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Alberto Caeiro
XXII
Como quem num dia de verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara1 dos meus sentidos,
5 E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Apresenta as tuas respostas aos itens que se seguem de forma bem estruturada.
Regista apenas as letras – (a), (b) e (c) – e o número que corresponde à opção selecionada em cada
um dos casos.
A estrutura externa do poema é marcada (a) , visto que há (b) nas estrofes,
na métrica e nas rimas. Estas características (c) .
4. refletem a naturalidade
defendida por Caeiro
LDIA12DP © Porto Editora
Letras em dia, Português, 12 .° ano Sugestões de resolução
Educação Literária
Alberto Caeiro, p. 5
1. O sujeito poético manifesta-se «confuso,
perturbado», por dar por si a tentar «perceber»,
quando efetivamente rejeita o pensamento e quer
apenas conhecer pelos «sentidos» (v. 4). As
interrogações da segunda estrofe constituem a sua
estratégia de reação ao seu estado de desorientação,
recriminando-se pelo seu impulso de «querer
perceber».
2. A personificação do «verão» contribui para tornar
mais intensa a relação do sujeito poético com a
natureza, uma vez que sugere a existência de um
contacto real entre o ambiente e o «eu». Por outro
lado, sugere igualmente que o sujeito poético se
relaciona com os elementos naturais como um par,
ou seja, como parte genuína da natureza, só nela
colhendo inspiração e exemplo para a sua forma de
estar na vida.