um
direcionador de custo (ou critério de rateio) que os “carregue” ao objeto de custo. Energia
elétrica pode ser um exemplo de custo indireto, pois como direcionar toda a energia
utilizada no parque industrial para cada um dos produtos produzidos? Neste caso,
necessita-se de um direcionador de custo comum a todos os produtos o qual poderá ser
utilizado como critério de rateio e contabilizado nos produtos.
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O direcionador de custos é “qualquer fator que afeta os custos totais. Isso significa dizer
que uma mudança no direcionador de custo implicará uma alteração nos custos totais.”
(HORNGREN et. al 2000, p.20)
Os Custos Variáveis são os que variam de acordo com a unidade produzida, ou seja, quanto
mais se produz mais aumentam os custos variáveis totais. Os custos variáveis podem ser
diretos, como os exemplos já citados, matéria-prima, material direto, mão de obra direta
e embalagens, ou indireto, como energia elétrica. A Figura 1 (a) demonstra graficamente
a representação de custos variáveis diretos, pois cada unidade a mais produzida aumenta
uma unidade do custo variável total. Já a Figura 1 (b) demonstra graficamente os custos
variáveis indiretos, em que é necessário um montante a mais que uma unidade produzida
para que se alterem os custos variáveis totais.
(a) (b)
$ $
CV CV
un. un.
Já os custos fixos são os que não tem sensibilidade às unidades produzidas, podendo ou
não serem de valores constantes ao longo de determinado período, como aluguel,
depreciação etc. A Figura 2 (a) representa graficamente os custos fixos em período
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determinado (01 mês, 01 ano, durante o ciclo operacional...), enquanto a Figura 2 (b)
representa os custos fixos em mais de um período, ou seja, os custos fixos aumentam de
uma vez, quando a produção atinge determinado volume, se mantem por outro período e
sobem para um novo patamar novamente, dado um novo volume de produção, assim, os
custos fixos assumem uma forma de “escada” ao longo do tempo.
(a) (b)
$ $ CF
CF
un. un.
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Matéria Prima Custo Direto e Variável
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CUSTEIO POR ASORÇÃO
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O Custeio por Absorção cumpre as normas de contabilidade pois considera a separação
entre custos e despesas tal como descrita na DRE. Porém, a maior desvantagem do custeio
por absorção está na forma como os custos indiretos são apropriados ao objeto de custo.
Como é necessário um direcionador de custo para “levar” os custos indiretos ao objeto de
custo, muitas vezes a escolha desse direcionador, ou o critério de rateio utilizado pode ser
arbitrária, o que traria distorções ao custo final do produto. Vejam o exemplo abaixo:
Exemplo 1: Suponha uma empresa fabrique e venda cadeiras de praia de dois tipos: reclinável e não
reclinável. A cadeira reclinável (CR) possui preço de venda de R$ 50,00, enquanto a não reclinável (NR)
possui preço de venda de R$ 30,00.
Os custos e despesas variáveis e custos e despesas fixos por período são os seguintes:
CR NR
Custos Diretos:
Mão de Obra R$ 4,50 por hora R$ 3,50 por hora
Horas de Mão de Obra 2h por unidade 1,5h por unidade
Matéria Prima R$ 12,50 por unidade R$ 9,00 por unidade
Custos Indiretos:
Aluguel R$ 10.000,00/mês
Depreciação R$ 1.000,00/mês
Energia Elétrica R$ 2.500,00/mês
Despesas:
Despesas Variáveis R$ 1,50 por unidade R$ 1,00 por unidade
Despesas Fixas R$ 5.000,00/mês
Sabendo-se que são fabricadas e vendidas por mês 3.000 cadeiras reclináveis e 2.500 cadeiras não
reclináveis, determine o lucro bruto e a margem de lucro bruta de cada tipo de cadeira para a empresa,
sabendo-se que o rateio dos custos indiretos é feito de acordo com o número de unidades produzidas.
Primeiro calcula-se os custos diretos totais, multiplicando o número de horas de mão de obra pelo valor
unitário e pela quantidade produzida no mês e o valor da matéria prima unitário também pela quantidade:
CR NR
Custos Diretos:
Mão de Obra 27.000,00 13.125,00
Horas de Mão de Obra 37.500,00 22.500,00
TOTAL 64.500,00 35.625,00
Em seguida, os custos indiretos serão rateados de acordo com a proporção de unidades produzidas de
cada tipo de cadeira:
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CR NR
Quantidade Produzida 3.000 2.500
Custos Indiretos:
Proporção 55% 45%
TOTAL 7.363,64 6.136,36
Rateio dos Custos Indiretos: Total Produzido 5.500 unidades por mês
Rateio dos Custos Indiretos: Total Custos: R$ 13.500,00/mês
Então, estrutura-se a DRE para o cálculo do Lucro Bruto e da Margem de Lucro Bruta de cada um dos
produtos:
DRE
CR NR Total
Receita de Vendas 150.000,00 75.000,00 225.000,00
(-) Custo dos Produtos Vendidos 71.863,64 41.761,36 113.625,00
= Lucro Bruto 78.136,36 33.238,64 111.375,00
(-) Despesas Variáveis 4.500,00 2.500,00 7.000,00
(-) Despesas Fixas 5.000,00
= Lucro Operacional 99.375,00
Margem de Lucro Bruta 52% 44%
Agora, suponha que o critério de rateio dos custos indiretos mude e não seja mais quantidade produzida,
mas sim o total do custo de Mão de Obra mensal empregado na fabricação de cada um dos tipos de
cadeiras. Assim, a proporção e valor dos custos indiretos seria:
Rateio dos Custos Indiretos: Total do Valor de Mão de Obra Mensal: R$ 40.125,00
Rateio dos Custos Indiretos: Total Custos: R$ 13.500,00/mês
CR NR
Mão de Obra 27.000,00 13.125,00
Custos Indiretos:
Proporção 67% 33%
TOTAL 9.084,11 4.415,89
E a DRE:
DRE
CR NR Total
Receita de Vendas 150.000,00 75.000,00 225.000,00
(-) Custo dos Produtos Vendidos 73.584,11 40.040,89 113.625,00
= Lucro Bruto 76.415,89 34.959,11 111.375,00
(-) Despesas Variáveis 4.500,00 2.500,00 7.000,00
(-) Despesas Fixas 5.000,00
= Lucro Operacional 99.375,00
Margem de Lucro Bruta 51% 47%
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Ou seja, ao mudar o critério de rateio dos custos indiretos a margem de lucro das cadeiras
reclináveis diminuiu e a margem de lucro das cadeiras não reclináveis aumentou. Isso
significa que o critério utilizado para ratear os custos indiretos pode mudar
consideravelmente os lucros dos produtos de uma organização, o que pode induzir o
gestor a erros no momento da tomada de decisão. Essa é a principal crítica e desvantagem
desse tipo de sistema de custeio, a forma como é feita a escolha dos direcionadores de
custos dos custos indiretos.
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UNIDADE 2
CUSTEIO VARIÁVEL
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Exemplo 2: Temos a seguinte estrutura de custos e despesas:
CR NR
Custos Diretos:
Mão de Obra R$ 4,50 por hora R$ 3,50 por hora
Horas de Mão de Obra 2h por unidade 1,5h por unidade
Matéria Prima R$ 12,50 por unidade R$ 9,00 por unidade
Custos Indiretos:
Aluguel R$ 10.000,00/mês
Depreciação R$ 1.000,00/mês
Energia Elétrica R$ 2.500,00/mês
Despesas:
Despesas Variáveis R$ 1,50 por unidade R$ 1,00 por unidade
Despesas Fixas R$ 5.000,00/mês
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A diferença entre o Custeio Variável e o Custeio por Absorção está, portanto na forma
como são contabilizados os custos indiretos. Enquanto no Custeio por Absorção são
considerados no custo do produto apenas os custos indiretos dos produtos vendidos, no
Custeio Variável é considerado em sua DRE todo o custo indireto do período.
Como as empresas dificilmente produzem e vendem todo o seu estoque dentro do
período, de um período para o outro o Lucro Operacional de ambos os métodos de custeio
seria diferente exatamente por causa da quantidade produzida e não vendida dentro de
determinado período.
Por exemplo, se a empresa possui $ 1.000,00 de custos indiretos e produziu 100 unidades
em determinado período, isso significa que cada unidade do produto possui um custo
indireto de $ 10. Supondo que apenas 90 unidades do produto foram vendidas, no custeio
por absorção o custo indireto a ser somado ao custo direto no C.P.V. será de $ 900,00 ($
10 x 90), porém no custeio variável todo o custo de R$ 1.000,00 será deduzido da Margem
de Contribuição para a formação do Lucro Operacional.
No longo prazo essa diferença não existe, pois todas as unidades produzidas serão
vendidas, mas de um período para outro a diferença no Lucro Operacional dos dois
métodos de custeio pode ser bem significativa, dependendo do número de unidades que
permaneceram em estoque de um período para outro.
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RELAÇÃO CUSTO, VOLUME E LUCRO
Quando se fala em Relação Custo, Volume e Lucro queremos entender como dada
estrutura de custos e seu volume de produção afeta o lucro da organização. Para tanto, é
fundamental o entendimento de Ponto de Equilíbrio, que define a quantidade que deve
ser produzida e vendida dado determinado nível de lucro.
O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) nos traz a informação da quantidade necessária a ser
produzida e vendida para que a empresa tenha pelo menos lucro zero, ou seja, essa
quantidade deve ser suficiente para gerar receitas que pelo menos se igualem aos custos
totais.
A Figura 5 (a) demonstra graficamente as Receitas e os Custos Totais (os quais estão
somados as despesas totais) de determinado objeto de custo. A figura 5 (b) demonstra a
mesma relação gráfica, porém expõe o momento em que a curva de Receitas Totais cruza
com a curva de Custos Totais, o qual está assinalado pelo círculo vermelho.
(a) (b)
$
$
Receita Total
Receita Total
Prejuízo
Lucro
un. un.
Este cruzamento é exatamente o Ponto do Equilíbrio Contábil (PEC), pois neste momento
o lucro é zero com receitas e custos iguais. Acima e a direita deste ponto a receita se torna
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maior que o custo, gerando lucro para a organização. A esquerda e abaixo, os custos ainda
são maiores que as receitas, gerando prejuízo.
A formulação para se calcular o PEC, portanto é:
RT = CT
(P x Q) = [(CVun + DVun) x Q + (CF+DF)]
Como (P – CVun – DVun) nada mais é do que a Margem de Contribuição Unitária, então
a quantidade a ser produzida e vendida no PEC é igual aos custos e despesas fixos dividido
pela margem de contribuição unitária.
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lucro mínimo desejado. Esse lucro mínimo normalmente é um percentual do investimento
realizado no negócio, ou seja, o custo de oportunidade do capital investido, e é calculado
pela seguinte formulação:
Além do PEC e do PEE considera-se também o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). O PEF
apresenta a quantidade que deve ser produzida e vendida para que o fluxo de caixa se
mantenha positivo. Para seu cálculo subtrai-se dos custos e despesas fixos as Despesas não
Desembolsáveis, como por exemplo Depreciação, pois não apresentam efeito no caixa da
empresa. Assim, sua formulação é a seguinte:
Vejamos o Exemplo 3:
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Exemplo 3: Suponha uma empresa de vasos ornamentais com a seguinte estrutura de custos e despesas
em determinado período:
Custo Fixo: $ 20.000,00
Despesa Fixa: $ 10.000,00
Depreciação: $ 1.500,00 (já inclusa no custo fixo)
Custo e Despesa variáveis Unitários: $ 10,00
Preço de Venda: $ 50,00
Qual a quantidade a ser produzida e vendida para que a empresa obtenha lucro zero, ou seja, a
quantidade no Ponto de Equilíbrio Contábil?
Desta forma, a empresa precisa produzir e vender 750 vasos ornamentais no período para que as Receitas
Totais se igualem aos Custos e Despesas Totais.
Suponha agora que os sócios desta empresa esperam ter pelo menos 10% do capital investido de lucro
mínimo desejado. Sabe-se que o investimento inicial na empresa foi de $ 50.000,00. Qual seria o Ponto
de Equilíbrio Econômico?
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UNIDADE 3
Em seu livro “A Meta”, de 1984, Eliyahu M. Goldratt desenvolveu a Teoria das Restrições,
em que afirmava que todo sistema produtivo possui uma ou mais restrições, também
chamada de gargalo, para atingir sua meta. Essas restrições podem ser internas (como
capacidade limitada de horas de mão de obra, horas máquina, etc.) ou externas (como
limitação no fornecimento de matéria prima ou demanda de mercado).
Como visto anteriormente, a Margem de Contribuição Unitária é considerada uma ótima
ferramenta no processo de tomada de decisão, pois verifica o quanto cada objeto de custo
realmente contribui para a formação do lucro da empresa considerando apenas os custos
variáveis subtraídos da receita, o que evita as distorções causadas pelos custos fixos e
indiretos devido aos diferentes critérios de rateio utilizados bem como as diferentes
quantidades produzidas.
Porém, esta ferramenta é válida levando-se em conta que os sistemas não possuem
restrições, o que no “mundo real” coorporativo é quase impossível de acontecer, pois as
empresas se deparam com os diversos tipos de gargalos em seus processos produtivos.
Sendo assim, é fundamental que os gestores levem em consideração essas restrições no
processo de tomada de decisão, deixando a Margem de Contribuição Unitária de ser a
ferramenta mais confiável neste caso e passando a ser a Margem de Contribuição por Fator
Limitante.
A Margem de Contribuição por Fator Limitante permite que a empresa conheça qual o
produto mais contribui com a formação do lucro da empresa considerando a restrição.
Assim, é necessário que se divida a margem de contribuição unitária pelo fator limitante.
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Supomos que uma empresa que fabrica dois produtos diferentes, (X e Y) está com limitação
em seu fornecimento de matéria prima. Embora o mercado absorva por completo toda a
capacidade de produção da empresa, seus fornecedores não obtém toda a matéria prima
necessária para fornecer no período.
Assim, a empresa terá que escolher qual produto terá sua produção incentivada, já que
não consegue atender a toda a demanda dos dois produtos devido a limitação. A empresa
então deve incentivar a produção daquele produto que tiver a maior Margem de
Contribuição por Fator Limitante, alocando toda a matéria prima possível neste produto
dada a demanda, e o que restar de matéria prima alocar no produto com menor Margem
de Contribuição por Fator Limitante, assim a empresa garante uma maximização do lucro.
Vejamos o exemplo 4 abaixo:
Exemplo 4: Uma empresa que fabrica mesas e cadeiras e possui a seguinte estrutura de custos variáveis:
Mesas Cadeiras
Matéria Prima ($/unid.) 300,00 75,00
Matéria Prima (kg por unid.) 4 1
Horas de Mão de Obra Direta
(h/unid.) 6 2,5
Valor da Hora da MOD ($/unid.) 22,00 22,00
Quantidade fabricada e vendida 1.500 6.000
Despesas Variáveis ($/unid.) 1,5 0,75
Preço de Venda Unitário 800,00 300,00
Para atender a demanda total (a empresa já opera em toda a sua capacidade), a empresa necessita de
12.000 quilos de matéria prima (6.000 quilos para produzir a quantidade total de mesas e 6.000 quilos
para produzir o total de cadeiras). Ocorre que neste mês houve um problema com o fornecimento da
madeira e a empresa só conseguiu comprar 9.000 quilos de matéria prima.
Ao fazer sua DRE pelo custeio variável a empresa chegou aos seguintes resultados:
Mesas Cadeiras
Preço de Venda Unitário 800,00 300,00
(-) Custos Variáveis 432,00 130,00
Matéria Prima 300,00 175,00
Mão de Obra Direta 132,00 55,00
(-) Despesas Variáveis 1,50 0,75
MC unitária 366,50 169,25
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O produto que possui maior Margem de Contribuição Unitária são as mesas, então sua produção deveria
ser incentivada ao invés das cadeiras? Se assim fosse, empregaríamos 6.000 quilos de matéria prima na
produção das mesas e 3.000 quilos restantes na produção das cadeiras, produzindo assim 1.500 mesas e
3.000 cadeiras. Vamos ver como fica o lucro operacional neste caso:
Mas, como já dito anteriormente, quando temos restrição a ferramenta de decisão deve ser a Margem
de Contribuição Unitária por Fator Limitante. No caso, o fator limitante é quilo de matéria prima, assim
seria:
Mesas Cadeiras
MC unitária 366,50 169,25
Matéria Prima (kg por 4 1
unid.)
MC por fator limitante 91,63 169,25
Diferentemente do que nos mostrava a MC unitária, a MC por fator limitante das cadeiras é maior do que
das mesas. Assim, alocando 6.000 quilos de matéria prima para a produção das cadeiras e 3.000 quilos
para as mesas, a produção será de 6.000 cadeiras e 750 mesas, demonstrando o seguinte lucro
operacional:
Fica evidenciado desta forma que ao incentivar o produto com maior MC por fator limitante, o lucro da
empresa é maximizado.
Mas e quando temos várias restrições ao mesmo tempo? O melhor é que se tente fazer as restrições
separadas para cada produto observando qual combinação, dados os diferentes gargalos, melhor
impactam no lucro da empresa. Muitas vezes é necessário a ajuda de um programa computacional ou
mesmo pesquisa operacional para definição do melhor mix de produção.
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CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES
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Identificação e definição das atividades e dos respectivos centros;
Apropriação direta, sempre que possível, dos custos aos produtos e aos objetos de custo;
Apropriação dos custos aos centros de custo da atividade;
Determinação dos direcionadores de atividades;
Apropriação dos custos aos objetos de custo, utilizando os direcionadores de atividade e
Elaboração de relatórios gerenciais.
Seguindo as 6 etapas de implementação do custeio ABC temos que na primeira a empresa
deve identificar e definir seus centros e suas atividades relevantes. Pois bem, dentro do
exemplo da nossa empresa que fabrica mesas e cadeiras, então os centros e atividades
identificados seriam:
Departamentos Atividades
Comprar Materiais
Compras
Desenvolver Fornecedores
Embalar produtos
Inspeção Final
Despachar Produtos
Ou seja, após identificar seus centros de custo deve-se identificar quais são as atividades
relevantes dentro de cada centro. Seguindo a implementação do método de Custeio ABC,
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o próximo passo é apropriar diretamente os custos diretos aos objetos de custo, ou seja,
matéria prima, material direto, mão de obra direta e etc.
A terceira fase do processo determina que a empresa deve atribuir os valores dos custos
indiretos e fixos às atividades já reconhecidas anteriormente. Segundo Martins (2018) a
primeira fonte de dados para custear as atividades é o razão geral da empresa, além de ser
muitas vezes necessário estudos da engenharia e entrevistas com os gestores de diversos
departamentos.
Ainda de acordo Martins (2018) pode ser feita a alocação dos custos indiretos as atividades
por rastreamento, que aloca os custos com base na relação de causa e efeito entre a
ocorrência das atividades e a geração dos custos.
O estudo para o custeio das atividades deve ser preciso e minucioso, pois é isto que
diferencia o custeio ABC dos demais critérios utilizados pelo sistema de custeio tradicional.
A quarta fase da implementação do sistema de custeio ABC é a identificação dos
direcionadores de atividade. Nem sempre uma atividade relevante apresentará um
direcionador claro e objetivo, o que acaba se tornando um problema para a gestão, pois
mesmo essa atividade consumindo recursos não há clareza em como direcionar estes
custos ao seu objeto de custo. Por isso, deve-se buscar sempre direcionar o custo das
atividades ao produto de forma precisa.
Seguindo com nosso exemplo, as atividades levantadas poderiam indicar os seguintes
direcionadores de atividade:
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Departamentos Atividades Custos Direcionadores
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UNIDADE 4
A formação do preço de venda é uma das decisões mais difíceis enfrentada pelos gestores
das empresas, pois afetam além da quantidade produzida e vendida também a gestão dos
custos.
Muitas variáveis estão inseridas na decisão de se formar o preço de venda, a primeira e
mais importante vem do mercado, das preferências dos consumidores pelo produto e do
quanto estão dispostos a pagar, além disso o preço de venda tem que ser capaz de cobrir
todos os custos e despesas com a produção do produto e ou/serviço e ainda remunerar os
investidores por sua alocação de capital.
Se a empresa em questão é um monopólio, ou seja, única no mercado a fornecer tal
produto, a decisão sobre o preço de venda ficará mais a critério de sua gestão, embora
esse preço não possa ultrapassar o montante que afete a procura pelo seu produto. Mas
estando a empresa em competição, o preço de venda não deve ultrapassar o de seus
concorrentes sem que seu produto ofereça um diferencial específico.
Quando a empresa atua em mercados competitivos deve-se levar em consideração a
elasticidade do produto. Se qualquer variação de preço afeta pouco a quantidade
demandada, como é o caso da indústria alimentícia, por exemplo, então a empresa tem
uma margem de segurança para determinar seu preço de venda de acordo com suas
estratégias de marketing. Mas se o produto tem uma alta elasticidade, ou seja, qualquer
variação de preço pode afetar muito a procura pelo produto, então a empresa terá que
ajustar seu preço de venda sempre dentro do limite estabelecido pelo mercado, e neste
caso deve-se trabalhar com uma taxa de lucro desejado mínimo.
De acordo com Horngreen (2004) Os compradores preferem preços estáveis e previsíveis
para um longo período pois isso reduz a necessidade de monitorar preços, melhora o
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planejamento e constrói relacionamentos de longo prazo entre consumidores e produto.
Mas para cobrar um preço estável e obter retorno desejado, a organização deve conhecer
e administrar os seus custos.
Assim, qual o preço a cobrar por um produto dado sua estrutura e custos e a margem de
lucro mínima desejada pela organização?
Uma das metodologias utilizadas para precificação é o markup. Neste método o preço é
“construído” de dentro para fora, ou seja, parte da estrutura de custos e despesas da
empresa e da margem de lucro desejada para se obter o preço de venda. Vejamos o
exemplo abaixo:
Supondo que uma empresa tenha apurado que o custo unitário do seu produto (fixos e
variáveis) tem valor de $ 81,00. Além disso, sabe-se que as despesas gerais e
administrativas equivalem a cerca de 11% da receita bruta. As despesas de vendas,
comissão de vendedores, estão em torno de 5% do preço de venda bruto, e os impostos
incidentes sobre o preço de venda bruto são 20%. Os investidores desejam que o produto
gere uma margem de lucro de cerca de 8% sobre a receita bruta.
O markup neste caso então seria todos os gastos incidentes sobre o preço de venda bruto
(ou receita bruta) mais a margem de lucro desejada, totalizando 44%. Sabe-se então que
o preço de venda (PV) deveria cobrir todo o markup mais o custo unitário do produto.
Assim,
PV = 81 + 0,44PV
0,56PV = 81
PV = 144,64
Por este método, o preço de venda deste produto deveria ser em torno de $ 145,00. Mas
como se tem outras variáveis no mercado, conforme discutido anteriormente, este preço
deve ser considerado uma referência para a empresa, sujeita a ajustes para mais ou para
menos (MARTINS, 2018).
31
Um método de custeio que pode ser usado para fixação do preço de venda é o RKW, em
alemão Reichskuratorium für Wirtschaftlichkeit. Este método rateia não apenas os custos
de produção, mas todas as despesas da empresa, por isso é também conhecido como
custeio pleno. De acordo com Martins (2018), ao calcular os custos dos produtos adiciona-
se o lucro para enfim chegar ao preço de venda. Porém, não pode ser aplicado a uma
economia de mercado, em que os preços são determinados pela oferta e procura dos bens.
Segundo Martins (2018, p. 207) “é muito mais provável que uma empresa analise seus
custos e suas despesas para verificar se é viável trabalhar com um produto, cujo preço de
mercado influencia diretamente, do que ela determinar o preço em função dos custos e
despesas.”
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CUSTO META E DECISÃO SOBRE AS VENDAS
Comportamento do Produto
Marketing
Definições das estratégias financeiras, apurações
Contabilidade
de custos, orçamentos, etc.
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Assim, a empresa consegue olhar ao mesmo tempo de forma ampla e de forma específica
para cada componente do processo produtivo, o que permite tentar trabalhar com o custo
máximo definido dado o preço de venda praticado no mercado.
Uma das dúvidas que permeiam as organizações em seus gerenciamentos de custos é o
quanto produzir dado o preço de venda. As empresas muitas vezes sentem necessidade de
um aumento real em suas margens de contribuição, para que assim, se maximize
lucratividade. Mas dado as leis de oferta e demanda e a elasticidade dos bens, muitas vezes
aumentar preço significa diminuir demanda. A decisão da empresa então fica sendo:
vender mais a um preço menor ou vender menos a um preço maior?
O senso comum nos diria que vender mais é sempre a melhor solução, pois temos em
mente que quanto maior o faturamento, maior a lucratividade. Isso nem sempre é
verdade, o ideal para a empresa é maior lucratividade e não obrigatoriamente isto está
alinhado com maior faturamento, pois a outra variável importante nessa questão é, claro,
são os custos.
Para saber se é melhor vender mais a um preço menor ou vender menos a um preço maior
devemos primeiro analisar qual opção traria maior lucratividade para a empresa, e esta
opção seria aquela que gerasse a maior Margem de Contribuição Total (MCT), já que os
custos fixos são constantes para as duas opções, uma maior MCT elevaria o lucro.
Vamos ao exemplo de uma empresa fabricante de pneus:
Exemplo 5:
Custo Variável Unitário = $ 220,00
Decisão: Opção 1: Vender 1.000 pneus a $ 400,00 cada ou;
Opção 2: Vender 850 pneus a $ 500 cada.
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Ou seja, neste exemplo fica claro que nem sempre vender mais é melhor, mesmo
vendendo menos, mas com um preço maior a empresa consegue maximizar lucratividade,
pois a um preço maior o mercado também vai absorver um montante menor do produto,
dado as leis de oferta e demanda.
Portanto, sempre, em qualquer situação, o gerenciamento dos custos será um dos maiores
responsáveis por maximizar a rentabilidade do negócio, pois a maioria das empresas vive
e sobrevive sob forte regime de concorrência. Então, é estritamente necessária uma
análise aprofundada da estrutura de custos, pois sem isso, os orçamentos ficam
comprometidos e as empresas podem ter projeções futuras muito distantes do real, o que
pode gerar surpresas desagradáveis como baixa lucratividade e até futuros prejuízos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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